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SOLUÇÃO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO SUSTENTÁVEL PARA A
            ACESSIBILIDADE DA PESSOA CEGA AOS LIVROS.

                                                               João Batista Pontes Butrago
                                                           Maria Iugoslávia da Costa Paiva
                                                        Ricardo Fernandes de Albuquerque


INTRODUÇÃO

           Este resumo expandido mostra um estudo bibliográfico a fim de apresentar
sugestões de como facilitar o acesso da pessoa cega aos livros que não possuem edição escrita
em braille através de recursos disponíveis no mercado, levando em conta o aspecto financeiro
e a sustentabilidade. Outra preocupação foi realizar uma analise sobre o uso das tecnologias
da informática disponíveis a fim de garantir o direito da pessoa cega como cidadão, apropriar-
se do conhecimento dinâmico atual.
           Em bibliotecas públicas ou de universidades a disponibilidade de livros escritos
em braille é muito restrita ou inexiste. Com o avanço da informática surgiram equipamentos,
softwares e recursos computacionais para ajudar a pessoa cega a se desenvolver de forma
independente. Diante deste contexto levantamos o seguinte problema: Como tornar acessível
e viável para pessoa cega a leitura de livros não disponíveis em braille considerando a
sustentabilidade?
           Observamos que são poucas ações que garantem ao cego o acesso ao
conhecimento, o que nos motivou a realizar um estudo bibliográfico a fim de apresentar
sugestões de como facilitar o acesso da pessoa cega aos livros que não possuem edição em
braille através de recursos disponíveis no mercado, levando em conta o aspecto financeiro e a
sustentabilidade.
           O conceito de sustentabilidade ultimamente tornou-se um princípio segundo o
qual o uso dos recursos naturais para satisfação de necessidades atuais não pode comprometer
a satisfação das necessidades das gerações futuras. Fazendo uma análise da problemática da
sustentabilidade chega-se ao termo “Tecnologia da Informação” que, para Rezende apud Beal
(2001, p.1), “[...] serve para designar o conjunto de recursos tecnológicos e computacionais
para a geração e uso da informação”.
           A informação tornou-se um elemento essencial na vida das pessoas e o
computador, automatizou rotinas que levariam um tempo maior para serem realizadas. Neste
cenário, surgem recursos tecnológicos de fundamental importância ao acesso do computador
para pessoas com deficiência visual, através dos softwares de voz e ampliadores de telas.
Segundo Damasceno apud Amorim et all (2000, p. 4), “a Tecnologia da
Informação [...] é utilizada como Tecnologia Assistiva, conceito que designa toda e qualquer
ferramenta ou recurso utilizado com a finalidade de proporcionar uma maior independência e
autonomia a pessoa portadora de deficiência”. Ter acesso às informações acompanhando o
movimento em seu entorno social faz-se cada vez mais uma exigência da contemporaneidade.

Uma Tecnologia Assistiva sustentável para cegos

           Um cego possui características pertinentes a qualquer outra pessoa e ser punido
pelo seu limite orgânico é no mínimo desumano. Com as possibilidades proporcionadas pelos
recursos tecnológicos, um novo perfil poderá ser delineado, considerando que a alfabetização
e as ferramentas permitirão ao cego além da garantia dos seus direitos como cidadão,
apropriar-se do conhecimento dinâmico atual.
           Os livros e publicações que possuem a versão em braille ou formato MP3
(MPEG-1/2 Audio Layer 3), são de grande valia para a cego que busca informação e
conhecimento. Mas, alem desses recursos no Brasil serem insignificantes, as editoras
investem timidamente nesse mercado devido os altos custos de impressão e à pirataria que
traz grandes prejuizos. Pensando nisso, o estudo a seguir elaborado por nós apresenta uma
sugestão possível, mas não única, que amenizará a dificuldade enfrentada por um cego que,
por exemplo, pretenda ingressar na universidade para ali permanecer durante cinco anos até a
sua conclusão.
           Iremos considerar o seguinte caso hipotético: João vai cursar Administração de
Empresas com 50 (cinquenta) disciplinas em sua grade curricular. Em cada uma, além de
notas de aula, João adotará um livro como bibliografia de pesquisa e terá que imprimi-lo em
braille. Se cada livro possuir em média 400 paginas, gastar-se-á cerca de 2.000 folhas de
papel (Sulfit A4 150g), pois para cada pagina impressa em tinta consomem-se em média cinco
folhas na impressão em braille. Ao final do curso terá sido gasto pelo menos 20.000 folhas
que, ao custo de R$ 102,00/mil, totalizará um gasto de R$ 2.040,00. Agrega-se o preço de
uma impressora braille que gira em torno de R$ 1.000,00.
           Com o BookReader, um scanner totalmente projetado para ser utilizado pela
pessoa cega, à vida acadêmica de João será muito mais fácil garantindo-lhe acessibilidade,
vida independente e inclusão social. Outro foco importante é a sustentabilidade, pois dispensa
a impressão contribuindo de forma significativa para a preservação da fauna e flora de nosso
planeta. Financeiramente viável (em média R$ 4.000,00), esse equipamento contempla
scanner de alta velocidade de digitalização, síntese de voz natural e funcionalidade altamente
precisa de texto em áudio e de OCR (Reconhecimento Óptico de Caracteres).
            Segundo o site http://plustek.com/br/ da empresa Plustek, fabricante do produto,
para criar um arquivo em áudio, o usuário simplesmente coloca um livro ou documento sobre
o vidro de exposição para digitalização e com um toque no botão, o texto é transformado em
arquivo de áudio que pode ser salvo em MP3 e outros formatos. Projetado para digitalização
de livros o (SEE™ Elemento de Eliminação de Sombra), elimina sombras de lombada de
livro e distorções de texto.
            Sobre o aspecto legal, a reprodução feita por uma pessoa com deficiência visual
não constitui crime de pirataria segundo a Lei de Direito Autoral (nº 9610/98), Capítulo IV,
Artigo 46, de 19 de fevereiro de 1998.

