Discorre sobre a ciência 2.0 e situa para sua análise os estudos métricos da informação científica na web social. Destaca a importância da presença online de pesquisadores como premissa de autoapresentação (visibilidade) e abertura ao diálogo participativo entre cientistas, seus pares e o grande público (engajamento). Analisa, por meio de uma pesquisa exploratória com abordagem quantitativa de base cientométrica 2.0, a presença online dos pesquisadores enquadrados na modalidade sênior do CNPq. Como resultado identifica-se que 25 dos 74 pesquisadores possuem ao menos um perfil em algum tipo de mídia social. Dentre as mídias, a acadêmica ResearchGate se sobressai tendo a preferência de 14 pesquisadores, seguida pela não acadêmica Facebook e a profissional LinkedIn, ambas com 9 pesquisadores. A criação e manutenção de perfis em mídias sociais tendem a contribuir para a reputação online do pesquisador. Considera-se que a tímida presença online verificada na pesquisa demonstra a necessidade de estudos que investiguem pesquisadores em outras modalidades.
2. • A acelerada evolução da internet e da web social
ocorre em paralelo ao movimento de concepção e
expansão da ciência aberta ou da ciência 2.0;
• Visibilidade, impacto e presença online têm sido
questões cada vez mais discutidas quando se pensa
em comunicação científica no contexto desse tipo de
ciência (REBIUN, 2011; SANTOS; FEIRE; SILVA, 2009;
WALDROP, 2008);
3. • A ciência 2.0 (ou ciência aberta) pode ser percebida
como aplicação das tecnologias de redes sociais nos
processos científicos no compartilhamento de:
(a) pesquisas – plataformas para publicação de
conteúdos, projetos e experimentos;
(b) fontes – referências, links e documentos;
(c) resultados – atitude aberta de divulgação de
• resultados de pesquisa (REBIUN, 2011).
4. • O sucesso das tecnologias da Web 2.0 como wikis,
blogs, microblogs e outras mídias sociais tem aberto
novas oportunidades para colaboração e
compartilhamento de informação entre cientistas
(SANTOS; FEIRE; SILVA, 2009);
• Os cientistas precisam construir e manter uma
presença online para atingir esse público (AAAS,
2013).
5. • Investigar a presença online de pesquisadores
(Seniores CNPq) e o uso que fazem de ferramentas
da web social para comunicar suas pesquisas.
fonte: universia.pt
6. • Impacto das TICs, internet e redes digitais para a
comunicação científica;
• A convergência da comunicação científica com as
tecnologias digitais de uma ciência 2.0 indica que a
visibilidade e a reputação dos investigadores serão
geridas de modo mais aberto, e que vão se tornar
cruciais para que estes cheguem até um público mais
amplo (ARAÚJO, 2015).
7. • Na era da internet, ferramentas de mídia social oferecem
uma maneira poderosa para os cientistas impulsionarem o
seu perfil profissional e atuarem como porta vozes da
ciência;
• Cientistas estão cada vez mais usando as mídias sociais
como uma forma de compartilhar artigos de periódicos,
expor seus pensamentos e opiniões científicas, postar
atualizações de conferências e reuniões, e divulgar
informações sobre as oportunidades profissionais e sobre
eventos (BIK & GOLDSTEIN, 2013).
8. • “a falta de uma presença online pode limitar
severamente a visibilidade de um pesquisador” e que
“a visibilidade pública e conversa construtiva em
redes de mídia social pode ser benéfica para os
cientistas, impactando a pesquisa de diversas
maneiras” (BIK & GOLDSTEIN, 2013);
9. • Quando usadas de forma orientada e simplificada,
ferramentas de mídias sociais podem complementar e
melhorar a carreira de um pesquisador (BIK &
GOLDSTEIN, 2013);
• Para tanto, os pesquisadores devem: (a) explorar o
uso das mídias para a ciência; (b) criar uma presença
online por meio de um blog ou perfis em sites de rede
social; (c) localizar pares e conversações online
pertinentes; (d) filtrar informações; interagir com
diversos participantes; e (e) atingir seu público.
10. • Cientometria = o emprego de métodos quantitativos
para estudar as atividades científicas ou técnicas, do
ponto de vista de sua produção ou comunicação
(BUFREM; PRATES, 2005), possibilitando mensurar, por
exemplo, os incrementos da produtividade de uma
disciplina ou de um grupo de pesquisadores de uma
área (VANTI, 2002);
• Cultura digital (método cibermétrico) no contexto de
análise da ciência e da comunicação científica,
repensando ações, fluxos e canais de informação, tem-
se o que alguns autores chamam de Cientometria 2.0.
11. • Cientometria 2.0 torna os pesquisadores mais
reflexivos sobre a sua visibilidade e impacto (POWER
& MEYER, 2011);
• Visibilidade online ajuda a monitorar e melhorar as
métricas científicas;
• A presença online ativa pode impactar diretamente as
credenciais de um pesquisador inclusive suas métricas
tradicionais;
(BIK & GOLDSTEIN, 2013)
12. • Divulgar artigos no Twitter ou blogs pode elevar
significativamente o número de downloads que
receberam mesmo para textos mais antigos que
estava disponível há anos, sem muita atenção anterior
(TERRAS, 2012);
• Usos da cientometria 2.0: (a) estudos sobre avaliação
de pesquisadores; (b) análises sobre recomendação
de artigos, bem como (c) o estudo da ciência (PRIEM
& HEMMINGER, 2010).
