REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
Estresse oxidativo e esquizofrenia
1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
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Volume 15 - Número 1 - 1º Semestre 2015
IDENTIFICAÇÃO NEUROCIENTIFICA; UMA RELAÇÃO ENTRE ESTRESSE
OXIDATIVO E ESQUIZOFRENIA
Johnny Erick Martins Csoata1; Luiz Carlos Panisset Travassos2
RESUMO
Estudos que acompanham doenças neurodegenerativas, têm demonstrado atenção peculiar ao estresse
oxidativo, devido à capacidade de intoxicação extrema de compostos essenciais para vida. O oxigênio é
altamente susceptível a se tornar Espécies reativas de oxigênio (EROs), além da formação do peróxido nitrito
(OONO-) oriundo do oxido nítrico (NO), este potencial tóxico, possui competente indução deletéria em alvos
biomoleculares de extrema importância corporal. Mecanismos enzimáticos envolvidos na regulação oxidativa
compreendem o ciclo Glutationa (GSH), superóxido dismutase (SOD) e catalases (CATs), além de vitaminas
antioxidantes. A esquizofrenia, psicose que afeta 1% da população mundial, acomete, geralmente, jovens que
estão iniciando a fase adulta e se torna crônica ao longo da vida, apresenta sintomatologia variada com alto
grau de dificuldade na adaptação social e acentuada refratariedade profilática. Técnicas que estabelecem
importantes descobertas no âmbito biológico, consolidam Tomografia por fóton único (SPECT) e de pósitrons
(PET), contiguamente, Ressonância magnética funcional (fMRI) e espectroscopia por ressonância magnética
(MRS), compreendem fundamentos da medicina nuclear. É cada vez mais forte a incidência do estresse
oxidativo na esquizofrenia, essas inferências têm focado sistemas dopaminérgicos, gabaérgicos e
glutamatérgicos envolvendo a sensibilidade de subunidades de receptores do tipo N-acetil-aspartato-glutamato
(NMDA) a altos níveis de EROs.
Palavras-chave: EROs, psicose, hiperatividade dopaminérgica, NMDA.
IDENTIFICATION NEUROSCIENTIFIC; A RELATION BETWEEN OXIDATIVE
STRESS AND SCHIZOPHRENIA
ABSTRACT
Studies accompanying neurodegenerative diseases, particular attention has been shown to oxidative stress due
to the extreme toxicity capacity of compounds essential for life. Oxygen is highly likely to become reactive
oxygen species (ROS), besides the formation of nitrite to nitric oxide derived peroxide, such toxic potential,
has jurisdiction in inducing deleterious biomolecular targets of extreme importance body. Mechanisms
involved in oxidative enzymatic regulation cycle comprising glutathione (GSH), superoxide dismutase (SOD)
and catalaseS (CATs), and antioxidant vitamins. Schizophrenia, psychosis that affects 1% of world population,
usually affects young people who are starting to adulthood and becomes chronic lifelong presents various
symptoms with a high degree of difficulty in social adaptation and pronounced prophylactic refractoriness.
Techniques that establish important discoveries in the biological, consolidate Single photon tomography
(SPECT) and positron (PET), contiguously, Functional magnetic resonance imaging (fMRI) and magnetic
resonance spectroscopy (MRS), comprise fundamentals of nuclear medicine. It is becoming stronger incidence
of oxidative stress in schizophrenia, these inferences focuses on dopaminergic systems, GABAergic and
glutamatergic involving the sensitivity of receptor subunits of the type N-acetyl-aspartate glutamate (NMDA)
to high levels of ROS.
Keywords: ROS, psychosis, hyperactivity dopamine, NMDA.
2. 20
INTRODUÇÃO
Caracterizada como psicose, a
Esquizofrenia é altamente devastadora e atinge
cera de 1% da população mundial. Os
acometidos apresentam sintomas que afetam
gradualmente o desempenho social, tais como,
ilusão, cognição, processamento de pensamentos
memória e etc, identificando um tanto superior
aos demais distúrbios psiquiátricos induzindo
enormes gastos com hospitalização e tratamentos
ainda ineficazes (BRESSAN, RODRIGO A;
BIGLIANI, VALÉRIA; PILOWSKY, Lyn S.
