Weitere ähnliche Inhalte
Mehr von Roberto Goldstajn (20)
Fazenda nacional suspendeu 263 mil execuções fiscais de até r$ 1 milhão
- 1. Imprimir ()
Procuradora Anelize Lenzi Ruas de Almeida: "Estimamos recuperar cerca de R$ 2
bilhões até o fim do ano"
12/08/2016 05:00
Fazenda Nacional suspendeu 263 mil execuções fiscais
de até R$ 1 milhão
Por Laura Ignacio
O Ministério Público Federal (MPF) arquivou denúncia contra a nova estratégia de cobrança de débitos tributários
da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN), que já permitiu a suspensão de 263 mil execuções fiscais com
valores abaixo de R$ 1 milhão. A representação questionava se a PGFN poderia abrir mão de receita sem previsão
de compensação desses valores aos cofres públicos, mas o órgão demonstrou com resultados que a arrecadação
deverá crescer.
"Estimamos recuperar cerca de R$ 2 bilhões até o fim do ano graças ao Regime Diferenciado de Cobrança de Créditos
(RDCC)", diz a procuradora Anelize Lenzi Ruas de Almeida, diretora do Departamento de Gestão da Dívida Ativa da
União.
Essa nova gestão de cobrança foi criada pela Portaria da PGFN nº 396, de 2016. Após a suspensão das cobranças, os
valores menores de R$ 1 milhão, que representam cerca de 90% das execuções fiscais, passam a ser monitorados,
podendo ser inscritos no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) ou
protestados em cartório. Assim, os procuradores podem focar sua expertise nos 10% de processos restantes, que
representam a maior parte da dívida ativa.
Ao determinar o arquivamento da representação, o Ministério Público considerou que a suspensão das execuções
fiscais proposta pela Portaria 396 é fruto de um estudo sistematizado da PGFN, que resultou em um novo modelo de
cobrança. "Vêse, portanto, que as preocupações lançadas pelo representante não se perfazem, tendo em vista que
não haverá qualquer renúncia de receita por parte do Poder Público. Da mesma forma, não incidem as alegadas
violações aos princípios constitucionais, conforme plenamente demonstrado nas informações da PGFN", afirma o
MPF.
A PGFN teve prazo de 20 dias para se manifestar sobre a denúncia. Demonstrou que o RDCC foi gestado a partir da
constatação de ineficiência do antigo modelo em vigor, "que apenas colaboraria para elevar a taxa de
congestionamento do Judiciário e alocação da força de trabalho em débitos com pouca ou nenhuma perspectiva de
recuperação".
Entre os resultados do RDCC estão medidas que vêm sendo implementadas, este mês, e alcançarão cerca de R$ 13,7
bilhões da dívida ativa da União, atingindo mais de 500 mil débitos, de acordo com a procuradora. A principal é a
inclusão de sócios ou outros que sejam corresponsáveis pelos débitos tributários de empresas. Isso deve acontecer
nos casos de companhias cuja situação é de CNPJ "baixado" por "liquidação voluntária" ou "inexistência de fato". E
em relação a corresponsáveis de "empresários individuais" e de "empresas sucessoras".