CONCLUSÃO

            Após as análises e reflexões, compreendemos as dificuldades que a pessoa cega se
depara durante o processo de formação contínua, tendo em vista que além da falta de
acessibilidade à informação escrita, os equipamentos e novas tecnologias possuem um custo
muito elevado.
            Diante disso, constatamos que as instituições públicas ou privadas podem e devem
criar um ambiente acessível e independente. Quanto aos nossos governantes, estes precisam
“vigiar” o cumprimento das garantias do cidadão com deficiência e criar incentivos para a
pesquisa e desenvolvimento de novos equipamentos, softwares e recursos computacionais.

REFERÊNCIAS

AMORIM, Eliã S. dos S. ET all. Educação de cegos mediada pela tecnologia. Disponível em
www.educação.salvador.ba.gov.br. Acessado em 25/09/2012.

BEAL, Adriana. Introdução à gestão de tecnologia da informação. Maio/2011. Disponível em
www.2beal.org. Acessado em 16/09/2012.

PLANALTO FEDERAL. Lei de direito autoral (nº 9610/98). Disponível em: www.planalto.gov.br.
Acessado em 19/10/2012.

PLUSTEK. Características do BookReader V200. Disponível em: www.plustek.com/br. Acessado
em 20/09/2012.

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Solução de ti sustentável para a acessibilidade da pessoa cega aos livros