2001). O termo psicose se consolida como perda
da realidade e do convívio social, os acometidos
que apresentam este enfermo, possui grande
dificuldade de compreender que sofre de um
transtorno ainda desconhecido, para tanto, a
aparição sintomática apenas modifica o
comportamento do paciente na transição da fase
juvenil para adulta, comportamento semelhante á
mudanças normais que muitas pessoas
apresentam nesta fase da vida, este fator colabora
com grande dificuldade no diagnóstico e
descreve um isolamento social bastante
acentuado (BRESSAN, RODRIGO A;
BIGLIANI, VALÉRIA; PILOWSKY, Lyn.
2001). Sua identificação é de difícil detecção e o
tratamento requer uma atenção peculiar dos
acometidos e profissionais que estudam seu
comportamento (BRESSAN, RODRIGO A;
BIGLIANI, VALÉRIA; PILOWSKY, Lyn S.
2001).
Atualmente os trabalhos aplicados na
investigação, tem sido realizado por Tomografia
de fóton único (SPECT) e pósitrons (PET), bem
como, Ressonância magnética funcional (fMRI)
e espectroscopia por ressonância magnética
(MRS) caracterizando os métodos de
neuroimagem e neuroquímica mais importantes
podendo ser realizado in vivo (BRESSAN RA,
PILOWSKY LS 2000). As técnicas descritas
anteriormente baseiam-se na medicina nuclear e
por meio de gama-câmeras e radiotraçadores
permitem a avaliação de neurorreceptores e fluxo
sanguíneo cerebral marcado por radioisótopos
onde os receptores com maior afinidade são
reproduzidos em formas tridimensionais em um
computador (BRESSAN RA, PILOWSKY, LS
2000). A técnica SPECT realiza tal avaliação
pela marcação do oxigênio representado em
tomografia de neuroimagem na cor avermelhada,
o sistema PET realiza a avaliação da glicose
representada em imagem funcional na cor
amarelada, as demais técnicas se baseiam na
avaliação de moléculas biorgânicas e atômicas
em imagens funcionais do cérebro. BRESSAN,
RODRIGO A; BIGLIANI, VALÉRIA;
PILOWSKY, Lyn S. (2001) realizam um estudo
utilizando SPECT e PET para avaliação de
receptores de dopamina D2 e observaram
importantes modificações, podendo reforçar
disfunções dopaminérgicas e novas perspectivas
para estudos no âmbito de tratamentos na
administração de antipsicóticos.
A esquizofrenia afeta principalmente
indivíduos jovens que estão iniciando a fase
adulta, ou que já alcançaram o ápice reprodutivo
reproduzindo um grande retraimento social. Os
acometidos possuem grande dificuldade na
aceitação do transtorno, no qual, a percepção
paralela criada pelos sintomas da psicose se faz
presente na vida do paciente de modo que o
mesmo acredita estar vivendo outra vida devido
à intensificação sintomática produzindo ilusão
fora dos padrões normais, principalmente na
sintomatologia positiva. Ainda que a atividade
antipsicótica realize significativa reabilitação
social, determinados acometidos se mostram um
tanto aquém dos padrões normais. BRESSAN,
RODRIGO A; BIGLIANI, VALÉRIA;
PILOWSKY, Lyn S. (2001) elucidaram estas
premissas ao acompanhar acometidos em
atividades pré-mórbidas durante e após o
tratamento, este estudo possibilitou inferências
de que além dos tratamentos antipsicóticos,
devem ser feitos trabalhos psicossociais
envolvendo terapias grupais e/ou familiares.
Os avanços realizados nos últimos anos
têm demonstrado uma forte ligação entre
alterações neuroquímicas, neuroanatômicas e
neurofisiológicas que incidem o comportamento
esquizofrênico, porém, ainda falta muito a ser
feito na elucidação de um real diagnóstico que
auxilie tratamentos mais eficazes, reabilitação e
possivelmente uma prevenção.
O estudo aqui reproduzido, foca atividade
oxidativa na possível aparição da esquizofrenia
atribuído á EROs, gerados de componentes
moleculares abundantes na atmosfera e de vital
3. 21
importância para vida. O oxigênio participa de
uma grande parcela na produção de Adenosina
trifosfato (ATP) na cadeia transportadora de
elétrons, este produto molecular, tem como
principal característica geração de energia para
funções homeostáticas, contudo, os processos
concentradores de energia ocorridos nas
intermembranas mitocondriais, são altamente
susceptíveis a se tornarem EROs que possuem
capacidade de interagir com outros compostos
celulares, bem como proteínas, enzimas e
componentes fosfolipídios dentre outros,
produzindo alterações fisiológicas devido ao
poder oxidativo de espécies radicalares, dentre
estes destacam-se superóxido de hidrogênio
(O2
.), peróxido de hidrogênio (H2O2), radical
oxidrila (–HO), molécula diatômica O2 simpleto
e etc. (BUTTERFIELD, D, A. 2004).
