SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 93
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza
                       GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
                               ETEc. “Júlio de Mesquita”
                         Curso Técnico em Nutrição e Dietética



              Administração de Serviços de Alimentação - ASA




Apostila elaborada por:
Profa. Nivia Cristiane de Macedo
Profa. Viviane Corrêa do Nascimento




                                      Santo André
                                         2009
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                            _______2º módulo




Aluno:_________________________________________________________________________
Aula ministrada por: ______________________________________________________________

                                       Bases tecnológicas


1. Evolução dos sistemas de administração: do Taylorismo aos sistemas administrativos
    para Qualidade Total
2. Características especificas de cada tipo de serviço de alimentação: autogestão,
    terceirização, refeição transportada, indústria, restaurante comercial, hotel, hospital,
    lactário, casa de repouso, alimentação escolar, cesta básica, e catering.
3. Organização de serviços de alimentação e nutrição em empresas e instituições:
    Programa de Alimentação do Trabalhador.
4. Características dos cardápios para cada tipo de serviço e clientela específica.
5. Gestão de recursos humanos em serviços de alimentação e nutrição:
            Administração de pessoal / dimensionamento
            Indicadores de pessoal fixo, indicadores de períodos de descanso (folga e férias)
            Escala de serviços
            Rotina e roteiros
            Funções da equipe de trabalho
            Treinamento
6. Gestão em lactários e banco de leite humano:
            Caracterização
            Legislação específica
            Área e pessoal
            Procedimentos e critérios recomendados
7. Gestão em creches e escolas:
            Caracterização
            Legislação específica
            Área e pessoal
            Programa Nacional de Alimentação Escolar
            Atuação do técnico em Nutrição na Alimentação Escolar
8. O setor de suprimentos dentro dos diversos serviços de alimentação e nutrição:
    importância estratégica e operacional
9. Logística dos serviços de suprimentos
10. Compras: conceito, seleção de fornecedores e planejamento.
            Técnicas de negociação para a aquisição de gêneros
11. Gestão de materiais: conceito, classificação, tipos e técnicas de estocagem e
    dimensionamento
12. Gestão financeira de suprimentos: previsão, controle e planejamento orçamentário.
13. Softwares para controle de estoque em UAN
14. Sistemas de Qualidade Total para Serviço de Alimentação:
            Pirâmide da qualidade: 5S, Família ISO
            Outros sistemas específicos para área hospitalar: Hospital Amigo e Acreditação)
15. Empreendedorismo: conceitos, vantagens, como desenvolver o projeto de uma
    empresa, perfil do empreendedor de sucesso, dificuldades de implantar uma empresa,
    criando e traçando metas.
16. Marketing pessoal: definição, ferramentas para o marketing pessoal, o primeiro contato,
    como “encantar” o cliente, como se apresentar, marketing e o mercado de trabalho.


                                                                                      2
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                 _______2º módulo




   Resolução do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) 312/03

Altera a Resolução CFN n° 227, de 1999, que trata do registro e fiscalização profissional de
Técnicos e dá outras providências.
O Conselho Federal de Nutricionistas, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei n°
6.583, de 20 de outubro de 1978, pelo Decreto n° 84.444, de 30 de janeiro de 1980, no Estatuto e
no Regimento Interno, e tendo em vista o que foi deliberado na 148ª Reunião Plenária, Ordinária,
realizada no período de 24 a 25 de julho de 2003;

R E S O L V E:
Art. 1°. Os dispositivos a seguir indicados, da Resolução CFN n° 227, de 24 de outubro de 1999,
passam a vigorar com a seguinte redação:
"ART. 1º - O exercício da profissão de Técnico em Nutrição e Dietética, profissional da área de
Saúde, será permitido exclusivamente aos inscritos nos Conselhos Regionais de Nutricionistas,
cabendo a estes órgãos exercerem a orientação, disciplina e fiscalização do exercício profissional.
ART. 2º - São Técnicos em Nutrição e Dietética os egressos dos cursos técnicos que atendam às
disposições da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e que estejam adequados aos
Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Profissional de Nível Técnico, Área Profissional
(...)

ART. 4º. Os Técnicos em Nutrição e Dietética, respeitados os limites compreendidos pelas
disciplinas da respectiva formação escolar, poderão, nas áreas de atuação compreendidas nos
incisos deste artigo, exercer as atribuições que lhes seguem:
I) Atividades em Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) que prestem atendimento a
populações sadias, tais como restaurantes industriais e comerciais, hotéis, cozinhas
experimentais, creches, escolas e supermercados:
a) acompanhar e orientar as atividades de controle de qualidade em todo processo, desde
recebimento até distribuição, de acordo com o estabelecido no manual de boas práticas elaborado
pelo nutricionista responsável técnico, atendendo às normas de segurança alimentar;
b) acompanhar e orientar os procedimentos culinários de pré-preparo e preparo de refeições e
alimentos, obedecendo às normas sanitárias vigentes;
c) conhecer e avaliar as características sensoriais dos alimentos preparados de acordo com o
padrão de identidade e qualidade estabelecido;
d) acompanhar e coordenar a execução das atividades de porcionamento, transporte e
distribuição de refeições, observando o per capita e a aceitação do cardápio pelos comensais;
e) supervisionar as atividades de higienização de alimentos, ambientes, equipamentos e utensílios
visando à segurança alimentar e difundindo as técnicas sanitárias vigentes;
f) orientar funcionários para o uso correto de uniformes e de Equipamento de Proteção Individual
(EPI) correspondentes à atividade, quando necessário;
g) participar de programas de educação alimentar para a clientela atendida, conforme
planejamento previamente estabelecido pelo nutricionista;
h) realizar pesagem, mensuração e outras técnicas definidas pelo nutricionista, para concretização
da avaliação nutricional e de consumo alimentar;
i) colaborar com as autoridades de fiscalização profissional e/ou sanitária;
j) participar de pesquisas e estudos relacionados à sua área de atuação;
k) coletar dados estatísticos relacionados aos atendimentos e trabalhos desenvolvidos na Unidade
de Alimentação e Nutrição (UAN);
l) colaborar no treinamento de pessoal operacional;
m) observar a aplicação das normas de segurança ocupacional;
n) auxiliar no controle periódico dos trabalhos executados;
o) zelar pelo funcionamento otimizado dos equipamentos de acordo com as instruções contidas
nos seus manuais;

                                                                                           3
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                 _______2º módulo




p) controlar programas de manutenção periódica de funcionamento e conservação dos
equipamentos;
q) participar do controle de saúde dos colaboradores da Unidade de Alimentação e Nutrição
(UAN), identificando doenças relacionadas ao ambiente de trabalho e aplicando ações
preventivas;
r) desenvolver juntamente com o nutricionista campanhas educativas para o cliente;
s) elaborar relatórios das atividades desenvolvidas.

II) Atividades em Unidade de Nutrição e Dietética (UND) de empresas e instituições que prestem
assistência à saúde de populações portadoras de patologias, tais como hospitais, clínicas, asilos e
similares:
a) coletar dados estatísticos ou informações por meio da aplicação de entrevistas, questionários e
preenchimento de formulários conforme protocolo definido pelo nutricionista responsável técnico;
b) realizar nos pacientes a pesagem e aplicar outras técnicas de mensuração de dados corporais
definidas pela concretização da avaliação nutricional;
c) supervisionar as atividades de higienização de alimentos, ambientes, equipamentos e utensílios
visando à segurança alimentar e difundindo as técnicas sanitárias vigentes;
d) participar de programas de educação alimentar para a clientela atendida, conforme
planejamento estabelecido pelo nutricionista;
e) colaborar com as autoridades de fiscalização profissional e/ou sanitária;
f) participar de pesquisas e estudos relacionados à sua área de atuação;
g) acompanhar e orientar as atividades da Unidade de Nutrição e Dietética (UND), de acordo com
as sua atribuições;
h) auxiliar o nutricionista no controle periódico dos trabalhos executados na Unidade de Nutrição e
Dietética (UND);
i) observar, aplicar e orientar os métodos de esterilização e desinfecção de alimentos, utensílios,
ambientes e equipamentos, previamente estabelecidos pelo nutricionista;
j) relacionar os vários tipos de dietas de rotina com a prescrição dietética indicada pelo
nutricionista;
k) observar as características organolépticas dos alimentos preparados, bem como as
transformações sofridas nos processos de cocção e de conservação, identificando e corrigindo
eventuais não conformidades;




                                                                                           4
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                  _______2º módulo




Evolução dos sistemas de administração: do Taylorismo aos sistemas administrativos para
Qualidade Total

     1.1. Movimentos de administração

      A abordagem clássica da administração pode ser desdobrada em duas orientações bastante
diferentes e, até certo ponto, opostas entre si, mas que se completam com relativa coerência:

Figura 1. Abordagem clássica da administração


                            Administração                                         Ênfase nas
                                                          Taylor                    tarefas
                              científica
      Abordagem
      clássica da
     administração
                                                                                  Ênfase na
                             Teoria clássica                Fayol                 estrutura



     1.2. Teoria clássica da Administração

      Os pioneiros da moderna administração foram Frederick Winslon Taylor, engenheiro
americano, e Henry Fayol, engenheiro francês.
      Taylor (1982) iniciou a aplicação do estudo que vincula o automatismo do trabalho,
aumentando a velocidade da produção, ou seja:

             Descrição objetiva e clara do trabalho a ser realizado, prevendo o rendimento
             máximo do funcionário.
             Treinamento do trabalhador para executar o trabalho dentro dos padrões
             estabelecido.
             Distinção nítida das fases de preparo e execução do trabalho.
             Determinação das responsabilidades do gerente (planejar, dirigir e coordenar,
             cabendo a execução aos supervisores e operários).

       Fayol (1970) dedicou-se ao estudo da administração afirmando que em qualquer empresa
encontraremos seis grupos de funções, que são:

             Função administrativa: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar.
             Função técnica: produção de bens ou serviços.
             Função comercial: compra e venda.
             Função contábil: inventário, balanço, custos e estatísticos.
             Função financeira: procura e gerência de capitais.
             Função de segurança: proteger bens e pessoas.

       Ao transportarmos as seis atividades descritas por Fayol para o Serviço de Alimentação e
Nutrição, teremos:

       Atividade administrativa: planejar, organizar, comandar, cooperar e controlar.
       Atividade técnica: prestar assistência em nutrição para clientes e funcionários.
                                                                                           5
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                               _______2º módulo




       Atividade comercial: previsão, requisição, seleção, compra, conferencia, recebimento e
       distribuição.
       Atividade contábil: levantamentos, mapas, relatórios e determinação de custos
       operacionais.
       Atividade financeira: controle do material de consumo, racionalização do trabalho e
       aumento da produtividade.
     Atividade de segurança: segurança dos clientes, funcionários, visitantes e outros, segurança
do pessoal da UAN e segurança dos equipamentos, utensílios e materiais.


     1.3. Conceitos Básicos de Administração Geral

      Em qualquer área de atividade, inclusive nas UAN, as funções administrativas realizadas
são:
   1. Planejamento: determinação dos objetivos gerais da empresa e dos objetivos específicos.
                         2. Organização: agrupar as atividades necessárias para realizar
                     objetivos e planos e distribuir estas atividades a departamentos
                     apropriados. Visa também estabelecer uma composição harmônica dos
   O que fazer?
                     recursos materiais e humanos.
   Quem deve fazer?      3. Direção: conseguir que os subordinados executem o que foi
   Como fazer?       planejado. O chefe imediato deve comunicar aos subordinados os planos
   Onde fazer?       estabelecidos e motivá-los à ação.
   Quando fazer?         4. Controle: comparar os resultados obtidos com os previstos,
                     avaliando a eficiência.




1. Características específicas de cada tipo de serviço de alimentação: autogestão,
   terceirização, refeição transportada, indústria, restaurante comercial, hotel, hospital,
   lactário, casa de repouso, alimentação escolar, cesta básica, e catering.

       2.1. Tendências evolutivas do setor

       O setor de alimentação coletiva no Brasil, principalmente sob a ótica da alimentação no
trabalho, apresenta aspectos de importância econômica e social (PROENÇA, 2000).
       Com relação ao número de refeições fora de casa (Tabela 1), observa-se que o Brasil
apresenta índices superiores a alguns paises europeus, como por exemplo, a Espanha.

Tabela 1. Relação entre número total de refeições e número de refeições feitas fora de casa em
paises da Europa, Estados Unidos e Brasil, 1996.

                                          Refeições fora de casa
                     País
                                    Durante a semana Final de semana
                    EUA                   70%                 70%
                    França                46%                 50%
                    Alemanha              45%                 37%
                    Espanha               20%                 36%
                    Brasil                34%                 37%
                   Fonte: Adaptado de IPSOS/SIAL/SOPEXA (1996)

       Com relação ao volume de refeições do setor, dispõem-se dos dados da Associação
                                                                                          6
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                _______2º módulo




Brasileira de Refeições Coletivas (ABERC) compilados a partir das informações dos associados e
dos números oficiais do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), englobando o subsetor
alimentação para o trabalho (Tabela 2).

Tabela 2. Evolução do mercado de alimentação coletiva no Brasil, em milhões de refeições/dia, no
subsetor alimentação no trabalho, no período de 1990 a 1994.

                        Ano                      1990   1991   1992    1993      1994
          Concessionárias de alimentação          1,6    1,6    1,6     1,8       2,1
          Auto-gestão                             2,1    2,0    1,9     1,7       1,5
          Tíquetes-restaurantes                   2,8    3,4    4,0     4,5       4,7
          TOTAL                                   6,5    7,0    7,5     8,0       8,3
         Fonte: ABERC, 1995.

       Para Abreu et al (2003), o mercado da alimentação é dividido em alimentação comercial e
alimentação coletiva, sendo que os estabelecimentos que trabalham com produção e distribuição
de alimentos para coletividades, atualmente recebem o nome de UAN. As UAN podem ser
gerenciadas de diversas formas. Os itens a seguir citam algumas formas.


       2.1. Autogestão

       É quando a própria empresa possui e gerencia a UAN, produzindo refeições que serve a
seus funcionários (ABREU et al, 2003).


       2.2 Concessão ou terceirizada

       É quando a empresa cede seu espaço de produção e distribuição para um particular ou
para uma empresa especializada em administração de restaurantes, livrando-se dos encargos da
gestão da UAN (ABREU et al, 2003).


       2.3. Refeição transportada

        A UAN está estabelecida em uma empresa especializada na produção de refeições,
transportando e distribuindo para um local conveniado que não dispõe de cozinha, somente de
refeitório (ABREU et al, 2003).


       2.4. Restaurante institucional

        São estabelecimentos instalados em empresas, com clientela exclusiva, tendo como
objetivo fornecer refeições nutricionalmente adequadas aos usuários (OLIVEIRA, 2007).


       2.5. Restaurante comercial

       Restaurante comercial é o “estabelecimento comercial onde se preparam e servem
refeições” ou “lugar onde se servem refeições avulsas a certo número de pessoas” (AURÉLIO,
2000).

                                                                                         7
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                _______2º módulo




       2.5.1. Tipos de restaurantes comerciais

      Os tipos de restaurantes são caracterizados pelos cardápios, serviços ou produtos
apresentados com diversas conceituações (OLIVEIRA, 2007):

       a) Restaurantes tradicionais: apresentam cardápios extensos, variados, com boa
       aceitação. Montagem, decoração, louças e enxoval são de boa qualidade, mas sem luxo.
       b) Restaurantes internacionais: atendem a demanda de locais de hospedagem, que por
       sua variedade exige uma oferta vasta, de preparações conhecidas, simples ou
       sofisticadas. O cliente terá suas expectativas satisfeitas, quaisquer que sejam sua cultura
       e/ou hábitos.
       c) Restaurantes gastronômicas: o cardápio é inventivo, seleto e, geralmente, assinado por
       um “chef de cuisine” de renome e grande prática.
       d) Restaurantes de especialidades: a característica principal desses estabelecimentos é a
       especialização, seja em produtos, preparações, métodos de cocção, cor local e até
       religião. Alguns tipos de especializações são mais comuns: grill, choperia, fusion-food,
       típicos etc.
       O grill é assim chamado devido à utilização de grelhas para assar carnes, peixes, queijos e
       frutas.
       A choperia é originária da Alemanha e da região Báltica, adaptou-se aos nossos costumes
       e foi rebatizada de choperia.
       A fusion-food é caracterizada pela mistura de culinárias ou estilos, não sendo
       considerados como típicos.
       Os restaurantes típicos servem comidas representativas de um país, região, tipo de
       culinária ou de cocção (restaurante francês, baiano, mineiro, japonês).
       c) Fast-food: caracteriza-se pela produção mecanizada de um determinado numero de
       itens típicos ao fornecedor, sempre com padrão homogêneo de aparência, sabor e peso.


       2.6. Hotel

       Refere-se a um estabelecimento comercial destinado ao serviço de hospedagem, isto é,
proporcionar acomodações às pessoas, viajantes ou não. A alimentação hoteleira deve ter oferta
variada, pois é um setor problemático, cujo maior ônus é o desperdício (OLIVEIRA, 2007).


       2.7. Hospital

        O hospital é uma organização como outra qualquer, porém, especializada na prevenção,
recuperação e manutenção da saúde da coletividade (MEZOMO, 1994).
        Sob este aspecto o hospital, entendido como um sistema, possui o serviço de nutrição que
é um dos seus subsistemas, encarregado da produção de refeições para a comunidade sadia
(funcionários, visitantes e acompanhantes) e para a comunidade enferma, que poderá receber
uma dieta com composição específica e adequada para atender às necessidades nutricionais,
individuais do paciente (dieta individualizada) (MEZOMO, 1994).


       2.8. Lactário

      É o setor da UAN destinado à preparação, distribuição de fórmulas lácteas e higienização
das mamadeiras, devendo trabalhar com rigorosas técnicas e perfeita assepsia. É obrigatório em

                                                                                          8
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                               _______2º módulo




hospitais pediátricos ou que mantenham leitos para crianças e recém-nascidos (OLIVEIRA, 2007).


       2.9. Casa de repouso

      Casa de repouso é um estabelecimento que oferece aos idosos todos o apoio que
necessitam de forma a manterem uma vida ativa agradável e confortável, livre de preocupações.


       2.10. Alimentação escolar

       A alimentação escolar é responsável por suprir as necessidades nutricionais de alunos das
escolas de educação infantil (creche e pré-escola), ensino fundamental (1ª a 8ª séries) e ensino
médio da rede pública e privada durante o ano letivo.


       2.11. Cesta básica

       Alimentos distribuídos por uma concessionária, mensal ou semanalmente, com valor
alimentício calculado para um período, bem como o custo (OLIVEIRA, 2007).


       2.12. Catering

       Também conhecido como alimentação de bordo. A alimentação de uso naval é, na maioria
das vezes, preparada na própria embarcação. A cozinha de bordo na aviação usa o sistema de
catering, preparações realizadas em cozinhas industriais, especialmente equipadas e com
equipes treinadas, transportadas para os aviões e acondicionadas para até o consumo
(OLIVEIRA, 2007).


     2.13. Consumidor

         Consumidor cativo
         Consumidor relativamente cativo




2. Organização de serviços de alimentação e nutrição em empresas e instituições:
   Programa de Alimentação do Trabalhador.

     3.1. Histórico

        O Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT foi instituído pela Lei nº 6.321, de 14 de
abril de 1976 e regulamentado pelo Decreto nº 5, de 14 de janeiro de 1991, que priorizam o
atendimento aos trabalhadores de baixa renda, isto é, aqueles que ganham até cinco salários
mínimos mensais.
        Este Programa, estruturado na parceria entre Governo, empresa e trabalhador, tem como
unidade gestora a Secretaria de Inspeção do Trabalho / Departamento de Segurança e Saúde no
Trabalho.


                                                                                          9
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                 _______2º módulo




       3.2. Objetivo

       O PAT tem por objetivo melhorar as condições nutricionais dos trabalhadores, com
repercussões positivas para a qualidade de vida, a redução de acidentes de trabalho e o aumento
da produtividade.


       3.3. Benefícios

       Para o trabalhador:

       - melhoria de suas condições nutricionais e de qualidade de vida;
       - aumento de sua capacidade física;
       - aumento de resistência à fadiga;
       - aumento de resistência a doenças;
       - redução de riscos de acidentes de trabalho.

       Para as empresas:
       - aumento de produtividade;
       - maior integração entre trabalhador e empresa;
       - redução do absenteísmo (atrasos e faltas);
       - redução da rotatividade;
       - isenção de encargos sociais sobre o valor da alimentação fornecida;
       - incentivo fiscal (dedução de até quatro por cento no imposto de renda devido).

       Para o governo:
       - redução de despesas e investimentos na área da saúde;
       - crescimento da atividade econômica;
       - bem-estar social.


       3.4. Modalidades de Serviços de Alimentação

       A empresa poderá optar pelas seguintes modalidades de serviços:
          Auto-gestão
          Terceirização: esta modalidade dispõe das seguintes opções:
             - Refeição transportada;
             - Administração de cozinha e refeitório;
             - Refeição convênio;
             - Alimentação convênio;
             - Cesta de alimentos.


