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MANEJO DO SOLO
E ADUBAÇÃO
Equilíbrio Nutricional
Melhoramento do Solo
Saúde da Planta
KUNIO NAGAI
AKIRA KISHIMOTO
MARÇO/2008
Instituto de Pesquisas Técnicas e
Difusões Agropecuárias da JATAK
Prefácio
Nesta oportunidade, através da Divisão de Informação do Instituto de Pesquisas Técnicas e
Difusões Agropecuárias da JATAK (IPTDA-JATAK), publicamos o livro intitulado Manejo do Solo e
Adubação, cujos autores são o EngOAgrO Kunio Nagai, chefe da Divisão de Treinamento e Intercâmbio
deste Centro de Pesquisa e Sr. Akira Kishimoto, seu companheiro de longa data.
Os avós, matemos do senhor Nagai vieram para o Brasil no navio Ryojun Maru, em 1910, e
estabeleceram-se em Guatapará, SP, mesmo local onde se encontra atualmente o IPTDA.
Neste ano de 2008, em que se comemora o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, contribuir
para a publicação deste livro, deixou-me muitíssimo lisonjeado.
Quando vim trabalhar no IPTDA, em abril de 2007, o Sr. Nagai, então chefe da Divisão de Pesqui-
sas Técnicas Agrícolas do IPTDA, costumava dizer que "para sanar as dificuldades encontradas pelos
pequenos e médios produtores, a questão básica é solucionar os problemas contidos no solo".
A continuidade da atividade agrícola tomar-se-á inviável caso não equacionemos a recuperação
do solo rapidamente, alterando o uso inadequado de adubos químicos, defensivos agrícolas, preparo do
solo, entre outros, empregados desde longa data. Desta feita, atualmente, esta é a sua maior preocupação.
O Sr. Nagai prega, com muita convicção, a viabilidade da agricultura orgânica. Assim, alguns
experimentos com as culturas orgânicas de banana, café, citrus entre outras estão sendo desenvolvidas no
IPTDA.
Embora os resultados dessas pesquisas demandem algum tempo; graças à orientação do Dr.
Shiro Miyasaka, seu mestre em agricultura orgânica e à convicção adquirida durante os longos anos de
experiência como ~ngenheiro agrônomo, desejava difundir a prática da agricultura natural e orgânica, com a
missão de levar novo alento aos agricultores o mais rápido possível. Pensando desta forma, foi transferido
do cargo de chefe da Divisão de Pesquisas Técnicas Agrícolas para chefe da Divisão de Treinamento e
Intercâmbio do IPTDA-JATAK.
Hoje, podemos observar que a luta do Sr. Nagai, e o seu grande entusiasmo, incentivando a
agricultura natural ou orgânica, não foram em vão.
Após meio ano, foi feito um levantamento, através de um questionário enviado pelo Ministério da
Agricultura, Silvicultura e Pesca do Japão, onde se constatou que os agricultores ficaram surpresos com os
resultados obtidos em culturas de ciclo curto, como o alho, criando muitas expectativas perante a JATAK,
antes uma instituição pouco conhecida entre os agricultores.
Obviamente, existem ainda vários entraves visando à implantação de uma agricultura sustentá-
vel, indispensável para a preservação do meio ambiente, do solo, de uma atividade produtiva e administra-
tivamente econômica.
res.
Portanto, espero que a publicação deste livro contribua para o desenvolvimento dos agriculto-
EngOAgrO Tetsuhiro Hirose
Gerente Geral do IPTDA - JATAK
- I -
INTRODUÇÃO
A situação da agricultura hoje está cada vez mais dificil. Principalmente, os pequenos e médios
agricultores estão enfrentando, há muito tempo, uma séria crise em suas atividades. Assim, ocorre a tendên-
cia de deixar o campo e ir para os centros urbanos a fim de dedicar a outras atividades, trazendo como
conseqüência o grande êxodo rural com o superpovoamento das grandes cidades.
O produtor rural conduz suas lavouras baseado somente no uso de insumos considerados mo-
dernos, como fertilizantes químicos concentrados e defensivos químicos de alta toxicidade, lutando contra
as pragas e doenças.
É necessário entender que a produtividade, a qualidade, as pragas e as doenças na lavoura são
conseqüências e não causas. Temos que nos rever os conceitos fundamentais da agricultura.
A base da agricultura está no solo. Todos nós sabemos que uma planta bem nutrida é mais
tolerante ao ataque de pragas e doenças, permitindo obter boa produtividade e qualidade, com baixo custo
de produção, proporcionando altos lucros ao produtor.
Mas para que a planta seja sadia é necessário que o solo seja sadio.
A saúde do solo depende da vida, ou seja da mesofauna e microrganismos que são destruídos na
agricultura convencional. Este processo inicia-se com a derrubada das matas. O cultivo da terra com o
preparo mecânico de aração, gradagem e capinas contribuem para a destruição da vida do solo. Acentuam-
se com as adubações químicas de alta concentração, uso de herbicidas e defensivos químicos.
Em conseqüência desse processo, ocorre o desequilíbrio químico, fisico e biológico do solo,
causando todos os problemas da atual agricultura, tratando-se, portanto, de uma agricultura destrutiva, não
sustentável.
As propriedades químicas e fisicas do solo são determinadas pelas atividades biológicas, que
infelizmentejá não ocorrem na atual situação.
Mas sabemos que, graças às pesquisas, experimentos e observações de vários pesquisadores
preocupados com o destino do mundo, nos trouxeram a luz para a solução dos problemas em questão.
Precisamos direcionar a agricultura no sentido de fazer voltar a vida ao solo, através de métodos
relativamente simples e econômicos, permitindo desenvolver um sistema sustentável e lucrativo aos produ-
tores.
Esta é a razão de se levar as informações o mais urgente e, se possível, com a maior amplitude para
atingir todos os agricultores do Brasil e do mundo.
Apresentamos o tema em três partes: a primeira com alguns aspectos básicos a respeito do solo;
a segunda se refere aos critérios de cálculo para uma adubação química equilibrada, com alguns exemplos;
e a terceira, o preparo de insumos naturais para o uso na lavoura, visando melhorar o solo e o metabolismo
da planta.
Há cerca de vinte anos que vem sendo recomendado esse processo aos produtores, e todos
aqueles que o colocaramem prática tiveram resultados surpreendentes.
Registramos os nossos sinceros agradecimentos ao Prof. Edmar José Kiehl, aos colegas do
IPTDA-JATAK, engenheiros agrônomos, Tetsuhiro Hirose, Francisco Kenyti Hotta e ao estagiário univer-
sitário, Anderson Teidy Fuzita, pelos trabalhos de revisão deste pequeno manual. E em especial, à proi"
Katumi Ussami pela revisão final.
Ficaremos muito satisfeitos, se estas informações forem realmente úteis a todos, em beneficio de
uma agricultura sustentável, saudável e que possa contribuir para a paz, segurança e felicidade do país e da
humanidade.
Os autores
-III-
BREVE HISTÓRICO DOSAUTORES
KunioNagai
Engenheiro agrônomo graduado na Escola Superior de Agricultura"Luiz de Queiroz" da Univer-
sidade de São Paulo-Piracicaba, em 1961, e posteriormente fez o Curso de Administração na Universidade
Mackenzie graduando-se, em 1974.
Iniciou sua carreira como extensionista na Seção de Fomento Agrícola da Cooperativa Agrícola
de Cotia-CAC-, transferindo-se posteriormente para a Estação Experimental da CAC, em Atibaia, onde
ajudou a criar a empresa Agroflora Reflorestamento e Agropecuária S.A.,dedicando-se: a) ao trabalho de
melhoramento e produção de sementes de hortaliças; b) à produção de mudas frutíferas; c) à criação de
reprodutores de suínos e coelhos. Hoje essa empresa foi adquirida pela Sakata, grande produtora de semen-
tes do Japão.
Fundou a empresa Tanebras Sementes Melhoradas Ltda., dedicada ao melhoramento genético e
produção de sementes de hortaliças de elevada tecnologia.
Em seguida, dedicou-se à orientação aos lavradores, a partir de 1990, na firma Agro-Sul Comércio
e Representação Ltda., percorrendo várias regiões de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Nesse
trabalho, fundamentou-se: no uso de insumos orgânicos (bioestimulantes, corretivos e condicionadores de
solos), na adubação equilibrada, com base na análise química completa do solo, com macro e microelementos.
Trabalhou na Technes Agrícola Ltda., com insumos orgânicos, como bioestimulantes e turfa,
visando à melhoria do metabolismo da planta e do solo, concomitantemente com a nutrição equilibrada.
A partir de 1998, iniciou suas atividades na Agricultura Natural, sob a orientação do Dr.Shiro
Miyasaka, primeiro pesquisador de soja e um dos pioneiros da Agricultura Natural no Brasil.
Dedicou-se a várias atividades para propagação da agricultura sustentável, dando aulas no
Colégio Cooper Rural (da Organizationfor Industrial, Spiritual and Cultural Advancement-OISCA) em
Jacareí, colaborou junto ao Instituto de Terras do Estado de São Paulo-ITESP-Secretaria de Justiça do
Estado de São Paulo, na introdução da agricultura natural nos Assentamentos do Estado.
Convidado pelo Instituto de Pesquisas Técnicas e Difusões Agropecuárias da JATAK, em junho
de 2006, dedica-se à difusão de nova tecnologia para agricultura sustentável, atuando junto aos agriculto-
res de várias regiões de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina e outras.
- IV -
Akira Kishimoto
Natural de Kobe, Japão, fonnou-se na Faculdade de Agronomia de Hyogo (atual Universidade de
Kobe) em 1964, com especialização em Fruticultura.
Ainda universitário, em 1961, esteve no Brasil como estagiário durante 11 meses, quando se
sentiu fortemente atraído por este belo país.
Antes de imigrar ao Brasil, em março de 1965, fonnou-se na Escola de Especialização em Horticul-
tura da grande empresa de sementes Takii.
Chegou ao nosso país em junho de 1965, indo trabalhar na produção e melhoramento de semen-
tes de hortaliças em Pelotas, no Rio Grande do Sul, na propriedade do Sr.Nagatoshi Yamaguchi.
Transferiu-se para o estado de São Paulo, em 1966, inicialmente na Estação Experimental da
Cooperativa Agrícola Sul-Brasil, dedicando-se ao trabalho de pesquisa e melhoramento genético de horta-
liças.
Em 1968, foi para a Estação Experimental da Cooperativa Agricola de Cotia, onde foi fundada a
empresa Agroflora Reflorestamento e Agropecuária S.A. continuando a desenvolver pesquisa genética em
hortaliças. Conseguiu lançar o primeiro híbrido comercial de couve-flor, com a importante orientação dos
professores Marcílio de Souza Dias e Hiroshi Ikuta, do Departamento de Genética da E.S.A."Luiz de Quei-
roz", utilizando o fator de auto-incompatibilidade.
Desenvolveu vários cultivares de tomate, pepino, pimentão, berinjela híbrida, cenoura entre
.outras. Colaborou com o pesquisador Hiroshi Nagai, do Instituto Agronômico de Campinas, no desenvol-
vimento de vários cultivares como o tomate Santa Clara-IAC-5300. Auxiliou na propagação de mudas de
morango, isentas de vírus, produzidas na Seção de Virologia, do Instituto Agronômico de Campinas-I.A.C,
da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo.
Posterionnente, em 1988, desenvolveu atividades, na empresa Technes Agrícola Ltda., para a
divulgação de bioestimulantes à base de aminoácidos e condicionador de solo à base de turfa. Mas o
trabalho importante foi a divulgação dos métodos de cálculo de adubação equilibrada, baseada na análise
de solo e absorção das culturas.
Hoje se dedica a fisioterapia, praticando a Medicina Oriental que atua buscando as causas para
amenizar os sofrimentos dos pacientes, utilizando várias técnicas como a acupuntura, moxaterapia, pulsologia,
seitai (técnica de correção da postura corporal), ventosa, alimentação saudável e outras.
- v -
sUMÁRIo
pág.
Prefácio ......................................................................................................................................................... I
Introdução .................................................................................................................................................. III
Breve histórico dos autores ....................................................................................................................... N
1.0S0LO ..................................................................................................................................................... 1
1.1. O solo e os seis fatores essenciais para a cultura ...................................................................... 1
1.1.1.Quais são os seis fatores ? ................................................................................................ 1
1.2. Quais são as condições adequadas do solo? ............................................................................. 1
1.2.1. Profundidade da raiz e produtividade ............................................................................... 1
1.2.2.Composição do solo e desenvolvimento da lavoura .....................................................:... 2
1.2.3.Fertilidade .......................................................................................................................... 3
l.2.4.Capacidade de troca catiônica e matéria orgânica ............................................................. 4
1.2.5.Aeração e agregado do solo .............................................................................................. 5
1.2.6.Microrganismos do solo e agregação ............................................................................... 5
1.2.7.Microrganismos do solo e nutrientes ........,....................................................................... 5
1.2.8.Microrganismos e o ciclo do nitrogênio ............................................................................ 6
1.2.9.Atividade biológica e pH do solo ...................................................................................... 7
2. ELEMENTOS IMPORTANTES E INDISPENSÁVEIS PARA AS CULTURAS .................................. 8
2.1. Macroelementos ....................................'" .................................................................................. 8
2.2. Micronutrientes .......................................................................................................................... 9
2.2.1.Função dos micronutrientes .............................................................................................. 9
2.2.2.Relação entre deficiência de micronutrientes e ocorrência de doença ............................ 10
2.2.3.Fontes de micronutrientes ............................................................................................... 10
2.2.4.Métodos de uso dos micronutrientes ............................................................................. 11
2.2.5.Pulverização foliar e tempo de absorção ......................................................................... 11
2.2.6.Ação recíproca dos elementos ........................................................................................ 12
3. MEDIDAS PARAMINIMIZAR OS OBSTÁCULOS .............................................................................. 13
3.1. Melhoramento da acidez ........................................................................................................... 13
3.1.1. O pH do solo, os elementos e as culturas ...................................................................... 13
3.1.2. Causas da acidificação e seu controle ............................................................................ 14
3.1.3. Motivo da calagem ......................................................................................................'" 14
3.1.4. Correção de pH do solo e grau de aproveitamento do adubo ........................................ 14
3.1.5. Acidez do solo e ativação dos microrganismos do solo ................................................ 15
3.1.6. Capacidade de reação do calcário ................................................................................... 15
3.1.7. Poder relativo de neutralização total (PRNT) .................................................................. 16
3.1.8. Equilíbrio da relação Ca/Mg no solo .............................................................................. 16
- VI -
3.1.9. Cálculo de calagem ......................................................................................................... 17
3.1.10. Recomendação técnica de calagem ............................................................................... 17
3.1.11. Importância da calagem ................................................................................................ 18
3.1.12. Fatos na calagem ........................................................................................................... 19
3.1.13. Aplicação antes do plantio ........................................................................................... 19
3.1.14. Calagem na cultura perene ............................................................................................ 19
3.2. Gessagem .................................................................................................................................. 20
3.2.1. Efeito da gessagem agrícola ........................................................................................... 20
3.2.2. Lixiviação de K e Mg e o uso excessivo de gesso agrícola ............................................ 20
3.2.3. Método de aplicação do gesso agrícola ..........:.............................................................. 20
3.2.4. Cálculo da gessagem ...................................................................................................... 21
4. TÉCNICADE MELHORAMENTO DE MANEJO EADUBAÇÃO ......................................................... 22
4.1. Cálculo de adubação para cultura de hortaliças ....................................................................... 22
4.1.1. Sistema de absorção de nutrientes em hortaliças ........................................................... 22
4.1.2. Padrões de produtividade de hortaliças e quantidade de absorção
de elementos do adubo .......................................,.................................................................... 23
4.1.3. Produção almejada e adubação de cada espécie de hortaliça ........................................ 24
4.2. Interpretação de análise de solo e plano de adubação em olericultura .................................... 25
4.2.1. Caso de deficiência de elementos na adubação ............................................................. 25
4.2.2. Caso de excesso de elementos na adubação .................................................................. 25
4.3. Técnicas para o aumento de produtividade .......................................:..................................... 27
4.3.1. Técnicas agrícolas para aumentar a fotossíntese ........................................................... 27
4.3.1.1. Fundamento da produção agrícola .................................................................... 27
4.3.2. Técnicas de melhoramento do solo de cerrado .............................................................. 27
4.3.2.1. Solos de cerrado ................................................................................................ 27
4.3.2.2. Manejo do solo de cerrado ................................................................................ 28
4.3.2.3. Exemplo de melhoria de produção no cerrado ................................................... 29
4.3.2.4. Plantio direto-Sistema mantenedor de fertilidade - bomba biológica ................ 29
4.4. Cálculo de adubação para cultura de campo ............................................................................ 31
4.4.1. Diferença na proporção de elementos de adubação na cultura ...................................... 31
4.4.2. Teor de absorção de elementos na cultura ..................................................................... 31
4.4.3. Exemplo de adubação para soja ...................................................................................... 32
4.4.4. Exemplo de adubação para tomate .................................................................................. 33
4.5. Absorção de nutrientes em fruticultura .................................................................................... 37
4.5.1. Absorção de nutrientes em pessegueiro ........................................................................ 37
4.5.2. Absorção de nutrientes em videira ................................................................................. 37
4.5.3. Teores de macronutrientes primários em fruteiras .......................................................... 38
4.6. Alelopatia .................................................................................................................................. 39
4.7. Absorção de nutrientes em floricultura .................................................................................... 41
4.7.1. Absorção (Características) ............................................................................................. 41
- VII -
4.7.2. Quantidade de absorção de nutrientes ........................................................................... 41
4.7.2.1. Flores de corte ................................................................................................... 41
4.7.2.2. Flores em vaso ................................................................................................... 42
4.8. Relação de absorção de nutrientes ........................................................................................... 43
4.9. Adubação em banana ................................................................................................................ 43
4.9.1. Terra cultivada com a variedade Nanicão,em Cajati-SP .................................................. 43
4.9.2. Um exemplo de adubação de banana .............................................................................. 44
4.9.3. Critério de análise foliar de banana: excesso e falta de elementos ................................. 45
5. CRITÉRIOS DEADUBAÇÃO COM EXEMPLOS ................................................................................... 46
5.1. Tabela de conversão de unidades ............................................................................................ 46
5.2. Cultura de alface ....................................................................................................................... 47
5.3. Cultura de alho .......................................................................................................................... 48
5.4. Cultura de batata ....................................................................................................................... 49
5.5. Cultura de berinjela ..............................'" .................................................................................. 50
5.6. Cultura de cebola ...................................................................................................................... 51
5.7. Cultura de cenoura .................................................................................................................... 52
5.8. Cultura de couve flor/repolho/brócolos ................................................................................... 53
5.9. Cultura de feijão vagem ............................................................................................................ 54
5.10. Culturadejiló .......................................................................................................................... 54
5.11. Cultura de mandioquinha ........................................................................................................ 55
5.12. Cultura de pepino .................................................................................................................... 56
5.13. Cultura de pimentão ................................................................................................................ 57
5.14. Cultura de quiabo .................................................................................................................... 58
5.15. Cultura de tomate .................................................................................................................... 58
5.16. Cultura de ameixeira ................................................................................................................ (j)
5.17. Cultura de atemóia ................................................................................................................... 61
5.18. Cultura de caquizeiro .............................................................................................................. 62
5.19. Cultura de macieira ................................................................................................................... 63
5.20. Cultura de pereira .................................................................................................................... 64-
5.21. Cultura de pessegueiro ........................................................................................................... 65
6. INSUMOS NATURAIS ........................................................................................................................... 67
6.1. Coleta de inoculante ................................................................................................................. 67
6.2. Adubo líquido caseiro .............................................................................................................. 67
6.3. Bokashi...................................................................................................................................... 68
6.3.1. Bokashi simples .............................................................................................................. 68
6.3.2. Bokashi sem terra ............................................................................................................ (f)
6.4. Bioestimulante .......................................................................................................................... 70
7.REFERÊNCIASIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 71
- VIII -
1. O SOLO
1.1. O solo e os seis fatores essenciais para a cultura.
1.1.1. Quais são os seis fatores?
Tecnicamente devemos considerar os seguintes pontos fundamentais para a produção agrícola:
luz, ar, água, temperatura, nutrientes e ausência de toxinas, que devem ser plenamente satisfeitos. Com
exceção da luz, os demais estão relacionados com o solo de modo importante. Na Quadro 1, apresentamos
os seis fatores necessários para a produção.
Quadro l-Os seis fatores necessários para o desenvolvimento e produção.
Fator Ação
l.Luz Energia de assimilação de gás carbônico
(fotossíntese)
Fotoperiodismo (controle da floração).
2.Ar Oz Respiração
COz Fotossíntese
Nz Fixação de nitrogênio (aproveitamento do nitrogênio
do ar)
3.Água Componente da planta
Matéria-prima de matéria orgânica
Transportadora de material(substãncia)
4.Temperatura Relacionada com várias reações
5.Nutrientes N, P, K e outros
6.Ausência de toxinas AI (alumínio), acidez
Fonte: YAMANE,Ichiro. Fundamentos e Aplicação da Pedologia. 1960,p.16
A maior característica na agricultura é a produção de matéria orgânica (carboidrato), que somente
as plantas verdes conseguem através da fotossíntese, utilizando a energia do sol, assimilando o gás carbônico
atmosférico (CO) e a água (HP) pelas raízes.
Assim, podemos considerar as três funções do solo em relação à planta. Aprimeira é proporcionar
a sustentação da planta, com a função de possibilitar o recebimento de luz, ar e nutrientes. A segunda é
oferecer local com condição para a manutenção da saúde da raiz da planta. A terceira é ter a função de
armazenar e oferecer nutrientes e água. A seguir vamos explicar os itens relacionados ao solo e planta.
1.2. Quais são as condições adequadas do solo?
1.2. 1. Profundidade da raiz e produtividade.
Na lavoura, o solo sustenta a planta e há necessidade de sua profundidade para possibilitar a
absorção de nutrientes e água pelas raízes. As raízes atingirão 1 a 2 m, o quanto permitir o solo. Aprofundi-
- 1-
dade das raízes pode ser limitada por barreiras físicas e químicas, assim como pelo lençol freático elevado.
Camadas compactadas, leitos de folhelhos, camadas de cascalhos e níveis tóxicos de materiais são difíceis
de corrigir, mas um lençol freático elevado, geralmente, pode ser corrigido com drenagem adequada. No
Quadro 2, são mostradas as relações entre a produtividade e profundidade efetiva do solo.
Quadro 2- Relação entre a profundidade efetiva do solo e a produtividade.
Profundidade do solo utilizável pela cultura (em) Produtividade relativa(%)
30 35
60 60
90 75
120 85
150 95
180 100
Fonte: MALAVOLTA,E. Manual de Fertilidade do Solo. São Paulo, 1989,p.31.
1.2. 2. Composição do solo e desenvolvimento da lavoura.
No Gráfíco 1, apresentamos a composição ideal do solo para o desenvolvimento da
lavoura.
Gráfico 1. Composição ideal do solo para o desenvolvimento da lavoura.
M.O.
Fonte: GUERRINI. Encontro sobre Matéria Orgânica do Solo-Guerrini- UNESP. 1992,p.8
A composição ideal do solo para odesenvolvimento da lavoura é: 45% de minerais, 25% de ar,
25% de água e 5% de matéria orgânica.
-2-
1.2.3. Fertilidade
A fertilidade do solo é o conjunto das atividades química, fisica e biológica (Gráfico 2).
Gráfic02. Três fatores da fertilidade.
osolo onde se desenvolve a raíz deve apre-
sentar condições para permitir um cresci-
mento suficiente e atividades intensas, com
fornecimento contínuo de nutrientes neces-
sários para produção agrícola, contendo
elementos eficazes e abundantes. O solo
que apresenta estas condições é conside-
rado de alta fertilidade.
PROPRIEDADE
FÍSICA
PROPRIEDADE
BIOLÓGICA
Decomposição da
Matéria Orgânica
PROPRIEDADE
QUÍMICA
Fonte: MIYOSHI,Hiroshi. (Dojo shindan-ho)- Método de Avaliação do So10.1991 ,p.33.
Consegue-se a fertilidade do solo através do fornecimento de compostos, rotação de cultura,
adubação verde, aumento de matéria orgânica e adubação química. Aqui está a importante razão do forne-
cimento de matéria orgânica para o melhoramento do solo.
No solo de alta fertilidade, os microrganismos entram em intensa atividade e, através da respira-
ção, haverá uma grande liberação de gás carbônico (C02), que sevirá como matéria-prima da fotossíntese
das plantas. Além disso, através das atividades dos microrganismos, o calor resultante da sua respiração irá
aumentar a temperatura do solo, proporcionando o aumento da atividade do sistema radicular, mesmo em
condições de baixa temperatura.
Esta é a razão pela qual, ultimamente, está aumentando o cultivo em estufa, no sul do Brasil,
especialmente, porque o trabalho do microrganismo no solo está servindo para o aumento da produtivida-
de. Além disso, o aumento equilibrado de espécies de microrganismos, impedindo o aumento de pragas e
doenças do solo, constitui-se na causa do crescimento sadio da lavoura. Por negligenciar a manutenção e
melhoramento do solo, realizando cultivo de lavoura com adubo químico e defensivos agrícolas, acarretará
numa grande queda na produção agrícola, em conseqüência dos pequenos erros nos tratos culturais.
E, também, mesmo com a alta fertilidade do solo, se o lençol freático é elevado, haverá queda na
produtividade pelo excesso de umidade, por isso é necessário que o agricultor faça uma avaliação global.
Apesar da produtividade do solo depender da adubação, mesmo que a lavoura esteja suficiente-
mente adubada, caso a propriedade fisica (permeabilidade, aeração, retenção de água) seja ruim, com pouca
porosidade, baixa velocidade de renovação do ar do solo, sem o suficiente fornecimento de oxigênio (02
)
para a raiz, resulta no impedimento de sua respiração, não ocorrendo a absorção de água e nutriente.
Portanto, em relação à adubação, não devemos pensar somente no fornecimento dos elementos do adubo
-3-
químico, mas, ao mesmo tempo, considerar a importância das propriedades fisica e biológica (atividade do
microrganismo) do solo.
1.2.4.Capacidade de troca catiônica (CEC=CTC) e matéria orgânica.