O termo radical livre descrito na literatura
tem como definição “espécies que possuem um
ou mais elétrons desemparelhados” inicialmente
relatados em 1900. Pós-descoberta em 1940
considerou-se um potencial crítico na
fisiobiologia com técnicas de detecção
Ressonância de Spin de elétrons (ERS) e a
Radólise de Pulso (RIBEIRO, S.M.R
QUEIROZ, J.H PELÚZIO, M,C,G, COSTA
N.M.B, 2005).
O O2 é um produto de total importância
para estudos biológicos relacionados a doenças
neurodegenerativas, visto que sua capacidade de
oxidação envolve outros átomos tornando-os
também reativos produzindo uma cascata de
reações deletérias em condições demasiadas,
entretanto, em condições normais, realiza
sinalizações biológicas entre outras funções
(SORG, O 2004).
Outro importante alvo de estudos
biológicos, que atenta estresse oxidativo, é o
óxido nítrico (NO) que em condições favoráveis
funciona como vasodilatador dependendo do
tecido (RIBEIRO, S.M.R QUEIROZ, J.H
PELÚZIO, M,C,G, COSTA N.M.B, 2005)
descrito como neurotransmissor atípico atuando
em importantes processos dopaminérgicos, bem
como, hormônio parácrino ou até mesmo uma
molécula cito protetora (BERSNTEIN;
BORGERTS; KEILHOFF, 2005).
Embora produtos oxidativos realizem
inúmeras implicações na vida aeróbia, a
fisiologia endógena (proteínas e enzimas) e
substratos exógenos dietéticos (vitaminas),
possuem determinados mecanismos no controle
e regulação dos altos níveis de EROs, bem como,
reduzir um grau considerável de patologias que
possam estar ligados a elevados níveis oxidativos
(ROVER JÚNIOR, NELCI FENALTI,
ADRIANA PAULA, 2001).
Dentre as principais enzimas relacionadas
na redução do estresse oxidativo destacam-se a
superóxido dismutase (SOD), glutationa
peroxidase (GSH-Px), glutationa redutase (GR) e
glutationa reduzida (GSH) e glutationa oxidada
(GSSG) (ROVER JÚNIOR, NELCI FENALTI,
ADRIANA PAULA, 2001), e catalase (CAT)
(NORDEBERG & ARNÉR, 2001).
Diante do exposto, esta revisão objetiva
descrever uma breve relação entre estresse
oxidativo e esquizofrenia. Objetiva-se também,
estudar os neurotransmissores ligados aos
sintomas esquizofrênicos (dopaminérgicos,
glutamatérgicos, gabaérgicos, e receptores)
envolvidos na produção de mecanismos do modo
regulatório cerebral com intrínseca capacidade
de aprendizagem e memória (MULLER N,
SCHWARZ MJ, 2008).
MECANISMOS REATIVOS
Síntese radicalar e sistema de reação
Os tecidos celulares, em particular o
sistema nervoso central (SNC), estão em
constantes oxidações produzidas por EROs,
devido à alta necessidade do oxigênio para
manutenção metabólica in vivo (RIBEIRO,
S.M.R QUEIROZ, J.H PELÚZIO, M,C,G,
COSTA N.M.B, 2005).
As espécies reativas de oxigênio possuem
tempo de meia vida e tempo de reação (tab. 1).
TABELA 1. CARACTERIZAÇÃO DE ESPÉCIES
REATIVAS DE OXIGÊNIO;
ERO
s
SÍNTESE
VITALID
ADE
SÍTIOS DE
FORMAÇÃO
O2
.
Redução
parcial do
O₂ por 1 e-
Velocidae
5 x 10⁵
M⁻¹ sec.
M⁻¹ em pH
7,0.
Flavoproteínas e
ciclo redox
4. 22
H2O2
Redução
parcial do
O₂ por 2 e-
Decomposi
ção
enzimática
Catálise por
oxidases e
superóxido
dismutase
-HO
Redução do
O₂ por 3 e-nas
reações
de Fenton e
Haber-Weiss
catalisada
por metais
10⁻⁹
segundos
Formação de
ânion/peróxido de
hidrogênio na
presença de
metais; reação de
óxido nítrico com
radical
superóxido
O2
Simp
leto.
