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DESCUBRA
AGORA
COMO
ALCANÇAR O
GENUÍNO
AVIVAMENTO
Nelson Luiz Campos Leite

DESCUBRA...
- A Igreja em busca de novas formas
- O momento em que vivemos
- Aprendendo com o profeta habacuque
- Marcas do genuíno avivamento
- Instrumentos para o genuíno avivamento
- Referências bibliográficas
A IGREJA EM BUSCA DE NOVAS FORMAS
Vivemos
num
mundo
de
contínuas
transformações. Essa situação tem afetado a
vida das pessoas, famílias e das instituições
sociais. A Igreja como parte do contexto social
vive no meio destas transformações e procura
adaptar-se e responder a essa situação.
Há várias formas de participar do presente
momento como Igreja. Umas se fecham em torno
de si mesmas, procurando auto-defender-se;
algumas procuram entender e assimilar os sinais
dos tempos, buscando configurar-se de forma
que, sem perder a sua dinâmica e identidade,
possam ser parte integrante desse processo,
através de novas maneiras no expressar a sua
vivência e missão; outras buscam uma nova
dinâmica de espiritualidade, procurando com isso
dar segurança a si próprias e aos seus
seguidores.
Hoje há uma busca contínua e dinâmica pela
espiritualidade. Após um momento de negação
dos valores espirituais e da auto-afirmação
humana e social, sem a presença do fator
religioso, há um forte impulso pessoal e social
pelo elemento místico-espiritual.
Movimentos de todas as índoles religiosas

estão presentes na atualidade oferecendo o seu
produto no grande mercado da fé. Há um
oferecimento de respostas a tudo e a todas as
situações através de religiosidades as mais
diversas possíveis. A Igreja Cristo tem sido
confrontada por essa situação. A sua resposta
varia de acordo com a sua forma de ser, com a
sua tradição histórica, com a forma de perceber e
interpretar a realidade e com a criatividade com
que responde a essa situação.
Em todos os tempos e épocas a Igreja tem
sido desafiada a tomar novas formas. O apóstolo
Paulo já desafiava a não nos conformarmos...
mas a nos transformarmos, permitindo ao
Espírito de Deus realizar em nós a transformação
de nossas mentes, de todo o nosso ser e de
nossa maneira de expressar a nossa
espiritualidade missionária (Rm 12.2). Desta
forma, estaríamos vivendo e experimentando a
vontade divina para a vida e para a vivência
missionária da fé. A única vontade, que significa
para o ser humano a totalidade da vida boa,
agradável e perfeita, conforme o querer divino
expresso nos valores do seu Reino.
No século 16, a Reforma era a resposta para
a realidade de sua época. Neste contexto surge a
máxima
"Ecclesia
reformata
et
semper
reformanda". Este princípio contínuo de reforma
significa a forma para poder responder de uma
maneira criativa ao desafio apresentado pelas
novas situações históricas. Ele afirma que nosso
Deus é um Deus Vivo, ativo no mundo para
transformá-lo e que nossa lealdade a Deus
demanda novas respostas por parte da
comunidade da fé, sempre renovada... não presa
ao passado para poder responder às demandas
que surgem do futuro. (1)
No decorrer da História muitos movimentos
de renovação têm surgido. Podemos rememorar
o
movimento
wesleyano,
que
originou
posteriormente a Igreja Metodista. No início do
século 20 surgem os movimentos pentecostais
trazendo consigo uma força inovadora e
transformadora muito grande. A partir dai iniciase a formação de uma multiplicidade de
movimentos distanciados das Igrejas históricas.
Esse
movimento
tem
expressado
uma
configuração de religiosidade popular, ligado no
seu início às classes mais pobres. Com o
decorrer dos anos, novos movimentos surgem e
atingindo a classe média, formando comunidades
carismáticas de grande realce.
Toda essa agitação religiosa atinge
diretamente as Igrejas históricas, que sofrem com
esse processo, perdem a sua dinâmica, são
levadas, no início a uma posição de defesa e
auto-preservação, passando a seguir a procurar
se rearticular, abrindo espaços para movimentos
de renovação no seu interior. Surgem os
movimentos
avivalistas
intra-Igreja
com

características carismáticas, criando em muitas
Igrejas um fracionamento e uma ruptura, e em
outras uma nova configuração de sua maneira de
ser, da dinâmica de sua espiritualidade e na sua
expressão missionária.
Vivemos um momento no Brasil, que muitos
têm chamado de Avivamento. Um avivamento
que alcançou o nosso país, como resposta aos
clamores e orações do povo de Deus. Esse
avivamento há de mudar a configuração da Igreja
e a forma dela expressar--se junto ao povo e à
Nação.
Novos movimentos, Igrejas ou Comunidades
têm surgido como uma forma de expressar esse
novo momento ou como ruptura com a Igreja
Institucional, representada pela tradição histórica
do Protestantismo Brasileiro.
Dentro das Igrejas históricas e tradicionais, o
movimento avivalista está presente com suas
ênfases e sua maneira de ser. Há uma
diversidade de sinais e formas avivalistas,
oriundas da espiritualidade e da prática
pentecostal e carismática, que se expressam nos
cultos públicos e familiares e em outros aspectos
da vivência da fé.
Alguns interpretam o presente como um
momento pré-avivalista, afirmando que toda essa
movimentação e toda essa gama de diversidade
de expressões e forma de ser são antecessores
de um avivamento que está por vir. há práticas,
ênfases de todos os tipos e matizes que têm
produzido tensões, confusões, perturbações e
divisões.
Nas Igrejas históricas, desde há muito tempo,
a dinâmica dessa espiritualidade tem estado
presente, recebendo respostas e reações as
mais diversas. Uns se abrem a essa ação,
denominada do Espírito, outros se fecham em
seus mecanismos de defesa, enquanto alguns
tentam interpretar e responder à sua maneira a
essa realidade. Programação de avivamento tem
ocorrido
nas
Igrejas
tradicionais,
com
acompanhamento ou não de suas lideranças.
É à luz desta realidade que procuramos
sinalizar o que significa o genuíno Avivamento,
sob a ótica da Palavra divina. Nosso propósito é
sinalizar
alguns
elementos
considerados
fundamentais para um avivamento que possa ser
uma resposta dinâmica e adequada para o
momento presente em que vivemos, como
pessoas, famílias, pátria e continente latinoamericano. Um movimento onde há a presença
dinâmica e forte da ação do Espírito nos atos
chamados de piedade e nas obras de
misericórdia mantendo-se um equilíbrio dinâmico
entre a expressão de uma espiritualidade pessoal
e comunitária, com a sua expressão missionária
social transformadora.

Tendo em mente uma rápida visão da
realidade, procuraremos interpretar o significado
do avivamento à luz do profeta Habacuque. A
partir dai sinalizaremos marcos considerados
fundamentais para uma espiritualidade, em cujo
bojo está presente um genuíno avivamento. Com
isso não estamos querendo negar a relevância, o
lugar e a expressividade de movimentos
avivalistas, e nem estabelecer com eles uma
apologética. O nosso referencial é a Palavra de
Deus, a forma de compreender a presença e a
atuação do Espírito Santo hoje, e o contexto
histórico e social onde ocorre movimento
avivalista.

CITAÇÃO:
(1) SHAULL, Richard. I, Reforma y la Teologia de
la Liberation. San José: Dei, 1993.
O MOMENTO EM QUE VIVEMOS
Como cristãos, cremos que o Senhor está
presente conosco. Ele não muda e continuará
presente conosco. Deus em Cristo reconciliou
consigo o mundo e todas as coisas (2Co 5.1819). Não somente reconciliou, mas através da
vida, morte e ressurreição de Cristo tornou-se o
Senhor de todas as coisas. Ele está acima de
todo nome, poder, autoridade e potestade (Ef
1.19-23). Nele tudo subsiste (2Co 3.17).
A graça e a misericórdia de Deus
manifestam-se
de
forma
transformadora,
renovadora e restauradora. O Senhor sempre
está fazendo novas todas as coisas.
Neste momento histórico, apesar de todos os
sinais de morte, injustiça, destruição e
pessimismo., o Senhor nos diz: "Não vos
lembreis de coisas passadas, nem considereis as
antigas. Eis que faço coisa nova, que está saindo
à luz; porventura não o percebeis? Eis que porei
um caminho no deserto e rios no ermo" (Is 43.1819). O Espírito do Senhor faz com que as
situações possam ser mudadas.
O momento em que vivemos é pleno de
crise. Há crise em todos os níveis da vida:
pessoal, eclesial, social, institucional, econômica,

política, ética, moral... Crise não significa
necessariamente um momento de agonia. Ela
pode ser sinal de vitalidade, de reação contra as
circunstancias atuais presentes na vida. Uma
crise pode ser um momento de oportunidade de
transformação. Indica um sinal de perigo,
levando-nos a diagnosticá-lo e a buscar
caminhos de transformação. Há crise na vida
pessoal: falta de identidade, de sentido, de
valores, de perspectivas. Todas elas provocadas
por fatores os mais diversos: humanos, sociais,
econômico, emocional...
A crise em nível pessoal leva as pessoas a
terem
crise
em
nível
relacional.
Os
relacionamentos humanos estão tremendamente
truncados. Falta comunhão, diálogo, unidade,
afetividade, solidariedade, altruísmo e autêntico
amor nos relacionamentos humanos. Neste
espaço relacional entra a crise da família.
A família vive um momento difícil de
adaptação, transformação e de busca de
solidificação. Há um esfacelamento familiar nos
dias de hoje em boa parte dos lares. Essas crises
são afetadas pela crise de valores: valores
morais, éticos e espirituais. Apesar de todo o
anseio por espiritualidade presente nos dias de
hoje, há um vazio existencial e relacional na vida
humana.
Na área da religiosidade vivemos uma
grande busca pela espiritualidade. Surgem as
oportunidades para os movimentos plenos de
messianismo que levam o povo à busca
desesperada por soluções mágicas. A própria
religiosidade evangélica entrou no mercado do
consumo,
oferecendo
na
prateleira
mercadológica todo tipo de produto disponível.
Essa é uma grande tentação para um povo
desesperado e carente que busca colocar sua fé
e esperança em soluções messiânicas e
mágicas.
Há
uma
religiosidade
sem
compromisso,
estéril,
sem
solidariedade,
centrada em si mesma e na pessoa, usando
Deus como um instrumento útil para atingir as
suas próprias aspirações.
A crise de moralidade é seria e afeta a todos
o níveis da vida pessoal, familiar, institucional,
trabalhista relacional. Falta confiabilidade nos
dias de hoje. A corrupção campeia em todas as
partes. A vida política, econômica e social vive
momentos críticos. Boa parte do povo sofre a
falta de recursos mínimos e básicos para sua
sobrevivência. Cada dia mais se descaracteriza o
sentido sagrado dado por Deus à vida. O ser
humano é desumanizado. Os sistemas têm
marginalizado as pessoas e os agrupamentos
sociais. Caem certos sistemas, outros passam a
assumir o fio condutor da História, mas a
carência humana continua. Há ausência de
habitação, de terra para se plantar, de educação,
assistência médica, alimentação, justiça e

salários dignos. No meio desta situação vivemos
próximos de sinais de morte. Jesus disse que
veio nos trazer vida plena e abundante em todos
os sentidos (Jo 10.10). Tem faltado essa
plenitude de vida.
O Salmo 40.17 afirma a respeito de nossa
realidade: "Eu sou pobre e necessitado, porém o
Senhor cuida de mim; tu és o meu amparo e o
meu libertador; não te detenhas, ó Deus meu".
Este texto fala de nossa realidade de pobreza em
todos os sentidos: econômico, social, espiritual,
moral, relacional... Carecemos de recursos
adequados para cada área da vida, visando sair
desta triste realidade. Realidade que contraria o
princípio divino para a vida. Somos necessitados
em todos os sentidos. Carecemos de amor,
justiça, verdade, solidariedade, afetividade, autoestima, espírito dadivoso e serviçal no lugar dos
valores do individualismo e do egocentrismo,
dominantes nos dias de hoje. A centralidade do
viver esta no EU (minha pessoa, o meu prazer, a
minha realização, a minha auto-expressão),
mesmo que seja em detrimento das outras
pessoas ou dos grupos.
Se essa é a nossa realidade, uma outra
verdade é expressa: "porém o Senhor cuida de
mim". Deus como pai, mantenedor, salvador e
senhor, deseja propiciar-nos vida com plenitude
de sentido. Uma vida em que a sua graça está
presente ensejando comunhão, perdão, amor,
reconciliação e restauração. Nas diversas
circunstâncias em que vivemos o Senhor é o
nosso amparo e sustento.
Não apenas isso: em muitas outras, ele é o
nosso libertador. O mesmo Deus que libertou o
seu povo da escravidão e do sofrimento no Egito
está presente para nos libertar de tudo quanto
nos escraviza e transtorna o seu propósito para
esta vida e a vida do seu Reino. Onde há
pecado, existe uma dosagem superior da graça
divina. Jesus nos diz: "Conhecereis a verdade e
ela vos libertará... Se o filho vos libertar,
verdadeiramente sereis livres" (Jo 8.32-36).
No contexto do momento de crise há o
momento da graça. Muitos clamam ao Senhor
nessas circunstâncias da vida de hoje: "não te
detenhas, ó Deus meu". O Espírito do Senhor
está
presente
consolando,
animando,
fortalecendo, restaurando, mantendo viva a
esperança e nos mobilizando para sermos parte
neste processo histórico de restauração.
Os tempos têm nos mostrado o grande
avanço da ciência, da educação, da tecnologia,
das comunicações e até da economia. Todavia,
estes avanços significativos não têm beneficiado
a todas as pessoas e nem a todos os países. Ao
contrário,
têm
mais
discriminado,
descaracterizado e mais marginalizado do que
libertado. Uma pequena elite pessoal, social,

racial, nacional, cultural é que
beneficiada por estes avanços.

tem

sido

Hoje se fala em neoliberalismo, em
globalização, todavia essas realidades não têm
propiciado vida plena, justa, digna, humana para
todos. A graça divina tem questionado pessoas,
grupos, ideologias e instituições. O mesmo Deus
da graça é o Deus da justiça, do direito, da
verdade, da liberdade, da responsabilidade, da
solidariedade, do compromisso e da vida plena. E
esse Deus, que é Senhor, está presente neste
tempo, questionando as pessoas, os sistemas e
as instituições, motivando-os a se aproximarem
da sua graça e a receber o poder transformador
do Evangelho Restaurador e Renovador. O
mesmo Espírito que pairava sobre as águas no
ato histórico da criação (Gn 1.2) está pairando
sobre nós e a História, inclusive sobre a própria
Igreja — Comunidade e Corpo vivo do Senhor.
De modo geral, podemos afirmar que a
existência dos sinais de morte que hoje
enfrentamos em nossa realidade deve-se
principalmente à falta de valores espirituais,
éticos e morais que dignificam a vida. Os valores
hoje amplamente difundidos na sociedade
brasileira, latino-americana e mundial, produzem
muita dor, sofrimento e morte, corrompendo a
sociedade e as pessoas. (2)
O povo de Deus é conclamado hoje a ser um
instrumento de sua graça no meio desta situação
e neste momento. Um povo, uma comunidade,
um corpo de Cristo, muito mais do que mera
instituição religiosa. Uma comunidade plena do
Espírito Santo, possibilitando uma vivência
evangélica, transparente, comprometida com o
ser humano e a realidade, atuando de forma
pastoral e pedagógica, plena de amor e
compaixão como viveu o seu Senhor Jesus
Cristo.
E diante deste quadro e contexto que surge a
grande carência de um genuíno avivamento
bíblico, pleno da graça divina, restaurador, junto,
amoroso, santificador e compromissado.
O avivamento dentro da genuinidade
evangélica toma-se um elemento vital. No seu
pleno sentido, avivar significa trazer-se
novamente à vida. Ilustrativamente significa fazer
numa pessoa morta a massagem cardiológica
necessária para voltarem os batimentos do
coração. Também, fazer a respiração boca a
boca, que visa re-oxigenar os pulmões, o cérebro
e todo o ser. Em suma: recriar a vida, trazê-la de
volta, ressuscitando-a!
É algo semelhante ao narrado em Ezequiel
37.114. A ação do Espírito divino no vale de
ossos secos, simbólico ao povo de Israel. É o
sopro do Espírito do Senhor que possibilita o
surgimento novamente da vida.

No contexto tão dramático em que vivemos
no Brasil, na América Latina e em outros
continentes e países onde os poderes da morte
rondam a vida é que há lugar para surgir um
genuíno Avivamento.
• Um avivamento bíblico, evangélico, não
manipulador e nem dominador, mas participativo,
pleno da graça e da ação divinas.
• Um avivamento onde o Senhor age através
do Cristo Ressuscitado e do vigor do seu Espírito
proporcionando vida plena e abundante a todas
as pessoas, comunidades, Igreja, povo, História,
natureza e todo o universo de Deus.
A Igreja cristã é desafiada a descobrir e a
vivenciar uma nova realidade pastoral junto com
o povo, ao lado do povo, a partir do povo e
dentro da realidade em que vive o povo. A Igreja
Corpo Vivo do Senhor Jesus Cristo é chamada a
ser GRAÇA no meio da DES-GRACA

CITAÇÃO:
(1) Cf. Pronunciamento do Colégio Episcopal da
Igreja Metodista do Brasil.
APRENDENDO COM O
PROFETA HABACUQUE
Do texto do livro de Habacuque surge o
clamor pela manifestação do avivamento por
parte de Deus: "Aviva a tua obra, ó Senhor, no
decorrer dos anos, e no decurso dos anos faze-a
conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia"
(Hc 3.2).
O profeta clama pelo avivamento. Esse
clamor acontece após ele ter ouvido as
declarações de Deus e sentir-se alarmado. O que
o leva a esta situação?
Vamos tentar analisar o texto. Os estudiosos
não chegaram a uma conclusão com respeito a
quem era Habacuque. Sabe-se que o seu nome
deriva de uma planta de jardim. O texto fala a
respeito do poder dos caldeus que estava
crescendo. Alguns concluem que Habacuque
profetizou em Judá no reinado de Jeoaquim
pouco antes da invasão de Nabucodonosor. Uns
afirmam, à luz do cântico do capítulo 3, que ele
deveria ser um cantor ou um levita. A data
aproximada do momento histórico está entre os
anos 605 a 626 a.C. Há comentários que afirmam
estar o texto localizado após a batalha em que os
caldeus derrotam os Egípcios e marcham em
direção ao oeste a fim de subjugar o rei

Jeoaquim, de Judá. Há polêmica quanto a isto,
sendo que há colocações que localizam o texto
com o ressurgimento do poder dos babilônicos.
Não se tem conclusão quanto a autoria do texto.
O livro apresenta o clamor do profeta junto a
Deus devido a iniqüidade que se vê ao seu redor,
levando-o a perguntar por quanto tempo ela
durará. Judá está em processo de julgamento da
parte do Senhor. Deus está erguendo os caldeus,
reconhecidos pela ferocidade do seu exército,
para aplicar o seu juízo. O profeta questiona aqui
a justiça divina. Como Deus pode permitir tal
brutalidade? O seu questionamento leva-o a
esperar na torre de vigia a resposta divina. No
futuro os próprios caldeus receberão o
julgamento divino e o justo triunfara pela graça e
misericórdia do Senhor. Os cinco Ais revelam o
julgamento divino sobre a injustiça, a crueldade,
a idolatria, a posse de bens tirados dos outros, a
violência. O Senhor não está ausente ou calado.
Ele age com justiça a começar do seu próprio
povo, atingindo outras nações que se rebelam
contra a sua soberania. A esperança tem o seu
fundamento por esperar-se pelo Senhor. A alma
do soberbo não é reta... mas o justo viverá pela
sua fé, colocada na soberania e na misericórdia
divina (Hc 2.4).
Aqui se inicia a mensagem de consolação e
esperança. O capítulo 3, conhecido como uma
oração em forma de cântico, após o sentido de
indignação e alarde do profeta, torna-se um
cântico de esperança e consolação. O Senhor
virá julgar as nações e o seu povo será salvo. E
um cântico de louvor e uma oração cujo objetivo
era o de animar, consolar e nutrir a esperança. A
misericórdia divina os libertaria no futuro. Neste
contexto surge um final de confiança, espera e
louvor:
Ainda que a figueira não floresce,
nem há fruto na vide;
o produto da oliveira mente,
e os campos não produzem mantimento;
as ovelhas foram arrebatadas do aprisco
e nos currais não há gado,
todavia EU ME ALEGRO NO SENHOR,
EXULTO NO DEUS DA MINHA SALVAÇÃO.
O SENHOR DEUS ÉA MINHA FORTALEZA
E FAZ OS MEUS PÉS COMO OS DA
CORÇA,
E ME FAZ ANDAR ALTANEIRAMENTE.

paz, retidão e vida plena para todas as pessoas,
povos, classes, etnias, culturas... O profeta
contemplava a violência e questionava ao Senhor
por não haver salvação. Ele vê perante si uma
situação onde há iniqüidade, opressão,
destruição, violência. Há contenda e litígio em
todos os lugares. A lei se afrouxa e a justiça está
longe de se manifestar. O perverso age contra o
justo e o cerca por todos os lados e sob todas as
formas. A justiça é distorcida. Estas são grandes
interrogações diante do Senhor. E pior, a
resposta divina contra a presença destes sinais
de morte e anti-vida no povo de Judá será
manifesta e corrigida através de um outro povo,
os caldeus (Hc 1.6).

O que teria tudo isso a ver conosco nos dias
de hoje?