       3.5. Participação do Trabalhador no Custo

       De acordo com o Decreto nº 349, de 21 de novembro de 1991, art. 2°, a empresa
beneficiária pode cobrar do trabalhador até vinte por cento do custo direto da refeição.


       3.6. Exigências Nutricionais – Portaria Interministerial nº 66, de 25 de agosto de 2006


                                                                                            10
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                 _______2º módulo




      Os parâmetros nutricionais para a alimentação do trabalhador estabelecidos nesta Portaria
deverão ser calculados com base nos seguintes valores diários de referência para macro e
micronutrientes (Quadro 1):

Quadro 1. Parâmetros nutricionais para a alimentação do trabalhador
                              Nutrientes                   Valores diários
                 Valor Energético Total                     2000 calorias
                 CARBOIDRATO                                   55 -75%
                 PROTEÍNA                                      10-15%
                 GORDURA TOTAL                                 15-30%
                 GORDURA SATURADA                               < 10%
                 FIBRA                                          > 25 g
                 SÓDIO                                        ≤2400mg


I - as refeições principais (almoço, jantar e ceia) deverão conter de seiscentas a oitocentas
calorias, admitindo-se um acréscimo de 20% (quatrocentas calorias) em relação ao Valor
Energético Total –VET de duas mil calorias por dia e deverão corresponder a faixa de 30- 40%
(trinta a quarenta por cento) do VET diário;

II - as refeições menores (desjejum e lanche) deverão conter de trezentas a quatrocentas calorias,
admitindo-se um acréscimo de vinte por cento (quatrocentas calorias) em relação ao Valor
Energético Total de duas mil calorias por dia e deverão corresponder a faixa de 15 - 20 % (quinze
a vinte por cento) do VET diário;

III - as refeições principais e menores deverão seguir a seguinte distribuição de macronutrientes,
fibra e sódio:

      Refeições      CHO        Proteínas        Gorduras    Gorduras      fibras    sódio
         (%)         (%)           (%)            totais     saturadas       (g)     (mg)
                                                   (%)          (%)
     Desjejum /        60           15              25          <10          4-5    360-480
     lanche

     Almoço /          60           15              25          <10         7-10    720-960
     jantar / ceia


IV - o percentual protéico-calórico (NdPCal) das refeições deverá ser de no mínimo 6% (seis por
cento) e no máximo 10 % (dez por cento).
§ 4º Os estabelecimentos vinculados ao PAT deverão promover educação nutricional, inclusive
mediante a disponibilização, em local visível ao público, de sugestão de cardápio saudável aos
trabalhadores, em conformidade com o § 3° deste artigo.
§ 5º A análise de outros nutrientes poderá ser realizada, desde que não seja substituída a
declaração dos nutrientes solicitados como obrigatórios.
§ 6º Independente da modalidade adotada para o provimento da refeição, a pessoa jurídica
beneficiária poderá oferecer aos seus trabalhadores uma ou mais refeições diárias.
§ 7º O cálculo do VET será alterado, em cumprimento às exigências laborais, em benefício da
saúde do trabalhador, desde que baseado em estudos de diagnóstico nutricional.
§ 8º Quando a distribuição de gêneros alimentícios constituir benefício adicional àqueles referidos
nos incisos I, II e III do § 3º deste artigo, os índices de NdPCal e percentuais de macro e
micronutrientes poderão deixar de obedecer aos parâmetros determinados nesta Portaria, com
                                                                                             11
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                      _______2º módulo




exceção do sódio e das gorduras saturadas.
§ 9º As empresas beneficiárias deverão fornecer aos trabalhadores portadores de doenças
relacionadas à alimentação e nutrição, devidamente diagnosticadas, refeições adequadas e
condições amoldadas ao PAT, para tratamento de suas patologias, devendo ser realizada
avaliação nutricional periódica destes trabalhadores.
§ 10. Os cardápios deverão oferecer, pelo menos, uma porção de frutas e uma porção de legumes
ou verduras, nas refeições principais (almoço, jantar e ceia) e pelo menos uma porção de frutas
nas refeições menores (desjejum e lanche).
§ 11. As empresas fornecedoras e prestadoras de serviços de alimentação coletiva do PAT, bem
como as pessoas jurídicas beneficiárias na modalidade autogestão deverão possuir responsável
técnico pela execução do programa.
§ 12. O responsável técnico do PAT é o profissional legalmente habilitado em Nutrição, que tem
por compromisso a correta execução das atividades nutricionais do programa, visando à
promoção da alimentação saudável ao trabalhador.” (NR)
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor no prazo de noventa dias a contar de sua publicação.




3. Característica dos cardápios para cada tipo de serviço e clientela especifica

       4.1. Consumidor

                    Consumidor                              Cardápio
                    cativo                                    fixo


                            Consumidor
                           relativamente                      Cardápio
                               cativo                          rotativo



       4.2. Cardápios institucionais

       Há três categorias de cardápios (básico ou simples, intermediário ou médio e superior ou
executivo) que podem ser aplicados em diferentes UAN/UPR (Tabela 1, 2 e 3) (SILVA &
BERNARDES, 2004).

Tabela 3. Exemplo de cardápio – Padrão Básico.

               2ª. feira       3ª. feira   4ª. feira     5ª. feira   6ª. feira   Sábado      Domingo
              Escarola         Grão-de-    Alface lisa    Chicória     Agrião    Almeirão      Salada
             com pepino         bico ao       com           com         com         com         verde
 Entrada      em cubos         vinagrete   rabanete      azeitonas     milho      rodelas    (escarola,
                                                           pretas                de cebola    alface e
                                                                                               agrião)




                                                                                                  12
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                              _______2º módulo




             Almôndegas        Espeto      Frango               Bife      Cação        Bife à        Role de
               ao sugo            de       assado           fricandole   ao molho     milanesa       peito de
                               alcatra                                       de                     peru com
  Prato
                                 com                                     pimentão                      frios
 principal
                              cebola e                                   vermelho
                              pimentao                                   e leite de
                                verde                                       coco
               Ovo frito      Salsicha    Omelete            Steak de    Omelete         Ovo        Lingüiça
  Opção
                              ao sugo      simples             peixe     de queijo     cozido       assada
               Batata         Couve à    Berinjela à          Acelga     Brócolos     Abobrinha     Polenta
Guarnição      assada          mineira   parmegiana          refogada    ao alho e    refogada        frita
                                                                            óleo
  Prato        Arroz +        Arroz +      Arroz +           Arroz +      Arroz +      Arroz +      Arroz +
  básico       Feijão           Feijão      Feijão            Feijão       Feijão      Feijão        Feijão
               Mamão          Gelatina     Morcote           Banana        Maçã       Sagu de       Abacaxi
Sobremesa
                               de uva                      caramelada                 groselha
             Mate gelado      Suco de     Suco de            Suco de     Suco de      Suco de       Suco de
  Bebida
                               laranja    abacaxi              uva       maracujá       limão       melancia




Tabela 4. Exemplo de cardápio – Padrão Intermediário.

                2ª. feira          3ª. feira               4ª. feira         5ª. feira            6ª. feira
              Torradas de      Minipão de queijo     Patê de atum            Fundo de           Folhadinhos
                  alho           Palmito com             com              alcachofra em        com gergelim
             Escarola com           tomate           minitorradas            conserva          Alface mimosa
 Entrada
                cebola                                                     Mista verde         com cebola e
                                                                         (agrião, rúcula e        pimentão
                                                                          alface crespa)          vermelho
              Filé mignon       Lombo assado              Bife à         Rabada ao sugo         Linguado ao
  Prato       grelhado ao         ao molho             parmegiana                                 molho de
 principal     molho roty         agridoce                                                      alcaparras e
                                                                                                champignon
             Role de frango    Espeto de alcatra     Frango assado        Bife fricandole       Panqueca de
  Opção         ao sugo         com pimentão e                                                 carne ao sugo
                                    cebola
                Batata à       Couve à mineira       Jardineira de       Penne ao pesto          Brócolos ao
                francesa                                legumes                                  alho e óleo
Guarnição        corada                                (cenoura,
                                                       chuchu e
                                                         vagem)
  Prato      Arroz + Feijão      Arroz + Feijão-     Arroz + Feijão       Arroz + Feijão       Arroz à grega +
  básico                              preto                                                        Feijão
Sobremesa       Mamão           Salada de frutas         Manga              Melancia            Uvas rosadas
             Pudim de leite      Torta de limão        Manjar com        Sorvete crocante        Mousse de
 Opção de
                                                        calda de                                  maracujá
sobremesa
                                                         ameixa
                Suco de         Suco de laranja         Suco de             Limonada           Suco de goiaba
  Bebida
                acerola                                 morango


                                                       ]

                                                                                                         13
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                          _______2º módulo




Tabela 5. Exemplo de cardápio – Padrão Superior.

                  2ª. feira          3ª. feira          4ª. feira           5ª. feira          6ª. Feira
                Torradas com     Minpão de quejio     Casquinha de          Provoleta        Abtepasto de
                    patê de        com catupiry;           siri;        (provolone com         berinjela;
                  azeitonas;      Chicória frisée;        Alface             orégano         Radichio com
                   Escarola         Rodelas de       americana com          grelhado);        alface lisa;
                 picada com      palmito e tomate-      rabanete;          Mista verde      Salada Caprice
                   tomates             caqui            Beterraba       (agrião, rúcula e   (mussarela de
 Entrada          amarelos;                            ralada com        alface crespa);      búfala com
                 Cebolas em                              ervilhas        Waldorf (maçã         tomate e
                  rodelas co                                              vermelha em         manjericão)
                atum e ervas                                               cubos mais
                                                                        salsão, nozes e
                                                                        creme de leite e
                                                                              salsa)
                 Estrogonofe        Filé mignon      Bife de peito de   Perna de cabrito      Rosbife ao
  Prato           de frango        recheado de          peru com         novilho assado       molho rose
principal I                         calabresa e       champignon
                                 cebolas grelhado
                   Miolo de       Lombo assado           Bife à             Frango           Linguado ao
   Prato           alcatra           ao molho         parmegiana          desossado            molho de
principal II     grelhado ao         agridoce                              grelhado           alcaparras
                  molho roty
                 Omelete de       Peito de frango       Posta de        Maminha assada        Brochete de
   Prato         queijo com          grelhado           badejo no                               cubos de
principal III     alho poró                            vapor com                            frango e alcatra
                                                          alecrim
Guarnição       Batata chips     Creme de milho        Quiche de        Penne ao pesto         Purê de
    I                                 verde             espinafre                              batatas
                    Ervilhas     Couve-manteiga       Jardineira de       Chuchu com         Brócolos ao
                 frescas com        refogada             legumes        ervas aromáticas     alho e óleo
Guarnição
                   salsinha                               (batata,
   II
                                                        cenoura,
                                                          vagem)
  Prato         Arroz branco      Arroz + Feijão-      Arroz verde         Arroz com          Arroz com
  básico                               preto                                açafrão            passas
Sobremesa        Papaya com          Melancia        Manga fatiada           Melão          Pêra Argentina
     I              limao
                Pudim de leite    Torta de limão     Merengue de        Pavê de abacaxi       Mousse de
Sobremesa
                                                     morango com          com cerejas         maracujá
    II
                                                       chantilly
Sobremesa          Sorvete           Sorvete           Sorvete              Sorvete             Sorvete
    III


         4.2. Cardápios comerciais

       Para vender a refeição, ao receber o cliente, o profissional precisa informá-lo sobre qual o
método utilizado para escolha dos pratos. Se a escolha for feita através de cardápio, este deve ser
equivalente ao cartão de visitas da casa.
       O cardápio ou menu deve ser conciso e atraente, apresentar tamanho médio, cores
agradáveis, conteúdo bem distribuído e letras de tamanho e formato bem legíveis, e os preços.
       Para elaboração do cardápio deve-se:

                                                                                                      14
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                             _______2º módulo




        Separar os itens por grupos: grupos das entradas, peixes e crustáceos etc.;
        Ter a descrição dos pratos de modo a exaltá-los. Ex.: Filé mignon à moda da casa
        (suculentos e generosos filés bovinos grelhado, acompanhados de delicadas lâminas de
        champignon passados na manteiga e polvilhadas de ervas aromáticas);
        Apresentar tempos de preparo especiais em pratos específicos;
        Ter layout inovador e de fácil manuseio no sentido de respeitar uma seqüência freqüente
        de consumo e ir de encontro ao estilo do estabelecimento;
        Reservar espaço para destacar as promoções especiais de forma a serem facilmente
        renovadas;
        Conter informações sobre taxas de serviços, formas de pagamento aceitas e telefones de
        órgãos fiscalizadores.


SELF SERVICE POR QUILO

       Modalidade muito comum de apresentar refeições é o chamado self service por quilo ou
auto atendimento ou auto-serviço, onde a cliente serve-se e pesa o prato, pagando pela
quantidade consumida.
       Sugere-se um máximo de 24 tipos de pratos para restaurantes de até 300 refeições dia.
       Apresenta-se a seguir um exemplo de buffet com 16 opções:

       Buffet de pratos frios:
        Salada com maionese;
        Salada de raízes e tubérculos;
        Salada de laticínios/frios e conservas;
        Salada de legumes cozidos;
        Salada de grãos e cereais;
        Salada composta;
        Salpicão;
        Salada de folhas.

    Buffet de pratos quentes:
            Arroz;
            Feijão;
            Massas;
            Salgadinhos;
            Batata;
            Legumes ou cremes;
            Carnes brancas;
            Carnes vermelhas.




4. Gestão de recursos humanos em serviços de alimentação e nutrição:


       5.1. Teoria das relações humanas

       A teoria das relações humanas nasceu calcada em valores humanísticos na administração,
deslocando totalmente a preocupação anteriormente voltada para a tarefa e para a estrutura para
                                                                                        15
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                   _______2º módulo




a preocupação com as pessoas.
       Elton Mayo considerado o “pai das relações humanas” e seus colaboradores deduziram
que:
       A quantidade de trabalho executado por um trabalhador (nível de competência e
       racionalidade de organização) não é determinada por sua capacidade física, mas por sua
       capacidade social;
       As recompensas não remuneradas têm papel principal na motivação e felicidade do
       trabalhador;
       Os trabalhadores não reagem à administração e suas normas e recompensas como
       indivíduos, mas como membros de um grupo;
       A maior especialização não é a forma mais eficiente de divisão de trabalho.

        Esta teoria salienta o papel fundamental da comunicação, da participação e da liderança
como forma de maior produtividade de mão de obra. Acredita-se que a melhoria do grau de
satisfação dos funcionários diminui a resistência à autoridade formal da organização, eliminando
os conflitos.

Figura 2. Atividades administrativas e humanas do TND em UAN/UPR.


          Planejar         Controlar       Organizar       Coordenar       Dirigir



                                                 TND
                         Colaboradores                      Atividades




       5.2. Atribuições das chefias

       O gestor da UAN/UPR acumula a função de administrador de recursos humanos, sendo
responsável, geralmente, pela definição do perfil exigido para o cargo, seleção, descrição de
funções, aperfeiçoamento da mão-de-obra e determinação de normas de segurança no trabalho
(ABREU, SPINELLI & PINTO, 2007).
       A estrutura da UAN deverá estar nas mãos de um gerente eficaz, de perfil realizador, com
liderança, e capaz de responder às imposições de um mercado competitivo. O bom administrador
obtém resultados através de pessoas, motivando-as, gerando confiança e satisfação no trabalho e
não perdendo de vista a busca da qualidade (ABREU, SPINELLI & PINTO, 2007).
       O comando é uma atribuição típica, inerente e privativa das chefias, o que a difere do
planejamento e organização, que também podem ser realizadas por órgãos especializados. As
funções básicas de comando são:

         a) Liderança: é obter a realização das tarefas do trabalho em equipe.

                                Líder                      Falso líder
                     Orienta                      Manda
                     Entusiasma                   Amedronta
                     Diz: Vamos!                  Diz: Vá!
                     O trabalho é interessante    O trabalho é desinteressante
                                                                                            16
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                             _______2º módulo




                    Baseia-se na cooperação      Baseia-se na autoridade
                    Diz: Nós!                    Diz: Eu!
                    Ajuda                        Atrapalha
                    Assume responsabilidades     Procura “culpados”
                    Comunica                     Faz mistérios
                    Acompanha                    Fiscaliza
                    Confia                       Desmoraliza

         Além do mais profundo e completo diálogo, a verdadeira liderança está baseada em
         quatro pré-requisitos (WERNECK et al, ...):
            Ser otimista: é necessário acreditar que as coisas podem e devem melhorar.
            Ser capas de sonhar: nas palavras de Dee Hock, fundador e CEO emérito da Visa:
            não é fracasso deixar de realizar tudo o que podemos sonhar. Fracasso é deixar de
            sonhar tudo que podemos realizar.
            Ser sincero: a sinceridade é a base da credibilidade e se sobrepõe à persuasão
            astuta, ou lábia, como é mais conhecida.
            Ser corajoso: só a coragem libera o poder transformador de cada indivíduo, poder
            que vai transformar as organizações deste milênio.

         O líder é um sujeito que:
             Faz com que as pessoas sob seu comando gostem de executar o que ele quer.
             Consegue que subordinados queriam ajudá-lo e se sintam realizado com isso.
             Na verdade, não tem subordinado. Tem seguidores. Ele não dá ordens, mas todo
             mundo faz o que ele deseja.
             Consegue fazer com que as pessoas acreditem que o interesse delas e o dele é o
             mesmo.
             Transmite segurança, confiança. Ele inspira lealdade. É confidente, faz com que as
             pessoas se sintam à vontade para falar a verdade.
             Transmite senso de justiça. Ele toma decisões justas, não protege um ou outro.
             Todas as suas decisões e atitudes são transparentes.
             Da o exemplo. Se o expediente começa às 8 horas, ele chega às 8 horas. Numa
             campanha de corte de custos, não promove festas nem troca de carro.
             Não precisa ser infalível. Mas precisa ter mais acertos do que erros.
             Faz com que pessoas sigam na direção da companhia e que essa direção seja
             transparente, justa e clara.
             Sabe que não consegue fazer tudo sozinho. Mas não comanda pelo medo. As
             pessoas o seguem porque acreditam em sua visão.

         b) Gerência: é o elemento de um empreendimento que planeja, organiza, define,
            controla e avalia a equipe e as etapas do processo, possibilitando alcançar os
            objetivos.
         c) Comunicação: para que o administrador obtenha sucesso nas suas comunicações, é
            necessário que ele conheça a ordem expedida e sua real significação, bem como o
            nível de perceptibilidade das pessoas a quem se destina a comunicação, afim de
            fazer-lhes as comunicações de acordo com o seu horizonte de compreensão.
            Clareza: não usar expressões novas de interpretação ambígua;
            Adequação do tom de voz: as ordens devem ser emitidas em tom de voz firme,
            natural.
            Cortesia: evitar o tom imperativo. É recompensável usar expressões como: “por
            favor”, “obrigado”, em que se criam situações de cooperação.
         d) Motivação: é a predisposição do indivíduo ou do grupo para efetuar ações visando
                                                                                        17
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                            _______2º módulo




             alcançar determinado objetivo. Os motivos, necessidades ou desejo, são as forças
             que impelem o comportamento do indivíduo. O ser humano é motivado pelos desejos
             de atingirem objetivos, onde os motivos são os estímulos do comportamento,
             exercitando e mantendo a atividade no sentido determinado de satisfação.