Primeiro
estado
excitado do
O₂, nível de
energia de
22 kcal/mol
acima do
estado
fundamental
ou ᶾO₂.
10⁻⁵
segundos.
Sem sítios
metabólicos
definidos.
Fonte: (RIBEIRO, S.M.R et al., 2005). Adaptado.
O Superóxido de hidrogênio oriundo da
perda de um elétron da molécula de O2, é a
primeira espécie reativa formada nas reações,
com vitalidade enzimática de 5 x 10⁵ M⁻¹ sec.
M⁻¹ em ph 7,0 e age como oxidante ou redutor
(HANCOCK; DESIKAN & NIEL; 2001)
podendo existir em distintas vias metabólicas.
Além de participar da formação do radical
oxidrila, o superóxido de hidrogênio também
pode reagir com outras moléculas sinalizando
reações que também conferem poder tóxico, em
decorrência, o radical NO centrado na molécula
de nitrogênio, possui meia vida de 1 a 10
segundos e possui importantes papéis celulares.
Reações catalisadas com o nitrogênio na
presença do radical superóxido confere a síntese
do peróxido nitrito (OONO-) entre outros
produtos, que são altamente tóxicos de vido a
nitração proteica, podendo ainda induzir a
peroxidação lipídica (GIASSON, et al., 2002).
A retirada de dois superóxido por
conversão enzimática sintetiza a formação do
peróxido de hidrogênio (H2O2) (RIBEIRO,
S.M.R QUEIROZ, J.H PELÚZIO, M,C,G,
COSTA N.M.B, 2005).
O H2O2 possui tempo de vida
relativamente estável, este fator confere
permeação sobre a membrana celular e reage em
sítios mais distantes de onde foi produzido e pode
ter seu potencial elevado em 10 mil vezes na
presença do ferro (SORG O, 2004).
A eliminação de um superóxido pela
enzima redutora SOD na presença do Chumbo e
Magnésio em ph fisiológico também confere a
síntese do H2O2 (NELSON; COX, 2000). O
peroxiossomo como compartimento celular,
produz grandes quantidades de H2O2 na síntese
de ácidos graxos e aminoácidos das oxidases,
como conseguinte as flavoprotínas
desidrogenasses são reduzidas pelo oxigênio
produzindo o peróxido de hidrogênio (NELSON;
COX, 2000).
A decomposição do H2O2 com a catalise
de metais, principalmente o ferro, sinaliza a
síntese do radical oxidrila, fenômeno de reação
de Fenton (RIBEIRO, S.M.R QUEIROZ, J.H
PELÚZIO, M,C,G, COSTA N.M.B, 2005).
O radical oxidrila possui tempo de vida
menor em relação às demais EROs, compreende
um alto nível tóxico devido à prevalência de
apenas um elétron para se estabilizar, para tanto,
reage imediatamente após sua oxidação.
Outras reações, com superóxido de
hidrogênio, também estão envolvidas na
formação desta espécie, junto ao fenômeno
conhecido como Deismutação, na presença da
SOD, cita-se o ciclo Haber Weiss com redução
do ferro (RIBEIRO, S.M.R QUEIROZ, J.H
PELÚZIO, M,C,G, COSTA N.M.B, 2005).
MECANISMOS OXIRREDUTORES
Regulação oxidativa e ciclo da glutationa.
A fisiologia endógena é altamente eficaz
na redução de EROs, considerando plena
condições de ação (ROVER JÚNIOR, NELCI
FENALTI, ADRIANA PAULA, 2001).
As enzimas responsáveis em tais reações
listadas GR, GSH, GSH-pX e GSSG,
compreendem o Ciclo redox envolvidos na
regulação de altos níveis de estresse oxidativo
(fig. 1.), bem como a CAT, embora esta não
participe do ciclo redox age igualmente a GSH-Px
na redução de H2O2 impedindo a formação do
radical oxidrila (HADDAD, J, J. 2002a), descrito
nas literaturas como a espécie que possui maior
potencial reativo devido ao seu curto tempo de
vida de 10⁻⁹ segundos e a dependência de apenas
5. 23
um elétron para se estabilizar e que inexiste
sistema enzimático capaz de reduzir sua
reatividade (HADDAD, J, J. 2002a). Em
decorrência, a participação da SOD e cofatores
Cu2+ e Zn2+ na redução do radical superóxido á
peróxido de hidrogênio é de trivial importância
em defesas celulares, em seguida, o mecanismo
redutor da CAT e da GSH reduzem o peróxido de
hidrogênio á oxigênio molecular e água (ROVER
JÚNIOR, NELCI FENALTI, ADRIANA
PAULA, 2001).