A capacidade de troca catiônica representa a retenção de elementos do solo, quanto maior o seu
valor indica a importante capacidade de armazenar os nutrientes. O conjunto de argila (mineral), óxidos e
matéria orgânica influencia na capacidade de troca catiônica. O Quadro 3 mostra que a matéria orgânica
comparada ao teor de argila, mesmo com baixo teor, possui a capacidade de aumentar 10 vezes a capacidade
de troca catiônica. Assim, pode-se compreender a importância de aumentar a matéria orgânica do solo.
Quadro 3. Capacidade de troca de cátions total e da matéria orgânica, de amostras superficiais
de solos do Estado de São Paulo - Raij (1966).
Legenda Profundidade Argila Matéria orgânica CTC CTCda
do (M.O.) M.O. Total M.O.
solo cm % meq/l00g
PVls 0- 6 5 0,78 2,2 3,2 69
Prnl 0-15 6 0,60 2,1 3,3 64
Pln 0-14 12 2,52 8,2 10,0 82
Pc 0-16 19 2,40 6,0 7,4 81
PV 0-12 13 1,40 2,7 3,7 73
TE 0-15 64 4,51 15,0 24,4 61
LR 0-18 59 4,51 16,1 28,9 56
Lea 0-17 24 1,21 2,9 3,9 74
Fonte: RAIJ,B. von. Fertilidade do Solo. 1991 pagA0
O Quadro 4 mostra o efeito da argila e matéria orgânica sobre a CTC.
Quadro 4. Influência da argila e da matéria orgânica sobre a CTC.
pH M.O Argila CTC (pH7,O)
% % meq%
Solo 1 4,9 0,3 5 1,9
Solo 2 6,6 3,2 5 10,4
Solo 3 4,5 3,1 25 17,7
Fonte: PRIMAVESI,Ana. Manejo Ecológico do Solo. 1981,p125
O Quadro 5 mostra a relação entre o tipo de argila e o pH do solo com a CTC. Outrossim, de acordo
com a variação do pH do solo, ocorrerá alteração da CTC. Na caolinita, com pH 2,5- 6,0, a CTC é 4, mas com
pH 7,0, eleva-a para 10. A montmorilonita aumenta de 95 para 100.
Quadro 5. Capacidade de troca catiônica (CTC) da caolinita e montmorilonita:Russel (meq/lOOg)
Argila pH2,5 -6,0 pH7,0
Caolinita 4 10
Montmorilonita 95 100
Fonte: YAMANE,Ichiro. (Dojogaku no kiso to oyou)-Fundamentos e Aplicação da
Pedologia.1960,p.59
-4-
1.2.5. Aeração e agregado do solo.
As raízes das culturas utilizam o oxigênio do ar e do solo e, aproveitando a energia do carboidra-
to, desenvolvem consideravelmente o sistema radicular que irá absorver a água e os nutrientes do solo,
proporcionando o crescimento da parte aérea. Libera o gás carbônico (CO) pela raiz. Então, o oxigênio (02
),
que foi absorvido pela raiz da cultura, será liberado através da troca de gases do ar com o gás carbônico do
solo. Esta velocidade de troca de gases será maior, quanto maior for a porosidade do solo. Para o aumento
da porosidade, o solo com estrutura agregada é mais eficiente do que o solo com estrutura granular simples.
Na estrutura do solo agregado, as partículas do solo são aglutinados pelo húmus e cálcio,
proporcionando porosidade com diâmetro de 1 a 10 mm, ao mesmo tempo que melhora a aeração e a
permeabilidade de água, atuando na retenção da água.
Quando a porosidade é pequena, promove a retenção da água e, se for grande, permite a circula-
ção de ar e água. Portanto, para o bom desenvolvimento da cultura, é importante a conservação do solo com
estrutura de agregação.
1.2.6. Microrganismos do solo e agregação.
Com relação à cultura, o fornecimento de matéria orgânica é um método eficiente para a formação
de agregados. Este efeito é conseqüência da decomposição da matéria orgânica e também da formação de
mucilagem; pode-se considerar que, através do fornecimento de matéria orgânica, haverá aumento de fungo
e suas hifas irão servir diretamente para agregar as partículas do solo. Os fungos, quando comparados com
as bactérias, são consideravelmente mais eficientes na capacidade de formação de agregados.. No Quadro
6, pode-se verificar esse fato.
Quadro 6. Microrganismo e agregação.
Espécies de microrganismos Porcentagem de agregados maiores
f-=__----=___.::.In::.o::..:c:.:u::.la::.:d=0:.::s_______f-__--=d=o--'q"-'u:..::e-=2::..:mm==-a ós a inoculação
Testemunha 0,0
Fungos: Penicillium 68,1
Fusarium 69,7
Rhizopus 43,4
Cunninghamella 53,1
Bactérias: Bacteria megatherium 7,3
Bacteria radiobacter 19,3
Rhizobium alluni 4,9~_ _ _ _~_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _L -_ _ _ _ _ _ __
Fonte: OKUDA,A. (Hiryogaku gairon)-Conceito de adubação. 1960-p.94
1.2.7. Microrganismos do solo e nutrientes.
De acordo com Nishio (Michinori Nishio-Japão-1992), nas lavouras em geral, em 1ha existem 7
t de organismos vivos no solo (em peso seco equivale a 1,4 t), além disso, em seus organismos concentram
nutrientes na ordem de 100 kg/ha de N (nitrogênio). Entre as 7 t de organismos vivos no solo, encontram-
se ácaros, minhocas e outros, constituindo menos de 5%; cerca de 20 a 25% são bactérias, e 70 a 75% de
fungos. No Quadro 7, apresentam-se os teores de nutrientes, em média, dos microrganismos do solo.
-5-
Quadro 7 -Teores médios de nutrientes dos microrganismos do solo.
Nutrientes % em peso
N (nitrogênio) 10,0
P205 (fósforo) 2,5
K20 (potássio) 0,6
CaO (cálcio) 0,6
Fonte:/d, ibid. 1960-p.146
1.2.8 Microrganismos e o ciclo do nitrogênio.
O N (nitrogênio) compõe cerca de 80% do ar, sendo que ele é gasoso e quase não é aproveitado
pela cultura. Este (N) nitrogênio é gasoso e estável , não reagindo com outros elementos. Conforme a
atividade de determinados microrganismos ou diante de condições de alta carga elétrica ou temperatura (o
trovão, por exemplo), ocorre alteração química e através de combinações ocorre a sua produção. O Gráfico
3 apresenta a transformação da fórmula de nitrogênio que ocorre na natureza. Além disso, representa a
síntese artificial na produção de adubo, através dessa transformação, entre as quatro formas. Dentre as
fórmulas químicas de nitrogênio, as reações h e i favorecem o aproveitamento pela planta, na forma de
nitrogênio amoniacal e nitrato. Essas transformações de formas de nitrogênio ocorrem devido à atividade do
microrganismo no solo.
Gráfico 3. Ciclo de transformação do N (nitrogênio).
a.
b.c.
d,e.
d,f.
g.
h,i.
N-Orgânico
(plantas, animais)
Ig
Nitrogênio-gasoso
Atmosférico
N-NO,
Nitroso
Transformação em amônia (decomposição) Maioria dos microrganismos que se alimentam
Proteína (planta/animal)~aminoácidos~NH4-N de matéria orgânica
Transformação em nitratos Nitrosomonas
NH4-N~NO,-N~NO,-N Nitrobacter
Redução do nitrato Microrganismos que se alimentam
NO,-N~NO,-N~NH,-N de matéria orgânica
Desnitrificação Bactéria desnitrificadora
N03-N~NO,-N~N, (Pseudornonas sp.
Tiobaci/lus sp.)
Fixação de nitrogênio Bactéria fixadora de N independente(Azotobacter)
N,~proteína (plantas/animais) Bactéria simbiótica fixadora
de N (Bactéria noduladora
de raiz).
Transformação orgânica Maioria dos seres vivos que se alimentam de mat.org.
NO,-N, NH,-N ~proteína(plantaslanimais) (absorção pelas plantas, alimentos)
Fonte:MIYOSHI,Hiroshi.(Dojo shindan ho)- Método de avaliação do solo. 1991,p.205
-6-
1.2.9Atividade biológica e pH do solo.
Os microrganismos constituem-se no tesouro do solo, exercendo atividades que mantem o equi-
líbrio dinâmico. É grande a relação entre os microrganismos e o pH do solo, por exemplo, as bactérias
decompositoras de celulose, os Actinomicetos preferem pH neutro, os Aspergillus preferem pH ácido. O
Quadro 8 mostra a relação entre o pH do solo e os microrganismos decompositores de celulose.
Quadro 8- pH do solo e microrganismos decompositores de celulose
Solo-microrganismo em 19 (x103)
Solo Tratamento
Bactéria Actinomicetos Aspergillus
Sem calcário Testemunha 3.900 1.260 116
pH5,1 N 3.900 1.260 116
Solo ácido Celulose 3.600 600 160
N+celulose 2.480 400 4.800
Calcário Testemunha 7.700 2.760 25
pH6,5 N 7.700 2.760 25
Celulose 17.400 2.200 47
Solo neutro N+celulose 47.000 3.200 290
Fonte: WAKSMANN Solo ácido e desenvolvimento da planta. In HASHIMOTO,Takeshi.
Sansei dojo to sakumotsu sei iku. 1992,p.39.
Em relação ao solo neutro, a decomposição é realizada principalmente pela bactéria. O tamanho
da bactéria comparado ao Aspergillus é extremamente pequeno, e por isso a quantidade de N inorgânico
resultante da decomposição da matéria orgânica retido pela bactéria é pequena em solos neutros. Como
resultado, em solos neutros, aumenta teor inorgânico, acelerando a nutrição de N. Em contrapartida, nos
solos ácidos onde a decomposição da matéria orgânica é realizada principalmente pelos fungos maiores que
são os Aspergillus, aumenta a transformação orgânica do N inorgânico, retardando o efeito da nutrição.
O Quadro 9 mostra a relação da transformação de composto com as principais bactérias e o pH. A
maioria destas bactérias prefere solos neutros a levemente alcalino. Por isso é importante neutralizar os
solos ácidos para aumentar a atividade dos microrganismos do solo.
Quadro 9- Bactéria e pH relacionado a transformação de compostos nitrogenados
Bactéria PH
Otimo limite mínimo limite máximo
Nitrobacter 7,1 5,0 10,0
Nitrosomonas 7,8
Azotobacter 7,5 -7,7
Redutor de nitrato 7,0 - 8,2 5,2 9,8
Fonte: WAKSMANN.Solo ácido e desenvolvimento da planta. In: HASHIMOTO, Takeshi.
Sanseidojo to sakumotsu seiku. 1992,p.39.
-7-
2. Elementos importantes e indispensáveis para as culturas.
2.1. Macroelementos
Na química, chamamos de elementos as substâncias que não podem ser divididas em mais do que
duas substâncias. Os nutrientes são elementos necessários para o desenvolvimento do vegetal e da cultu-
ra. Existem mais de 50 elementos componentes do vegetal, mas, dentre eles, atualmente 16 são considerados
elementos essenciais e que não podem faltar no desenvolvimento das plantas. Pode-se pensar que isso
poderá aumentar no futuro. Os elementos essenciais absorvidos pelas culturas, constituídos de macro e
microelementos, estão apresentados no Quadro 10, com as formulações e quantidades necessárias.
Carbonizando a planta, 10% da matéria seca é constituída de cinza. Os principais componentes
da cinza são: C, O, H, N, K, Ca, Mg, P, S, além disso contem: Fe, Mn, Zn, Cu, Mo, Co, B, Si. Estes são os
nutrientes necessários para o desenvolvimento das plantas, por isso são chamados de elementos essenci-
ais. Atualmente, os elementos essenciais das plantas superiores apresentados no quadro abaixo, reconhe-
cidos e aceitos são 9 macroelementos e 7 microelementos. Dentre eles, C, H e O vem do ar e da água, e os
restantes 13 elementos são fornecidos pelo solo.
Quadro 10- Comparação das quantidades necessárias e formulações dos elementos
necessários para as plantas.
Símbolo químico- Fórmula absorvida pela Peso seco %
(elemento) planta
M I. C (carbono) CO2 45
a 2. O (oxigênio) O2 45
c 3. H (hidrogênio) H20 6
r 4. N (nitrogênio) NH/ ,N03- 1,5
o 5. K (potássio) K+ 1,0
s 6. Ca (cálcio) Ca2+ 0,5
7. Mg (magnésio) Mg2+ 0,2
8. P (fósforo) H2P04- , H2PO/ 0,2
9. S (enxofre) S042
- 0,1
M 10. Cl (Cloro) cr 0,01
i 11. Fe (Ferro) Fe 2+, Fe 3+ 0,01
c 12. Mn (Manganês) Mn 2+ 0.005
r 13. B (Boro) H3B03 0,002
o 14. Zn (Zinco) Zn2+ 0,002
s 15. Cu (Cobre) Cu+, Cu2+ 0,0006
16. Mo (Molibdênio) Mooi+ 0,00001
Peso seco
ppm
450.000
450.000
60.000
15.000
10.000
5.000
2.000
2.000
1.000
100
100
50
20
20
6
0,1
Fonte: STAUT.Conhecimento Básico de Nutrição de Planta.In:TAKAHASHI,E.Sakumotsu
no kissô-chishiki.1982,p.183.
No Quadro 11, exemplificamos as quantidades de elementos absorvidos pela soja.
-8-
Quadro 11- Soja (3,0 t de grãos + 5,0 t outras partes da planta = 8,0 t total) (Peso seco).
Elemento kglha (%) Elemento k a (%) Elemento a (%)
C (Carbono) 3.500 43,7 N 320 B 100
H (Hidrogênio) 450 5,6 P 30 Cl 10.000
O (Oxigênio) 3.300 41,3 K 110 Cu 100
Ca 80 Fe 1.700
7.250 90,6(%) Mg 35 Mn 600
S 25 Mo 10
Outros (*) 138 Zn 200
Co 5
738 9,2% 12.715 0,2%
(*)Al (alumínio), Si (silício), Na (sódio)
Fonte:MALAVOLTA,E. Elementos de Nutrição Mineral de Plantas. São Paulo,1980,p.ll
Com relação aos macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S) para a soja, as quantidades necessárias por ha
variam de 25~30 kg a algumas centenas de kg, além disso, necessitam de 5g a 10 kg de micronutrientes por ha.
Nos solos do Brasil, em geral, ocorrem deficiências de B, Cu, Fe, Mn. Mo e Zn. Sobretudo, na soja, os
elementos necessários são o Co e Cl. O Co é nutriente indispensável para as bactérias noduladoras das
leguminosas que fixam o N (nitrogênio) do ar. O CI é importante para as culturas, sendo a maiorparte fornecida
pelas chuvas e como componente de adubo, por isso não há necessidade de fornecer na adubação.
2.2. Micronutrientes.
A descoberta de que os micronutrientes compõem a maioria das enzimas das plantas provocou na
biologia uma grande mudança, ampliando a grande função dos micronutrientes, com a compreensão da sua
importância fisiológica. Ficou claro que os micronutrientes constituem-se no princípio básico da vida,
porque a síntese, das substâncias em geral, é realizada com a ajuda das enzimas, e, na sua composição, estão
os micronutrientes. São conhecidos, atualmente, cerca de 1.000 enzimas, dos quais aproximadamente 1/3
são ativadas por micronutrientes.
2.2.1. Função dos micronutrientes.
No Quadro 12, estão apresentados as funções dos micronutrientes na planta.
Quadro 12- Funções dos micronutrientes na planta.
Elemento
B
Cl
Co
Cu
Fe
Função
Formação da membrana celular
Absorção e transporte de água e cálcio
Translocação de carboidratos
Síntese de lignina e celulose
Síntese de ácido nucléico e proteína
Associação com o cálcio; germinação do pólen e crescimento do tubo polínico; maior pegarnento
da florada; aumenta a germinação; diminui a esterilidade masculina e chocharnento de grãos.
Participa na fotossíntese e abertura dos estômatos
Controle hormonal(ácido abcissico, etileno), fixação de N2
Metabolismo de fenóis e lignificação
Formação de grão de pólen e fertilização
Nodulação e fixação de N2
Aumenta a resistência a doenças
Fotossíntese
Síntese da clorofila
Fixação de N2
-9-
Mn
Mo
Zn
Síntese de proteína
Respiração
Aumenta a resistência a doenças
Biossíntese de clorofila, glicolipídeos
Metabolismo do nitrogênio
Síntese de proteína
Controle hormonal (ácido indolacético)
Formação de grão de pólen
Metabolismo do ácido nucléico e proteína
Absorção e transporte de Fe
Enzima redutor de nitrato (N03)
Fixação de N2 do ar
Síntese de vitamina C
Reduz o excesso de toxidez de metais pesados como Zn, Cu e Ni
Transformação orgânica de P na planta
Aumento no tamanho e multiplicação celular
Fertilidade do grão de pólen
Síntese do triptofano
Formação de amido
Síntese de proteína
Res iração
Fonte: MALAVOLTA,E. Fertilizantes e seu Impacto Ambiental.São Paulo,1994,p.6-7.
2.2.2. Relação entre a deficiência de micronutriente e ocorrência de doença.
A deficiência de alguns micronutrientes tem grande relação com doenças, esta relação é apresen-
tada no Quadro 13.
Quadro 13- Relação entre deficiência de micronutriente e doenças.
Elemento Cultura Doença Elemento Cultura Doença
B Cevada Erysiphae graminis Mn Cana de açúcar Helminthosporium sacchari
Trigo Puccinia triticum Aveia Bactéria
P.glumarum Tomate TMV
Girassol Erysiphae cicharacearum Batata Phytophtora infestans
Beterraba Phoma betae Mo Alfafa Doenças em geral
Crucíferas Plasmodiophora brassicae Zn Seringueira Oidium heveae
Couve-flor Botrytis sp. Phytophtora sp.
Tomate PVX Citrus Tylenchylus semipenetrans
Ervilha Alternaria colhioides Batata Phytophtora infestans
Cu Trigo P.triticina Arroz Pyricularia oryzae
Mn Leguminosas Rhizoctonia solani Sorgo Sphacelotheca sorghi
Fonte: MALAVOLTA,E.Avaliação do Estado Nutricional das Plantas.São Paulo,1997,p.l35;
MALAVOLTA,E.Apud."InformaçõesAgronômicas".POTAFOS.Piracicaba,no75,p.2,set.1996.
A freqüência de aparecimento de deficiência de micronutrientes nos solos do Brasil é, em primeiro
lugar B, Zn, seguidos na seguinte ordem: Cu, Mn, Fe, Mo.
2.2.3. Fontes de micronutrientes.
As principais fontes de micronutrientes estão apresentados no Quadro 14.
- 10 -
Quadro 14- Principais fontes de micronutrientes.
Elemento Nome do produto Composição química Teor aproximado Solubilidade
(% ) em água(gIlitro)
B Bórax -Na2B40 7 IOH2O 11 20
Ácido bórico -H3B03 17 63
Ulexita -NaCaBs0 9 8H2O 8-10 insolúvel
Cl Cloreto de sódio -NaCl 59 -
Cloreto de potássio -KCl 52 -
Co Cloreto de cobalto -CoCI2. 2H2O 35 -
Sulfato de cobalto -CoS04 . 7H2O 22 600
Cu Sulfato de cobre -CUS04 . 5H2O 25 316
Óxido de cobre -CuO 75 insolúvel
Oxicloreto de cobre -3Cu(OH)2CuCI2 56-68 -
Fe Sulfato ferroso -FeS04 . 7H2O 19 156
Férrico -Fe2(S04)3 . 4H2O 23 -
Mn Sulfato de manganes -MnSO.3H2O 26-28 742
Óxido de manganes -MnO 41-68 insolúvel
Mo Molibdato de sódio -Na2MoO . 2H20 2 39 562
Molibdato de amonio -(N~)6Mo7024 . 4H2O 54 430
Trióxido de molibdênio -Mo03 66 -
Na Cloreto de sódio -NaCl 39 -
Salitre do chile -NaN03 26 -
Salitre potássico -NaN03 . KN03 18 -
Zn Sulfato de zinco monohidratado-ZnS04 . H20 35 -
Sulfato de zinco heptahidratado-ZnS04 . 7H2O 23 965
Óxido de zinco -ZnO 20-78 insolúvel
Fonte: MALAVOLTA,E. Fertilizantes e seu Impacto Ambiental.São Paulo, 1994,
p.1Ol-I02;Id.Micronutrientes na Agricultura.São Paulo,199f,p.394
2.2.4. Métodos de uso dos micronutrientes.
Os principais métodos de uso dos micronutrientes estão descritos no Quadro 15.
Quadro 15-Contro1e de deficiência de micronutrientes, características dos produtos químicos e
dose de aplicação.
Elemento Produto químico Fórmula quillÚca Teor de Pulverização foliar Uso no solo
elemento
% (%) (ÁguaUha) -
(kg/ha)
B Bórax Na2B.Ú7 . lOH2O 11 0,3 500 10-15
Ácido bórico H3B03 17 0,3 500 3 -lO
Cu Sulfato de cobre CuSO•. 5H2O 25 0,2-0,4 1.000 10-20
Fe Sulfato Ferroso Fe2(SO.)3 . 7H2O 20 2,0 500 50-60
Mn Sulfato de manganês MnSO•. 4H2O 23-28 0,3 500 50
(adicionar 0,3% de cal virgem)
0.05 500
Mo Molibdato de amôuio (NH.)6Mo,o,•. 2H2O 54 0,05 500 -
Molibdato de sódio Na2Mo.2H20 39 0,3 1.000 -
Zn Sulfato de zinco ZnSO•. 7H2O 22 (adicionar 0,3% de cal virgem) 20- 30
Fonte:CAMARGO,P.N.Manual de Adubação Foliar.São Paulo,1975.
2.2.5. Pulverização foliar e tempo de absorção
O tempo de absorção dos elementos aplicados em pulverização foliar está apresentado no quadro 16.
- 11 -
Quadro 16-Velocidade de absorção de nutrientes aplicados nas folhas.
Nutriente Tempo para absorção de 50%
N 1/2 - 2 horas
P 5 -10 dias
K 10 - 24 horas
Ca 10 - 94 horas
Mg 10 - 24 horas
S 5 -10 dias
Cl 1 - 4 dias
Fe 10 - 20 dias
Mn 1 - 2 dias
Mo 10 - 20 dias
Zn 1 - 2 dias
Fonte: MALAVOLTA,E. ABCda Adubação.São Paulo,1988,p.162
2.2.6. Ação recíproca dos elementos.
No solo oCa, Mg e K apresentam a propriedade de impedir mutuamente a absorção. A isto,
chamamos de antagonismo.
Aumento de Mg e K ~ inibe a absorção de Ca.
Aumento K ~ inibe absorção de Mg.
Aumento de Ca e Mg ~ inibe a absorção de K.
Por este motivo, ocorre o desequilíbrio dos nutrientes no solo, tomando-se causa de vários
distúrbios fisiológicos.
Por outro lado, a ação de certos nutrientes irá aumentar o efeito de outros nutrientes. A isto,
chamamos de sinergismo, como é mostrado no Gráfico 4.
Gráfico 4. Ação mútua dos elementos.
Mn
p
- - - Antagonismo
- - - - Sinergismo
Mo
Fonte: NAKASHIMA,Todomu.Tsuchi o shiru.1991,p.62
- 12 -
3. Medidas para minimizar os obstáculos.
3.1. Melhoramento da acidez.
3.1.1. o pH do solo, os elementos e as culturas.
O Gráfico 5 mostra a relação entre o nível de aproveitamento dos elementos e o pH do solo.
Gráfico 5- Relação entre o pH e o aproveitamento dos elementos do solo.
5,0 6,0 6,5 7,0 8,0
Fonte: MALAVOLTA,E. Manual de Fertilidade do Solo.São Paulo, 1989,p.42
Quadro 17-Grau de pH adequado para aproveitamento dos elementos.
H ara o a roveitamento máximo Microelemento
5,0 -7,0 B
5,0 -7,0 CU
W-~ ~
5,0 - 6,5 Mn
~-~ ~
5,0 -7,0 Zn
Fonte: Id.,ibid.,São Paulo, I989,p.1OI
Quadro 18-Valor de pH ideal para cada cultura.
5,0 - 6,0
Batatinha
Batata-doce
Melancia
Arroz
6,0- 6,5
Grama Bermuda
Milho
Algodão
Sorgo
Amendoim
Soja
Trigo
Feijão
Café
Fonte:Id.,ibid.,São Paulo,1989,p.43.
Alfafa
Trevo
-13-
6,5 -7,0
3.1.2. .Causas da acidificação e seu controle.
Tanto em clima tropical, subtropical como temperado, com precipitação alta, os cátions (K, Ca,
Mg) têm acentuada lixiviação, e os solos ficam ácidos. Os solos das culturas são calcareadas, mas por que
eles se tomam ácidos?
As seguintes razões podem ser consideradas:
1) Acidificação pela água de chuva.
Através da água de chuva e de irrigação, o W (íon de hidrogênio) contido provoca a lixiviação
dos cátions (K, Ca, Mg, Na) do solo em troca pela infiltração de H+ (íon de hidrogênio).
2) Acidificação pela absorção de cátions pela cultura.
As raízes das plantas absorvem como nutriente K (potássio), Ca (cálcio), Mg (magnésio), e
devolve o H+ (íon de hidrogênio) ao solo.
3) Acidificação pelo adubo.
Pela utilização de fertilizantes ácidos, como: sulfato de amônio, uréia, nitratos, MAP (NH4H2
P04)
e DAP [(NH4)2H2P04].
4) Acidificação pela erosão.
Pela erosão, ocorre perda da camada de solo arável, diminuindo os cátions deixando o subsolo
que contém bastante H+.
3.1.3. Motivo da calagem.
Abaixo os objetivos da calagem e conseqüentemente o melhoramento do solo:
1) correção da acidez do solo, neutralização do AI (alumínio) e insolubilizar o excesso de Mn e Fe.
2) fornecimento de Ca e Mg necessários à cultura.
3) aumento do nível de aproveitamento dos elementos da adubação.
4) neutralização da acidez pelos adubos ácidos.
5) ativação dos microrganismos do solo:
(a)mineralização da matéria orgânica do solo pelos microrganismos (decomposição).
