1. TCC:
Seções
Discussão e Conclusões
Profa. Rilva Lopes de Sousa-Muñoz
rilva@ccm.ufpb.br
2. DISCUSSÃO
•“A Discussão dá vida ao
trabalho” (Mário Rigatto)
•Seção mais difícil de escrever
•Articula os elementos que
compõem o trabalho científico,
contrastando-os, somando-os,
criando confrontação e
corroboração.
3. DISCUSSÃO
• A Discussão é do autor: É a
unica parte do trabalho que
“pertence” realmente ao
autor
•O autor cita ou não cita, ilustra
ou não ilustra, concorda ou
discorda, debate dúvidas e
certezas…
4. DISCUSSÃO
• A Discussão não é apenas a
discussão dos resultados, mas
do trabalho como um todo
•Discussão da Hipótese, dos
Métodos, dos Resultados
•Transcende o trabalho, discute
as extrapolações.
5. DISCUSSÃO
• Discussão dos Resultados
•É a parte nobre da Discussão
•O pesquisador interpreta os
dados colhidos na pesquisa
•O autor deve desempenhar,
ao redigir a Discussão, tanto o
papel de defensor, de
acusador e de árbritro
6. DISCUSSÃO
• A Discussão de um trabalho
científico deve conter todo o
debate, toda a argumentação,
que se estabelece na defesa e
arguição de uma tese
•O autor deve procurar ser o
mais severo dos críticos
7. DISCUSSÃO
• A capacidade de
interpretar criticamente
os resultados é a melhor
demonstração de que o
autor conhece o assunto
e os métodos que
empregou
8. DISCUSSÃO
•Os dados devem ser
interpretados e não
recapitulados
•A Discussão sempre remete
ao problema, aos objetivos
e à hipótese que foram
apresentados na
Introdução
9. DISCUSSÃO
• Havendo estudos similares na
literatura, cabe na Discussão, uma
comparação com os resultados neles
alcançados
• Esta comparação exige todo o rigor
científico
• Verificar se os estudos são mesmo
comparáveis
• Expor contradições e buscar explicações
10. DISCUSSÃO
• Até que ponto os resultados da
pesquisa estão de acordo com
resultados de outros trabalhos
publicados?
• Os resultados respondem à pergunta
de pesquisa formulada?
• Quais as inferências que podem ser
levantadas a partir dos resultados?
11. DISCUSSÃO
•Qual é a importância dos
resultados encontrados?
•Pode-se lançar uma nova
hipótese a partir dos resultados?
•Quais são os fatos que indicam
que os resultados da pesquisa
corroboram determinada teoria?
•Há resultados inesperados?
12. DISCUSSÃO
• Se há significação estatística, há
também significação clínica?
• É possível fazer generalizações?
• Quais as limitações do estudo?
• Os resultados não confirmam a
hipótese?
• Permitir ao crítico julgar a validade
das interpretações extraídas dos
dados e o valor do estudo
13. DISCUSSÃO
•Cogitar motivos das diferenças
encontradas em relação a
outros estudos
•Na comparação do trabalho
com outros da literatura,
ressaltam-se os pontos de
semelhança/diferença
metodológica
14. DISCUSSÃO
•Apontar pontos positivos do
trabalho em relação aos outros
estudos semelhantes revisados
•Diferenças metodológicas que
poderiam melhorar a qualidade
dos dados: abertura para
outrostrabalhos
15. DISCUSSÃO
•Interpretação dos resultados
não significativos
•Interpretação de resultados
significativos não formulados
em hipótese
•Interpretação de resultados
mistos
16. DISCUSSÃO
• Fazer considerações sobre a
aplicação prática dos
resultados
•Deixar entrever outras
pesquisas necessárias a partir
de interrogações não
repondidas e aspectos novos
antes não vislumbrados
17. DISCUSSÃO
• Discussão da hipótese
Nem sempre necessária
Discutir se a hipótese de
pesquisa foi corroborada
Se não, discutir as diferenças
entre a hipótese enunciada na
Introdução e os resultados
colhidos
18. DISCUSSÃO
• Discussão dos Métodos
Pode ser feita na seção de
Métodos ou na de Discussão
Discutir as razões para a
escolha deste ou daquele
método
As virtudes e os problemas do
protocolo adotado
19. DISCUSSÃO
• Uma Discussão bem feita
dá sentido e interpretação
aos dados apresentados
na seção de Resultados
20. CONCLUSÕES
•Decorrem da Discussão: Uma
discussão bem fundamentada
facilita as Conclusões
•Concluir com base no que se
discutiu: as conclusões devem
estar contidas na Discussão
•Parcimônia!...
21. CONCLUSÕES
•Devem ser consistentes com
os objetivos propostos
•Não podem ir além do que os
resultados encontrados
permitem
•Devem ser breves e claras
22. CONCLUSÕES
•Podem ser descritas sob a
forma de um “texto corrido”
ou apresentados em uma
sequência de tópicos,
numerados ou não
•Tópicos: Mais adequados
para monografias
23. CONCLUSÕES
•Deve ser uma resposta clara
ao problema de pesquisa
formulado na seção de
Introdução
•Contribuições do estudo
•Implicações para a prática
•Sugestões para pesquisas
futuras
24. ABDOUNI, A. A. et al. Seguimento a longo prazo de pacientes submetidos à revascularização do
miocárdio com uso exclusivo de enxertos arteriais. Rev Bras Cir Cardiovasc 23 (4): 494-500, 2008.