Figura 1. Redução da espécie radicalar peróxido de
hidrogênio pelo ciclo redox a moléculas de água. A reação
catalisada pela GSH-Px libera a GSSG dissulfeto com certo
potencial tóxico, no entanto, uma importante enzima do
ciclo descrita GR, regenera a GSSG na presença de uma
molécula redutora Nicotinamida adenina dinucleotídeo
fosfato (NADPH).
Fonte: (ROVER JÚNIOR, et al., 2000).
O tripeptídeo Ɣ-L-glutamil-L-cistenil-glicina
compreende a formação da glutationa
presente apenas no organismo de mamíferos em
duas formas, GSH e GSSG com importantes
papéis da síntese de proteínas, metabolismo e
defesas celulares especificamente a oxidação.
Pesquisa de longa data relacionada ao
metabolismo redox inclui alterações fisiológicas
a baixos níveis da glutationa no plasma e
hemácias observado em doenças como Vírus de
imunodeficiência (HIV-1), correlacionado com a
Síndrome da imunodeficiência adquirida
(ADIS), segundo os autores que descreveram
essas hipóteses, observaram diminuição
considerável nos níveis de glutationa no emprego
de medicamentos oxidativos como o N–acetil-L-cisteína
(NAC) (ROVER JÚNIOR, NELCI
FENALTI, ADRIANA PAULA, 2001), dentre
essas premissas também destacavam inferências
neoplásicas acometidas a baixos níveis do ciclo
redox compreendendo a capacidade de reduzir
EROs que induz deleções no DNA e alterações
na síntese de estruturas tridimensionais proteicas
(HADDAD, J, J. 2002a).
Existem ainda, extratos dietéticos que
auxiliam processos oxirredutores como as
Vitaminas E (α - tocoferol), C (ácido L-ascórbico)
e a pró-vitamina A (β - caroteno)
produto abundante responsável pela cor
característica da cenoura, (ROVER JÚNIOR,
NELCI FENALTI, ADRIANA PAULA, 2001).
HIPÓTESE OXIDATIVA NA
ESQUIZOFRENIA
Breve considerações entre sistemas de
neurotransmissão e EROs.
É cada vez mais comum os estudos que
levantam hipóteses que caracterizam a
esquizofrenia como comprometimento
provocada pelos altos níveis de EROs, e a
deficiência de mecanismos oxirredutores in vivo.
Young, LT, Warsh, J, J, Kish (1994) e
colaboradores, realizaram um estudo em que não
foram identificadas alterações nos mecanismos
endógenos redutores em afetados, no entanto,
não obtiveram uma amostra significativa que
pudessem chegar ao um ponto conclusivo,
devido às limitações oriundas de vasta
introdução de antipsicóticos a pequena
população estudada (MACHADO-VIEIRA, R.;
BRESSAN, R.A.; FREY, B.; SOARES J.C. et
al., 2005).
Em contra partida, cerca de 180 trabalhos
produzidos nos últimos anos, demonstraram
baixos níveis do ciclo redox em acometidos ou
diminuição de enzimas isoladas, porém é
necessário cautela para caracterizar atividades
reativas aos baixos níveis de mecanismos
oxirredutores produzindo o aparecimento de tal
comprometimento. Ainda neste aspecto, diversos
achados temáticos têm fomentado interações de
sistemas glutamatérgicos e dopaminérgicos
envolvidos, em especial o dopaminérgico, apesar
de seu papel neurológico ainda não ser
totalmente fundamentado (CARDIN JA et al.,
2009), (BEHRENS MM, et al., 2008).
Sabe-se que os sistemas
6. 24
neurotransmissores possuem intrínseca
capacidade de coordenar as faculdades metais e
que alterações discrepantes no seu
funcionamento podem resultar em patologias
neurofisiológicas (TRAUB RD, PAIS I et al.,
2003).
As incidências que fomentam o
aparecimento da esquizofrenia em fundamentos
biológicos, estudam atividade dopaminérgica,
que na ausência de mediadores agem de forma
desordenada no SNC bem como, no sistema
límbico (BRESSAN, RODRIGO A; BIGLIANI,
VALÉRIA; PILOWSKY, Lyn S. 2001).
