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OS 170 ANOS DO METODISMO NO BRASIL
19 de agosto de 1835 - 19 de agosto de 2005
João Wesley Dornellas
O dia 19 de agosto é muito importante na história do Metodismo no Brasil. Ele marca a
chegada ao Brasil, no ano de 1835, do Rev. Fountain E. Pitts, um jovem ministro metodista de
27 anos, em missão oficial de investigação das condições aqui existentes para o
estabelecimento de trabalho missionário. Antes de mais detalhes sobre a viagem de Pitts,
relembremo-nos dos seus antecedentes. O espírito evangelístico tem sido, desde o seu início,
uma das mais fortes características do Movimento Metodista. A obsessão de Wesley em
divulgar a obra foi adotada por todos os que o seguiam. A frase que Wesley repetia sempre, "O
mundo é a minha paróquia", tornou-se uma lema de todos os metodistas. Não foi diferente com
a igreja dos Estados Unidos. No princípio do Século XIX, ela resolveu que, ao mesmo tempo
em que deveria crescer para ocupar o território americano, precisava também voltar os olhos
para outras terras. Em 1820, com o objetivo voltado para o estabelecimento do Metodismo em
outros países, foi criada a Sociedade Missionária. Em 1825, a sociedade pedia aos a
nomeação de obreiros para a África e a América do Sul. Começa aí o grande movimento
missionário da nossa Igreja Mãe. Por falta de recursos humanos e materiais, não se podia fazer
tudo ao mesmo tempo. Em 1832, a Conferência Geral tomou um novo interesse pela América
do Sul, recebendo os bispos a incumbência de estudar, juntamente com a Sociedade
Missionária, a possibilidade de estabelecer trabalho no Brasil, que oferecia naquele momento
boas condições, Argentina e Uruguai. Em maio de 1835, reunida em Conferência Geral, a
igreja resolveu enviar um missionário à América do Sul. Ofereceu-se para a missão o Rev.
Fountain Pitts, que era pastor da Igreja McKendree, em Nashville, Estado de Tennessee. Só
um parêntese: essa igreja tem esse nome em homenagem ao Bispo McKendree (1757-1835),
um dos grandes heróis da história do metodismo americano. Ele foi o primeiro bispo nascido no
país, tendo sucedido ao grande Francis Asbury. Voltemos a Pitts. Ele mesmo, após sua
decisão e competente aprovação do seu bispo, James Osgood Andrews, teve que conseguir,
através de donativos, os recursos para pagar a viagem. Saiu ainda em maio do Tennessee e
foi para Nova York. Finalmente, no dia 28 de junho, ele parte, de Baltimore, a bordo do navio
"Nelson Clark", com destino ao Brasil. Um outro parêntese. O Bispo Andrews acabou sendo,
anos mais tarde, em 1844, o pivô para a grande divisão ocorrida na igreja metodista americana,
que se partiu em duas igrejas, a do Norte e a do Sul, pelos mesmos motivos que acabaram
provocando, vinte anos depois, a Guerra da Secessão, na qual os americanos lutariam entre si:
a escravidão. O Bispo Andrews recebeu por herança alguns escravos e não os libertou, como
pretendiam os Bispos do Norte. Sua negativa foi o estopim de uma divisão que persistiu até
1939. Mas voltemos outra vez a Pitts. A viagem durou 52 dias, durante os quais Pitts teve a
oportunidade de dirigir cultos para passageiros e tripulantes do navio. Finalmente, trazendo em
sua bagagem, além das credenciais religiosas, cartas de recomendação do presidente
americano Andrew Jackson e pelo estadista Henry Clay, que certamente facilitaram seu
trabalho de aproximação, ele desembarca no Rio de Janeiro ao entardecer do dia 18 de
agosto, com tempo firme mas com a aragem soprando frio. Naquela época, o porto se
localizava na atual Praça XV de Novembro, perto do Paço Imperial É Pitts quem fala, poucos
dias depois, de suas primeiras impressões sobre a nossa Cidade Maravilhosa, berço do
Metodismo no Brasil: "Nada pode exceder a beleza da baía e a grandeza do cenário ao
redor.Ela se assemelha a um lago extenso. Ilhas estão graciosamente engastadas em seu
seio, e em suas margens, tanto quanto o olhar é capaz de alcança, apresentam-se sorridentes
núcleos urbanos e vilas. A terra, sobressaindo gradualmente da água, através de montes e
vales, os quais estão cobertos de interminável verdura, até que a visão é confinada por
surpreendentes cumes de montanhas de granito marrom, que formam uma muralha ao redor
da imensa bacia E além disso, em dia claro, os picos da serra dos Órgãos podem ser vistos
distintamente à distância de 50 milhas, acima do lençol de nuvens que pairam em baixo". Nas
semanas seguintes, Pitts, hospedado na casa de uma família luterana, fez diversos contatos,
pregou muitas vezes e fundou uma Sociedade Metodista, como era então chamadas as nossas