       5.2. Dimensionamento de pessoal


       5.2.1. Dimensionamento de UAN não hospitalar

       Para o cálculo de dimensionamento de pessoal, segundo Gandra & Gambardella (1986):

1ª. Etapa: Indicador de Pessoal Fixo (IPF)


                        IPF =         nº refeições x nº minutos
                                Jornada diária de trabalho x 60 minutos


                                 Nº de refeições     Nº minutos
                                 300 – 500           15-14
                                 500-700             14-13
                                 700-1000            13-10
                                 1000-1300           10-9
                                 1300-2500           9-8
                                 2500 e mais         7

2ª. Etapa: Indicador de Período de Descanso (IPD)


                         IPD = 365 dias do ano - período de descanso
                                       período de descanso

3ª. Etapa: Indicador de Substituto de Descanso (ISD)


                                              ISD = IPF
                                                    IPD


4ª. Etapa: Indicador de Pessoal Total (IPT)



                                        IPT = IPF + ISD



       5.2.2. Dimensionamento de UAN hospitalar

       a) Dimensionamento I – Segundo número de colaboradores do hospital:
                                                                                      18
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                            _______2º módulo




              Oliveira (1982): 10% a 15%
              Passos (1972): 10% a 12%
              Mezomo (1983): 8%

       b) Dimensionamento II – Segundo número de leitos:

              Oliveira (1982): 3,5 a 3,8 leitos/colaborador
              Passos (1972): 1,5 leitos/colaborador
              Mezomo (1983): 8 leitos/colaborador

       c) Dimensionamento III – Segundo o número de refeições:

       a) Gandra & Gambardella (1986):

1ª. Etapa: Indicador de Pessoal Fixo (IPF)


                        IPF =         nº refeições x nº minutos
                                Jornada diária de trabalho x 60 minutos


                                 Nº de refeições    Nº minutos
                                 300 – 500          15-14
                                 500-700            14-13
                                 700-1000           13-10
                                 1000-1300          10-9
                                 1300-2500          9-8
                                 2500 e mais        7

b) 2ª. Etapa: Indicador de Período de Descanso (IPD)


                         IPD = 365 dias do ano - período de descanso
                                       período de descanso


c) 3ª. Etapa: Indicador de Substituto de Descanso (ISD)


                                             ISD = IPF
                                                   IPD



d) 4ª. Etapa: Indicador de Pessoal Total (IPT)



                                        IPT = IPF + ISD


                                                                                     19
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                 _______2º módulo




         5.3.    Indicadores de pessoal fixo, indicadores de períodos de descanso (folga e férias)

         5.3.1. Taxa de absenteísmo


                TA =         média diária de colaboradores ausentes x 100
                                   número de pessoal fixo



         5.3.2. Indicador da rotatividade da mão-de-obra ou Turn over.

                               IRMO =     S x 100
                                            M

         Onde:
         S = total de desligamentos voluntários e compulsórios em determinado período
         M = média de colaboradores no serviço no mesmo período


         5.3.3. Indicador do rendimento da mão-de-obra

                 IRd = colaboradores x horas totais de trabalho/dia x 60 minutos
                                número de refeições servidas / dia



         5.4.    Recrutamento e seleção

        O Recrutamento/Seleção de pessoal é importante para a instalação e manutenção da
empresa, implementação de unidades, abertura de filiais e postos de trabalho. Mesmo antes da
existência da empresa se faz necessário o setor de Recrutamento/Seleção para pesquisar a
disponibilidade de mão-de-obra existente na região, sua classificação e posterior definição das
vagas.
        O Recrutamento/Seleção visa buscar e selecionar candidatos que tenham identidade com
a cultura da empresa, buscando manter esta característica e quando necessário, proceder às
devidas adaptações.
        O Recrutamento/Seleção tem intuito de localizar e contratar pessoas certas para
trabalharem nos mais variados setores da empresa. Contratar funcionário inadequado traz
prejuízo financeiro, desperdício de tempo e treinamento, baixa a produção. Atitude que pode ser
evitada se ao contatar um funcionário, sabe-se que ele, por exemplo, goste de trabalhar no
escritório e não em atividades externas, a inversão das funções fará com que a empresa
desperdice o talento e a vocação do funcionário e certamente deverá substituí-lo brevemente.
        Em função da importância do referido setor, a forma que os candidatos são tratados
(tempo de espera, condições das instalações) pode-se definir as características de funcionamento
da empresa.
        Recrutar potenciais candidatos que serão selecionados para as vagas em aberto dentro da
empresa, no menor tempo e melhor qualidade possível e com menor custo. Tendo os seguintes
objetivos:

                                                                                            20
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                 _______2º módulo




             Planejar entrevistas, poupando que os candidatos fiquem horas esperando.
             Recepcionar com o devido respeito e educação aos candidatos
             Propiciar que os candidatos fiquem à vontade nas entrevistas
             Não adotar postura arrogante
             Atender bem aos seus clientes internos e externos
             Não divulgar informações confidenciais
             Manter a igualdade no tratamento de seus amigos e parentes na concorrência com
             os demais candidatos
             Todos os trabalhos sejam feitos em tempo hábil e com qualidade
             Observar a legislação trabalhista (contratações regulares e sem discriminação)
             Dar retorno aos que respondem ao seu chamado.


       5.4.1. Cuidados no recrutamento e seleção

       Ao analisar classificados constantes em jornais, nos confrontamos com anúncios que
afastam potenciais candidatos do processo de seleção, bem como são verdadeiros centros de
discriminação do trabalhador brasileiro, suscetíveis a processos judiciais e trabalhistas por
afrontar abertamente a Constituição Federal.
       Exemplos de anúncios discriminatórios freqüentes em jornais:

Funcionários para empresa de móveis para escritório, entre 22 a 45 anos. (1)
Vendedoras acima de 25 anos. (1)
Gerente acima de 30 anos. ( 1)
Atendente para disk pizza, maior de 23 anos. (1)
Açougue precisa rapaz de 28 a 21 anos. (1,2)
Atacadista busca 09 profissionais liberais, mulher líder. (2)
Atendimento pessoas entre 18 e 44 anos. (1)
Auxiliar de produção, masculino, 21 a 30 anos. (1, 2)
Auxiliar de produção, masculino. (2)
Auxiliar de departamento fiscal, sexo feminino. (2)
Auxiliar de serviços gerais, feminino de 20 a 28 anos. (1,2)
Auxiliar de serviços gerais, até 25 anos. (1)
Balconista casa de sucos, feminino, de 20 à 30 anos. ( 1,2)
Balconista para Farmácias, masculino de 20 a 30 anos. ( 1,2)
Auxiliar de cozinha, sexo masculino. (2)
Supervisor de venda e vendedor: currículo com foto (aparência).(3)
Caseiro urgente: casal sem filhos. (4)
Caseiro acima de 40 anos. (1)
Cobrador externo: acima de 30 anos. (1)
Doméstica: 30 a 40 anos. (1)
Empregada doméstica solteira. (4)
Empresa de consultoria contrata auxiliar administrativo – 18 – 25 anos. (1)
Garçom, sexo masculino, acima de 30 anos. (1,2)
Auxiliar administrativo, sexo feminino, idade entre 15 a 30 anos. (1,2)
Fonte: Grande Jornal de Circulação em Curitiba-PR, em 24-04-2005.

1 – Discriminação quanto a idade
2 – Discriminação quanto ao sexo
3 – Discriminação quanto a cor e raça
4 – Discriminação quanto ao estado civil
                                                                                          21
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                 _______2º módulo




   São consideradas Discriminações quanto:

           Ao sexo (art. 5º, inciso I e art. 7º, inciso XXX, da CF-88)
           À cor (art. 7º, inciso XXX, da CF-88)
           À origem - estrangeiros (caput do art. 5º, da CF-88)
           À idade - (art. 7º, inciso XXX, da CF-88)
           À religião - (art. 5º, inciso VIII, da CF-88)
           Violação à intimidade e à vida privada - normalmente nas entrevistas (art. 5º, inciso X,
           da CF-88)
           Estado Civil - (art. 7º, inciso XXX, da CF-88)
           Admissão de trabalhador portador de deficiência (art. 7º, inciso XXXI, da CF-88)
           Ao trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos (art. 7º,
           inciso XXXII, da CF-88)
           A sindicalizados (art. 5º, incisos XIII, XVII, XX e XLI, da CF-88).
           A homossexuais (art. 7º, inciso XXX, da CF-88)
           A Raça (art. 3º, inciso IV, da CF-88)

         Portanto, havendo as discriminações acima mencionadas, os discriminados poderão exigir
indenizações judiciais para amenizar a humilhação, porém, pior, ficará para a empresa, perante
sua sociedade, por ser um agente incapaz de cumprir seu papel de responsabilidade social.
         Não por causa da empresa, propriamente dita, mas pelo motivo que o setor de
Recrutamento/Seleção não está treinado para os desafios da atualidade, tendo como base
pensamentos arcaicos e discriminadores.
         Com relação a discriminação quanto aos requisitos pessoais (idade, sexo, etc. e
profissionais ( força física e aparência), os seguintes comentários:
         A empresa, também tem seus direitos constitucionais: os valores sociais do trabalho e da
livre iniciativa (art. 1º, inciso IV – CF-88), cabendo a ela direcionar seus negócios, desde que não
ilegalmente (aqui tange o fato da discriminação), de forma livre e tomando as decisões que
melhor lhe aprouver, porque as benesses – lucro ou prejuízos, são riscos inerentes à sua
atividade (art. 3º da CLT).
         Significa que a empresa tem o direito de escolher o funcionário que melhor lhe aprouver,
desde que a seleção e o recrutamento não sejam discriminatórios, portanto não podendo se
basear nos critério de idade, sexo...., mas em critérios técnicos e pertinentes aos quais a função
exija, também apoiado em exigências do mercado.
         Traduzindo, ainda, a decisão da contratação do funcionário deve partir de um estudo sério
do setor contratante e seus especialistas, para definir as características do funcionário a ser
contratado. Isto facilitará o setor de Recrutamento/Seleção e será decisivo para fazer prova a
favor da empresa em processo de discriminação.
         Outro fator que deve ser levado em conta é, também, o de não dar preferência aos
desiguais, pois tanto no preâmbulo quanto no corpo Constitucional (art.5º- caput, dentre outros) é
assegurado a igualdade, a justiça, sem distinção de qualquer natureza.
         O inciso XXX, do art. 7º da CF-88 determina a proibição de diferença de critério de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil, bem assim, ao trabalhador portador de
deficiência física, no inciso XXXI, do mesmo artigo.
         Quer dizer, que a escolha deve ser efetuada pelo critério técnico, sem preferências
pessoais. Essa transparência deve ser mostrada desde a requisição de pessoal, no qual constam
as considerações sobre a função, e que poderá ser utilizada como fator probante a favor da
empresa.
         Aos desavisados, salienta-se, que a Constituição é bem clara ao dizer: é proibida diferença
de critério de admissão por motivos de sexo, idade, cor, estado civil e ao trabalhador portador de
deficiência física.

                                                                                            22
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                               _______2º módulo




         Por isso, qualquer critério tendencioso de contratação do funcionário compromete a
empresa, mesmo não sendo sua intenção. A empresa deverá proporcionar que todos os
interessados tenham igualmente chances em concorrer ao cargo.
         A discriminação pode estar na política da empresa, do sócio, do diretor, do chefe, dos
colegas, do setor de Seleção/Recrutamento, do setor de Pessoal. Cabe ao Recrutamento/Seleção
identificar em que estágio ocorre a discriminação, para que possa tomar decisões para amenizar e
explicar as conseqüências financeiras, para a empresa e criminal para as respectivas pessoas
físicas.
         Se for política da empresa ou dos sócios: se condenada, a empresa paga indenização e a
acusação penal recai sobre o sócio.
         Se for política do direto, do chefe, dos colegas, do Departamento Pessoal: se condenada,
a empresa paga a indenização e deve argüir, na peça de defesa jurídica, que a acusação penal
recaia sobre os respectivos funcionários.
         Se for do Setor de Recrutamento/Seleção: é o setor que está mais suscetível às
discriminações e, conforme conduzir o procedimento de recrutamento e seleção, poderá
habilidosamente evitar a discriminação do seu setor, como também reduzir quase a zero a
interferência discriminatória dos demais.
         Cabe ao setor de Recrutamento auxiliar os colegas de trabalho, informando-lhes quais são
as formas de discriminação e suas implicações, bem assim aos sócios ou diretores, pois quem
paga as ações de discriminação é a empresa e não o funcionário, fato que caracteriza diminuição
do lucro a ser distribuído aos sócios. Nenhuma empresa quer despender dinheiro à toa por causa
de atitudes reprováveis de funcionários ou sócios. Serão válidas as orientações.


       5.4.2. Novas regras para a contratação de pessoal a partir de 11.03.2008

        A Lei 11.644/2008, incluiu o art. 442-A, na CLT, o qual determina: “Para fins de
contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego comprovação de experiência
prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de atividade.”
       A Lei entrou em vigor a partir de 11 de março de 2008.


       5.4.3. Recrutamento de pessoal

        São os procedimentos adotados pela empresa, tendo em vista a localização de pessoal
para suprir necessidade da contratação de funcionários.
        É um conjunto de procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e
capazes de ocupar cargos dentro da organização (Chiavenato).
        É o processo de encontrar e atrair candidatos capazes para solicitação de empregos.
(Werner e Davis).
        Recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair candidatos
potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. Funciona como
um sistema de informação por mio do qual a organização divulga e oferece ao mercado as
oportunidades de emprego que pretende preencher.
        O processo de recrutamento varia de empresa para empresa, dependendo da necessidade
de um empregado em determinado setor.
        O resultado do trabalho do recrutador é selecionar pessoas que posteriormente virão a
trabalhar na empresa, o que significa importante elo de entrosamento entre as áreas e os diversos
níveis da empresa.

       a) Planejamento


                                                                                          23
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                _______2º módulo




        O êxito do Recrutamento/Seleção depende das informações que forem transmitidas pelo
requisitante, o qual deverá utilizar o formulário denominado Requisição de Pessoal, para aumentar
ou substituir o quadro de empregados da empresa, no qual deverão constar os seguintes itens:

           Requisitos pessoais: algumas características pessoais (força física, condições de
            trabalho).
           Requisitos Profissionais: conhecimentos e experiências anteriores necessários para
            executar as atividades com os resultados exigidos.
           Nível de Escolaridade:
           1. Necessário: aquele que é imprescindível para ocupação do cargo
           2. Desejável: não indispensável para a ocupação do cargo, no entanto interessante se
               o candidato o possuir.
           Informações sobre o Cargo:
           1. Atividades específicas a serem desempenhadas
           2. Verificar se o cargo exige atitudes de emergência e decisões freqüentes
           3. Verificar se o cargo exige que o ocupante mantenha contatos internos e/ou externo
               e quais as áreas envolvidas
           4. Verificar se a pessoa a ser contratada será responsável por material, dinheiro, etc.
           5. Estilo de liderança e chefia.

       b) Estudo de mercado

        O mercado de trabalho é a origem dos candidatos para o preenchimento de vagas
oferecidas pela empresa, o qual representa um dos principais fatores externos para a dinâmica e
a eficiência do sistema de recrutamento e seleção.

       c) Avaliação de resultados

       A avaliação de programas de recrutamento consiste:

           Na rapidez de atendimento à requisição de pessoal encaminhada pela área
           interessada.
           No número de candidatos potencialmente capacitados pra para vaga anunciada.
           No custo operacional relativamente baixo do recrutamento diante da qualidade e da
           quantidade dos candidatos.
           Na maior permanência dos candidatos no emprego ao serem efetivados.
       d) Recrutamento

       O mercado de recursos humanos apresenta fontes de captação de recursos diversificados
que devem ser analisadas pelos recrutadores, escolhendo a que lhe trará resultados mais viáveis,
garantido a correta avaliação do programa de recrutamento. O recrutamento poderá ser interno ou
externo.

RECRUTAMENTO INTERNO: o recrutamento interno compreende utilizar os recursos disponíveis
na própria empresa. Após a divulgação da vaga, são efetuados testes com os funcionários para
que possam ser avaliados técnica ou psicologicamente, afim de preencher uma vaga por
intermédio do remanejamento dos empregados existentes na empresa.
       É visto como uma valorização dos recursos internos, através de transferência de pessoal,
promoções de pessoal, transferências com promoções de pessoal, programas de
desenvolvimento de pessoal e plano de carreiras.
       As vantagens do recrutamento interno se refletem em:
           Motivação e valorização dos empregados:
                                                                                           24
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                _______2º módulo




                  o   Oportunidade de crescimento dentro da empresa funciona como fonte
                      poderosa de motivação.
                   o Laborar em empresa que proporciona, claramente, oportunidade de
                      promoção, é uma das melhoras formas de motivação pessoal para o
                      trabalho – o reconhecimento.
                   o O recrutamento interno como processo justo e claro a todos os funcionários
                      estimula o desempenho, a capacitação e a excelência do funcionário
                      motivado.
           Melhor desempenho e potencial de conhecimento: é um meio de incentivo à
           oportunidade de fazer carreira na empresa. Essa situação gera maior interesse por
           parte dos empregados, os quais aspiram serem treinados com maior intensidade
           objetivando aproveitar as vagas disponíveis. O candidato já foi avaliado e é conhecido,
           não necessita na maioria das vezes de período experimental, de integração e indução
           à empresa ou informações cadastrais a seu respeito. Há menos chance de equívocos
           no recrutamento. Há maior probabilidade de que o funcionário escolhido desempenhe
           com sucesso seu novo cargo, quando as avaliações de potencial e planejamento de
           pessoal são feitas sistematicamente. A admissão do candidato externo com melhor
           aproveitamento não abona que seu desempenho seja bom, devido a sua posterior
           adaptação à empresa.
           Funcionários adaptados à cultura organizacional: algumas vezes, o funcionário
           contratado por recrutamento externo traz consigo métodos, cultura, estilos de trabalhos
           diferentes daqueles praticados na empresa, prejudicando o andamento do trabalho de
           seus companheiros. Ao contrário o recrutado internamente sabe a cultura de trabalho
           da empresa.
           Processo mais rápido e econômico: a opção do recrutamento interno viabiliza
           economia de despesas com anúncios em jornais, honorários de empresas de
           recrutamento, custos de atendimento de candidatos, custos de admissão, custos com o
           novo empregado, dentre outros. Evita-se a demora do recrutamento externo, seleção e
           no processo de admissão, de certa forma restabelecendo de imediato a ordem e a
           produtividade no setor do demitido.
           Estímulo ao auto-aperfeiçoamento: os funcionários, constatando a possibilidade de
           crescimento profissional dentro da empresa, buscam auto-aperfeiçoamento e auto-
           avaliação visando melhoria no seu desempenho. Ou seja, não só a função a ser
           contratada é beneficiada, mas também as demais pela motivação gerada pela
           expectativa de valorização do funcionário.

       As desvantagens do recrutamento interno são:
          Falta de recursos humanos internos para cobrir as necessidades de preenchimento
          das vagas.
          Problemas em conseguir aprovação de gerentes para dispensar seus colaboradores
          mais eficientes, os quais candidatos à promoção no seu próprio setor.
          Ocasional ausência de avaliação mais criteriosa na apreciação da carreira de
          determinado funcionário, candidato em potencial à promoção.
          Possibilidade de gerar conflito de interesse entre os funcionários não escolhidos que
          podem ficar frustrados, prejudicando sua produtividade no trabalho, pois o funcionário
          supõe que foi criada uma falsa expectativa, trazendo desestímulo.
          Quando não é bem formulada, a promoção interna pode se transformar numa espécie
          de carreirismo, comodismo, deixando de lado a eficiência funcional no exercício das
          funções atuais.
          Exige que os novos empregados tenham condições de potencial de desenvolvimento
          para poderem ser promovidos, no mínimo, a alguns níveis acima do cargo em que
          estão sendo admitidos, para evitar apatia, desinteresse ou desligamento da empresa.
                                                                                          25
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                              _______2º módulo




           Os funcionários podem aprender a conviver com os problemas e situações da empresa
           e perdem a criatividade e atitude de inovação, o que não aconteceria através de um
           recrutamento externo.
           O candidato recrutado internamente deve ter condições no mínimo, ao longo do tempo,
           de se igualar ao antigo ocupante do cargo.
           O candidato promovido sem todas as características técnicas, devendo a empresa
           investir em treinamento, quando poderia recrutar um candidato externo devidamente
           treinado.
           Poderá criar uma competição negativa entre seus funcionários, provocando ambições,
           até mesmo em quem não tem condições de ocupar um cargo acima ou então apatia
           nestes, que sabem que não terão oportunidade na competição.

       Os principais meios de recrutamento interno são:
          Quadro de avisos ao pessoal, com as vagas previstas
          Comunicações internas dirigidas aos gerentes de unidades contendo listas de
          funcionários disponíveis para transferência
          Banco de recursos humanos interno da empresa
          Encontros com categorias, palestras, etc., informando aos funcionários sobre as
          características das vagas disponíveis
          Divulgação das vagas existentes me jornal interno da empresa
          Via intranet ou e-mail para todos os funcionários

RECRUTAMENTO EXTERNO: quando não é possível obter candidatos às vagas no âmbito da
organização, recorre-se ao recrutamento externo e significa que as vagas serão preenchidas por
candidatos externos – de fora da organização. O recrutamento externo é feito candidatos reais ou
potenciais, disponíveis ou empregados em outras empresas através de técnicas de recrutamento.
       As técnicas de recrutamento são métodos pelos quais a empresa aborda e divulga a
existência de oportunidade de trabalho. Também são denominadas veículos de recrutamento, as
quais atuam fundamentalmente por meios de comunicação.
       As vantagens do recrutamento externo são:
           Experiência requerida: contrata-se funcionários com experiência na função, já pessoal
           o interno detém potencial e não experiência.
           Reciclagem de Quadro de Empregados: o recrutamento externo proporciona que a
           empresa mantenha-se atualizada com o ambiente externo e a par que ocorre nas
           demais organizações.
           Renovação de Pessoal: renova e enriquece os recursos humanos da empresa, sempre
           quando a política é contratar pessoal com capacitação igual, ou melhor, do que a
           existente. A empresa recebe idéias novas e força nova para mostrar trabalho.
           Aproveitamento do aperfeiçoamento do candidato: aproveita-se os investimentos e
           desenvolvimento pessoal realizados por outras empresas e pelos próprios candidatos,
           sem que seja necessário investir no funcionário e o retorno é imediato. Muitas
           empresas optam o recrutamento externo, pagando salários mais elevados justamente
           para evitar despesas adicionais de treinamento e desenvolvimento e obter resultados
           de desempenho em curto prazo. Por exemplo, na implantação de uma nova área, a
           contratação externa pode ser a melhor opção.