Inicialmente estudos anatômicos com
caracterização da região límbica
(Limbo=margem) se desenvolveram á partir de
observações em pacientes acometidos por
desordens mentais, descrevendo-o como um anel
situado em regiões corticais na face medial e
inferiores do cérebro, entretanto, um estudo
realizado por Papez (1937) em sua obra Um
mecanismo proposto de emoções caracterizou
como um circuito ligado entre si incluindo o
córtex cingulado, hipocampo, hipotálamo e
núcleos anteriores do tálamo, ambos os estudos
relacionam os componentes anatômicos á
organizações emocionais (DROR O.E 2001),
(GAZZANIGA MS, 2006).
Adiante, o sistema límbico passou a ser
descrito como o circuito principal de respostas
emocionais e motivacionais. Não obstante,
tematizações descritas por distintos
pesquisadores, não são totalmente
fundamentadas nas neurociências, estudiosos do
ramo neurocientífico e neuroanatômico realizam
referências entres outras estruturas, incluindo
amígdala, núcleos da base, cerebelo, área pré-frontal,
lobo temporal e septo, tendo como
componentes principais dos sistemas emocionais
alternado no aparecimento de desordens mentais,
bem como esquizofrenia (DROR O.E 2001).
Adiante, o estudo neurobiológico que
reforça a aparição do comprometimento
patológico, inicia-se com a descarboxilação do
principal neurotransmissor excitatório do SNC.
O glutamato sintetizado em grandes quantidades
á partir do ácido-glutâmico na presença de
moléculas de glicose está presente em várias
regiões cerebrais liberados em fendas sinápaticas
e com funções triviais no aprendizado e
memória. A ligação glutamatérgia nos receptores
metabotrópicos (mGluR) em subunidades
específicas de proteínas heteroméricas N-acetil-aspatato-
glutamato (MACHADO-VIEIRA, R.;
BRESSAN, R.A.; FREY, B.; SOARES J.C. et
al., 2005), promovem a ativação da proteína G
produzindo uma corrente pós-sináptica
sustentando distintas funções, de total relevância
aqui reportadas, a síntese de Ácido-Gama-
Aminobutírico (GABA), um importante
mediador dopaminérgico, glutamatérgico dentre
outros sistemas aminobiológicos (MACHADO-VIEIRA,
R.; BRESSAN, R.A.; FREY, B.;
SOARES J.C. et al., 2005), no entanto,
subunidades dos receptores NMDA é altamente
sensível aos altos níveis de EROs. Esta
sensibilidade parece ser provocada pela oxidação
de átomos desemparelhados que comporta
necessidade de reaver estabilidade retirando
elétrons das proteínas NMDAs, este fenômeno
desestabiliza a estrutura tridimensional proteica e
induz, possivelmente, hipofunção (DO KQ,
CABUNGCAL JH, FRANK A, STELEULLET
P, CUENOD M. 2010).
Adiante, está alteração prejudica a síntese
de GABA dificultando a modulação de aminas
biológicas com importantes papéis na mediação
cerebral, provocando sintomas característicos
(DO KQ, CABUNGCAL JH, FRANK A,
STELEULLET P, CUENOD M. 2010).
O sistema gabaérgico é um potencial
crítico na modulação de aminas e parece estar
envolvido também no Transtorno Bipolar em
pacientes eutímicos (MACHADO-VIEIRA, R.;
BRESSAN, R.A.; FREY, B.; SOARES J.C. et
al., 2005). Ainda neste aspecto, os baixos níveis
de agentes redutores, a alta prevalência de EROs
e a sensibilidade de receptores NMDA
envolvidos na síntese de neuromediadores,
somados, levantam fortes indícios da real
prevalência da esquizofrenia (CARDIN JÁ.
CARLEN M, MELETIS K, et al., 2009),
(MACHADO-VIEIRA, R.; BRESSAN, R.A.;
FREY, B.; SOARES J.C. et al., 2005), (DO KQ,
CABUNGCAL JH, FRANK A, STELEULLET
P, CUENOD M. 2010).
7. 25
TRATAMENTO
Pacientes refratários e vias metabólicas
A adesão ao tratamento é uma das
maiores complicações enfrentadas pelos
acometidos e profissionais, compreendendo o
baixo esclarecimento da psicose apesar de uma
hipótese dopaminérgica está bem esclarecida
(BRESSAN, RODRIGO A; BIGLIANI,
VALÉRIA; PILOWSKY, Lyn S. 2001).