Isto é questionado pelo profeta. Ele se coloca
na sua torre de vigia esperando uma resposta
divina plena de graça e misericórdia. Deus
responde afirmando que a visão ainda está para
se cumprir. Ela há de vir... o "já" é será
transformado naquilo que “será”. O Senhor faz as
suas declarações e isto deixa o profeta alarmado.
"Tenho ouvido, ó Senhor, as tuas declarações e
me sinto alarmado". Neste contexto ele clama
pelo avivamento, não um avivamento expresso
num só momento, mas de forma continuada no
decorrer dos anos, fazendo-o conhecido. A sua
justificativa baseia-se na misericórdia do Senhor.

Vivemos um momento em que temos
clamado ao Senhor. Clamamos pedindo justiça,

Avivar é trazer-se novamente à vida; é
ressuscitar a velha vida marcada pelos sinais de

Um final cheio de esperança e consolação.
Há aqui um sentido escatológico na espera
contra todas as esperanças e no meio de uma
situação de violência, injustiça e morte.
morte, para uma nova vida, cheia dos sinais de
vida,
justiça,
verdade,
reconciliação,
solidariedade, amor e paz.
Avivar é voltar-se novamente para o Senhor,
aceitar a sua soberania, viver e expressar a sua
justiça, ser uma benção para todos os povos e
expressar o louvor verdadeiro, através dos lábios,
do coração e da vida.
Ezequiel
37
descreve
a
situação
desesperadora do povo de Deus e o compara a
um vale de ossos secos. A vida foi perdida. Há
que se profetizar a favor de uma nova vida. A
profecia visa juntar os ossos, colocar tendões,
fazer crescer a carne e soprar o Espírito de uma
nova vida. Após o juntar-se dos ossos, o formarse do esqueleto, o colocar-se dos tendões e da
carne e o sobrepor-se da pele, a vida ainda não
havia sido manifesta. Havia toda uma estrutura,
porém sem vigor, vitalidade e energia. Ai surge a
profecia no sentido de insuflar no corpo o soprar
do Espírito para que ele possa dar vida ao corpo
morto. O Espírito torna-se o sinal de vida e
esperança do povo. Houve um avivamento. A
vida retomou ao corpo e uma nova realidade
surge.
No contexto em que vivemos hoje, onde são
grandes os sinais de morte e da anti-vida,
semelhantes a situação do contexto de
Habacuque, surge diante de nos um grande

clamor, pois o povo esta desesperado, aflito,
angustiado, oprimido, marginalizado, alarmado.
Nós, como cristãos, não podemos ter outro
sentimento senão o de dizer:
“Até quando, Senhor, clamarei, gritarei e Tu
não escutas e nem salvas? Por que me fazes ver
e vivenciar tanta iniqüidade, opressão, injustiça,
violência,
contendas,
litígios,
exploração,
abandono e morte? Estou alarmado, chocado e
indignado e diante disto a minha esperança levame a clamar:”
AVIVA A TUA OBRA, Ó SENHOR,
NO DECORRER DOS ANOS
E NO DECURSO DOS ANOS
FAZE-A CONHECIDA;
NA TUA IRA,
LEMBRA-TE DA MISERICÓRDIA (Hc 3:1-2).
No momento presente necessitamos de um
genuíno avivamento, centrado em Cristo, tendo
como força motriz o Espírito Santo. Há em muitos
lugares movimentos chamados de avivalistas que
contradizem a Palavra de Deus. A Bíblia é nosso
referencial básico. Não somente ela mas a
História, a realidade em que vivemos e nos
encontramos, tanto da Igreja como da sociedade.
Há necessidades múltiplas nas pessoas, na
família, nas comunidades eclesiais, nos
agrupamentos sociais e na sociedade que se
tornam desafios para um avivamento histórico e
contextualizado.
O pastor luterano Valdir Steuernagel
apresenta uma análise muito bem conceituada
que visa objetivar a missão da Igreja em relação
não apenas a chegar ao ano 2000, mas a partir
dele. Ao relatar sua viagem à Índia e a reflexão
sobre a agenda missionária, ele afirma à luz da
realidade de sua experiência:
Multidão, pobreza, e pluralismo poderiam ser
considerados palavras-chave para descrever a
realidade e o desafio missiológico vividos pela
igreja. Menciono este fato para justificar a
necessidade de se ter num genuíno avivamento
um referencial histórico e contextual em que se
possa refletir a luz da Bíblia os elementos
fundamentais do avivamento sem tirar os nossos
pés da realidade em que vivemos. (1)
O avivamento não significa colocar a Igreja
em movimento. Fazer um grande barulho... Um
louvor estridente... Buscar sinais miraculosos e
uma série de outras manifestações. Tudo isto
pode existir, sem contudo, estar havendo um
genuíno avivamento. Como, da mesma forma,
podem existir dentro do contexto de um genuíno
avivamento.
O pastor presbiteriano Hernandes Dias Lopes
elenca aquilo que considera não ser um

avivamento. Não é:
• um programa agendado pela Igreja,
• uma mudança doutrinaria,
• uma mudança litúrgica,
• uma ênfase carismática unilateral,
• um modismo,
• uma visão dicotomizada da vida, ou
• uma campanha de evangelização.
O avivamento é uma urgente e profunda
necessidade da Igreja e que os avivamentos
ocorrem sempre em tempos de crise: crise
econômica, política, social, moral, familiar,
institucional, espiritual. Hernandes Dias Lopes
afirma:
“O nosso maior problema não é a falta de
ortodoxia, mas de ortopraxia; não é a falta de
pregação, mas a de unção. Precisamos aspergir
a gloriosa doutrina bíblica que temos com o óleo
do Espírito e ter uma vida de santidade que
recomende
a
doutrina
que
pregamos.
Avivamento, portanto, é a junção do binômio
puritano: ortodoxia e piedade. Ortodoxia sem
piedade gera aridez. Piedade sem ortodoxia gera
misticismo. Não podemos separar o que Deus
uniu. Avivamento portanto, não é desvio, é volta.
Avivamento não é sair da rota, é voltar para o
caminho. Avivamento não é inovação, é
restauração. Avivamento não é fuga da Bíblia, é
volta para a Bíblia. Avivamento não é
anacronismo histórico, mas sintonia com o que
Deus tem feito na História”. (2)
João Wesley, no desenrolar do seu
movimento avivador ocorrido na Inglaterra no
século 18, fundamenta a espiritualidade do
movimento na ação dinâmica da Graça Divina.
Surge aqui uma espiritualidade oriunda da Graça,
espiritualidade esta que traz como resultado na
vida do que crê e da Igreja os ATOS DE
PIEDADE e as OBRAS DE MISERICÓRDIA,
presentes nas dimensões eclesiais da IntraIgreja, Inter-Igreja e Extra-Igreja (sua vivência é
missão fora dos seus limites internos e dentro do
contexto da realidade histórica humana e social).
Oremos a favor das pessoas, da sociedade,
do mundo e da Igreja de Cristo através dos lábios
de Habacuque: "Aviva a tua obra, ó Senhor. No
decorrer dos anos e no decurso dos anos, faze-a
conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia"
(Hc 3.1-2).
A obra é do Senhor. Nos somos parte dela e
instrumentos da sua graça. Em nome de Jesus e
sob a unção do Santo Espírito doador da Vida
vivemos a fé e desenvolvemos a missão.
CITAÇÕES:
(1) STEUERNAGEL, Valdir. A Igreja rumo ao
ano 2000. Belo Horizonte: Missão, 1993.
(2)
LOPES, Hernandes Dias. Avivamento
urgente. Vitória, 1994, p. 41s.

MARCAS DE GENUÍNO AVIVAMENTO
1. O genuíno avivamento, acima de tudo, é
bíblico, ou seja, está centrado na mensagem
total da Bíblia.
A Bíblia torna-se a revelação dos atos
históricos de Deus a favor da pessoa, dos povos,
das raças, das nações, do gênero humano: a
mulher e o homem. A Palavra divina expressa na
tríplice forma: escrita, proclamada e encamada.
Neste último sentido é vivenciada em Cristo, que
a encarna num momento histórico concreto. Essa
Palavra será a luz para o nosso caminhar.
Colossenses 3.16 afirma: "Habite ricamente em
vós a palavra de Cristo; instrui-vos e aconselhaivos mutuamente em toda a sabedoria"... Sob a
inspiração do Espírito Santo a Palavra deixa de
ser mera e morta letra para ser vida vivificada.
Lendo e fazendo a releitura da Bíblia à luz do
contexto histórico de onde ela surge e
confrontando-a com a nossa realidade, teremos
dimensionado
o
caminhar
do
genuíno
avivamento.
2. O genuíno avivamento está centrado em
Cristo, sua encarnação, vida, missão, cruz,
morte, ressurreição, ascensão.
Vida movida pelo amor divino, na unção do
Santo Espírito e plena de graça e misericórdia
para com o ser humano, em especial para com
os mais frágeis e marginalizados. Cristo é o
referencial do genuíno avivamento que é
cristológico. Paulo em sua vivência procurava ser
achado em Cristo, perder toda a sua glória, ser
achado nele, mediante a fé e a justiça divina,
conhecê-lo pessoalmente, ter o poder da sua
ressurreição e comungar com o seu sofrimento,
conformando-se com ele na sua morte (Fp 3.810).
3. O genuíno avivamento é uma
manifestação do Espírito Santo.
Não é uma manipulação humana ou uma
série de programações, estimulações e coações
psicológicas. É atuação do Espírito, prometido
por Cristo para ser o companheiro, o consolador,
o defensor, o animador, aquele que guiaria o
discipulado à verdade e glorificaria a Cristo. O
Espírito que habitaria em nós, não nos deixando
órfãos no meio do abandono existencial e que
vivificaria, com o mesmo poder em que
ressuscitou a Cristo, os nossos corpos mortais.
João (capítulos 14, 15 e 16) nos dá o referencial
básico da natureza e realidade do Espírito. Atos
testifica o nascer e a vivência da comunidade
apostólica o Novo Israel, a Igreja, através da vida
gerada pela dinâmica do Espírito. Paulo (Rm 8.911) nos fala do vivificar pelo Espírito. Este
mesmo Espírito é o agente divino do genuíno
avivamento junto aos cristãos, da Igreja, da
História e de todo o Universo, obra divina.

4. O genuíno avivamento proporciona uma
mudança de vida na pessoa e na sua vivência
em comunidade.
Uma profunda “metanóia”, levando a pessoa
a viver pela graça e a oferecer a graça em todos
os seus relacionamentos. Uma nova vida gerada
pelo amor divino e fundamentada por este
mesmo amor em seus relacionamentos para com
o próximo, consigo mesmo, com a sociedade, e
todos os demais relacionamentos; em especial o
seu relacionamento com Deus, através de Cristo
e na força do Espírito. Agora há uma nova
condição de vida somos adotados por Deus. "O
próprio Espírito testifica que somos filhos de
Deus... herdeiros... co-herdeiros com Cristo... se
com ele sofrermos, para que também com ele de
sejamos glorificados" (Rm 8.15-17; Rm 11.1-2).
Em Cristo somos novas criaturas... não
devemos viver mais centrados em nós mesmos,
mas para aquele que por nós morreu e
ressuscitou (2Co 5.14-17).
5. O genuíno avivamento produz frutos.
Jesus disse: Pelos frutos os conhecereis.
Frutos que são o resultado da presença e do
testemunho do Espírito Santo em nós, na
comunidade eclesial e na sociedade. Somos
guiados a viver uma vida plena no Espírito, a
estar plenos da sua presença, cheios da sua
graça, conforme a abundância de testemunhos
dos textos bíblicos (G1 5.16-26; Ef 5.18, Atos dos
Apóstolos, etc). Wesley perguntava aos seus
pregadores leigos: "Tens a graça? Tens os dons?
Tens os frutos?" Os frutos resultantes da unção e
presença do Santo Espírito produzem uma
santificação progressiva, contínua, pessoal e
social e uma ação missionária plena de
compromisso com Deus, com o ser humano, com
a História e com o reino de Deus.
6. O genuíno avivamento é missionário.
Não está centrado em si mesmo, no seu
movimento “intra”. Ele existe para ser um
instrumento da missão divina nas pessoas, entre
as pessoas, nos agrupamentos humanos, na vida
eclesial, na vivência da comunidade histórica e
humana. O “ide” (indo) de Jesus em seus
mandatos missionários está aqui presente:
"Assim como o Pai me enviou eu vos envio a
vós"...; uma forma encarnacional, sacrificial, de
esvaziamento e tornando-se servo, sofrendo,
abraçando a cruz e não fugindo da maldição da
morte (Jo 20.21; Fp 2.5-11). Há um autêntico
compromisso com Deus, consigo, com a missão,
com o ser humano e com a História.
7. O genuíno avivamento é emocional e
racional.
Não podemos negar o caráter emocional do
ser humano. Todavia este caráter não pode
deixar de lado o sentido racional. A razão é
criação divina e, quando submissa ao Senhor e à
Palavra, é critério avaliatório do avivamento e da

vivência cristã. A razão humana é objeto da
revelação divina e da atuação do Espírito Santo
em todas as pessoas. O estado emocional da
pessoa é considerado com respeito e seriedade,
à luz da sua vitalidade e dos seus limites. O
avivamento age no emocional, mas também
proporciona uma contínua transformação na
mentalidade e no comportamento humano e
social em relação a Deus, a si próprio, ao
próximo e para com a sociedade.
8. O genuíno avivamento age no ser total.
Neste aspecto, complementa o que foi dito
anteriormente. Proporciona a mudança do
coração, da mente, da vontade e do Espírito da
pessoa. Todos os aspectos constituintes do ser
humano são alcançados pela graça divina. Assim
entendemos a promessa profética (Jr 31.31-33;
Ez 36.25-28; cf. I Ts 5.23 e cf. o pensamento
judaico) que vê a pessoa em sua totalidade. O
ser bio-psico-social-mental-emocional-espiritual...
e o objeto do amor e da graça transformadora
divina.
9. O genuíno avivamento produz unidade
cristã.
Tem como resultado a unidade, a diversidade
e a mutualidade (1Co 12.4-7). A sua realidade
responde à oração sacerdotal de Jesus (Jo
17.20-23). Há na comunidade da fé um só
coração e uma só alma (At 4.32). Há autêntica
comunhão que proporciona a unidade da mente,
no amor, no sentimento e na alma, conforme
Paulo afirma ser o seu desejo e alegria (Fp 2.12). Há relacionamento amorável entre as
pessoas, respeito mútuo, comunhão eclesial e
unidade na ação missionária. Uma unidade cujo
centro é Cristo e é mantida pela ação do Espírito
Santo. Neste sentido, o avivamento nos leva a
preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz
(Ef 4.3).
10. O genuíno avivamento não divide, nem
cria
ressentimentos,
marginalizações,
divisões, discórdias e preconceitos.
Cristo é o poder que quebra todas as nossas
barreiras pela ação do Espírito Santo que nos
unifica (Ef 2.13-22). No Espírito somos levados a
nos aceitar, uns aos outros, apesar de nossas
diferenças e maneiras de ser. Nele somos um só
Corpo em Cristo e membros uns dos outros (Rm
12.5).
11. O genuíno avivamento não é
orgulhoso
e
nem
cria
espírito
de
superioridade de uns sobre os outros.
Segue o Espírito paulino de... nada fazer por
partidarismo ou vanglória, mas por humildade,
considerando cada um os outros superiores a si
mesmo. Levando-nos a não ter em vista o que e
propriamente nosso, senão também o que é dos
outros (Fp 2.4).
12. O genuíno avivamento é obra da graça

divina.
A graça é maior do que a vida (Sl 63.3). Pela
graça somos salvos, santificados e esperamos a
concretização do Reino. Enquanto esperamos,
desenvolvemos a ação missionária do Reino. A
graça é apropriada pela fé (Ef 2.8-9). Fé
centralizada em Cristo, no Espírito Santo e na
soberania divina. Não é a fé colocada na fé ou
em nossa própria fé. É uma fé que, firmada em
Cristo, é obediente, amorosa, e plena de obras.
Esse avivamento é ato contínuo da graça divina.
Os momentos chamados de picos no avivamento
são mais decorrentes das condições humanas,
pois o Espírito nunca deixa de agir e manifestar
nos cristãos, na Igreja, no mundo e na História, a
graça divina e os frutos decorrentes de sua
presença. Podemos presenciar o avivamento de
forma mais dinâmica em certos momentos
históricos e em certas situações humanas, mas
nem por isso deixa de ser uma ação continuada
da graça divina.
13. O genuíno avivamento, como
dependente da graça divina, não é autosuficiente e auto-glorificante.
Aceita a sustentação e inspiração do Espírito
Santo e vive a sua vida e testemunho na
interdependência de uns para com os outros e na
mútua cooperação dos membros de todo o
Corpo. Cristo é quem nos dá sentido e sustento.
Ele é o nosso inspirador e a nossa força, através
da ação do Espírito Santo. Sem ele nada
podemos fazer (Jo 15.4-5).
14. O genuíno avivamento tem a oração
como um de seus elementos fundamentais.
A oração é a sua força, através da qual o
Senhor se manifesta. A oração nos leva a um
contínuo estado de vigília com o Senhor fazendonos vigiar sem cessar. A oração que louva,
confessa, adora, intercede, clama e curva-se
perante a graça e o poder divinos está
continuamente presente no avivamento. A oração
como meio de graça divina, uma das chaves
fundamentais do avivamento.
Perseveremos na oração (Rm 12.12; Cl 4.2),
orando em todo o tempo, intercedendo uns pelos
outros, pela Igreja, pelo mundo, pelos que nos
governam... (1Tm 2.1-2). Através da oração nos
abrimos para Deus e uns para com os outros. Ela
significa intimidade e comunhão com o Senhor e
conosco mesmos, com o próximo e a vida.
15. O genuíno avivamento não eleva os
olhos apenas para o alto, observando a Cristo
e a sua glória.
Ele nos leva a ver a nós mesmos em nossa
realidade e a olharmos ao nosso redor as
pessoas, a Igreja, a comunidade, a História, o
mundo — seus acontecimentos e realidades com
compaixão, amor, solidariedade e graça divina.
Leva-nos a avaliar todas estas situações e a não
nos conformarmos (tomarmos a forma) com a

situação e valores deste século que contradizem
o Evangelho. Ao contrário, leva-nos a permitir a
Deus transformar a nossa mente e todo o nosso
ser e ação, através de uma mudança contínua
para que possamos experimentar e vivenciar a
vontade divina, a única que é boa, agradável e
perfeita para esta vida (Rm 12.2).
16. O genuíno avivamento cria contrição.
Produz um autêntico quebrantamento perante
o Senhor.
É penitencial pela contínua confissão de
pecados pessoais e sociais. Leva-nos a nos
humilharmos perante Cristo (1Pe 5.6; Sl 51.112)
e dele receber perdão, reconciliação e paz (Rm
5.1; Ef 2.16-18). Diária e continuamente
colocamos as nossas vidas, a vida e missão da
Igreja e a realidade humana, humildemente
perante o Senhor para que ele nos perdoe,
purifique, transforme e nos de a paz. Sem
quebrantamento não pode haver um genuíno
avivamento. Afirmemos como Isaias ao ver a
santidade divina (Is 6.18). "Ai de mim porque sou
homem de lábios impuros e habito no meio de
um povo de impuros lábios". O perdão de Cristo
e a purificação do Espírito são fundamentais para
a vida do cristão e da Igreja do Senhor. Esse
perdão necessita ser estendido às outras
pessoas, levando-nos a perdoar uns aos outros
como Cristo nos perdoou (Ef 4.32).
17. O genuíno avivamento e pleno dos
dons e ministérios do Espírito existentes para
a edificação pessoal e da comunidade local;
na vida familiar e profissional, e em especial
visando equipar as pessoas e a Igreja para o
serviço do Corpo de Cristo a ser prestado no
mundo.
Este serviço ou ministério é expresso
através da diversidade de dons, concedidos não
para a glória ou o engrandecimento humano, mas
para que em tudo seja Deus glorificado (1Pe
4.10-11; 1Co 11.1-11; 27-31; Rm 12.3-8; Ef 4.716). A diversidade de dons e ministérios não
menospreza o sentido básico da unidade de todo
o Corpo de Cristo e da mutualidade existente
neste corpo, através da mútua cooperação de
todos os seus membros.
18. O genuíno avivamento considera o
mundo e a História como palco da ação
divina.
Por isso, não foge do mundo mas age no
mundo, testificando o poder reconciliador e
transformador do Evangelho (2Co 5.18-19; Jo
17.1517). Leva em consideração o momento
histórico em que vivemos, procura interpretá-lo,
partilhar de suas angustias e desafios, sendo sal,
luz e fermento de transformação do reino de
Deus junto da sociedade. Reconhece que o
mundo foi criado por Deus e que, pela sua graça,
ele o sustenta e salva. Partilha, em nome de
Cristo, das dores e alegrias; derrotas e vitórias;
bênçãos e sofrimentos, aceitando os desafios

históricos para através deles manifestar os sinais
da vida divina em contraposição aos sinais da
morte existentes na vida, de forma contradizente.
19. O genuíno avivamento é obra divina
junto da comunidade humana.
Partilha em nome de Cristo e sob a unção do
Espírito Santo das realidades, necessidades,
desafios e tensões do momento histórico em que
se situa. Considera com o discernimento divino
os sinais dos tempos de nossa real idade
presente.
20. O genuíno avivamento acontece não
nas contingências do nosso tempo, de nossa
cronologia, mas na abrangência e soberania
do tempo de Deus, do seu “kairós” (Sl 90.4; Sl
102.24-27).
O tempo divino invade, quebranta, transforma
e age nos limites do tempo humano (cronos).
Nem sempre o nosso momento é o momento
divino. Da mesma forma, nem sempre o
momento divino é o nosso momento. A ele
compete toda a soberania sobre o tempo e sobre
a vida. Eclesiastes afirma que tudo tem o seu
tempo próprio (Ec 3.1-17).
21. O genuíno avivamento não testifica a
respeito de si mesmo, de sua denominação,
movimento ou grupo; nem se exalta nos
aspectos pessoais e humanos da obra
desenvolvida.
Acima de tudo, Cristo é testificado,
proclamado e sinalizado, através da Palavra, da
vida cristã, do compromisso missionário e dos
atos de piedade e das obras de misericórdia (Jo
5.39; At 10.42; 1Jo 4.14; 1Co 2.1-5).
22. O genuíno avivamento não está
centrado em pessoas, líderes, denominações
ou grupos religiosos.
Tudo e todos são instrumentos nas mãos do
Senhor. A soberania e a ação fundamental são
divinas, através da sua Palavra, da sua presença
sacramental na vida e da ativa ação do seu
Espírito (1Co 1.10-15).
23.
O
genuíno
avivamento
não
menospreza as diferenças.
Considera-as com seriedade, em especial
aquelas que são básicas e culturais. Acima de
tudo, busca manter uma unidade naquilo que é
essencial à fé cristã. Respeita a diversidade em
tudo quanto não é essencial. Expressa-se na
mutualidade e acima de tudo mantém uma
vivência fundada na humildade e no amor (1Co
12.4-12; G1 3.26-28; Rm 12.1-8).
24. O genuíno avivamento cria um estado
e estilo de vida dominados pelo amor.
O genuíno amor divino invade os nossos
corações através da ação do Espírito Santo (Rm
5.5). Amor que fundamenta o relacionamento de
Deus para conosco, pois ele nos amou primeiro.