       As desvantagens do recrutamento externo são:
          Processo Demorado: normalmente é um processo mais demorado do que o
          recrutamento interno. Ao passar por todas as etapas de recrutamento, seleção e
          contratação, tais como: busca e apresentação dos candidatos, recepção e triagem,
          seleção, exames médicos, documentação, bem assim, a liberação de funcionários de

                                                                                            26
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                 _______2º módulo




           outros empregos. Quanto mais elevado o nível do cargo, maior é a demora.
           Mais caro: o recrutamento externo exige gastos imediatos com anúncios, jornais,
           honorários de agências de recrutamento, tempo do setor de recrutamento
           (normalmente as empresas trabalham com setores enxutos), material de escritórios,
           formulários, etc.
           Menos Seguro: os candidatos externos são desconhecidos e apesar das técnicas de
           seleção, admite-se o pessoal com um prazo de experimental e probatório, com o
           objetivo de garantir a empresa diante da relativa insegurança do processo. Com
           chances absolutas do funcionário não passar pela experiência.
           Frustrações internas: quando a empresa opta seguidamente por recrutamento externo,
           pode frustrar a expectativa de promoção dos funcionários internos, dando uma
           impressão de uma política de deslealdade com o seu pessoal interno.
           Afeta a política salarial da empresa: afeta a política salarial da empresa, influenciando
           as faixas salariais internas, principalmente com a contratação de funcionários com
           salários superiores, devido a situação de desequilíbrio do mercado de recursos
           humanos.

      Os meios de recrutamento externo: a escolha de um ou mais desses meios para recrutar
candidatos do mercado externo depende de uma série de fatores, entre os quais de destacam:
          Custo operacional
          Rapidez no atendimento e nos resultados
          Eficiência no trabalho prestado.

       São os seguintes os meios de recrutamento externo:

           Apresentação espontânea: o candidato procura espontaneamente, independentemente
           de qualquer convocação da empresa. O qual deve apresentar seu currículo e
           preencher o formulário de solicitação de emprego. A empresa precisa estar de portas
           abertas para receber candidatos que se apresentam espontaneamente, mesmo que
           não haja cargo vago. O recrutamento deve ser uma atividade contínua e ininterrupta
           que vise garantir um estoque de candidatos para qualquer eventualidade. Este é o
           sistema de recrutamento de menor custo e sempre que possível fazer uma rápida
           entrevista com o candidato.
           Cartazes ou anúncios na portaria da empresa: consiste em colocar um painel, em lugar
           visível ao público externo, próximo à portaria da empresa, contendo as vagas
           existentes. É aplicável geralmente ao pessoal operacional. A eficiência deste sistema
           depende da localização da empresa: próximo ou longe de locais de movimentação de
           pessoas.
           Recrutamento por meio de funcionários: as vagas existentes são divulgadas entre os
           funcionários da empresa, para que repassem a conhecidos para que se candidatem.
           Os funcionários passam a ser co-responsáveis pelo processo de recrutamento. As
           vantagens são os custos, rapidez e co-participação dos empregados, sem custos a
           empresas. É necessário detalhar, descrever as especificações do cargo, para evitar
           que o funcionário apresente um candidato sem as devidas qualificações. É necessário,
           deixar bem claro, que o candidato participará do processo de seleção. Essa forma de
           recrutamento integra a empresa e seus funcionários, de maneira que os funcionários
           se sentem prestigiados e também co-responsáveis ao recomendar amigos ou
           conhecidos.
           Intercâmbio com outras empresas: utilizado por empresas de uma mesma localidade,
           como ajuda mútua entre empresas. Ocorre através da troca de currículos e fichas de
           inscrição de cadastro de candidatos e surgindo uma vaga, a empresa solicita às
           demais os currículos ou fichas de inscrição para o recrutamento. O setor deve tomar
                                                                                            27
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                _______2º módulo




           cuidado para não enviar os dados de candidatos que pediram sigilo do seu pedido de
           emprego.
           Anúncios de imprensa jornais e revistas: o setor de recrutamento deve ficar atento para
           selecionar os anúncios de jornais e revistas que atingem o público alvo do
           recrutamento, senão vai gastar dinheiro sem o efetivo retorno. Os classificados de
           imprensa – jornais e revistas são meios de recrutamento mais utilizados pelas
           empresas para contatar candidatos ao preenchimento de vagas. Anúncios nesses
           meios custam caro, por essa razão, há necessidade de uma cuidadosa programação,
           desde sua concepção até a escolha do veículo adequado para divulgação.

       É necessário observar alguns aspectos, quanto aos anúncios:
          Escolha do jornal ou revista: está ligada ao tipo de cargo aberto e ao público que lê um
          determinado jornal ou revista. Deve-se procurar informações sobre as pessoas que
          lêem determinados jornais ou revistas, antes de publicar um anúncio. Uma forma de
          tomar conhecimento é a de procurar acompanhar os anúncios que são publicados nos
          jornais da sua região.
          Quanto ao tamanho: tamanho não se relaciona com eficiência. Portanto, um anúncio
          de grandes dimensões pode não atingir o objetivo. Assim, o tamanho ideal de um
          anúncio está relacionado principalmente com o tipo de cargo oferecido, urgência de
          contratação dos candidatos a atingir.
          Distribuição do texto: deve-se levar em conta os seguintes aspectos:

                         utilização de tipos gráficos, dando ao anúncio a simplicidade e ênfase
                         necessárias;
                         destaque para a titulação direta e correta dos cargos oferecidos;
                         localização adequada da empresa anunciante;
                         qualificação para o cargo apresentada de forma clara, direta e resumida;
                         referência correta à remuneração.

           Anúncio aberto, semi-aberto ou fechado: O anúncio funciona como uma espécie de
           cartão de apresentação da empresa, desde que bem elaborado. Depende do objetivo
           que a empresa quer atingir. Existem casos em que a empresa pode se identificar e em
           outros não, depende da confiabilidade ou não da vaga, sendo que existem três tipos de
           anúncio: aberto, semi-aberto e fechado.
           Anúncio aberto: identifica a empresa que está procurando os profissionais para
           ocuparem as vagas oferecidas. Traz segurança ao candidato.

                                     CAFÉ RONALDO LTDA

                                           CONTRATA
                                           Vendedores
Requisitos:
- Experiência comprovada 02 anos
- Conhecimento em atacado e varejo
- Habilidade comercial
- Possuir Condução própria
Oferece:
- Salário fixo
- Comissão
- Ajuda de custo
Interessados enviar curriculum para o e-mail: esse_email_nao_existe@caferonaldo.com.br

                                                                                          28
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                _______2º módulo




           Anúncio semi-aberto: não possui a identificação da empresa, porém são dadas
           informações superficiais, tais como o setor ou o ramo de atividade. Há uma pré-
           seleção ao exigir que os candidatos remetam seus currículos para o endereço do
           veículo divulgador do anúncio, ou empresa de consultorias que estão trabalhando no
           processo. Assim, o anunciante quer evitar que o funcionário se apresente diretamente
           na empresa, mas pelo menos há noção do tipo de segmento da empresa (construção
           civil, comércio, telecomunicações, etc.) ao candidato.

                             Distribuidora de produtos alimentícios
                             necessita para contratação imediata:
                                           AUXILIAR
                                         DE COZINHA
                       Com experiência em rotinas de produção de saladas
                                    Enviar CV para Regina:
                          E- mail: esse_email_nao_existe@terra.com.br

           Anúncio fechado: traz insegurança e desconfiança ao candidato e deve ser utilizado
           somente quando a empresa precisa manter segredo da vaga para seus funcionários ou
           para o seu público externo. Por exemplo, candidatos empregados podem desistir de se
           candidatar à vaga, por receio de não saber qual a empresa que está chamando.

                                     Técnica (o) em Nutrição
                Experiência em supervisão de no mínimo 6 meses. Conhecimento
        geral da área de boas práticas de fabricação, com perfil de liderança e dinamismo.
                      Remuneração compatível c/ mercado, mais benefícios.
                              Enviar curriculum vitae para o balcão
                              De anúncios deste jornal sob nº 1600
                                 Praça do Japão, 1252 – Centro
                                    Curitiba – 80.930 – 210-PR

Dia da semana: normalmente há um dia da semana próprio, no qual os candidatos estão
acostumados a ler, ou seja, no dia da semana que mais saem classificados, é mais concorrido,
mas tem mais chances de atingir o público-alvo.

Chamativo : ser apelativo com as qualidades da empresa:
     Líder no seu segmento de mercado
     Excelente ambiente de trabalho
     Ocupante do cargo irá reportar-se ao presidente da empresa
     Salário compatível com o mercado
     30 anos o melhor no segmento
     Plano de benefícios.

Título do cargo oferecido: o título do cargo oferecido deve ser evidenciado no anúncio, pois a
pessoas que procuram emprego nos classificados se interessam por primeiro pelo título.

Descrição resumida e precisa dos requisitos básicos da vaga e do cargo: descrever
resumidamente o perfil da vaga, descrever os conhecimentos e experiências necessárias e
desejáveis, que o candidato deve possuir para satisfazer as necessidades da função. Indicar,
também, se possível a posição do superior hierárquico, colegas subordinados e a perspectiva da
carreira.

                                                                                             29
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                                 _______2º módulo




Condições oferecidas: quando não há estratégia de marketing, as condições oferecidas quanto
ao clima da empresa, salário, benefícios e outras peculiaridades devem estar presentes.

Apresentação do candidato: ao final do texto do anúncio é necessário mencionar se o candidato
deve apresentar-se ou enviar currículo para o endereço citado ou na caixa postal. No caso de
anúncio fechado e semi-aberto, é tradicional a solicitação de envio de currículos para a caixa
postal da empresa ou da agência de publicidade que elaborou a montagem do classificado.

Eficácia do anúncio: a eficácia de um anúncio é caracterizada por atingir o seu objetivo final, o
qual é refletido nos candidatos aprovados. Assim, um anúncio pode ser tecnicamente bem
elaborado, mas não atingir sua finalidade de atrair bons candidatos para preencher as vagas
oferecidas.
       Um anúncio, via de regra, traz mais quantidade do que qualidade de candidatos
interessados. Por isso, um bom anúncio traz quantidade e relativa qualidade de candidatos.
       Deve-se escolher o veículo certo, porém se os resultados finais não forem compensadores,
cabe analisar cuidadosamente as causas do insucesso, reprogramando o anúncio com as devidas
correções.

Agências de Emprego

        São intermediárias entre a empresa e o mercado de trabalho que se dedicam a recrutar
candidatos em todos os níveis de mão-de-obra, desde a não-qualificada até o mais alto nível
profissional.
        Há três tipos de agência que atuam nos grandes centros urbanos, denominadas de
tradicional, consultorias para empresas e consultorias para empregados.
            Tradicionais: são as que mais recrutam pessoal operacional, administrativo e técnico
            de nível médio. Com qualidade média, cobram taxa por ocasião do aceite do candidato
            pela empresa entre 80% a 100% do salário inicial. É dada uma garantia do serviço
            executado e, no caso de não aceitação do candidato, após o período de experiência, a
            agência se compromete a oferecer candidatos substitutos. Também, possuem serviços
            de funcionários temporários.
            Consultorias para empresas: os chamados headhunters (caçadores de cabeça),
            prestam serviços de alto nível e atual, principalmente no recrutamento de executivos. O
            custo cobrado por essas empresas é em torno de 30% e 40% do salário anual do
            candidato admitido. É um custo alto, mas condizente com o trabalho oferecido, que em
            geral, é de bom nível, sendo uma excelente forma de recrutamento para executivos
            desde que a empresa possa arcar com os custos.
            Consultorias para candidatos: prestam serviço para pessoas que buscam novo
            emprego, preparam os currículos dos candidatos com ótima apresentação e
            vocabulário rico, onde fazem um trabalho de mala direta nas empresas. Quando a
            empresa quer conhecer o candidato, entra em contato com a empresa. Caso contrate,
            não haverá custo para a empresa, pois o honorário é pago pelo candidato à agência. È
            importante realizar uma análise detalhada nos currículos, já que eles apresentam
            excelente redação visando esconder os pontos negativos dos candidatos, bem assim,
            os mesmos são preparados previamente para a entrevista.

As vantagens de utilização de uma agência de empregos eficiente e idônea são:

       Todo o atendimento e a triagem dos candidatos são de responsabilidade da agência,
       evitando esse trabalho por parte da empresa.
       Rapidez, quando a agência já dispõe de um bom cadastro de candidatos em potencial.
       Há muitos candidatos que preferem deixar seu currículo com diversas agências do que nas
                                                                                           30
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                              _______2º módulo




       empresas.

Outras formas de recrutamento externo:

Anúncios em outras mídias: rádio, televisão, folhetos distribuídos em ruas são usados mais
raramente, uma vez que os resultados não justificam as despesas. Nestes casos, pode ser
observado critério semelhante para a redação do texto, ao dos anúncios em jornais e revistas.

Recrutamento em escolas: ótima opção, principalmente pelas empresas que pretendem treinar
jovens funcionários. As escolas podem ser utilizadas no recrutamento de candidatos para diversas
vagas na empresa: estagiários, administrativos, técnicos e média gerência.

Recrutamento Universitário: constitui um grande potencial para o preenchimento de cargos
técnicos e administrativos de nível superior. No entanto, o recém-formado pode se tornar uma
ameaça à estrutura vigente da empresa por causa de suas novas idéias adquiridas no meio
acadêmico.

Recrutamento de estagiário:

       Contato com Universidades e Escolas, Agremiações Estudantis, Diretórios
       Acadêmicos, Centros de Integração – Empresa-Escola: para divulgar as oportunidades
       oferecidas, muitas empresas desenvolvem programas de recrutamento com as instituições
       citadas.

       Casa Aberta: convida-se, por exemplo, estudantes do último ano a visitar as instalações
       da empresa, oferecendo almoço e ao final indaga se alguém gostaria de preencher uma
       ficha de solicitação de emprego.

       Internet: criação no site da empresa de um campo que possibilite às pessoas o cadastro
       em processos de recrutamento, do tipo “trabalhe conosco”, no qual recebe constantemente
       currículos. Também, anunciar no site as vagas disponíveis, aceitando somente os
       currículos relacionados com a área selecionada. A empresa deve configurar o seu site pela
       maneira que queira receber as informações dos candidatos.

       Feira de empregos: pela participação da empresa em feira de empregos patrocinada por
       determinada entidade, como uma escola ou associação de empresas. Pode, também, a
       empresa fazer sua feira de emprego, o ideal que seja feita em um único dia.

Recrutamento em Entidades Governamentais: o governo mantém o órgão chamado SINE, que
pode ser utilizado pelas empresas como fonte de recrutamento.

Contatos com Sindicatos e Associações de Classe: não apresenta o mesmo rendimento dos
sistemas anteriores, porém tem a vantagem de envolver outras organizações, sem elevar os
custos. (Sindicatos, Conselhos Regionais, etc.)

Recrutamento em Associações Científicas: raramente utilizado pelas empresas, como exemplo
citamos algumas associações:

       Conselho Regional do Nutricionista
       http://www.crn3.org.br
       Sindicato dos Técnicos em Nutrição
       http://www.sintenutri.com.br
                                                                                         31
Administração de Serviços de Alimentação – ASA                              _______2º módulo




Recrutamento em Congresso e Convenções: é uma fonte não muito utilizada pelas empresas,
utilizada no recrutamento de profissionais técnicos e consiste em enviar a congressos e
convenções representantes da empresa com a finalidade de contatar participantes ou expositores
e verificar a possibilidade de recrutá-los.

Conferências e Palestras em Universidades e Escolas: no sentido de promover a em presa e
criar uma atitude favorável, relatando o que é a organização, quais são seus objetivos, sua
estrutura e as oportunidades de trabalho que oferece, por meio de recursos audiovisuais (filmes,
slides, etc.).

Recrutamento em outras localidades: quando o mercado de recursos humanos está bastante
explorado na localidade, a empresa pode fazer o recrutamento em outras localidades, através de
viagens, instalando-se em hotéis, onde faz promoções locais por rádio e imprensa. Os candidatos
devem transferir-se para a cidade sede da empresa, com benefícios e garantias, depois de um
período de experiência.

Recrutamento misto

       Na prática, as empresas nunca fazem apenas recrutamento externo. Ambos se
complementam e se completam. Ao fazer um recrutamento interno, o indivíduo deslocado para a
posição vaga precisa ser substituído em sua posição atual. Se for substituído por outro
empregado, o deslocamento produz uma vaga que precisa ser preenchida.
       Em face das vantagens e de desvantagens dos recrutamentos interno e externo, uma
solução eclética tem sido preferida pela maioria das empresas: o recrutamento misto, ou seja,
aquele que aborde tanto fontes internas como fontes externas de recursos humanos.
       O recrutamento misto pode ser adotado em três alternativas de sistemas:

   1. Inicialmente, recrutamento externo seguido de recrutamento interno, caso aquele não
      apresente resultados desejáveis. A empresa está mais interessada na entrada de recursos
      humanos do que em sua transformação, ou seja, a empresa necessita de pessoal
      qualificado, a curto prazo, e precisa importá-lo do ambiente externo. Não encontrando
      candidatos externos à altura, lança mão de seu próprio pessoal, não considerando de
      inicio, os critérios acerca das qualificações necessárias.
   2. Inicialmente recrutamento interno, seguido de recrutamento externo, caso não apresente
      resultados desejáveis. A empresa dá prioridade a seus empregados na disputa das
      oportunidades existentes. Não havendo candidatos à altura, parte para o recrutamento
      externo.
   3. Recrutamento externo e recrutamento interno, concomitantemente. É o caso em que a
      empresa está mais preocupada com o preenchimento da vaga existente, seja através de
      input ou através da transformação de recursos humanos; geralmente, uma boa política de
      pessoal dá preferência aos candidatos internos sobre os externos, em caso de igualdade
      de condições entre eles. Com isto, a empresa assegura-se de que não está
      desqualificando seus recursos humanos, ao mesmo tempo em que cria condições de sadia
      competição profissional.

       e) Seleção de pessoal

       A seleção de recursos humanos pode ser definida como a escolha do homem certo para o
cargo certo, ou, mais amplamente, ente os candidatos recrutados, aqueles mais adequados aos
cargos existentes na empresa, visando manter ou aumentar a eficiência e o desempenho do
pessoal (CHIAVENATO).

                                                                                         32
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan
Gestores de uan

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Alimentacao coletiva.p65
Alimentacao coletiva.p65Alimentacao coletiva.p65
Alimentacao coletiva.p65Elineides Silva
 
Unidade de alimentação e nutrição UAN
Unidade de alimentação e nutrição UAN Unidade de alimentação e nutrição UAN
Unidade de alimentação e nutrição UAN MaluMoraes12
 
Análise de Alimentos 1.pptx
Análise de Alimentos 1.pptxAnálise de Alimentos 1.pptx
Análise de Alimentos 1.pptxJaquelineRumo
 
Gestão em UAN hospitalar
Gestão em UAN hospitalarGestão em UAN hospitalar
Gestão em UAN hospitalarLaís Almeida
 
Artigo Estágio de UAN
Artigo Estágio de UAN  Artigo Estágio de UAN
Artigo Estágio de UAN cristiane1981
 
Saúde e Nutrição - Fibras Alimentares
Saúde e Nutrição - Fibras AlimentaresSaúde e Nutrição - Fibras Alimentares
Saúde e Nutrição - Fibras AlimentaresMayara Mônica
 
Técnica e dietética: carnes, cereais, açúcares, gorduras e bebidas
Técnica e dietética: carnes, cereais, açúcares, gorduras e bebidasTécnica e dietética: carnes, cereais, açúcares, gorduras e bebidas
Técnica e dietética: carnes, cereais, açúcares, gorduras e bebidasKetlenBatista
 
Aula de Preparação de Cardápios.
Aula de Preparação de  Cardápios.Aula de Preparação de  Cardápios.
Aula de Preparação de Cardápios.Roberta Braga
 
Doenças transmitidas por alimentos
Doenças transmitidas por alimentosDoenças transmitidas por alimentos
Doenças transmitidas por alimentosKetlenBatista
 
Aula De NutriçãO IntroduçãO
Aula De NutriçãO IntroduçãOAula De NutriçãO IntroduçãO
Aula De NutriçãO IntroduçãOthemis dovera
 
Apostila avaliação nutricional
Apostila avaliação nutricionalApostila avaliação nutricional
Apostila avaliação nutricionalJairina Chaves
 
Técnica e dietética: pesagem e medição per capita porção fator de correção e ...
Técnica e dietética: pesagem e medição per capita porção fator de correção e ...Técnica e dietética: pesagem e medição per capita porção fator de correção e ...
Técnica e dietética: pesagem e medição per capita porção fator de correção e ...KetlenBatista
 
Slide Aula 1 - Noções Básicas de Nutrição e Dietética.pdf
Slide Aula 1 - Noções Básicas de Nutrição e Dietética.pdfSlide Aula 1 - Noções Básicas de Nutrição e Dietética.pdf
Slide Aula 1 - Noções Básicas de Nutrição e Dietética.pdfpastoraAna
 
dietas hospitalares.ppt
dietas hospitalares.pptdietas hospitalares.ppt
dietas hospitalares.pptHeder13
 

Was ist angesagt? (20)

Alimentacao coletiva.p65
Alimentacao coletiva.p65Alimentacao coletiva.p65
Alimentacao coletiva.p65
 
Unidade de alimentação e nutrição UAN
Unidade de alimentação e nutrição UAN Unidade de alimentação e nutrição UAN
Unidade de alimentação e nutrição UAN
 
Análise de Alimentos 1.pptx
Análise de Alimentos 1.pptxAnálise de Alimentos 1.pptx
Análise de Alimentos 1.pptx
 
Gestão em UAN hospitalar
Gestão em UAN hospitalarGestão em UAN hospitalar
Gestão em UAN hospitalar
 
Artigo Estágio de UAN
Artigo Estágio de UAN  Artigo Estágio de UAN
Artigo Estágio de UAN
 
Saúde e Nutrição - Fibras Alimentares
Saúde e Nutrição - Fibras AlimentaresSaúde e Nutrição - Fibras Alimentares
Saúde e Nutrição - Fibras Alimentares
 
Nutricão
NutricãoNutricão
Nutricão
 
Técnica e dietética: carnes, cereais, açúcares, gorduras e bebidas
Técnica e dietética: carnes, cereais, açúcares, gorduras e bebidasTécnica e dietética: carnes, cereais, açúcares, gorduras e bebidas
Técnica e dietética: carnes, cereais, açúcares, gorduras e bebidas
 
Aula de Preparação de Cardápios.
Aula de Preparação de  Cardápios.Aula de Preparação de  Cardápios.
Aula de Preparação de Cardápios.
 
