SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 3
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Unidade Educacional IV: “Aperfeiçoando o uso de instrumentos e dispositivos de
regulação - A”.
DESAFIOS DA REGULAÇÃO EM PÓLIS*
O município, a região e a condição de gestão:
O município de POLIS é o 3º mais populoso do estado; com população estimada em 2012 de 1.105.096
habitantes; apresenta uma taxa de crescimento anual de 1,24% e esperança de vida ao nascer de 74 anos. A
cobertura de saúde suplementar da população residente é de 35%, e desta, 75% corresponde a contratos
coletivos empresariais. É polo da região metropolitana, com população estimada de 3.083.945 habitantes,
constituída de 19 municípios, a maioria cidades dormitório.
A regionalização do município conformou cinco distritos de saúde, subdivididos em microterritórios
sanitários. POLIS habilitou-se à condição de gestão semiplena, conforme previsto na NOB/93 e à gestão plena
do sistema municipal de saúde quando passou a vigorar a NOB/96. Atualmente, pela adesão ao Pacto pela
Saúde, a transferência de recursos financeiros federais corresponde a cerca de 27 milhões de reais por mês.
Mais recentemente, com a publicação do decreto 7.508 e, pela necessidade de rever estratégias de
regionalização e de pactuação de responsabilidades com demais municípios da região e com o estado, tem-se
destacado a importância da região se organizar para firmar o Contrato Organizativo de Ação Pública – COAP.
Apesar da longa trajetória na gestão do SUS, POLIS não é responsável pela gestão da totalidade dos serviços
no município; em alguns existe duplicidade de comando com o governo do estado e não tem a gestão do
Hospital Universitário. Essa situação contribui para paralelismo e competição na regulação de algumas
situações, especialmente aquelas para as quais o acesso é mais difícil, tais como urgência/emergência e
especialidades ambulatoriais que envolvem alta densidade tecnológica.
Informações sobre a regulação de urgências
Para o atendimento de urgência Pólis conta com sete unidades de pronto atendimento - UPA, cinco hospitais
públicos com serviços de U/E, um SAMU Regional, uma Central de Regulação de Urgências e uma Central de
Regulação de Leitos. A gestão das UPA e da Central de Regulação das Urgências é municipal, e a gestão dos
hospitais públicos e da Central de Regulação de Leitos estadual.
O SAMU Regional tem nove Unidades de Suporte Avançado - USA terrestres, 25 Unidades de Suporte Básico -
USB e um helicóptero da Polícia Militar com convênio para atendimento aero médico. Cinco USA estão no
município sede e as outras quatro em bases em posições estratégicas para um bom tempo resposta. Todos os
municípios tem base descentralizada de USB.
O número de leitos de cirurgia e terapia intensiva é suficiente para atender a população de PÓLIS, mas
insuficiente para a referenciada. Já os leitos de clínica médica, apesar dos esforços realizados pela gestão, são
insuficientes inclusive para atender a própria demanda do município. Essa situação contribui para
superlotação nos serviços de urgência da cidade. Em especialidades como ortotrauma, cardio e neuro a única
referência de emergência para toda a região é o hospital estadual do município. Não existem leitos
específicos de UCO ou UAVC nos hospitais, tendo os pacientes com afecções cardiovasculares que serem
atendidos na emergência e utilizar os leitos de terapia intensiva existentes, competindo muitas vezes com os
casos de trauma cirúrgicos.
As ambulâncias do SAMU possuem telemedicina em suas USA, mas não foi implantado o protocolo da linha
de cuidado do IAM e do AVC. Por esse motivo, o trombolítico, quando indicado, é realizado somente na
emergência hospitalar, não sendo aplicado nas ambulâncias do SAMU e nas UPA, o que provoca uma
necessidade de regulação de urgência e transporte adequado desses pacientes em um tempo ágil.
Os pacientes mais graves atendidos nas UPA e nos hospitais da região, depois de estabilizados em geral não
conseguem ser transferidos para um leito hospitalar antes de 24 ou 48 horas, o que provoca superlotação
nessas unidades, comprometendo a qualidade do atendimento prestado. A transferência é feita pelas
ambulâncias do SAMU e regulada pela Central de Regulação das Urgências, que tem muita dificuldade de
fazer a interface com a Central de Regulação de Leitos. Pela distância entre os municípios, muitas vezes um
chamado da população para a Central de Regulação das Urgências fica com tempo resposta prejudicado
devido à ambulância do SAMU estar fazendo transporte inter-hospitalar ou intermunicipal.
Os pacientes atendidos pelo SAMU e regulados pela Central de Regulação das Urgências, mesmo
estabilizados, não vão diretamente para os leitos de enfermaria, de terapia intensiva ou diretamente ao
centro cirúrgico, entrando pela e ficando um período na emergência, o que contribui ainda mais para a
superlotação dessas unidades.
O município conta ainda com nove hospitais privados conveniados ao SUS e somente três deles tem porta de
entrada de emergência com algumas especialidades; os demais têm somente pronto atendimento. A cidade
conta ainda com quatro hospitais privados sem convênio com o SUS. Com isso, nem todos os pacientes que
tem convênio privado e são atendidos pelo SAMU podem ser encaminhados para a rede conveniada, tendo
que ir para uma emergência pública até sua estabilização.
O município implantou uma equipe de atendimento domiciliar que pactuou com o SAMU realizar o
transporte do paciente domicílio-hospital-domicílio, quando houver necessidade, de acordo com a central de
regulação das urgências. Duas rodovias que ligam alguns municípios foram privatizadas e montaram o serviço
de atendimento médico nas estradas, com uma central para acionamento e encaminhamento das vítimas
atendidas, mas que não faz nenhum contato com a Central de Regulação das Urgências, encaminhando os