E que tem como nossa resposta o nosso amor
para com ele (1Jo 4.10-21). Esse amor motiva e
nutre as nossas vidas, levando-as a se expressar
no autêntico amor para o próximo. Jesus nos
guiou a amar ao próximo como a nós mesmos e
a amarmos com o mesmo amor com que ele nos
amou: "Nisto conhecereis que sois meus
discípulos, se tiverdes amor uns para com os
outros"(Jo 13.35). O amor que nos nutre e nos
guia tem a tipologia do amor divino, conforme o
extraordinário texto do apóstolo Paulo (1Co 13).
Amor voltado para Deus, a si mesmo, ao
próximo, a natureza e a História. Amor encarnado
nas circunstâncias reais da vida, como foi o amor
de Cristo. Por isso, tudo crê, tudo espera, tudo
suporta e jamais acaba (1Co 13.7-8). Esse tipo
de amor (o amor ágape, divino) é a força da vida,
dos relacionamentos e dos atos redentores e
transformadores.
25. O genuíno avivamento está pleno dos
atos de piedade, através dos quais o Senhor é
adorado, louvado, invocado, comungado,
obedecido e glorificado.
Esses atos de piedade estão presentes na
vida da pessoa e da comunidade cristã. Centramse na leitura e meditação da Palavra, nos
Sacramentos, na vivência da oração, no jejum,
nas vigílias, na vida disciplinada, na adoração, no
louvor, nas expressões cúlticas, na experiência
da justificação e da salvação, no crescimento em
graça e santificação (2Pe 1.3; 5-7).
26. O genuíno avivamento está também
pleno das obras de misericórdia, expressas
em nosso amor, solidariedade, sensibilidade e
ações concretas a favor do nosso próximo,
das famílias, dos grupos sociais e da
sociedade.
Testificamos o amor divino através de uma
vida frutificada em obras de misericórdia. A fé
centrada na graça de Cristo e manifesta na ação
do Espírito Santo é operosa, produzindo obras
concretas resultantes da ação divina em nós.
Tiago enfatiza este aspecto da fé na vida cristã
(Tg 2.14-26). João Wesley vivenciou de forma
extraordinária esta combinação entre os atos de
piedade e as obras de misericórdia. Jesus em
seu
ministério
sinalizou
esta
verdade
demonstrando que não temos dois Evangelhos,
um espiritual e um social. Mas um Evangelho que
é integral, para todas as pessoas, comunidade,
história e mundo e para a totalidade do ser, em
todos os seus aspectos constituintes. Numa de
suas visões do julgamento final de enfatiza este
aspecto (Mt 25.31-46). Em especial na
interpretação do seu ministério (Lc 4.16-21).
27. No genuíno avivamento a autoridade
da Igreja está sob o senhorio de Cristo (Ef 4.5;
Fp 2.11).
A Igreja, Povo de Deus, Corpo de Cristo e
Comunidade do Espírito, é serva e não senhora.
À semelhança de Cristo (Jo 13.13), ela existe

para servir ao Senhor, às pessoas, comunidades,
mundo e ao Reino. O seu ministério é expresso
não com dominação, mas com amor, moderação
e compaixão. O referencial de sua missão e
ministério é o próprio Senhor Jesus Cristo (Jo
20.21). Ele é o pastor e o Bispo que conduz a
sua Igreja (1Pe 2.25). Através do Espírito,
concede dons, ministérios e funções com a
finalidade de equipar os santos visando o
desempenho de seu serviço e a edificação de
todo o Corpo (Ef 4.7-12). Há uma concessão de
autoridade que, submissa ao seu Senhor, cumpre
o seu ministério. O genuíno avivamento não
despreza a autoridade: respeita-a, valoriza-a,
comunga com ela e a ajuda a exercer de forma
bíblica e cristã o mandato conferido pelo Senhor.
O cabeça desta comunidade é Cristo (Ef 4.16),
em quem devemos crescer e nos aperfeiçoar em
todas as coisas e todas as dimensões.
28. O genuíno avivamento reconhece a
dimensão humana e sociológica da Igreja.
Neste sentido, afirma a necessidade mínima
de uma estrutura que seja instrumento de vida
para a vivência do Corpo e sua ação missionária.
O genuíno avivamento não é estrutural. Tem a
estrutura da Igreja como algo necessário, mas
não como algo que tem objetivo em si mesmo. A
estrutura está a serviço da fé e da missão. Ela se
ajusta e se transforma às novas realidades da
vida pessoal, comunitária e histórica e aos
interesses prioritários do reino de Deus. Não
estando centrado na Instituição, mas tendo-a
como um instrumento de serviço, ela se configura
através da concessão, pelo Espírito, dos dons e
ministérios necessários à vida interior da Igreja,
ao inter-relacionamento das Igrejas e à vivência
missionária extra-Igreja. Há um lugar de
importância para as estruturas eclesiásticas e
institucionais, desde que não sejam fins em si
mesmas e não se tornem ídolos e objetivos
finais. Ninguém vive ou morre para si mesmo.
Quer morramos, quer vivamos somos do Senhor
e para ele vivemos (Rm 14.8-9).
29. O genuíno avivamento está sob a
soberania de Deus.
Ele, em Cristo e através do Espírito, e Senhor
do avivamento. Nele estamos centralizados (1Tm
6.14-15; Ap 17.14). O seu Evangelho é que deve
ser anunciado (Rm 15.16) e a sua Palavra de
denúncia contra tudo o que menospreza, destrói
e rouba da vida e do ser humano a soberania da
vida, deve ser expressa. A sua presença
contínua, através do Espírito, nas pessoas, na
comunidade, na Igreja, na História e no mundo
testifica a respeito da sua soberania sobre todas
as coisas. Nesse sentido, a soberania divina está
centrada na Trindade, colocando-se acima de
todas as forças e poderes do mal.
30. O genuíno avivamento produz uma
autêntica vida cristã, em conformidade com o
padrão bíblico, testificando continuamente o

estado de vida em Cristo.
Por isso, unido a ele, é um estado frutificador.
ÉE uma vida plena dos frutos do Espírito Santo
(Gl 5.22-26) continuamente ligada a Cristo, a
videira, sem a qual nada tem poder para ser feito
(Jo 15.4-5). Esta autêntica vida cristã é resultado
do tomar-se nova criatura pela graça do Senhor
(2Co 5.1617).
31. O genuíno avivamento produz, como
resultado da vida no Espírito, uma vida plena
de obras oriundas da fé.
Essas obras visam glorificar a Deus, em
todas as coisas e servir ao ser humano e a
humanidade, como expressão da presença do
reino de Deus já entre nós (Mt 5.16). A fé tornase amorosa, obediente e atuante gerando obras
plenas da graça, do amor e da justiça divinas. Há
uma conjugação entre fé e obras (Ef 2.1; Tg 2.1423). Essas obras testificam com poder a
realidade suprema da graça e da fé. São atos e
obras de piedade e de misericórdia, mantendo-se
entre si um equilíbrio dinâmico.
32. O genuíno avivamento é ético.
Tem a ver com um estilo de vida à luz do
Evangelho de Cristo e de uma vivência cheia do
Espírito. Possui uma genuína e autêntica
moralidade em todas as áreas do viver pessoal,
familiar, trabalhista e social. Não é um mero
moralismo e nem um impositivo legalismo, mas
um estado ético como resultado da graça divina e
da vivência do Santo Espírito, levando-nos
progressivamente à santificação. O estado de
liberdade estabelecido em Cristo leva-nos, com
responsabilidade, a viver uma vida de amor,
verdade, justiça, perdão, reconciliação e paz.
A liberdade concedida por Cristo não pode
gerar libertinagem, dando ocasião a todas as
formas de manifestações dos impulsos da carne
(G1 5.1-13). Neste estado ético tudo nos é lícito,
mas nem tudo nos convém; tudo nos é licito, mas
não nos deixamos ser dominados, tudo nos é
lícito, mas somente buscaremos as coisas que
nos edificam e edificam uns aos outros. Qualquer
coisa que façamos devemos fazer para a glória
de Deus e a edificação do ser humano (1Co 7.12;
1Co 10.23-32), sem nos tornarmos pedra de
tropeço para o próximo, para a Igreja de Deus ou
para o mundo.
33. O genuíno avivamento testifica a
respeito da vida plena e abundante
proclamada por Cristo (Jo 10.10).
Já temos em nosso presente viver os
primeiros frutos desta vida (Rm 8.23; Tg 1.18),
expressos através do amor, da verdade, do
perdão, da reconciliação, da justiça e da paz.
Nesse sentido, o genuíno avivamento tem como
objetivo o reino de Deus que em Cristo já está
entre nós e ainda há de se concretizar. Somos
comissionados a sinalizar esse Reino em nós,
entre nós e através de nós em todas as

dimensões da vida, testificando-o e vivenciando-o
à luz da Palavra divina contida nos Evangelhos e
na sua totalidade (Mt 6.10; Lc 12.31; 1Co 4.20;
1Ts 2.12; Mt 3.12; Lc 11.20).
34. O genuíno avivamento leva a Igreja a
crescer, em tudo, naquele que é o Cabeça do
Corpo da Igreja — Cristo — e através da
mútua cooperação de cada parte do corpo (Ef
4.15-16).
Esse crescimento se efetua através da vida
em
comunhão,
piedade,
solidariedade,
fraternidade, apoio mútuo, amor, justiça e na
vivência da ação missionária da Igreja (At 2.4247; 4.32-35). Um crescimento qualitativo e
quantitativo, através do qual o Senhor acrescenta
àqueles que vão sendo alcançados pela graça e
salvos pela fé no Senhor Jesus.
35. O genuíno avivamento faz da Igreja
uma comunidade de fé, adoração, com
fraternidade, reconciliação, solidariedade,
amor e serviço.
Há na vida Intra-Igreja (interna) uma
mutualidade de vida expressa nos frutos e dons
do Espírito; na Inter-Igreja (mútua comunhão,
unidade e cooperação entre as Igrejas) um
Espírito
de
respeito,
reconhecimento,
solidariedade, mútua cooperação e ação
missionária, que traz como conseqüência uma
expressão de serviço ministerial; extra-Igreja (no
mundo, na sociedade, junto às pessoas, famílias,
grupos sociais, pátria, natureza, história e
mundo). Essa comunidade expressa, encarna e
transparece a contínua presença de Cristo na
vida humana, através da inspiração e poder do
Santo Espírito. Uma comunidade que, através da
vida de seus membros e da totalidade do seu
corpo, sinaliza o reino de Deus no presente
momento histórico e anuncia a sua consumação
final (Fp 2.1-11; Ef 5.1-2; Cl 3.12-17).
36. O genuíno avivamento aceita com
responsabilidade o partilhar da cruz de Cristo.
Vive sob o poder transformador do Senhor
oriundo da cruz e da Ressurreição. Aceita a
Cristo e carrega com Cristo a sua cruz, seguindo
os mesmos caminhos e vivendo o Evangelho da
mesma forma que ele viveu. Não teme a cruz,
mas carrega-a junto com as pessoas e a
sociedade. Na obra da cruz nos gloriamos e com
o nosso ministério completamos os sofrimentos
de Cristo a favor do mundo (Mc 8.34; Lc 9.23;
1Co 1.17, 2.2; Gl 6.14; Ef 2.16). Consideramonos crucificados com Cristo (Gl 2.20), permitindo
fazer com que o Cristo ressurreto viva em nós. É
um avivamento que não visa buscar apenas
bênçãos, mas que consente em dar-se a si
mesmo ao Senhor e uns aos outros. Acima de
tudo, busca ao Senhor antes que suas bênçãos e
corre o risco de partilhar com Cristo de seu
sofrimento a favor das pessoas e todo o mundo
(1Pe 4.12-19).

37. O genuíno avivamento é bênção e não
maldição.
Centra-se na bênção e na vitória de Cristo
sobre todos os poderes, nomes e autoridades
terrestres ou celestes, desta vida ou do porvir.
Crê mais no poder da graça salvadora de Cristo
do que na força das instituições do mal. Proclama
já e ainda espera a plena manifestação do
senhorio de Cristo. Todavia, mesmo dentro das
limitações humanas, históricas, pessoais e
sociais, vive e testifica que Jesus é Senhor, para
a glória de Deus Pai e que ele está colocado
acima de toda a autoridade (Ef 1.15- 23).
38. O genuíno avivamento além de ser
fruto do Espírito Santo, concedido pelo Pai e
pelo filho aos que crêem e à Igreja (Jo 14.1619, 25-26, Jo 15.26-27, Jo 16.13-14, Jo 20.22; At
1.7-8, 2.14) bem como a todo o mundo, como
universo do seu Criador é graça sustentadora
e partilhadora.
O Espírito nos fortalece com a sua
inspiração, sua presença e seu poder, levando-nos pela fé e pela receptividade da graça, a,
sermos cheios de sua presença (Ef 5.18). Essa
presença do Espírito guia-nos a sermos o
suporte, o apoio e o auxílio mútuo uns para com
os outros. Os mais fortes amparando os mais
fracos, levando as cargas uns dos outros e
solidarizando-se com os que estão à margem da
vida na sociedade (Gl 6.1-5).
39. O genuíno avivamento não se
vangloria em si mesmo; nem se ufana e nem
se ensoberbece.
A sua glória é a cruz de Cristo e o poder do
Cristo Ressuscitado expressos em comunhão,
amor, humildade e unidade. Não tem em vista
apenas o que é seu ou de sua comunidade, mas
também, cada qual o que é dos outros (Fp 2.4).
Tem como o seu referencial o mesmo sentimento
que houve em Cristo Jesus (Fp 2.5-11).
40. O genuíno avivamento tem no diálogo
justo, sincero, honesto, leal e transparente a
força da unidade, da comunhão, da
compreensão, da mutualidade e do respeito à
diversidade.
Um diálogo feito em nome de Cristo e sob a
inspiração do Espírito Santo, tendo na Palavra
divina o seu elemento central de discernimento e
julgamento.
41. O genuíno avivamento leva em
consideração a importância da experiência
pessoal com Cristo e com o Espírito, tanto na
vida pessoal como na vida da comunidade de
fé (At 9.1-19).
Todavia esta experiência está sujeita a
avaliação da Palavra de Deus, da comunidade da
fé e da razão humana, iluminada pela graça e
submissa ao Senhor.
42. O genuíno avivamento é pleno de

louvor, de adoração e de glorificação ao
Senhor.
Ele produz alegria, gozo e exaltação ao
Senhor, levando-nos sempre e, em todas as
circunstâncias, a dar graças e glória a Deus, pois
em tudo Cristo nos fortalece e nos guia à vitória
(Sl 136.1-26, Sl 145.1-4, Sl 146.1-2, Sl 147.1, Sl
149.1-6, Sl 150; Ef 5.18-21; Cl 3.16-17; 1Ts
5.16-18). Esse louvor não menospreza o lugar, a
autoridade e o supremo valor da Palavra divina
(Mt 4.4; Am 8.11-12; Tt 1.9; He 4.12).
43. O genuíno avivamento nos fortalece
através da presença e ação do Espírito Santo,
sustentando-nos em todas as situações e nos
tornando fortes para enfrentar com ousadia
as lutas da vida, os sofrimentos decorrentes
dela, as perdas e os desafios do presente
momento.
Leva-nos a participar de forma plena, em
nome de Cristo e na unção do Espírito, desses
momentos como uma expressão da missão
divina junto da Igreja e da comunidade humana.
No
meio
dessas
situações
difíceis
e
contraditórias somos assistidos pelo Santo
Espírito e temos a consciência de que, em Cristo,
somos conduzidos à vitória. Cheios de esperança
cremos que todas as coisas concorrem para o
bem de todos que são amados por Deus e que
correspondem a esse amor com a sua
afetividade (Rm 8.18-25, 26-28, 31-39).
44. O genuíno avivamento não nos fecha
em torno de nós mesmos ou de nossos
grupos ou posições.
Ele quebra o isolamento, a solidão, a
insensibilidade e o egocentrismo. Leva-nos a ser
uma Igreja de portas abertas, que não está
centrada em si mesma, mas abre-se para o
Senhor, para a comunhão uns com os outros e a
uma vida eclesial missionária pessoal e eclesial
voltada para fora, onde estão as pessoas e a
sociedade (Rm 12.9-21, Rm 13.8-10, Rm 14.7-9;
2Co 5.14-15; Ap 3.8). Somos levados pelo
Espírito a acolhermos uns aos outros, da mesma
forma que Cristo nos acolheu.
45. O genuíno avivamento é reconciliador.
Não é cismático, nem quebra a comunhão e
a unidade na comunidade da fé e no
relacionamento humano. Reconcilia-nos com
Deus, através de Cristo, conosco mesmo, com o
próximo, com o mundo e a sociedade. Leva-nos
a sermos embaixadores da reconciliação, em
nome de Cristo (2Co 5.18, 6.1). Guia-nos a uma
vida de compreensão, tolerância, perdão,
comunhão e reconciliação uns com os outros, na
família, na Igreja, no trabalho e na comunidade
humana. Manifesta ao mundo e a todas as
pessoas a reconciliação que Deus realiza com
toda a humanidade, através de Cristo. É também
uma força reconciliadora entre as Igrejas,
levando-as a proclamar e sinalizar o ministério da
reconciliação à luz da verdade, do amor, do

perdão, da solidariedade, da justiça e da paz. O
Espírito Santo é Espírito de reconciliação e
unidade, que quebra todas as barreiras de
divisão,
vaidade,
orgulho,
ressentimento,
amargura, auto-suficiência e leva-nos a uma
comunhão, em amor, uns com os outros e a
mútua cooperação (Ef 2.10-22; 1Co 12.12-27).
46. O genuíno avivamento e honesto e
transparente no relacionamento entre as
pessoas e os grupos cristãos.
Em especial, é honesto e transparente para
com o Senhor. A verdade e a confiabilidade são
fundamentais e constantes nessa vivência. O
verdadeiro amor, oriundo da graça divina, dá-nos
a
compreensão,
o
entendimento
e
o
aprofundamento em nossos relacionamentos,
criando em nós um só coração e uma só alma,
apesar das diferenças com respeito àquilo que
somos, temos, pensamos e expressamos em
nossa forma de ser e celebrar a nossa
religiosidade (Ef 4.15; Jo 8.32, Jo 14.6, Jo 16.13;
Ef 4.21-25, Ef 5:1; At 2.44, 4.32).
47. O genuíno avivamento não nos lança
no vazio doutrinário.
Ele se fundamenta na doutrina bíblica e
essencial da fé cristã. Tem sobre si a autêntica
tradição da fé cristã, cuja origem vem desde os
tempos apostólicos e segue até hoje, sempre em
conformidade com a verdade bíblica interpretada
em sua totalidade à luz de Cristo e inspiração do
Santo Espírito. Como a comunidade apostólica o
avivamento aplica-se a sã doutrina, centrada no
kerygma
(pregação)
apostólico
expresso
especialmente no livro de Atos (At 3.11-26, At
13.26-41, At 2.42-47, At 33; Tt 2.1; 2Tm 4.1-5). A
Igreja não pode viver agitada e levada por todos
os ventos de doutrinas. Necessitamos chegar à
unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho
de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da
estatura da plenitude de Cristo (Ef 4.13-15).
Seguindo a verdade em amor, precisamos
crescer, em tudo, naquele que é o cabeça, Cristo.
48. O genuíno avivamento tem a sua
autoridade no Senhor Jesus, através do
Espírito Santo.
A autoridade do avivamento não vem de uma
pessoa, um nome, uma Igreja, uma tendência
doutrinária, um grupo ou um modismo de uma
época. não vem dos louvores, das formas
litúrgicas e nem mesmo do estado emocional e
entusiasmado de uma pessoa ou grupo. A
autoridade genuína do avivamento é a do
Espírito Santo, confirmada através da Sua
presença na vida da pessoa e da comunidade da
fé, na concessão dos seus dons e ministérios e
no comprovar de seus frutos na vivência pessoal,
eclesial e comunitária. Em Deus Pai, Filho e
Espírito Santo encontramos a certeza e a
segurança do genuíno avivamento. A Trindade
torna-se autoridade final e genuína de todo o
avivamento (I Pe 5.12; Ef 1.13-14; Fp 1.27-30, Fp