Atualmente, um fundamentado
diagnóstico clínico que permita a introdução
antipsicótica, observa-se parcelas acentuas dos
sintomas listados no aparecimento da psicose,
dentre eles destacam-se positivos (alucinações,
delírios, desorganização do pensamento),
negativos (isolamento social, empobrecimento
do pensamento, desistência na vontade de vida) e
cognição (linguagem, abstração, dificuldade de
atenção e concentração) podendo ainda
prevalecer dificuldades de afetividade (DURÃO
AMS, SOUZA MCBM, MIASSO AI. 2007).
A observação sintomática descrita requer
uma duração mínima de seis (6) meses com
atividades muito aquém das desenvolvidas antes
do comprometimento. A introdução de fármacos
para otimização dos déficits causados pelo
enfermo datam da década de 70, e até o presente
momento tem sido aplicados com prescrição de
medicamentos descritos típicos e atípicos
constituindo classes diversificadas ora positivas
outrora negativas (DURÃO AMS, SOUZA
MCBM, MIASSO AI. 2007).
Apesar da introdução de fármacos na
reabilitação do acometido, estudos recentes
reforçam importantes contribuições
socioeducativas e pisco pedagógicas,
compreendendo a magnitude da psicose e
incipiência do seu esclarecimento (DURÃO
AMS, SOUZA MCBM, MIASSO AI. 2007).
Durão AMS. (2007) e colaboradores
desenvolveram um estudo acompanhado 11
(onze) portadores com esquizofrenia atribuindo
medidas psicossociais na reintrodução de
cotidianos convencionais junto à aplicação de
fármacos mais indicados nos tratamentos e
obteve importantes relatos positivos dos
pacientes. Esta dupla combinação pode ser
aplicada com dois (2) grandes ramos
Psicoterápicos e Operacionais.
O método operacional se fundamenta em
terapias comuns baseadas em ensino-aprendizagem,
comunitários e institucionais, os
psicoterápicos caracterizam as finalidades
cognitivas, sistêmicas, comportamental e
psicoanalíticas favorecendo prioritariamente á
aquisição de insigth, ambas podem ser realizadas
em grupos paciente-paciente, paciente-familiares
ou individual (RUIZ VR, LIMA AR,
MACHADO AL. 2004).
Em adição, pesquisadores ressaltam
colaboração acentuada da atividade
grupal/individual, bem como, aceitação
extrapopulacional seguido à finalidade de
informações e conscientização da magnitude do
problema, reforçam ainda, que este sistema só
terá validade populacional em sua totalidade
compreendo importância do distúrbio (RUIZ
VR, LIMA AR, MACHADO AL. 2004).
Segundo Kaplan, H. F. (2003) e
colaboradores, o conceito antipsicótico se baseia
em detrimento no tratamento de enfermos
psicóticos, constituem-se em classes de fármacos
heterogênicos típicos e atípicos (tab. 2) e tem
como principal característica, dentre outras
funções, o bloqueio de receptores
dopaminérgicos D2 (SILVA, 2006).
TABELA 2. CLASSIFICAÇÃO ANTIPSICÓTICA;
TÍPICOS ATÍPICOS
Clopromazina Clozapina
Haloperidol Risperidona
Flufenazina Quetiapina
Tioridazina
Flupentixol
Clopentixol
Trifluorperazina
Fonte: RANG et al., (2004). Adaptado.
A principal via metabólica aplicada no
tratamento do enfermo se atrela hiperatividade
dopaminérgica. Bressan RA, Pilowsky LS,
(2001) e colaboradores elaborou um estudo
utilizando radiotraçadores para receptores
dopaminérgicos D2 do tipo [I]-IBZM para
SPECT e [C]-raclopride para PET e atribuíram
importantes revelações dos fármacos aplicados,
8. 26
desenvolvendo os seguintes métodos; 1 -
Introdução de anfetamina para liberação de
noraepinefrina, serotonina e dopamina na fenda
sináptica buscando induzir quadros psicóticos, 2
- sistema de bloqueio dos receptores D2. Os
receptores D2 acoplados a face G1 da proteína G,
inibem a enzima Adenilato ciclase que impede a
síntese de 3'5-adenosina-monofosfato-cíclico
(AMPc), um importante nucleotídeo descoberto
na década de 50 envolvido em distintas enzimas
que catalisam variadas funções celulares, como
por exemplo, metabolismo energético, divisão
celular, transporte de íons e funções dos canais
iônicos induzindo mudanças na excitabilidade
neuronal, todas originadas via ativação de AMPc
as proteínas-quinases (RANG, H. P; DALE, M.