pacientes diretamente para as portas de entrada do município polo.
Informações sobre a regulação das internações
Um dos principais problemas de acesso às internações é a retaguarda de ortopedia para realizar os
procedimentos de segundo tempo do trauma e os problemas cirúrgicos de neonatos principalmente para
cirurgia cardíaca. Faltam definições de fluxo para doenças de grande prevalência como as síndromes
coronarianas agudas e acidentes vasculares cerebrais. Importante também é o número de pacientes
sequelados e crônicos que ocupam os leitos dos grandes hospitais.
É grande o número de solicitações de prioridades por parte das promotorias e defensorias públicas regionais
e mesmo de outras regiões e a judicialização dessa demanda, principalmente o acesso à leitos de terapia
intensiva, às cirurgias ortopédicas e às cirurgias cardíacas neonatais. Outro problema é o número de pedidos
dos hospitais conveniados e não conveniados para transferir internações de urgência de usuários de planos
de saúde e particulares para o SUS, principalmente os que precisam de leitos em terapia intensiva e cirurgias
mais complexas, muitas vezes também com judiciliazação da demanda.
O município possui uma central de regulação de leitos que faz parte do complexo regulador juntamente com
a central de regulação de urgências e de acesso à consultas e exames especializados e funciona em parceria
com o SAMU municipal. Estas estruturas, no entanto, não estão adequadamente integradas e isso se
expressa em dificuldades para a regulação dos leitos: duplicidade de comando; falta de protocolos de fluxos e
de priorizações bem pactuados e estabelecidos; sistema de informação inadequado para as necessidades
atuais; não controle e acompanhamento dos leitos de retaguarda, além do descompasso entre demanda e
oferta em algumas especialidades, o que causa muito stress na equipe reguladora.
Informações sobre a regulação ambulatorial
O modelo de regulação na região de saúde apresenta inúmeras fragilidades, com destaque para a
incapacidade em adequar e otimizar a capacidade instalada e para a implementação de fluxos assistenciais;
os cadastros estão desatualizados na maioria dos estabelecimentos; informações gerenciais e de oferta e
utilização não confiáveis; o sistema de informação não atende as necessidades e as regras e protocolos que
orientam o acesso aos serviços e ações de saúde ainda não estão totalmente consolidadas.
Análise sobre os serviços de atenção básica, tanto em POLIS como na região, mostra baixa resolubilidade e
pouca influência na regulação do acesso aos outros níveis de atenção. Essa situação é agravada pela alta
rotatividade dos profissionais médicos; acolhimento desumanizado pelas equipes; falta de médicos nas ESF;
dificuldade de agendamento de consultas eletivas nas UBS; elevado número de encaminhamentos
aguardando agendamento para atenção ambulatorial especializada, entre outros problemas.
Constata-se que vários municípios da região, pressionados pelas situações decorrentes de demandas
reprimidas, fazem contratos extras – ‘fora do SUS’ - com prestadores para atender demandas específicas,
como para exames e procedimentos ambulatoriais especializados. O acesso à atenção especializada pública
eletiva é solicitado pelas unidades de atenção básica e pelos municípios da região, não havendo procura
direta ao especialista, exceto em oftalmologia. O sistema de agendamento é informatizado e a programação
da oferta é regulada pela diretoria de avaliação e controle - DAC. Como o agendamento é concentrado nos
primeiros dias do mês, quando as UBS abrem a agenda dos especialistas para marcação, formam-se longas
filas, com disputa de vagas. Em algumas áreas de especialidade, geralmente de alto custo como a cardíaca e a
ortopédica, há oferta acima da necessidade, ao passo que em outras, como dermatologia e otorrino, por
exemplo, se observa importante restrição.
A oferta insuficiente de consultas especializadas, associada à falta de acesso ao especialista ou à realização de
procedimentos de diagnose e terapia nos hospitais e ambulatórios cirúrgicos, repercute na resolubilidade da
assistência ambulatorial. Mesmo que se obtenha acesso à consulta isso não garante a realização do
procedimento diagnóstico ou terapêutico. Recente levantamento mostra que o número de usuários que
aguarda consultas/procedimentos se conta aos milhares e o tempo de espera varia, de acordo com a
especialidade, entre seis e 26 meses.
A SMS de POLIS destaca que as restrições orçamentárias e financeiras do Fundo Municipal de Saúde e a
excessiva demanda oriunda dos municípios próximos, são as principais causas das dificuldades. Por outro
lado, os representantes da secretaria estadual de saúde e alguns gestores da região argumentam, na CIR, que
o município restringe indevidamente o acesso aos usuários da região, não cumprindo a Programação
Pactuada e Integrada – PPI e que não apresenta proposta adequada para organizar o fluxo de solicitação.
“Planilha de diretrizes para organização da regulação de urgências em Pólis”**
PLANILHA DE DIRETRIZES PARA A ORGANIZAÇÃO DE URGÊNCIAS EM PÓLIS
(Região: )
Questões Respostas (em ordem de importância; no máximo de três por cada
questão)
Que medidas / projetos / propostas entende
que seriam necessários para melhorar a
atenção às urgências na região?
1.
2.
3.
Especificamente com relação à regulação das
urgências o que poderia ser feito para
melhorá-la?
1.
2.
3.
Como incluir a atenção básica na Rede de
Atenção à Urgência e Emergência (RAUE),
dando-lhe mais protagonismo no complexo
regulatório?
1.
2.
3.
Quais condições / atribuições são as mais
relevantes para qualificar o papel do médico
regulador de urgências, de forma a tornar
mais efetivo seu papel no complexo
regulatório?
1.
2.
3.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