4.1, Fp 2.12-13; 1Ts 1.2-10; Ef 1.15-23).
49. O genuíno avivamento assume
compromissos para com Deus, sua missão, o
Evangelho, o ser humano, a história e o
mundo.
Avivamento sem compromisso não é
genuíno. Somos levados a um compromisso
autêntico com Deus e seu Reino. Um
compromisso histórico com o ser humano e a
sociedade em suas próprias realidades e
necessidades, e à luz do seu contexto histórico.
A vida cristã assume compromisso com o Senhor
Jesus e sua missão. O compromisso assumido
pela vida de Cristo, testificado nos Evangelhos,
na comunidade primitiva interpretado nas cartas
e outros textos neo-testamentários, são
referências e guias para direcionar o nosso
compromisso. É importante considerar-se a ação
histórica de Deus no Amigo Testamento, a
fidelidade do seu compromisso e o compromisso
missionário conferido ao seu povo de ser uma
benção para todas as nações (Gn 12.14; Lc 4.1621; Mt 5.14-16, Mt 28.18-20) e todos os textos do
comissionamento missionário (I Pe 2.9-10; Mt
6.33; Lc 17.21).
50. O genuíno avivamento é missionário.
Vai em direção a Cristo e sai em direção à
missão, às pessoas, aos grupos sociais e ao
mundo. O “ide” de Jesus está continuamente
presente, levando-nos a testemunhar, anunciar,
proclamar, sinalizar e viver os princípios do
Evangelho do Reino. Todo o genuíno avivamento
é missionário em nome do Senhor Jesus, na sua
autoridade e sob a unção do Santo Espírito. Há
na missão um comprometimento com Cristo, com
a vida, com o ser humano, com a História, com a
cultura e com o mundo. Acima de tudo, há um
compromisso com o reino de Deus (At 1.8; Jo
20.21-23; Lc 24.44-49; Mc 16.14-18; Mt 28.1820;
2Co 5.18; 6.3).
51.
O
genuíno
avivamento
como
decorrência da Missão é evangelizador.
Compartilha, testifica e encarna, sob as
formas e os meios mais diversos, o poder da
graça e do amor perdoador, reconciliador e
transformador de Deus, expressos em Cristo e
testificados pelo Espírito Santo. O poder do
Evangelho transformador atinge a todas as
pessoas, famílias, comunidades, culturas e
sociedade em geral. Este é o autêntico alcance
genuíno do avivamento. A força motivadora
missionária e evangelizadora é o amor e a
compaixão de Cristo (Mt 9.35-38). O Evangelho
como boa nova do amor divino é oferecido a
todas as pessoas (Tt 2.1-13) e as diversas
situações de vida ao homem, à mulher, às
crianças, aos juvenis, aos jovens, aos adultos,
aos anciãos, aos pobres, aos ricos, às raças e
etnias, às culturas, às classes... O Evangelho é
anunciado e testificado a todos, confrontando as
estruturas da sociedade com a graça e a justiça

divinas e levando cada pessoa a uma resposta
de fé e aceitação do senhorio de Jesus Cristo
sobre a sua vida e sobre as situações em que se
encontram. Ao mesmo tempo que o cristão e a
Igreja evangelizam, somos evangelizados pela
ação do Espírito Santo, pois a boa nova de amor
do Evangelho sempre tem algo a nos comunicar
e nos transformar. Um exemplo claro disso é o de
Pedro ao evangelizar Cornélio (At 10.1-48). O
Senhor o evangelizou mudando a sua maneira
de ver e ser. Isto acontece continuamente com a
Igreja e seus fiéis, quando humildemente
proclamamos o Evangelho e somos confrontados
por novas situações reveladas pelo Espírito
Santo.
52. O genuíno avivamento ilumina a mente
e a razão humanas com a Palavra e com o
Espírito.
Não rejeita a razão, o estudo, a reflexão, mas
coloca-os submissos à autoridade do Senhor e
usa-os para a sua glória, para o amor ao próximo
e o bem-estar do ser humano na sociedade (Rm
11.1-2; 1Ts 5.23; 2Pe 3.18; Ec 7.25; 1Co 2.1416; Pv 1.5, Pv 3.13, Pv 4.5, Pv 14.33, Pv 19.8;
Ec 9.16-18; Cl 1.9; Tg 1.5, Tg 3.17).
53. O genuíno avivamento leva-nos a nos
ofertamos totalmente a Deus, oferecendo-lhe
tudo quanto somos e temos, nosso ser, bens,
recursos, posses, dons, ministérios... visando
a glória do Senhor e a solidariedade ao
próximo.
Tornamo-nos mordomos de tudo quanto
somos e possuirmos e de tudo o que Deus nos
tem dado: a vida, o tempo, os recursos, o
trabalho, a família e a nossa religiosidade (Rm
12.1-2, 6.11-14; Mq 6.6-8; Am 5.21-27; Mt 25.1530).
54. O genuíno avivamento significa ser
enriquecido continuamente pela graça de
Cristo em todas as dimensões da vida.
O Cristo que se fez pobre por nós e nos
enriqueceu com a sua graça leva-nos a
compartilhar com as pessoas em tudo quanto
fomos enriquecidos (2Co 8.1-9, 2Co 9.6-15).
55. O genuíno avivamento é terapêutico.
Torna a Igreja uma comunidade terapêutica
que liberta, transforma e cura as pessoas em
seus aspectos totais: físico, mental, emocional,
moral, social e espiritual. Essa terapêutica é feita
à luz do ministério de Jesus, em seu nome,
usando os meios que o Senhor nos proporciona
através da sua graça e os recursos técnicos,
científicos e humanos que ele tem concedido ao
ser humano e à sociedade, sendo tudo colocado
nas mãos de Deus de forma submissa e
missionária (Mt 9.35-36, Mt 12.9-14, Mt 17.14-21;
At 3.1-10; Tg 5.13-16; Ef 5.1-2, Ef 4.32).
56. O genuíno avivamento revela a ação
histórica divina junto às pessoas, raças,

povos, gêneros, nações, levando-as a se
confrontarem com as maravilhas do amor e
da graça divinas.
O genuíno avivamento não revela a si
mesmo, nem a própria Igreja, mas o Senhor,
através das palavras, dos testemunhos, dos atos
e dos sinais da presença de Cristo e do Reino
junto às pessoas, ao povo, a Deus e à
sociedade. Ação histórica testificada pelos atos
divinos revelados em sua Palavra, em especial
através da encarnação, vida, ministério, morte,
ressurreição, ascensão e volta do Senhor Jesus
e da dádiva do Santo Espírito. A Igreja, como
Corpo e Plenitude de Cristo, testifica a respeito
dos atos divinos no passado, no presente e na
perspectiva futura. Todavia, a ação divina não se
restringe à Igreja, pois ele a expressa através da
natureza, e das diversas formas através das
quais ele age na vida e a perpetua (Ef 1.22-23; Sl
19.1; Jo 1.1-5, 14, 16-18, Jo 14.6-9).
57. No genuíno avivamento as diferenças
são superadas pela graça divina.
Deus não faz acepção de pessoas (Tg 2.1-13).
Ele valoriza a todo o ser humano, minimizando os
sentimentos de superioridade e inferioridade. "Pois
todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em
Cristo Jesus, porque todos quantos foram
batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes.
Dessarte não pode haver judeu nem grego; nem
escravo nem liberto; nem homem nem mulher,
porque todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gl
3.26-29). Em Cristo Jesus não há separação e nem
superioridade racial, étnica, de gênero (homem ou
mulher), de classes, de povos, de nações, de
cultura. Pela sua graça estas diferenças são
superadas. Em seu ministério ele privilegiou os
pobres, as pessoas marginalizadas, as mulheres,
as crianças, os pecadores e publicanos... Isso não
significa acepção de pessoas, classes, sexo ou
situação, mas priorizar aqueles e aquelas que
estavam vivendo
no
desamparo
e
na
marginalidade. A Igreja deve ser como o seu
Senhor, seguindo os seus passos, princípios e
normas, em todos os seus aspectos. Mesmo
privilegiando, na contingência do seu tempo a
alguns e algumas, isso não significa deixar outros à
margem da graça, ao contrário, todos estão
incluídos na ação salvadora e transformadora de
Cristo, qualquer que seja a sua situação ou
condição humana e social.
58. O genuíno avivamento é profético.
Proclama a voz de Deus e seus atos através
da sua Palavra. Revela a vontade divina para as
pessoas, familias, sociedade e para a História. A
voz profética é anúncio dos atos salvíficos de
Deus em favor das pessoas e da humanidade.
Pronuncia a visão divina a respeito da nova vida
em Cristo. Testifica a respeito do reino de Deus,
presente em nós, entre nós e através de nós e no
mundo. Essa voz profética é também denúncia.
Denúncia com humildade, amor, misericórdia,
graça, justiça e firmeza, a respeito de todas as

coisas e situações que nos separam de Deus,
uns dos outros, de nos mesmos, da vida e da
comunhão do Corpo de Cristo. Denuncia a
ausência
de
amor,
verdade,
justiça,
reconciliação, santidade e paz. Denuncia e
combate todas as forças do mal, da dor, da antivida e da morte em suas causas e
conseqüências. Anuncia a certeza da vitória
presente, eterna e final do reino de Deus sobre o
reino das trevas, e sinaliza os primeiros frutos
desse Reino já no presente (Dt 18.18; Jr 1.5; Am
7.14; Mt 5.17; Jo 6.14, Jo 7.40; At 3.21, At 10.43;
Ef 4.11; Hb 1.1; Tg 5.10; 2Pe 1.19; 1Sm 10.10;
Ez 34.2, Ez 37.4; 1Co 14.13; 1Pe 1.10).
59. O genuíno avivamento é um sinal
escatológico do reino de Deus.
Ele anuncia a volta do Senhor, a plena
restauração de todas as coisas, o senhorio divino
sobre todos os poderes e autoridades e a
consumação final de todas as coisas (1Co 15.2428; At 1.6-11; Tt 2.11-15; 2Pe 3.113; Ap 21.1-8;
Mt 24). Esta certeza de vitória nos anima,
consola e nutre as nossas vidas e a de todo o
povo. Essa expectativa escatológica, testificada
pelo Espírito de Deus consolador, defensor e
animador, leva-nos a viver no presente século,
valorizando o nosso momento histórico e a
esperar a manifestação gloriosa do Filho de
Deus. Maranata. Ora, vem, Jesus! Venha, volte e
restaure toda a criação no tempo e no momento
divino, segundo a sua longanimidade.
do Reino de Deus em nosso mundo, pelo Espírito
Santo, constitui-se na tarefa evangelizante da
Igreja.
INSTRUMENTOS PARA O
GENUÍNO AVIVAMENTO
A
visão
contextualizada
do
profeta
Habacuque leva-nos a perceber que o
avivamento representa a presença do fôlego
divino trazendo novamente à vida a pessoa, a
comunidade histórica, o mundo habitado, o
próprio povo de Deus e toda a História. Todas as
dimensões da vida são contempladas por esta
visitação da graça divina. As pessoas, em sua
totalidade, e todas as pessoas, qualquer que seja
a sua raça, o seu povo, a sua etnia, a sua cultura,
a sua religiosidade, a sua cor, são contempladas
pela presença do Reino, através da Encarnação
de Jesus Cristo e da presença revitalizadora,
confortadora, animadora e vivificante do Santo
Espírito.
O Plano Vida e Missão da Igreja Metodista
(1) nos dá uma dimensão dinâmica e abrangente
da espiritualidade que deve guiar a Igreja em sua
expressão missionária. Destacamos, dentre
algumas afirmativas, expressões que reforçam a
compreensão mais ampla de um genuíno
avivamento:
“1- A Missão de Deus no mundo é
estabelecer o seu Reino. Participar da construção

2- O Reino de Deus é o alvo da Deus Trino e
significa o surgimento do novo mundo, da nova
vida, do perfeito amor, da justiça plena, da
autêntica liberdade e da completa paz. Tudo isto
está introduzido em nós e no mundo como
semente que o Espírito Santo está fazendo
brotar, como lemos em Rm 8:23: "nós temos as
primícias do Espírito, aguardando a adoção de
filhos", ou ainda em 2Co 7:21-22: "mas aquele
que nos confirma convosco em Cristo, e no
ungiu, é Deus, que também nos elevou e nos
deu o penhor do Espírito em nossos corações".
3- Jesus iniciou a sua Missão no mundo com
a pregação: "O Tempo está cumprido e o Reino
de Deus está próximo, arrependei-vos e crede no
Evangelho" (Mc 1:15).
4- O propósito de Deus é reconciliar consigo
mesmo o ser humano, libertando-o de todas as
coisas que o escravizam, concedendo-lhe uma
nova vida à imagem de Jesus Cristo, através da
ação e poder do Espírito Santo, a fim de que,
como Igreja, constitua neste mundo e neste
momento histórico, sinais concretos do Reino de
Deus.
5- A Missão é de Deus - Pai, Filho e Espírito
Santo. O objetivo e construir o Reino de Deus. O
seu amor é a força motivadora de sua presença e
ação. "Ele trabalha até agora" (Mt 28:19; Jo
3:16):
a) criando as pessoas e comunidades,
dando-lhes condições para viver, trabalhar e
construir suas vidas como pessoas e como
comunidades (Gn 1:26-31; Gn 2; 2Co 5:17);
b) ajudando as pessoas e comunidades a
superar seus conflitos e pecados, trabalhando
juntos e participando da vida abundante,
concedida em Cristo por meio da reconciliação
(Gn 3:8-21; Gn 12:1-13; Jo 10:10; II Co 5:19);
c) possibilitando as pessoas e comunidades
a se encontrarem como irmãos e irmãs,
reconhecendo-O e aceitando-O como Pai (Mt
6:8-10);
d) abrindo, pela ação do Espírito Santo,
novas possibilidades e fontes de vida (At 2:17-21;
1Co 12:4-11; Rm 12:6-8);
e) sarando as pessoas e as instituições,
podando delas o que não convém, por meio de
seu juízo e graça (Ef 2:11-21; Fp 4:2-9; Jo 15);
f)
envolvendo todas as pessoas e
comunidades e todas as coisas neste seu
trabalho.

6- Na história, e especialmente na do povo
de Israel, Deus revela a sua ação salvadora a
favor das pessoas e do mundo. A concretização
plena desta ação deu-se na encarnação de
Jesus Cristo. Ele assumiu as limitações
humanas, trouxe as boas novas do Reino de
Deus, confrontou os poderes do mal, do
sofrimento e da morte, vencendo-os em sua
ressurreição (Hb 1:1-14).
7- Na construção da vida e na realização
desta obra, as pessoas e comunidades sofrem
com o domínio das forças satânicas e do pecado.
O pecado e o domínio destas forças manifestamse de diferentes maneiras em pessoas, grupos e
instituições impedindo a vida abundante e
contrariando a vontade de Deus.
8- Através de Jesus Cristo, sua vida, trabalho
e mensagem, sua morte, ressurreição e ação
redentora podemos compreender a ação de Deus
no passado; as oportunidades à esperança da
vida plena no futuro que Ele nos oferece no
presente, e a possibilidade de se participar na
construção deste futuro agora. É de Jesus Cristo
que vem o poder para esta participação.
9- A Igreja, fiel a Jesus Cristo, é sinal e
testemunho do Reino de Deus. É chamada a sair
de si mesma e se envolver no trabalho de Deus,
na construção do novo ser humano e do Reino
de Deus. Assim, ela realiza sua tarefa de
evangelização (Hb 2:18)

a resposta de nosso amor para com Deus, o
próximo, a sociedade e a História.

10- A Igreja Metodista no Brasil é parte da
Igreja Metodista na América Latina e no mundo,
ramo da Igreja Universal de Nosso Senhor Jesus
Cristo. Sensível à ação do Espírito Santo,
reconhece-se chamada e enviada a trabalhar
com Deus neste tempo e lugar onde ela está.
Neste tempo, fazemos uma escolha clara pela
vida, manifesta em Jesus Cristo, em oposição à
morte e a todas as forças que a produzem.”

COMUNIDADE DE APOIO. Estabelecendo a
Igreja na forma de pequenas comunidades, onde
o lugar e o valor da pessoa é dignificado, a sua
participação é incentivada e respeitada, levandoas a ser o agente histórico de sua libertação.
Comunidades onde há um só propósito, coração
e alma, vivendo sob a consolação e animação do
Espírito Santo.

Nestas declarações temos fundamentos
essenciais que nos dão uma linha pastoral que
deve guiar a Igreja em sua vivência intra, inter e
extra-Igreja e, em especial, na concretização da
tipologia de um avivamento genuíno, bíblico e
evangélico que está afinado com a vida em toda
a sua plenitude e circunstâncias históricas.
Para ser genuíno, o avivamento precisa ter
entre suas características as seguintes marcas
pastorais: (2)
FORTE ESPIRITUALIDADE. Ação dinâmica
da graça divina na pessoa, na comunidade e na
História, possibilitando a vivência plena dos atos
de piedade.
UMA EVANGELIZAÇÃO DINÂMICA como
resultado da dádiva do amor divino para conosco,

CRISTIANISMO PRÁTICO. Isso significa a
prática da fé, o vivenciar com a pessoa e com o
povo tudo quanto é fundamental para a prática
da vida cristã. Tudo sob a direção da Palavra
divina e a inspiração e sustentação do Santo
Espírito.
MINISTÉRIO
GLOBAL
DA
IGREJA.
Significa em verdade a prática da máxima da
reforma: sacerdócio universal de todos os
crentes. Isto é o reconhecimento do lugar, do
papel, da importância da presença do laicato na
vivência da Igreja e das pessoas nos
agrupamentos humanos, descaracterizando o
clericalismo e as lideranças personalistas. O
Espírito tem concedido dons e ministérios
visando a mútua cooperação e participação de
todo o Corpo na expressão do serviço de Cristo
entre as pessoas, nas instituições e na História.
CONEXIDADE,
significando
unidade,
diversidade e mutualidade. E a expressão da
cooperação, do apoio mútuo, do ajuste e da
cooperação de cada parte no Corpo da Igreja e
nos movimentos sociais. À luz da Conexidade
revelada por Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
Conexidade não meramente administrativa,
financeira,
mas
missionária,
redentora,libertadora. Em outras palavras,
conexidade para com a vida, as pessoas e a
sociedade em toda a sua plenitude.
EVANGELHO INTEGRAL, alcançando a
todas as pessoas, a pessoa total, a sociedade
em geral, todos os aspectos da vida, da História
e do mundo. Uma ação salvadora e libertadora
da graça divina na totalidade da vida, salvando,
santificando, capacitando as pessoas para
cumprirem a sua vocação de serem agentes de
sua própria libertação. Levando em consideração
a realidade e as necessidades históricas, o
Evangelho torna-se poder de Deus para a
salvação, através de Cristo e da ação do Santo
Espírito.
A ação pastoral da Igreja hoje e a de todo o
povo, dos grupos, das comunidades pequenas e,
também comunidades institucionalizadas. O
povo, com o seu poder aglutinador, a sua
criatividade, sua organização, seu poder de
resistência, a presença da graça de Cristo e da
força
do
Espírito
tornam-se
agentes

fundamentais da missão divina do reino de Deus.
No genuíno avivamento a linha pastoral deve
ser a de comunhão, do amor, da partilha, da
solidariedade, da humildade, da mutualidade dos
dons e ministérios, sem dominação de liderança
ou de grupos, semelhante à comunidade
apostólica onde todos estavam juntos e tinham
tudo em comum, sendo um só coração e a alma
deles. Nessas condições é que eles davam o
testemunho da ressurreição de Jesus Cristo e do
seu significado redentor, salvador e libertador
para as pessoas, as famílias, as comunidades, a
sociedade e o mundo habitado.
O Deus que é pastor, encarnando-se em
Cristo e que conhece as ovelhas pelos seus
nomes e dá a sua própria vida pelas ovelhas, e
quem nos convida a ter o mesmo sentimento que
houve em Cristo Jesus em nossa vivência como
cristãos e como Igreja, junto das pessoas, das
comunidades, do povo e da sociedade.
A ação pastoral neste momento de
avivamento deve ser, portanto, resultado de:
• uma pastoral fundada na realidade em que
vivemos,
• uma pastoral bíblica e teológica que leva
em consideração a posição medianeira e
cooperativa das ciências sociais, e
• uma pastoral, que acima de tudo, tenha
uma práxis, sendo a sua prática um dos
elementos mais desafiadores e importantes. Uma
pastoral que luta pela vida, pela dignidade de
todo o ser humano, pela redenção ecológica,
pela justiça e pela paz. (3)
Conclamamos a Igreja a se associar com o
povo e a sociedade ajudando a si mesma e a
sociedade, na ação do Espírito, a alcançar
sentido, esperança e vida.
Sob a ação do Espírito, nosso defensor,
consolador e animador, somos enviados a não
apenas a clamar ao Senhor pelo Avivamento,
mas a ser instrumento divino, no presente
momento histórico, que possibilite reanimar,
restaurar e trazer novamente à vida as pessoas,
as famílias, os diversos grupos sociais, a
sociedade, a História e o mundo, concretizandose assim a presença do reino de Deus em nós,
entre nós, através de nós e em todo o Universo.
Amém!
CITAÇÕES:
(1) Aprovado pelo Concilio Geral em julho de
1982 e publicado nos Cânones da Igreja
Metodista, FAO° de 19}2, no item 13 (Fa
Itendendo a Vontade de Deus).
(2) O que se segue é um resumo do que
apresentei em “As marcas esenciáis da
Identidade Metodista”

(3) DUQUE, José. Problematizacion de la
pastoral y estructura y eclesialidad de la Iglesia
(Ensayo y borrador provisório)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Lima/Peru, 1974.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia
Sagrada. Ed. Revista e Atualizada no Brasil.
Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.
ALVAREZ, Carmelo. Pentecostalismo y
liberación; una experiência latino-americana.
CEPLA, Capítulo VI, Del.
BITTLINGER, Arnold. Dons e graças. São
Paulo: Paulinas, 1977.
CAMARGO, Gonzalo Baes. Gênio e espírito
do Metodismo wesleyano. Imprensa Metodista.
CESAR, Ely Éser B. A ação humanizadora do
Espírito Santo. São Paulo: ASTE, 1975.
COSTAS, Orlando E.
crescimento integral da igreja.