Doenças transmitidas por alimentos
Doenças transmitidas por alimentosDoenças transmitidas por alimentos
Doenças transmitidas por alimentos
 
Regulamentação de Alimentos
Regulamentação de AlimentosRegulamentação de Alimentos
Regulamentação de Alimentos
 
Aula De NutriçãO IntroduçãO
Aula De NutriçãO IntroduçãOAula De NutriçãO IntroduçãO
Aula De NutriçãO IntroduçãO
 
Apostila avaliação nutricional
Apostila avaliação nutricionalApostila avaliação nutricional
Apostila avaliação nutricional
 
Técnica e dietética: pesagem e medição per capita porção fator de correção e ...
Técnica e dietética: pesagem e medição per capita porção fator de correção e ...Técnica e dietética: pesagem e medição per capita porção fator de correção e ...
Técnica e dietética: pesagem e medição per capita porção fator de correção e ...
 
Apresentação TNE
Apresentação TNEApresentação TNE
Apresentação TNE
 
Slide Aula 1 - Noções Básicas de Nutrição e Dietética.pdf
Slide Aula 1 - Noções Básicas de Nutrição e Dietética.pdfSlide Aula 1 - Noções Básicas de Nutrição e Dietética.pdf
Slide Aula 1 - Noções Básicas de Nutrição e Dietética.pdf
 
Aditivos
AditivosAditivos
Aditivos
 
dietas hospitalares.ppt
dietas hospitalares.pptdietas hospitalares.ppt
dietas hospitalares.ppt
 
Nutriçao
NutriçaoNutriçao
Nutriçao
 
Dietoterapia doenças gastro intestinais
Dietoterapia doenças gastro intestinaisDietoterapia doenças gastro intestinais
Dietoterapia doenças gastro intestinais
 

Ähnlich wie Gestores de uan

Plano de curso tec nutrição e dietética 2013 etec Ubatuba
Plano de curso tec nutrição e dietética  2013 etec Ubatuba Plano de curso tec nutrição e dietética  2013 etec Ubatuba
Plano de curso tec nutrição e dietética 2013 etec Ubatuba Delano Moreira de Rezende
 
Plano de curso tec nutrição e dietética 2013 etec Ubatuba
Plano de curso tec nutrição e dietética  2013 etec Ubatuba Plano de curso tec nutrição e dietética  2013 etec Ubatuba
Plano de curso tec nutrição e dietética 2013 etec Ubatuba Delano Moreira de Rezende
 
146 resolução cfn 200-98 (1)
146 resolução cfn  200-98 (1)146 resolução cfn  200-98 (1)
146 resolução cfn 200-98 (1)Nelsilene Silva
 
Atuação do nutricionista em unidades de alimentação e nutrição
Atuação do nutricionista em unidades de alimentação e nutriçãoAtuação do nutricionista em unidades de alimentação e nutrição
Atuação do nutricionista em unidades de alimentação e nutriçãoHelen Magalhães Messias
 
Resolução 312 atribuições do tnd
Resolução 312   atribuições do tndResolução 312   atribuições do tnd
Resolução 312 atribuições do tndSamuel Wendell
 
173 nutricao e_dietetica
173 nutricao e_dietetica173 nutricao e_dietetica
173 nutricao e_dieteticaEduardo Martins
 
Relatório_Estágio 1.doc
Relatório_Estágio 1.docRelatório_Estágio 1.doc
Relatório_Estágio 1.docIzaLopes9
 

Ähnlich wie Gestores de uan (20)

Plano de curso tec nutrição e dietética 2013 etec Ubatuba
Plano de curso tec nutrição e dietética  2013 etec Ubatuba Plano de curso tec nutrição e dietética  2013 etec Ubatuba
Plano de curso tec nutrição e dietética 2013 etec Ubatuba
 
Plano de curso tec nutrição e dietética 2013 etec Ubatuba
Plano de curso tec nutrição e dietética  2013 etec Ubatuba Plano de curso tec nutrição e dietética  2013 etec Ubatuba
Plano de curso tec nutrição e dietética 2013 etec Ubatuba
 
146 resolução cfn 200-98 (1)
146 resolução cfn  200-98 (1)146 resolução cfn  200-98 (1)
146 resolução cfn 200-98 (1)
 
Atribuições do técnico
Atribuições do técnicoAtribuições do técnico
Atribuições do técnico
 
Atuação do nutricionista em unidades de alimentação e nutrição
Atuação do nutricionista em unidades de alimentação e nutriçãoAtuação do nutricionista em unidades de alimentação e nutrição
Atuação do nutricionista em unidades de alimentação e nutrição
 
Resolução 312 atribuições do tnd
Resolução 312   atribuições do tndResolução 312   atribuições do tnd
Resolução 312 atribuições do tnd
 
173 nutricao e_dietetica
173 nutricao e_dietetica173 nutricao e_dietetica
173 nutricao e_dietetica
 
Relatório_Estágio 1.doc
Relatório_Estágio 1.docRelatório_Estágio 1.doc
Relatório_Estágio 1.doc
 
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdfMANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
 
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdfMANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
 
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdfMANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
 
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdfMANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
 
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdfMANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
 
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdfMANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
 
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdfMANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
 
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdfMANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
 
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdfMANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
 
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdfMANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
 
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdfMANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
 
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdfMANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.pdf
 

Mehr von Ricardo Jorge Araújo Sousa Peres

Constituição do estado do piauí só o início e a educação
Constituição do estado do piauí só o início e a educaçãoConstituição do estado do piauí só o início e a educação
Constituição do estado do piauí só o início e a educaçãoRicardo Jorge Araújo Sousa Peres
 

Mehr von Ricardo Jorge Araújo Sousa Peres (20)

Dossier tematico escolas_cm_palmela
Dossier tematico escolas_cm_palmelaDossier tematico escolas_cm_palmela
Dossier tematico escolas_cm_palmela
 
Slides gestão escolar
Slides gestão escolarSlides gestão escolar
Slides gestão escolar
 
Vivomaissaudavel com.br
Vivomaissaudavel com.brVivomaissaudavel com.br
Vivomaissaudavel com.br
 
Elpais com
Elpais comElpais com
Elpais com
 
Dissertação (12)
Dissertação (12)Dissertação (12)
Dissertação (12)
 
Pergaminho folder - ana mar..
Pergaminho   folder - ana mar..Pergaminho   folder - ana mar..
Pergaminho folder - ana mar..
 
Benefícios e custos américa do sol
Benefícios e custos   américa do solBenefícios e custos   américa do sol
Benefícios e custos américa do sol
 
Alunos e allunas de eja
Alunos e allunas de ejaAlunos e allunas de eja
Alunos e allunas de eja
 
Prefeitura de varjota
Prefeitura de varjotaPrefeitura de varjota
Prefeitura de varjota
 
Processo cautelar
Processo cautelarProcesso cautelar
Processo cautelar
 
txtos otimos showw de bola
txtos otimos showw de bolatxtos otimos showw de bola
txtos otimos showw de bola
 
Tata
TataTata
Tata
 
Cronograma dos alunos de estágio supervisionado
Cronograma  dos alunos de estágio supervisionadoCronograma  dos alunos de estágio supervisionado
Cronograma dos alunos de estágio supervisionado
 
Certificado monitoria juceneyde_de_paula_sousa_lustosa
Certificado monitoria juceneyde_de_paula_sousa_lustosaCertificado monitoria juceneyde_de_paula_sousa_lustosa
Certificado monitoria juceneyde_de_paula_sousa_lustosa
 
Caracterização da pesquisa tálita
Caracterização da pesquisa  tálitaCaracterização da pesquisa  tálita
Caracterização da pesquisa tálita
 
Capa espacialidade
Capa espacialidadeCapa espacialidade
Capa espacialidade
 
TRAB 1
TRAB 1TRAB 1
TRAB 1
 
Constituição do estado do piauí só o início e a educação
Constituição do estado do piauí só o início e a educaçãoConstituição do estado do piauí só o início e a educação
Constituição do estado do piauí só o início e a educação
 
Matrícula
MatrículaMatrícula
Matrícula
 
Avaliação da aprendizagem
Avaliação da aprendizagemAvaliação da aprendizagem
Avaliação da aprendizagem
 