SClínico H - Médico / Enfermeiro - Indicadores Cirurgia Segura
SClínico H - Médico / Enfermeiro - Indicadores Cirurgia SeguraSClínico H - Médico / Enfermeiro - Indicadores Cirurgia Segura
SClínico H - Médico / Enfermeiro - Indicadores Cirurgia Segura
sclinico
 

Was ist angesagt? (9)

Novos Planos Unimed
Novos Planos UnimedNovos Planos Unimed
Novos Planos Unimed
 
Melhoria na saúde
Melhoria na saúdeMelhoria na saúde
Melhoria na saúde
 
[OPERAÇÃO UNIFORME] Fase 1: Meu SUS é igual ao seu SUS?
[OPERAÇÃO UNIFORME] Fase 1: Meu SUS é igual ao seu SUS?[OPERAÇÃO UNIFORME] Fase 1: Meu SUS é igual ao seu SUS?
[OPERAÇÃO UNIFORME] Fase 1: Meu SUS é igual ao seu SUS?
 
Unimed Apresentação
Unimed ApresentaçãoUnimed Apresentação
Unimed Apresentação
 
Cofen
CofenCofen
Cofen
 
Coren
CorenCoren
Coren
 
SClínico H - Médico / Enfermeiro - Indicadores Cirurgia Segura
SClínico H - Médico / Enfermeiro - Indicadores Cirurgia SeguraSClínico H - Médico / Enfermeiro - Indicadores Cirurgia Segura
SClínico H - Médico / Enfermeiro - Indicadores Cirurgia Segura
 
PORTARIA INTERMINISTERIAL N. 405, DE 15 DE MARÇO DE 2016
PORTARIA INTERMINISTERIAL N. 405, DE 15 DE MARÇO DE 2016PORTARIA INTERMINISTERIAL N. 405, DE 15 DE MARÇO DE 2016
PORTARIA INTERMINISTERIAL N. 405, DE 15 DE MARÇO DE 2016
 