(b)plantas leguminosas (feijão, soja, amendoim e outros), através das bactérias noduladoras
que fixam N (nitrogênio) do ar.
Para a produção das culturas, são necessários os seis macroelementos N, P, K, Ca, Mg, S e, dentre
eles o Ca é o terceiro, o Mg é o quarto em importância. °calcário é o material mais barato para fornecimento
de CaeMg.
3.1.4.Correção de pH do solo e grau de aproveitamento do adubo.
Conforme será apresentado no Quadro 19, o nível de absorção eficiente dos elementos do adubo
pela cultura varia de acordo com o pH do solo. A relação entre o pH e o grau de absorção efetivo é
apresentado a seguir:
1)em solo fortemente ácido (pH 4,5 ~5,0), são aproveitados apenas 20 ~50% de N, P, K do adubo.
2)ao contrário, em solos corrigidos (pH 6,0 ~6,5) o aproveitamento dos elementos do adubo
aplicado varia entre 50 - 100%.
Estes fatos mostram a grande importância do manejo de adubação no melhoramento do solo
através da calagem.
- 14-
Quadro 19-Variação do grau (%) de aproveitamento dos principais elementos nas culturas de
acordo com o pH.
Elemento pH
4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7.0
N 20 50 75 100 100 100
P 30 32 40 50 100 100
K 30 35 70 90 100 100
S 40 80 100 100 100 100
Ca 20 40 50 67 83 100
Mg 20 40 50 70 80 100
Média 27 46 64 79 93 100
Fonte: GUILHERME,M.R. Calagem.1993,PA.
3.1.5. A relação entre a acidez do solo e ativação dos microrganismos do solo.
I)A matéria orgânica é uma fonte importante no fornecimento de N, Se B. Para estes elementos
serem absorvidos pelas raízes das plantas é necessária a mineralização pelos microrganismos.
2) A fixação do N do ar nas culturas de leguminosas depende das bactérias noduladoras que
vivem no solo. Um exemplo apresentado mostra que são necessários 300 kg de N para 1,0 ha de soja. Se
fornecer uréia, é preciso aplicar 667 kg. Com a correção de acidez do solo, ocorrerá a fixação de N do ar,
dispensando a adubação nitrogenada.
3.1.6. Capacidade de reação do calcário.
De acordo com a resolução do Ministério daAgricultura em 12/06/1986, foi determinado o poder
de neutralização do calcário conforme o seu grau de moagem (Quadro 20).
Através do Quadro 20, podemos entender o seguinte:
(1) peneira 10 (2 mm) - não reage no solo.
(2) o que passa na peneira 20 (0,84 mm) e 10 (2 mm) de 1.000 kg, 200 kg reagem no solo.
(3) o que passa na peneira 50 (0,3 mm) e 20 (0,84 mm) de 1.000 kg- 600 kg reagem no solo.
(4) o que passa na peneira 50 (0,3 mm) de 1.000 kg reagem 1.000 kg.
Quadro 20-Capacidade de reação do calcário conforme o grau de moagem
Grau de finura Ca acidade de reação (%)
Peneira não passa na peneira 10 o
Peneira 10 - 20 20
Peneira 20 - 50 60
Peneira passa na peneira 50 100
- 15 -
3.1.7. Poder relativo de neutralização total (PRNT)
O poder relativo de neutralização total determina a reação do poder de neutralização do calcário.
PN X RE
PRNT =------
100
PN é igual a rocha calcária e é determinado de acordo com a composição química de CaO e MgO,
no produto final moído.
RE está diretamente ligado ao grau de moagem da rocha calcária.
Em conclusão, o PRNT elevado indica o calcário que apresenta reação mais rápida.
3.1.8. Equilíbrio da relação CalMg no solo.
O calcário, conforme o teor (%) de Mg, pode ser classificado em calcário calcítico, magnesiano e
dolomítico (Quadro 21). Há necessidade de escolher qual o tipo de calcário a ser aplicado dentre os três
tipos.
Quadro 21- Classificação do calcário, conforme o teor de MgO.
Tipo de calcário
Calcítico
Magnesiano
Dolomítico
MgO(%)
0-5
6 -12
> 12
Segundo Küpper (1981) e Vitti (1984), para a maioria das culturas, a relação de absorção de Ca e
Mg é de Ca 3~5:Mg 1.
Entretanto, conforme as estatísticas de 81.000 amostras de solo analisadas no Estado de São
Paulo, 50% dos solos apresentaram a relação abaixo de Ca 2: Mg 1. Este fato se deve a utilização de calcário
dolomítico por longo tempo, sem levar em conta o equilíbrio, conforme mostra o Quadro 22. No Estado de
São Paulo, os agricultores vieram aplicando o calcário dolomítico, desequilibrando a relação de Ca:Mg.
Quadro 22- Análise de solo e o uso de calcário dolomítico no Estado de São Paulo.
CaO*:MgO** Relação
CaO : MgO
24 17 1,4 1
25 20 1,4 1
30 20 1,5 1
35 20 1,7 1
37 13 2,8 1
* CaO 560 Kg = 1 meq/Ca no solo
** MgO 402 Kg = 1 meq/Mg no solo
Fonte:GUILHERME,M.R. Calagem.1993, p.7
- 16 -
meq/solo Relação no solo
Ca : Mg Ca Mg
0,42 0,42 1,0 1
0,50 0,50 1,0 1
0,53 0,50 1,1 1
0,62 0,50 1,2 1
0,66 0,32 2,1 1
Este desequilíbrio de Ca:Mg no solo provoca influência na produtividade da cultura. No Estado
de São Paulo faz-se a correção da acidez das lavouras, mas ocorre que não está sendo alcançada a produti-
vidade objetivada. Para solucionar este problema, há necessidade de calcular a aplicação de calcário para
manter a relação Ca/Mg em 3 a 5.
3.1.9. Çálculo de calagem.
Para se calcular e decidir a quantidade de calcário a ser aplicado, há necessidade da análise de
solo. Esta deve ser representativa da área a ser corrigida. Antes do plantio das culturas anuais ou perenes,
as amostras devem ser de O~ 20 cm, que é a profundidade da maioria das culturas.
N.e.(quantidade necessária de calcário) é calculada da seguinte forma:
CTC (V2- V1)
N.C.= x p
PRNT
N.C. = Quantidade de calcário necessário para 1 ha (t/ha).
C.T.e. = Ca +Mg + (H +AI) (obtido pela análise).
VI = Saturação de bases do solo (K + Ca + Mg)
V2 = Saturação de bases a ser atingida através da calagem (varia de acordo com a cultura, em
geral é de 60 ~80%).
PRNT = Poder relativo de neutralização total.
P = profundidade
= 0,5 ... aplicação de calcário em camada de O- 10 cm
= 1,0 ... aplicação de calcário em camada de 0- 20 cm
= 1,5 ... aplicação de calcário em camada de O- 30 cm
= 2,0 ... aplicação de calcário em camada de O-40 cm
Exemplo de cálculo. 8,13 X (70 - 36)
Resultado de análise: N.C. =----------
C.T.C=8,13
V1=36%
V2=70%
85
xl =3,25
(1) caso de aplicação de calcário com PRNT=85%: N.e. = 3,25 t/ha
(2) caso de aplicação de calcário com PRNT=45%: N.e. = 6,14 t/ha
Na prática, o caso 1, em virtude da moagem fina (PRNT elevado), a quantidade de aplicação é
menor. No caso 2, aumenta o custo pela quantidade, frete e armazenagem.
3.1.10. Recomendação técnica de calagem
Para a recomendação técnica de calagem, há necessidade de considerar o PRNT do calcário, a
relação Ca:Mg do solo e os teores de CaO e MgO do calcário. Para isso, divide-se o Ca meq/l 00 mL pelo Mg
- 17 -
meq/lOO mL do solo para saber a relação Ca/Mg. Então, faz-se o cálculo da calagem através da fórmula
estudada.
Ao final, para atingir a relação Ca/Mg desejada, observando o teor de CaO e MgO do calcário,
escolhe-se o tipo de calcário a ser utilizado.
No Quadro 23, apresentamos um exemplo de recomendação.
Quadro 23- Exemplo de cálculo de calagem.
Cultura Relação Ca!Mg
no solo
1. soja 2,3:1
2. soja 3,6:1
*calcítico CaO 48% MgO 4%
**dolomítico CaO 37% MgO 13%
Quantidade de
calcário(tlha)
3,0
1,5
Fonte: GUILHERME,M.R. Calagem.1993, p. 9
3.1.11. Importância da calagem
Tipo de calcário
calcítico*
dolomítico**
Com relação à calagem os seguintes itens devem ser considerados:
Relação
Ca!Mg do solo
esperado
3,5;1
3,1:1
1) para o bom aproveitamento do adubo aplicado, há necessidade de corrigir o pH do solo para
6,0~6,5.
2) para melhorar o efeito da calcário, há necessidade de umidade e tempo.
a) Água: se o solo estiver seco, o calcário não age.
b) Tempo: o efeito de calcário depende muito do seu grau de finura.
Na prática, é importante observar os dois itens seguintes:
1) calcário "grosso", com PRNT (45 ~70%), deve ser aplicado com 4 a 6 meses de antecedência.
2) calcário "fino", com PRNT acima de 80%, pode ser aplicado 1 a 2 meses antes do plantio ou
semeadura.
Diz-se que o calcário não age no mesmo ano e funciona na safra seguinte, isto ocorre quando se
utiliza calcário de qualidade inferior.
Então, na prática, podemos considerar os seguintes:
1) calcário grosso, com PRNT (45 ~70%), exige vários anos para produzir efeito, causando pre-
juízo ao lavrador.
2) calcário fino, com PRNT acima de 80%, apresenta resultado no mesmo ano e obviamente na
safra seguinte, relacionado ao manejo do solo, continua o efeito por 2 a 3 anos.
Mas, pergunta-se sobre a necessidade de repetir a calagem, uma vez quue ocorre efeito
residual do calcário; mas isso não é perene, e o solo se acidifica, por isso faz-se a análise do
solo, procedendo a calagem conforme a necessidade.
3) correção do subsolo: na maioria das culturas, o sistema radicular não se desenvolve bem em solo
ácido. Isto se deve ao excesso deAI (alumínio) ou deficiência de Ca (cálcio). Geralmente, ocorrem
ambos. Com relação à correção do solo na profundidade, conforme o relato de Quaggio e outros
(1985), em solo de cerrado de latossolo vermelho, a calagem de 6 t/ha, após 30meses, naprofundi-
dade de 50 cm (Ca+Mg), aumentou 0,5 meq/lOO em3
, e o pH (H20) passou de 4,6 para 5,0.
- 18 -
3.1.12. Fatos na calagem
Os pontos importantes são os seguintes:
1) o calcário não é solúvel em água, é importante o contato das partículas do calcário com os
grânulos do solo, por isso é preciso incorporar bem o calcário no solo.
2) a Iixiviação do Ca no solo é bastante lenta.
3) onde há AI e não há Ca, a raiz da planta não se desenvolve; sem crescimento da raiz das
culturas não há aproveitamento do adubo e a produtividade é baixa.
3.1.13. Aplicação antes do plantio
O calcário deve ser espalhado por toda área. Para uma boa incorporação, aplica-se a metade antes
da aração, e a metade antes da gradeação.
A planta absorve o nutriente pela raiz, por isso considera-se a raiz como a boca da planta. Quanto
mais profundo se corrige, aumenta a eficiência da calagem, desenvolve melhor o sistema radicular, aumen-
tando o aproveitamento da adubação, resiste mais à seca, alcançando maior produtividade.
No Quadro 24, segundo o resultado obtido em pesquisa realizada em Campinas, Estado de São
Paulo, fazendo a calagem no milho na profundidade de 30 cm, houve aumento de 26 sc/ha em relação à
aplicação na profundidade de 12 cm.
Quadro 24- Efeito da profundidade de incorporação de calcário(4 tlha) na produtividade de
milho em solo-LE.
Profundidade Produtividade Índice
de incorporação sc/ha
0-12 57 100
0-15 66 116
0-30 83 146
1 saco = 60 kg LE: Latossolo Roxo Escuro
Fonte:GUILHERME,M.R. Calagem.l993,p.ll.
3.1.14. Calagem na cultura perene.
Aumento
sc/ha
o
9
26
No caso de cultura perene (café, citrus e outras) procede-se da seguinte forma:
1) lavoura de café-aplicam-se 2/3 da quantidade sob a copa, atingindo até 30 - 40 cm além da
ponta dos ramos, e 1/3 no meio da rua. É melhor fazer a aplicação antes da esparramação.
Fora dessa época, pode-se realizar a calagem na capinação, misturando com a terra. Em lavou-
ra mecanizada, espalha-se por toda área, inclusive embaixo da copa, e faz-se uma leve gradagem
sem prejudicar a raiz do cafeeiro.
2) fruticultura e outras perenes-esparramação por toda área, inclusive sob a copa, e fazer uma
gradeação leve ou na capinação, misturando com a terra.
3) segundo corte de cana de açúcar-aplicação por toda área e fazer uma gradeação leve sobre a
terra.
4) pastagem-no início das chuvas 1 a 2 meses antes da adubação com fósforo ou nitrogênio,
roçar o capim, espalhar o calcário fino por toda área em cobertura e fazer uma leve gradeação
para incorporar com a terra. Para obter bom resultado em curto prazo, recomenda-se aplicar o
calcário junto com o gesso agrícola. Esta mistura é de 70% de calcário e 30% de gesso
agrícola. A quantidade de aplicação deve ser calculada conforme o PRNT.
- 19 -
3.2. Gessagem
3.2.1. Efeito da gessagem agrícola.
Malavolta afirma os seguintes efeitos da gessagem agrícola:
1) fonte de Ca e S;
2) melhora o sistema radicular;
3) correção do excesso de Na no solo;
4) diminui a salinização do solo;
5) Diminui a perda de N (nitrogênio) durante a fermentação.
Abaixo os padrões do gesso agrícola:
Umidade
CaO
S
P20S
Si02 (insolúvel)
Fluoretos (F)
R203(Ah03+Fe03)
17%
26%
15%
0,75%
1,26%
0,63%
0,37%
A composição do gesso agrícola é de 96,5% de CaS04
.2Hp. Em outra análise, segundo MAY e
SWEENE (1982), apresenta micronutrientes (B, Co, Cu, Fe, Mn, Ni, Na e Zn) e também elementos tóxicos
como (AI, As, Cd e outros) em pequenas quantidades.
Como fonte de S (enxofre), em solos com baixo teor para fornecer 30 a 40 kg/ha de S, é necessário
aplicar 200 - 270 kg/ha de gesso agrícola.
3.2.2. Lixiviação de K e Mg e o uso excessivo de gesso agrícola
°uso excessivo de gesso agrícola provoca a lixiviação de Mg e K. A aplicação do gesso agrícola
deve ser recomendada quando a saturação de Ca no subsolo a 20 ~40 em for menor do que 60%, e a
saturação porAI for acima de 20%. Deve-se evitar a aplicação do gesso agrícola acima de 1,5 tlha.
3.2.3. Método de aplicação do gesso agrícola.
Malavolta e Klemann recomendam o uso do gesso agrícola, quando o cálcio no solo for baixo, e
o AI no subsolo, elevado. Como, atualmente, não está estabelecido um padrão ideal de aplicação, surgere-
se o seguinte:
AI 3+ 1 meq/l00 cm3
no solo - aplicar 2 t/ha de gesso agrícola.
Para aumentar 1 meq/l00 cm3
de Ca no solo aplicar 2 tlha de gesso agrícola.
A Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais-CFSEMG (1989) de acordo com a
composição do solo, apresenta a quantidade de aplicação:
Solo arenoso « de 15% de argila) = 0,5 tlha
Solo areno-argiloso (15 ~ 35% de argila) = 1,0 tlha
Solo argilo-arenoso (36 ~ 60% de argila) = 1,5 tlha
Solo argiloso (> 60% de argila) = 2,0 tlha.
- 20-
A quantidade de aplicação do gesso agrícola, para correção de acidez, é recomendada usar 25 -
30% da quantidade de calcário. Ambos se complementam mutuamente. Quando a cultura está instalada,
aplica-se o calcário e o gesso sob a planta, na entrelinha e também na área total ou em linha.
Periodicamente, deve-se fazer a análise de solo e examinar o seu efeito. Como o gesso agrícola é
solúvel, pode-se espalhar sobre a terra, sem necessidade de incorporação. °calcário deve ser aplicado com
antecedência e depois incorporar no solo e, na ocasião do plantio, pode-se aplicar o gesso agrícola.
3.2.4. Cálculo da gessagem
A calagem, em geral, não corrige a acidez em profundidade, no caso de cafezaisjá formados, onde
é inviável a incorporação do corretivo, a menos quando se procede à subsolagem.
Ou se usam doses relativamente pesadas em solos leves, empregando-se calcário de boa qualida-
de, ou se esperam alguns anos. Isto se deve ao fato de que o ânion, acompanhante do cálcio, cot, dissipa-
se na atmosfera da superfície do solo e acima dela. Em conseqüência, o cafeeiro (ou outra cultura qualquer)
tem o seu sistema radicular concentrado na superfície e, por isso, aproveita menos os nutrientes qUl
percoIam, absorvem menos água e sentem mais o efeito da estiagem.
°gesso, gesso agrícola ou fosfogesso, é o CaS04
.2Hp (sulfato de cálcio), subproduto da
indústria do ácido fosfórico. °ânion acompanhante do Ca2
+ é sot, que, ao contrário do cot,não se perde
por volatilização, sendo capaz de descer no perfil, processo que é acompanhado pelo cálcio. Disso resulta
que, em profundidade, aumenta a saturação em cálcio do complexo de troca, e o AI tóxico é "neutralizado".
A gessagem usualmente não modifíca o pH e não é substituta da calagem. Ambas se complementam.
A pesquisa agrícola ainda não encontrou uma fórmula, para calcular a dose de gesso a usar em
função dos dados de análise do solo, que tenha tido comprovação prática. Enquanto isso, pode-
se, provisoriamente, usar a seguinte:
NG (0,6 CTCe - meqCall 00 cm3
) x 2,5 ou
NG (meqAI/l 00 cm3
- 0,2 CTCe) x 2,5 onde
NG necessidade de gesso.
toneladas de gesso/ha
CTCe capacidade de troca catiônica efetiva.
meq (AI +K +Ca +Mg)/l00 cm3
Deve-se pensar no uso do gesso quando:
a) a análise do solo na profundidade de 21- 40 em (e não a correspondente O- 20 em) revelar uma
participação do Ca na CTCe menor que 60%;
b ) A análise do solo a 21 - 40 cm (e não a O- 20 em) mostrar que a saturação em AI é maior que
20%.
Quando o solo, antes do plantio, necessitar de calcário e de gesso, primeiro se faz a calagem na
forma recomendada e depois se distribui o gesso a lanço, sendo dispensada a sua incorporação. Pode-se
também usar produtos comerciais que contêm uma mistura de calcário e gesso. Nos cafezais em formação ou
produção, o gesso é aplicado a lanço e, nesse caso, pode-se usá-lo previamente misturado com o calcário
(se o solo necessitar de calagem) ou separadamente.
~ 21 ~
4.Técnica de melhoramento de manejo e adubação.
4.1. Cálculo de adubação para cultura de hortaliças.
4.1.1. Sistema de absorção de nutrientes em hortaliças.
O pesquisador japonês Koya Yamazaki, que esteve no Brasil em 1969, para proferir um curso
sobre adubação de hortaliças na Estação Experimental da Cooperativa Agrícola Sul Brasil, em Atibaia,
dividiu as culturas em dois grupos, de acordo com a época de absorção de nutrientes pelas hortaliças:
a) as do tipo A, compreendendo as hortaliças de frutos - como tomate e berinjela -, e hortaliças
de ciclo longo - como o repolho, couve-chinesa, leguminosas e morango - que absorvem
nutrientes na fase posterior, dando ênfase na adubação de cobertura;
b) as do tipo B, compreendendo as culturas que absorvem mais nutrientes na fase intermediária
- como nabo, cenoura e batata -, dando ênfase na adubação básica.
Gráfico 6. Dois tipos de hortaliças, conforme o sistema de absorção de nutrientes (kg/O, lha)
40
30
QUANTIDADE
DE ABSORÇÃO 20
(Kg / 01 ha)
10
QUANTIDADE
DE ABSORÇÃO
(Kg / 01 ha)
20
10
TIPO A
(Proporção
de Absorção)
K,O (lO)
CaO (8)
N (6)
P,o, (2)
MgO (1,5)
2 3 4 5 6 MESES
'----:--l~
Legummosas I Hortaliças
e folhosas : de frutos
Repolho
Couve Chinesa
TIPOB
Período de
máxima
"absorção~
(Proporção
de Absorção)
_---K,O (10)
~--CaO(8)
~---N(6)
_~~~==~=~:E=~=~P205 (2)MgO (1,5)
2 3 4 5 MESES
'--_---', L--...J
Hortaliças Hortaliças
de raiz para produção
Cebolinha de sementes
Fonte: YAMAZAKI,Koya. Sosai no hibai. 1960,p.160.
- 22-
Aabsorção de nutrientes nas hortaliças do tipo A, é crescente, principalmente nos últimos 30 dias
do ciclo, quando chega a 60~80%.
Nas hortaliças do tipo B, a absorção atinge a 60~80% a partir de 60 dias antes da colheita,
principalmente nos 30 a 40 dias, quando atinge a fase de aumento no crescimento vegetativo. Depois disso,
os nutrientes são acumulados nas raízes, tubérculos e bulbos. diminuindo a absorção pelas raízes.
4.1.2. Padrões de produtividade de hortaliças e quantidade de absorção de elementos do adubo.
Considerando os padrões de produção de hortaliças e as quantidades de nutrientes absorvidos
em cada cultura, tomando-se como base geral KP igual a 10, serão absorvidos dentro dos seguintes limites
N 6~8, CaO 8~15, pps 2~4, MgO 1~3. No Quadro 25, estão calculadas as quantidades de nutrientes neces-
sárias para cada tipo de hortaliças. Estes valores estimados, para cada cultura, ainda devem ser melhorados
em alguns pontos, mas foram baseados na proporção de cada nutriente para fazer a adubação. E, também,
esses números indicam as quantidades de nutrientes que deverão ser absorvidos, por isso é diferente da
quantidade de adubo. Como o adubo é aplicado no solo, lixívia com a água de chuva e irrigação. O índice de
lixiviação varia com o tipo de solo. Então considerando o tipo de solo, é melhor calcular a quantidade de
adubo baseado no fator de multiplicação, conforme o Quadro 26.
Quadro 25-Padrões de produtividade de hortaliças e quantidade de absorção de elementos do
adubo.
Fator Produção e espécie de hortaliças (t./0,1 ha) Quantidade absorção de elementos (kg./O,1 ha)
N
4 Pepino (8),Tomate (8), Pimentão (3) 24
Melancia (8), Melão (5), Abóbora (8)
3 Batata-doce (6), Rabano (6) 18
2 Repolho (4),Couve-chinesa (6), Salsão (4) 12
Nabo (6), Cenoura (2), batata (4)
1,5 Morango (2), Feijão Fava (2) 9
I Cebola (6), Espinafre Horenso (2), 6
Alface (2) Ervilha (1), Feijão-vagem (I)
Fonte:HASEGAWA,M. Sehi no Kiso to oyo.1982, p,119.
Quadro 26- Fator de multiplicação de adubação.
Tipo de solo
Arenoso
Areno-argiloso
N
1,3 - 2,0
1,2 - 1,8
1,0 - 2,0
0,5 - 2,0
P20 S K20
8 40
6 30
4 20
3 15
2 10
3,0 - 6,0 (solo cf alta adsorção de P)
0,5 - 2,0
Argiloso 1,0 - 1,5 3,0 - 6,0 (solo cf alta adsorção de P)
Arenoso: teor de argila < 12,5%, Areno-argiloso: teor de argila 12,5 ~ 25,0%
Argiloso: teor de argila 25,0 ~ 37,5%, Muito argiloso: teor de argila> 50,0%
Fonte: MAEDA,Masao. Yasai no eiyo shindan to sehi. 1966, p.118.
- 23 -
CaO
32
24
16
12
8
1,0 - 1,5
0,5 - 1,0
0,5 - 0,8
MgO
6
5
3
2
1,5
4.1.3. Produção almejada e adubação de cada espécie de hortaliça.
Com base no Quadro 25, com os padrões de produção de hortaliças, quantidade de absorção dos
elementos na nutrição e no Quadro 26, com o fator de multiplicação de adubação para o cálculo de adubação
de cada cultura, o Quadro 27 apresenta as diferentes espécies de hortaliças, produção almejada e quantida-
de de adubação.
Quadro 27- Produção almejada e adubação para cada espécie de hortaliça.
Produção almejada
(UO,I ha)
16
12
8
6
4
2
Espécie de hortaliças
Tomate, Abóbora, Pepino, Melancia, Melão
Batata-doce, Rábano
Batata, Nabo, Couve-chinesa, Cenoura, Beterraba, Salsão.
Feijão-fava, Morango
Ervilha, Feijão-vagem, Espinafre horenso, Alface
Fonte: HASEGAWA,M. Sehi no kiso to oyOU. 1982, p.118
N
54,0
45,0
36,0
27,0
18,0
13,0
9,0
Adubação (kglO,1 ha)
p,Os K,O
18,0 48,0
15,0 40,0
12,0 32,0
9,0 24,0
6,0 16,0
4,5 12,0
3,0 8,0
Em hortaliças folhosas, existe a idéia de que basta fornecer bastante nitrogênio para a sua produ-
ção, mas isto favorecerá o ataque de doenças, e, no repolho, o excesso de adubo irá desenvolver demasia-
damente as folhas externas e não haverá formação da cabeça. O excesso do adubo em tomate provoca
desenvolvimento excessivo das folhas e caule, prejudicando a formação e maturação dos frutos, aumentan-
do a ocorrência de podridão apical, relacionado também com a deficiência de cálcio. Na berinjela também
aumenta o desenvolvimento das folhas e caule, prejudicando a frutificação. Por isso, é necessário conhecer
os fundamentos da adubação adequada.
Quando o Dr.Koya Yamazaki esteve em 1969, ministrando curso para os agrônomos da colônia
japonesa sobre os fundamentos da adubação de hortaliças, os autores tiveram a oportunidade de participar.
