O documento discute a avaliação e intervenção psicopedagógica, abordando tópicos como entrevistas, testes, diagnóstico, hipóteses e estratégias de tratamento. É descrito o processo de avaliação, incluindo a anamnese, provas projetivas e lúdicas para identificar dificuldades de aprendizagem. Também são apresentadas estratégias interventivas como a caixa de areia, caixa de trabalho e jogos para auxiliar no tratamento.
2. Ementa:
Avaliação e diagnóstico psicopedagógico do
problema de aprendizagem na clínica e na
instituição. Os diferentes tipos de entrevistas, as
provas psicossomáticas e projetivas no processo de
avaliação e de diagnóstico clínico. O espaço lúdico no
diagnóstico de dificuldade de aprendizagem. A
hipótese e devolução diagnóstica. Tratamento,
contrato, o enquadramento, os objetivos e as
técnicas utilizadas na clínica. A avaliação e
compreensão do sujeito que aprende na sua relação
com a instituição. Diagnóstico e intervenção
psicopedagógico institucional. Limites e
possibilidades de atuação na escola e em outras
instituições. Acompanhamento psicopedagógico
3. AVALIAÇÃO
PSICOPEDAGÓGICA
PRIMEIRA ENTREVISTA:
Acolher os pais e o cliente
Colher os motivos da procura pelo atendimento
Observar a semiologia
Contrato / enquadramento
• Tempo – 50 minutos
• Lugar
• Frequência
• Interrupções
• Honorários
4. EFES – ENTREVISTA FAMILIAR EXPLORATÓRIA
SITUACIONAL
ENTREVISTA FAMILIAR EXPLORATÓRIA
SITUACIONAL essa sessão deverá ser realizada com
os responsáveis (pai, mãe, etc.), devendo ser
observado durante a entrevista a preocupação
dele(s) com a queixa inicial da criança.
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O QUE É ANAMNESE?
“trazer de novo” e “mnesis” quer dizer “memória”
histórico de vida do cliente/paciente
invasiva, pois “revira” a pessoa do avesso e mexe
muito com as emoções e sentimentos deve ser
realizada com muito zelo e perícia... possibilita
dimensionar passado, presente e futuro do cliente.
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5. A função fundamental
do diagnóstico
Identificar as causas da dificuldade de
aprendizagem em cada caso clínico.
E...
Indicar os encaminhamentos
interventivos mais pertinentes para a
resolução da dificuldade de
aprendizagem.
7. Consideração inicial
quanto aos termos
Diagnóstico psicopedagógico: forte
conotação médico-psicológica centrada na
classificação de doenças e no seu
tratamento visando à cura.
Devido a essa conotação, muito autores têm
preferido adotar a expressão - AVALIAÇÃO
PSICOPEDAGÓGICA.
Deslocamento do enfoque médico para o
enfoque educacional/ Psicossocial.
10. Queixa
APRENDIZAGEM
Não aprender.
Aprender com dificuldade.
Aprender com lentidão.
Não revelar o que aprendeu.
Fugir de situações de
aprendizagem.
Entre outras.
COMPORTAMENTO
Agitação.
Agressividade.
Impulsividade.
Desinteresse.
Apatia.
Timidez.
Fobia social.
Entre outros.
11. EOCA – Entrevista
Operativa Centrada
na Aprendizagem
• Primeiro momento com a criança
• Organização do lugar
Mesa e cadeiras
Materiais – lápis, borracha,
régua, transferidor, compasso,
folhas brancas e coloridas, giz de
cera, cola, revistas, massinha de
modelar livros de estórias – é
importante estruturar os
matérias de acordo com a idade
do sujeito.
12. EOCA – Entrevista
Operativa Centrada na
Aprendizagem
DISPARADOR:
Gostaria que você me
mostrasse o que sabe fazer, o
que lhe ensinaram, o que
aprendeu?
13. EOCA – Entrevista Operativa
Centrada na Aprendizagem
ELEMENTOS OBSERVADOS:
Temática - mostra como o cliente se comunica com o
terapeuta e com ele mesmo
Dinâmica – Conjunto de movimentos corporais realizados
pela pessoa durante a entrevista. Ex: Preensão, modo de
sentar, piscar de olho, movimentos estereotipados.