[OPERAÇÃO AMPULHETA] Reduzindo o prazo de revisão do Rol da ANS
[OPERAÇÃO AMPULHETA] Reduzindo o prazo de revisão do Rol da ANS[OPERAÇÃO AMPULHETA] Reduzindo o prazo de revisão do Rol da ANS
[OPERAÇÃO AMPULHETA] Reduzindo o prazo de revisão do Rol da ANS
 

Ähnlich wie Aperfeiçoando o uso de instrumentos e dispositivos de regulação - A

Hcpa um modelo de sucesso 2
Hcpa   um modelo de sucesso 2Hcpa   um modelo de sucesso 2
Hcpa um modelo de sucesso 2
Walter Rorschach
 
administração hospitalar
administração hospitalaradministração hospitalar
administração hospitalar
biblisaocamilo
 
Informe saude.outubro
Informe saude.outubroInforme saude.outubro
Informe saude.outubro
neepssuerj
 
Instituto ideia
Instituto ideiaInstituto ideia
Instituto ideia
cidaschio
 
Relatório situacional do hospital municipal 4 parte
Relatório situacional do hospital municipal  4 parteRelatório situacional do hospital municipal  4 parte
Relatório situacional do hospital municipal 4 parte
Zivaini Pio de Santana
 
V seminário internacional em promoção da saúd1
V seminário internacional em promoção da saúd1V seminário internacional em promoção da saúd1
V seminário internacional em promoção da saúd1
Vilma Pereira da Silva
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA UNIDADE 1 1 2 3.pptx
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA UNIDADE 1 1 2 3.pptxASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA UNIDADE 1 1 2 3.pptx
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA UNIDADE 1 1 2 3.pptx
RaymariAlmeida1
 

Ähnlich wie Aperfeiçoando o uso de instrumentos e dispositivos de regulação - A (20)

Brasília Saudável
Brasília SaudávelBrasília Saudável
Brasília Saudável
 
Hcpa um modelo de sucesso
Hcpa   um modelo de sucessoHcpa   um modelo de sucesso
Hcpa um modelo de sucesso
 
Hcpa um modelo de sucesso 2
Hcpa   um modelo de sucesso 2Hcpa   um modelo de sucesso 2
Hcpa um modelo de sucesso 2
 
Unopar (TrabalhoInterdisciplinar de Grupo) upa 24 horas
Unopar (TrabalhoInterdisciplinar de Grupo) upa 24 horasUnopar (TrabalhoInterdisciplinar de Grupo) upa 24 horas
Unopar (TrabalhoInterdisciplinar de Grupo) upa 24 horas
 
administração hospitalar
administração hospitalaradministração hospitalar
administração hospitalar
 
Informe saude.outubro
Informe saude.outubroInforme saude.outubro
Informe saude.outubro
 
apresentacao_situacao_das_rue.ppt
apresentacao_situacao_das_rue.pptapresentacao_situacao_das_rue.ppt
apresentacao_situacao_das_rue.ppt
 
Ampliação da oferta de exames - Lincoln Ferreira
Ampliação da oferta de exames - Lincoln Ferreira Ampliação da oferta de exames - Lincoln Ferreira
Ampliação da oferta de exames - Lincoln Ferreira
 
Revista saude para todos 1ª edição
Revista saude para todos  1ª ediçãoRevista saude para todos  1ª edição
Revista saude para todos 1ª edição
 
Governo lança o “SOS Emergências” para aprimorar a gestão de hospitais
Governo lança o “SOS Emergências” para aprimorar a gestão de hospitaisGoverno lança o “SOS Emergências” para aprimorar a gestão de hospitais
Governo lança o “SOS Emergências” para aprimorar a gestão de hospitais
 
Instituto ideia
Instituto ideiaInstituto ideia
Instituto ideia
 
Revista Enfermagem Profissional
Revista Enfermagem ProfissionalRevista Enfermagem Profissional
Revista Enfermagem Profissional
 
Manual regulacao ambulatorial2_20140606
Manual regulacao ambulatorial2_20140606Manual regulacao ambulatorial2_20140606
Manual regulacao ambulatorial2_20140606
 
Relatório situacional do hospital municipal 4 parte
Relatório situacional do hospital municipal  4 parteRelatório situacional do hospital municipal  4 parte
Relatório situacional do hospital municipal 4 parte
 
Aula - Regilene - POLITICA DE ATENCAO UE-14fev17-Tarde.ppt
Aula - Regilene - POLITICA DE ATENCAO UE-14fev17-Tarde.pptAula - Regilene - POLITICA DE ATENCAO UE-14fev17-Tarde.ppt
Aula - Regilene - POLITICA DE ATENCAO UE-14fev17-Tarde.ppt
 