Assim, baseado no método de adubação do Dr.Yamazaki, em solos do Brasil, com a repetição de fracassos
e sucessos, elaboraram-se planos de adubação de hortaliças, aplicando na atividade de produção de tomate
e outras hortaliças, e, assim, os autores adquiriram a convicção de que essa idéia pode ser aplicada no Brasil.
O Quadro 28, apresenta a produtividade média de cada espécie hortícola cultivada no Brasil.
- 24-
Quadro 28- Espécies hortícolas cultivadas no Brasil e sua produção média (tlha)
Horaliças tJha Hortaliças tJha
Abobrinha 10-20 Jiló 16-20
Abóbora rasteira 10 -15 Melancia 30-50
Alcachofra 4-6 Melão 20-40
Alface 20-30 Moranga 10 - 15
Alho 4- 8 Morango 30-35
Aspargo 4-7 Nabo 6-8*
Berinjela 30-60 Pepino 20-50
Beterraba 15 - 30 Pimenta 4-16
Brócolos 10-30 Pimentão 30-40
Cebola 20-40 Quiabo 15 - 22
Cenoura 25 - 45 Rabanete 15 - 30
Couve-flor 8 - 16 Repolho 30-60
Ervilha 1,5 - 2,0 Tomate estaqueado 50-100
Feijão-vagem 20-25 Tomate rasteiro 30-50
*A baixa produtividade do nabo é devida a variedade antiga, conforme justificou o
responsável pelo quadro, Dr.Paulo Trani-IAC,em 26/03/1997.
Fonte: RAIJ,B.na et a!. Apud "Romendações de Adubação e Calagem para o Estado
de São Paulo"Boletim Técnico lOO-IAC. 2.ed.Campinas: 1996, p.16l.
4.2. Interpretação de análise de solo e plano de adubação em olericultura.
Na produção de olerícolas, inicialmente procedemos a análise de solo para obter o maior número
de informações possíveis, para que sejam úteis no melhoramento da adubação. Para a interpretação da
análise de solo, podemos ordenar da seguinte forma:
Ocorrem dois casos de deficiência no desenvolvimento:
4.2.1. Caso de deficiência de elementos na adubação.
Nos solos que apresentam: podridão apical no tomate por deficiência de cálcio; deficiência de
magnésio; ocorrência de pragas e doenças por deficiência de micronutrientes, ocorrem condições de mau
desenvolvimento das culturas por deficiência de elementos.
4.2.2. Caso de excesso de elementos na adubação.
Ao contrário do primeiro caso, o excesso de elementos na adubação de N, K, P, Ca, Mg, inc1uindo-
se a inibição de elemento devido ao antagonismo, ocorrem condições de mau desenvolvimento devido ao
prejuízo por excesso de adubo. Isto ocorre por causa do vício de adubação adotado até então, por isso
deve-se questionar o histórico de adubação dessa área.
Examinando a análise de solo da cultura com desenvolvimento normal e sadio, não há falta ou
excesso de cada elemento, com bom equilíbrio entre os elementos nutricionais (composição de cátions),
pode-se pensar que há alto teor de matéria orgânico e micronutrientes.
- 25 -
Assim, essas condições de desenvolvimento das olerícolas, basenado-se na análise de solo e
nos dados bibliográficos, em relação a cada elemento, considerou-se o seguinte:
I) análise de solo que apresenta deficiência;
lI) análise de solo sadio;
I1I) análise de solo que produz hortaliças sem adubo;
IV) análise de solo que apresenta danos por excesso.
No Quadro 29, estão resumidos a interpretação de análise e a recomendação baseada no caso da
região do cinturão verde de São Paulo para cultura olerícola no campo.
Além disso, acrescentaram-se à relação Ca/Mg, Mg/K, o coeficiente de absorção de P e o escla-
recimento sobre os micronutrientes.
Os cáculos apresentados para cada elemento, foram feitos tomando como base a quantidade
absorvida por ha pelas hortaliças outras culturas, e a quantidade aproveitável existente no solo. Conside-
rou-se o peso da terra em 1,0 ha, na profundidade de 15 cm, com a densidade do sol9 igual a 1. O solo é sadio
quando contem a quantidade necessária de nutrientes para a absorção da cultura, sem excesso.
Quadro 29-Interpretação de análise de solo com hortaliças no Cinturão Verde de São Paulo
(A.Kishimoto, 1998).
Acidez < 5,0 Com acidez forte há possibilidade de ocorrer toxidez de AI e deficiência de Mo
pH(H,O) 6,0 -6,5 Solo sadio
> 7,0 Diminuição da eficiência de Fe, Cu, Mo e Zn, impedindo a absorção pela cultura.
M.O < 1,5(%) Baixo (I) 3.0 -5.0(%) Adequado para hortaliças
(mat.orgânica) > 2,5 Alto (2)C(%) X 1,724=M.O.
(3)M.O (%) X 0,05 = N total [N total X 2(%) = quantidade aproveitável pela planta
Presina 22 .. 5,O(mglIOOg) abaixo disso pode ocorrer deficiência ~
-75 (kglha)
(P aproveitável)
44 "1O,0~ nas hortaliças exigem mais ~ .... 6- 150
'" 0.."
(comoP2Os) neste intervalo o solo é sadio i5 oo.
§-155 35,0 neste nível a hortaliça produz sem adubo ~ "il 533
.~ ~
3.000873 200,0 possibilidade de ocorrer excesso ~
-K' 0,17 8,0(mglloog) pode ocorrer deficiência ~
o
Õ- 12O(kglha)
~
(K trocável) 0,32 15,1 ] ~
" :l_ 227
'O
o
em (comoK2O) solo sadio Õ E
~ o
T.F.8.A 0,60 28,3 produção de hortaliças sem adubo ~
- ~- 425
Ca- 2,00 56,O(rngllOOg) neste nível pode ocorrer podridão apical ~ ~
-840(kglha)
'"(Ca trocável) 5,00 140,0 nível suficiente plbatata devido a sarna (Ca tem relação c/ acidez do solo)-+ <E _ -+2.100
o.
~(meq/loog) (comoCaO)
~
U
em 7,14 200,0 pode ocorrer maior efeito de pH do que o teor de Ca ~
'iil 8 _3.000
e o
T.F.S.A 10,71 300.0 prooução de hortaliças sem calagem ~ ~ -+4.500
17,86 500,0 pode ocorrer excesso
• ê'
o
_7.500
Mg++ 0,50 1O,0(mglloog) pode ocorrer deficiência ~
c
-150(kg/ha)
(Mg trocável)
1õ
(meqlloog) 1,25 25,OJ ~
" ::E- 375'O
em (como MgO) solo sadio
~ 8o
T.F.S.A 1,75 35,0 produção de hortaliças sem adubação ou calagem ~
~-
525
não há relatos a respeito de excesso de Mg
Ca/Mg(reiação) 4-8
MgIK(relação) acima de 2
Fix P20S >300 muito baixo
coef. (de absorção 600 -750 médio
de.P) > 1.200 muito alto
Deficiente adequado excessivo
Fe <20(ppm) 50(ppm) > 2oo(ppm)
Mo <5 !O > 35
Cu <0,5 3 > 5
Zn < 5 10 >40
B <0,3 3 > 8
- 26 -
4.3. Técnicas para aumento de produtividade.
4.3.1.) Técnicas agrícolas para aumentar a fotosssíntese.
4.3.1.1. Fundamento da produção agrícola.
A base da produção agrícola está na síntese das folhas, isto é, na formação e no transporte de
produtos fotossintéticos. Mas a atividade fotossintética pode ser afetada pelos danos na planta, ou para-
lisar totalmente em virtude de minúsculos danos químicos ou mecânicos.
A fotossíntese (ação de assimilação do gás carbônico) ocorre através da clorofila contida nas
folhas verdes. Processa da seguinte forma:
nC02
+
(gás carbônico)
(presente no ar)
2nHp
(água)
(absorvida
pela raiz)
Luz
~
clorofila
(CHP) n
(produtos
fotossintéticos)
(matéria orgânica)
+ n02 +
(oxigênio)
nHp
(água)
A reação fossintética baseada na equação química, através de 44 g de CO2(gás carbônico) e 18 g
de HP (água), produz 30 g de carboidrato (matéria orgânica) e 32 g de 02' e para essa reação são necessárias
114 Kcal (quilocalorias) de energia da luz.
Normalmente, no ar, ocorre 0,03% de CO2(gás carbônico), donde são extraídos o C (carbono) e 02
(oxigênio) para a produção fotossintética: 45% de C (carbono) e 45% de 02 (oxigênio) do produto
fotossintético, somando 90%, que são originários do CO2(gás carbônico) do ar. Assim, 6% de H (hidrogê-
nio) que se originam da HP (água), o carboidrato (matéria orgânica) produzido pela folha constitui 96% que
são fornecidos graças à natureza, os restantes 4% advêm dos elementos fornecidos como adubo, sendo que
os macronutrientes compõem 3,5%, enquanto os micronutrientes apenas 0,5%.
Podemos considerar que o fornecimento de CO2
(gás carbônico) do ar é ilimitado. Na agricultura,
proporciona ao máximo a fotossíntese, que é"realizada pela folha, e, assim, os produtos fotossintéticos são
elaborados com bom rendimento sem paralisação e em toda a plenitude para se concentrar na colheita que
estamos objetivando. Para isso, exige-se uma adubação eficiente com macro e microelementos.
4.3.2. Técnicas de melhoramento do solo de cerrado
4.3.2.1. Solos de cerrado.
Nas regiões tropicais, em virtude da alta temperatura e elevada umidade, ocorre acentuada altera-
ção química, e, pela intensa liberação de cátion da rocha mãe e no solo, a solução se alcaliniza, lixiviando o
Si02(óxido de silício), sobrando o Fe (ferro) e AI (alumínio). Esta é a ação de laterização. Assim, o fato da
baixa relação (SiO/AlP3=Ki) é conseqüência da lixiviação do Si02
estar mais adiantado, demonstrando ter
passado mais tempo no processo de formação do solo, fazendo da região central do Brasil o solo mais
antigo, com a estabilização da lixiviação dos cátions.
°solo de cor vermelha que ocorre na região tropical foi classificado como latossolo, onde "later"
significa tijolo e latossolo significa "solo vermelho como o tijolo".
A maior área que constitui o planalto central do Brasil, tem como base o cerrado, localizado na
massa de terra continental, estabilizado há mais de 200.000 anos, através de sucessivas sedimentações
-27-
pelas erosões das chuvas. Por isso, os elementos solúveis foram lixiviados, a combinação do Fe com AI
formou a caulinita, originando o solo de latossolo com mistura de areia quartzosa. ACTC da argila (CEC=CTC)
é 3 ~15 meq/l 00 g, que é a mais baixa dentre outras argilas.
Como foi abordado acima, no solo de cerrado o silício lixiviado carrega os cátion, tomando o solo
ácido, e a maior parte da argila é constituída de caulin, com CTC baixo, assim, elevando-se a CTC, através do
aumento da matéria orgânica aumenta a produtividade.
Quadro 30- Comparação entre solos "adequado" , cerrado e outros.
Características Campo Campo Cerrado Cerradão Mata Adequado
limpo cerrado
(N° de amostras) (68) (148) (225) (45) (16)
pH(H2O) 4,87 4,94 5,0 5,14 5,28 6,0-6,5
pH(KCI) 4,16 4,25 4,25 4,32 4,35
pH(KCL-H2O) 0,71 0,69 0,76 0,82 0,93
M.O. 2,21 2,33 2,35 2,32 3,14
~;:J
0,20 0,33 0,45 0,69
0,06 0,13 0,21 0,38
K+ meq/100g 0,08 0,10 0,11 0,13
AI+3
0,74 0,63 0,66 0,61
CTC 1,08 1,19 1,43 1,81
1,50 3,0-4,0
0,55 1,0-1,5
0,17 0,2-0,3
0,78 < 0,6
3,0
p - 0,5 0,5 0,9 2,1 1,4 10,0-15,0
Zn* 0,58 0,61 0,66 0,67 1,11 1,0-5,0
Cu* ppm 0,60 0,79 0,94 1,32 0,95 0,8-1,6
Mn* solúvel 5,4 10,3 15,9 22,9 24,1 10,0-20,0
Fe* 35,7 33,9 33,0 27,1 37,2 30,0-40,0
B**_ 0,5-1,0
*0,05MHCl +0,0125MH2
S04
** solúvel em água
Fonte: HASHIMOTO,T Sansei dojo to sono nogyo riyou. 1994, p.92; MALAVOLTA,E.
Fertilizantes e seu Impacto Ambiental. São Paulo,1994,p.126.
4.3.2.2. Manejo do solo de cerrado.
°cerrado apresenta vegetação rala com árvores tortas de casca dura. °seu manejo, incluindo o
controle da erosão, poderá ser assim resumido:
1) aplicação anual de matéria orgânica;
2) não queimar os restos vegetais;
3) incorporação de adubação verde;
4) utilização de cobertura viva, e no inverno plantar gramíneas;
5) rotação de cultura com plantio em nível;
6) exploração animal e agrícola;
7) plantio direto sistematizado. Plantio obrigatório de cultura anterior (fornecimento de biomas-
sa), estabelecendo sistema de rotação, com implantação de integração lavoura-pecuária (por
exemplo, criação solta, não confinada), aumenta a atividade dos microrganismos do solo,
melhorando o solo bio-fisico- quimicamente, possibilitando a sustentabilidade agrícola.
- 28 -
4.3.2.3. Exemplo de melhoria de produção no cerrado.
Apresentamos alguns resultados obtidos a partir de 1986, na Fazenda Progresso, e, a partir de
1992 na Cooperativa Agrícola de Lucas do Rio Verde-COOPERLUCAS, em Lucas do Rio Verde, sobre
latossolos vermelho-amarelo de baixa fertilidade e condição de alta pluviosidade (média 2.300 mm entre
setembro e abril)
Os resultados de 6 anos na Fazenda Progresso, apresentados no Quadro 31, demonstram que,
independentemente do modo de preparo do solo, a rotação com milho ou arroz causa sempre aumentos de
produtividade superiores a 50% em relação a sua monocultura. Já o modo de preparo (aração+gradagem)
conduz a um acréscimo de 10 a 20% em relação ao preparo convencional com grade pesada (que além de
favorecer a erosão, cria uma descontinuidade - pé de grade - impedindo o aprofundamento do sistema
radicular). O Quadro 31 evidencia ainda que, com apenas uma boa cultura precedente (arroz ou milho) e um
bom preparo (aração ou plantio direto), a soja ultrapassou 3.000 kg/ha (média de 6 anos), enquanto no
sistema convencional (gradagem e monocultura), com os mesmos insumos, a produtividade foi de apenas
1.674 kg/ha, ou seja, somente com a rotação houve um aumento superior a 80% na produtividade.
Quadro 31-.Efeito dos modos de preparo do solo e da rotação de culturas sobre a
produtividade da soja. Média de 6 anos. Fazenda Progresso-MT,1986/92.
~nte Monocultura de soja Soja após arroz Soja após milho Efeito do preparo
Preparo kglha (%) kglha (%) kglha (%) kglha (%)
Grade pesada 1.674 100 2.562 158 2.850 170 2.362 100
Aração+gradagem 2.118 127 3.090 185 3.012 180 2.740 116
Plantio direto 1.986 119 3.042 182 3.060 183 2.696 114
Efeito da rotação (média) 1.926 100 2.898 150 2.974 155 - -
• Mesma adubação, mesma data de plantio, mesma variedade, hebicida, inseticida, para todos
os manejos (únicas diferenças: rotação e preparo de solo)
Fonte: POTAFOS."InformaçõesAgronômicas". Piracicaba: N° 69,p.l e 2,mar.1995.
4.3.2.4. Plantio direto - Sistema mantenedor de fertilidade - bomba biológica.
A prática do plantio direto, associada à utilização de sucessões anuais com duas culturas de
grande quantidade de biomassa recicladora, é um sistema simples, de fácil utilização e mantenedor da
fertilidade. Hoje, cerca de um milhão de hectares são cultivados no sistema de plantio direto nos cerrados do
Centro-Oeste do Brasil. A difusão e a adoção deste sistema pelos produtores são extremamente rápidas.
- 29-
Gráfico 6- Sistema mantenedor de fertilidade na cultura de soja - bomba biológica.
I Prote!(ão inicial I • • • • I Recidador final I
--[ProdUçãU~tá"l
Capital solo,totalmente
~ 1 protegido
I Estação chuvosa
Imes 10 11 12 1 2 3 4 5
(Plantio direto de colheita
soja na palha de
Ide SOjJ
milheto)
• •
:iiFinal de estação seCE Plantio direto de milheto • •
(milheto plantio pré e pós colheita da soja Acúmulo no caul
direto à lanço)
i i
e folha do milhet(
(Ca, Mg, K, N03
I I I I I I I I Superfície do solo I I I I I I I I I I I I I
[LiXiViação de parte ]
do adubo da soja
.I aumento da m.o. do so~
[ comp. da raiz do milhetoJ
1,6 -2,4 m.
• • • •ICa, Mg, K, N03 I • • • • A raiz do milheto absorve Forte atividade
o nutriente lixiviado,reci- da fauna
dando p/parte aérea
ação de bomba
Fonte:SEGUY,L. et al."InformaçõesAgronômicas"POTAFOS.Piracicaba:n.74ju1.96.
Bouzinac,Ayrton Trentini
- 30-
4.4. Cálculo de adubação para cultura de campo
4.4.1. Diferença na proporção de elementos de adubação na cultura.
Para estabelecer uma adubação racional, é importante uma pesquisa baseada na absorção de
cada elemento. Porém, dependendo das condições de cultivo da lavoura, a absorção desses elementos varia
muito,e a pesquisa que ora apresentamos, também poderá apresentar variações, sendo este resultado
inevitável.
Observando o resultado de pesquisa do Quadro 32, as hortaliças, em geral, mostram elevada
absorção de K (potássio). Num experimento na Estação Experimental de Kanto Tozan, no Japão, na aveia, o
N (nitrogênio) apresenta absorção máxima, sendo que K2
O e CaO são proporcionalmente baixos, mas em
hortaliças estes são bastante elevados. Na floricultura, K e Mg apresentam a tendência de elevada propor-
ção de absorção. Estes fatos devem ser bastante considerados na adubação de cultura de campo.
Quadro 32- Proporção de absorção dos outros elementos considerando o N = 100.
Cultura N P20 5 K20 CaO MgO
Aveia 100 35 66 21 15
Hortaliças 100 32 134 80 17
Flores 100 30-40 150 50 - 100 30
Fonte:MAEDA,M. Yasai no eiyoushindan to sehi. 1966, p.117.Id. Haiteku hanazukuri. 1990,
p.205.
4.4.2. Teor de absorção de elementos na cultura.
A relação entre a produção e absorção de nutrientes tomados como exemplo na Estação Expe-
rimental de Hokkaido, no Japão, estão no Quadro 33. E, no quadro 34, estão a produção e a absorção dos
elementos das principais culturas do Brasil.
Quadro 33- Comparação entre a produção e a absorção dos nutrientes das culturas (Resumo
das pesquisas em Hokkaido).
Cultura Produção por ha Absorção por ha (kg) Quantidade necessária pI produção de Parte da
(t) I t em peso seco (kg) colheita
Colheita Peso seco N P,O, K,O CaO MgO N P,O, K,O CaO MgO
Soja 3,50 2,98 280 49 175 150 46 94 16 59 50 15 Grão
Feijão 1,95 1,66 80 22 77 88 40 48 13 46 53 24 Grão
Milho 7,25 6,16 165 76 241 53 28 27 12 39 9 5 Grão
Arroz 5,17 4,39 127 67 142 21 25 29 15 32 5 6 Arroz integral
Trigo 4,40 3,83 152 53 168 28 18 40 14 44 7 5 Grão
Batata 45,00 11,30 140 54 284 68 32 12 5 25 6 3 Tubérculo
Tomate 82,00 7,80 235 61 411 232 51 30 8 53 30 7 Fruto
Cebola 46,50 5,06 90 36 119 51 15 18 7 24 10 3 Bulbo
Fonte: NOBUNKYO."Nogyo gijitsu taikei nosan gyoson bunka kyokai gijitsu"- 339. 1987
(Dados faltantes foram coligidos de outros materiais).
- 31 -
Quadro 34-.Exportação de nutrientes por tonelada de produto colhido, por ha, no Brasil.
N p K Ca Mg S
Cultura Colheita (t/ha)
(kg!t)
Soja 60,6 5,2 8,7 1,9 2,2 3,2 2,5
Feijão 36,4 4,0 5,3 3,1 2,6 5,4 0,9 - 1,8
Milho 22,6 4,7 6,5 0,1 1,8 2,1 2-4
Arroz (em casca) I 2,4 2,2 4,4 1,0 1,0 1,4 3,5-7,5(irrigado)1-3(sequeiro)
Trigo 25,0 5,0 4,0 1,0 3,0 1,6 2-3,5(irrigado) 1-1,5(sequeiro)
Cana-de-açúcar 1,3 0,08 1,1 0,13 0,19 0,12 100 - 80 - 60
Café (grãos sem casca) 16,7 1,0 5,0 2,7 1,5 1,3 1,5 - 2,0
. Batata 2,0 0,12 2,5 0,07 Om 0,07 18 - 20
Algodão 22,3 3,0 8,4 8,4 3,7 7,7 1.55 - 2,8 (em pluma)
Citrus 3,1 0,28 2,4 0,85 0,2 0,24 24 -40
Fumo 39,0 6,7 45,0 12,3 30,7 10,0 0,5 - 0,8
Fonte:POTAFOS. "Informações Agronômicas" n.67,set.1994; BOLETIMTÉCNCO 200- IAC.
Campinas:1987.
Cana-de-açúcar 1° ano 100 t 2° ano 8Ot e 3° ano 60 t
Fator de transformação: P x 2,29 = PP5 K x 1,2=Kp Ca x 1,4=CaO
Mg x 1,66= MgO
4.4.3. Exemplo de adubação para soja.
As quantidades de adubo a serem aplicados variam com a análise de solo e a produtividade
esperada, de acordo com o quadro 35.
Quadro 35-Adubação mineral de semeadura.
Produtividade Análise P resina, ppm K+ meq/100 ml.
esperada de solo 0-6 7 -15 16-40 >40 0-0,7 0,08-0,15 0,16-0,30 >30
(t/ha) P205 (kglha) K20 (kglha)
1,5 - 1,9 50 40 30 20 60 40 20 O
2,0-2,4 60 50 40 20 70 50 30 20
2,5 - 2,9 80 60 40 20 80 60 50 20
3,0 - 3,4 90 70 50 30 80 60 50 30
3,5 - 4,0 * 80 50 40 80 60 60 40
*Não é possível obter essa produtividade com aplicação de fósforo localizado em solos com
teores muito baixo de P.
Fonte: BOLETIMTÉCNICO 100- IAC. Campinas:1996, p.202.
- 32-
A análise de solo da área a ser cultivada com soja em Mato Grosso, está no Quadro 36.
Quadro 36- Análise de solo para cultura de soja em Mato Grosso.
N° Profundidade pH MO P ppm meq/IOOml. CTC V
(em) CaC2 H20 % melich resina K Ca Mg AI H %
I 0- 15 5,9 5,2 2,7 7,5 22,8 0,11 2,4 1,2
° 3,7 7,4 50,2
N° ppm
S Na Fe Mn Cu Zn B
I 11,0 - 63 7,0 0,4 1,3 0,33
Optou-se pela produção almejada de 3,0 ~ 3,4 t/ha. O N (nitrogênio), na soja, é fixada do ar, e o
cálculo de adubação está no Quadro 37.
Quadro 37- Exemplo de cálculo de adubação (total de adubação básica e cobertura).
Adubo Quantidade Teor de elementos (kglha)
de adubo(kglha) P20 5 K20 Zn Cu Mn B S
Superfosfato simples 300,0 54 - - - 36
Cloreto de potássio 100,0 - 60 - -
Sulfato de zinco mono (Zn 35%) 4,3 - - 1,5 -
Sulfato de cobre (Cu 25%) 2,0 - - - 0,5
Sulfato de manganês (Mn 25%) 2,4 - - - - 0,6
Borax (B 11 %) 2,3 - - - - 0,25
Total de adubo 411,0 54 60 1,5 0,5 0,6 0,25 36
Obs.: 1) Será aplicado 1,0 t de calcário calcítico por ha.
2) Sem adubação nitrogenada.
3) Tratamento de semente para 1,0 ha: 50 g de molibdato de sódio (Mo 19,5%) e 20 g de
sulfato de cobalto.
4.4.4. Exemplo de adubação para tomate.
1 - Cultura: Tomate - variedade Santa Cruz Ângela-5.1 00.
2 - Produtor: Shoichi Mitome
3 - Propriedade: Fazenda Maravilha - município de Casa Branca - SP
4 - Laboratório: Ultrafértil
5 - Data da análise: 20/02/199l.
6 - Resultado da análise:
pH M.O P resina meq/IOOg
CaCI2 % ppm K
I Ca
1 Mg
I AI
I H+AI V%
5,5 1,2 29 0,18
I 1,6
1 0,6
I -
I 2,2 52
ppm
S
I Fe
I Mn
1 Zn
I Cu B
5,50
I 28,80
I 16
I 2,80
I 1,75 0,80
- 33 -
7. Cálculo da calagem.
Correção de O- 30 cm. de profundidade, utilizando o fator 1,5.
Dados encontrados na página 85, da revista japonesa Nogyo oyobi engei, indicam que em solo
com C.T.C=5 meql100g, a saturação de bases para hortaliças, para obtenção de colheita máxima, deve ser
130, e considerando que o PRNT do calcário a ser aplicado é de 80%:
46 ( 130 - 52)
Nc= ------------ x 1,5 = x 1,5 = 6,73 -7.000 kg.
PRNT 80
Do total de 7.000 kg de calcário, serão aplicados 3.000 kg de calcário dolomítico, e o restante
4.000 kg serão utilizados a cal hidratada para fornecimento de Ca, mas, como o seu PRNT é o dobro, poderá
ser aplicado a metade da quantidade, ou seja, 2.000 kg.