Dimensões

LEITE, Nelson Luiz Campos. Espiritualidade
da graça. Congresso da AEVB, Brasília, 1994 Laboratório de Espiritualidade - Nelson Luiz
Campos Leite.
LEITE, Nelson Luiz Campos. O genuíno
avivamento. Expositor Cristão, Agosto/Setembro
de 1994 ; No Cenáculo – 1994
LEITE, Nelson Luiz Campos. As marcas
essenciais da identidade metodista. Colégio
Episcopal, Instituto Metodista Bennett, Biblioteca
Vida e Missão - Metodismo.
LOPES, Hernandes Dias Lopes. Avivamento
urgente.
Serie Avivamiento, Vitória/Espírito Santo, 1994.

do

DUQUE, José. Problematización de la
Pastoral y estructura y eclesialidad de la Iglesia.
(Ensaio y Borrador provisório)
DUSEM, H. P. Van. Espírito, Hijo y Padre.
Buenos Aires: La Aurora.
LEITE, Nelson Luiz Campos. O Espírito
Santo e a evangelização. Texto de estudo Congresso Latino-Americano de Evangelização,

SHAULL, Richard. La Reforma y la Teologia
de la Liberación. San Jose: Dei, 1993.
STEUERNAGEL, Valdir. A Igreja rumo ao
ano 2000: uma visão mundial. Belo Horizonte:
Missão, 1993.
HACIA UNA Teologia de la Evangelización.
Buenos Aires: La Aurora.
VIDA E MISSÃO. Igreja Metodista no Brasil,
Cânones, 1982, Imprensa Metodista.