Hospital dia
Hospital diaHospital dia
Hospital dia
 
POLICLÍNICA-SAUDE COLETIVA I
POLICLÍNICA-SAUDE COLETIVA IPOLICLÍNICA-SAUDE COLETIVA I
POLICLÍNICA-SAUDE COLETIVA I
 
V seminário internacional em promoção da saúd1
V seminário internacional em promoção da saúd1V seminário internacional em promoção da saúd1
V seminário internacional em promoção da saúd1
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA UNIDADE 1 1 2 3.pptx
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA UNIDADE 1 1 2 3.pptxASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA UNIDADE 1 1 2 3.pptx
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA UNIDADE 1 1 2 3.pptx
 
Atenção Especializada no Paraná
Atenção Especializada no ParanáAtenção Especializada no Paraná
Atenção Especializada no Paraná
 

Mehr von Rodrigo Zardo

Texto leit preivia_ativ_26mar2014
Texto leit preivia_ativ_26mar2014Texto leit preivia_ativ_26mar2014
Texto leit preivia_ativ_26mar2014
Rodrigo Zardo
 
Planilha de Diretrizes para a Organização de Urgências em Pólis
Planilha de Diretrizes para a Organização de Urgências em PólisPlanilha de Diretrizes para a Organização de Urgências em Pólis
Planilha de Diretrizes para a Organização de Urgências em Pólis
Rodrigo Zardo
 
Texto 2 leit_pre__769%3bvia_ativ_7mai14
Texto 2 leit_pre__769%3bvia_ativ_7mai14Texto 2 leit_pre__769%3bvia_ativ_7mai14
Texto 2 leit_pre__769%3bvia_ativ_7mai14
Rodrigo Zardo
 
Texto 1 leit_pre__769%3bvia_ativ_7mai14
Texto 1 leit_pre__769%3bvia_ativ_7mai14Texto 1 leit_pre__769%3bvia_ativ_7mai14
Texto 1 leit_pre__769%3bvia_ativ_7mai14
Rodrigo Zardo
 
A morte de ivan ilitch
A morte de ivan ilitchA morte de ivan ilitch
A morte de ivan ilitch
Rodrigo Zardo
 
Ávore Explicativa de Problemas
Ávore Explicativa de ProblemasÁvore Explicativa de Problemas
Ávore Explicativa de Problemas
Rodrigo Zardo
 
A Regulação pública da saúde no Estado brasileiro
A Regulação pública da saúde no Estado brasileiroA Regulação pública da saúde no Estado brasileiro
A Regulação pública da saúde no Estado brasileiro
Rodrigo Zardo
 
Regulacao Politica Nacional de Humanizacao e Acolhimento
Regulacao Politica Nacional de Humanizacao e AcolhimentoRegulacao Politica Nacional de Humanizacao e Acolhimento
Regulacao Politica Nacional de Humanizacao e Acolhimento
Rodrigo Zardo
 
Árvore Explicativa de Problemas
Árvore Explicativa de ProblemasÁrvore Explicativa de Problemas
Árvore Explicativa de Problemas
Rodrigo Zardo
 
Regulacao uei analise_swot
Regulacao uei analise_swotRegulacao uei analise_swot
Regulacao uei analise_swot
Rodrigo Zardo
 
Regulacao a unidade_de_saude_novo_horizonte_parte_2_leitura_previa25set
Regulacao a unidade_de_saude_novo_horizonte_parte_2_leitura_previa25setRegulacao a unidade_de_saude_novo_horizonte_parte_2_leitura_previa25set
Regulacao a unidade_de_saude_novo_horizonte_parte_2_leitura_previa25set
Rodrigo Zardo
 
Texto1 leit previa_reg_ativ18set2013
Texto1 leit previa_reg_ativ18set2013Texto1 leit previa_reg_ativ18set2013
Texto1 leit previa_reg_ativ18set2013
Rodrigo Zardo
 

Mehr von Rodrigo Zardo (12)

Texto leit preivia_ativ_26mar2014
Texto leit preivia_ativ_26mar2014Texto leit preivia_ativ_26mar2014
Texto leit preivia_ativ_26mar2014
 
Planilha de Diretrizes para a Organização de Urgências em Pólis
Planilha de Diretrizes para a Organização de Urgências em PólisPlanilha de Diretrizes para a Organização de Urgências em Pólis
Planilha de Diretrizes para a Organização de Urgências em Pólis
 