Produto – o que ele fez com os matérias –
Algumas reações:
Pôr-se a falar
Pôr-se a desenhar, escrever, fazer contas
Ficou paralisado
14. EOCA – Entrevista
Operativa Centrada
na Aprendizagem
POSTURA DA PSICOPEDAGOGA:
Não deve direcionar a produção do
produto final
Observar como o cliente reage diante da
situação que desorganiza e como ele se
(re)organiza
O que ele aceita ou recusa no vínculo que
estabelece com o psicopedagogo e com
os materiais oferecidos e com as
intervenções realizadas
17. Provas do
Diagnóstico
Operatório
DIMENSÃO COGNITIVA
Cognição - basta pensar em conhecimento
Condição que uma pessoa demostra para aprender,
para conhecer
CLASSIFICAÇÃO
Mudança de critério (dicotomia)
Intersecção de classes; quantificação da inclusão de
classes; combinação de fichas, classificação universal.
SERIAÇÃO
Seriação de palitos
CONSERVAÇÃO
Conservação de pequenos conjuntos discretos de
elementos, quantidade de líquido, quantidade de
matéria, quantidade de volume, comprimento, espaço
18. Provas Piagetianas
Conservação do
número (bolinhas
vermelhas)
Conservação de
massa (massa de
modelar)
Conservação de
líquidos (copos)
Conservação de
área
Seriação de
palitos
Inclusão de
classes
19. TRÊS NÍVEIS:
Nível 1: Não há conservação, o sujeito não atinge o nível
operatório nesse domínio.
Nível 2 ou intermediário: As respostas apresentam oscilações,
instabilidade ou não são completas. Em um momento
conservam, em outro não.
Nível 3: As respostas demonstram aquisição da noção sem
vacilação.
19
20. Provas do
Diagnóstico
Operatório
DIMENSÃO AFETIVA
Refere-se ao funcionamento de uma pessoa para
aprender
Nível biológico/orgânico – dificuldades
neurológicas, metabólicas, fisiológicas)
Nível estrutural – funcionamento da estrutura
cognitiva
Assimilação /acomodação/ assimilação
deformante
Abstração empírica – contato concreto com o
objeto captando seus detalhes
Abstração reflexiva – contato abstrato com o
objeto
22. Teste das 4 palavras (Ferreiro)
Pré-
silábico
Silábico
Silábico-
alfabético
Alfabético
23. Primeiro período: Distinção entre modos de
representação icônico e não icônico
• Pré-silábico Icônico: Indiferenciação entre desenho e escrita:
Representação icônica
O grafismo reproduz
a forma do objeto.
24. Formas de diferenciação das escritas – Nível
pré-silábico
• Escrever não é a mesma coisa que desenhar – Grafismo não icônico.
Marcas distintas
representam
desenho e escrita.
26. Uso de letras e números
A criança percebe a existência de
signos gráficos distintos: letras e
números. Em algum momento pode
utilizar ambos na escrita.
27. Fonetização da escrita – da escrita silábica à
escrita alfabética
ESCRITAS SILÁBICAS
“Este nível está caracterizado
pela tentativa de dar um valor
sonoro a cada uma das letras que
compõem uma escrita. (...) cada
letra vale por uma sílaba.”
(FERREIRO E TEBEROSKY, 1999, p.
209).
28. Silábico sem valor sonoro (quantitativo)
Pode ocorrer,
excepcionalmente,
grafias distintas das
formas das letras.
Mas cada grafia
representa uma
unidade sonora sem
correspondência
som/letra.
“Sobre o eixo quantitativo, isto se exprime na descoberta de que a quantidade de letras
com que se vai escrever uma palavra pode ter correspondência com a quantidade de
partes que se reconhece na emissão oral.” (FERREIRO, 2010, p. 27)
29. LAPISEIRA
CADERNO
LÁPIS
GIZ
(...) a hipótese silábica cria suas
próprias condições de contradição:
contradição entre o controle silábico
e a quantidade mínima de letras que
uma escrita deve possuir para ser
interpretável (...). (Ferreiro, 2010, p.