Assim, neste solo de plantio de tomate, os materiais de calagem a serem aplicados na profundida-
de de 30 cm. são os seguintes:
Calcário dolomítico: 3.000 kg
Cal hidratada calcítica: 2.000 kg
Método de aplicação: antes de arar, aplica-se o calcário dolomítico. Arar e gradear para em segui-
da aplicar a cal hidratada, e arar e gradear novamente.
8. Meta de produção:
População: 12.500 pés/ha (espaçamento de 1,00 x 0,80m.)
Produção almejada: 80 t/ha, ou 290 cx/l.000 pés (cx de 22,0 kg)
9. Conforme o Quadro 25:
Absorção de 80 t de tomate:
N
240 80
10. Cálculo dos elementos (conforme Quadro 26).
N = 240 x 1,5 = 360
pps = ~ x 4 = 320
~O = 400 x 1,2 = 480
11. Cálculo dos micronutrientes (ver Quadro 29)
Fe Mn Zn
Análise (ppm) 28,8 16 2,8
Teor adequado (ppm 50 10 10
Diferença (ppm) -21,2 6 -7,2
- 34-
kglha
KzO CaO
400 320
Cu
1,75
3
-1,25
MgO
60
B
0,8
3
-2,2
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Manejo do solo e adubacao portugues

  • 1. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -~ MANEJO DO SOLO E ADUBAÇÃO Equilíbrio Nutricional Melhoramento do Solo Saúde da Planta KUNIO NAGAI AKIRA KISHIMOTO MARÇO/2008 Instituto de Pesquisas Técnicas e Difusões Agropecuárias da JATAK
  • 2. Prefácio Nesta oportunidade, através da Divisão de Informação do Instituto de Pesquisas Técnicas e Difusões Agropecuárias da JATAK (IPTDA-JATAK), publicamos o livro intitulado Manejo do Solo e Adubação, cujos autores são o EngOAgrO Kunio Nagai, chefe da Divisão de Treinamento e Intercâmbio deste Centro de Pesquisa e Sr. Akira Kishimoto, seu companheiro de longa data. Os avós, matemos do senhor Nagai vieram para o Brasil no navio Ryojun Maru, em 1910, e estabeleceram-se em Guatapará, SP, mesmo local onde se encontra atualmente o IPTDA. Neste ano de 2008, em que se comemora o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, contribuir para a publicação deste livro, deixou-me muitíssimo lisonjeado. Quando vim trabalhar no IPTDA, em abril de 2007, o Sr. Nagai, então chefe da Divisão de Pesqui- sas Técnicas Agrícolas do IPTDA, costumava dizer que "para sanar as dificuldades encontradas pelos pequenos e médios produtores, a questão básica é solucionar os problemas contidos no solo". A continuidade da atividade agrícola tomar-se-á inviável caso não equacionemos a recuperação do solo rapidamente, alterando o uso inadequado de adubos químicos, defensivos agrícolas, preparo do solo, entre outros, empregados desde longa data. Desta feita, atualmente, esta é a sua maior preocupação. O Sr. Nagai prega, com muita convicção, a viabilidade da agricultura orgânica. Assim, alguns experimentos com as culturas orgânicas de banana, café, citrus entre outras estão sendo desenvolvidas no IPTDA. Embora os resultados dessas pesquisas demandem algum tempo; graças à orientação do Dr. Shiro Miyasaka, seu mestre em agricultura orgânica e à convicção adquirida durante os longos anos de experiência como ~ngenheiro agrônomo, desejava difundir a prática da agricultura natural e orgânica, com a missão de levar novo alento aos agricultores o mais rápido possível. Pensando desta forma, foi transferido do cargo de chefe da Divisão de Pesquisas Técnicas Agrícolas para chefe da Divisão de Treinamento e Intercâmbio do IPTDA-JATAK. Hoje, podemos observar que a luta do Sr. Nagai, e o seu grande entusiasmo, incentivando a agricultura natural ou orgânica, não foram em vão. Após meio ano, foi feito um levantamento, através de um questionário enviado pelo Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pesca do Japão, onde se constatou que os agricultores ficaram surpresos com os resultados obtidos em culturas de ciclo curto, como o alho, criando muitas expectativas perante a JATAK, antes uma instituição pouco conhecida entre os agricultores. Obviamente, existem ainda vários entraves visando à implantação de uma agricultura sustentá- vel, indispensável para a preservação do meio ambiente, do solo, de uma atividade produtiva e administra- tivamente econômica. res. Portanto, espero que a publicação deste livro contribua para o desenvolvimento dos agriculto- EngOAgrO Tetsuhiro Hirose Gerente Geral do IPTDA - JATAK - I -
  • 3. INTRODUÇÃO A situação da agricultura hoje está cada vez mais dificil. Principalmente, os pequenos e médios agricultores estão enfrentando, há muito tempo, uma séria crise em suas atividades. Assim, ocorre a tendên- cia de deixar o campo e ir para os centros urbanos a fim de dedicar a outras atividades, trazendo como conseqüência o grande êxodo rural com o superpovoamento das grandes cidades. O produtor rural conduz suas lavouras baseado somente no uso de insumos considerados mo- dernos, como fertilizantes químicos concentrados e defensivos químicos de alta toxicidade, lutando contra as pragas e doenças. É necessário entender que a produtividade, a qualidade, as pragas e as doenças na lavoura são conseqüências e não causas. Temos que nos rever os conceitos fundamentais da agricultura. A base da agricultura está no solo. Todos nós sabemos que uma planta bem nutrida é mais tolerante ao ataque de pragas e doenças, permitindo obter boa produtividade e qualidade, com baixo custo de produção, proporcionando altos lucros ao produtor. Mas para que a planta seja sadia é necessário que o solo seja sadio. A saúde do solo depende da vida, ou seja da mesofauna e microrganismos que são destruídos na agricultura convencional. Este processo inicia-se com a derrubada das matas. O cultivo da terra com o preparo mecânico de aração, gradagem e capinas contribuem para a destruição da vida do solo. Acentuam- se com as adubações químicas de alta concentração, uso de herbicidas e defensivos químicos. Em conseqüência desse processo, ocorre o desequilíbrio químico, fisico e biológico do solo, causando todos os problemas da atual agricultura, tratando-se, portanto, de uma agricultura destrutiva, não sustentável. As propriedades químicas e fisicas do solo são determinadas pelas atividades biológicas, que infelizmentejá não ocorrem na atual situação. Mas sabemos que, graças às pesquisas, experimentos e observações de vários pesquisadores preocupados com o destino do mundo, nos trouxeram a luz para a solução dos problemas em questão. Precisamos direcionar a agricultura no sentido de fazer voltar a vida ao solo, através de métodos relativamente simples e econômicos, permitindo desenvolver um sistema sustentável e lucrativo aos produ- tores. Esta é a razão de se levar as informações o mais urgente e, se possível, com a maior amplitude para atingir todos os agricultores do Brasil e do mundo. Apresentamos o tema em três partes: a primeira com alguns aspectos básicos a respeito do solo; a segunda se refere aos critérios de cálculo para uma adubação química equilibrada, com alguns exemplos; e a terceira, o preparo de insumos naturais para o uso na lavoura, visando melhorar o solo e o metabolismo da planta. Há cerca de vinte anos que vem sendo recomendado esse processo aos produtores, e todos aqueles que o colocaramem prática tiveram resultados surpreendentes. Registramos os nossos sinceros agradecimentos ao Prof. Edmar José Kiehl, aos colegas do IPTDA-JATAK, engenheiros agrônomos, Tetsuhiro Hirose, Francisco Kenyti Hotta e ao estagiário univer- sitário, Anderson Teidy Fuzita, pelos trabalhos de revisão deste pequeno manual. E em especial, à proi" Katumi Ussami pela revisão final. Ficaremos muito satisfeitos, se estas informações forem realmente úteis a todos, em beneficio de uma agricultura sustentável, saudável e que possa contribuir para a paz, segurança e felicidade do país e da humanidade. Os autores -III-
  • 4. BREVE HISTÓRICO DOSAUTORES KunioNagai Engenheiro agrônomo graduado na Escola Superior de Agricultura"Luiz de Queiroz" da Univer- sidade de São Paulo-Piracicaba, em 1961, e posteriormente fez o Curso de Administração na Universidade Mackenzie graduando-se, em 1974. Iniciou sua carreira como extensionista na Seção de Fomento Agrícola da Cooperativa Agrícola de Cotia-CAC-, transferindo-se posteriormente para a Estação Experimental da CAC, em Atibaia, onde ajudou a criar a empresa Agroflora Reflorestamento e Agropecuária S.A.,dedicando-se: a) ao trabalho de melhoramento e produção de sementes de hortaliças; b) à produção de mudas frutíferas; c) à criação de reprodutores de suínos e coelhos. Hoje essa empresa foi adquirida pela Sakata, grande produtora de semen- tes do Japão. Fundou a empresa Tanebras Sementes Melhoradas Ltda., dedicada ao melhoramento genético e produção de sementes de hortaliças de elevada tecnologia. Em seguida, dedicou-se à orientação aos lavradores, a partir de 1990, na firma Agro-Sul Comércio e Representação Ltda., percorrendo várias regiões de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Nesse trabalho, fundamentou-se: no uso de insumos orgânicos (bioestimulantes, corretivos e condicionadores de solos), na adubação equilibrada, com base na análise química completa do solo, com macro e microelementos. Trabalhou na Technes Agrícola Ltda., com insumos orgânicos, como bioestimulantes e turfa, visando à melhoria do metabolismo da planta e do solo, concomitantemente com a nutrição equilibrada. A partir de 1998, iniciou suas atividades na Agricultura Natural, sob a orientação do Dr.Shiro Miyasaka, primeiro pesquisador de soja e um dos pioneiros da Agricultura Natural no Brasil. Dedicou-se a várias atividades para propagação da agricultura sustentável, dando aulas no Colégio Cooper Rural (da Organizationfor Industrial, Spiritual and Cultural Advancement-OISCA) em Jacareí, colaborou junto ao Instituto de Terras do Estado de São Paulo-ITESP-Secretaria de Justiça do Estado de São Paulo, na introdução da agricultura natural nos Assentamentos do Estado. Convidado pelo Instituto de Pesquisas Técnicas e Difusões Agropecuárias da JATAK, em junho de 2006, dedica-se à difusão de nova tecnologia para agricultura sustentável, atuando junto aos agriculto- res de várias regiões de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina e outras. - IV -
  • 5. Akira Kishimoto Natural de Kobe, Japão, fonnou-se na Faculdade de Agronomia de Hyogo (atual Universidade de Kobe) em 1964, com especialização em Fruticultura. Ainda universitário, em 1961, esteve no Brasil como estagiário durante 11 meses, quando se sentiu fortemente atraído por este belo país. Antes de imigrar ao Brasil, em março de 1965, fonnou-se na Escola de Especialização em Horticul- tura da grande empresa de sementes Takii. Chegou ao nosso país em junho de 1965, indo trabalhar na produção e melhoramento de semen- tes de hortaliças em Pelotas, no Rio Grande do Sul, na propriedade do Sr.Nagatoshi Yamaguchi. Transferiu-se para o estado de São Paulo, em 1966, inicialmente na Estação Experimental da Cooperativa Agrícola Sul-Brasil, dedicando-se ao trabalho de pesquisa e melhoramento genético de horta- liças. Em 1968, foi para a Estação Experimental da Cooperativa Agricola de Cotia, onde foi fundada a empresa Agroflora Reflorestamento e Agropecuária S.A. continuando a desenvolver pesquisa genética em hortaliças. Conseguiu lançar o primeiro híbrido comercial de couve-flor, com a importante orientação dos professores Marcílio de Souza Dias e Hiroshi Ikuta, do Departamento de Genética da E.S.A."Luiz de Quei- roz", utilizando o fator de auto-incompatibilidade. Desenvolveu vários cultivares de tomate, pepino, pimentão, berinjela híbrida, cenoura entre .outras. Colaborou com o pesquisador Hiroshi Nagai, do Instituto Agronômico de Campinas, no desenvol- vimento de vários cultivares como o tomate Santa Clara-IAC-5300. Auxiliou na propagação de mudas de morango, isentas de vírus, produzidas na Seção de Virologia, do Instituto Agronômico de Campinas-I.A.C, da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo. Posterionnente, em 1988, desenvolveu atividades, na empresa Technes Agrícola Ltda., para a divulgação de bioestimulantes à base de aminoácidos e condicionador de solo à base de turfa. Mas o trabalho importante foi a divulgação dos métodos de cálculo de adubação equilibrada, baseada na análise de solo e absorção das culturas. Hoje se dedica a fisioterapia, praticando a Medicina Oriental que atua buscando as causas para amenizar os sofrimentos dos pacientes, utilizando várias técnicas como a acupuntura, moxaterapia, pulsologia, seitai (técnica de correção da postura corporal), ventosa, alimentação saudável e outras. - v -
  • 6. sUMÁRIo pág. Prefácio ......................................................................................................................................................... I Introdução .................................................................................................................................................. III Breve histórico dos autores ....................................................................................................................... N 1.0S0LO ..................................................................................................................................................... 1 1.1. O solo e os seis fatores essenciais para a cultura ...................................................................... 1 1.1.1.Quais são os seis fatores ? ................................................................................................ 1 1.2. Quais são as condições adequadas do solo? ............................................................................. 1 1.2.1. Profundidade da raiz e produtividade ............................................................................... 1 1.2.2.Composição do solo e desenvolvimento da lavoura .....................................................:... 2 1.2.3.Fertilidade .......................................................................................................................... 3 l.2.4.Capacidade de troca catiônica e matéria orgânica ............................................................. 4 1.2.5.Aeração e agregado do solo .............................................................................................. 5 1.2.6.Microrganismos do solo e agregação ............................................................................... 5 1.2.7.Microrganismos do solo e nutrientes ........,....................................................................... 5 1.2.8.Microrganismos e o ciclo do nitrogênio ............................................................................ 6 1.2.9.Atividade biológica e pH do solo ...................................................................................... 7 2. ELEMENTOS IMPORTANTES E INDISPENSÁVEIS PARA AS CULTURAS .................................. 8 2.1. Macroelementos ....................................'" .................................................................................. 8 2.2. Micronutrientes .......................................................................................................................... 9 2.2.1.Função dos micronutrientes .............................................................................................. 9 2.2.2.Relação entre deficiência de micronutrientes e ocorrência de doença ............................ 10 2.2.3.Fontes de micronutrientes ............................................................................................... 10 2.2.4.Métodos de uso dos micronutrientes ............................................................................. 11 2.2.5.Pulverização foliar e tempo de absorção ......................................................................... 11 2.2.6.Ação recíproca dos elementos ........................................................................................ 12 3. MEDIDAS PARAMINIMIZAR OS OBSTÁCULOS .............................................................................. 13 3.1. Melhoramento da acidez ........................................................................................................... 13 3.1.1. O pH do solo, os elementos e as culturas ...................................................................... 13 3.1.2. Causas da acidificação e seu controle ............................................................................ 14 3.1.3. Motivo da calagem ......................................................................................................'" 14 3.1.4. Correção de pH do solo e grau de aproveitamento do adubo ........................................ 14 3.1.5. Acidez do solo e ativação dos microrganismos do solo ................................................ 15 3.1.6. Capacidade de reação do calcário ................................................................................... 15 3.1.7. Poder relativo de neutralização total (PRNT) .................................................................. 16 3.1.8. Equilíbrio da relação Ca/Mg no solo .............................................................................. 16 - VI -
  • 7. 3.1.9. Cálculo de calagem ......................................................................................................... 17 3.1.10. Recomendação técnica de calagem ............................................................................... 17 3.1.11. Importância da calagem ................................................................................................ 18 3.1.12. Fatos na calagem ........................................................................................................... 19 3.1.13. Aplicação antes do plantio ........................................................................................... 19 3.1.14. Calagem na cultura perene ............................................................................................ 19 3.2. Gessagem .................................................................................................................................. 20 3.2.1. Efeito da gessagem agrícola ........................................................................................... 20 3.2.2. Lixiviação de K e Mg e o uso excessivo de gesso agrícola ............................................ 20 3.2.3. Método de aplicação do gesso agrícola ..........:.............................................................. 20 3.2.4. Cálculo da gessagem ...................................................................................................... 21 4. TÉCNICADE MELHORAMENTO DE MANEJO EADUBAÇÃO ......................................................... 22 4.1. Cálculo de adubação para cultura de hortaliças ....................................................................... 22 4.1.1. Sistema de absorção de nutrientes em hortaliças ........................................................... 22 4.1.2. Padrões de produtividade de hortaliças e quantidade de absorção de elementos do adubo .......................................,.................................................................... 23 4.1.3. Produção almejada e adubação de cada espécie de hortaliça ........................................ 24 4.2. Interpretação de análise de solo e plano de adubação em olericultura .................................... 25 4.2.1. Caso de deficiência de elementos na adubação ............................................................. 25 4.2.2. Caso de excesso de elementos na adubação .................................................................. 25 4.3. Técnicas para o aumento de produtividade .......................................:..................................... 27 4.3.1. Técnicas agrícolas para aumentar a fotossíntese ........................................................... 27 4.3.1.1. Fundamento da produção agrícola .................................................................... 27 4.3.2. Técnicas de melhoramento do solo de cerrado .............................................................. 27 4.3.2.1. Solos de cerrado ................................................................................................ 27 4.3.2.2. Manejo do solo de cerrado ................................................................................ 28 4.3.2.3. Exemplo de melhoria de produção no cerrado ................................................... 29 4.3.2.4. Plantio direto-Sistema mantenedor de fertilidade - bomba biológica ................ 29 4.4. Cálculo de adubação para cultura de campo ............................................................................ 31 4.4.1. Diferença na proporção de elementos de adubação na cultura ...................................... 31 4.4.2. Teor de absorção de elementos na cultura ..................................................................... 31 4.4.3. Exemplo de adubação para soja ...................................................................................... 32 4.4.4. Exemplo de adubação para tomate .................................................................................. 33 4.5. Absorção de nutrientes em fruticultura .................................................................................... 37 4.5.1. Absorção de nutrientes em pessegueiro ........................................................................ 37 4.5.2. Absorção de nutrientes em videira ................................................................................. 37 4.5.3. Teores de macronutrientes primários em fruteiras .......................................................... 38 4.6. Alelopatia .................................................................................................................................. 39 4.7. Absorção de nutrientes em floricultura .................................................................................... 41 4.7.1. Absorção (Características) ............................................................................................. 41 - VII -