Texto 2 leit_pre__769%3bvia_ativ_7mai14
Texto 2 leit_pre__769%3bvia_ativ_7mai14Texto 2 leit_pre__769%3bvia_ativ_7mai14
Texto 2 leit_pre__769%3bvia_ativ_7mai14
 
Texto 1 leit_pre__769%3bvia_ativ_7mai14
Texto 1 leit_pre__769%3bvia_ativ_7mai14Texto 1 leit_pre__769%3bvia_ativ_7mai14
Texto 1 leit_pre__769%3bvia_ativ_7mai14
 
A morte de ivan ilitch
A morte de ivan ilitchA morte de ivan ilitch
A morte de ivan ilitch
 
Ávore Explicativa de Problemas
Ávore Explicativa de ProblemasÁvore Explicativa de Problemas
Ávore Explicativa de Problemas
 
A Regulação pública da saúde no Estado brasileiro
A Regulação pública da saúde no Estado brasileiroA Regulação pública da saúde no Estado brasileiro
A Regulação pública da saúde no Estado brasileiro
 
Regulacao Politica Nacional de Humanizacao e Acolhimento
Regulacao Politica Nacional de Humanizacao e AcolhimentoRegulacao Politica Nacional de Humanizacao e Acolhimento
Regulacao Politica Nacional de Humanizacao e Acolhimento
 
Árvore Explicativa de Problemas
Árvore Explicativa de ProblemasÁrvore Explicativa de Problemas
Árvore Explicativa de Problemas
 
Regulacao uei analise_swot
Regulacao uei analise_swotRegulacao uei analise_swot
Regulacao uei analise_swot
 
Regulacao a unidade_de_saude_novo_horizonte_parte_2_leitura_previa25set
Regulacao a unidade_de_saude_novo_horizonte_parte_2_leitura_previa25setRegulacao a unidade_de_saude_novo_horizonte_parte_2_leitura_previa25set
Regulacao a unidade_de_saude_novo_horizonte_parte_2_leitura_previa25set
 
Texto1 leit previa_reg_ativ18set2013
Texto1 leit previa_reg_ativ18set2013Texto1 leit previa_reg_ativ18set2013
Texto1 leit previa_reg_ativ18set2013
 