Gestores de uan

  • 1. Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO ETEc. “Júlio de Mesquita” Curso Técnico em Nutrição e Dietética Administração de Serviços de Alimentação - ASA Apostila elaborada por: Profa. Nivia Cristiane de Macedo Profa. Viviane Corrêa do Nascimento Santo André 2009
  • 2. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo Aluno:_________________________________________________________________________ Aula ministrada por: ______________________________________________________________ Bases tecnológicas 1. Evolução dos sistemas de administração: do Taylorismo aos sistemas administrativos para Qualidade Total 2. Características especificas de cada tipo de serviço de alimentação: autogestão, terceirização, refeição transportada, indústria, restaurante comercial, hotel, hospital, lactário, casa de repouso, alimentação escolar, cesta básica, e catering. 3. Organização de serviços de alimentação e nutrição em empresas e instituições: Programa de Alimentação do Trabalhador. 4. Características dos cardápios para cada tipo de serviço e clientela específica. 5. Gestão de recursos humanos em serviços de alimentação e nutrição: Administração de pessoal / dimensionamento Indicadores de pessoal fixo, indicadores de períodos de descanso (folga e férias) Escala de serviços Rotina e roteiros Funções da equipe de trabalho Treinamento 6. Gestão em lactários e banco de leite humano: Caracterização Legislação específica Área e pessoal Procedimentos e critérios recomendados 7. Gestão em creches e escolas: Caracterização Legislação específica Área e pessoal Programa Nacional de Alimentação Escolar Atuação do técnico em Nutrição na Alimentação Escolar 8. O setor de suprimentos dentro dos diversos serviços de alimentação e nutrição: importância estratégica e operacional 9. Logística dos serviços de suprimentos 10. Compras: conceito, seleção de fornecedores e planejamento. Técnicas de negociação para a aquisição de gêneros 11. Gestão de materiais: conceito, classificação, tipos e técnicas de estocagem e dimensionamento 12. Gestão financeira de suprimentos: previsão, controle e planejamento orçamentário. 13. Softwares para controle de estoque em UAN 14. Sistemas de Qualidade Total para Serviço de Alimentação: Pirâmide da qualidade: 5S, Família ISO Outros sistemas específicos para área hospitalar: Hospital Amigo e Acreditação) 15. Empreendedorismo: conceitos, vantagens, como desenvolver o projeto de uma empresa, perfil do empreendedor de sucesso, dificuldades de implantar uma empresa, criando e traçando metas. 16. Marketing pessoal: definição, ferramentas para o marketing pessoal, o primeiro contato, como “encantar” o cliente, como se apresentar, marketing e o mercado de trabalho. 2
  • 3. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo Resolução do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) 312/03 Altera a Resolução CFN n° 227, de 1999, que trata do registro e fiscalização profissional de Técnicos e dá outras providências. O Conselho Federal de Nutricionistas, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei n° 6.583, de 20 de outubro de 1978, pelo Decreto n° 84.444, de 30 de janeiro de 1980, no Estatuto e no Regimento Interno, e tendo em vista o que foi deliberado na 148ª Reunião Plenária, Ordinária, realizada no período de 24 a 25 de julho de 2003; R E S O L V E: Art. 1°. Os dispositivos a seguir indicados, da Resolução CFN n° 227, de 24 de outubro de 1999, passam a vigorar com a seguinte redação: "ART. 1º - O exercício da profissão de Técnico em Nutrição e Dietética, profissional da área de Saúde, será permitido exclusivamente aos inscritos nos Conselhos Regionais de Nutricionistas, cabendo a estes órgãos exercerem a orientação, disciplina e fiscalização do exercício profissional. ART. 2º - São Técnicos em Nutrição e Dietética os egressos dos cursos técnicos que atendam às disposições da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e que estejam adequados aos Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Profissional de Nível Técnico, Área Profissional (...) ART. 4º. Os Técnicos em Nutrição e Dietética, respeitados os limites compreendidos pelas disciplinas da respectiva formação escolar, poderão, nas áreas de atuação compreendidas nos incisos deste artigo, exercer as atribuições que lhes seguem: I) Atividades em Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) que prestem atendimento a populações sadias, tais como restaurantes industriais e comerciais, hotéis, cozinhas experimentais, creches, escolas e supermercados: a) acompanhar e orientar as atividades de controle de qualidade em todo processo, desde recebimento até distribuição, de acordo com o estabelecido no manual de boas práticas elaborado pelo nutricionista responsável técnico, atendendo às normas de segurança alimentar; b) acompanhar e orientar os procedimentos culinários de pré-preparo e preparo de refeições e alimentos, obedecendo às normas sanitárias vigentes; c) conhecer e avaliar as características sensoriais dos alimentos preparados de acordo com o padrão de identidade e qualidade estabelecido; d) acompanhar e coordenar a execução das atividades de porcionamento, transporte e distribuição de refeições, observando o per capita e a aceitação do cardápio pelos comensais; e) supervisionar as atividades de higienização de alimentos, ambientes, equipamentos e utensílios visando à segurança alimentar e difundindo as técnicas sanitárias vigentes; f) orientar funcionários para o uso correto de uniformes e de Equipamento de Proteção Individual (EPI) correspondentes à atividade, quando necessário; g) participar de programas de educação alimentar para a clientela atendida, conforme planejamento previamente estabelecido pelo nutricionista; h) realizar pesagem, mensuração e outras técnicas definidas pelo nutricionista, para concretização da avaliação nutricional e de consumo alimentar; i) colaborar com as autoridades de fiscalização profissional e/ou sanitária; j) participar de pesquisas e estudos relacionados à sua área de atuação; k) coletar dados estatísticos relacionados aos atendimentos e trabalhos desenvolvidos na Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN); l) colaborar no treinamento de pessoal operacional; m) observar a aplicação das normas de segurança ocupacional; n) auxiliar no controle periódico dos trabalhos executados; o) zelar pelo funcionamento otimizado dos equipamentos de acordo com as instruções contidas nos seus manuais; 3
  • 4. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo p) controlar programas de manutenção periódica de funcionamento e conservação dos equipamentos; q) participar do controle de saúde dos colaboradores da Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN), identificando doenças relacionadas ao ambiente de trabalho e aplicando ações preventivas; r) desenvolver juntamente com o nutricionista campanhas educativas para o cliente; s) elaborar relatórios das atividades desenvolvidas. II) Atividades em Unidade de Nutrição e Dietética (UND) de empresas e instituições que prestem assistência à saúde de populações portadoras de patologias, tais como hospitais, clínicas, asilos e similares: a) coletar dados estatísticos ou informações por meio da aplicação de entrevistas, questionários e preenchimento de formulários conforme protocolo definido pelo nutricionista responsável técnico; b) realizar nos pacientes a pesagem e aplicar outras técnicas de mensuração de dados corporais definidas pela concretização da avaliação nutricional; c) supervisionar as atividades de higienização de alimentos, ambientes, equipamentos e utensílios visando à segurança alimentar e difundindo as técnicas sanitárias vigentes; d) participar de programas de educação alimentar para a clientela atendida, conforme planejamento estabelecido pelo nutricionista; e) colaborar com as autoridades de fiscalização profissional e/ou sanitária; f) participar de pesquisas e estudos relacionados à sua área de atuação; g) acompanhar e orientar as atividades da Unidade de Nutrição e Dietética (UND), de acordo com as sua atribuições; h) auxiliar o nutricionista no controle periódico dos trabalhos executados na Unidade de Nutrição e Dietética (UND); i) observar, aplicar e orientar os métodos de esterilização e desinfecção de alimentos, utensílios, ambientes e equipamentos, previamente estabelecidos pelo nutricionista; j) relacionar os vários tipos de dietas de rotina com a prescrição dietética indicada pelo nutricionista; k) observar as características organolépticas dos alimentos preparados, bem como as transformações sofridas nos processos de cocção e de conservação, identificando e corrigindo eventuais não conformidades; 4
  • 5. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo Evolução dos sistemas de administração: do Taylorismo aos sistemas administrativos para Qualidade Total 1.1. Movimentos de administração A abordagem clássica da administração pode ser desdobrada em duas orientações bastante diferentes e, até certo ponto, opostas entre si, mas que se completam com relativa coerência: Figura 1. Abordagem clássica da administração Administração Ênfase nas Taylor tarefas científica Abordagem clássica da administração Ênfase na Teoria clássica Fayol estrutura 1.2. Teoria clássica da Administração Os pioneiros da moderna administração foram Frederick Winslon Taylor, engenheiro americano, e Henry Fayol, engenheiro francês. Taylor (1982) iniciou a aplicação do estudo que vincula o automatismo do trabalho, aumentando a velocidade da produção, ou seja: Descrição objetiva e clara do trabalho a ser realizado, prevendo o rendimento máximo do funcionário. Treinamento do trabalhador para executar o trabalho dentro dos padrões estabelecido. Distinção nítida das fases de preparo e execução do trabalho. Determinação das responsabilidades do gerente (planejar, dirigir e coordenar, cabendo a execução aos supervisores e operários). Fayol (1970) dedicou-se ao estudo da administração afirmando que em qualquer empresa encontraremos seis grupos de funções, que são: Função administrativa: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Função técnica: produção de bens ou serviços. Função comercial: compra e venda. Função contábil: inventário, balanço, custos e estatísticos. Função financeira: procura e gerência de capitais. Função de segurança: proteger bens e pessoas. Ao transportarmos as seis atividades descritas por Fayol para o Serviço de Alimentação e Nutrição, teremos: Atividade administrativa: planejar, organizar, comandar, cooperar e controlar. Atividade técnica: prestar assistência em nutrição para clientes e funcionários. 5
  • 6. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo Atividade comercial: previsão, requisição, seleção, compra, conferencia, recebimento e distribuição. Atividade contábil: levantamentos, mapas, relatórios e determinação de custos operacionais. Atividade financeira: controle do material de consumo, racionalização do trabalho e aumento da produtividade. Atividade de segurança: segurança dos clientes, funcionários, visitantes e outros, segurança do pessoal da UAN e segurança dos equipamentos, utensílios e materiais. 1.3. Conceitos Básicos de Administração Geral Em qualquer área de atividade, inclusive nas UAN, as funções administrativas realizadas são: 1. Planejamento: determinação dos objetivos gerais da empresa e dos objetivos específicos. 2. Organização: agrupar as atividades necessárias para realizar objetivos e planos e distribuir estas atividades a departamentos apropriados. Visa também estabelecer uma composição harmônica dos O que fazer? recursos materiais e humanos. Quem deve fazer? 3. Direção: conseguir que os subordinados executem o que foi Como fazer? planejado. O chefe imediato deve comunicar aos subordinados os planos Onde fazer? estabelecidos e motivá-los à ação. Quando fazer? 4. Controle: comparar os resultados obtidos com os previstos, avaliando a eficiência. 1. Características específicas de cada tipo de serviço de alimentação: autogestão, terceirização, refeição transportada, indústria, restaurante comercial, hotel, hospital, lactário, casa de repouso, alimentação escolar, cesta básica, e catering. 2.1. Tendências evolutivas do setor O setor de alimentação coletiva no Brasil, principalmente sob a ótica da alimentação no trabalho, apresenta aspectos de importância econômica e social (PROENÇA, 2000). Com relação ao número de refeições fora de casa (Tabela 1), observa-se que o Brasil apresenta índices superiores a alguns paises europeus, como por exemplo, a Espanha. Tabela 1. Relação entre número total de refeições e número de refeições feitas fora de casa em paises da Europa, Estados Unidos e Brasil, 1996. Refeições fora de casa País Durante a semana Final de semana EUA 70% 70% França 46% 50% Alemanha 45% 37% Espanha 20% 36% Brasil 34% 37% Fonte: Adaptado de IPSOS/SIAL/SOPEXA (1996) Com relação ao volume de refeições do setor, dispõem-se dos dados da Associação 6
  • 7. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo Brasileira de Refeições Coletivas (ABERC) compilados a partir das informações dos associados e dos números oficiais do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), englobando o subsetor alimentação para o trabalho (Tabela 2). Tabela 2. Evolução do mercado de alimentação coletiva no Brasil, em milhões de refeições/dia, no subsetor alimentação no trabalho, no período de 1990 a 1994. Ano 1990 1991 1992 1993 1994 Concessionárias de alimentação 1,6 1,6 1,6 1,8 2,1 Auto-gestão 2,1 2,0 1,9 1,7 1,5 Tíquetes-restaurantes 2,8 3,4 4,0 4,5 4,7 TOTAL 6,5 7,0 7,5 8,0 8,3 Fonte: ABERC, 1995. Para Abreu et al (2003), o mercado da alimentação é dividido em alimentação comercial e alimentação coletiva, sendo que os estabelecimentos que trabalham com produção e distribuição de alimentos para coletividades, atualmente recebem o nome de UAN. As UAN podem ser gerenciadas de diversas formas. Os itens a seguir citam algumas formas. 2.1. Autogestão É quando a própria empresa possui e gerencia a UAN, produzindo refeições que serve a seus funcionários (ABREU et al, 2003). 2.2 Concessão ou terceirizada É quando a empresa cede seu espaço de produção e distribuição para um particular ou para uma empresa especializada em administração de restaurantes, livrando-se dos encargos da gestão da UAN (ABREU et al, 2003). 2.3. Refeição transportada A UAN está estabelecida em uma empresa especializada na produção de refeições, transportando e distribuindo para um local conveniado que não dispõe de cozinha, somente de refeitório (ABREU et al, 2003). 2.4. Restaurante institucional São estabelecimentos instalados em empresas, com clientela exclusiva, tendo como objetivo fornecer refeições nutricionalmente adequadas aos usuários (OLIVEIRA, 2007). 2.5. Restaurante comercial Restaurante comercial é o “estabelecimento comercial onde se preparam e servem refeições” ou “lugar onde se servem refeições avulsas a certo número de pessoas” (AURÉLIO, 2000). 7
  • 8. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo 2.5.1. Tipos de restaurantes comerciais Os tipos de restaurantes são caracterizados pelos cardápios, serviços ou produtos apresentados com diversas conceituações (OLIVEIRA, 2007): a) Restaurantes tradicionais: apresentam cardápios extensos, variados, com boa aceitação. Montagem, decoração, louças e enxoval são de boa qualidade, mas sem luxo. b) Restaurantes internacionais: atendem a demanda de locais de hospedagem, que por sua variedade exige uma oferta vasta, de preparações conhecidas, simples ou sofisticadas. O cliente terá suas expectativas satisfeitas, quaisquer que sejam sua cultura e/ou hábitos. c) Restaurantes gastronômicas: o cardápio é inventivo, seleto e, geralmente, assinado por um “chef de cuisine” de renome e grande prática. d) Restaurantes de especialidades: a característica principal desses estabelecimentos é a especialização, seja em produtos, preparações, métodos de cocção, cor local e até religião. Alguns tipos de especializações são mais comuns: grill, choperia, fusion-food, típicos etc. O grill é assim chamado devido à utilização de grelhas para assar carnes, peixes, queijos e frutas. A choperia é originária da Alemanha e da região Báltica, adaptou-se aos nossos costumes e foi rebatizada de choperia. A fusion-food é caracterizada pela mistura de culinárias ou estilos, não sendo considerados como típicos. Os restaurantes típicos servem comidas representativas de um país, região, tipo de culinária ou de cocção (restaurante francês, baiano, mineiro, japonês). c) Fast-food: caracteriza-se pela produção mecanizada de um determinado numero de itens típicos ao fornecedor, sempre com padrão homogêneo de aparência, sabor e peso. 2.6. Hotel Refere-se a um estabelecimento comercial destinado ao serviço de hospedagem, isto é, proporcionar acomodações às pessoas, viajantes ou não. A alimentação hoteleira deve ter oferta variada, pois é um setor problemático, cujo maior ônus é o desperdício (OLIVEIRA, 2007). 2.7. Hospital O hospital é uma organização como outra qualquer, porém, especializada na prevenção, recuperação e manutenção da saúde da coletividade (MEZOMO, 1994). Sob este aspecto o hospital, entendido como um sistema, possui o serviço de nutrição que é um dos seus subsistemas, encarregado da produção de refeições para a comunidade sadia (funcionários, visitantes e acompanhantes) e para a comunidade enferma, que poderá receber uma dieta com composição específica e adequada para atender às necessidades nutricionais, individuais do paciente (dieta individualizada) (MEZOMO, 1994). 2.8. Lactário É o setor da UAN destinado à preparação, distribuição de fórmulas lácteas e higienização das mamadeiras, devendo trabalhar com rigorosas técnicas e perfeita assepsia. É obrigatório em 8
  • 9. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo hospitais pediátricos ou que mantenham leitos para crianças e recém-nascidos (OLIVEIRA, 2007). 2.9. Casa de repouso Casa de repouso é um estabelecimento que oferece aos idosos todos o apoio que necessitam de forma a manterem uma vida ativa agradável e confortável, livre de preocupações. 2.10. Alimentação escolar A alimentação escolar é responsável por suprir as necessidades nutricionais de alunos das escolas de educação infantil (creche e pré-escola), ensino fundamental (1ª a 8ª séries) e ensino médio da rede pública e privada durante o ano letivo. 2.11. Cesta básica Alimentos distribuídos por uma concessionária, mensal ou semanalmente, com valor alimentício calculado para um período, bem como o custo (OLIVEIRA, 2007). 2.12. Catering Também conhecido como alimentação de bordo. A alimentação de uso naval é, na maioria das vezes, preparada na própria embarcação. A cozinha de bordo na aviação usa o sistema de catering, preparações realizadas em cozinhas industriais, especialmente equipadas e com equipes treinadas, transportadas para os aviões e acondicionadas para até o consumo (OLIVEIRA, 2007). 2.13. Consumidor Consumidor cativo Consumidor relativamente cativo 2. Organização de serviços de alimentação e nutrição em empresas e instituições: Programa de Alimentação do Trabalhador. 3.1. Histórico O Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT foi instituído pela Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976 e regulamentado pelo Decreto nº 5, de 14 de janeiro de 1991, que priorizam o atendimento aos trabalhadores de baixa renda, isto é, aqueles que ganham até cinco salários mínimos mensais. Este Programa, estruturado na parceria entre Governo, empresa e trabalhador, tem como unidade gestora a Secretaria de Inspeção do Trabalho / Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho. 9
  • 10. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo 3.2. Objetivo O PAT tem por objetivo melhorar as condições nutricionais dos trabalhadores, com repercussões positivas para a qualidade de vida, a redução de acidentes de trabalho e o aumento da produtividade. 3.3. Benefícios Para o trabalhador: - melhoria de suas condições nutricionais e de qualidade de vida; - aumento de sua capacidade física; - aumento de resistência à fadiga; - aumento de resistência a doenças; - redução de riscos de acidentes de trabalho. Para as empresas: - aumento de produtividade; - maior integração entre trabalhador e empresa; - redução do absenteísmo (atrasos e faltas); - redução da rotatividade; - isenção de encargos sociais sobre o valor da alimentação fornecida; - incentivo fiscal (dedução de até quatro por cento no imposto de renda devido). Para o governo: - redução de despesas e investimentos na área da saúde; - crescimento da atividade econômica; - bem-estar social. 3.4. Modalidades de Serviços de Alimentação A empresa poderá optar pelas seguintes modalidades de serviços: Auto-gestão Terceirização: esta modalidade dispõe das seguintes opções: - Refeição transportada; - Administração de cozinha e refeitório; - Refeição convênio; - Alimentação convênio; - Cesta de alimentos. 3.5. Participação do Trabalhador no Custo De acordo com o Decreto nº 349, de 21 de novembro de 1991, art. 2°, a empresa beneficiária pode cobrar do trabalhador até vinte por cento do custo direto da refeição. 3.6. Exigências Nutricionais – Portaria Interministerial nº 66, de 25 de agosto de 2006 10
  • 11. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo Os parâmetros nutricionais para a alimentação do trabalhador estabelecidos nesta Portaria deverão ser calculados com base nos seguintes valores diários de referência para macro e micronutrientes (Quadro 1): Quadro 1. Parâmetros nutricionais para a alimentação do trabalhador Nutrientes Valores diários Valor Energético Total 2000 calorias CARBOIDRATO 55 -75% PROTEÍNA 10-15% GORDURA TOTAL 15-30% GORDURA SATURADA < 10% FIBRA > 25 g SÓDIO ≤2400mg I - as refeições principais (almoço, jantar e ceia) deverão conter de seiscentas a oitocentas calorias, admitindo-se um acréscimo de 20% (quatrocentas calorias) em relação ao Valor Energético Total –VET de duas mil calorias por dia e deverão corresponder a faixa de 30- 40% (trinta a quarenta por cento) do VET diário; II - as refeições menores (desjejum e lanche) deverão conter de trezentas a quatrocentas calorias, admitindo-se um acréscimo de vinte por cento (quatrocentas calorias) em relação ao Valor Energético Total de duas mil calorias por dia e deverão corresponder a faixa de 15 - 20 % (quinze a vinte por cento) do VET diário; III - as refeições principais e menores deverão seguir a seguinte distribuição de macronutrientes, fibra e sódio: Refeições CHO Proteínas Gorduras Gorduras fibras sódio (%) (%) (%) totais saturadas (g) (mg) (%) (%) Desjejum / 60 15 25 <10 4-5 360-480 lanche Almoço / 60 15 25 <10 7-10 720-960 jantar / ceia IV - o percentual protéico-calórico (NdPCal) das refeições deverá ser de no mínimo 6% (seis por cento) e no máximo 10 % (dez por cento). § 4º Os estabelecimentos vinculados ao PAT deverão promover educação nutricional, inclusive mediante a disponibilização, em local visível ao público, de sugestão de cardápio saudável aos trabalhadores, em conformidade com o § 3° deste artigo. § 5º A análise de outros nutrientes poderá ser realizada, desde que não seja substituída a declaração dos nutrientes solicitados como obrigatórios. § 6º Independente da modalidade adotada para o provimento da refeição, a pessoa jurídica beneficiária poderá oferecer aos seus trabalhadores uma ou mais refeições diárias. § 7º O cálculo do VET será alterado, em cumprimento às exigências laborais, em benefício da saúde do trabalhador, desde que baseado em estudos de diagnóstico nutricional. § 8º Quando a distribuição de gêneros alimentícios constituir benefício adicional àqueles referidos nos incisos I, II e III do § 3º deste artigo, os índices de NdPCal e percentuais de macro e micronutrientes poderão deixar de obedecer aos parâmetros determinados nesta Portaria, com 11
  • 12. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo exceção do sódio e das gorduras saturadas. § 9º As empresas beneficiárias deverão fornecer aos trabalhadores portadores de doenças relacionadas à alimentação e nutrição, devidamente diagnosticadas, refeições adequadas e condições amoldadas ao PAT, para tratamento de suas patologias, devendo ser realizada avaliação nutricional periódica destes trabalhadores. § 10. Os cardápios deverão oferecer, pelo menos, uma porção de frutas e uma porção de legumes ou verduras, nas refeições principais (almoço, jantar e ceia) e pelo menos uma porção de frutas nas refeições menores (desjejum e lanche). § 11. As empresas fornecedoras e prestadoras de serviços de alimentação coletiva do PAT, bem como as pessoas jurídicas beneficiárias na modalidade autogestão deverão possuir responsável técnico pela execução do programa. § 12. O responsável técnico do PAT é o profissional legalmente habilitado em Nutrição, que tem por compromisso a correta execução das atividades nutricionais do programa, visando à promoção da alimentação saudável ao trabalhador.” (NR) Art. 2º Esta Portaria entra em vigor no prazo de noventa dias a contar de sua publicação. 3. Característica dos cardápios para cada tipo de serviço e clientela especifica 4.1. Consumidor Consumidor Cardápio cativo fixo Consumidor relativamente Cardápio cativo rotativo 4.2. Cardápios institucionais Há três categorias de cardápios (básico ou simples, intermediário ou médio e superior ou executivo) que podem ser aplicados em diferentes UAN/UPR (Tabela 1, 2 e 3) (SILVA & BERNARDES, 2004). Tabela 3. Exemplo de cardápio – Padrão Básico. 2ª. feira 3ª. feira 4ª. feira 5ª. feira 6ª. feira Sábado Domingo Escarola Grão-de- Alface lisa Chicória Agrião Almeirão Salada com pepino bico ao com com com com verde Entrada em cubos vinagrete rabanete azeitonas milho rodelas (escarola, pretas de cebola alface e agrião) 12