25. CONCLUSÕES
Crítica
• Na Discussão, apresenta-se uma extensa revisão
da literatura, como se fosse uma nova Introdução
do artigo, só que, naquela, não houve nenhuma
parcimônia e tomou-se a maior parte da seção
(10 dos 12 parágrafos).
• Não se realizou um confronto com os dados
primários do próprio trabalho apresentados na
seção de Resultados. Ou seja, não se
comentaram os dados da pesquisa e estes não
foram comparados com os resultados dos
demais estudos semelhantes já publicados.
Portanto, os resultados da pesquisa não são
realmente interpretados.
26. CONCLUSÕES
- Há uma informação na
Discussão que não tem a
correspondente apresentação na
seção de Resultados: "A perda de
seguimento foi de 13,8%".
- O que se comenta na seção de
Discussão deve ter sido
anteriormente descrito na seção
de Resultados.
27. CONCLUSÕES
-Houve falta de dados referentes ao controle de variáveis
intervenientes durante o seguimento, tais como
colesterolemia e glicemia, controle do tabagismo e
consumo de álcool, comprometeria a validade do
estudo, uma vez que está estabelecido que o
desenvolvimento de aterosclerose em enxertos arteriais e
venosos é mais frequente e rápido em pacientes com
hiperlicolesterolemia e hipertrigliceridemia. (não foi
possível realizar controle destas variáveis, pois o estudo foi
retrospectivo)
- Então, existiram várias fontes de vieses nessa pesquisa.
Os problemas dos estudos não-concorrentes são, além
de viés de informação, a inabilidade para controlar
variáveis de confusão (falta de informação).
-Estas limitações deveriam ter sido apontadas.
28. OLIVEIRA, P. B.; FRANCO, L. J. Consumo de adoçantes e produtos
dietéticos por indivíduos com diabetes melito tipo 2, atendidos pelo
Sistema Único de Saúde em Ribeirão Preto, SP. Arq Bras Endocrinol
Metab 54 (5): 455-462, 2010.
29. Crítica
Os autores consideraram que os
resultados encontrados no estudo
poderiam ser extrapolados para toda a
população da cidade
Falta de parcimônia e falso raciocínio
(falácia lógica)
A validade externa do estudo é
limitada
Os resultados do estudo não poderiam
ser generalizados para toda a
população da cidade: a amostragem da
pesquisa foi feita por conveniência; nem
todos os indivíduos desta têm chance igual e
diferente de zero de participar da amostra.
A seleção dos pacientes foi feita
apenas em dois serviços públicos de
determinada área da cidade,
excluindo-se muitos pacientes que
provavelmente são diferentes quanto ao
seu perfil socioeconômico e
educacional, em relação aqueles que
foram realmente incluídos na pesquisa
30. A Propósito da Discussão...
Repetem-se dados numéricos
Dos 120 entrevistados, 62,5% desnecessariamente na
disseram não saber a diferença Discussão
entre diet e light e, entre os
37,5% que disseram saber,
observa-se que A Discussão é intepretativa,
aproximadamente um terço não sendo necessário repetir
conceituou os produtos de vários números já apresentados
maneira inapropriada,
mostrando a necessidade de na seção de Resultados.
melhor informação sobre o uso
desses produtos. Pode-se, contudo, repetir um
ou outro percentual, a fim de se
compararem com os resultados
de outros estudos, porém isso
não deve ser feito com vários
dados numéricos
31. OBJETIVO: Analisar o consumo de adoçantes e
produtos dietéticos por indivíduos com diabetes
melito tipo 2, atendidos pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) em Ribeirão Preto, SP.
Suposta Conclusão
A inclusão de informações sobre o uso adequado de
adoçantes e produtos dietéticos é uma necessidade nas
atividades assistenciais aos pacientes com DM, nos diversos
níveis do SUS, levando em consideração as características
educacionais da população assistida. O uso consciente e
adequado desses produtos pode facilitar a adesão ao
tratamento e consequentemente melhorar a qualidade de
vida desses pacientes.
32. A Propósito da Conclusão...
A conclusão é um fechamento do trabalho,
respondendo aos objetivos do estudo,
apresentados na Introdução
No artigo referido, não há conclusão.
É baixa ou alta a prevalência de uso de
adoçantes pela população estudada?
É alto ou baixo o nível de conhecimentos
sobre estes produtos pela população?
Só depois de apresentadas estas
conclusões, é que viriam as recomendações
e implicações para a prática e para o
conhecimento sobre o assunto
33. “Na Ciência, o crédito vai
para o homem que
convence o mundo e não
para o homem ao qual a
idéia ocorre primeiro”
(William Osler)