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  • 1. DESCUBRA AGORA COMO ALCANÇAR O GENUÍNO AVIVAMENTO Nelson Luiz Campos Leite DESCUBRA... - A Igreja em busca de novas formas - O momento em que vivemos - Aprendendo com o profeta habacuque - Marcas do genuíno avivamento - Instrumentos para o genuíno avivamento - Referências bibliográficas
  • 2. A IGREJA EM BUSCA DE NOVAS FORMAS Vivemos num mundo de contínuas transformações. Essa situação tem afetado a vida das pessoas, famílias e das instituições sociais. A Igreja como parte do contexto social vive no meio destas transformações e procura adaptar-se e responder a essa situação. Há várias formas de participar do presente momento como Igreja. Umas se fecham em torno de si mesmas, procurando auto-defender-se; algumas procuram entender e assimilar os sinais dos tempos, buscando configurar-se de forma que, sem perder a sua dinâmica e identidade, possam ser parte integrante desse processo, através de novas maneiras no expressar a sua vivência e missão; outras buscam uma nova dinâmica de espiritualidade, procurando com isso dar segurança a si próprias e aos seus seguidores. Hoje há uma busca contínua e dinâmica pela espiritualidade. Após um momento de negação dos valores espirituais e da auto-afirmação humana e social, sem a presença do fator religioso, há um forte impulso pessoal e social pelo elemento místico-espiritual. Movimentos de todas as índoles religiosas estão presentes na atualidade oferecendo o seu produto no grande mercado da fé. Há um oferecimento de respostas a tudo e a todas as situações através de religiosidades as mais diversas possíveis. A Igreja Cristo tem sido confrontada por essa situação. A sua resposta varia de acordo com a sua forma de ser, com a sua tradição histórica, com a forma de perceber e interpretar a realidade e com a criatividade com que responde a essa situação. Em todos os tempos e épocas a Igreja tem sido desafiada a tomar novas formas. O apóstolo Paulo já desafiava a não nos conformarmos... mas a nos transformarmos, permitindo ao Espírito de Deus realizar em nós a transformação de nossas mentes, de todo o nosso ser e de nossa maneira de expressar a nossa espiritualidade missionária (Rm 12.2). Desta forma, estaríamos vivendo e experimentando a vontade divina para a vida e para a vivência missionária da fé. A única vontade, que significa para o ser humano a totalidade da vida boa, agradável e perfeita, conforme o querer divino expresso nos valores do seu Reino. No século 16, a Reforma era a resposta para a realidade de sua época. Neste contexto surge a máxima "Ecclesia reformata et semper reformanda". Este princípio contínuo de reforma significa a forma para poder responder de uma maneira criativa ao desafio apresentado pelas
  • 3. novas situações históricas. Ele afirma que nosso Deus é um Deus Vivo, ativo no mundo para transformá-lo e que nossa lealdade a Deus demanda novas respostas por parte da comunidade da fé, sempre renovada... não presa ao passado para poder responder às demandas que surgem do futuro. (1) No decorrer da História muitos movimentos de renovação têm surgido. Podemos rememorar o movimento wesleyano, que originou posteriormente a Igreja Metodista. No início do século 20 surgem os movimentos pentecostais trazendo consigo uma força inovadora e transformadora muito grande. A partir dai iniciase a formação de uma multiplicidade de movimentos distanciados das Igrejas históricas. Esse movimento tem expressado uma configuração de religiosidade popular, ligado no seu início às classes mais pobres. Com o decorrer dos anos, novos movimentos surgem e atingindo a classe média, formando comunidades carismáticas de grande realce. Toda essa agitação religiosa atinge diretamente as Igrejas históricas, que sofrem com esse processo, perdem a sua dinâmica, são levadas, no início a uma posição de defesa e auto-preservação, passando a seguir a procurar se rearticular, abrindo espaços para movimentos de renovação no seu interior. Surgem os movimentos avivalistas intra-Igreja com características carismáticas, criando em muitas Igrejas um fracionamento e uma ruptura, e em outras uma nova configuração de sua maneira de ser, da dinâmica de sua espiritualidade e na sua expressão missionária. Vivemos um momento no Brasil, que muitos têm chamado de Avivamento. Um avivamento que alcançou o nosso país, como resposta aos clamores e orações do povo de Deus. Esse avivamento há de mudar a configuração da Igreja e a forma dela expressar--se junto ao povo e à Nação. Novos movimentos, Igrejas ou Comunidades têm surgido como uma forma de expressar esse novo momento ou como ruptura com a Igreja Institucional, representada pela tradição histórica do Protestantismo Brasileiro. Dentro das Igrejas históricas e tradicionais, o movimento avivalista está presente com suas ênfases e sua maneira de ser. Há uma diversidade de sinais e formas avivalistas, oriundas da espiritualidade e da prática pentecostal e carismática, que se expressam nos cultos públicos e familiares e em outros aspectos da vivência da fé. Alguns interpretam o presente como um momento pré-avivalista, afirmando que toda essa movimentação e toda essa gama de diversidade
  • 4. de expressões e forma de ser são antecessores de um avivamento que está por vir. há práticas, ênfases de todos os tipos e matizes que têm produzido tensões, confusões, perturbações e divisões. Nas Igrejas históricas, desde há muito tempo, a dinâmica dessa espiritualidade tem estado presente, recebendo respostas e reações as mais diversas. Uns se abrem a essa ação, denominada do Espírito, outros se fecham em seus mecanismos de defesa, enquanto alguns tentam interpretar e responder à sua maneira a essa realidade. Programação de avivamento tem ocorrido nas Igrejas tradicionais, com acompanhamento ou não de suas lideranças. É à luz desta realidade que procuramos sinalizar o que significa o genuíno Avivamento, sob a ótica da Palavra divina. Nosso propósito é sinalizar alguns elementos considerados fundamentais para um avivamento que possa ser uma resposta dinâmica e adequada para o momento presente em que vivemos, como pessoas, famílias, pátria e continente latinoamericano. Um movimento onde há a presença dinâmica e forte da ação do Espírito nos atos chamados de piedade e nas obras de misericórdia mantendo-se um equilíbrio dinâmico entre a expressão de uma espiritualidade pessoal e comunitária, com a sua expressão missionária social transformadora. Tendo em mente uma rápida visão da realidade, procuraremos interpretar o significado do avivamento à luz do profeta Habacuque. A partir dai sinalizaremos marcos considerados fundamentais para uma espiritualidade, em cujo bojo está presente um genuíno avivamento. Com isso não estamos querendo negar a relevância, o lugar e a expressividade de movimentos avivalistas, e nem estabelecer com eles uma apologética. O nosso referencial é a Palavra de Deus, a forma de compreender a presença e a atuação do Espírito Santo hoje, e o contexto histórico e social onde ocorre movimento avivalista. CITAÇÃO: (1) SHAULL, Richard. I, Reforma y la Teologia de la Liberation. San José: Dei, 1993.
  • 5. O MOMENTO EM QUE VIVEMOS Como cristãos, cremos que o Senhor está presente conosco. Ele não muda e continuará presente conosco. Deus em Cristo reconciliou consigo o mundo e todas as coisas (2Co 5.1819). Não somente reconciliou, mas através da vida, morte e ressurreição de Cristo tornou-se o Senhor de todas as coisas. Ele está acima de todo nome, poder, autoridade e potestade (Ef 1.19-23). Nele tudo subsiste (2Co 3.17). A graça e a misericórdia de Deus manifestam-se de forma transformadora, renovadora e restauradora. O Senhor sempre está fazendo novas todas as coisas. Neste momento histórico, apesar de todos os sinais de morte, injustiça, destruição e pessimismo., o Senhor nos diz: "Não vos lembreis de coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz; porventura não o percebeis? Eis que porei um caminho no deserto e rios no ermo" (Is 43.1819). O Espírito do Senhor faz com que as situações possam ser mudadas. O momento em que vivemos é pleno de crise. Há crise em todos os níveis da vida: pessoal, eclesial, social, institucional, econômica, política, ética, moral... Crise não significa necessariamente um momento de agonia. Ela pode ser sinal de vitalidade, de reação contra as circunstancias atuais presentes na vida. Uma crise pode ser um momento de oportunidade de transformação. Indica um sinal de perigo, levando-nos a diagnosticá-lo e a buscar caminhos de transformação. Há crise na vida pessoal: falta de identidade, de sentido, de valores, de perspectivas. Todas elas provocadas por fatores os mais diversos: humanos, sociais, econômico, emocional... A crise em nível pessoal leva as pessoas a terem crise em nível relacional. Os relacionamentos humanos estão tremendamente truncados. Falta comunhão, diálogo, unidade, afetividade, solidariedade, altruísmo e autêntico amor nos relacionamentos humanos. Neste espaço relacional entra a crise da família. A família vive um momento difícil de adaptação, transformação e de busca de solidificação. Há um esfacelamento familiar nos dias de hoje em boa parte dos lares. Essas crises são afetadas pela crise de valores: valores morais, éticos e espirituais. Apesar de todo o anseio por espiritualidade presente nos dias de hoje, há um vazio existencial e relacional na vida humana. Na área da religiosidade vivemos uma
  • 6. grande busca pela espiritualidade. Surgem as oportunidades para os movimentos plenos de messianismo que levam o povo à busca desesperada por soluções mágicas. A própria religiosidade evangélica entrou no mercado do consumo, oferecendo na prateleira mercadológica todo tipo de produto disponível. Essa é uma grande tentação para um povo desesperado e carente que busca colocar sua fé e esperança em soluções messiânicas e mágicas. Há uma religiosidade sem compromisso, estéril, sem solidariedade, centrada em si mesma e na pessoa, usando Deus como um instrumento útil para atingir as suas próprias aspirações. A crise de moralidade é seria e afeta a todos o níveis da vida pessoal, familiar, institucional, trabalhista relacional. Falta confiabilidade nos dias de hoje. A corrupção campeia em todas as partes. A vida política, econômica e social vive momentos críticos. Boa parte do povo sofre a falta de recursos mínimos e básicos para sua sobrevivência. Cada dia mais se descaracteriza o sentido sagrado dado por Deus à vida. O ser humano é desumanizado. Os sistemas têm marginalizado as pessoas e os agrupamentos sociais. Caem certos sistemas, outros passam a assumir o fio condutor da História, mas a carência humana continua. Há ausência de habitação, de terra para se plantar, de educação, assistência médica, alimentação, justiça e salários dignos. No meio desta situação vivemos próximos de sinais de morte. Jesus disse que veio nos trazer vida plena e abundante em todos os sentidos (Jo 10.10). Tem faltado essa plenitude de vida. O Salmo 40.17 afirma a respeito de nossa realidade: "Eu sou pobre e necessitado, porém o Senhor cuida de mim; tu és o meu amparo e o meu libertador; não te detenhas, ó Deus meu". Este texto fala de nossa realidade de pobreza em todos os sentidos: econômico, social, espiritual, moral, relacional... Carecemos de recursos adequados para cada área da vida, visando sair desta triste realidade. Realidade que contraria o princípio divino para a vida. Somos necessitados em todos os sentidos. Carecemos de amor, justiça, verdade, solidariedade, afetividade, autoestima, espírito dadivoso e serviçal no lugar dos valores do individualismo e do egocentrismo, dominantes nos dias de hoje. A centralidade do viver esta no EU (minha pessoa, o meu prazer, a minha realização, a minha auto-expressão), mesmo que seja em detrimento das outras pessoas ou dos grupos. Se essa é a nossa realidade, uma outra verdade é expressa: "porém o Senhor cuida de mim". Deus como pai, mantenedor, salvador e senhor, deseja propiciar-nos vida com plenitude de sentido. Uma vida em que a sua graça está presente ensejando comunhão, perdão, amor,
  • 7. reconciliação e restauração. Nas diversas circunstâncias em que vivemos o Senhor é o nosso amparo e sustento. Não apenas isso: em muitas outras, ele é o nosso libertador. O mesmo Deus que libertou o seu povo da escravidão e do sofrimento no Egito está presente para nos libertar de tudo quanto nos escraviza e transtorna o seu propósito para esta vida e a vida do seu Reino. Onde há pecado, existe uma dosagem superior da graça divina. Jesus nos diz: "Conhecereis a verdade e ela vos libertará... Se o filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (Jo 8.32-36). No contexto do momento de crise há o momento da graça. Muitos clamam ao Senhor nessas circunstâncias da vida de hoje: "não te detenhas, ó Deus meu". O Espírito do Senhor está presente consolando, animando, fortalecendo, restaurando, mantendo viva a esperança e nos mobilizando para sermos parte neste processo histórico de restauração. Os tempos têm nos mostrado o grande avanço da ciência, da educação, da tecnologia, das comunicações e até da economia. Todavia, estes avanços significativos não têm beneficiado a todas as pessoas e nem a todos os países. Ao contrário, têm mais discriminado, descaracterizado e mais marginalizado do que libertado. Uma pequena elite pessoal, social, racial, nacional, cultural é que beneficiada por estes avanços. tem sido Hoje se fala em neoliberalismo, em globalização, todavia essas realidades não têm propiciado vida plena, justa, digna, humana para todos. A graça divina tem questionado pessoas, grupos, ideologias e instituições. O mesmo Deus da graça é o Deus da justiça, do direito, da verdade, da liberdade, da responsabilidade, da solidariedade, do compromisso e da vida plena. E esse Deus, que é Senhor, está presente neste tempo, questionando as pessoas, os sistemas e as instituições, motivando-os a se aproximarem da sua graça e a receber o poder transformador do Evangelho Restaurador e Renovador. O mesmo Espírito que pairava sobre as águas no ato histórico da criação (Gn 1.2) está pairando sobre nós e a História, inclusive sobre a própria Igreja — Comunidade e Corpo vivo do Senhor. De modo geral, podemos afirmar que a existência dos sinais de morte que hoje enfrentamos em nossa realidade deve-se principalmente à falta de valores espirituais, éticos e morais que dignificam a vida. Os valores hoje amplamente difundidos na sociedade brasileira, latino-americana e mundial, produzem muita dor, sofrimento e morte, corrompendo a sociedade e as pessoas. (2) O povo de Deus é conclamado hoje a ser um
  • 8. instrumento de sua graça no meio desta situação e neste momento. Um povo, uma comunidade, um corpo de Cristo, muito mais do que mera instituição religiosa. Uma comunidade plena do Espírito Santo, possibilitando uma vivência evangélica, transparente, comprometida com o ser humano e a realidade, atuando de forma pastoral e pedagógica, plena de amor e compaixão como viveu o seu Senhor Jesus Cristo. E diante deste quadro e contexto que surge a grande carência de um genuíno avivamento bíblico, pleno da graça divina, restaurador, junto, amoroso, santificador e compromissado. O avivamento dentro da genuinidade evangélica toma-se um elemento vital. No seu pleno sentido, avivar significa trazer-se novamente à vida. Ilustrativamente significa fazer numa pessoa morta a massagem cardiológica necessária para voltarem os batimentos do coração. Também, fazer a respiração boca a boca, que visa re-oxigenar os pulmões, o cérebro e todo o ser. Em suma: recriar a vida, trazê-la de volta, ressuscitando-a! É algo semelhante ao narrado em Ezequiel 37.114. A ação do Espírito divino no vale de ossos secos, simbólico ao povo de Israel. É o sopro do Espírito do Senhor que possibilita o surgimento novamente da vida. No contexto tão dramático em que vivemos no Brasil, na América Latina e em outros continentes e países onde os poderes da morte rondam a vida é que há lugar para surgir um genuíno Avivamento. • Um avivamento bíblico, evangélico, não manipulador e nem dominador, mas participativo, pleno da graça e da ação divinas. • Um avivamento onde o Senhor age através do Cristo Ressuscitado e do vigor do seu Espírito proporcionando vida plena e abundante a todas as pessoas, comunidades, Igreja, povo, História, natureza e todo o universo de Deus. A Igreja cristã é desafiada a descobrir e a vivenciar uma nova realidade pastoral junto com o povo, ao lado do povo, a partir do povo e dentro da realidade em que vive o povo. A Igreja Corpo Vivo do Senhor Jesus Cristo é chamada a ser GRAÇA no meio da DES-GRACA CITAÇÃO: (1) Cf. Pronunciamento do Colégio Episcopal da Igreja Metodista do Brasil.
  • 9. APRENDENDO COM O PROFETA HABACUQUE Do texto do livro de Habacuque surge o clamor pela manifestação do avivamento por parte de Deus: "Aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e no decurso dos anos faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia" (Hc 3.2). O profeta clama pelo avivamento. Esse clamor acontece após ele ter ouvido as declarações de Deus e sentir-se alarmado. O que o leva a esta situação? Vamos tentar analisar o texto. Os estudiosos não chegaram a uma conclusão com respeito a quem era Habacuque. Sabe-se que o seu nome deriva de uma planta de jardim. O texto fala a respeito do poder dos caldeus que estava crescendo. Alguns concluem que Habacuque profetizou em Judá no reinado de Jeoaquim pouco antes da invasão de Nabucodonosor. Uns afirmam, à luz do cântico do capítulo 3, que ele deveria ser um cantor ou um levita. A data aproximada do momento histórico está entre os anos 605 a 626 a.C. Há comentários que afirmam estar o texto localizado após a batalha em que os caldeus derrotam os Egípcios e marcham em direção ao oeste a fim de subjugar o rei Jeoaquim, de Judá. Há polêmica quanto a isto, sendo que há colocações que localizam o texto com o ressurgimento do poder dos babilônicos. Não se tem conclusão quanto a autoria do texto. O livro apresenta o clamor do profeta junto a Deus devido a iniqüidade que se vê ao seu redor, levando-o a perguntar por quanto tempo ela durará. Judá está em processo de julgamento da parte do Senhor. Deus está erguendo os caldeus, reconhecidos pela ferocidade do seu exército, para aplicar o seu juízo. O profeta questiona aqui a justiça divina. Como Deus pode permitir tal brutalidade? O seu questionamento leva-o a esperar na torre de vigia a resposta divina. No futuro os próprios caldeus receberão o julgamento divino e o justo triunfara pela graça e misericórdia do Senhor. Os cinco Ais revelam o julgamento divino sobre a injustiça, a crueldade, a idolatria, a posse de bens tirados dos outros, a violência. O Senhor não está ausente ou calado. Ele age com justiça a começar do seu próprio povo, atingindo outras nações que se rebelam contra a sua soberania. A esperança tem o seu fundamento por esperar-se pelo Senhor. A alma do soberbo não é reta... mas o justo viverá pela sua fé, colocada na soberania e na misericórdia divina (Hc 2.4). Aqui se inicia a mensagem de consolação e esperança. O capítulo 3, conhecido como uma oração em forma de cântico, após o sentido de
  • 10. indignação e alarde do profeta, torna-se um cântico de esperança e consolação. O Senhor virá julgar as nações e o seu povo será salvo. E um cântico de louvor e uma oração cujo objetivo era o de animar, consolar e nutrir a esperança. A misericórdia divina os libertaria no futuro. Neste contexto surge um final de confiança, espera e louvor: Ainda que a figueira não floresce, nem há fruto na vide; o produto da oliveira mente, e os campos não produzem mantimento; as ovelhas foram arrebatadas do aprisco e nos currais não há gado, todavia EU ME ALEGRO NO SENHOR, EXULTO NO DEUS DA MINHA SALVAÇÃO. O SENHOR DEUS ÉA MINHA FORTALEZA E FAZ OS MEUS PÉS COMO OS DA CORÇA, E ME FAZ ANDAR ALTANEIRAMENTE. paz, retidão e vida plena para todas as pessoas, povos, classes, etnias, culturas... O profeta contemplava a violência e questionava ao Senhor por não haver salvação. Ele vê perante si uma situação onde há iniqüidade, opressão, destruição, violência. Há contenda e litígio em todos os lugares. A lei se afrouxa e a justiça está longe de se manifestar. O perverso age contra o justo e o cerca por todos os lados e sob todas as formas. A justiça é distorcida. Estas são grandes interrogações diante do Senhor. E pior, a resposta divina contra a presença destes sinais de morte e anti-vida no povo de Judá será manifesta e corrigida através de um outro povo, os caldeus (Hc 1.6). O que teria tudo isso a ver conosco nos dias de hoje? Isto é questionado pelo profeta. Ele se coloca na sua torre de vigia esperando uma resposta divina plena de graça e misericórdia. Deus responde afirmando que a visão ainda está para se cumprir. Ela há de vir... o "já" é será transformado naquilo que “será”. O Senhor faz as suas declarações e isto deixa o profeta alarmado. "Tenho ouvido, ó Senhor, as tuas declarações e me sinto alarmado". Neste contexto ele clama pelo avivamento, não um avivamento expresso num só momento, mas de forma continuada no decorrer dos anos, fazendo-o conhecido. A sua justificativa baseia-se na misericórdia do Senhor. Vivemos um momento em que temos clamado ao Senhor. Clamamos pedindo justiça, Avivar é trazer-se novamente à vida; é ressuscitar a velha vida marcada pelos sinais de Um final cheio de esperança e consolação. Há aqui um sentido escatológico na espera contra todas as esperanças e no meio de uma situação de violência, injustiça e morte.
  • 11. morte, para uma nova vida, cheia dos sinais de vida, justiça, verdade, reconciliação, solidariedade, amor e paz. Avivar é voltar-se novamente para o Senhor, aceitar a sua soberania, viver e expressar a sua justiça, ser uma benção para todos os povos e expressar o louvor verdadeiro, através dos lábios, do coração e da vida. Ezequiel 37 descreve a situação desesperadora do povo de Deus e o compara a um vale de ossos secos. A vida foi perdida. Há que se profetizar a favor de uma nova vida. A profecia visa juntar os ossos, colocar tendões, fazer crescer a carne e soprar o Espírito de uma nova vida. Após o juntar-se dos ossos, o formarse do esqueleto, o colocar-se dos tendões e da carne e o sobrepor-se da pele, a vida ainda não havia sido manifesta. Havia toda uma estrutura, porém sem vigor, vitalidade e energia. Ai surge a profecia no sentido de insuflar no corpo o soprar do Espírito para que ele possa dar vida ao corpo morto. O Espírito torna-se o sinal de vida e esperança do povo. Houve um avivamento. A vida retomou ao corpo e uma nova realidade surge. No contexto em que vivemos hoje, onde são grandes os sinais de morte e da anti-vida, semelhantes a situação do contexto de Habacuque, surge diante de nos um grande clamor, pois o povo esta desesperado, aflito, angustiado, oprimido, marginalizado, alarmado. Nós, como cristãos, não podemos ter outro sentimento senão o de dizer: “Até quando, Senhor, clamarei, gritarei e Tu não escutas e nem salvas? Por que me fazes ver e vivenciar tanta iniqüidade, opressão, injustiça, violência, contendas, litígios, exploração, abandono e morte? Estou alarmado, chocado e indignado e diante disto a minha esperança levame a clamar:” AVIVA A TUA OBRA, Ó SENHOR, NO DECORRER DOS ANOS E NO DECURSO DOS ANOS FAZE-A CONHECIDA; NA TUA IRA, LEMBRA-TE DA MISERICÓRDIA (Hc 3:1-2). No momento presente necessitamos de um genuíno avivamento, centrado em Cristo, tendo como força motriz o Espírito Santo. Há em muitos lugares movimentos chamados de avivalistas que contradizem a Palavra de Deus. A Bíblia é nosso referencial básico. Não somente ela mas a História, a realidade em que vivemos e nos encontramos, tanto da Igreja como da sociedade. Há necessidades múltiplas nas pessoas, na família, nas comunidades eclesiais, nos agrupamentos sociais e na sociedade que se
  • 12. tornam desafios para um avivamento histórico e contextualizado. O pastor luterano Valdir Steuernagel apresenta uma análise muito bem conceituada que visa objetivar a missão da Igreja em relação não apenas a chegar ao ano 2000, mas a partir dele. Ao relatar sua viagem à Índia e a reflexão sobre a agenda missionária, ele afirma à luz da realidade de sua experiência: Multidão, pobreza, e pluralismo poderiam ser considerados palavras-chave para descrever a realidade e o desafio missiológico vividos pela igreja. Menciono este fato para justificar a necessidade de se ter num genuíno avivamento um referencial histórico e contextual em que se possa refletir a luz da Bíblia os elementos fundamentais do avivamento sem tirar os nossos pés da realidade em que vivemos. (1) O avivamento não significa colocar a Igreja em movimento. Fazer um grande barulho... Um louvor estridente... Buscar sinais miraculosos e uma série de outras manifestações. Tudo isto pode existir, sem contudo, estar havendo um genuíno avivamento. Como, da mesma forma, podem existir dentro do contexto de um genuíno avivamento. O pastor presbiteriano Hernandes Dias Lopes elenca aquilo que considera não ser um avivamento. Não é: • um programa agendado pela Igreja, • uma mudança doutrinaria, • uma mudança litúrgica, • uma ênfase carismática unilateral, • um modismo, • uma visão dicotomizada da vida, ou • uma campanha de evangelização. O avivamento é uma urgente e profunda necessidade da Igreja e que os avivamentos ocorrem sempre em tempos de crise: crise econômica, política, social, moral, familiar, institucional, espiritual. Hernandes Dias Lopes afirma: “O nosso maior problema não é a falta de ortodoxia, mas de ortopraxia; não é a falta de pregação, mas a de unção. Precisamos aspergir a gloriosa doutrina bíblica que temos com o óleo do Espírito e ter uma vida de santidade que recomende a doutrina que pregamos. Avivamento, portanto, é a junção do binômio puritano: ortodoxia e piedade. Ortodoxia sem piedade gera aridez. Piedade sem ortodoxia gera misticismo. Não podemos separar o que Deus uniu. Avivamento portanto, não é desvio, é volta. Avivamento não é sair da rota, é voltar para o caminho. Avivamento não é inovação, é restauração. Avivamento não é fuga da Bíblia, é volta para a Bíblia. Avivamento não é anacronismo histórico, mas sintonia com o que