  • 13. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo Almôndegas Espeto Frango Bife Cação Bife à Role de ao sugo de assado fricandole ao molho milanesa peito de alcatra de peru com Prato com pimentão frios principal cebola e vermelho pimentao e leite de verde coco Ovo frito Salsicha Omelete Steak de Omelete Ovo Lingüiça Opção ao sugo simples peixe de queijo cozido assada Batata Couve à Berinjela à Acelga Brócolos Abobrinha Polenta Guarnição assada mineira parmegiana refogada ao alho e refogada frita óleo Prato Arroz + Arroz + Arroz + Arroz + Arroz + Arroz + Arroz + básico Feijão Feijão Feijão Feijão Feijão Feijão Feijão Mamão Gelatina Morcote Banana Maçã Sagu de Abacaxi Sobremesa de uva caramelada groselha Mate gelado Suco de Suco de Suco de Suco de Suco de Suco de Bebida laranja abacaxi uva maracujá limão melancia Tabela 4. Exemplo de cardápio – Padrão Intermediário. 2ª. feira 3ª. feira 4ª. feira 5ª. feira 6ª. feira Torradas de Minipão de queijo Patê de atum Fundo de Folhadinhos alho Palmito com com alcachofra em com gergelim Escarola com tomate minitorradas conserva Alface mimosa Entrada cebola Mista verde com cebola e (agrião, rúcula e pimentão alface crespa) vermelho Filé mignon Lombo assado Bife à Rabada ao sugo Linguado ao Prato grelhado ao ao molho parmegiana molho de principal molho roty agridoce alcaparras e champignon Role de frango Espeto de alcatra Frango assado Bife fricandole Panqueca de Opção ao sugo com pimentão e carne ao sugo cebola Batata à Couve à mineira Jardineira de Penne ao pesto Brócolos ao francesa legumes alho e óleo Guarnição corada (cenoura, chuchu e vagem) Prato Arroz + Feijão Arroz + Feijão- Arroz + Feijão Arroz + Feijão Arroz à grega + básico preto Feijão Sobremesa Mamão Salada de frutas Manga Melancia Uvas rosadas Pudim de leite Torta de limão Manjar com Sorvete crocante Mousse de Opção de calda de maracujá sobremesa ameixa Suco de Suco de laranja Suco de Limonada Suco de goiaba Bebida acerola morango ] 13
  • 14. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo Tabela 5. Exemplo de cardápio – Padrão Superior. 2ª. feira 3ª. feira 4ª. feira 5ª. feira 6ª. Feira Torradas com Minpão de quejio Casquinha de Provoleta Abtepasto de patê de com catupiry; siri; (provolone com berinjela; azeitonas; Chicória frisée; Alface orégano Radichio com Escarola Rodelas de americana com grelhado); alface lisa; picada com palmito e tomate- rabanete; Mista verde Salada Caprice tomates caqui Beterraba (agrião, rúcula e (mussarela de Entrada amarelos; ralada com alface crespa); búfala com Cebolas em ervilhas Waldorf (maçã tomate e rodelas co vermelha em manjericão) atum e ervas cubos mais salsão, nozes e creme de leite e salsa) Estrogonofe Filé mignon Bife de peito de Perna de cabrito Rosbife ao Prato de frango recheado de peru com novilho assado molho rose principal I calabresa e champignon cebolas grelhado Miolo de Lombo assado Bife à Frango Linguado ao Prato alcatra ao molho parmegiana desossado molho de principal II grelhado ao agridoce grelhado alcaparras molho roty Omelete de Peito de frango Posta de Maminha assada Brochete de Prato queijo com grelhado badejo no cubos de principal III alho poró vapor com frango e alcatra alecrim Guarnição Batata chips Creme de milho Quiche de Penne ao pesto Purê de I verde espinafre batatas Ervilhas Couve-manteiga Jardineira de Chuchu com Brócolos ao frescas com refogada legumes ervas aromáticas alho e óleo Guarnição salsinha (batata, II cenoura, vagem) Prato Arroz branco Arroz + Feijão- Arroz verde Arroz com Arroz com básico preto açafrão passas Sobremesa Papaya com Melancia Manga fatiada Melão Pêra Argentina I limao Pudim de leite Torta de limão Merengue de Pavê de abacaxi Mousse de Sobremesa morango com com cerejas maracujá II chantilly Sobremesa Sorvete Sorvete Sorvete Sorvete Sorvete III 4.2. Cardápios comerciais Para vender a refeição, ao receber o cliente, o profissional precisa informá-lo sobre qual o método utilizado para escolha dos pratos. Se a escolha for feita através de cardápio, este deve ser equivalente ao cartão de visitas da casa. O cardápio ou menu deve ser conciso e atraente, apresentar tamanho médio, cores agradáveis, conteúdo bem distribuído e letras de tamanho e formato bem legíveis, e os preços. Para elaboração do cardápio deve-se: 14
  • 15. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo Separar os itens por grupos: grupos das entradas, peixes e crustáceos etc.; Ter a descrição dos pratos de modo a exaltá-los. Ex.: Filé mignon à moda da casa (suculentos e generosos filés bovinos grelhado, acompanhados de delicadas lâminas de champignon passados na manteiga e polvilhadas de ervas aromáticas); Apresentar tempos de preparo especiais em pratos específicos; Ter layout inovador e de fácil manuseio no sentido de respeitar uma seqüência freqüente de consumo e ir de encontro ao estilo do estabelecimento; Reservar espaço para destacar as promoções especiais de forma a serem facilmente renovadas; Conter informações sobre taxas de serviços, formas de pagamento aceitas e telefones de órgãos fiscalizadores. SELF SERVICE POR QUILO Modalidade muito comum de apresentar refeições é o chamado self service por quilo ou auto atendimento ou auto-serviço, onde a cliente serve-se e pesa o prato, pagando pela quantidade consumida. Sugere-se um máximo de 24 tipos de pratos para restaurantes de até 300 refeições dia. Apresenta-se a seguir um exemplo de buffet com 16 opções: Buffet de pratos frios: Salada com maionese; Salada de raízes e tubérculos; Salada de laticínios/frios e conservas; Salada de legumes cozidos; Salada de grãos e cereais; Salada composta; Salpicão; Salada de folhas. Buffet de pratos quentes: Arroz; Feijão; Massas; Salgadinhos; Batata; Legumes ou cremes; Carnes brancas; Carnes vermelhas. 4. Gestão de recursos humanos em serviços de alimentação e nutrição: 5.1. Teoria das relações humanas A teoria das relações humanas nasceu calcada em valores humanísticos na administração, deslocando totalmente a preocupação anteriormente voltada para a tarefa e para a estrutura para 15
  • 16. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo a preocupação com as pessoas. Elton Mayo considerado o “pai das relações humanas” e seus colaboradores deduziram que: A quantidade de trabalho executado por um trabalhador (nível de competência e racionalidade de organização) não é determinada por sua capacidade física, mas por sua capacidade social; As recompensas não remuneradas têm papel principal na motivação e felicidade do trabalhador; Os trabalhadores não reagem à administração e suas normas e recompensas como indivíduos, mas como membros de um grupo; A maior especialização não é a forma mais eficiente de divisão de trabalho. Esta teoria salienta o papel fundamental da comunicação, da participação e da liderança como forma de maior produtividade de mão de obra. Acredita-se que a melhoria do grau de satisfação dos funcionários diminui a resistência à autoridade formal da organização, eliminando os conflitos. Figura 2. Atividades administrativas e humanas do TND em UAN/UPR. Planejar Controlar Organizar Coordenar Dirigir TND Colaboradores Atividades 5.2. Atribuições das chefias O gestor da UAN/UPR acumula a função de administrador de recursos humanos, sendo responsável, geralmente, pela definição do perfil exigido para o cargo, seleção, descrição de funções, aperfeiçoamento da mão-de-obra e determinação de normas de segurança no trabalho (ABREU, SPINELLI & PINTO, 2007). A estrutura da UAN deverá estar nas mãos de um gerente eficaz, de perfil realizador, com liderança, e capaz de responder às imposições de um mercado competitivo. O bom administrador obtém resultados através de pessoas, motivando-as, gerando confiança e satisfação no trabalho e não perdendo de vista a busca da qualidade (ABREU, SPINELLI & PINTO, 2007). O comando é uma atribuição típica, inerente e privativa das chefias, o que a difere do planejamento e organização, que também podem ser realizadas por órgãos especializados. As funções básicas de comando são: a) Liderança: é obter a realização das tarefas do trabalho em equipe. Líder Falso líder Orienta Manda Entusiasma Amedronta Diz: Vamos! Diz: Vá! O trabalho é interessante O trabalho é desinteressante 16
  • 17. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo Baseia-se na cooperação Baseia-se na autoridade Diz: Nós! Diz: Eu! Ajuda Atrapalha Assume responsabilidades Procura “culpados” Comunica Faz mistérios Acompanha Fiscaliza Confia Desmoraliza Além do mais profundo e completo diálogo, a verdadeira liderança está baseada em quatro pré-requisitos (WERNECK et al, ...): Ser otimista: é necessário acreditar que as coisas podem e devem melhorar. Ser capas de sonhar: nas palavras de Dee Hock, fundador e CEO emérito da Visa: não é fracasso deixar de realizar tudo o que podemos sonhar. Fracasso é deixar de sonhar tudo que podemos realizar. Ser sincero: a sinceridade é a base da credibilidade e se sobrepõe à persuasão astuta, ou lábia, como é mais conhecida. Ser corajoso: só a coragem libera o poder transformador de cada indivíduo, poder que vai transformar as organizações deste milênio. O líder é um sujeito que: Faz com que as pessoas sob seu comando gostem de executar o que ele quer. Consegue que subordinados queriam ajudá-lo e se sintam realizado com isso. Na verdade, não tem subordinado. Tem seguidores. Ele não dá ordens, mas todo mundo faz o que ele deseja. Consegue fazer com que as pessoas acreditem que o interesse delas e o dele é o mesmo. Transmite segurança, confiança. Ele inspira lealdade. É confidente, faz com que as pessoas se sintam à vontade para falar a verdade. Transmite senso de justiça. Ele toma decisões justas, não protege um ou outro. Todas as suas decisões e atitudes são transparentes. Da o exemplo. Se o expediente começa às 8 horas, ele chega às 8 horas. Numa campanha de corte de custos, não promove festas nem troca de carro. Não precisa ser infalível. Mas precisa ter mais acertos do que erros. Faz com que pessoas sigam na direção da companhia e que essa direção seja transparente, justa e clara. Sabe que não consegue fazer tudo sozinho. Mas não comanda pelo medo. As pessoas o seguem porque acreditam em sua visão. b) Gerência: é o elemento de um empreendimento que planeja, organiza, define, controla e avalia a equipe e as etapas do processo, possibilitando alcançar os objetivos. c) Comunicação: para que o administrador obtenha sucesso nas suas comunicações, é necessário que ele conheça a ordem expedida e sua real significação, bem como o nível de perceptibilidade das pessoas a quem se destina a comunicação, afim de fazer-lhes as comunicações de acordo com o seu horizonte de compreensão. Clareza: não usar expressões novas de interpretação ambígua; Adequação do tom de voz: as ordens devem ser emitidas em tom de voz firme, natural. Cortesia: evitar o tom imperativo. É recompensável usar expressões como: “por favor”, “obrigado”, em que se criam situações de cooperação. d) Motivação: é a predisposição do indivíduo ou do grupo para efetuar ações visando 17
  • 18. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo alcançar determinado objetivo. Os motivos, necessidades ou desejo, são as forças que impelem o comportamento do indivíduo. O ser humano é motivado pelos desejos de atingirem objetivos, onde os motivos são os estímulos do comportamento, exercitando e mantendo a atividade no sentido determinado de satisfação. 5.2. Dimensionamento de pessoal 5.2.1. Dimensionamento de UAN não hospitalar Para o cálculo de dimensionamento de pessoal, segundo Gandra & Gambardella (1986): 1ª. Etapa: Indicador de Pessoal Fixo (IPF) IPF = nº refeições x nº minutos Jornada diária de trabalho x 60 minutos Nº de refeições Nº minutos 300 – 500 15-14 500-700 14-13 700-1000 13-10 1000-1300 10-9 1300-2500 9-8 2500 e mais 7 2ª. Etapa: Indicador de Período de Descanso (IPD) IPD = 365 dias do ano - período de descanso período de descanso 3ª. Etapa: Indicador de Substituto de Descanso (ISD) ISD = IPF IPD 4ª. Etapa: Indicador de Pessoal Total (IPT) IPT = IPF + ISD 5.2.2. Dimensionamento de UAN hospitalar a) Dimensionamento I – Segundo número de colaboradores do hospital: 18
  • 19. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo Oliveira (1982): 10% a 15% Passos (1972): 10% a 12% Mezomo (1983): 8% b) Dimensionamento II – Segundo número de leitos: Oliveira (1982): 3,5 a 3,8 leitos/colaborador Passos (1972): 1,5 leitos/colaborador Mezomo (1983): 8 leitos/colaborador c) Dimensionamento III – Segundo o número de refeições: a) Gandra & Gambardella (1986): 1ª. Etapa: Indicador de Pessoal Fixo (IPF) IPF = nº refeições x nº minutos Jornada diária de trabalho x 60 minutos Nº de refeições Nº minutos 300 – 500 15-14 500-700 14-13 700-1000 13-10 1000-1300 10-9 1300-2500 9-8 2500 e mais 7 b) 2ª. Etapa: Indicador de Período de Descanso (IPD) IPD = 365 dias do ano - período de descanso período de descanso c) 3ª. Etapa: Indicador de Substituto de Descanso (ISD) ISD = IPF IPD d) 4ª. Etapa: Indicador de Pessoal Total (IPT) IPT = IPF + ISD 19
  • 20. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo 5.3. Indicadores de pessoal fixo, indicadores de períodos de descanso (folga e férias) 5.3.1. Taxa de absenteísmo TA = média diária de colaboradores ausentes x 100 número de pessoal fixo 5.3.2. Indicador da rotatividade da mão-de-obra ou Turn over. IRMO = S x 100 M Onde: S = total de desligamentos voluntários e compulsórios em determinado período M = média de colaboradores no serviço no mesmo período 5.3.3. Indicador do rendimento da mão-de-obra IRd = colaboradores x horas totais de trabalho/dia x 60 minutos número de refeições servidas / dia 5.4. Recrutamento e seleção O Recrutamento/Seleção de pessoal é importante para a instalação e manutenção da empresa, implementação de unidades, abertura de filiais e postos de trabalho. Mesmo antes da existência da empresa se faz necessário o setor de Recrutamento/Seleção para pesquisar a disponibilidade de mão-de-obra existente na região, sua classificação e posterior definição das vagas. O Recrutamento/Seleção visa buscar e selecionar candidatos que tenham identidade com a cultura da empresa, buscando manter esta característica e quando necessário, proceder às devidas adaptações. O Recrutamento/Seleção tem intuito de localizar e contratar pessoas certas para trabalharem nos mais variados setores da empresa. Contratar funcionário inadequado traz prejuízo financeiro, desperdício de tempo e treinamento, baixa a produção. Atitude que pode ser evitada se ao contatar um funcionário, sabe-se que ele, por exemplo, goste de trabalhar no escritório e não em atividades externas, a inversão das funções fará com que a empresa desperdice o talento e a vocação do funcionário e certamente deverá substituí-lo brevemente. Em função da importância do referido setor, a forma que os candidatos são tratados (tempo de espera, condições das instalações) pode-se definir as características de funcionamento da empresa. Recrutar potenciais candidatos que serão selecionados para as vagas em aberto dentro da empresa, no menor tempo e melhor qualidade possível e com menor custo. Tendo os seguintes objetivos: 20
  • 21. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo Planejar entrevistas, poupando que os candidatos fiquem horas esperando. Recepcionar com o devido respeito e educação aos candidatos Propiciar que os candidatos fiquem à vontade nas entrevistas Não adotar postura arrogante Atender bem aos seus clientes internos e externos Não divulgar informações confidenciais Manter a igualdade no tratamento de seus amigos e parentes na concorrência com os demais candidatos Todos os trabalhos sejam feitos em tempo hábil e com qualidade Observar a legislação trabalhista (contratações regulares e sem discriminação) Dar retorno aos que respondem ao seu chamado. 5.4.1. Cuidados no recrutamento e seleção Ao analisar classificados constantes em jornais, nos confrontamos com anúncios que afastam potenciais candidatos do processo de seleção, bem como são verdadeiros centros de discriminação do trabalhador brasileiro, suscetíveis a processos judiciais e trabalhistas por afrontar abertamente a Constituição Federal. Exemplos de anúncios discriminatórios freqüentes em jornais: Funcionários para empresa de móveis para escritório, entre 22 a 45 anos. (1) Vendedoras acima de 25 anos. (1) Gerente acima de 30 anos. ( 1) Atendente para disk pizza, maior de 23 anos. (1) Açougue precisa rapaz de 28 a 21 anos. (1,2) Atacadista busca 09 profissionais liberais, mulher líder. (2) Atendimento pessoas entre 18 e 44 anos. (1) Auxiliar de produção, masculino, 21 a 30 anos. (1, 2) Auxiliar de produção, masculino. (2) Auxiliar de departamento fiscal, sexo feminino. (2) Auxiliar de serviços gerais, feminino de 20 a 28 anos. (1,2) Auxiliar de serviços gerais, até 25 anos. (1) Balconista casa de sucos, feminino, de 20 à 30 anos. ( 1,2) Balconista para Farmácias, masculino de 20 a 30 anos. ( 1,2) Auxiliar de cozinha, sexo masculino. (2) Supervisor de venda e vendedor: currículo com foto (aparência).(3) Caseiro urgente: casal sem filhos. (4) Caseiro acima de 40 anos. (1) Cobrador externo: acima de 30 anos. (1) Doméstica: 30 a 40 anos. (1) Empregada doméstica solteira. (4) Empresa de consultoria contrata auxiliar administrativo – 18 – 25 anos. (1) Garçom, sexo masculino, acima de 30 anos. (1,2) Auxiliar administrativo, sexo feminino, idade entre 15 a 30 anos. (1,2) Fonte: Grande Jornal de Circulação em Curitiba-PR, em 24-04-2005. 1 – Discriminação quanto a idade 2 – Discriminação quanto ao sexo 3 – Discriminação quanto a cor e raça 4 – Discriminação quanto ao estado civil 21
  • 22. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo São consideradas Discriminações quanto: Ao sexo (art. 5º, inciso I e art. 7º, inciso XXX, da CF-88) À cor (art. 7º, inciso XXX, da CF-88) À origem - estrangeiros (caput do art. 5º, da CF-88) À idade - (art. 7º, inciso XXX, da CF-88) À religião - (art. 5º, inciso VIII, da CF-88) Violação à intimidade e à vida privada - normalmente nas entrevistas (art. 5º, inciso X, da CF-88) Estado Civil - (art. 7º, inciso XXX, da CF-88) Admissão de trabalhador portador de deficiência (art. 7º, inciso XXXI, da CF-88) Ao trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos (art. 7º, inciso XXXII, da CF-88) A sindicalizados (art. 5º, incisos XIII, XVII, XX e XLI, da CF-88). A homossexuais (art. 7º, inciso XXX, da CF-88) A Raça (art. 3º, inciso IV, da CF-88) Portanto, havendo as discriminações acima mencionadas, os discriminados poderão exigir indenizações judiciais para amenizar a humilhação, porém, pior, ficará para a empresa, perante sua sociedade, por ser um agente incapaz de cumprir seu papel de responsabilidade social. Não por causa da empresa, propriamente dita, mas pelo motivo que o setor de Recrutamento/Seleção não está treinado para os desafios da atualidade, tendo como base pensamentos arcaicos e discriminadores. Com relação a discriminação quanto aos requisitos pessoais (idade, sexo, etc. e profissionais ( força física e aparência), os seguintes comentários: A empresa, também tem seus direitos constitucionais: os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (art. 1º, inciso IV – CF-88), cabendo a ela direcionar seus negócios, desde que não ilegalmente (aqui tange o fato da discriminação), de forma livre e tomando as decisões que melhor lhe aprouver, porque as benesses – lucro ou prejuízos, são riscos inerentes à sua atividade (art. 3º da CLT). Significa que a empresa tem o direito de escolher o funcionário que melhor lhe aprouver, desde que a seleção e o recrutamento não sejam discriminatórios, portanto não podendo se basear nos critério de idade, sexo...., mas em critérios técnicos e pertinentes aos quais a função exija, também apoiado em exigências do mercado. Traduzindo, ainda, a decisão da contratação do funcionário deve partir de um estudo sério do setor contratante e seus especialistas, para definir as características do funcionário a ser contratado. Isto facilitará o setor de Recrutamento/Seleção e será decisivo para fazer prova a favor da empresa em processo de discriminação. Outro fator que deve ser levado em conta é, também, o de não dar preferência aos desiguais, pois tanto no preâmbulo quanto no corpo Constitucional (art.5º- caput, dentre outros) é assegurado a igualdade, a justiça, sem distinção de qualquer natureza. O inciso XXX, do art. 7º da CF-88 determina a proibição de diferença de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil, bem assim, ao trabalhador portador de deficiência física, no inciso XXXI, do mesmo artigo. Quer dizer, que a escolha deve ser efetuada pelo critério técnico, sem preferências pessoais. Essa transparência deve ser mostrada desde a requisição de pessoal, no qual constam as considerações sobre a função, e que poderá ser utilizada como fator probante a favor da empresa. Aos desavisados, salienta-se, que a Constituição é bem clara ao dizer: é proibida diferença de critério de admissão por motivos de sexo, idade, cor, estado civil e ao trabalhador portador de deficiência física. 22
  • 23. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo Por isso, qualquer critério tendencioso de contratação do funcionário compromete a empresa, mesmo não sendo sua intenção. A empresa deverá proporcionar que todos os interessados tenham igualmente chances em concorrer ao cargo. A discriminação pode estar na política da empresa, do sócio, do diretor, do chefe, dos colegas, do setor de Seleção/Recrutamento, do setor de Pessoal. Cabe ao Recrutamento/Seleção identificar em que estágio ocorre a discriminação, para que possa tomar decisões para amenizar e explicar as conseqüências financeiras, para a empresa e criminal para as respectivas pessoas físicas. Se for política da empresa ou dos sócios: se condenada, a empresa paga indenização e a acusação penal recai sobre o sócio. Se for política do direto, do chefe, dos colegas, do Departamento Pessoal: se condenada, a empresa paga a indenização e deve argüir, na peça de defesa jurídica, que a acusação penal recaia sobre os respectivos funcionários. Se for do Setor de Recrutamento/Seleção: é o setor que está mais suscetível às discriminações e, conforme conduzir o procedimento de recrutamento e seleção, poderá habilidosamente evitar a discriminação do seu setor, como também reduzir quase a zero a interferência discriminatória dos demais. Cabe ao setor de Recrutamento auxiliar os colegas de trabalho, informando-lhes quais são as formas de discriminação e suas implicações, bem assim aos sócios ou diretores, pois quem paga as ações de discriminação é a empresa e não o funcionário, fato que caracteriza diminuição do lucro a ser distribuído aos sócios. Nenhuma empresa quer despender dinheiro à toa por causa de atitudes reprováveis de funcionários ou sócios. Serão válidas as orientações. 5.4.2. Novas regras para a contratação de pessoal a partir de 11.03.2008 A Lei 11.644/2008, incluiu o art. 442-A, na CLT, o qual determina: “Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de atividade.” A Lei entrou em vigor a partir de 11 de março de 2008. 5.4.3. Recrutamento de pessoal São os procedimentos adotados pela empresa, tendo em vista a localização de pessoal para suprir necessidade da contratação de funcionários. É um conjunto de procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização (Chiavenato). É o processo de encontrar e atrair candidatos capazes para solicitação de empregos. (Werner e Davis). Recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. Funciona como um sistema de informação por mio do qual a organização divulga e oferece ao mercado as oportunidades de emprego que pretende preencher. O processo de recrutamento varia de empresa para empresa, dependendo da necessidade de um empregado em determinado setor. O resultado do trabalho do recrutador é selecionar pessoas que posteriormente virão a trabalhar na empresa, o que significa importante elo de entrosamento entre as áreas e os diversos níveis da empresa. a) Planejamento 23
  • 24. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo O êxito do Recrutamento/Seleção depende das informações que forem transmitidas pelo requisitante, o qual deverá utilizar o formulário denominado Requisição de Pessoal, para aumentar ou substituir o quadro de empregados da empresa, no qual deverão constar os seguintes itens: Requisitos pessoais: algumas características pessoais (força física, condições de trabalho). Requisitos Profissionais: conhecimentos e experiências anteriores necessários para executar as atividades com os resultados exigidos. Nível de Escolaridade: 1. Necessário: aquele que é imprescindível para ocupação do cargo 2. Desejável: não indispensável para a ocupação do cargo, no entanto interessante se o candidato o possuir. Informações sobre o Cargo: 1. Atividades específicas a serem desempenhadas 2. Verificar se o cargo exige atitudes de emergência e decisões freqüentes 3. Verificar se o cargo exige que o ocupante mantenha contatos internos e/ou externo e quais as áreas envolvidas 4. Verificar se a pessoa a ser contratada será responsável por material, dinheiro, etc. 5. Estilo de liderança e chefia. b) Estudo de mercado O mercado de trabalho é a origem dos candidatos para o preenchimento de vagas oferecidas pela empresa, o qual representa um dos principais fatores externos para a dinâmica e a eficiência do sistema de recrutamento e seleção. c) Avaliação de resultados A avaliação de programas de recrutamento consiste: Na rapidez de atendimento à requisição de pessoal encaminhada pela área interessada. No número de candidatos potencialmente capacitados pra para vaga anunciada. No custo operacional relativamente baixo do recrutamento diante da qualidade e da quantidade dos candidatos. Na maior permanência dos candidatos no emprego ao serem efetivados. d) Recrutamento O mercado de recursos humanos apresenta fontes de captação de recursos diversificados que devem ser analisadas pelos recrutadores, escolhendo a que lhe trará resultados mais viáveis, garantido a correta avaliação do programa de recrutamento. O recrutamento poderá ser interno ou externo. RECRUTAMENTO INTERNO: o recrutamento interno compreende utilizar os recursos disponíveis na própria empresa. Após a divulgação da vaga, são efetuados testes com os funcionários para que possam ser avaliados técnica ou psicologicamente, afim de preencher uma vaga por intermédio do remanejamento dos empregados existentes na empresa. É visto como uma valorização dos recursos internos, através de transferência de pessoal, promoções de pessoal, transferências com promoções de pessoal, programas de desenvolvimento de pessoal e plano de carreiras. As vantagens do recrutamento interno se refletem em: Motivação e valorização dos empregados: 24
