O documento descreve a história inicial de povoamento de Santa Catarina desde os primeiros registros no século XVI até a fundação de cidades no século XVII. Detalha também o papel da província na Revolução Farroupilha no século XIX.
2. Dentre os primeiros registros da região onde se localiza o estado
de Santa Catarina, destaca-se a referencia da expedição de Juan
Dias de Solis, que em 1515 passou por ali em direção ao Rio da
Prata. Juan deu o nome de baía dos "perdidos" as águas entre a Ilha
(onde hoje fica Florianópolis) e o continente. Em 1526, Sebastião
Caboto publicou os mapas referentes à sua expedição, no qual
nomeou a Ilha de “Porto dos Patos". Somente em 1529, no mapa-
múndi de Diego Ribeiro, a Ilha aparece com o nome de Santa
Catarina, sendo que existem várias versões a respeito da origem
desse nome.
3. Apesar de a região servir de ponto estratégico para o apoio as
expedições com destino, principalmente, para o Rio da Prata, os
primeiros habitantes de Santa Catarina foram náufragos e
desertores. Após alguns anos, chegam a Santa Catarina 4500
colonos açorianos, que se estabeleceram principalmente
no litoral do continente. A partir de 1829 são instaladas várias
colônias européias no estado, para os imigrantes de origem alemã,
italiana e eslava.
4. Santa Catarina teve um papel importante na Revolução Farroupilha.
Os catarinenses eram receptivos as idéias republicanas. Com o
objetivo de utilizar sua saída para o mar, em 22 de julho de 1839, os
Farrapos tomaram a cidade de Laguna dos imperialistas.
5. Com a expansão das expedições bandeirantes, sobretudo as de
bandeiras vicentinas (originarias da Capitania de São Vicente), a
região passou a ser percorrida. A Ilha foi ocupada em 1637, quando
Francisco Dias Velho lá se estabeleceu com sua família e seus
escravos, dando inicio a futura povoação Nossa Senhora do
Desterro (atualmente Florianópolis). Em 1642 foi construída a
primeira capela do estado, em um local denominado São Francisco,
que passaria a vila em 1660 (aproximadamente). A fundação de
Laguna, em 1684, ocorreu após a pacificação dos índios habitantes
da região. Em 1739 Santa Catarina passa a ser, oficialmente, o
posto português mais avançado na América do Sul.
6. A cidade passou a chamar-se "Cidade Juliana de Laguna", local
onde se estabeleceu o Governo Provisório da "República
Catarinense", já articulando democraticamente, a eleição provisória
para Presidente da Republica Catarinense. A ocupação durou até o
fim do mesmo ano, quando ocorreu a derrota naval dos Farrapos.
7.
8. Entre os séculos XVI e XVII, os
engenhos de cana-de-açúcar se
constituíram como principal atividade
econômica no período colonial,
contudo muitos escravos trabalhavam
(principalmente no Rio de Janeiro,
Pernambuco e em outras cidades
litorâneas) como estivadores,
barqueiros, vendedores, aprendizes,
mestres em artesanato e serviços
domésticos.
• Os africanos que vieram
escravizados para o
Brasil, entre os séculos
XVI e XIX, não
trabalhavam somente
nos engenhos de cana-
de-açúcar.
9. A partir dos séculos XVIII e
XIX, com a ascensão da
mineração em Minas Gerais
e Goiás, milhares de
escravos foram trabalhar
nas minas e demais
atividades (como a
agropecuária) que
movimentavam a economia
nas regiões auríferas.
Outras formas de trabalho
escravo foram: a criação de
gado no nordeste brasileiro;
os trabalhos
desempenhados no
tropeirismo (conhecidos
como tropeiros, exerciam
atividades comerciais de
uma região à outra); e o
trabalho de zelar e tratar dos
animais carregadores de
mercadorias.
• Nas cidades, as formas de trabalho
escravo variavam bastante.
Existiam os escravos prestadores
de serviço, isto é, os escravos de
ganho, carpinteiros, barbeiros,
sapateiros, alfaiates, ferreiros,
marceneiros, entre outros. As
mulheres também exerciam o
trabalho escravo: geralmente elas
trabalhavam como amas de leite,
doceiras e vendedoras ambulantes
(ou seja, as chamadas “negras de
tabuleiro”). Portanto, no Brasil
existiu uma grande diversidade nas
formas do trabalho escravo.
10.
11. As casas construídas
nesses espaços eram
bastante frágeis e, no
máximo, cumpriam bem o
papel de proteger a
população dos fenômenos
climáticos violentos ou dar
uma posição privilegiada
caso algum ataque (seja de
invasores estrangeiros ou
de população nativa)
acontecesse. Contudo, as
ameaças externas
poderiam ser consideradas
menores quando tais vilas
eram espaço propício para
o desenvolvimento de
epidemias terríveis como a
febre amarela, varíola,
tuberculose e sarampo.
• Tendo uma economia
fundada na agro
exportação, o Brasil dessa
época contava com
poucas cidades. Além de
escassas, tais cidades não
tinham uma integração
eficiente, o que impedia
com que um grande
número de pessoas e
mercadorias circulasse de
forma eficaz.
12. A disseminação dessas doenças, não
raro, era potencializada por condições
de higiene bastante precárias. Os
excrementos eram lançados das
janelas das casas e, para que a urina
e as fezes não atingissem algum
morador despercebido, um grito de
“água vai!” antecedia o ato de
“descarga”. Em locais maiores, tais
excrementos eram recolhidos por
escravos responsáveis por
encaminhá-los até algum rio ou praia
em que tudo fosse finalmente
eliminado.
13. Em diversos momentos, cientes de tantas
dificuldades, o governo colonial buscava
adotar medidas que superassem tantas
mazelas. Uma das maiores dificuldades da
época envolvia o abastecimento da cidade,
tendo em vista que a economia voltada para a
exportação e a proibição da constituição de
manufaturas fazia com que a falta de
alimentos, vestuários e ferramentas fosse uma
rotina muito comum.