13. • Para a avaliação de pesquisadores a condição básica
é sua presença online (websites: institucionais, de
grupos de pesquisa, pessoais, currículo online, blogs,
microblogs e sites de redes sociais);
• Os sites de redes sociais lideram como ambiente de
presença online dos pesquisadores, seguidos dos
websites institucionais e dos blogs (BUKOVA, 2011).
14. • Pesquisa exploratória de princípio cientométrico de
abordagem quantitativa descritiva.
• Incursão em uma análise cientométrica 2.0 com vistas
a avaliação de presença online, visibilidade e impacto
de pesquisadores é necessário:
(A) definir o grupo que se pretende analisar;
(B) determinar/identificar ferramentas e plataformas nas
quais o grupo (ou parte dele) se faz presente;
(C) analisar como a presença online se configura em termos
de visibilidade, conexões e interações em torno da
comunicação científica.
15. • A - 74 pesquisadores enquadrados na modalidade
Pesquisador Sênior (PQ-Sr) do CNPq. A distribuição
por áreas do conhecimento (8) e subáreas (33).
• B - blogs (2); microblogs como Twitter (1); e outras
mídias sociais, acadêmicas como ResearchGate (14) e
Academia.edu (1) e não acadêmicas como Facebook
(9); LinkedIn (9); e YouTube (1).
• C – Visibilidade e Impacto: ResearchGate
16. • ResearchGate – rede social acadêmica formada em
2008;
• Em 2013 foram mais de 1,5 milhões de novos
membros, 17,6 milhões de novas publicações e 19
milhões de novas conexões (RESEARCHGATE PRESS
OFFICE, 2013);
17. • Os 14 pesquisadores com perfis analisados tiveram os
nomes substituídos por P1 a P14, tratam-se de 12
homens e 2 mulheres, distribuídos nas áreas de
Ciências Exatas e da Terra (P4, P5, P11, P12, P13);
Ciências Biológicas (P3, P7, P9, P14); Ciências da
Saúde (P2, P6, P10); Ciências Humanas (P1); e
Engenharias (P8).
18. • Baixa participação de pesquisadores das Ciências
Humanas;
• Em termos de visibilidade, impacto e engajamento, ao
serem analisados no conjunto, os pesquisadores
reúnem 1.416 publicações, 55.107 visualizações,
7.198 downloads, 12.721 citações e 698 seguidores.
19.
20. • Baixa relação entre downloads e citações;
• A relação entre citações e valor de impacto se mostra
mais próxima e, na maioria dos casos, quanto mais
citação, maior o valor de impacto do pesquisador.
• Não houve um padrão de correlação entre os itens
avaliados com as áreas de conhecimento dos
pesquisadores.
21.
22. • Baixa participação de pesquisadores das Ciências
Humanas;
• Em termos de visibilidade, impacto e engajamento, ao
serem analisados no conjunto, os pesquisadores
reúnem 1.416 publicações, 55.107 visualizações,
7.198 downloads, 12.721 citações e 698 seguidores.
23. • A criação e manutenção de perfis em mídias sociais
tendem a contribuir para a reputação online do
pesquisador;
• À medida que os benefícios se tornem mais aparentes
as mídias sociais podem em breve tornar-se parte
integrante do ‘kit de ferramentas’ do pesquisador
(BIK; GOLDSTEIN, 2013).
24. • A baixa presença online do grupo de pesquisadores
selecionados não possibilitou verificar diferenças de
uso entre os tipos de plataforma condicionando a
análise de apenas uma, o ResearchGate;
• Não foi possível predizer uma relação entre
visualizações e citações.
• Para efeito de comparações, pesquisas que analisem
outro grupo de pesquisadores devem ser conduzidas.
25. • Assim como a cientometria se dedica à análise de
correspondência entre cientistas, um estudo
cientométrico 2.0 pode se dedicar a investigações em
torno das conversas entre pesquisadores por meio de
blogs, microblogs, redes sociais, grupos de discussão e
fóruns na internet, ampliando seu escopo de análise
para além da presença online e visibilidade
26. • AMERICAN ASSOCIATION FOR THE ADVANCEMENT OF SCIENCE
(AAAS). Communicating Science Online. 2013
• BIK, H. M.; GOLDSTEIN, M. C.. Na Introduction to Social Media for
Scientists. PLoS Biol v.11, n.4, 2013.
• BUKVOVA, H.. Information Demand on Scientists' Internet Profiles .
Sprouts: Working Papers on Information Systems, v.11, n.173, p.1-34,
2011.
• MARQUES, F. Curtir e compartilhar: Uma nova onda de ferramentas
digitais causa impacto no modo de trabalhar dos pesquisadores.
Revista FAPESP, maio, p. 32- 35, 2012
• PRIEM, J.; HEMMINGER, B.M. Scientometrics 2.0: Toward New Metrics
of Scholar-ly Impact on the Social Web. First Monday, v.15, n. 7-5.,
2010.
• REBIUN. Science 2.0: the use of social networking in research. Revised
and updated. Madrid: REBIUN, 2011.
27. • RESEARCHGATE PRESS OFFICE. 2013: A year of great
opportunities. Dez., 2013.
• SANTOS, E.; FREIRE, J.; SILVA, C.. Information Sharing in
Science 2.0: Challenges and Opportunities. In: CHI
Workshop on The Changing Face of Digital Science: New
Practices in Scientific Collaborations. Boston, abr., 2009.
• TERRAS, M. Is blogging and tweeting about research
papers worth it? The Verdict. Melissa Terras’Blog. 3, abr.,
2012.
• WALDROP, M. M. Science 2.0. Scientific American , n.298,
mail, p.68-73, 2008..