Aperfeiçoando o uso de instrumentos e dispositivos de regulação - A

  • 1. Unidade Educacional IV: “Aperfeiçoando o uso de instrumentos e dispositivos de regulação - A”. DESAFIOS DA REGULAÇÃO EM PÓLIS* O município, a região e a condição de gestão: O município de POLIS é o 3º mais populoso do estado; com população estimada em 2012 de 1.105.096 habitantes; apresenta uma taxa de crescimento anual de 1,24% e esperança de vida ao nascer de 74 anos. A cobertura de saúde suplementar da população residente é de 35%, e desta, 75% corresponde a contratos coletivos empresariais. É polo da região metropolitana, com população estimada de 3.083.945 habitantes, constituída de 19 municípios, a maioria cidades dormitório. A regionalização do município conformou cinco distritos de saúde, subdivididos em microterritórios sanitários. POLIS habilitou-se à condição de gestão semiplena, conforme previsto na NOB/93 e à gestão plena do sistema municipal de saúde quando passou a vigorar a NOB/96. Atualmente, pela adesão ao Pacto pela Saúde, a transferência de recursos financeiros federais corresponde a cerca de 27 milhões de reais por mês. Mais recentemente, com a publicação do decreto 7.508 e, pela necessidade de rever estratégias de regionalização e de pactuação de responsabilidades com demais municípios da região e com o estado, tem-se destacado a importância da região se organizar para firmar o Contrato Organizativo de Ação Pública – COAP. Apesar da longa trajetória na gestão do SUS, POLIS não é responsável pela gestão da totalidade dos serviços no município; em alguns existe duplicidade de comando com o governo do estado e não tem a gestão do Hospital Universitário. Essa situação contribui para paralelismo e competição na regulação de algumas situações, especialmente aquelas para as quais o acesso é mais difícil, tais como urgência/emergência e especialidades ambulatoriais que envolvem alta densidade tecnológica. Informações sobre a regulação de urgências Para o atendimento de urgência Pólis conta com sete unidades de pronto atendimento - UPA, cinco hospitais públicos com serviços de U/E, um SAMU Regional, uma Central de Regulação de Urgências e uma Central de Regulação de Leitos. A gestão das UPA e da Central de Regulação das Urgências é municipal, e a gestão dos hospitais públicos e da Central de Regulação de Leitos estadual. O SAMU Regional tem nove Unidades de Suporte Avançado - USA terrestres, 25 Unidades de Suporte Básico - USB e um helicóptero da Polícia Militar com convênio para atendimento aero médico. Cinco USA estão no município sede e as outras quatro em bases em posições estratégicas para um bom tempo resposta. Todos os municípios tem base descentralizada de USB. O número de leitos de cirurgia e terapia intensiva é suficiente para atender a população de PÓLIS, mas insuficiente para a referenciada. Já os leitos de clínica médica, apesar dos esforços realizados pela gestão, são insuficientes inclusive para atender a própria demanda do município. Essa situação contribui para superlotação nos serviços de urgência da cidade. Em especialidades como ortotrauma, cardio e neuro a única referência de emergência para toda a região é o hospital estadual do município. Não existem leitos específicos de UCO ou UAVC nos hospitais, tendo os pacientes com afecções cardiovasculares que serem atendidos na emergência e utilizar os leitos de terapia intensiva existentes, competindo muitas vezes com os casos de trauma cirúrgicos. As ambulâncias do SAMU possuem telemedicina em suas USA, mas não foi implantado o protocolo da linha de cuidado do IAM e do AVC. Por esse motivo, o trombolítico, quando indicado, é realizado somente na emergência hospitalar, não sendo aplicado nas ambulâncias do SAMU e nas UPA, o que provoca uma necessidade de regulação de urgência e transporte adequado desses pacientes em um tempo ágil. Os pacientes mais graves atendidos nas UPA e nos hospitais da região, depois de estabilizados em geral não conseguem ser transferidos para um leito hospitalar antes de 24 ou 48 horas, o que provoca superlotação nessas unidades, comprometendo a qualidade do atendimento prestado. A transferência é feita pelas ambulâncias do SAMU e regulada pela Central de Regulação das Urgências, que tem muita dificuldade de fazer a interface com a Central de Regulação de Leitos. Pela distância entre os municípios, muitas vezes um
  • 2. chamado da população para a Central de Regulação das Urgências fica com tempo resposta prejudicado devido à ambulância do SAMU estar fazendo transporte inter-hospitalar ou intermunicipal. Os pacientes atendidos pelo SAMU e regulados pela Central de Regulação das Urgências, mesmo estabilizados, não vão diretamente para os leitos de enfermaria, de terapia intensiva ou diretamente ao centro cirúrgico, entrando pela e ficando um período na emergência, o que contribui ainda mais para a superlotação dessas unidades. O município conta ainda com nove hospitais privados conveniados ao SUS e somente três deles tem porta de entrada de emergência com algumas especialidades; os demais têm somente pronto atendimento. A cidade conta ainda com quatro hospitais privados sem convênio com o SUS. Com isso, nem todos os pacientes que tem convênio privado e são atendidos pelo SAMU podem ser encaminhados para a rede conveniada, tendo que ir para uma emergência pública até sua estabilização. O município implantou uma equipe de atendimento domiciliar que pactuou com o SAMU realizar o transporte do paciente domicílio-hospital-domicílio, quando houver necessidade, de acordo com a central de regulação das urgências. Duas rodovias que ligam alguns municípios foram privatizadas e montaram o serviço de atendimento médico nas estradas, com uma central para acionamento e encaminhamento das vítimas atendidas, mas que não faz nenhum contato