  • 8. 4.7.2. Quantidade de absorção de nutrientes ........................................................................... 41 4.7.2.1. Flores de corte ................................................................................................... 41 4.7.2.2. Flores em vaso ................................................................................................... 42 4.8. Relação de absorção de nutrientes ........................................................................................... 43 4.9. Adubação em banana ................................................................................................................ 43 4.9.1. Terra cultivada com a variedade Nanicão,em Cajati-SP .................................................. 43 4.9.2. Um exemplo de adubação de banana .............................................................................. 44 4.9.3. Critério de análise foliar de banana: excesso e falta de elementos ................................. 45 5. CRITÉRIOS DEADUBAÇÃO COM EXEMPLOS ................................................................................... 46 5.1. Tabela de conversão de unidades ............................................................................................ 46 5.2. Cultura de alface ....................................................................................................................... 47 5.3. Cultura de alho .......................................................................................................................... 48 5.4. Cultura de batata ....................................................................................................................... 49 5.5. Cultura de berinjela ..............................'" .................................................................................. 50 5.6. Cultura de cebola ...................................................................................................................... 51 5.7. Cultura de cenoura .................................................................................................................... 52 5.8. Cultura de couve flor/repolho/brócolos ................................................................................... 53 5.9. Cultura de feijão vagem ............................................................................................................ 54 5.10. Culturadejiló .......................................................................................................................... 54 5.11. Cultura de mandioquinha ........................................................................................................ 55 5.12. Cultura de pepino .................................................................................................................... 56 5.13. Cultura de pimentão ................................................................................................................ 57 5.14. Cultura de quiabo .................................................................................................................... 58 5.15. Cultura de tomate .................................................................................................................... 58 5.16. Cultura de ameixeira ................................................................................................................ (j) 5.17. Cultura de atemóia ................................................................................................................... 61 5.18. Cultura de caquizeiro .............................................................................................................. 62 5.19. Cultura de macieira ................................................................................................................... 63 5.20. Cultura de pereira .................................................................................................................... 64- 5.21. Cultura de pessegueiro ........................................................................................................... 65 6. INSUMOS NATURAIS ........................................................................................................................... 67 6.1. Coleta de inoculante ................................................................................................................. 67 6.2. Adubo líquido caseiro .............................................................................................................. 67 6.3. Bokashi...................................................................................................................................... 68 6.3.1. Bokashi simples .............................................................................................................. 68 6.3.2. Bokashi sem terra ............................................................................................................ (f) 6.4. Bioestimulante .......................................................................................................................... 70 7.REFERÊNCIASIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 71 - VIII -
  • 9. 1. O SOLO 1.1. O solo e os seis fatores essenciais para a cultura. 1.1.1. Quais são os seis fatores? Tecnicamente devemos considerar os seguintes pontos fundamentais para a produção agrícola: luz, ar, água, temperatura, nutrientes e ausência de toxinas, que devem ser plenamente satisfeitos. Com exceção da luz, os demais estão relacionados com o solo de modo importante. Na Quadro 1, apresentamos os seis fatores necessários para a produção. Quadro l-Os seis fatores necessários para o desenvolvimento e produção. Fator Ação l.Luz Energia de assimilação de gás carbônico (fotossíntese) Fotoperiodismo (controle da floração). 2.Ar Oz Respiração COz Fotossíntese Nz Fixação de nitrogênio (aproveitamento do nitrogênio do ar) 3.Água Componente da planta Matéria-prima de matéria orgânica Transportadora de material(substãncia) 4.Temperatura Relacionada com várias reações 5.Nutrientes N, P, K e outros 6.Ausência de toxinas AI (alumínio), acidez Fonte: YAMANE,Ichiro. Fundamentos e Aplicação da Pedologia. 1960,p.16 A maior característica na agricultura é a produção de matéria orgânica (carboidrato), que somente as plantas verdes conseguem através da fotossíntese, utilizando a energia do sol, assimilando o gás carbônico atmosférico (CO) e a água (HP) pelas raízes. Assim, podemos considerar as três funções do solo em relação à planta. Aprimeira é proporcionar a sustentação da planta, com a função de possibilitar o recebimento de luz, ar e nutrientes. A segunda é oferecer local com condição para a manutenção da saúde da raiz da planta. A terceira é ter a função de armazenar e oferecer nutrientes e água. A seguir vamos explicar os itens relacionados ao solo e planta. 1.2. Quais são as condições adequadas do solo? 1.2. 1. Profundidade da raiz e produtividade. Na lavoura, o solo sustenta a planta e há necessidade de sua profundidade para possibilitar a absorção de nutrientes e água pelas raízes. As raízes atingirão 1 a 2 m, o quanto permitir o solo. Aprofundi- - 1-
  • 10. dade das raízes pode ser limitada por barreiras físicas e químicas, assim como pelo lençol freático elevado. Camadas compactadas, leitos de folhelhos, camadas de cascalhos e níveis tóxicos de materiais são difíceis de corrigir, mas um lençol freático elevado, geralmente, pode ser corrigido com drenagem adequada. No Quadro 2, são mostradas as relações entre a produtividade e profundidade efetiva do solo. Quadro 2- Relação entre a profundidade efetiva do solo e a produtividade. Profundidade do solo utilizável pela cultura (em) Produtividade relativa(%) 30 35 60 60 90 75 120 85 150 95 180 100 Fonte: MALAVOLTA,E. Manual de Fertilidade do Solo. São Paulo, 1989,p.31. 1.2. 2. Composição do solo e desenvolvimento da lavoura. No Gráfíco 1, apresentamos a composição ideal do solo para o desenvolvimento da lavoura. Gráfico 1. Composição ideal do solo para o desenvolvimento da lavoura. M.O. Fonte: GUERRINI. Encontro sobre Matéria Orgânica do Solo-Guerrini- UNESP. 1992,p.8 A composição ideal do solo para odesenvolvimento da lavoura é: 45% de minerais, 25% de ar, 25% de água e 5% de matéria orgânica. -2-
  • 11. 1.2.3. Fertilidade A fertilidade do solo é o conjunto das atividades química, fisica e biológica (Gráfico 2). Gráfic02. Três fatores da fertilidade. osolo onde se desenvolve a raíz deve apre- sentar condições para permitir um cresci- mento suficiente e atividades intensas, com fornecimento contínuo de nutrientes neces- sários para produção agrícola, contendo elementos eficazes e abundantes. O solo que apresenta estas condições é conside- rado de alta fertilidade. PROPRIEDADE FÍSICA PROPRIEDADE BIOLÓGICA Decomposição da Matéria Orgânica PROPRIEDADE QUÍMICA Fonte: MIYOSHI,Hiroshi. (Dojo shindan-ho)- Método de Avaliação do So10.1991 ,p.33. Consegue-se a fertilidade do solo através do fornecimento de compostos, rotação de cultura, adubação verde, aumento de matéria orgânica e adubação química. Aqui está a importante razão do forne- cimento de matéria orgânica para o melhoramento do solo. No solo de alta fertilidade, os microrganismos entram em intensa atividade e, através da respira- ção, haverá uma grande liberação de gás carbônico (C02), que sevirá como matéria-prima da fotossíntese das plantas. Além disso, através das atividades dos microrganismos, o calor resultante da sua respiração irá aumentar a temperatura do solo, proporcionando o aumento da atividade do sistema radicular, mesmo em condições de baixa temperatura. Esta é a razão pela qual, ultimamente, está aumentando o cultivo em estufa, no sul do Brasil, especialmente, porque o trabalho do microrganismo no solo está servindo para o aumento da produtivida- de. Além disso, o aumento equilibrado de espécies de microrganismos, impedindo o aumento de pragas e doenças do solo, constitui-se na causa do crescimento sadio da lavoura. Por negligenciar a manutenção e melhoramento do solo, realizando cultivo de lavoura com adubo químico e defensivos agrícolas, acarretará numa grande queda na produção agrícola, em conseqüência dos pequenos erros nos tratos culturais. E, também, mesmo com a alta fertilidade do solo, se o lençol freático é elevado, haverá queda na produtividade pelo excesso de umidade, por isso é necessário que o agricultor faça uma avaliação global. Apesar da produtividade do solo depender da adubação, mesmo que a lavoura esteja suficiente- mente adubada, caso a propriedade fisica (permeabilidade, aeração, retenção de água) seja ruim, com pouca porosidade, baixa velocidade de renovação do ar do solo, sem o suficiente fornecimento de oxigênio (02 ) para a raiz, resulta no impedimento de sua respiração, não ocorrendo a absorção de água e nutriente. Portanto, em relação à adubação, não devemos pensar somente no fornecimento dos elementos do adubo -3-
  • 12. químico, mas, ao mesmo tempo, considerar a importância das propriedades fisica e biológica (atividade do microrganismo) do solo. 1.2.4.Capacidade de troca catiônica (CEC=CTC) e matéria orgânica. A capacidade de troca catiônica representa a retenção de elementos do solo, quanto maior o seu valor indica a importante capacidade de armazenar os nutrientes. O conjunto de argila (mineral), óxidos e matéria orgânica influencia na capacidade de troca catiônica. O Quadro 3 mostra que a matéria orgânica comparada ao teor de argila, mesmo com baixo teor, possui a capacidade de aumentar 10 vezes a capacidade de troca catiônica. Assim, pode-se compreender a importância de aumentar a matéria orgânica do solo. Quadro 3. Capacidade de troca de cátions total e da matéria orgânica, de amostras superficiais de solos do Estado de São Paulo - Raij (1966). Legenda Profundidade Argila Matéria orgânica CTC CTCda do (M.O.) M.O. Total M.O. solo cm % meq/l00g PVls 0- 6 5 0,78 2,2 3,2 69 Prnl 0-15 6 0,60 2,1 3,3 64 Pln 0-14 12 2,52 8,2 10,0 82 Pc 0-16 19 2,40 6,0 7,4 81 PV 0-12 13 1,40 2,7 3,7 73 TE 0-15 64 4,51 15,0 24,4 61 LR 0-18 59 4,51 16,1 28,9 56 Lea 0-17 24 1,21 2,9 3,9 74 Fonte: RAIJ,B. von. Fertilidade do Solo. 1991 pagA0 O Quadro 4 mostra o efeito da argila e matéria orgânica sobre a CTC. Quadro 4. Influência da argila e da matéria orgânica sobre a CTC. pH M.O Argila CTC (pH7,O) % % meq% Solo 1 4,9 0,3 5 1,9 Solo 2 6,6 3,2 5 10,4 Solo 3 4,5 3,1 25 17,7 Fonte: PRIMAVESI,Ana. Manejo Ecológico do Solo. 1981,p125 O Quadro 5 mostra a relação entre o tipo de argila e o pH do solo com a CTC. Outrossim, de acordo com a variação do pH do solo, ocorrerá alteração da CTC. Na caolinita, com pH 2,5- 6,0, a CTC é 4, mas com pH 7,0, eleva-a para 10. A montmorilonita aumenta de 95 para 100. Quadro 5. Capacidade de troca catiônica (CTC) da caolinita e montmorilonita:Russel (meq/lOOg) Argila pH2,5 -6,0 pH7,0 Caolinita 4 10 Montmorilonita 95 100 Fonte: YAMANE,Ichiro. (Dojogaku no kiso to oyou)-Fundamentos e Aplicação da Pedologia.1960,p.59 -4-
  • 13. 1.2.5. Aeração e agregado do solo. As raízes das culturas utilizam o oxigênio do ar e do solo e, aproveitando a energia do carboidra- to, desenvolvem consideravelmente o sistema radicular que irá absorver a água e os nutrientes do solo, proporcionando o crescimento da parte aérea. Libera o gás carbônico (CO) pela raiz. Então, o oxigênio (02 ), que foi absorvido pela raiz da cultura, será liberado através da troca de gases do ar com o gás carbônico do solo. Esta velocidade de troca de gases será maior, quanto maior for a porosidade do solo. Para o aumento da porosidade, o solo com estrutura agregada é mais eficiente do que o solo com estrutura granular simples. Na estrutura do solo agregado, as partículas do solo são aglutinados pelo húmus e cálcio, proporcionando porosidade com diâmetro de 1 a 10 mm, ao mesmo tempo que melhora a aeração e a permeabilidade de água, atuando na retenção da água. Quando a porosidade é pequena, promove a retenção da água e, se for grande, permite a circula- ção de ar e água. Portanto, para o bom desenvolvimento da cultura, é importante a conservação do solo com estrutura de agregação. 1.2.6. Microrganismos do solo e agregação. Com relação à cultura, o fornecimento de matéria orgânica é um método eficiente para a formação de agregados. Este efeito é conseqüência da decomposição da matéria orgânica e também da formação de mucilagem; pode-se considerar que, através do fornecimento de matéria orgânica, haverá aumento de fungo e suas hifas irão servir diretamente para agregar as partículas do solo. Os fungos, quando comparados com as bactérias, são consideravelmente mais eficientes na capacidade de formação de agregados.. No Quadro 6, pode-se verificar esse fato. Quadro 6. Microrganismo e agregação. Espécies de microrganismos Porcentagem de agregados maiores f-=__----=___.::.In::.o::..:c:.:u::.la::.:d=0:.::s_______f-__--=d=o--'q"-'u:..::e-=2::..:mm==-a ós a inoculação Testemunha 0,0 Fungos: Penicillium 68,1 Fusarium 69,7 Rhizopus 43,4 Cunninghamella 53,1 Bactérias: Bacteria megatherium 7,3 Bacteria radiobacter 19,3 Rhizobium alluni 4,9~_ _ _ _~_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _L -_ _ _ _ _ _ __ Fonte: OKUDA,A. (Hiryogaku gairon)-Conceito de adubação. 1960-p.94 1.2.7. Microrganismos do solo e nutrientes. De acordo com Nishio (Michinori Nishio-Japão-1992), nas lavouras em geral, em 1ha existem 7 t de organismos vivos no solo (em peso seco equivale a 1,4 t), além disso, em seus organismos concentram nutrientes na ordem de 100 kg/ha de N (nitrogênio). Entre as 7 t de organismos vivos no solo, encontram- se ácaros, minhocas e outros, constituindo menos de 5%; cerca de 20 a 25% são bactérias, e 70 a 75% de fungos. No Quadro 7, apresentam-se os teores de nutrientes, em média, dos microrganismos do solo. -5-
  • 14. Quadro 7 -Teores médios de nutrientes dos microrganismos do solo. Nutrientes % em peso N (nitrogênio) 10,0 P205 (fósforo) 2,5 K20 (potássio) 0,6 CaO (cálcio) 0,6 Fonte:/d, ibid. 1960-p.146 1.2.8 Microrganismos e o ciclo do nitrogênio. O N (nitrogênio) compõe cerca de 80% do ar, sendo que ele é gasoso e quase não é aproveitado pela cultura. Este (N) nitrogênio é gasoso e estável , não reagindo com outros elementos. Conforme a atividade de determinados microrganismos ou diante de condições de alta carga elétrica ou temperatura (o trovão, por exemplo), ocorre alteração química e através de combinações ocorre a sua produção. O Gráfico 3 apresenta a transformação da fórmula de nitrogênio que ocorre na natureza. Além disso, representa a síntese artificial na produção de adubo, através dessa transformação, entre as quatro formas. Dentre as fórmulas químicas de nitrogênio, as reações h e i favorecem o aproveitamento pela planta, na forma de nitrogênio amoniacal e nitrato. Essas transformações de formas de nitrogênio ocorrem devido à atividade do microrganismo no solo. Gráfico 3. Ciclo de transformação do N (nitrogênio). a. b.c. d,e. d,f. g. h,i. N-Orgânico (plantas, animais) Ig Nitrogênio-gasoso Atmosférico N-NO, Nitroso Transformação em amônia (decomposição) Maioria dos microrganismos que se alimentam Proteína (planta/animal)~aminoácidos~NH4-N de matéria orgânica Transformação em nitratos Nitrosomonas NH4-N~NO,-N~NO,-N Nitrobacter Redução do nitrato Microrganismos que se alimentam NO,-N~NO,-N~NH,-N de matéria orgânica Desnitrificação Bactéria desnitrificadora N03-N~NO,-N~N, (Pseudornonas sp. Tiobaci/lus sp.) Fixação de nitrogênio Bactéria fixadora de N independente(Azotobacter) N,~proteína (plantas/animais) Bactéria simbiótica fixadora de N (Bactéria noduladora de raiz). Transformação orgânica Maioria dos seres vivos que se alimentam de mat.org. NO,-N, NH,-N ~proteína(plantaslanimais) (absorção pelas plantas, alimentos) Fonte:MIYOSHI,Hiroshi.(Dojo shindan ho)- Método de avaliação do solo. 1991,p.205 -6-
  • 15. 1.2.9Atividade biológica e pH do solo. Os microrganismos constituem-se no tesouro do solo, exercendo atividades que mantem o equi- líbrio dinâmico. É grande a relação entre os microrganismos e o pH do solo, por exemplo, as bactérias decompositoras de celulose, os Actinomicetos preferem pH neutro, os Aspergillus preferem pH ácido. O Quadro 8 mostra a relação entre o pH do solo e os microrganismos decompositores de celulose. Quadro 8- pH do solo e microrganismos decompositores de celulose Solo-microrganismo em 19 (x103) Solo Tratamento Bactéria Actinomicetos Aspergillus Sem calcário Testemunha 3.900 1.260 116 pH5,1 N 3.900 1.260 116 Solo ácido Celulose 3.600 600 160 N+celulose 2.480 400 4.800 Calcário Testemunha 7.700 2.760 25 pH6,5 N 7.700 2.760 25 Celulose 17.400 2.200 47 Solo neutro N+celulose 47.000 3.200 290 Fonte: WAKSMANN Solo ácido e desenvolvimento da planta. In HASHIMOTO,Takeshi. Sansei dojo to sakumotsu sei iku. 1992,p.39. Em relação ao solo neutro, a decomposição é realizada principalmente pela bactéria. O tamanho da bactéria comparado ao Aspergillus é extremamente pequeno, e por isso a quantidade de N inorgânico resultante da decomposição da matéria orgânica retido pela bactéria é pequena em solos neutros. Como resultado, em solos neutros, aumenta teor inorgânico, acelerando a nutrição de N. Em contrapartida, nos solos ácidos onde a decomposição da matéria orgânica é realizada principalmente pelos fungos maiores que são os Aspergillus, aumenta a transformação orgânica do N inorgânico, retardando o efeito da nutrição. O Quadro 9 mostra a relação da transformação de composto com as principais bactérias e o pH. A maioria destas bactérias prefere solos neutros a levemente alcalino. Por isso é importante neutralizar os solos ácidos para aumentar a atividade dos microrganismos do solo. Quadro 9- Bactéria e pH relacionado a transformação de compostos nitrogenados Bactéria PH Otimo limite mínimo limite máximo Nitrobacter 7,1 5,0 10,0 Nitrosomonas 7,8 Azotobacter 7,5 -7,7 Redutor de nitrato 7,0 - 8,2 5,2 9,8 Fonte: WAKSMANN.Solo ácido e desenvolvimento da planta. In: HASHIMOTO, Takeshi. Sanseidojo to sakumotsu seiku. 1992,p.39. -7-
  • 16. 2. Elementos importantes e indispensáveis para as culturas. 2.1. Macroelementos Na química, chamamos de elementos as substâncias que não podem ser divididas em mais do que duas substâncias. Os nutrientes são elementos necessários para o desenvolvimento do vegetal e da cultu- ra. Existem mais de 50 elementos componentes do vegetal, mas, dentre eles, atualmente 16 são considerados elementos essenciais e que não podem faltar no desenvolvimento das plantas. Pode-se pensar que isso poderá aumentar no futuro. Os elementos essenciais absorvidos pelas culturas, constituídos de macro e microelementos, estão apresentados no Quadro 10, com as formulações e quantidades necessárias. Carbonizando a planta, 10% da matéria seca é constituída de cinza. Os principais componentes da cinza são: C, O, H, N, K, Ca, Mg, P, S, além disso contem: Fe, Mn, Zn, Cu, Mo, Co, B, Si. Estes são os nutrientes necessários para o desenvolvimento das plantas, por isso são chamados de elementos essenci- ais. Atualmente, os elementos essenciais das plantas superiores apresentados no quadro abaixo, reconhe- cidos e aceitos são 9 macroelementos e 7 microelementos. Dentre eles, C, H e O vem do ar e da água, e os restantes 13 elementos são fornecidos pelo solo. Quadro 10- Comparação das quantidades necessárias e formulações dos elementos necessários para as plantas. Símbolo químico- Fórmula absorvida pela Peso seco % (elemento) planta M I. C (carbono) CO2 45 a 2. O (oxigênio) O2 45 c 3. H (hidrogênio) H20 6 r 4. N (nitrogênio) NH/ ,N03- 1,5 o 5. K (potássio) K+ 1,0 s 6. Ca (cálcio) Ca2+ 0,5 7. Mg (magnésio) Mg2+ 0,2 8. P (fósforo) H2P04- , H2PO/ 0,2 9. S (enxofre) S042 - 0,1 M 10. Cl (Cloro) cr 0,01 i 11. Fe (Ferro) Fe 2+, Fe 3+ 0,01 c 12. Mn (Manganês) Mn 2+ 0.005 r 13. B (Boro) H3B03 0,002 o 14. Zn (Zinco) Zn2+ 0,002 s 15. Cu (Cobre) Cu+, Cu2+ 0,0006 16. Mo (Molibdênio) Mooi+ 0,00001 Peso seco ppm 450.000 450.000 60.000 15.000 10.000 5.000 2.000 2.000 1.000 100 100 50 20 20 6 0,1 Fonte: STAUT.Conhecimento Básico de Nutrição de Planta.In:TAKAHASHI,E.Sakumotsu no kissô-chishiki.1982,p.183. No Quadro 11, exemplificamos as quantidades de elementos absorvidos pela soja. -8-
  • 17. Quadro 11- Soja (3,0 t de grãos + 5,0 t outras partes da planta = 8,0 t total) (Peso seco). Elemento kglha (%) Elemento k a (%) Elemento a (%) C (Carbono) 3.500 43,7 N 320 B 100 H (Hidrogênio) 450 5,6 P 30 Cl 10.000 O (Oxigênio) 3.300 41,3 K 110 Cu 100 Ca 80 Fe 1.700 7.250 90,6(%) Mg 35 Mn 600 S 25 Mo 10 Outros (*) 138 Zn 200 Co 5 738 9,2% 12.715 0,2% (*)Al (alumínio), Si (silício), Na (sódio) Fonte:MALAVOLTA,E. Elementos de Nutrição Mineral de Plantas. São Paulo,1980,p.ll Com relação aos macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S) para a soja, as quantidades necessárias por ha variam de 25~30 kg a algumas centenas de kg, além disso, necessitam de 5g a 10 kg de micronutrientes por ha. Nos solos do Brasil, em geral, ocorrem deficiências de B, Cu, Fe, Mn. Mo e Zn. Sobretudo, na soja, os elementos necessários são o Co e Cl. O Co é nutriente indispensável para as bactérias noduladoras das leguminosas que fixam o N (nitrogênio) do ar. O CI é importante para as culturas, sendo a maiorparte fornecida pelas chuvas e como componente de adubo, por isso não há necessidade de fornecer na adubação. 2.2. Micronutrientes. A descoberta de que os micronutrientes compõem a maioria das enzimas das plantas provocou na biologia uma grande mudança, ampliando a grande função dos micronutrientes, com a compreensão da sua importância fisiológica. Ficou claro que os micronutrientes constituem-se no princípio básico da vida, porque a síntese, das substâncias em geral, é realizada com a ajuda das enzimas, e, na sua composição, estão os micronutrientes. São conhecidos, atualmente, cerca de 1.000 enzimas, dos quais aproximadamente 1/3 são ativadas por micronutrientes. 2.2.1. Função dos micronutrientes. No Quadro 12, estão apresentados as funções dos micronutrientes na planta. Quadro 12- Funções dos micronutrientes na planta. Elemento B Cl Co Cu Fe Função Formação da membrana celular Absorção e transporte de água e cálcio Translocação de carboidratos Síntese de lignina e celulose Síntese de ácido nucléico e proteína Associação com o cálcio; germinação do pólen e crescimento do tubo polínico; maior pegarnento da florada; aumenta a germinação; diminui a esterilidade masculina e chocharnento de grãos. Participa na fotossíntese e abertura dos estômatos Controle hormonal(ácido abcissico, etileno), fixação de N2 Metabolismo de fenóis e lignificação Formação de grão de pólen e fertilização Nodulação e fixação de N2 Aumenta a resistência a doenças Fotossíntese Síntese da clorofila Fixação de N2 -9-
  • 18. Mn Mo Zn Síntese de proteína Respiração Aumenta a resistência a doenças Biossíntese de clorofila, glicolipídeos Metabolismo do nitrogênio Síntese de proteína Controle hormonal (ácido indolacético) Formação de grão de pólen Metabolismo do ácido nucléico e proteína Absorção e transporte de Fe Enzima redutor de nitrato (N03) Fixação de N2 do ar Síntese de vitamina C Reduz o excesso de toxidez de metais pesados como Zn, Cu e Ni Transformação orgânica de P na planta Aumento no tamanho e multiplicação celular Fertilidade do grão de pólen Síntese do triptofano Formação de amido Síntese de proteína Res iração Fonte: MALAVOLTA,E. Fertilizantes e seu Impacto Ambiental.São Paulo,1994,p.6-7. 2.2.2. Relação entre a deficiência de micronutriente e ocorrência de doença. A deficiência de alguns micronutrientes tem grande relação com doenças, esta relação é apresen- tada no Quadro 13. Quadro 13- Relação entre deficiência de micronutriente e doenças. Elemento Cultura Doença Elemento Cultura Doença B Cevada Erysiphae graminis Mn Cana de açúcar Helminthosporium sacchari Trigo Puccinia triticum Aveia Bactéria P.glumarum Tomate TMV Girassol Erysiphae cicharacearum Batata Phytophtora infestans Beterraba Phoma betae Mo Alfafa Doenças em geral Crucíferas Plasmodiophora brassicae Zn Seringueira Oidium heveae Couve-flor Botrytis sp. Phytophtora sp. Tomate PVX Citrus Tylenchylus semipenetrans Ervilha Alternaria colhioides Batata Phytophtora infestans Cu Trigo P.triticina Arroz Pyricularia oryzae Mn Leguminosas Rhizoctonia solani Sorgo Sphacelotheca sorghi Fonte: MALAVOLTA,E.Avaliação do Estado Nutricional das Plantas.São Paulo,1997,p.l35; MALAVOLTA,E.Apud."InformaçõesAgronômicas".POTAFOS.Piracicaba,no75,p.2,set.1996. A freqüência de aparecimento de deficiência de micronutrientes nos solos do Brasil é, em primeiro lugar B, Zn, seguidos na seguinte ordem: Cu, Mn, Fe, Mo. 2.2.3. Fontes de micronutrientes. As principais fontes de micronutrientes estão apresentados no Quadro 14. - 10 -