congregações. Em carta dirigida, cerca de duas semanas depois de sua chegada, ao
Secretário Correspondente da Sociedade Missionária, nos Estados Unidos, manifestava a
grande oportunidade que o metodismo tinha no Brasil : "Estou nesta cidade (Rio de Janeiro) há
duas semanas e lamento que a minha permanência seja necessariamente breve. Creio que
uma porta oportuna para a pregação do Evangelho está aberta neste vário império. Os
privilégios religiosos permitidos pelo Governo do Brasil são muito mais tolerantes do que
esperava achar em um país católico. Já realizei diversas reuniões e preguei 8 vezes em
diferentes residências onde fui respeitosamente convidado e bondosamente recebido pelo bom
povo. Graças a Deus, tenho razão para crer que o bom Espírito tem estado conosco nesta
antiga fortaleza de Satanás". "Nosso pequeno grupo de metodistas precisará muito de um
cristão experimentado para conduzi-lo, no entanto, eles estão decididos a se unirem e a se
ajudarem mutuamente no desenvolvimento da salvação de suas almas.Que o Céu permita que
eles sejam as primícias de uma safra gloriosa. Eu lhes forneci alguns hinários e disciplinas
(uma espécie de Cânones) e estou encomendando um pedido, por este navio, de um pequeno
sortimento de livros para este lugar". Em sua carta, Pitts pede o envio de um obreiro e dá o seu
perfil: "O missionário a ser enviado para cá deve vir imediatamente e iniciar o estudo do
português, sem demora... Deve ser enviado para este lugar um homem de vivo zelo, da
paciência de Jô, e de verdadeira filosofia cristã. Um pregador que coloque todos os seus
cuidados no Senhor Jesus, e que pregue com o Espírito Santo mandado do céu é o que
querem aqui". Na mesma oportunidade, o Rev. Pitts despachou para os Estados Unidos um
exemplar da Bíblia na tradução de Almeida, para ser examinado e impresso. Assim começou o
Metodismo no Brasil. Guardemos no nosso coração o nome do Rev. Fountain Pitts, o pioneiro
do Metodismo no Brasil. Hoje aqui em nossa Igreja Metodista de Vila Isabel, especialmente no
culto matutino, teremos um momento de ação de graças pela vida daquele grande servo de
Deus e pelo início no Brasil, há 170 anos, da Linha de Esplendor sem Fim que caracteriza a
história do Povo Chamado Metodista.

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Os 170 anos_metodismo_brasil

  • 1. OS 170 ANOS DO METODISMO NO BRASIL 19 de agosto de 1835 - 19 de agosto de 2005 João Wesley Dornellas O dia 19 de agosto é muito importante na história do Metodismo no Brasil. Ele marca a chegada ao Brasil, no ano de 1835, do Rev. Fountain E. Pitts, um jovem ministro metodista de 27 anos, em missão oficial de investigação das condições aqui existentes para o estabelecimento de trabalho missionário. Antes de mais detalhes sobre a viagem de Pitts, relembremo-nos dos seus antecedentes. O espírito evangelístico tem sido, desde o seu início, uma das mais fortes características do Movimento Metodista. A obsessão de Wesley em divulgar a obra foi adotada por todos os que o seguiam. A frase que Wesley repetia sempre, "O mundo é a minha paróquia", tornou-se uma lema de todos os metodistas. Não foi diferente com a igreja dos Estados Unidos. No princípio do Século XIX, ela resolveu que, ao mesmo tempo em que deveria crescer para ocupar o território americano, precisava também voltar os olhos para outras terras. Em 1820, com o objetivo voltado para o estabelecimento do Metodismo em outros países, foi criada a Sociedade Missionária. Em 1825, a sociedade pedia aos a nomeação de obreiros para a África e a América do Sul. Começa aí o grande movimento missionário da nossa Igreja Mãe. Por falta de recursos humanos e materiais, não se podia fazer tudo ao mesmo tempo. Em 1832, a Conferência Geral tomou um novo interesse pela América do Sul, recebendo os bispos a incumbência de estudar, juntamente com a Sociedade Missionária, a possibilidade de estabelecer trabalho no Brasil, que oferecia naquele momento boas condições, Argentina e Uruguai. Em maio de 1835, reunida em Conferência Geral, a igreja resolveu enviar um missionário à América do Sul. Ofereceu-se para a missão o Rev. Fountain Pitts, que era pastor da Igreja McKendree, em Nashville, Estado de Tennessee. Só um parêntese: essa igreja tem esse nome em homenagem ao Bispo McKendree (1757-1835), um dos grandes heróis da história do metodismo americano. Ele foi o primeiro bispo nascido no país, tendo sucedido ao grande Francis Asbury. Voltemos a Pitts. Ele mesmo, após sua decisão e competente aprovação do seu bispo, James Osgood Andrews, teve que