com a Central de Regulação das Urgências, encaminhando os pacientes diretamente para as portas de entrada do município polo. Informações sobre a regulação das internações Um dos principais problemas de acesso às internações é a retaguarda de ortopedia para realizar os procedimentos de segundo tempo do trauma e os problemas cirúrgicos de neonatos principalmente para cirurgia cardíaca. Faltam definições de fluxo para doenças de grande prevalência como as síndromes coronarianas agudas e acidentes vasculares cerebrais. Importante também é o número de pacientes sequelados e crônicos que ocupam os leitos dos grandes hospitais. É grande o número de solicitações de prioridades por parte das promotorias e defensorias públicas regionais e mesmo de outras regiões e a judicialização dessa demanda, principalmente o acesso à leitos de terapia intensiva, às cirurgias ortopédicas e às cirurgias cardíacas neonatais. Outro problema é o número de pedidos dos hospitais conveniados e não conveniados para transferir internações de urgência de usuários de planos de saúde e particulares para o SUS, principalmente os que precisam de leitos em terapia intensiva e cirurgias mais complexas, muitas vezes também com judiciliazação da demanda. O município possui uma central de regulação de leitos que faz parte do complexo regulador juntamente com a central de regulação de urgências e de acesso à consultas e exames especializados e funciona em parceria com o SAMU municipal. Estas estruturas, no entanto, não estão adequadamente integradas e isso se expressa em dificuldades para a regulação dos leitos: duplicidade de comando; falta de protocolos de fluxos e de priorizações bem pactuados e estabelecidos; sistema de informação inadequado para as necessidades atuais; não controle e acompanhamento dos leitos de retaguarda, além do descompasso entre demanda e oferta em algumas especialidades, o que causa muito stress na equipe reguladora. Informações sobre a regulação ambulatorial O modelo de regulação na região de saúde apresenta inúmeras fragilidades, com destaque para a incapacidade em adequar e otimizar a capacidade instalada e para a implementação de fluxos assistenciais; os cadastros estão desatualizados na maioria dos estabelecimentos; informações gerenciais e de oferta e utilização não confiáveis; o sistema de informação não atende as necessidades e as regras e protocolos que orientam o acesso aos serviços e ações de saúde ainda não estão totalmente consolidadas. Análise sobre os serviços de atenção básica, tanto em POLIS como na região, mostra baixa resolubilidade e pouca influência na regulação do acesso aos outros níveis de atenção. Essa situação é agravada pela alta rotatividade dos profissionais médicos; acolhimento desumanizado pelas equipes; falta de médicos nas ESF; dificuldade de agendamento de consultas eletivas nas UBS; elevado número de encaminhamentos aguardando agendamento para atenção ambulatorial especializada, entre outros problemas. Constata-se que vários municípios da região, pressionados pelas situações decorrentes de demandas reprimidas, fazem contratos extras – ‘fora do SUS’ - com prestadores para atender demandas específicas,
  • 3. como para exames e procedimentos ambulatoriais especializados. O acesso à atenção especializada pública eletiva é solicitado pelas unidades de atenção básica e pelos municípios da região, não havendo procura direta ao especialista, exceto em oftalmologia. O sistema de agendamento é informatizado e a programação da oferta é regulada pela diretoria de avaliação e controle - DAC. Como o agendamento é concentrado nos primeiros dias do mês, quando as UBS abrem a agenda dos especialistas para marcação, formam-se longas filas, com disputa de vagas. Em algumas áreas de especialidade, geralmente de alto custo como a cardíaca e a ortopédica, há oferta acima da necessidade, ao passo que em outras, como dermatologia e otorrino, por exemplo, se observa importante restrição. A oferta insuficiente de consultas especializadas, associada à falta de acesso ao especialista ou à realização de procedimentos de diagnose e terapia nos hospitais e ambulatórios cirúrgicos, repercute na resolubilidade da assistência ambulatorial. Mesmo que se obtenha acesso à consulta isso não garante a realização do procedimento diagnóstico ou terapêutico. Recente levantamento mostra que o número de usuários que aguarda consultas/procedimentos se conta aos milhares e o tempo de espera varia, de acordo com a especialidade, entre seis e 26 meses. A SMS de POLIS destaca que as restrições orçamentárias e financeiras do Fundo Municipal de Saúde e a excessiva demanda oriunda dos municípios próximos, são as principais causas das dificuldades. Por outro lado, os representantes da secretaria estadual de saúde e alguns gestores da região argumentam, na CIR, que o município restringe indevidamente o acesso aos usuários da região, não cumprindo a Programação Pactuada e Integrada – PPI e que não apresenta proposta adequada para organizar o fluxo de solicitação. “Planilha de diretrizes para organização da regulação de urgências em Pólis”** PLANILHA DE DIRETRIZES PARA A ORGANIZAÇÃO DE URGÊNCIAS EM PÓLIS (Região: ) Questões Respostas (em ordem de importância; no máximo de três por cada questão) Que medidas / projetos / propostas entende que seriam necessários para melhorar a atenção às urgências na região? 1. 2. 3. Especificamente com relação à regulação das urgências o que poderia ser feito para melhorá-la? 1. 2. 3. Como incluir a atenção básica na Rede de Atenção à Urgência e Emergência (RAUE), dando-lhe mais protagonismo no complexo regulatório? 1. 2. 3. Quais condições / atribuições são as mais relevantes para qualificar o papel do médico regulador de urgências, de forma a tornar mais efetivo seu papel no complexo regulatório? 1. 2. 3.