  • 13. Deus tem feito na História”. (2) João Wesley, no desenrolar do seu movimento avivador ocorrido na Inglaterra no século 18, fundamenta a espiritualidade do movimento na ação dinâmica da Graça Divina. Surge aqui uma espiritualidade oriunda da Graça, espiritualidade esta que traz como resultado na vida do que crê e da Igreja os ATOS DE PIEDADE e as OBRAS DE MISERICÓRDIA, presentes nas dimensões eclesiais da IntraIgreja, Inter-Igreja e Extra-Igreja (sua vivência é missão fora dos seus limites internos e dentro do contexto da realidade histórica humana e social). Oremos a favor das pessoas, da sociedade, do mundo e da Igreja de Cristo através dos lábios de Habacuque: "Aviva a tua obra, ó Senhor. No decorrer dos anos e no decurso dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia" (Hc 3.1-2). A obra é do Senhor. Nos somos parte dela e instrumentos da sua graça. Em nome de Jesus e sob a unção do Santo Espírito doador da Vida vivemos a fé e desenvolvemos a missão. CITAÇÕES: (1) STEUERNAGEL, Valdir. A Igreja rumo ao ano 2000. Belo Horizonte: Missão, 1993. (2) LOPES, Hernandes Dias. Avivamento urgente. Vitória, 1994, p. 41s. MARCAS DE GENUÍNO AVIVAMENTO 1. O genuíno avivamento, acima de tudo, é bíblico, ou seja, está centrado na mensagem total da Bíblia. A Bíblia torna-se a revelação dos atos históricos de Deus a favor da pessoa, dos povos, das raças, das nações, do gênero humano: a mulher e o homem. A Palavra divina expressa na tríplice forma: escrita, proclamada e encamada. Neste último sentido é vivenciada em Cristo, que a encarna num momento histórico concreto. Essa Palavra será a luz para o nosso caminhar. Colossenses 3.16 afirma: "Habite ricamente em vós a palavra de Cristo; instrui-vos e aconselhaivos mutuamente em toda a sabedoria"... Sob a inspiração do Espírito Santo a Palavra deixa de ser mera e morta letra para ser vida vivificada. Lendo e fazendo a releitura da Bíblia à luz do contexto histórico de onde ela surge e confrontando-a com a nossa realidade, teremos dimensionado o caminhar do genuíno avivamento. 2. O genuíno avivamento está centrado em Cristo, sua encarnação, vida, missão, cruz, morte, ressurreição, ascensão. Vida movida pelo amor divino, na unção do Santo Espírito e plena de graça e misericórdia para com o ser humano, em especial para com
  • 14. os mais frágeis e marginalizados. Cristo é o referencial do genuíno avivamento que é cristológico. Paulo em sua vivência procurava ser achado em Cristo, perder toda a sua glória, ser achado nele, mediante a fé e a justiça divina, conhecê-lo pessoalmente, ter o poder da sua ressurreição e comungar com o seu sofrimento, conformando-se com ele na sua morte (Fp 3.810). 3. O genuíno avivamento é uma manifestação do Espírito Santo. Não é uma manipulação humana ou uma série de programações, estimulações e coações psicológicas. É atuação do Espírito, prometido por Cristo para ser o companheiro, o consolador, o defensor, o animador, aquele que guiaria o discipulado à verdade e glorificaria a Cristo. O Espírito que habitaria em nós, não nos deixando órfãos no meio do abandono existencial e que vivificaria, com o mesmo poder em que ressuscitou a Cristo, os nossos corpos mortais. João (capítulos 14, 15 e 16) nos dá o referencial básico da natureza e realidade do Espírito. Atos testifica o nascer e a vivência da comunidade apostólica o Novo Israel, a Igreja, através da vida gerada pela dinâmica do Espírito. Paulo (Rm 8.911) nos fala do vivificar pelo Espírito. Este mesmo Espírito é o agente divino do genuíno avivamento junto aos cristãos, da Igreja, da História e de todo o Universo, obra divina. 4. O genuíno avivamento proporciona uma mudança de vida na pessoa e na sua vivência em comunidade. Uma profunda “metanóia”, levando a pessoa a viver pela graça e a oferecer a graça em todos os seus relacionamentos. Uma nova vida gerada pelo amor divino e fundamentada por este mesmo amor em seus relacionamentos para com o próximo, consigo mesmo, com a sociedade, e todos os demais relacionamentos; em especial o seu relacionamento com Deus, através de Cristo e na força do Espírito. Agora há uma nova condição de vida somos adotados por Deus. "O próprio Espírito testifica que somos filhos de Deus... herdeiros... co-herdeiros com Cristo... se com ele sofrermos, para que também com ele de sejamos glorificados" (Rm 8.15-17; Rm 11.1-2). Em Cristo somos novas criaturas... não devemos viver mais centrados em nós mesmos, mas para aquele que por nós morreu e ressuscitou (2Co 5.14-17). 5. O genuíno avivamento produz frutos. Jesus disse: Pelos frutos os conhecereis. Frutos que são o resultado da presença e do testemunho do Espírito Santo em nós, na comunidade eclesial e na sociedade. Somos guiados a viver uma vida plena no Espírito, a estar plenos da sua presença, cheios da sua graça, conforme a abundância de testemunhos dos textos bíblicos (G1 5.16-26; Ef 5.18, Atos dos
  • 15. Apóstolos, etc). Wesley perguntava aos seus pregadores leigos: "Tens a graça? Tens os dons? Tens os frutos?" Os frutos resultantes da unção e presença do Santo Espírito produzem uma santificação progressiva, contínua, pessoal e social e uma ação missionária plena de compromisso com Deus, com o ser humano, com a História e com o reino de Deus. 6. O genuíno avivamento é missionário. Não está centrado em si mesmo, no seu movimento “intra”. Ele existe para ser um instrumento da missão divina nas pessoas, entre as pessoas, nos agrupamentos humanos, na vida eclesial, na vivência da comunidade histórica e humana. O “ide” (indo) de Jesus em seus mandatos missionários está aqui presente: "Assim como o Pai me enviou eu vos envio a vós"...; uma forma encarnacional, sacrificial, de esvaziamento e tornando-se servo, sofrendo, abraçando a cruz e não fugindo da maldição da morte (Jo 20.21; Fp 2.5-11). Há um autêntico compromisso com Deus, consigo, com a missão, com o ser humano e com a História. 7. O genuíno avivamento é emocional e racional. Não podemos negar o caráter emocional do ser humano. Todavia este caráter não pode deixar de lado o sentido racional. A razão é criação divina e, quando submissa ao Senhor e à Palavra, é critério avaliatório do avivamento e da vivência cristã. A razão humana é objeto da revelação divina e da atuação do Espírito Santo em todas as pessoas. O estado emocional da pessoa é considerado com respeito e seriedade, à luz da sua vitalidade e dos seus limites. O avivamento age no emocional, mas também proporciona uma contínua transformação na mentalidade e no comportamento humano e social em relação a Deus, a si próprio, ao próximo e para com a sociedade. 8. O genuíno avivamento age no ser total. Neste aspecto, complementa o que foi dito anteriormente. Proporciona a mudança do coração, da mente, da vontade e do Espírito da pessoa. Todos os aspectos constituintes do ser humano são alcançados pela graça divina. Assim entendemos a promessa profética (Jr 31.31-33; Ez 36.25-28; cf. I Ts 5.23 e cf. o pensamento judaico) que vê a pessoa em sua totalidade. O ser bio-psico-social-mental-emocional-espiritual... e o objeto do amor e da graça transformadora divina. 9. O genuíno avivamento produz unidade cristã. Tem como resultado a unidade, a diversidade e a mutualidade (1Co 12.4-7). A sua realidade responde à oração sacerdotal de Jesus (Jo 17.20-23). Há na comunidade da fé um só coração e uma só alma (At 4.32). Há autêntica comunhão que proporciona a unidade da mente,
  • 16. no amor, no sentimento e na alma, conforme Paulo afirma ser o seu desejo e alegria (Fp 2.12). Há relacionamento amorável entre as pessoas, respeito mútuo, comunhão eclesial e unidade na ação missionária. Uma unidade cujo centro é Cristo e é mantida pela ação do Espírito Santo. Neste sentido, o avivamento nos leva a preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz (Ef 4.3). 10. O genuíno avivamento não divide, nem cria ressentimentos, marginalizações, divisões, discórdias e preconceitos. Cristo é o poder que quebra todas as nossas barreiras pela ação do Espírito Santo que nos unifica (Ef 2.13-22). No Espírito somos levados a nos aceitar, uns aos outros, apesar de nossas diferenças e maneiras de ser. Nele somos um só Corpo em Cristo e membros uns dos outros (Rm 12.5). 11. O genuíno avivamento não é orgulhoso e nem cria espírito de superioridade de uns sobre os outros. Segue o Espírito paulino de... nada fazer por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Levando-nos a não ter em vista o que e propriamente nosso, senão também o que é dos outros (Fp 2.4). 12. O genuíno avivamento é obra da graça divina. A graça é maior do que a vida (Sl 63.3). Pela graça somos salvos, santificados e esperamos a concretização do Reino. Enquanto esperamos, desenvolvemos a ação missionária do Reino. A graça é apropriada pela fé (Ef 2.8-9). Fé centralizada em Cristo, no Espírito Santo e na soberania divina. Não é a fé colocada na fé ou em nossa própria fé. É uma fé que, firmada em Cristo, é obediente, amorosa, e plena de obras. Esse avivamento é ato contínuo da graça divina. Os momentos chamados de picos no avivamento são mais decorrentes das condições humanas, pois o Espírito nunca deixa de agir e manifestar nos cristãos, na Igreja, no mundo e na História, a graça divina e os frutos decorrentes de sua presença. Podemos presenciar o avivamento de forma mais dinâmica em certos momentos históricos e em certas situações humanas, mas nem por isso deixa de ser uma ação continuada da graça divina. 13. O genuíno avivamento, como dependente da graça divina, não é autosuficiente e auto-glorificante. Aceita a sustentação e inspiração do Espírito Santo e vive a sua vida e testemunho na interdependência de uns para com os outros e na mútua cooperação dos membros de todo o Corpo. Cristo é quem nos dá sentido e sustento. Ele é o nosso inspirador e a nossa força, através da ação do Espírito Santo. Sem ele nada
  • 17. podemos fazer (Jo 15.4-5). 14. O genuíno avivamento tem a oração como um de seus elementos fundamentais. A oração é a sua força, através da qual o Senhor se manifesta. A oração nos leva a um contínuo estado de vigília com o Senhor fazendonos vigiar sem cessar. A oração que louva, confessa, adora, intercede, clama e curva-se perante a graça e o poder divinos está continuamente presente no avivamento. A oração como meio de graça divina, uma das chaves fundamentais do avivamento. Perseveremos na oração (Rm 12.12; Cl 4.2), orando em todo o tempo, intercedendo uns pelos outros, pela Igreja, pelo mundo, pelos que nos governam... (1Tm 2.1-2). Através da oração nos abrimos para Deus e uns para com os outros. Ela significa intimidade e comunhão com o Senhor e conosco mesmos, com o próximo e a vida. 15. O genuíno avivamento não eleva os olhos apenas para o alto, observando a Cristo e a sua glória. Ele nos leva a ver a nós mesmos em nossa realidade e a olharmos ao nosso redor as pessoas, a Igreja, a comunidade, a História, o mundo — seus acontecimentos e realidades com compaixão, amor, solidariedade e graça divina. Leva-nos a avaliar todas estas situações e a não nos conformarmos (tomarmos a forma) com a situação e valores deste século que contradizem o Evangelho. Ao contrário, leva-nos a permitir a Deus transformar a nossa mente e todo o nosso ser e ação, através de uma mudança contínua para que possamos experimentar e vivenciar a vontade divina, a única que é boa, agradável e perfeita para esta vida (Rm 12.2). 16. O genuíno avivamento cria contrição. Produz um autêntico quebrantamento perante o Senhor. É penitencial pela contínua confissão de pecados pessoais e sociais. Leva-nos a nos humilharmos perante Cristo (1Pe 5.6; Sl 51.112) e dele receber perdão, reconciliação e paz (Rm 5.1; Ef 2.16-18). Diária e continuamente colocamos as nossas vidas, a vida e missão da Igreja e a realidade humana, humildemente perante o Senhor para que ele nos perdoe, purifique, transforme e nos de a paz. Sem quebrantamento não pode haver um genuíno avivamento. Afirmemos como Isaias ao ver a santidade divina (Is 6.18). "Ai de mim porque sou homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios". O perdão de Cristo e a purificação do Espírito são fundamentais para a vida do cristão e da Igreja do Senhor. Esse perdão necessita ser estendido às outras pessoas, levando-nos a perdoar uns aos outros como Cristo nos perdoou (Ef 4.32). 17. O genuíno avivamento e pleno dos
  • 18. dons e ministérios do Espírito existentes para a edificação pessoal e da comunidade local; na vida familiar e profissional, e em especial visando equipar as pessoas e a Igreja para o serviço do Corpo de Cristo a ser prestado no mundo. Este serviço ou ministério é expresso através da diversidade de dons, concedidos não para a glória ou o engrandecimento humano, mas para que em tudo seja Deus glorificado (1Pe 4.10-11; 1Co 11.1-11; 27-31; Rm 12.3-8; Ef 4.716). A diversidade de dons e ministérios não menospreza o sentido básico da unidade de todo o Corpo de Cristo e da mutualidade existente neste corpo, através da mútua cooperação de todos os seus membros. 18. O genuíno avivamento considera o mundo e a História como palco da ação divina. Por isso, não foge do mundo mas age no mundo, testificando o poder reconciliador e transformador do Evangelho (2Co 5.18-19; Jo 17.1517). Leva em consideração o momento histórico em que vivemos, procura interpretá-lo, partilhar de suas angustias e desafios, sendo sal, luz e fermento de transformação do reino de Deus junto da sociedade. Reconhece que o mundo foi criado por Deus e que, pela sua graça, ele o sustenta e salva. Partilha, em nome de Cristo, das dores e alegrias; derrotas e vitórias; bênçãos e sofrimentos, aceitando os desafios históricos para através deles manifestar os sinais da vida divina em contraposição aos sinais da morte existentes na vida, de forma contradizente. 19. O genuíno avivamento é obra divina junto da comunidade humana. Partilha em nome de Cristo e sob a unção do Espírito Santo das realidades, necessidades, desafios e tensões do momento histórico em que se situa. Considera com o discernimento divino os sinais dos tempos de nossa real idade presente. 20. O genuíno avivamento acontece não nas contingências do nosso tempo, de nossa cronologia, mas na abrangência e soberania do tempo de Deus, do seu “kairós” (Sl 90.4; Sl 102.24-27). O tempo divino invade, quebranta, transforma e age nos limites do tempo humano (cronos). Nem sempre o nosso momento é o momento divino. Da mesma forma, nem sempre o momento divino é o nosso momento. A ele compete toda a soberania sobre o tempo e sobre a vida. Eclesiastes afirma que tudo tem o seu tempo próprio (Ec 3.1-17). 21. O genuíno avivamento não testifica a respeito de si mesmo, de sua denominação, movimento ou grupo; nem se exalta nos aspectos pessoais e humanos da obra desenvolvida.
  • 19. Acima de tudo, Cristo é testificado, proclamado e sinalizado, através da Palavra, da vida cristã, do compromisso missionário e dos atos de piedade e das obras de misericórdia (Jo 5.39; At 10.42; 1Jo 4.14; 1Co 2.1-5). 22. O genuíno avivamento não está centrado em pessoas, líderes, denominações ou grupos religiosos. Tudo e todos são instrumentos nas mãos do Senhor. A soberania e a ação fundamental são divinas, através da sua Palavra, da sua presença sacramental na vida e da ativa ação do seu Espírito (1Co 1.10-15). 23. O genuíno avivamento não menospreza as diferenças. Considera-as com seriedade, em especial aquelas que são básicas e culturais. Acima de tudo, busca manter uma unidade naquilo que é essencial à fé cristã. Respeita a diversidade em tudo quanto não é essencial. Expressa-se na mutualidade e acima de tudo mantém uma vivência fundada na humildade e no amor (1Co 12.4-12; G1 3.26-28; Rm 12.1-8). 24. O genuíno avivamento cria um estado e estilo de vida dominados pelo amor. O genuíno amor divino invade os nossos corações através da ação do Espírito Santo (Rm 5.5). Amor que fundamenta o relacionamento de Deus para conosco, pois ele nos amou primeiro. E que tem como nossa resposta o nosso amor para com ele (1Jo 4.10-21). Esse amor motiva e nutre as nossas vidas, levando-as a se expressar no autêntico amor para o próximo. Jesus nos guiou a amar ao próximo como a nós mesmos e a amarmos com o mesmo amor com que ele nos amou: "Nisto conhecereis que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns para com os outros"(Jo 13.35). O amor que nos nutre e nos guia tem a tipologia do amor divino, conforme o extraordinário texto do apóstolo Paulo (1Co 13). Amor voltado para Deus, a si mesmo, ao próximo, a natureza e a História. Amor encarnado nas circunstâncias reais da vida, como foi o amor de Cristo. Por isso, tudo crê, tudo espera, tudo suporta e jamais acaba (1Co 13.7-8). Esse tipo de amor (o amor ágape, divino) é a força da vida, dos relacionamentos e dos atos redentores e transformadores. 25. O genuíno avivamento está pleno dos atos de piedade, através dos quais o Senhor é adorado, louvado, invocado, comungado, obedecido e glorificado. Esses atos de piedade estão presentes na vida da pessoa e da comunidade cristã. Centramse na leitura e meditação da Palavra, nos Sacramentos, na vivência da oração, no jejum, nas vigílias, na vida disciplinada, na adoração, no louvor, nas expressões cúlticas, na experiência da justificação e da salvação, no crescimento em graça e santificação (2Pe 1.3; 5-7).
  • 20. 26. O genuíno avivamento está também pleno das obras de misericórdia, expressas em nosso amor, solidariedade, sensibilidade e ações concretas a favor do nosso próximo, das famílias, dos grupos sociais e da sociedade. Testificamos o amor divino através de uma vida frutificada em obras de misericórdia. A fé centrada na graça de Cristo e manifesta na ação do Espírito Santo é operosa, produzindo obras concretas resultantes da ação divina em nós. Tiago enfatiza este aspecto da fé na vida cristã (Tg 2.14-26). João Wesley vivenciou de forma extraordinária esta combinação entre os atos de piedade e as obras de misericórdia. Jesus em seu ministério sinalizou esta verdade demonstrando que não temos dois Evangelhos, um espiritual e um social. Mas um Evangelho que é integral, para todas as pessoas, comunidade, história e mundo e para a totalidade do ser, em todos os seus aspectos constituintes. Numa de suas visões do julgamento final de enfatiza este aspecto (Mt 25.31-46). Em especial na interpretação do seu ministério (Lc 4.16-21). 27. No genuíno avivamento a autoridade da Igreja está sob o senhorio de Cristo (Ef 4.5; Fp 2.11). A Igreja, Povo de Deus, Corpo de Cristo e Comunidade do Espírito, é serva e não senhora. À semelhança de Cristo (Jo 13.13), ela existe para servir ao Senhor, às pessoas, comunidades, mundo e ao Reino. O seu ministério é expresso não com dominação, mas com amor, moderação e compaixão. O referencial de sua missão e ministério é o próprio Senhor Jesus Cristo (Jo 20.21). Ele é o pastor e o Bispo que conduz a sua Igreja (1Pe 2.25). Através do Espírito, concede dons, ministérios e funções com a finalidade de equipar os santos visando o desempenho de seu serviço e a edificação de todo o Corpo (Ef 4.7-12). Há uma concessão de autoridade que, submissa ao seu Senhor, cumpre o seu ministério. O genuíno avivamento não despreza a autoridade: respeita-a, valoriza-a, comunga com ela e a ajuda a exercer de forma bíblica e cristã o mandato conferido pelo Senhor. O cabeça desta comunidade é Cristo (Ef 4.16), em quem devemos crescer e nos aperfeiçoar em todas as coisas e todas as dimensões. 28. O genuíno avivamento reconhece a dimensão humana e sociológica da Igreja. Neste sentido, afirma a necessidade mínima de uma estrutura que seja instrumento de vida para a vivência do Corpo e sua ação missionária. O genuíno avivamento não é estrutural. Tem a estrutura da Igreja como algo necessário, mas não como algo que tem objetivo em si mesmo. A estrutura está a serviço da fé e da missão. Ela se ajusta e se transforma às novas realidades da vida pessoal, comunitária e histórica e aos interesses prioritários do reino de Deus. Não
  • 21. estando centrado na Instituição, mas tendo-a como um instrumento de serviço, ela se configura através da concessão, pelo Espírito, dos dons e ministérios necessários à vida interior da Igreja, ao inter-relacionamento das Igrejas e à vivência missionária extra-Igreja. Há um lugar de importância para as estruturas eclesiásticas e institucionais, desde que não sejam fins em si mesmas e não se tornem ídolos e objetivos finais. Ninguém vive ou morre para si mesmo. Quer morramos, quer vivamos somos do Senhor e para ele vivemos (Rm 14.8-9). 29. O genuíno avivamento está sob a soberania de Deus. Ele, em Cristo e através do Espírito, e Senhor do avivamento. Nele estamos centralizados (1Tm 6.14-15; Ap 17.14). O seu Evangelho é que deve ser anunciado (Rm 15.16) e a sua Palavra de denúncia contra tudo o que menospreza, destrói e rouba da vida e do ser humano a soberania da vida, deve ser expressa. A sua presença contínua, através do Espírito, nas pessoas, na comunidade, na Igreja, na História e no mundo testifica a respeito da sua soberania sobre todas as coisas. Nesse sentido, a soberania divina está centrada na Trindade, colocando-se acima de todas as forças e poderes do mal. 30. O genuíno avivamento produz uma autêntica vida cristã, em conformidade com o padrão bíblico, testificando continuamente o estado de vida em Cristo. Por isso, unido a ele, é um estado frutificador. ÉE uma vida plena dos frutos do Espírito Santo (Gl 5.22-26) continuamente ligada a Cristo, a videira, sem a qual nada tem poder para ser feito (Jo 15.4-5). Esta autêntica vida cristã é resultado do tomar-se nova criatura pela graça do Senhor (2Co 5.1617). 31. O genuíno avivamento produz, como resultado da vida no Espírito, uma vida plena de obras oriundas da fé. Essas obras visam glorificar a Deus, em todas as coisas e servir ao ser humano e a humanidade, como expressão da presença do reino de Deus já entre nós (Mt 5.16). A fé tornase amorosa, obediente e atuante gerando obras plenas da graça, do amor e da justiça divinas. Há uma conjugação entre fé e obras (Ef 2.1; Tg 2.1423). Essas obras testificam com poder a realidade suprema da graça e da fé. São atos e obras de piedade e de misericórdia, mantendo-se entre si um equilíbrio dinâmico. 32. O genuíno avivamento é ético. Tem a ver com um estilo de vida à luz do Evangelho de Cristo e de uma vivência cheia do Espírito. Possui uma genuína e autêntica moralidade em todas as áreas do viver pessoal, familiar, trabalhista e social. Não é um mero moralismo e nem um impositivo legalismo, mas um estado ético como resultado da graça divina e
  • 22. da vivência do Santo Espírito, levando-nos progressivamente à santificação. O estado de liberdade estabelecido em Cristo leva-nos, com responsabilidade, a viver uma vida de amor, verdade, justiça, perdão, reconciliação e paz. A liberdade concedida por Cristo não pode gerar libertinagem, dando ocasião a todas as formas de manifestações dos impulsos da carne (G1 5.1-13). Neste estado ético tudo nos é lícito, mas nem tudo nos convém; tudo nos é licito, mas não nos deixamos ser dominados, tudo nos é lícito, mas somente buscaremos as coisas que nos edificam e edificam uns aos outros. Qualquer coisa que façamos devemos fazer para a glória de Deus e a edificação do ser humano (1Co 7.12; 1Co 10.23-32), sem nos tornarmos pedra de tropeço para o próximo, para a Igreja de Deus ou para o mundo. 33. O genuíno avivamento testifica a respeito da vida plena e abundante proclamada por Cristo (Jo 10.10). Já temos em nosso presente viver os primeiros frutos desta vida (Rm 8.23; Tg 1.18), expressos através do amor, da verdade, do perdão, da reconciliação, da justiça e da paz. Nesse sentido, o genuíno avivamento tem como objetivo o reino de Deus que em Cristo já está entre nós e ainda há de se concretizar. Somos comissionados a sinalizar esse Reino em nós, entre nós e através de nós em todas as dimensões da vida, testificando-o e vivenciando-o à luz da Palavra divina contida nos Evangelhos e na sua totalidade (Mt 6.10; Lc 12.31; 1Co 4.20; 1Ts 2.12; Mt 3.12; Lc 11.20). 34. O genuíno avivamento leva a Igreja a crescer, em tudo, naquele que é o Cabeça do Corpo da Igreja — Cristo — e através da mútua cooperação de cada parte do corpo (Ef 4.15-16). Esse crescimento se efetua através da vida em comunhão, piedade, solidariedade, fraternidade, apoio mútuo, amor, justiça e na vivência da ação missionária da Igreja (At 2.4247; 4.32-35). Um crescimento qualitativo e quantitativo, através do qual o Senhor acrescenta àqueles que vão sendo alcançados pela graça e salvos pela fé no Senhor Jesus. 35. O genuíno avivamento faz da Igreja uma comunidade de fé, adoração, com fraternidade, reconciliação, solidariedade, amor e serviço. Há na vida Intra-Igreja (interna) uma mutualidade de vida expressa nos frutos e dons do Espírito; na Inter-Igreja (mútua comunhão, unidade e cooperação entre as Igrejas) um Espírito de respeito, reconhecimento, solidariedade, mútua cooperação e ação missionária, que traz como conseqüência uma expressão de serviço ministerial; extra-Igreja (no mundo, na sociedade, junto às pessoas, famílias,
  • 23. grupos sociais, pátria, natureza, história e mundo). Essa comunidade expressa, encarna e transparece a contínua presença de Cristo na vida humana, através da inspiração e poder do Santo Espírito. Uma comunidade que, através da vida de seus membros e da totalidade do seu corpo, sinaliza o reino de Deus no presente momento histórico e anuncia a sua consumação final (Fp 2.1-11; Ef 5.1-2; Cl 3.12-17). 36. O genuíno avivamento aceita com responsabilidade o partilhar da cruz de Cristo. Vive sob o poder transformador do Senhor oriundo da cruz e da Ressurreição. Aceita a Cristo e carrega com Cristo a sua cruz, seguindo os mesmos caminhos e vivendo o Evangelho da mesma forma que ele viveu. Não teme a cruz, mas carrega-a junto com as pessoas e a sociedade. Na obra da cruz nos gloriamos e com o nosso ministério completamos os sofrimentos de Cristo a favor do mundo (Mc 8.34; Lc 9.23; 1Co 1.17, 2.2; Gl 6.14; Ef 2.16). Consideramonos crucificados com Cristo (Gl 2.20), permitindo fazer com que o Cristo ressurreto viva em nós. É um avivamento que não visa buscar apenas bênçãos, mas que consente em dar-se a si mesmo ao Senhor e uns aos outros. Acima de tudo, busca ao Senhor antes que suas bênçãos e corre o risco de partilhar com Cristo de seu sofrimento a favor das pessoas e todo o mundo (1Pe 4.12-19). 37. O genuíno avivamento é bênção e não maldição. Centra-se na bênção e na vitória de Cristo sobre todos os poderes, nomes e autoridades terrestres ou celestes, desta vida ou do porvir. Crê mais no poder da graça salvadora de Cristo do que na força das instituições do mal. Proclama já e ainda espera a plena manifestação do senhorio de Cristo. Todavia, mesmo dentro das limitações humanas, históricas, pessoais e sociais, vive e testifica que Jesus é Senhor, para a glória de Deus Pai e que ele está colocado acima de toda a autoridade (Ef 1.15- 23). 38. O genuíno avivamento além de ser fruto do Espírito Santo, concedido pelo Pai e pelo filho aos que crêem e à Igreja (Jo 14.1619, 25-26, Jo 15.26-27, Jo 16.13-14, Jo 20.22; At 1.7-8, 2.14) bem como a todo o mundo, como universo do seu Criador é graça sustentadora e partilhadora. O Espírito nos fortalece com a sua inspiração, sua presença e seu poder, levando-nos pela fé e pela receptividade da graça, a, sermos cheios de sua presença (Ef 5.18). Essa presença do Espírito guia-nos a sermos o suporte, o apoio e o auxílio mútuo uns para com os outros. Os mais fortes amparando os mais fracos, levando as cargas uns dos outros e solidarizando-se com os que estão à margem da vida na sociedade (Gl 6.1-5).