  • 1. SOLUÇÃO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO SUSTENTÁVEL PARA A ACESSIBILIDADE DA PESSOA CEGA AOS LIVROS. João Batista Pontes Butrago Maria Iugoslávia da Costa Paiva Ricardo Fernandes de Albuquerque INTRODUÇÃO Este resumo expandido mostra um estudo bibliográfico a fim de apresentar sugestões de como facilitar o acesso da pessoa cega aos livros que não possuem edição escrita em braille através de recursos disponíveis no mercado, levando em conta o aspecto financeiro e a sustentabilidade. Outra preocupação foi realizar uma analise sobre o uso das tecnologias da informática disponíveis a fim de garantir o direito da pessoa cega como cidadão, apropriar- se do conhecimento dinâmico atual. Em bibliotecas públicas ou de universidades a disponibilidade de livros escritos em braille é muito restrita ou inexiste. Com o avanço da informática surgiram equipamentos, softwares e recursos computacionais para ajudar a pessoa cega a se desenvolver de forma independente. Diante deste contexto levantamos o seguinte problema: Como tornar acessível e viável para pessoa cega a leitura de livros não disponíveis em braille considerando a sustentabilidade? Observamos que são poucas ações que garantem ao cego o acesso ao conhecimento, o que nos motivou a realizar um estudo bibliográfico a fim de apresentar sugestões de como facilitar o acesso da pessoa cega aos livros que não possuem edição em braille através de recursos disponíveis no mercado, levando em conta o aspecto financeiro e a sustentabilidade. O conceito de sustentabilidade ultimamente tornou-se um princípio segundo o qual o uso dos recursos naturais para satisfação de necessidades atuais não pode comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras. Fazendo uma análise da problemática da sustentabilidade chega-se ao termo “Tecnologia da Informação” que, para Rezende apud Beal (2001, p.1), “[...] serve para designar o conjunto de recursos tecnológicos e computacionais para a geração e uso da informação”. A informação tornou-se um elemento essencial na vida das pessoas e o computador, automatizou rotinas que levariam um tempo maior para serem realizadas. Neste cenário, surgem recursos tecnológicos de fundamental importância ao acesso do computador para pessoas com deficiência visual, através dos softwares de voz e ampliadores de telas.
  • 2. Segundo Damasceno apud Amorim et all (2000, p. 4), “a Tecnologia da Informação [...] é utilizada como Tecnologia Assistiva, conceito que designa toda e qualquer ferramenta ou recurso utilizado com a finalidade de proporcionar uma maior independência e autonomia a pessoa portadora de deficiência”. Ter acesso às informações acompanhando o movimento em seu entorno social faz-se cada vez mais uma exigência da contemporaneidade. Uma Tecnologia Assistiva sustentável para cegos Um cego possui características pertinentes a qualquer outra pessoa e ser punido pelo seu limite orgânico é no mínimo desumano. Com as possibilidades proporcionadas pelos recursos tecnológicos, um novo perfil poderá ser delineado, considerando que a alfabetização e as ferramentas permitirão ao cego além da garantia dos seus direitos como cidadão, apropriar-se do conhecimento dinâmico atual. Os livros e publicações que possuem a versão em braille ou formato MP3 (MPEG-1/2 Audio Layer 3), são de grande valia para a cego que busca informação e conhecimento. Mas, alem desses recursos no Brasil serem insignificantes, as editoras investem timidamente nesse mercado devido os altos custos de impressão e à pirataria que traz grandes prejuizos. Pensando nisso, o estudo a seguir elaborado por nós apresenta uma sugestão possível, mas não única, que amenizará a dificuldade enfrentada por um cego que, por exemplo, pretenda ingressar na universidade para ali permanecer durante cinco anos até a sua conclusão. Iremos considerar o seguinte caso hipotético: João vai cursar Administração de Empresas com 50 (cinquenta) disciplinas em sua grade curricular. Em cada uma, além de notas de aula, João adotará um livro como bibliografia de pesquisa e terá que imprimi-lo em braille. Se cada livro possuir em média 400 paginas, gastar-se-á cerca de 2.000 folhas de papel (Sulfit A4 150g), pois para cada pagina impressa em tinta consomem-se em média cinco folhas na impressão em braille. Ao final do curso terá sido gasto pelo menos 20.000 folhas que, ao custo de R$ 102,00/mil, totalizará um gasto de R$ 2.040,00. Agrega-se o preço de uma impressora braille que gira em torno de R$ 1.000,00. Com o BookReader, um scanner totalmente projetado para ser utilizado pela pessoa cega, à vida acadêmica de João será muito mais fácil garantindo-lhe acessibilidade, vida independente e inclusão social. Outro foco importante é a sustentabilidade, pois dispensa a impressão contribuindo de forma significativa para a preservação da fauna e flora de nosso planeta. Financeiramente viável (em média R$ 4.000,00), esse equipamento contempla
  • 3. scanner de alta velocidade de digitalização, síntese de voz natural e funcionalidade altamente precisa de texto em áudio e de OCR (Reconhecimento Óptico de Caracteres). Segundo o site http://plustek.com/br/ da empresa Plustek, fabricante do produto, para criar um arquivo em áudio, o usuário simplesmente coloca um livro ou documento sobre o vidro de exposição para digitalização e com um toque no botão, o texto é transformado em arquivo de áudio que pode ser salvo em MP3 e outros formatos. Projetado para digitalização de livros o (SEE™ Elemento de Eliminação de Sombra), elimina sombras de lombada de livro e distorções de texto. Sobre o aspecto legal, a reprodução feita por uma pessoa com deficiência visual não constitui crime de pirataria segundo a Lei de Direito Autoral (nº 9610/98), Capítulo IV, Artigo 46, de 19 de fevereiro de 1998. CONCLUSÃO Após as análises e reflexões, compreendemos as dificuldades que a pessoa cega se depara durante o processo de formação contínua, tendo em vista que além da falta de acessibilidade à informação escrita, os equipamentos e novas tecnologias possuem um custo muito elevado. Diante disso, constatamos que as instituições públicas ou privadas podem e devem criar um ambiente acessível e independente. Quanto aos nossos governantes, estes precisam “vigiar” o cumprimento das garantias do cidadão com deficiência e criar incentivos para a pesquisa e desenvolvimento de novos equipamentos, softwares e recursos computacionais. REFERÊNCIAS AMORIM, Eliã S. dos S. ET all. Educação de cegos mediada pela tecnologia. Disponível em www.educação.salvador.ba.gov.br. Acessado em 25/09/2012. BEAL, Adriana. Introdução à gestão de tecnologia da informação. Maio/2011. Disponível em www.2beal.org. Acessado em 16/09/2012. PLANALTO FEDERAL. Lei de direito autoral (nº 9610/98). Disponível em: www.planalto.gov.br. Acessado em 19/10/2012. PLUSTEK. Características do BookReader V200. Disponível em: www.plustek.com/br. Acessado em 20/09/2012.