  • 19. Quadro 14- Principais fontes de micronutrientes. Elemento Nome do produto Composição química Teor aproximado Solubilidade (% ) em água(gIlitro) B Bórax -Na2B40 7 IOH2O 11 20 Ácido bórico -H3B03 17 63 Ulexita -NaCaBs0 9 8H2O 8-10 insolúvel Cl Cloreto de sódio -NaCl 59 - Cloreto de potássio -KCl 52 - Co Cloreto de cobalto -CoCI2. 2H2O 35 - Sulfato de cobalto -CoS04 . 7H2O 22 600 Cu Sulfato de cobre -CUS04 . 5H2O 25 316 Óxido de cobre -CuO 75 insolúvel Oxicloreto de cobre -3Cu(OH)2CuCI2 56-68 - Fe Sulfato ferroso -FeS04 . 7H2O 19 156 Férrico -Fe2(S04)3 . 4H2O 23 - Mn Sulfato de manganes -MnSO.3H2O 26-28 742 Óxido de manganes -MnO 41-68 insolúvel Mo Molibdato de sódio -Na2MoO . 2H20 2 39 562 Molibdato de amonio -(N~)6Mo7024 . 4H2O 54 430 Trióxido de molibdênio -Mo03 66 - Na Cloreto de sódio -NaCl 39 - Salitre do chile -NaN03 26 - Salitre potássico -NaN03 . KN03 18 - Zn Sulfato de zinco monohidratado-ZnS04 . H20 35 - Sulfato de zinco heptahidratado-ZnS04 . 7H2O 23 965 Óxido de zinco -ZnO 20-78 insolúvel Fonte: MALAVOLTA,E. Fertilizantes e seu Impacto Ambiental.São Paulo, 1994, p.1Ol-I02;Id.Micronutrientes na Agricultura.São Paulo,199f,p.394 2.2.4. Métodos de uso dos micronutrientes. Os principais métodos de uso dos micronutrientes estão descritos no Quadro 15. Quadro 15-Contro1e de deficiência de micronutrientes, características dos produtos químicos e dose de aplicação. Elemento Produto químico Fórmula quillÚca Teor de Pulverização foliar Uso no solo elemento % (%) (ÁguaUha) - (kg/ha) B Bórax Na2B.Ú7 . lOH2O 11 0,3 500 10-15 Ácido bórico H3B03 17 0,3 500 3 -lO Cu Sulfato de cobre CuSO•. 5H2O 25 0,2-0,4 1.000 10-20 Fe Sulfato Ferroso Fe2(SO.)3 . 7H2O 20 2,0 500 50-60 Mn Sulfato de manganês MnSO•. 4H2O 23-28 0,3 500 50 (adicionar 0,3% de cal virgem) 0.05 500 Mo Molibdato de amôuio (NH.)6Mo,o,•. 2H2O 54 0,05 500 - Molibdato de sódio Na2Mo.2H20 39 0,3 1.000 - Zn Sulfato de zinco ZnSO•. 7H2O 22 (adicionar 0,3% de cal virgem) 20- 30 Fonte:CAMARGO,P.N.Manual de Adubação Foliar.São Paulo,1975. 2.2.5. Pulverização foliar e tempo de absorção O tempo de absorção dos elementos aplicados em pulverização foliar está apresentado no quadro 16. - 11 -
  • 20. Quadro 16-Velocidade de absorção de nutrientes aplicados nas folhas. Nutriente Tempo para absorção de 50% N 1/2 - 2 horas P 5 -10 dias K 10 - 24 horas Ca 10 - 94 horas Mg 10 - 24 horas S 5 -10 dias Cl 1 - 4 dias Fe 10 - 20 dias Mn 1 - 2 dias Mo 10 - 20 dias Zn 1 - 2 dias Fonte: MALAVOLTA,E. ABCda Adubação.São Paulo,1988,p.162 2.2.6. Ação recíproca dos elementos. No solo oCa, Mg e K apresentam a propriedade de impedir mutuamente a absorção. A isto, chamamos de antagonismo. Aumento de Mg e K ~ inibe a absorção de Ca. Aumento K ~ inibe absorção de Mg. Aumento de Ca e Mg ~ inibe a absorção de K. Por este motivo, ocorre o desequilíbrio dos nutrientes no solo, tomando-se causa de vários distúrbios fisiológicos. Por outro lado, a ação de certos nutrientes irá aumentar o efeito de outros nutrientes. A isto, chamamos de sinergismo, como é mostrado no Gráfico 4. Gráfico 4. Ação mútua dos elementos. Mn p - - - Antagonismo - - - - Sinergismo Mo Fonte: NAKASHIMA,Todomu.Tsuchi o shiru.1991,p.62 - 12 -
  • 21. 3. Medidas para minimizar os obstáculos. 3.1. Melhoramento da acidez. 3.1.1. o pH do solo, os elementos e as culturas. O Gráfico 5 mostra a relação entre o nível de aproveitamento dos elementos e o pH do solo. Gráfico 5- Relação entre o pH e o aproveitamento dos elementos do solo. 5,0 6,0 6,5 7,0 8,0 Fonte: MALAVOLTA,E. Manual de Fertilidade do Solo.São Paulo, 1989,p.42 Quadro 17-Grau de pH adequado para aproveitamento dos elementos. H ara o a roveitamento máximo Microelemento 5,0 -7,0 B 5,0 -7,0 CU W-~ ~ 5,0 - 6,5 Mn ~-~ ~ 5,0 -7,0 Zn Fonte: Id.,ibid.,São Paulo, I989,p.1OI Quadro 18-Valor de pH ideal para cada cultura. 5,0 - 6,0 Batatinha Batata-doce Melancia Arroz 6,0- 6,5 Grama Bermuda Milho Algodão Sorgo Amendoim Soja Trigo Feijão Café Fonte:Id.,ibid.,São Paulo,1989,p.43. Alfafa Trevo -13- 6,5 -7,0
  • 22. 3.1.2. .Causas da acidificação e seu controle. Tanto em clima tropical, subtropical como temperado, com precipitação alta, os cátions (K, Ca, Mg) têm acentuada lixiviação, e os solos ficam ácidos. Os solos das culturas são calcareadas, mas por que eles se tomam ácidos? As seguintes razões podem ser consideradas: 1) Acidificação pela água de chuva. Através da água de chuva e de irrigação, o W (íon de hidrogênio) contido provoca a lixiviação dos cátions (K, Ca, Mg, Na) do solo em troca pela infiltração de H+ (íon de hidrogênio). 2) Acidificação pela absorção de cátions pela cultura. As raízes das plantas absorvem como nutriente K (potássio), Ca (cálcio), Mg (magnésio), e devolve o H+ (íon de hidrogênio) ao solo. 3) Acidificação pelo adubo. Pela utilização de fertilizantes ácidos, como: sulfato de amônio, uréia, nitratos, MAP (NH4H2 P04) e DAP [(NH4)2H2P04]. 4) Acidificação pela erosão. Pela erosão, ocorre perda da camada de solo arável, diminuindo os cátions deixando o subsolo que contém bastante H+. 3.1.3. Motivo da calagem. Abaixo os objetivos da calagem e conseqüentemente o melhoramento do solo: 1) correção da acidez do solo, neutralização do AI (alumínio) e insolubilizar o excesso de Mn e Fe. 2) fornecimento de Ca e Mg necessários à cultura. 3) aumento do nível de aproveitamento dos elementos da adubação. 4) neutralização da acidez pelos adubos ácidos. 5) ativação dos microrganismos do solo: (a)mineralização da matéria orgânica do solo pelos microrganismos (decomposição). (b)plantas leguminosas (feijão, soja, amendoim e outros), através das bactérias noduladoras que fixam N (nitrogênio) do ar. Para a produção das culturas, são necessários os seis macroelementos N, P, K, Ca, Mg, S e, dentre eles o Ca é o terceiro, o Mg é o quarto em importância. °calcário é o material mais barato para fornecimento de CaeMg. 3.1.4.Correção de pH do solo e grau de aproveitamento do adubo. Conforme será apresentado no Quadro 19, o nível de absorção eficiente dos elementos do adubo pela cultura varia de acordo com o pH do solo. A relação entre o pH e o grau de absorção efetivo é apresentado a seguir: 1)em solo fortemente ácido (pH 4,5 ~5,0), são aproveitados apenas 20 ~50% de N, P, K do adubo. 2)ao contrário, em solos corrigidos (pH 6,0 ~6,5) o aproveitamento dos elementos do adubo aplicado varia entre 50 - 100%. Estes fatos mostram a grande importância do manejo de adubação no melhoramento do solo através da calagem. - 14-
  • 23. Quadro 19-Variação do grau (%) de aproveitamento dos principais elementos nas culturas de acordo com o pH. Elemento pH 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7.0 N 20 50 75 100 100 100 P 30 32 40 50 100 100 K 30 35 70 90 100 100 S 40 80 100 100 100 100 Ca 20 40 50 67 83 100 Mg 20 40 50 70 80 100 Média 27 46 64 79 93 100 Fonte: GUILHERME,M.R. Calagem.1993,PA. 3.1.5. A relação entre a acidez do solo e ativação dos microrganismos do solo. I)A matéria orgânica é uma fonte importante no fornecimento de N, Se B. Para estes elementos serem absorvidos pelas raízes das plantas é necessária a mineralização pelos microrganismos. 2) A fixação do N do ar nas culturas de leguminosas depende das bactérias noduladoras que vivem no solo. Um exemplo apresentado mostra que são necessários 300 kg de N para 1,0 ha de soja. Se fornecer uréia, é preciso aplicar 667 kg. Com a correção de acidez do solo, ocorrerá a fixação de N do ar, dispensando a adubação nitrogenada. 3.1.6. Capacidade de reação do calcário. De acordo com a resolução do Ministério daAgricultura em 12/06/1986, foi determinado o poder de neutralização do calcário conforme o seu grau de moagem (Quadro 20). Através do Quadro 20, podemos entender o seguinte: (1) peneira 10 (2 mm) - não reage no solo. (2) o que passa na peneira 20 (0,84 mm) e 10 (2 mm) de 1.000 kg, 200 kg reagem no solo. (3) o que passa na peneira 50 (0,3 mm) e 20 (0,84 mm) de 1.000 kg- 600 kg reagem no solo. (4) o que passa na peneira 50 (0,3 mm) de 1.000 kg reagem 1.000 kg. Quadro 20-Capacidade de reação do calcário conforme o grau de moagem Grau de finura Ca acidade de reação (%) Peneira não passa na peneira 10 o Peneira 10 - 20 20 Peneira 20 - 50 60 Peneira passa na peneira 50 100 - 15 -
  • 24. 3.1.7. Poder relativo de neutralização total (PRNT) O poder relativo de neutralização total determina a reação do poder de neutralização do calcário. PN X RE PRNT =------ 100 PN é igual a rocha calcária e é determinado de acordo com a composição química de CaO e MgO, no produto final moído. RE está diretamente ligado ao grau de moagem da rocha calcária. Em conclusão, o PRNT elevado indica o calcário que apresenta reação mais rápida. 3.1.8. Equilíbrio da relação CalMg no solo. O calcário, conforme o teor (%) de Mg, pode ser classificado em calcário calcítico, magnesiano e dolomítico (Quadro 21). Há necessidade de escolher qual o tipo de calcário a ser aplicado dentre os três tipos. Quadro 21- Classificação do calcário, conforme o teor de MgO. Tipo de calcário Calcítico Magnesiano Dolomítico MgO(%) 0-5 6 -12 > 12 Segundo Küpper (1981) e Vitti (1984), para a maioria das culturas, a relação de absorção de Ca e Mg é de Ca 3~5:Mg 1. Entretanto, conforme as estatísticas de 81.000 amostras de solo analisadas no Estado de São Paulo, 50% dos solos apresentaram a relação abaixo de Ca 2: Mg 1. Este fato se deve a utilização de calcário dolomítico por longo tempo, sem levar em conta o equilíbrio, conforme mostra o Quadro 22. No Estado de São Paulo, os agricultores vieram aplicando o calcário dolomítico, desequilibrando a relação de Ca:Mg. Quadro 22- Análise de solo e o uso de calcário dolomítico no Estado de São Paulo. CaO*:MgO** Relação CaO : MgO 24 17 1,4 1 25 20 1,4 1 30 20 1,5 1 35 20 1,7 1 37 13 2,8 1 * CaO 560 Kg = 1 meq/Ca no solo ** MgO 402 Kg = 1 meq/Mg no solo Fonte:GUILHERME,M.R. Calagem.1993, p.7 - 16 - meq/solo Relação no solo Ca : Mg Ca Mg 0,42 0,42 1,0 1 0,50 0,50 1,0 1 0,53 0,50 1,1 1 0,62 0,50 1,2 1 0,66 0,32 2,1 1
  • 25. Este desequilíbrio de Ca:Mg no solo provoca influência na produtividade da cultura. No Estado de São Paulo faz-se a correção da acidez das lavouras, mas ocorre que não está sendo alcançada a produti- vidade objetivada. Para solucionar este problema, há necessidade de calcular a aplicação de calcário para manter a relação Ca/Mg em 3 a 5. 3.1.9. Çálculo de calagem. Para se calcular e decidir a quantidade de calcário a ser aplicado, há necessidade da análise de solo. Esta deve ser representativa da área a ser corrigida. Antes do plantio das culturas anuais ou perenes, as amostras devem ser de O~ 20 cm, que é a profundidade da maioria das culturas. N.e.(quantidade necessária de calcário) é calculada da seguinte forma: CTC (V2- V1) N.C.= x p PRNT N.C. = Quantidade de calcário necessário para 1 ha (t/ha). C.T.e. = Ca +Mg + (H +AI) (obtido pela análise). VI = Saturação de bases do solo (K + Ca + Mg) V2 = Saturação de bases a ser atingida através da calagem (varia de acordo com a cultura, em geral é de 60 ~80%). PRNT = Poder relativo de neutralização total. P = profundidade = 0,5 ... aplicação de calcário em camada de O- 10 cm = 1,0 ... aplicação de calcário em camada de 0- 20 cm = 1,5 ... aplicação de calcário em camada de O- 30 cm = 2,0 ... aplicação de calcário em camada de O-40 cm Exemplo de cálculo. 8,13 X (70 - 36) Resultado de análise: N.C. =---------- C.T.C=8,13 V1=36% V2=70% 85 xl =3,25 (1) caso de aplicação de calcário com PRNT=85%: N.e. = 3,25 t/ha (2) caso de aplicação de calcário com PRNT=45%: N.e. = 6,14 t/ha Na prática, o caso 1, em virtude da moagem fina (PRNT elevado), a quantidade de aplicação é menor. No caso 2, aumenta o custo pela quantidade, frete e armazenagem. 3.1.10. Recomendação técnica de calagem Para a recomendação técnica de calagem, há necessidade de considerar o PRNT do calcário, a relação Ca:Mg do solo e os teores de CaO e MgO do calcário. Para isso, divide-se o Ca meq/l 00 mL pelo Mg - 17 -
  • 26. meq/lOO mL do solo para saber a relação Ca/Mg. Então, faz-se o cálculo da calagem através da fórmula estudada. Ao final, para atingir a relação Ca/Mg desejada, observando o teor de CaO e MgO do calcário, escolhe-se o tipo de calcário a ser utilizado. No Quadro 23, apresentamos um exemplo de recomendação. Quadro 23- Exemplo de cálculo de calagem. Cultura Relação Ca!Mg no solo 1. soja 2,3:1 2. soja 3,6:1 *calcítico CaO 48% MgO 4% **dolomítico CaO 37% MgO 13% Quantidade de calcário(tlha) 3,0 1,5 Fonte: GUILHERME,M.R. Calagem.1993, p. 9 3.1.11. Importância da calagem Tipo de calcário calcítico* dolomítico** Com relação à calagem os seguintes itens devem ser considerados: Relação Ca!Mg do solo esperado 3,5;1 3,1:1 1) para o bom aproveitamento do adubo aplicado, há necessidade de corrigir o pH do solo para 6,0~6,5. 2) para melhorar o efeito da calcário, há necessidade de umidade e tempo. a) Água: se o solo estiver seco, o calcário não age. b) Tempo: o efeito de calcário depende muito do seu grau de finura. Na prática, é importante observar os dois itens seguintes: 1) calcário "grosso", com PRNT (45 ~70%), deve ser aplicado com 4 a 6 meses de antecedência. 2) calcário "fino", com PRNT acima de 80%, pode ser aplicado 1 a 2 meses antes do plantio ou semeadura. Diz-se que o calcário não age no mesmo ano e funciona na safra seguinte, isto ocorre quando se utiliza calcário de qualidade inferior. Então, na prática, podemos considerar os seguintes: 1) calcário grosso, com PRNT (45 ~70%), exige vários anos para produzir efeito, causando pre- juízo ao lavrador. 2) calcário fino, com PRNT acima de 80%, apresenta resultado no mesmo ano e obviamente na safra seguinte, relacionado ao manejo do solo, continua o efeito por 2 a 3 anos. Mas, pergunta-se sobre a necessidade de repetir a calagem, uma vez quue ocorre efeito residual do calcário; mas isso não é perene, e o solo se acidifica, por isso faz-se a análise do solo, procedendo a calagem conforme a necessidade. 3) correção do subsolo: na maioria das culturas, o sistema radicular não se desenvolve bem em solo ácido. Isto se deve ao excesso deAI (alumínio) ou deficiência de Ca (cálcio). Geralmente, ocorrem ambos. Com relação à correção do solo na profundidade, conforme o relato de Quaggio e outros (1985), em solo de cerrado de latossolo vermelho, a calagem de 6 t/ha, após 30meses, naprofundi- dade de 50 cm (Ca+Mg), aumentou 0,5 meq/lOO em3 , e o pH (H20) passou de 4,6 para 5,0. - 18 -
  • 27. 3.1.12. Fatos na calagem Os pontos importantes são os seguintes: 1) o calcário não é solúvel em água, é importante o contato das partículas do calcário com os grânulos do solo, por isso é preciso incorporar bem o calcário no solo. 2) a Iixiviação do Ca no solo é bastante lenta. 3) onde há AI e não há Ca, a raiz da planta não se desenvolve; sem crescimento da raiz das culturas não há aproveitamento do adubo e a produtividade é baixa. 3.1.13. Aplicação antes do plantio O calcário deve ser espalhado por toda área. Para uma boa incorporação, aplica-se a metade antes da aração, e a metade antes da gradeação. A planta absorve o nutriente pela raiz, por isso considera-se a raiz como a boca da planta. Quanto mais profundo se corrige, aumenta a eficiência da calagem, desenvolve melhor o sistema radicular, aumen- tando o aproveitamento da adubação, resiste mais à seca, alcançando maior produtividade. No Quadro 24, segundo o resultado obtido em pesquisa realizada em Campinas, Estado de São Paulo, fazendo a calagem no milho na profundidade de 30 cm, houve aumento de 26 sc/ha em relação à aplicação na profundidade de 12 cm. Quadro 24- Efeito da profundidade de incorporação de calcário(4 tlha) na produtividade de milho em solo-LE. Profundidade Produtividade Índice de incorporação sc/ha 0-12 57 100 0-15 66 116 0-30 83 146 1 saco = 60 kg LE: Latossolo Roxo Escuro Fonte:GUILHERME,M.R. Calagem.l993,p.ll. 3.1.14. Calagem na cultura perene. Aumento sc/ha o 9 26 No caso de cultura perene (café, citrus e outras) procede-se da seguinte forma: 1) lavoura de café-aplicam-se 2/3 da quantidade sob a copa, atingindo até 30 - 40 cm além da ponta dos ramos, e 1/3 no meio da rua. É melhor fazer a aplicação antes da esparramação. Fora dessa época, pode-se realizar a calagem na capinação, misturando com a terra. Em lavou- ra mecanizada, espalha-se por toda área, inclusive embaixo da copa, e faz-se uma leve gradagem sem prejudicar a raiz do cafeeiro. 2) fruticultura e outras perenes-esparramação por toda área, inclusive sob a copa, e fazer uma gradeação leve ou na capinação, misturando com a terra. 3) segundo corte de cana de açúcar-aplicação por toda área e fazer uma gradeação leve sobre a terra. 4) pastagem-no início das chuvas 1 a 2 meses antes da adubação com fósforo ou nitrogênio, roçar o capim, espalhar o calcário fino por toda área em cobertura e fazer uma leve gradeação para incorporar com a terra. Para obter bom resultado em curto prazo, recomenda-se aplicar o calcário junto com o gesso agrícola. Esta mistura é de 70% de calcário e 30% de gesso agrícola. A quantidade de aplicação deve ser calculada conforme o PRNT. - 19 -
  • 28. 3.2. Gessagem 3.2.1. Efeito da gessagem agrícola. Malavolta afirma os seguintes efeitos da gessagem agrícola: 1) fonte de Ca e S; 2) melhora o sistema radicular; 3) correção do excesso de Na no solo; 4) diminui a salinização do solo; 5) Diminui a perda de N (nitrogênio) durante a fermentação. Abaixo os padrões do gesso agrícola: Umidade CaO S P20S Si02 (insolúvel) Fluoretos (F) R203(Ah03+Fe03) 17% 26% 15% 0,75% 1,26% 0,63% 0,37% A composição do gesso agrícola é de 96,5% de CaS04 .2Hp. Em outra análise, segundo MAY e SWEENE (1982), apresenta micronutrientes (B, Co, Cu, Fe, Mn, Ni, Na e Zn) e também elementos tóxicos como (AI, As, Cd e outros) em pequenas quantidades. Como fonte de S (enxofre), em solos com baixo teor para fornecer 30 a 40 kg/ha de S, é necessário aplicar 200 - 270 kg/ha de gesso agrícola. 3.2.2. Lixiviação de K e Mg e o uso excessivo de gesso agrícola °uso excessivo de gesso agrícola provoca a lixiviação de Mg e K. A aplicação do gesso agrícola deve ser recomendada quando a saturação de Ca no subsolo a 20 ~40 em for menor do que 60%, e a saturação porAI for acima de 20%. Deve-se evitar a aplicação do gesso agrícola acima de 1,5 tlha. 3.2.3. Método de aplicação do gesso agrícola. Malavolta e Klemann recomendam o uso do gesso agrícola, quando o cálcio no solo for baixo, e o AI no subsolo, elevado. Como, atualmente, não está estabelecido um padrão ideal de aplicação, surgere- se o seguinte: AI 3+ 1 meq/l00 cm3 no solo - aplicar 2 t/ha de gesso agrícola. Para aumentar 1 meq/l00 cm3 de Ca no solo aplicar 2 tlha de gesso agrícola. A Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais-CFSEMG (1989) de acordo com a composição do solo, apresenta a quantidade de aplicação: Solo arenoso « de 15% de argila) = 0,5 tlha Solo areno-argiloso (15 ~ 35% de argila) = 1,0 tlha Solo argilo-arenoso (36 ~ 60% de argila) = 1,5 tlha Solo argiloso (> 60% de argila) = 2,0 tlha. - 20-
  • 29. A quantidade de aplicação do gesso agrícola, para correção de acidez, é recomendada usar 25 - 30% da quantidade de calcário. Ambos se complementam mutuamente. Quando a cultura está instalada, aplica-se o calcário e o gesso sob a planta, na entrelinha e também na área total ou em linha. Periodicamente, deve-se fazer a análise de solo e examinar o seu efeito. Como o gesso agrícola é solúvel, pode-se espalhar sobre a terra, sem necessidade de incorporação. °calcário deve ser aplicado com antecedência e depois incorporar no solo e, na ocasião do plantio, pode-se aplicar o gesso agrícola. 3.2.4. Cálculo da gessagem A calagem, em geral, não corrige a acidez em profundidade, no caso de cafezaisjá formados, onde é inviável a incorporação do corretivo, a menos quando se procede à subsolagem. Ou se usam doses relativamente pesadas em solos leves, empregando-se calcário de boa qualida- de, ou se esperam alguns anos. Isto se deve ao fato de que o ânion, acompanhante do cálcio, cot, dissipa- se na atmosfera da superfície do solo e acima dela. Em conseqüência, o cafeeiro (ou outra cultura qualquer) tem o seu sistema radicular concentrado na superfície e, por isso, aproveita menos os nutrientes qUl percoIam, absorvem menos água e sentem mais o efeito da estiagem. °gesso, gesso agrícola ou fosfogesso, é o CaS04 .2Hp (sulfato de cálcio), subproduto da indústria do ácido fosfórico. °ânion acompanhante do Ca2 + é sot, que, ao contrário do cot,não se perde por volatilização, sendo capaz de descer no perfil, processo que é acompanhado pelo cálcio. Disso resulta que, em profundidade, aumenta a saturação em cálcio do complexo de troca, e o AI tóxico é "neutralizado". A gessagem usualmente não modifíca o pH e não é substituta da calagem. Ambas se complementam. A pesquisa agrícola ainda não encontrou uma fórmula, para calcular a dose de gesso a usar em função dos dados de análise do solo, que tenha tido comprovação prática. Enquanto isso, pode- se, provisoriamente, usar a seguinte: NG (0,6 CTCe - meqCall 00 cm3 ) x 2,5 ou NG (meqAI/l 00 cm3 - 0,2 CTCe) x 2,5 onde NG necessidade de gesso. toneladas de gesso/ha CTCe capacidade de troca catiônica efetiva. meq (AI +K +Ca +Mg)/l00 cm3 Deve-se pensar no uso do gesso quando: a) a análise do solo na profundidade de 21- 40 em (e não a correspondente O- 20 em) revelar uma participação do Ca na CTCe menor que 60%; b ) A análise do solo a 21 - 40 cm (e não a O- 20 em) mostrar que a saturação em AI é maior que 20%. Quando o solo, antes do plantio, necessitar de calcário e de gesso, primeiro se faz a calagem na forma recomendada e depois se distribui o gesso a lanço, sendo dispensada a sua incorporação. Pode-se também usar produtos comerciais que contêm uma mistura de calcário e gesso. Nos cafezais em formação ou produção, o gesso é aplicado a lanço e, nesse caso, pode-se usá-lo previamente misturado com o calcário (se o solo necessitar de calagem) ou separadamente. ~ 21 ~
  • 30. 4.Técnica de melhoramento de manejo e adubação. 4.1. Cálculo de adubação para cultura de hortaliças. 4.1.1. Sistema de absorção de nutrientes em hortaliças. O pesquisador japonês Koya Yamazaki, que esteve no Brasil em 1969, para proferir um curso sobre adubação de hortaliças na Estação Experimental da Cooperativa Agrícola Sul Brasil, em Atibaia, dividiu as culturas em dois grupos, de acordo com a época de absorção de nutrientes pelas hortaliças: a) as do tipo A, compreendendo as hortaliças de frutos - como tomate e berinjela -, e hortaliças de ciclo longo - como o repolho, couve-chinesa, leguminosas e morango - que absorvem nutrientes na fase posterior, dando ênfase na adubação de cobertura; b) as do tipo B, compreendendo as culturas que absorvem mais nutrientes na fase intermediária - como nabo, cenoura e batata -, dando ênfase na adubação básica. Gráfico 6. Dois tipos de hortaliças, conforme o sistema de absorção de nutrientes (kg/O, lha) 40 30 QUANTIDADE DE ABSORÇÃO 20 (Kg / 01 ha) 10 QUANTIDADE DE ABSORÇÃO (Kg / 01 ha) 20 10 TIPO A (Proporção de Absorção) K,O (lO) CaO (8) N (6) P,o, (2) MgO (1,5) 2 3 4 5 6 MESES '----:--l~ Legummosas I Hortaliças e folhosas : de frutos Repolho Couve Chinesa TIPOB Período de máxima "absorção~ (Proporção de Absorção) _---K,O (10) ~--CaO(8) ~---N(6) _~~~==~=~:E=~=~P205 (2)MgO (1,5) 2 3 4 5 MESES '--_---', L--...J Hortaliças Hortaliças de raiz para produção Cebolinha de sementes Fonte: YAMAZAKI,Koya. Sosai no hibai. 1960,p.160. - 22-