conseguir, através de donativos, os recursos para pagar a viagem. Saiu ainda em maio do Tennessee e foi para Nova York. Finalmente, no dia 28 de junho, ele parte, de Baltimore, a bordo do navio "Nelson Clark", com destino ao Brasil. Um outro parêntese. O Bispo Andrews acabou sendo, anos mais tarde, em 1844, o pivô para a grande divisão ocorrida na igreja metodista americana, que se partiu em duas igrejas, a do Norte e a do Sul, pelos mesmos motivos que acabaram provocando, vinte anos depois, a Guerra da Secessão, na qual os americanos lutariam entre si: a escravidão. O Bispo Andrews recebeu por herança alguns escravos e não os libertou, como pretendiam os Bispos do Norte. Sua negativa foi o estopim de uma divisão que persistiu até 1939. Mas voltemos outra vez a Pitts. A viagem durou 52 dias, durante os quais Pitts teve a oportunidade de dirigir cultos para passageiros e tripulantes do navio. Finalmente, trazendo em sua bagagem, além das credenciais religiosas, cartas de recomendação do presidente americano Andrew Jackson e pelo estadista Henry Clay, que certamente facilitaram seu trabalho de aproximação, ele desembarca no Rio de Janeiro ao entardecer do dia 18 de agosto, com tempo firme mas com a aragem soprando frio. Naquela época, o porto se localizava na atual Praça XV de Novembro, perto do Paço Imperial É Pitts quem fala, poucos dias depois, de suas primeiras impressões sobre a nossa Cidade Maravilhosa, berço do Metodismo no Brasil: "Nada pode exceder a beleza da baía e a grandeza do cenário ao redor.Ela se assemelha a um lago extenso. Ilhas estão graciosamente engastadas em seu seio, e em suas margens, tanto quanto o olhar é capaz de alcança, apresentam-se sorridentes núcleos urbanos e vilas. A terra, sobressaindo gradualmente da água, através de montes e vales, os quais estão cobertos de interminável verdura, até que a visão é confinada por surpreendentes cumes de montanhas de granito marrom, que formam uma muralha ao redor da imensa bacia E além disso, em dia claro, os picos da serra dos Órgãos podem ser vistos distintamente à distância de 50 milhas, acima do lençol de nuvens que pairam em baixo". Nas semanas seguintes, Pitts, hospedado na casa de uma família luterana, fez diversos contatos, pregou muitas vezes e fundou uma Sociedade Metodista, como era então chamadas as nossas congregações. Em carta dirigida, cerca de duas semanas depois de sua chegada, ao Secretário Correspondente da Sociedade Missionária, nos Estados Unidos, manifestava a grande oportunidade que o metodismo tinha no Brasil : "Estou nesta cidade (Rio de Janeiro) há duas semanas e lamento que a minha permanência seja necessariamente breve. Creio que uma porta oportuna para a pregação do Evangelho está aberta neste vário império. Os privilégios religiosos permitidos pelo Governo do Brasil são muito mais tolerantes do que
  • 2. esperava achar em um país católico. Já realizei diversas reuniões e preguei 8 vezes em diferentes residências onde fui respeitosamente convidado e bondosamente recebido pelo bom povo. Graças a Deus, tenho razão para crer que o bom Espírito tem estado conosco nesta antiga fortaleza de Satanás". "Nosso pequeno grupo de metodistas precisará muito de um cristão experimentado para conduzi-lo, no entanto, eles estão decididos a se unirem e a se ajudarem mutuamente no desenvolvimento da salvação de suas almas.Que o Céu permita que eles sejam as primícias de uma safra gloriosa. Eu lhes forneci alguns hinários e disciplinas (uma espécie de Cânones) e estou encomendando um pedido, por este navio, de um pequeno sortimento de livros para este lugar". Em sua carta, Pitts pede o envio de um obreiro e dá o seu perfil: "O missionário a ser enviado para cá deve vir imediatamente e iniciar o estudo do português, sem demora... Deve ser enviado para este lugar um homem de vivo zelo, da paciência de Jô, e de verdadeira filosofia cristã. Um pregador que coloque todos os seus cuidados no Senhor Jesus, e que pregue com o Espírito Santo mandado do céu é o que querem aqui". Na mesma oportunidade, o Rev. Pitts despachou para os Estados Unidos um exemplar da Bíblia na tradução de Almeida, para ser examinado e impresso. Assim começou o Metodismo no Brasil. Guardemos no nosso coração o nome do Rev. Fountain Pitts, o pioneiro do Metodismo no Brasil. Hoje aqui em nossa Igreja Metodista de Vila Isabel, especialmente no culto matutino, teremos um momento de ação de graças pela vida daquele grande servo de Deus e pelo início no Brasil, há 170 anos, da Linha de Esplendor sem Fim que caracteriza a história do Povo Chamado Metodista.