27).
Cada sílaba é representada por uma letra sem correspondência som –
grafia.
30. Silábico com valor sonoro (qualitativo)
“No mesmo período – embora não necessariamente ao mesmo tempo – as letras podem
começar a adquirir valores sonoros (silábicos) relativamente estáveis, o que leva a se
estabelecer correspondência com o eixo qualitativo: as partes sonoras semelhantes entre
as palavras começam a se exprimir por letras semelhantes.” (FERREIRO, 2010, p. 29)
É muito comum nessa
fase a utilização das
vogais como a
unidade que
representa a sílaba.
31. Presença da análise
fonêmica sem, no entanto,
estar de acordo com
padrões ortográficos.
Representação arbitrária
dos sons da fala -
Silábico alfabético
32. Socialização
Grupo 1: relação
criança e família.
Grupo 2: relação
criança e
instituição escolar.
Grupo 3: relação
criança e
professor.
Grupo 4: relação
criança e colegas
de sala.
Grupo 5: relação
criança e material
didático.
Grupo 6: relação
criança e contexto
histórico.
34. Queixas: a elaboração das primeiras hipóteses
A partir da formulação da queixa, o psicopedagogo deve elaborar as primeiras
hipóteses investigativas.
Vejamos quais hipóteses poderiam ser elaboradas a partir das queixas seguintes:
socialização da atividade.
Parece que ele não guarda nada.
Não tiro nota boa porque relaxo. Não presto atenção. Só consigo quando alguém ajuda.
Ele não faz nada na sala, não fixa em nada, não presta atenção na aula.
Não sou inteligente a ponto de olhar o professor explicando e entender na hora.
35. Queixas: a elaboração das primeiras hipóteses
Lê bem, mas não consegue escrever. É ótimo na matemática, mas sempre foi mal em
português.
Erro na escrita porque faço muito rápido, não sei fazer devagar. Não gosto de ler livro. O
que eu gosto mais é da aula de música. Não gosto de dividir, não sei conta de dividir.
Vai sempre mal na escola, mas eu também era assim e hoje estou muito bem. Estou aqui
porque a escola mandou.
Estudo, na hora da prova dá nervoso e eu esqueço. Estou me esforçando. Nas matérias não
vou nada bem. Não sei conseguir resultado melhor. Não gostei da professora, gritava muito.
Ele é cabeça-dura que nem eu! Lá em casa, ninguém sabe nada. Acho que não adianta...
36. Queixas: a elaboração das primeiras hipóteses
Não estudo, não tenho paciência para estudar. Só agora, na 5ª série, é que as matérias
são mais difíceis. Na prova final, vou estudar feito um condenado!
Acho que está tudo bem! Não sei por que a professora disse para eu trazer ele aqui.
Eu não queria aprender a ler e a escrever.
Tenho medo de tirar nota baixa, repetir ano e perder os amigos.
Tive dificuldade no colégio A, não era bom o ensino; aí, minha mãe me tirou e pôs em
outra escola; aí, o segundo colégio não era bom e minha mãe botou em outro; aí, ela
não gostou e eu voltei para o primeiro.
37. Sequência Diagnóstica (WEISS, 1994)
1º - Entrevista
Familiar Exploratória
Situacional (E.F.E.S.)
2º - Anamnese
3º - Sessões lúdicas
centradas na
aprendizagem (para
crianças)
4º - Complementação
com provas e testes
(quando for
necessário)
5º - Síntese
Diagnóstica –
Prognóstico
6º - Devolução -
Encaminhamento
38. Síntese - Diagnóstico e Prognóstico
Registro
Objetivos do
atendimento –
curto prazo e longo
prazo
Equipe
multidisciplinar
39. Algumas estratégias
A Caixa Lúdica é proposta como
instrumento de atendimento,
bem como o estímulo a jogos de
papéis sociais pelas atividades
desenvolvidas e cuidados com
seus pertences individuais.