  • 31. Aabsorção de nutrientes nas hortaliças do tipo A, é crescente, principalmente nos últimos 30 dias do ciclo, quando chega a 60~80%. Nas hortaliças do tipo B, a absorção atinge a 60~80% a partir de 60 dias antes da colheita, principalmente nos 30 a 40 dias, quando atinge a fase de aumento no crescimento vegetativo. Depois disso, os nutrientes são acumulados nas raízes, tubérculos e bulbos. diminuindo a absorção pelas raízes. 4.1.2. Padrões de produtividade de hortaliças e quantidade de absorção de elementos do adubo. Considerando os padrões de produção de hortaliças e as quantidades de nutrientes absorvidos em cada cultura, tomando-se como base geral KP igual a 10, serão absorvidos dentro dos seguintes limites N 6~8, CaO 8~15, pps 2~4, MgO 1~3. No Quadro 25, estão calculadas as quantidades de nutrientes neces- sárias para cada tipo de hortaliças. Estes valores estimados, para cada cultura, ainda devem ser melhorados em alguns pontos, mas foram baseados na proporção de cada nutriente para fazer a adubação. E, também, esses números indicam as quantidades de nutrientes que deverão ser absorvidos, por isso é diferente da quantidade de adubo. Como o adubo é aplicado no solo, lixívia com a água de chuva e irrigação. O índice de lixiviação varia com o tipo de solo. Então considerando o tipo de solo, é melhor calcular a quantidade de adubo baseado no fator de multiplicação, conforme o Quadro 26. Quadro 25-Padrões de produtividade de hortaliças e quantidade de absorção de elementos do adubo. Fator Produção e espécie de hortaliças (t./0,1 ha) Quantidade absorção de elementos (kg./O,1 ha) N 4 Pepino (8),Tomate (8), Pimentão (3) 24 Melancia (8), Melão (5), Abóbora (8) 3 Batata-doce (6), Rabano (6) 18 2 Repolho (4),Couve-chinesa (6), Salsão (4) 12 Nabo (6), Cenoura (2), batata (4) 1,5 Morango (2), Feijão Fava (2) 9 I Cebola (6), Espinafre Horenso (2), 6 Alface (2) Ervilha (1), Feijão-vagem (I) Fonte:HASEGAWA,M. Sehi no Kiso to oyo.1982, p,119. Quadro 26- Fator de multiplicação de adubação. Tipo de solo Arenoso Areno-argiloso N 1,3 - 2,0 1,2 - 1,8 1,0 - 2,0 0,5 - 2,0 P20 S K20 8 40 6 30 4 20 3 15 2 10 3,0 - 6,0 (solo cf alta adsorção de P) 0,5 - 2,0 Argiloso 1,0 - 1,5 3,0 - 6,0 (solo cf alta adsorção de P) Arenoso: teor de argila < 12,5%, Areno-argiloso: teor de argila 12,5 ~ 25,0% Argiloso: teor de argila 25,0 ~ 37,5%, Muito argiloso: teor de argila> 50,0% Fonte: MAEDA,Masao. Yasai no eiyo shindan to sehi. 1966, p.118. - 23 - CaO 32 24 16 12 8 1,0 - 1,5 0,5 - 1,0 0,5 - 0,8 MgO 6 5 3 2 1,5
  • 32. 4.1.3. Produção almejada e adubação de cada espécie de hortaliça. Com base no Quadro 25, com os padrões de produção de hortaliças, quantidade de absorção dos elementos na nutrição e no Quadro 26, com o fator de multiplicação de adubação para o cálculo de adubação de cada cultura, o Quadro 27 apresenta as diferentes espécies de hortaliças, produção almejada e quantida- de de adubação. Quadro 27- Produção almejada e adubação para cada espécie de hortaliça. Produção almejada (UO,I ha) 16 12 8 6 4 2 Espécie de hortaliças Tomate, Abóbora, Pepino, Melancia, Melão Batata-doce, Rábano Batata, Nabo, Couve-chinesa, Cenoura, Beterraba, Salsão. Feijão-fava, Morango Ervilha, Feijão-vagem, Espinafre horenso, Alface Fonte: HASEGAWA,M. Sehi no kiso to oyOU. 1982, p.118 N 54,0 45,0 36,0 27,0 18,0 13,0 9,0 Adubação (kglO,1 ha) p,Os K,O 18,0 48,0 15,0 40,0 12,0 32,0 9,0 24,0 6,0 16,0 4,5 12,0 3,0 8,0 Em hortaliças folhosas, existe a idéia de que basta fornecer bastante nitrogênio para a sua produ- ção, mas isto favorecerá o ataque de doenças, e, no repolho, o excesso de adubo irá desenvolver demasia- damente as folhas externas e não haverá formação da cabeça. O excesso do adubo em tomate provoca desenvolvimento excessivo das folhas e caule, prejudicando a formação e maturação dos frutos, aumentan- do a ocorrência de podridão apical, relacionado também com a deficiência de cálcio. Na berinjela também aumenta o desenvolvimento das folhas e caule, prejudicando a frutificação. Por isso, é necessário conhecer os fundamentos da adubação adequada. Quando o Dr.Koya Yamazaki esteve em 1969, ministrando curso para os agrônomos da colônia japonesa sobre os fundamentos da adubação de hortaliças, os autores tiveram a oportunidade de participar. Assim, baseado no método de adubação do Dr.Yamazaki, em solos do Brasil, com a repetição de fracassos e sucessos, elaboraram-se planos de adubação de hortaliças, aplicando na atividade de produção de tomate e outras hortaliças, e, assim, os autores adquiriram a convicção de que essa idéia pode ser aplicada no Brasil. O Quadro 28, apresenta a produtividade média de cada espécie hortícola cultivada no Brasil. - 24-
  • 33. Quadro 28- Espécies hortícolas cultivadas no Brasil e sua produção média (tlha) Horaliças tJha Hortaliças tJha Abobrinha 10-20 Jiló 16-20 Abóbora rasteira 10 -15 Melancia 30-50 Alcachofra 4-6 Melão 20-40 Alface 20-30 Moranga 10 - 15 Alho 4- 8 Morango 30-35 Aspargo 4-7 Nabo 6-8* Berinjela 30-60 Pepino 20-50 Beterraba 15 - 30 Pimenta 4-16 Brócolos 10-30 Pimentão 30-40 Cebola 20-40 Quiabo 15 - 22 Cenoura 25 - 45 Rabanete 15 - 30 Couve-flor 8 - 16 Repolho 30-60 Ervilha 1,5 - 2,0 Tomate estaqueado 50-100 Feijão-vagem 20-25 Tomate rasteiro 30-50 *A baixa produtividade do nabo é devida a variedade antiga, conforme justificou o responsável pelo quadro, Dr.Paulo Trani-IAC,em 26/03/1997. Fonte: RAIJ,B.na et a!. Apud "Romendações de Adubação e Calagem para o Estado de São Paulo"Boletim Técnico lOO-IAC. 2.ed.Campinas: 1996, p.16l. 4.2. Interpretação de análise de solo e plano de adubação em olericultura. Na produção de olerícolas, inicialmente procedemos a análise de solo para obter o maior número de informações possíveis, para que sejam úteis no melhoramento da adubação. Para a interpretação da análise de solo, podemos ordenar da seguinte forma: Ocorrem dois casos de deficiência no desenvolvimento: 4.2.1. Caso de deficiência de elementos na adubação. Nos solos que apresentam: podridão apical no tomate por deficiência de cálcio; deficiência de magnésio; ocorrência de pragas e doenças por deficiência de micronutrientes, ocorrem condições de mau desenvolvimento das culturas por deficiência de elementos. 4.2.2. Caso de excesso de elementos na adubação. Ao contrário do primeiro caso, o excesso de elementos na adubação de N, K, P, Ca, Mg, inc1uindo- se a inibição de elemento devido ao antagonismo, ocorrem condições de mau desenvolvimento devido ao prejuízo por excesso de adubo. Isto ocorre por causa do vício de adubação adotado até então, por isso deve-se questionar o histórico de adubação dessa área. Examinando a análise de solo da cultura com desenvolvimento normal e sadio, não há falta ou excesso de cada elemento, com bom equilíbrio entre os elementos nutricionais (composição de cátions), pode-se pensar que há alto teor de matéria orgânico e micronutrientes. - 25 -
  • 34. Assim, essas condições de desenvolvimento das olerícolas, basenado-se na análise de solo e nos dados bibliográficos, em relação a cada elemento, considerou-se o seguinte: I) análise de solo que apresenta deficiência; lI) análise de solo sadio; I1I) análise de solo que produz hortaliças sem adubo; IV) análise de solo que apresenta danos por excesso. No Quadro 29, estão resumidos a interpretação de análise e a recomendação baseada no caso da região do cinturão verde de São Paulo para cultura olerícola no campo. Além disso, acrescentaram-se à relação Ca/Mg, Mg/K, o coeficiente de absorção de P e o escla- recimento sobre os micronutrientes. Os cáculos apresentados para cada elemento, foram feitos tomando como base a quantidade absorvida por ha pelas hortaliças outras culturas, e a quantidade aproveitável existente no solo. Conside- rou-se o peso da terra em 1,0 ha, na profundidade de 15 cm, com a densidade do sol9 igual a 1. O solo é sadio quando contem a quantidade necessária de nutrientes para a absorção da cultura, sem excesso. Quadro 29-Interpretação de análise de solo com hortaliças no Cinturão Verde de São Paulo (A.Kishimoto, 1998). Acidez < 5,0 Com acidez forte há possibilidade de ocorrer toxidez de AI e deficiência de Mo pH(H,O) 6,0 -6,5 Solo sadio > 7,0 Diminuição da eficiência de Fe, Cu, Mo e Zn, impedindo a absorção pela cultura. M.O < 1,5(%) Baixo (I) 3.0 -5.0(%) Adequado para hortaliças (mat.orgânica) > 2,5 Alto (2)C(%) X 1,724=M.O. (3)M.O (%) X 0,05 = N total [N total X 2(%) = quantidade aproveitável pela planta Presina 22 .. 5,O(mglIOOg) abaixo disso pode ocorrer deficiência ~ -75 (kglha) (P aproveitável) 44 "1O,0~ nas hortaliças exigem mais ~ .... 6- 150 '" 0.." (comoP2Os) neste intervalo o solo é sadio i5 oo. §-155 35,0 neste nível a hortaliça produz sem adubo ~ "il 533 .~ ~ 3.000873 200,0 possibilidade de ocorrer excesso ~ -K' 0,17 8,0(mglloog) pode ocorrer deficiência ~ o Õ- 12O(kglha) ~ (K trocável) 0,32 15,1 ] ~ " :l_ 227 'O o em (comoK2O) solo sadio Õ E ~ o T.F.8.A 0,60 28,3 produção de hortaliças sem adubo ~ - ~- 425 Ca- 2,00 56,O(rngllOOg) neste nível pode ocorrer podridão apical ~ ~ -840(kglha) '"(Ca trocável) 5,00 140,0 nível suficiente plbatata devido a sarna (Ca tem relação c/ acidez do solo)-+ <E _ -+2.100 o. ~(meq/loog) (comoCaO) ~ U em 7,14 200,0 pode ocorrer maior efeito de pH do que o teor de Ca ~ 'iil 8 _3.000 e o T.F.S.A 10,71 300.0 prooução de hortaliças sem calagem ~ ~ -+4.500 17,86 500,0 pode ocorrer excesso • ê' o _7.500 Mg++ 0,50 1O,0(mglloog) pode ocorrer deficiência ~ c -150(kg/ha) (Mg trocável) 1õ (meqlloog) 1,25 25,OJ ~ " ::E- 375'O em (como MgO) solo sadio ~ 8o T.F.S.A 1,75 35,0 produção de hortaliças sem adubação ou calagem ~ ~- 525 não há relatos a respeito de excesso de Mg Ca/Mg(reiação) 4-8 MgIK(relação) acima de 2 Fix P20S >300 muito baixo coef. (de absorção 600 -750 médio de.P) > 1.200 muito alto Deficiente adequado excessivo Fe <20(ppm) 50(ppm) > 2oo(ppm) Mo <5 !O > 35 Cu <0,5 3 > 5 Zn < 5 10 >40 B <0,3 3 > 8 - 26 -
  • 35. 4.3. Técnicas para aumento de produtividade. 4.3.1.) Técnicas agrícolas para aumentar a fotosssíntese. 4.3.1.1. Fundamento da produção agrícola. A base da produção agrícola está na síntese das folhas, isto é, na formação e no transporte de produtos fotossintéticos. Mas a atividade fotossintética pode ser afetada pelos danos na planta, ou para- lisar totalmente em virtude de minúsculos danos químicos ou mecânicos. A fotossíntese (ação de assimilação do gás carbônico) ocorre através da clorofila contida nas folhas verdes. Processa da seguinte forma: nC02 + (gás carbônico) (presente no ar) 2nHp (água) (absorvida pela raiz) Luz ~ clorofila (CHP) n (produtos fotossintéticos) (matéria orgânica) + n02 + (oxigênio) nHp (água) A reação fossintética baseada na equação química, através de 44 g de CO2(gás carbônico) e 18 g de HP (água), produz 30 g de carboidrato (matéria orgânica) e 32 g de 02' e para essa reação são necessárias 114 Kcal (quilocalorias) de energia da luz. Normalmente, no ar, ocorre 0,03% de CO2(gás carbônico), donde são extraídos o C (carbono) e 02 (oxigênio) para a produção fotossintética: 45% de C (carbono) e 45% de 02 (oxigênio) do produto fotossintético, somando 90%, que são originários do CO2(gás carbônico) do ar. Assim, 6% de H (hidrogê- nio) que se originam da HP (água), o carboidrato (matéria orgânica) produzido pela folha constitui 96% que são fornecidos graças à natureza, os restantes 4% advêm dos elementos fornecidos como adubo, sendo que os macronutrientes compõem 3,5%, enquanto os micronutrientes apenas 0,5%. Podemos considerar que o fornecimento de CO2 (gás carbônico) do ar é ilimitado. Na agricultura, proporciona ao máximo a fotossíntese, que é"realizada pela folha, e, assim, os produtos fotossintéticos são elaborados com bom rendimento sem paralisação e em toda a plenitude para se concentrar na colheita que estamos objetivando. Para isso, exige-se uma adubação eficiente com macro e microelementos. 4.3.2. Técnicas de melhoramento do solo de cerrado 4.3.2.1. Solos de cerrado. Nas regiões tropicais, em virtude da alta temperatura e elevada umidade, ocorre acentuada altera- ção química, e, pela intensa liberação de cátion da rocha mãe e no solo, a solução se alcaliniza, lixiviando o Si02(óxido de silício), sobrando o Fe (ferro) e AI (alumínio). Esta é a ação de laterização. Assim, o fato da baixa relação (SiO/AlP3=Ki) é conseqüência da lixiviação do Si02 estar mais adiantado, demonstrando ter passado mais tempo no processo de formação do solo, fazendo da região central do Brasil o solo mais antigo, com a estabilização da lixiviação dos cátions. °solo de cor vermelha que ocorre na região tropical foi classificado como latossolo, onde "later" significa tijolo e latossolo significa "solo vermelho como o tijolo". A maior área que constitui o planalto central do Brasil, tem como base o cerrado, localizado na massa de terra continental, estabilizado há mais de 200.000 anos, através de sucessivas sedimentações -27-
  • 36. pelas erosões das chuvas. Por isso, os elementos solúveis foram lixiviados, a combinação do Fe com AI formou a caulinita, originando o solo de latossolo com mistura de areia quartzosa. ACTC da argila (CEC=CTC) é 3 ~15 meq/l 00 g, que é a mais baixa dentre outras argilas. Como foi abordado acima, no solo de cerrado o silício lixiviado carrega os cátion, tomando o solo ácido, e a maior parte da argila é constituída de caulin, com CTC baixo, assim, elevando-se a CTC, através do aumento da matéria orgânica aumenta a produtividade. Quadro 30- Comparação entre solos "adequado" , cerrado e outros. Características Campo Campo Cerrado Cerradão Mata Adequado limpo cerrado (N° de amostras) (68) (148) (225) (45) (16) pH(H2O) 4,87 4,94 5,0 5,14 5,28 6,0-6,5 pH(KCI) 4,16 4,25 4,25 4,32 4,35 pH(KCL-H2O) 0,71 0,69 0,76 0,82 0,93 M.O. 2,21 2,33 2,35 2,32 3,14 ~;:J 0,20 0,33 0,45 0,69 0,06 0,13 0,21 0,38 K+ meq/100g 0,08 0,10 0,11 0,13 AI+3 0,74 0,63 0,66 0,61 CTC 1,08 1,19 1,43 1,81 1,50 3,0-4,0 0,55 1,0-1,5 0,17 0,2-0,3 0,78 < 0,6 3,0 p - 0,5 0,5 0,9 2,1 1,4 10,0-15,0 Zn* 0,58 0,61 0,66 0,67 1,11 1,0-5,0 Cu* ppm 0,60 0,79 0,94 1,32 0,95 0,8-1,6 Mn* solúvel 5,4 10,3 15,9 22,9 24,1 10,0-20,0 Fe* 35,7 33,9 33,0 27,1 37,2 30,0-40,0 B**_ 0,5-1,0 *0,05MHCl +0,0125MH2 S04 ** solúvel em água Fonte: HASHIMOTO,T Sansei dojo to sono nogyo riyou. 1994, p.92; MALAVOLTA,E. Fertilizantes e seu Impacto Ambiental. São Paulo,1994,p.126. 4.3.2.2. Manejo do solo de cerrado. °cerrado apresenta vegetação rala com árvores tortas de casca dura. °seu manejo, incluindo o controle da erosão, poderá ser assim resumido: 1) aplicação anual de matéria orgânica; 2) não queimar os restos vegetais; 3) incorporação de adubação verde; 4) utilização de cobertura viva, e no inverno plantar gramíneas; 5) rotação de cultura com plantio em nível; 6) exploração animal e agrícola; 7) plantio direto sistematizado. Plantio obrigatório de cultura anterior (fornecimento de biomas- sa), estabelecendo sistema de rotação, com implantação de integração lavoura-pecuária (por exemplo, criação solta, não confinada), aumenta a atividade dos microrganismos do solo, melhorando o solo bio-fisico- quimicamente, possibilitando a sustentabilidade agrícola. - 28 -
  • 37. 4.3.2.3. Exemplo de melhoria de produção no cerrado. Apresentamos alguns resultados obtidos a partir de 1986, na Fazenda Progresso, e, a partir de 1992 na Cooperativa Agrícola de Lucas do Rio Verde-COOPERLUCAS, em Lucas do Rio Verde, sobre latossolos vermelho-amarelo de baixa fertilidade e condição de alta pluviosidade (média 2.300 mm entre setembro e abril) Os resultados de 6 anos na Fazenda Progresso, apresentados no Quadro 31, demonstram que, independentemente do modo de preparo do solo, a rotação com milho ou arroz causa sempre aumentos de produtividade superiores a 50% em relação a sua monocultura. Já o modo de preparo (aração+gradagem) conduz a um acréscimo de 10 a 20% em relação ao preparo convencional com grade pesada (que além de favorecer a erosão, cria uma descontinuidade - pé de grade - impedindo o aprofundamento do sistema radicular). O Quadro 31 evidencia ainda que, com apenas uma boa cultura precedente (arroz ou milho) e um bom preparo (aração ou plantio direto), a soja ultrapassou 3.000 kg/ha (média de 6 anos), enquanto no sistema convencional (gradagem e monocultura), com os mesmos insumos, a produtividade foi de apenas 1.674 kg/ha, ou seja, somente com a rotação houve um aumento superior a 80% na produtividade. Quadro 31-.Efeito dos modos de preparo do solo e da rotação de culturas sobre a produtividade da soja. Média de 6 anos. Fazenda Progresso-MT,1986/92. ~nte Monocultura de soja Soja após arroz Soja após milho Efeito do preparo Preparo kglha (%) kglha (%) kglha (%) kglha (%) Grade pesada 1.674 100 2.562 158 2.850 170 2.362 100 Aração+gradagem 2.118 127 3.090 185 3.012 180 2.740 116 Plantio direto 1.986 119 3.042 182 3.060 183 2.696 114 Efeito da rotação (média) 1.926 100 2.898 150 2.974 155 - - • Mesma adubação, mesma data de plantio, mesma variedade, hebicida, inseticida, para todos os manejos (únicas diferenças: rotação e preparo de solo) Fonte: POTAFOS."InformaçõesAgronômicas". Piracicaba: N° 69,p.l e 2,mar.1995. 4.3.2.4. Plantio direto - Sistema mantenedor de fertilidade - bomba biológica. A prática do plantio direto, associada à utilização de sucessões anuais com duas culturas de grande quantidade de biomassa recicladora, é um sistema simples, de fácil utilização e mantenedor da fertilidade. Hoje, cerca de um milhão de hectares são cultivados no sistema de plantio direto nos cerrados do Centro-Oeste do Brasil. A difusão e a adoção deste sistema pelos produtores são extremamente rápidas. - 29-
  • 38. Gráfico 6- Sistema mantenedor de fertilidade na cultura de soja - bomba biológica. I Prote!(ão inicial I • • • • I Recidador final I --[ProdUçãU~tá"l Capital solo,totalmente ~ 1 protegido I Estação chuvosa Imes 10 11 12 1 2 3 4 5 (Plantio direto de colheita soja na palha de Ide SOjJ milheto) • • :iiFinal de estação seCE Plantio direto de milheto • • (milheto plantio pré e pós colheita da soja Acúmulo no caul direto à lanço) i i e folha do milhet( (Ca, Mg, K, N03 I I I I I I I I Superfície do solo I I I I I I I I I I I I I [LiXiViação de parte ] do adubo da soja .I aumento da m.o. do so~ [ comp. da raiz do milhetoJ 1,6 -2,4 m. • • • •ICa, Mg, K, N03 I • • • • A raiz do milheto absorve Forte atividade o nutriente lixiviado,reci- da fauna dando p/parte aérea ação de bomba Fonte:SEGUY,L. et al."InformaçõesAgronômicas"POTAFOS.Piracicaba:n.74ju1.96. Bouzinac,Ayrton Trentini - 30-
  • 39. 4.4. Cálculo de adubação para cultura de campo 4.4.1. Diferença na proporção de elementos de adubação na cultura. Para estabelecer uma adubação racional, é importante uma pesquisa baseada na absorção de cada elemento. Porém, dependendo das condições de cultivo da lavoura, a absorção desses elementos varia muito,e a pesquisa que ora apresentamos, também poderá apresentar variações, sendo este resultado inevitável. Observando o resultado de pesquisa do Quadro 32, as hortaliças, em geral, mostram elevada absorção de K (potássio). Num experimento na Estação Experimental de Kanto Tozan, no Japão, na aveia, o N (nitrogênio) apresenta absorção máxima, sendo que K2 O e CaO são proporcionalmente baixos, mas em hortaliças estes são bastante elevados. Na floricultura, K e Mg apresentam a tendência de elevada propor- ção de absorção. Estes fatos devem ser bastante considerados na adubação de cultura de campo. Quadro 32- Proporção de absorção dos outros elementos considerando o N = 100. Cultura N P20 5 K20 CaO MgO Aveia 100 35 66 21 15 Hortaliças 100 32 134 80 17 Flores 100 30-40 150 50 - 100 30 Fonte:MAEDA,M. Yasai no eiyoushindan to sehi. 1966, p.117.Id. Haiteku hanazukuri. 1990, p.205. 4.4.2. Teor de absorção de elementos na cultura. A relação entre a produção e absorção de nutrientes tomados como exemplo na Estação Expe- rimental de Hokkaido, no Japão, estão no Quadro 33. E, no quadro 34, estão a produção e a absorção dos elementos das principais culturas do Brasil. Quadro 33- Comparação entre a produção e a absorção dos nutrientes das culturas (Resumo das pesquisas em Hokkaido). Cultura Produção por ha Absorção por ha (kg) Quantidade necessária pI produção de Parte da (t) I t em peso seco (kg) colheita Colheita Peso seco N P,O, K,O CaO MgO N P,O, K,O CaO MgO Soja 3,50 2,98 280 49 175 150 46 94 16 59 50 15 Grão Feijão 1,95 1,66 80 22 77 88 40 48 13 46 53 24 Grão Milho 7,25 6,16 165 76 241 53 28 27 12 39 9 5 Grão Arroz 5,17 4,39 127 67 142 21 25 29 15 32 5 6 Arroz integral Trigo 4,40 3,83 152 53 168 28 18 40 14 44 7 5 Grão Batata 45,00 11,30 140 54 284 68 32 12 5 25 6 3 Tubérculo Tomate 82,00 7,80 235 61 411 232 51 30 8 53 30 7 Fruto Cebola 46,50 5,06 90 36 119 51 15 18 7 24 10 3 Bulbo Fonte: NOBUNKYO."Nogyo gijitsu taikei nosan gyoson bunka kyokai gijitsu"- 339. 1987 (Dados faltantes foram coligidos de outros materiais). - 31 -
  • 40. Quadro 34-.Exportação de nutrientes por tonelada de produto colhido, por ha, no Brasil. N p K Ca Mg S Cultura Colheita (t/ha) (kg!t) Soja 60,6 5,2 8,7 1,9 2,2 3,2 2,5 Feijão 36,4 4,0 5,3 3,1 2,6 5,4 0,9 - 1,8 Milho 22,6 4,7 6,5 0,1 1,8 2,1 2-4 Arroz (em casca) I 2,4 2,2 4,4 1,0 1,0 1,4 3,5-7,5(irrigado)1-3(sequeiro) Trigo 25,0 5,0 4,0 1,0 3,0 1,6 2-3,5(irrigado) 1-1,5(sequeiro) Cana-de-açúcar 1,3 0,08 1,1 0,13 0,19 0,12 100 - 80 - 60 Café (grãos sem casca) 16,7 1,0 5,0 2,7 1,5 1,3 1,5 - 2,0 . Batata 2,0 0,12 2,5 0,07 Om 0,07 18 - 20 Algodão 22,3 3,0 8,4 8,4 3,7 7,7 1.55 - 2,8 (em pluma) Citrus 3,1 0,28 2,4 0,85 0,2 0,24 24 -40 Fumo 39,0 6,7 45,0 12,3 30,7 10,0 0,5 - 0,8 Fonte:POTAFOS. "Informações Agronômicas" n.67,set.1994; BOLETIMTÉCNCO 200- IAC. Campinas:1987. Cana-de-açúcar 1° ano 100 t 2° ano 8Ot e 3° ano 60 t Fator de transformação: P x 2,29 = PP5 K x 1,2=Kp Ca x 1,4=CaO Mg x 1,66= MgO 4.4.3. Exemplo de adubação para soja. As quantidades de adubo a serem aplicados variam com a análise de solo e a produtividade esperada, de acordo com o quadro 35. Quadro 35-Adubação mineral de semeadura. Produtividade Análise P resina, ppm K+ meq/100 ml. esperada de solo 0-6 7 -15 16-40 >40 0-0,7 0,08-0,15 0,16-0,30 >30 (t/ha) P205 (kglha) K20 (kglha) 1,5 - 1,9 50 40 30 20 60 40 20 O 2,0-2,4 60 50 40 20 70 50 30 20 2,5 - 2,9 80 60 40 20 80 60 50 20 3,0 - 3,4 90 70 50 30 80 60 50 30 3,5 - 4,0 * 80 50 40 80 60 60 40 *Não é possível obter essa produtividade com aplicação de fósforo localizado em solos com teores muito baixo de P. Fonte: BOLETIMTÉCNICO 100- IAC. Campinas:1996, p.202. - 32-
  • 41. A análise de solo da área a ser cultivada com soja em Mato Grosso, está no Quadro 36. Quadro 36- Análise de solo para cultura de soja em Mato Grosso. N° Profundidade pH MO P ppm meq/IOOml. CTC V (em) CaC2 H20 % melich resina K Ca Mg AI H % I 0- 15 5,9 5,2 2,7 7,5 22,8 0,11 2,4 1,2 ° 3,7 7,4 50,2 N° ppm S Na Fe Mn Cu Zn B I 11,0 - 63 7,0 0,4 1,3 0,33 Optou-se pela produção almejada de 3,0 ~ 3,4 t/ha. O N (nitrogênio), na soja, é fixada do ar, e o cálculo de adubação está no Quadro 37. Quadro 37- Exemplo de cálculo de adubação (total de adubação básica e cobertura). Adubo Quantidade Teor de elementos (kglha) de adubo(kglha) P20 5 K20 Zn Cu Mn B S Superfosfato simples 300,0 54 - - - 36 Cloreto de potássio 100,0 - 60 - - Sulfato de zinco mono (Zn 35%) 4,3 - - 1,5 - Sulfato de cobre (Cu 25%) 2,0 - - - 0,5 Sulfato de manganês (Mn 25%) 2,4 - - - - 0,6 Borax (B 11 %) 2,3 - - - - 0,25 Total de adubo 411,0 54 60 1,5 0,5 0,6 0,25 36 Obs.: 1) Será aplicado 1,0 t de calcário calcítico por ha. 2) Sem adubação nitrogenada. 3) Tratamento de semente para 1,0 ha: 50 g de molibdato de sódio (Mo 19,5%) e 20 g de sulfato de cobalto. 4.4.4. Exemplo de adubação para tomate. 1 - Cultura: Tomate - variedade Santa Cruz Ângela-5.1 00. 2 - Produtor: Shoichi Mitome 3 - Propriedade: Fazenda Maravilha - município de Casa Branca - SP 4 - Laboratório: Ultrafértil 5 - Data da análise: 20/02/199l. 6 - Resultado da análise: pH M.O P resina meq/IOOg CaCI2 % ppm K I Ca 1 Mg I AI I H+AI V% 5,5 1,2 29 0,18 I 1,6 1 0,6 I - I 2,2 52 ppm S I Fe I Mn 1 Zn I Cu B 5,50 I 28,80 I 16 I 2,80 I 1,75 0,80 - 33 -
  • 42. 7. Cálculo da calagem. Correção de O- 30 cm. de profundidade, utilizando o fator 1,5. Dados encontrados na página 85, da revista japonesa Nogyo oyobi engei, indicam que em solo com C.T.C=5 meql100g, a saturação de bases para hortaliças, para obtenção de colheita máxima, deve ser 130, e considerando que o PRNT do calcário a ser aplicado é de 80%: 46 ( 130 - 52) Nc= ------------ x 1,5 = x 1,5 = 6,73 -7.000 kg. PRNT 80 Do total de 7.000 kg de calcário, serão aplicados 3.000 kg de calcário dolomítico, e o restante 4.000 kg serão utilizados a cal hidratada para fornecimento de Ca, mas, como o seu PRNT é o dobro, poderá ser aplicado a metade da quantidade, ou seja, 2.000 kg. Assim, neste solo de plantio de tomate, os materiais de calagem a serem aplicados na profundida- de de 30 cm. são os seguintes: Calcário dolomítico: 3.000 kg Cal hidratada calcítica: 2.000 kg Método de aplicação: antes de arar, aplica-se o calcário dolomítico. Arar e gradear para em segui- da aplicar a cal hidratada, e arar e gradear novamente. 8. Meta de produção: População: 12.500 pés/ha (espaçamento de 1,00 x 0,80m.) Produção almejada: 80 t/ha, ou 290 cx/l.000 pés (cx de 22,0 kg) 9. Conforme o Quadro 25: Absorção de 80 t de tomate: N 240 80 10. Cálculo dos elementos (conforme Quadro 26). N = 240 x 1,5 = 360 pps = ~ x 4 = 320 ~O = 400 x 1,2 = 480 11. Cálculo dos micronutrientes (ver Quadro 29) Fe Mn Zn Análise (ppm) 28,8 16 2,8 Teor adequado (ppm 50 10 10 Diferença (ppm) -21,2 6 -7,2 - 34- kglha KzO CaO 400 320 Cu 1,75 3 -1,25 MgO 60 B 0,8 3 -2,2