  • 24. 39. O genuíno avivamento não se vangloria em si mesmo; nem se ufana e nem se ensoberbece. A sua glória é a cruz de Cristo e o poder do Cristo Ressuscitado expressos em comunhão, amor, humildade e unidade. Não tem em vista apenas o que é seu ou de sua comunidade, mas também, cada qual o que é dos outros (Fp 2.4). Tem como o seu referencial o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus (Fp 2.5-11). 40. O genuíno avivamento tem no diálogo justo, sincero, honesto, leal e transparente a força da unidade, da comunhão, da compreensão, da mutualidade e do respeito à diversidade. Um diálogo feito em nome de Cristo e sob a inspiração do Espírito Santo, tendo na Palavra divina o seu elemento central de discernimento e julgamento. 41. O genuíno avivamento leva em consideração a importância da experiência pessoal com Cristo e com o Espírito, tanto na vida pessoal como na vida da comunidade de fé (At 9.1-19). Todavia esta experiência está sujeita a avaliação da Palavra de Deus, da comunidade da fé e da razão humana, iluminada pela graça e submissa ao Senhor. 42. O genuíno avivamento é pleno de louvor, de adoração e de glorificação ao Senhor. Ele produz alegria, gozo e exaltação ao Senhor, levando-nos sempre e, em todas as circunstâncias, a dar graças e glória a Deus, pois em tudo Cristo nos fortalece e nos guia à vitória (Sl 136.1-26, Sl 145.1-4, Sl 146.1-2, Sl 147.1, Sl 149.1-6, Sl 150; Ef 5.18-21; Cl 3.16-17; 1Ts 5.16-18). Esse louvor não menospreza o lugar, a autoridade e o supremo valor da Palavra divina (Mt 4.4; Am 8.11-12; Tt 1.9; He 4.12). 43. O genuíno avivamento nos fortalece através da presença e ação do Espírito Santo, sustentando-nos em todas as situações e nos tornando fortes para enfrentar com ousadia as lutas da vida, os sofrimentos decorrentes dela, as perdas e os desafios do presente momento. Leva-nos a participar de forma plena, em nome de Cristo e na unção do Espírito, desses momentos como uma expressão da missão divina junto da Igreja e da comunidade humana. No meio dessas situações difíceis e contraditórias somos assistidos pelo Santo Espírito e temos a consciência de que, em Cristo, somos conduzidos à vitória. Cheios de esperança cremos que todas as coisas concorrem para o bem de todos que são amados por Deus e que correspondem a esse amor com a sua afetividade (Rm 8.18-25, 26-28, 31-39).
  • 25. 44. O genuíno avivamento não nos fecha em torno de nós mesmos ou de nossos grupos ou posições. Ele quebra o isolamento, a solidão, a insensibilidade e o egocentrismo. Leva-nos a ser uma Igreja de portas abertas, que não está centrada em si mesma, mas abre-se para o Senhor, para a comunhão uns com os outros e a uma vida eclesial missionária pessoal e eclesial voltada para fora, onde estão as pessoas e a sociedade (Rm 12.9-21, Rm 13.8-10, Rm 14.7-9; 2Co 5.14-15; Ap 3.8). Somos levados pelo Espírito a acolhermos uns aos outros, da mesma forma que Cristo nos acolheu. 45. O genuíno avivamento é reconciliador. Não é cismático, nem quebra a comunhão e a unidade na comunidade da fé e no relacionamento humano. Reconcilia-nos com Deus, através de Cristo, conosco mesmo, com o próximo, com o mundo e a sociedade. Leva-nos a sermos embaixadores da reconciliação, em nome de Cristo (2Co 5.18, 6.1). Guia-nos a uma vida de compreensão, tolerância, perdão, comunhão e reconciliação uns com os outros, na família, na Igreja, no trabalho e na comunidade humana. Manifesta ao mundo e a todas as pessoas a reconciliação que Deus realiza com toda a humanidade, através de Cristo. É também uma força reconciliadora entre as Igrejas, levando-as a proclamar e sinalizar o ministério da reconciliação à luz da verdade, do amor, do perdão, da solidariedade, da justiça e da paz. O Espírito Santo é Espírito de reconciliação e unidade, que quebra todas as barreiras de divisão, vaidade, orgulho, ressentimento, amargura, auto-suficiência e leva-nos a uma comunhão, em amor, uns com os outros e a mútua cooperação (Ef 2.10-22; 1Co 12.12-27). 46. O genuíno avivamento e honesto e transparente no relacionamento entre as pessoas e os grupos cristãos. Em especial, é honesto e transparente para com o Senhor. A verdade e a confiabilidade são fundamentais e constantes nessa vivência. O verdadeiro amor, oriundo da graça divina, dá-nos a compreensão, o entendimento e o aprofundamento em nossos relacionamentos, criando em nós um só coração e uma só alma, apesar das diferenças com respeito àquilo que somos, temos, pensamos e expressamos em nossa forma de ser e celebrar a nossa religiosidade (Ef 4.15; Jo 8.32, Jo 14.6, Jo 16.13; Ef 4.21-25, Ef 5:1; At 2.44, 4.32). 47. O genuíno avivamento não nos lança no vazio doutrinário. Ele se fundamenta na doutrina bíblica e essencial da fé cristã. Tem sobre si a autêntica tradição da fé cristã, cuja origem vem desde os tempos apostólicos e segue até hoje, sempre em conformidade com a verdade bíblica interpretada em sua totalidade à luz de Cristo e inspiração do
  • 26. Santo Espírito. Como a comunidade apostólica o avivamento aplica-se a sã doutrina, centrada no kerygma (pregação) apostólico expresso especialmente no livro de Atos (At 3.11-26, At 13.26-41, At 2.42-47, At 33; Tt 2.1; 2Tm 4.1-5). A Igreja não pode viver agitada e levada por todos os ventos de doutrinas. Necessitamos chegar à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef 4.13-15). Seguindo a verdade em amor, precisamos crescer, em tudo, naquele que é o cabeça, Cristo. 48. O genuíno avivamento tem a sua autoridade no Senhor Jesus, através do Espírito Santo. A autoridade do avivamento não vem de uma pessoa, um nome, uma Igreja, uma tendência doutrinária, um grupo ou um modismo de uma época. não vem dos louvores, das formas litúrgicas e nem mesmo do estado emocional e entusiasmado de uma pessoa ou grupo. A autoridade genuína do avivamento é a do Espírito Santo, confirmada através da Sua presença na vida da pessoa e da comunidade da fé, na concessão dos seus dons e ministérios e no comprovar de seus frutos na vivência pessoal, eclesial e comunitária. Em Deus Pai, Filho e Espírito Santo encontramos a certeza e a segurança do genuíno avivamento. A Trindade torna-se autoridade final e genuína de todo o avivamento (I Pe 5.12; Ef 1.13-14; Fp 1.27-30, Fp 4.1, Fp 2.12-13; 1Ts 1.2-10; Ef 1.15-23). 49. O genuíno avivamento assume compromissos para com Deus, sua missão, o Evangelho, o ser humano, a história e o mundo. Avivamento sem compromisso não é genuíno. Somos levados a um compromisso autêntico com Deus e seu Reino. Um compromisso histórico com o ser humano e a sociedade em suas próprias realidades e necessidades, e à luz do seu contexto histórico. A vida cristã assume compromisso com o Senhor Jesus e sua missão. O compromisso assumido pela vida de Cristo, testificado nos Evangelhos, na comunidade primitiva interpretado nas cartas e outros textos neo-testamentários, são referências e guias para direcionar o nosso compromisso. É importante considerar-se a ação histórica de Deus no Amigo Testamento, a fidelidade do seu compromisso e o compromisso missionário conferido ao seu povo de ser uma benção para todas as nações (Gn 12.14; Lc 4.1621; Mt 5.14-16, Mt 28.18-20) e todos os textos do comissionamento missionário (I Pe 2.9-10; Mt 6.33; Lc 17.21). 50. O genuíno avivamento é missionário. Vai em direção a Cristo e sai em direção à missão, às pessoas, aos grupos sociais e ao mundo. O “ide” de Jesus está continuamente presente, levando-nos a testemunhar, anunciar,
  • 27. proclamar, sinalizar e viver os princípios do Evangelho do Reino. Todo o genuíno avivamento é missionário em nome do Senhor Jesus, na sua autoridade e sob a unção do Santo Espírito. Há na missão um comprometimento com Cristo, com a vida, com o ser humano, com a História, com a cultura e com o mundo. Acima de tudo, há um compromisso com o reino de Deus (At 1.8; Jo 20.21-23; Lc 24.44-49; Mc 16.14-18; Mt 28.1820; 2Co 5.18; 6.3). 51. O genuíno avivamento como decorrência da Missão é evangelizador. Compartilha, testifica e encarna, sob as formas e os meios mais diversos, o poder da graça e do amor perdoador, reconciliador e transformador de Deus, expressos em Cristo e testificados pelo Espírito Santo. O poder do Evangelho transformador atinge a todas as pessoas, famílias, comunidades, culturas e sociedade em geral. Este é o autêntico alcance genuíno do avivamento. A força motivadora missionária e evangelizadora é o amor e a compaixão de Cristo (Mt 9.35-38). O Evangelho como boa nova do amor divino é oferecido a todas as pessoas (Tt 2.1-13) e as diversas situações de vida ao homem, à mulher, às crianças, aos juvenis, aos jovens, aos adultos, aos anciãos, aos pobres, aos ricos, às raças e etnias, às culturas, às classes... O Evangelho é anunciado e testificado a todos, confrontando as estruturas da sociedade com a graça e a justiça divinas e levando cada pessoa a uma resposta de fé e aceitação do senhorio de Jesus Cristo sobre a sua vida e sobre as situações em que se encontram. Ao mesmo tempo que o cristão e a Igreja evangelizam, somos evangelizados pela ação do Espírito Santo, pois a boa nova de amor do Evangelho sempre tem algo a nos comunicar e nos transformar. Um exemplo claro disso é o de Pedro ao evangelizar Cornélio (At 10.1-48). O Senhor o evangelizou mudando a sua maneira de ver e ser. Isto acontece continuamente com a Igreja e seus fiéis, quando humildemente proclamamos o Evangelho e somos confrontados por novas situações reveladas pelo Espírito Santo. 52. O genuíno avivamento ilumina a mente e a razão humanas com a Palavra e com o Espírito. Não rejeita a razão, o estudo, a reflexão, mas coloca-os submissos à autoridade do Senhor e usa-os para a sua glória, para o amor ao próximo e o bem-estar do ser humano na sociedade (Rm 11.1-2; 1Ts 5.23; 2Pe 3.18; Ec 7.25; 1Co 2.1416; Pv 1.5, Pv 3.13, Pv 4.5, Pv 14.33, Pv 19.8; Ec 9.16-18; Cl 1.9; Tg 1.5, Tg 3.17). 53. O genuíno avivamento leva-nos a nos ofertamos totalmente a Deus, oferecendo-lhe tudo quanto somos e temos, nosso ser, bens, recursos, posses, dons, ministérios... visando a glória do Senhor e a solidariedade ao
  • 28. próximo. Tornamo-nos mordomos de tudo quanto somos e possuirmos e de tudo o que Deus nos tem dado: a vida, o tempo, os recursos, o trabalho, a família e a nossa religiosidade (Rm 12.1-2, 6.11-14; Mq 6.6-8; Am 5.21-27; Mt 25.1530). 54. O genuíno avivamento significa ser enriquecido continuamente pela graça de Cristo em todas as dimensões da vida. O Cristo que se fez pobre por nós e nos enriqueceu com a sua graça leva-nos a compartilhar com as pessoas em tudo quanto fomos enriquecidos (2Co 8.1-9, 2Co 9.6-15). 55. O genuíno avivamento é terapêutico. Torna a Igreja uma comunidade terapêutica que liberta, transforma e cura as pessoas em seus aspectos totais: físico, mental, emocional, moral, social e espiritual. Essa terapêutica é feita à luz do ministério de Jesus, em seu nome, usando os meios que o Senhor nos proporciona através da sua graça e os recursos técnicos, científicos e humanos que ele tem concedido ao ser humano e à sociedade, sendo tudo colocado nas mãos de Deus de forma submissa e missionária (Mt 9.35-36, Mt 12.9-14, Mt 17.14-21; At 3.1-10; Tg 5.13-16; Ef 5.1-2, Ef 4.32). 56. O genuíno avivamento revela a ação histórica divina junto às pessoas, raças, povos, gêneros, nações, levando-as a se confrontarem com as maravilhas do amor e da graça divinas. O genuíno avivamento não revela a si mesmo, nem a própria Igreja, mas o Senhor, através das palavras, dos testemunhos, dos atos e dos sinais da presença de Cristo e do Reino junto às pessoas, ao povo, a Deus e à sociedade. Ação histórica testificada pelos atos divinos revelados em sua Palavra, em especial através da encarnação, vida, ministério, morte, ressurreição, ascensão e volta do Senhor Jesus e da dádiva do Santo Espírito. A Igreja, como Corpo e Plenitude de Cristo, testifica a respeito dos atos divinos no passado, no presente e na perspectiva futura. Todavia, a ação divina não se restringe à Igreja, pois ele a expressa através da natureza, e das diversas formas através das quais ele age na vida e a perpetua (Ef 1.22-23; Sl 19.1; Jo 1.1-5, 14, 16-18, Jo 14.6-9). 57. No genuíno avivamento as diferenças são superadas pela graça divina. Deus não faz acepção de pessoas (Tg 2.1-13). Ele valoriza a todo o ser humano, minimizando os sentimentos de superioridade e inferioridade. "Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus, porque todos quantos foram batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes. Dessarte não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher, porque todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gl
  • 29. 3.26-29). Em Cristo Jesus não há separação e nem superioridade racial, étnica, de gênero (homem ou mulher), de classes, de povos, de nações, de cultura. Pela sua graça estas diferenças são superadas. Em seu ministério ele privilegiou os pobres, as pessoas marginalizadas, as mulheres, as crianças, os pecadores e publicanos... Isso não significa acepção de pessoas, classes, sexo ou situação, mas priorizar aqueles e aquelas que estavam vivendo no desamparo e na marginalidade. A Igreja deve ser como o seu Senhor, seguindo os seus passos, princípios e normas, em todos os seus aspectos. Mesmo privilegiando, na contingência do seu tempo a alguns e algumas, isso não significa deixar outros à margem da graça, ao contrário, todos estão incluídos na ação salvadora e transformadora de Cristo, qualquer que seja a sua situação ou condição humana e social. 58. O genuíno avivamento é profético. Proclama a voz de Deus e seus atos através da sua Palavra. Revela a vontade divina para as pessoas, familias, sociedade e para a História. A voz profética é anúncio dos atos salvíficos de Deus em favor das pessoas e da humanidade. Pronuncia a visão divina a respeito da nova vida em Cristo. Testifica a respeito do reino de Deus, presente em nós, entre nós e através de nós e no mundo. Essa voz profética é também denúncia. Denúncia com humildade, amor, misericórdia, graça, justiça e firmeza, a respeito de todas as coisas e situações que nos separam de Deus, uns dos outros, de nos mesmos, da vida e da comunhão do Corpo de Cristo. Denuncia a ausência de amor, verdade, justiça, reconciliação, santidade e paz. Denuncia e combate todas as forças do mal, da dor, da antivida e da morte em suas causas e conseqüências. Anuncia a certeza da vitória presente, eterna e final do reino de Deus sobre o reino das trevas, e sinaliza os primeiros frutos desse Reino já no presente (Dt 18.18; Jr 1.5; Am 7.14; Mt 5.17; Jo 6.14, Jo 7.40; At 3.21, At 10.43; Ef 4.11; Hb 1.1; Tg 5.10; 2Pe 1.19; 1Sm 10.10; Ez 34.2, Ez 37.4; 1Co 14.13; 1Pe 1.10). 59. O genuíno avivamento é um sinal escatológico do reino de Deus. Ele anuncia a volta do Senhor, a plena restauração de todas as coisas, o senhorio divino sobre todos os poderes e autoridades e a consumação final de todas as coisas (1Co 15.2428; At 1.6-11; Tt 2.11-15; 2Pe 3.113; Ap 21.1-8; Mt 24). Esta certeza de vitória nos anima, consola e nutre as nossas vidas e a de todo o povo. Essa expectativa escatológica, testificada pelo Espírito de Deus consolador, defensor e animador, leva-nos a viver no presente século, valorizando o nosso momento histórico e a esperar a manifestação gloriosa do Filho de Deus. Maranata. Ora, vem, Jesus! Venha, volte e restaure toda a criação no tempo e no momento divino, segundo a sua longanimidade.
  • 30. do Reino de Deus em nosso mundo, pelo Espírito Santo, constitui-se na tarefa evangelizante da Igreja. INSTRUMENTOS PARA O GENUÍNO AVIVAMENTO A visão contextualizada do profeta Habacuque leva-nos a perceber que o avivamento representa a presença do fôlego divino trazendo novamente à vida a pessoa, a comunidade histórica, o mundo habitado, o próprio povo de Deus e toda a História. Todas as dimensões da vida são contempladas por esta visitação da graça divina. As pessoas, em sua totalidade, e todas as pessoas, qualquer que seja a sua raça, o seu povo, a sua etnia, a sua cultura, a sua religiosidade, a sua cor, são contempladas pela presença do Reino, através da Encarnação de Jesus Cristo e da presença revitalizadora, confortadora, animadora e vivificante do Santo Espírito. O Plano Vida e Missão da Igreja Metodista (1) nos dá uma dimensão dinâmica e abrangente da espiritualidade que deve guiar a Igreja em sua expressão missionária. Destacamos, dentre algumas afirmativas, expressões que reforçam a compreensão mais ampla de um genuíno avivamento: “1- A Missão de Deus no mundo é estabelecer o seu Reino. Participar da construção 2- O Reino de Deus é o alvo da Deus Trino e significa o surgimento do novo mundo, da nova vida, do perfeito amor, da justiça plena, da autêntica liberdade e da completa paz. Tudo isto está introduzido em nós e no mundo como semente que o Espírito Santo está fazendo brotar, como lemos em Rm 8:23: "nós temos as primícias do Espírito, aguardando a adoção de filhos", ou ainda em 2Co 7:21-22: "mas aquele que nos confirma convosco em Cristo, e no ungiu, é Deus, que também nos elevou e nos deu o penhor do Espírito em nossos corações". 3- Jesus iniciou a sua Missão no mundo com a pregação: "O Tempo está cumprido e o Reino de Deus está próximo, arrependei-vos e crede no Evangelho" (Mc 1:15). 4- O propósito de Deus é reconciliar consigo mesmo o ser humano, libertando-o de todas as coisas que o escravizam, concedendo-lhe uma nova vida à imagem de Jesus Cristo, através da ação e poder do Espírito Santo, a fim de que, como Igreja, constitua neste mundo e neste momento histórico, sinais concretos do Reino de Deus. 5- A Missão é de Deus - Pai, Filho e Espírito
  • 31. Santo. O objetivo e construir o Reino de Deus. O seu amor é a força motivadora de sua presença e ação. "Ele trabalha até agora" (Mt 28:19; Jo 3:16): a) criando as pessoas e comunidades, dando-lhes condições para viver, trabalhar e construir suas vidas como pessoas e como comunidades (Gn 1:26-31; Gn 2; 2Co 5:17); b) ajudando as pessoas e comunidades a superar seus conflitos e pecados, trabalhando juntos e participando da vida abundante, concedida em Cristo por meio da reconciliação (Gn 3:8-21; Gn 12:1-13; Jo 10:10; II Co 5:19); c) possibilitando as pessoas e comunidades a se encontrarem como irmãos e irmãs, reconhecendo-O e aceitando-O como Pai (Mt 6:8-10); d) abrindo, pela ação do Espírito Santo, novas possibilidades e fontes de vida (At 2:17-21; 1Co 12:4-11; Rm 12:6-8); e) sarando as pessoas e as instituições, podando delas o que não convém, por meio de seu juízo e graça (Ef 2:11-21; Fp 4:2-9; Jo 15); f) envolvendo todas as pessoas e comunidades e todas as coisas neste seu trabalho. 6- Na história, e especialmente na do povo de Israel, Deus revela a sua ação salvadora a favor das pessoas e do mundo. A concretização plena desta ação deu-se na encarnação de Jesus Cristo. Ele assumiu as limitações humanas, trouxe as boas novas do Reino de Deus, confrontou os poderes do mal, do sofrimento e da morte, vencendo-os em sua ressurreição (Hb 1:1-14). 7- Na construção da vida e na realização desta obra, as pessoas e comunidades sofrem com o domínio das forças satânicas e do pecado. O pecado e o domínio destas forças manifestamse de diferentes maneiras em pessoas, grupos e instituições impedindo a vida abundante e contrariando a vontade de Deus. 8- Através de Jesus Cristo, sua vida, trabalho e mensagem, sua morte, ressurreição e ação redentora podemos compreender a ação de Deus no passado; as oportunidades à esperança da vida plena no futuro que Ele nos oferece no presente, e a possibilidade de se participar na construção deste futuro agora. É de Jesus Cristo que vem o poder para esta participação. 9- A Igreja, fiel a Jesus Cristo, é sinal e testemunho do Reino de Deus. É chamada a sair de si mesma e se envolver no trabalho de Deus, na construção do novo ser humano e do Reino
  • 32. de Deus. Assim, ela realiza sua tarefa de evangelização (Hb 2:18) a resposta de nosso amor para com Deus, o próximo, a sociedade e a História. 10- A Igreja Metodista no Brasil é parte da Igreja Metodista na América Latina e no mundo, ramo da Igreja Universal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sensível à ação do Espírito Santo, reconhece-se chamada e enviada a trabalhar com Deus neste tempo e lugar onde ela está. Neste tempo, fazemos uma escolha clara pela vida, manifesta em Jesus Cristo, em oposição à morte e a todas as forças que a produzem.” COMUNIDADE DE APOIO. Estabelecendo a Igreja na forma de pequenas comunidades, onde o lugar e o valor da pessoa é dignificado, a sua participação é incentivada e respeitada, levandoas a ser o agente histórico de sua libertação. Comunidades onde há um só propósito, coração e alma, vivendo sob a consolação e animação do Espírito Santo. Nestas declarações temos fundamentos essenciais que nos dão uma linha pastoral que deve guiar a Igreja em sua vivência intra, inter e extra-Igreja e, em especial, na concretização da tipologia de um avivamento genuíno, bíblico e evangélico que está afinado com a vida em toda a sua plenitude e circunstâncias históricas. Para ser genuíno, o avivamento precisa ter entre suas características as seguintes marcas pastorais: (2) FORTE ESPIRITUALIDADE. Ação dinâmica da graça divina na pessoa, na comunidade e na História, possibilitando a vivência plena dos atos de piedade. UMA EVANGELIZAÇÃO DINÂMICA como resultado da dádiva do amor divino para conosco, CRISTIANISMO PRÁTICO. Isso significa a prática da fé, o vivenciar com a pessoa e com o povo tudo quanto é fundamental para a prática da vida cristã. Tudo sob a direção da Palavra divina e a inspiração e sustentação do Santo Espírito. MINISTÉRIO GLOBAL DA IGREJA. Significa em verdade a prática da máxima da reforma: sacerdócio universal de todos os crentes. Isto é o reconhecimento do lugar, do papel, da importância da presença do laicato na vivência da Igreja e das pessoas nos agrupamentos humanos, descaracterizando o clericalismo e as lideranças personalistas. O Espírito tem concedido dons e ministérios visando a mútua cooperação e participação de todo o Corpo na expressão do serviço de Cristo entre as pessoas, nas instituições e na História.
  • 33. CONEXIDADE, significando unidade, diversidade e mutualidade. E a expressão da cooperação, do apoio mútuo, do ajuste e da cooperação de cada parte no Corpo da Igreja e nos movimentos sociais. À luz da Conexidade revelada por Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Conexidade não meramente administrativa, financeira, mas missionária, redentora,libertadora. Em outras palavras, conexidade para com a vida, as pessoas e a sociedade em toda a sua plenitude. EVANGELHO INTEGRAL, alcançando a todas as pessoas, a pessoa total, a sociedade em geral, todos os aspectos da vida, da História e do mundo. Uma ação salvadora e libertadora da graça divina na totalidade da vida, salvando, santificando, capacitando as pessoas para cumprirem a sua vocação de serem agentes de sua própria libertação. Levando em consideração a realidade e as necessidades históricas, o Evangelho torna-se poder de Deus para a salvação, através de Cristo e da ação do Santo Espírito. A ação pastoral da Igreja hoje e a de todo o povo, dos grupos, das comunidades pequenas e, também comunidades institucionalizadas. O povo, com o seu poder aglutinador, a sua criatividade, sua organização, seu poder de resistência, a presença da graça de Cristo e da força do Espírito tornam-se agentes fundamentais da missão divina do reino de Deus. No genuíno avivamento a linha pastoral deve ser a de comunhão, do amor, da partilha, da solidariedade, da humildade, da mutualidade dos dons e ministérios, sem dominação de liderança ou de grupos, semelhante à comunidade apostólica onde todos estavam juntos e tinham tudo em comum, sendo um só coração e a alma deles. Nessas condições é que eles davam o testemunho da ressurreição de Jesus Cristo e do seu significado redentor, salvador e libertador para as pessoas, as famílias, as comunidades, a sociedade e o mundo habitado. O Deus que é pastor, encarnando-se em Cristo e que conhece as ovelhas pelos seus nomes e dá a sua própria vida pelas ovelhas, e quem nos convida a ter o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus em nossa vivência como cristãos e como Igreja, junto das pessoas, das comunidades, do povo e da sociedade. A ação pastoral neste momento de avivamento deve ser, portanto, resultado de: • uma pastoral fundada na realidade em que vivemos, • uma pastoral bíblica e teológica que leva em consideração a posição medianeira e cooperativa das ciências sociais, e
  • 34. • uma pastoral, que acima de tudo, tenha uma práxis, sendo a sua prática um dos elementos mais desafiadores e importantes. Uma pastoral que luta pela vida, pela dignidade de todo o ser humano, pela redenção ecológica, pela justiça e pela paz. (3) Conclamamos a Igreja a se associar com o povo e a sociedade ajudando a si mesma e a sociedade, na ação do Espírito, a alcançar sentido, esperança e vida. Sob a ação do Espírito, nosso defensor, consolador e animador, somos enviados a não apenas a clamar ao Senhor pelo Avivamento, mas a ser instrumento divino, no presente momento histórico, que possibilite reanimar, restaurar e trazer novamente à vida as pessoas, as famílias, os diversos grupos sociais, a sociedade, a História e o mundo, concretizandose assim a presença do reino de Deus em nós, entre nós, através de nós e em todo o Universo. Amém! CITAÇÕES: (1) Aprovado pelo Concilio Geral em julho de 1982 e publicado nos Cânones da Igreja Metodista, FAO° de 19}2, no item 13 (Fa Itendendo a Vontade de Deus). (2) O que se segue é um resumo do que apresentei em “As marcas esenciáis da Identidade Metodista” (3) DUQUE, José. Problematizacion de la pastoral y estructura y eclesialidad de la Iglesia (Ensayo y borrador provisório)
  • 35. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Lima/Peru, 1974. ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Ed. Revista e Atualizada no Brasil. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969. ALVAREZ, Carmelo. Pentecostalismo y liberación; una experiência latino-americana. CEPLA, Capítulo VI, Del. BITTLINGER, Arnold. Dons e graças. São Paulo: Paulinas, 1977. CAMARGO, Gonzalo Baes. Gênio e espírito do Metodismo wesleyano. Imprensa Metodista. CESAR, Ely Éser B. A ação humanizadora do Espírito Santo. São Paulo: ASTE, 1975. COSTAS, Orlando E. crescimento integral da igreja. Dimensões LEITE, Nelson Luiz Campos. Espiritualidade da graça. Congresso da AEVB, Brasília, 1994 Laboratório de Espiritualidade - Nelson Luiz Campos Leite. LEITE, Nelson Luiz Campos. O genuíno avivamento. Expositor Cristão, Agosto/Setembro de 1994 ; No Cenáculo – 1994 LEITE, Nelson Luiz Campos. As marcas essenciais da identidade metodista. Colégio Episcopal, Instituto Metodista Bennett, Biblioteca Vida e Missão - Metodismo. LOPES, Hernandes Dias Lopes. Avivamento urgente. Serie Avivamiento, Vitória/Espírito Santo, 1994. do DUQUE, José. Problematización de la Pastoral y estructura y eclesialidad de la Iglesia. (Ensaio y Borrador provisório) DUSEM, H. P. Van. Espírito, Hijo y Padre. Buenos Aires: La Aurora. LEITE, Nelson Luiz Campos. O Espírito Santo e a evangelização. Texto de estudo Congresso Latino-Americano de Evangelização, SHAULL, Richard. La Reforma y la Teologia de la Liberación. San Jose: Dei, 1993. STEUERNAGEL, Valdir. A Igreja rumo ao ano 2000: uma visão mundial. Belo Horizonte: Missão, 1993. HACIA UNA Teologia de la Evangelización. Buenos Aires: La Aurora. VIDA E MISSÃO. Igreja Metodista no Brasil, Cânones, 1982, Imprensa Metodista.