  • 25. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo o Oportunidade de crescimento dentro da empresa funciona como fonte poderosa de motivação. o Laborar em empresa que proporciona, claramente, oportunidade de promoção, é uma das melhoras formas de motivação pessoal para o trabalho – o reconhecimento. o O recrutamento interno como processo justo e claro a todos os funcionários estimula o desempenho, a capacitação e a excelência do funcionário motivado. Melhor desempenho e potencial de conhecimento: é um meio de incentivo à oportunidade de fazer carreira na empresa. Essa situação gera maior interesse por parte dos empregados, os quais aspiram serem treinados com maior intensidade objetivando aproveitar as vagas disponíveis. O candidato já foi avaliado e é conhecido, não necessita na maioria das vezes de período experimental, de integração e indução à empresa ou informações cadastrais a seu respeito. Há menos chance de equívocos no recrutamento. Há maior probabilidade de que o funcionário escolhido desempenhe com sucesso seu novo cargo, quando as avaliações de potencial e planejamento de pessoal são feitas sistematicamente. A admissão do candidato externo com melhor aproveitamento não abona que seu desempenho seja bom, devido a sua posterior adaptação à empresa. Funcionários adaptados à cultura organizacional: algumas vezes, o funcionário contratado por recrutamento externo traz consigo métodos, cultura, estilos de trabalhos diferentes daqueles praticados na empresa, prejudicando o andamento do trabalho de seus companheiros. Ao contrário o recrutado internamente sabe a cultura de trabalho da empresa. Processo mais rápido e econômico: a opção do recrutamento interno viabiliza economia de despesas com anúncios em jornais, honorários de empresas de recrutamento, custos de atendimento de candidatos, custos de admissão, custos com o novo empregado, dentre outros. Evita-se a demora do recrutamento externo, seleção e no processo de admissão, de certa forma restabelecendo de imediato a ordem e a produtividade no setor do demitido. Estímulo ao auto-aperfeiçoamento: os funcionários, constatando a possibilidade de crescimento profissional dentro da empresa, buscam auto-aperfeiçoamento e auto- avaliação visando melhoria no seu desempenho. Ou seja, não só a função a ser contratada é beneficiada, mas também as demais pela motivação gerada pela expectativa de valorização do funcionário. As desvantagens do recrutamento interno são: Falta de recursos humanos internos para cobrir as necessidades de preenchimento das vagas. Problemas em conseguir aprovação de gerentes para dispensar seus colaboradores mais eficientes, os quais candidatos à promoção no seu próprio setor. Ocasional ausência de avaliação mais criteriosa na apreciação da carreira de determinado funcionário, candidato em potencial à promoção. Possibilidade de gerar conflito de interesse entre os funcionários não escolhidos que podem ficar frustrados, prejudicando sua produtividade no trabalho, pois o funcionário supõe que foi criada uma falsa expectativa, trazendo desestímulo. Quando não é bem formulada, a promoção interna pode se transformar numa espécie de carreirismo, comodismo, deixando de lado a eficiência funcional no exercício das funções atuais. Exige que os novos empregados tenham condições de potencial de desenvolvimento para poderem ser promovidos, no mínimo, a alguns níveis acima do cargo em que estão sendo admitidos, para evitar apatia, desinteresse ou desligamento da empresa. 25
  • 26. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo Os funcionários podem aprender a conviver com os problemas e situações da empresa e perdem a criatividade e atitude de inovação, o que não aconteceria através de um recrutamento externo. O candidato recrutado internamente deve ter condições no mínimo, ao longo do tempo, de se igualar ao antigo ocupante do cargo. O candidato promovido sem todas as características técnicas, devendo a empresa investir em treinamento, quando poderia recrutar um candidato externo devidamente treinado. Poderá criar uma competição negativa entre seus funcionários, provocando ambições, até mesmo em quem não tem condições de ocupar um cargo acima ou então apatia nestes, que sabem que não terão oportunidade na competição. Os principais meios de recrutamento interno são: Quadro de avisos ao pessoal, com as vagas previstas Comunicações internas dirigidas aos gerentes de unidades contendo listas de funcionários disponíveis para transferência Banco de recursos humanos interno da empresa Encontros com categorias, palestras, etc., informando aos funcionários sobre as características das vagas disponíveis Divulgação das vagas existentes me jornal interno da empresa Via intranet ou e-mail para todos os funcionários RECRUTAMENTO EXTERNO: quando não é possível obter candidatos às vagas no âmbito da organização, recorre-se ao recrutamento externo e significa que as vagas serão preenchidas por candidatos externos – de fora da organização. O recrutamento externo é feito candidatos reais ou potenciais, disponíveis ou empregados em outras empresas através de técnicas de recrutamento. As técnicas de recrutamento são métodos pelos quais a empresa aborda e divulga a existência de oportunidade de trabalho. Também são denominadas veículos de recrutamento, as quais atuam fundamentalmente por meios de comunicação. As vantagens do recrutamento externo são: Experiência requerida: contrata-se funcionários com experiência na função, já pessoal o interno detém potencial e não experiência. Reciclagem de Quadro de Empregados: o recrutamento externo proporciona que a empresa mantenha-se atualizada com o ambiente externo e a par que ocorre nas demais organizações. Renovação de Pessoal: renova e enriquece os recursos humanos da empresa, sempre quando a política é contratar pessoal com capacitação igual, ou melhor, do que a existente. A empresa recebe idéias novas e força nova para mostrar trabalho. Aproveitamento do aperfeiçoamento do candidato: aproveita-se os investimentos e desenvolvimento pessoal realizados por outras empresas e pelos próprios candidatos, sem que seja necessário investir no funcionário e o retorno é imediato. Muitas empresas optam o recrutamento externo, pagando salários mais elevados justamente para evitar despesas adicionais de treinamento e desenvolvimento e obter resultados de desempenho em curto prazo. Por exemplo, na implantação de uma nova área, a contratação externa pode ser a melhor opção. As desvantagens do recrutamento externo são: Processo Demorado: normalmente é um processo mais demorado do que o recrutamento interno. Ao passar por todas as etapas de recrutamento, seleção e contratação, tais como: busca e apresentação dos candidatos, recepção e triagem, seleção, exames médicos, documentação, bem assim, a liberação de funcionários de 26
  • 27. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo outros empregos. Quanto mais elevado o nível do cargo, maior é a demora. Mais caro: o recrutamento externo exige gastos imediatos com anúncios, jornais, honorários de agências de recrutamento, tempo do setor de recrutamento (normalmente as empresas trabalham com setores enxutos), material de escritórios, formulários, etc. Menos Seguro: os candidatos externos são desconhecidos e apesar das técnicas de seleção, admite-se o pessoal com um prazo de experimental e probatório, com o objetivo de garantir a empresa diante da relativa insegurança do processo. Com chances absolutas do funcionário não passar pela experiência. Frustrações internas: quando a empresa opta seguidamente por recrutamento externo, pode frustrar a expectativa de promoção dos funcionários internos, dando uma impressão de uma política de deslealdade com o seu pessoal interno. Afeta a política salarial da empresa: afeta a política salarial da empresa, influenciando as faixas salariais internas, principalmente com a contratação de funcionários com salários superiores, devido a situação de desequilíbrio do mercado de recursos humanos. Os meios de recrutamento externo: a escolha de um ou mais desses meios para recrutar candidatos do mercado externo depende de uma série de fatores, entre os quais de destacam: Custo operacional Rapidez no atendimento e nos resultados Eficiência no trabalho prestado. São os seguintes os meios de recrutamento externo: Apresentação espontânea: o candidato procura espontaneamente, independentemente de qualquer convocação da empresa. O qual deve apresentar seu currículo e preencher o formulário de solicitação de emprego. A empresa precisa estar de portas abertas para receber candidatos que se apresentam espontaneamente, mesmo que não haja cargo vago. O recrutamento deve ser uma atividade contínua e ininterrupta que vise garantir um estoque de candidatos para qualquer eventualidade. Este é o sistema de recrutamento de menor custo e sempre que possível fazer uma rápida entrevista com o candidato. Cartazes ou anúncios na portaria da empresa: consiste em colocar um painel, em lugar visível ao público externo, próximo à portaria da empresa, contendo as vagas existentes. É aplicável geralmente ao pessoal operacional. A eficiência deste sistema depende da localização da empresa: próximo ou longe de locais de movimentação de pessoas. Recrutamento por meio de funcionários: as vagas existentes são divulgadas entre os funcionários da empresa, para que repassem a conhecidos para que se candidatem. Os funcionários passam a ser co-responsáveis pelo processo de recrutamento. As vantagens são os custos, rapidez e co-participação dos empregados, sem custos a empresas. É necessário detalhar, descrever as especificações do cargo, para evitar que o funcionário apresente um candidato sem as devidas qualificações. É necessário, deixar bem claro, que o candidato participará do processo de seleção. Essa forma de recrutamento integra a empresa e seus funcionários, de maneira que os funcionários se sentem prestigiados e também co-responsáveis ao recomendar amigos ou conhecidos. Intercâmbio com outras empresas: utilizado por empresas de uma mesma localidade, como ajuda mútua entre empresas. Ocorre através da troca de currículos e fichas de inscrição de cadastro de candidatos e surgindo uma vaga, a empresa solicita às demais os currículos ou fichas de inscrição para o recrutamento. O setor deve tomar 27
  • 28. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo cuidado para não enviar os dados de candidatos que pediram sigilo do seu pedido de emprego. Anúncios de imprensa jornais e revistas: o setor de recrutamento deve ficar atento para selecionar os anúncios de jornais e revistas que atingem o público alvo do recrutamento, senão vai gastar dinheiro sem o efetivo retorno. Os classificados de imprensa – jornais e revistas são meios de recrutamento mais utilizados pelas empresas para contatar candidatos ao preenchimento de vagas. Anúncios nesses meios custam caro, por essa razão, há necessidade de uma cuidadosa programação, desde sua concepção até a escolha do veículo adequado para divulgação. É necessário observar alguns aspectos, quanto aos anúncios: Escolha do jornal ou revista: está ligada ao tipo de cargo aberto e ao público que lê um determinado jornal ou revista. Deve-se procurar informações sobre as pessoas que lêem determinados jornais ou revistas, antes de publicar um anúncio. Uma forma de tomar conhecimento é a de procurar acompanhar os anúncios que são publicados nos jornais da sua região. Quanto ao tamanho: tamanho não se relaciona com eficiência. Portanto, um anúncio de grandes dimensões pode não atingir o objetivo. Assim, o tamanho ideal de um anúncio está relacionado principalmente com o tipo de cargo oferecido, urgência de contratação dos candidatos a atingir. Distribuição do texto: deve-se levar em conta os seguintes aspectos: utilização de tipos gráficos, dando ao anúncio a simplicidade e ênfase necessárias; destaque para a titulação direta e correta dos cargos oferecidos; localização adequada da empresa anunciante; qualificação para o cargo apresentada de forma clara, direta e resumida; referência correta à remuneração. Anúncio aberto, semi-aberto ou fechado: O anúncio funciona como uma espécie de cartão de apresentação da empresa, desde que bem elaborado. Depende do objetivo que a empresa quer atingir. Existem casos em que a empresa pode se identificar e em outros não, depende da confiabilidade ou não da vaga, sendo que existem três tipos de anúncio: aberto, semi-aberto e fechado. Anúncio aberto: identifica a empresa que está procurando os profissionais para ocuparem as vagas oferecidas. Traz segurança ao candidato. CAFÉ RONALDO LTDA CONTRATA Vendedores Requisitos: - Experiência comprovada 02 anos - Conhecimento em atacado e varejo - Habilidade comercial - Possuir Condução própria Oferece: - Salário fixo - Comissão - Ajuda de custo Interessados enviar curriculum para o e-mail: esse_email_nao_existe@caferonaldo.com.br 28
  • 29. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo Anúncio semi-aberto: não possui a identificação da empresa, porém são dadas informações superficiais, tais como o setor ou o ramo de atividade. Há uma pré- seleção ao exigir que os candidatos remetam seus currículos para o endereço do veículo divulgador do anúncio, ou empresa de consultorias que estão trabalhando no processo. Assim, o anunciante quer evitar que o funcionário se apresente diretamente na empresa, mas pelo menos há noção do tipo de segmento da empresa (construção civil, comércio, telecomunicações, etc.) ao candidato. Distribuidora de produtos alimentícios necessita para contratação imediata: AUXILIAR DE COZINHA Com experiência em rotinas de produção de saladas Enviar CV para Regina: E- mail: esse_email_nao_existe@terra.com.br Anúncio fechado: traz insegurança e desconfiança ao candidato e deve ser utilizado somente quando a empresa precisa manter segredo da vaga para seus funcionários ou para o seu público externo. Por exemplo, candidatos empregados podem desistir de se candidatar à vaga, por receio de não saber qual a empresa que está chamando. Técnica (o) em Nutrição Experiência em supervisão de no mínimo 6 meses. Conhecimento geral da área de boas práticas de fabricação, com perfil de liderança e dinamismo. Remuneração compatível c/ mercado, mais benefícios. Enviar curriculum vitae para o balcão De anúncios deste jornal sob nº 1600 Praça do Japão, 1252 – Centro Curitiba – 80.930 – 210-PR Dia da semana: normalmente há um dia da semana próprio, no qual os candidatos estão acostumados a ler, ou seja, no dia da semana que mais saem classificados, é mais concorrido, mas tem mais chances de atingir o público-alvo. Chamativo : ser apelativo com as qualidades da empresa: Líder no seu segmento de mercado Excelente ambiente de trabalho Ocupante do cargo irá reportar-se ao presidente da empresa Salário compatível com o mercado 30 anos o melhor no segmento Plano de benefícios. Título do cargo oferecido: o título do cargo oferecido deve ser evidenciado no anúncio, pois a pessoas que procuram emprego nos classificados se interessam por primeiro pelo título. Descrição resumida e precisa dos requisitos básicos da vaga e do cargo: descrever resumidamente o perfil da vaga, descrever os conhecimentos e experiências necessárias e desejáveis, que o candidato deve possuir para satisfazer as necessidades da função. Indicar, também, se possível a posição do superior hierárquico, colegas subordinados e a perspectiva da carreira. 29
  • 30. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo Condições oferecidas: quando não há estratégia de marketing, as condições oferecidas quanto ao clima da empresa, salário, benefícios e outras peculiaridades devem estar presentes. Apresentação do candidato: ao final do texto do anúncio é necessário mencionar se o candidato deve apresentar-se ou enviar currículo para o endereço citado ou na caixa postal. No caso de anúncio fechado e semi-aberto, é tradicional a solicitação de envio de currículos para a caixa postal da empresa ou da agência de publicidade que elaborou a montagem do classificado. Eficácia do anúncio: a eficácia de um anúncio é caracterizada por atingir o seu objetivo final, o qual é refletido nos candidatos aprovados. Assim, um anúncio pode ser tecnicamente bem elaborado, mas não atingir sua finalidade de atrair bons candidatos para preencher as vagas oferecidas. Um anúncio, via de regra, traz mais quantidade do que qualidade de candidatos interessados. Por isso, um bom anúncio traz quantidade e relativa qualidade de candidatos. Deve-se escolher o veículo certo, porém se os resultados finais não forem compensadores, cabe analisar cuidadosamente as causas do insucesso, reprogramando o anúncio com as devidas correções. Agências de Emprego São intermediárias entre a empresa e o mercado de trabalho que se dedicam a recrutar candidatos em todos os níveis de mão-de-obra, desde a não-qualificada até o mais alto nível profissional. Há três tipos de agência que atuam nos grandes centros urbanos, denominadas de tradicional, consultorias para empresas e consultorias para empregados. Tradicionais: são as que mais recrutam pessoal operacional, administrativo e técnico de nível médio. Com qualidade média, cobram taxa por ocasião do aceite do candidato pela empresa entre 80% a 100% do salário inicial. É dada uma garantia do serviço executado e, no caso de não aceitação do candidato, após o período de experiência, a agência se compromete a oferecer candidatos substitutos. Também, possuem serviços de funcionários temporários. Consultorias para empresas: os chamados headhunters (caçadores de cabeça), prestam serviços de alto nível e atual, principalmente no recrutamento de executivos. O custo cobrado por essas empresas é em torno de 30% e 40% do salário anual do candidato admitido. É um custo alto, mas condizente com o trabalho oferecido, que em geral, é de bom nível, sendo uma excelente forma de recrutamento para executivos desde que a empresa possa arcar com os custos. Consultorias para candidatos: prestam serviço para pessoas que buscam novo emprego, preparam os currículos dos candidatos com ótima apresentação e vocabulário rico, onde fazem um trabalho de mala direta nas empresas. Quando a empresa quer conhecer o candidato, entra em contato com a empresa. Caso contrate, não haverá custo para a empresa, pois o honorário é pago pelo candidato à agência. È importante realizar uma análise detalhada nos currículos, já que eles apresentam excelente redação visando esconder os pontos negativos dos candidatos, bem assim, os mesmos são preparados previamente para a entrevista. As vantagens de utilização de uma agência de empregos eficiente e idônea são: Todo o atendimento e a triagem dos candidatos são de responsabilidade da agência, evitando esse trabalho por parte da empresa. Rapidez, quando a agência já dispõe de um bom cadastro de candidatos em potencial. Há muitos candidatos que preferem deixar seu currículo com diversas agências do que nas 30
  • 31. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo empresas. Outras formas de recrutamento externo: Anúncios em outras mídias: rádio, televisão, folhetos distribuídos em ruas são usados mais raramente, uma vez que os resultados não justificam as despesas. Nestes casos, pode ser observado critério semelhante para a redação do texto, ao dos anúncios em jornais e revistas. Recrutamento em escolas: ótima opção, principalmente pelas empresas que pretendem treinar jovens funcionários. As escolas podem ser utilizadas no recrutamento de candidatos para diversas vagas na empresa: estagiários, administrativos, técnicos e média gerência. Recrutamento Universitário: constitui um grande potencial para o preenchimento de cargos técnicos e administrativos de nível superior. No entanto, o recém-formado pode se tornar uma ameaça à estrutura vigente da empresa por causa de suas novas idéias adquiridas no meio acadêmico. Recrutamento de estagiário: Contato com Universidades e Escolas, Agremiações Estudantis, Diretórios Acadêmicos, Centros de Integração – Empresa-Escola: para divulgar as oportunidades oferecidas, muitas empresas desenvolvem programas de recrutamento com as instituições citadas. Casa Aberta: convida-se, por exemplo, estudantes do último ano a visitar as instalações da empresa, oferecendo almoço e ao final indaga se alguém gostaria de preencher uma ficha de solicitação de emprego. Internet: criação no site da empresa de um campo que possibilite às pessoas o cadastro em processos de recrutamento, do tipo “trabalhe conosco”, no qual recebe constantemente currículos. Também, anunciar no site as vagas disponíveis, aceitando somente os currículos relacionados com a área selecionada. A empresa deve configurar o seu site pela maneira que queira receber as informações dos candidatos. Feira de empregos: pela participação da empresa em feira de empregos patrocinada por determinada entidade, como uma escola ou associação de empresas. Pode, também, a empresa fazer sua feira de emprego, o ideal que seja feita em um único dia. Recrutamento em Entidades Governamentais: o governo mantém o órgão chamado SINE, que pode ser utilizado pelas empresas como fonte de recrutamento. Contatos com Sindicatos e Associações de Classe: não apresenta o mesmo rendimento dos sistemas anteriores, porém tem a vantagem de envolver outras organizações, sem elevar os custos. (Sindicatos, Conselhos Regionais, etc.) Recrutamento em Associações Científicas: raramente utilizado pelas empresas, como exemplo citamos algumas associações: Conselho Regional do Nutricionista http://www.crn3.org.br Sindicato dos Técnicos em Nutrição http://www.sintenutri.com.br 31
  • 32. Administração de Serviços de Alimentação – ASA _______2º módulo Recrutamento em Congresso e Convenções: é uma fonte não muito utilizada pelas empresas, utilizada no recrutamento de profissionais técnicos e consiste em enviar a congressos e convenções representantes da empresa com a finalidade de contatar participantes ou expositores e verificar a possibilidade de recrutá-los. Conferências e Palestras em Universidades e Escolas: no sentido de promover a em presa e criar uma atitude favorável, relatando o que é a organização, quais são seus objetivos, sua estrutura e as oportunidades de trabalho que oferece, por meio de recursos audiovisuais (filmes, slides, etc.). Recrutamento em outras localidades: quando o mercado de recursos humanos está bastante explorado na localidade, a empresa pode fazer o recrutamento em outras localidades, através de viagens, instalando-se em hotéis, onde faz promoções locais por rádio e imprensa. Os candidatos devem transferir-se para a cidade sede da empresa, com benefícios e garantias, depois de um período de experiência. Recrutamento misto Na prática, as empresas nunca fazem apenas recrutamento externo. Ambos se complementam e se completam. Ao fazer um recrutamento interno, o indivíduo deslocado para a posição vaga precisa ser substituído em sua posição atual. Se for substituído por outro empregado, o deslocamento produz uma vaga que precisa ser preenchida. Em face das vantagens e de desvantagens dos recrutamentos interno e externo, uma solução eclética tem sido preferida pela maioria das empresas: o recrutamento misto, ou seja, aquele que aborde tanto fontes internas como fontes externas de recursos humanos. O recrutamento misto pode ser adotado em três alternativas de sistemas: 1. Inicialmente, recrutamento externo seguido de recrutamento interno, caso aquele não apresente resultados desejáveis. A empresa está mais interessada na entrada de recursos humanos do que em sua transformação, ou seja, a empresa necessita de pessoal qualificado, a curto prazo, e precisa importá-lo do ambiente externo. Não encontrando candidatos externos à altura, lança mão de seu próprio pessoal, não considerando de inicio, os critérios acerca das qualificações necessárias. 2. Inicialmente recrutamento interno, seguido de recrutamento externo, caso não apresente resultados desejáveis. A empresa dá prioridade a seus empregados na disputa das oportunidades existentes. Não havendo candidatos à altura, parte para o recrutamento externo. 3. Recrutamento externo e recrutamento interno, concomitantemente. É o caso em que a empresa está mais preocupada com o preenchimento da vaga existente, seja através de input ou através da transformação de recursos humanos; geralmente, uma boa política de pessoal dá preferência aos candidatos internos sobre os externos, em caso de igualdade de condições entre eles. Com isto, a empresa assegura-se de que não está desqualificando seus recursos humanos, ao mesmo tempo em que cria condições de sadia competição profissional. e) Seleção de pessoal A seleção de recursos humanos pode ser definida como a escolha do homem certo para o cargo certo, ou, mais amplamente, ente os candidatos recrutados, aqueles mais adequados aos cargos existentes na empresa, visando manter ou aumentar a eficiência e o desempenho do pessoal (CHIAVENATO). 32