M.; RITTER, J. M.; MOORE, P. K 2004). Com
aplicação desta prática, pode-se observar que a
anfetamina não induz sintomas negativos, para
tanto, a aplicação dos antipsicóticos denotaram
melhora nos sintomas positivos, visto que os
radiotraçadores se reproduziam nos receptores
dopaminérgicos, onde constataram a ação do
fármaco, podendo ainda, descrever que a
hiperfunção dopaminérgica induz sintomas mais
positivos do que negativos (BRESSAN,
RODRIGO A; BIGLIANI, VALÉRIA;
PILOWSKY, Lyn S. 2001).
Outro estudo avaliou a atividade da dopa-descarbolixase
na produção de dopamina á partir
da fosforilação do aminoácido tirosina
sintetizando L-dopa, precursor obrigatório para
síntese dopaminérgica. Utilizando [F]-
fluorodopa ou [C]-dopa os radiotraçadores
demonstraram maior atividade da enzima,
reforçando a hiperatividade do sistema
dopaminérgico (BRESSAN, RODRIGO A;
BIGLIANI, VALÉRIA; PILOWSKY, Lyn S.
2001), (ABI-DARGHAM A, RODENHISER J,
PRINZ D, et al., 2000).
Os resultados clínicos nos diferentes
estudos, além de reforçar a atividade
dopaminérgica, ressaltam uma administração
medicamentosa de ambos os fármacos (típicos e
atípicos) na tentativa de reduzir os déficits
causados pelo enfermo. Uma resposta clínica
observada nos estudos terapêuticos demonstrou
que a ocupação dos receptores tende a ultrapassar
cerca de 70% a 89%. Um estudo de PET e [C] -
raclopride denotou atividade positiva em relação
à introdução de medicamentos típicos, em
atividades terapêuticas administrada em doses
habituais, entretanto, um estudo realizado por
Kapur S, Seeman P. (2001), demonstrou que a
administração de haloperidol (típico), quando
ultrapassado ocupação receptora >78%, há
imensa possibilidades de desenvolver sintomas
extrapiramidais. Ainda neste aspecto, a
introdução de medicamentos atípicos realiza
ocupação inferior aos medicamentos típicos,
atingindo no máximo 75%, no entanto são mais
indicados no tratamento da esquizofrenia, devido
à ausência de sintomas extrapiramidais, ainda
que não apresente resposta clínica adequada
(BRESSAN, RODRIGO A; BIGLIANI,
VALÉRIA; PILOWSKY, Lyn S. 2001), de certa
forma, reforça hipóteses de que outros sistemas
estão envolvidos no aparecimento do
comprometimento.
Outras tentativas no bloqueio dos
sintomas causados pelo enfermo atentam a
inibição de subunidades dos receptores NMDA
mGluR, especificamente nas vias do glutamato,
entretanto, esta prática não pode ser realiza nas
clínicas atuais, visto que o glutamato pode
resultar em graves problemas de memória e
neurotoxidade, bem como lesões cerebrais e
convulsões (HAWKES, W. C.; CRAIG, K. A.;
HERESCO-LEVY U. 2000).
Outra possibilidade de estudo que auxilia
estratégias de tratamentos, são as vias
glicinérgicas, denotam componente importante
por não serem sensíveis a estriquininas
(HAWKES, W. C.; CRAIG, K. A.; HERESCO-LEVY
U. 2000). A glicina é um importante
componente no funcionamento das unidades
NMDAs, atuam como cofatores obrigatórios,
para tanto, além dos sistemas NMDAs não
funcionarem sem elas, as mesmas por si só não
ativam sozinhas.
Experimentos já reproduzidos neste
âmbito demonstraram efeitos antagonistas nos
receptores NMDAs na introdução de agentes
glicinérgicos (HAWKES, W. C.; CRAIG, K. A.;
HERESCO-LEVY U. 2000). Além da grandeza
estudiosa na tentativa de reduzir os difíceis
causados pelo comprometimento esquizofrênico,
os resultados ainda se mostram ineficazes com
melhora relativa nos sintomas positivos, bem
como, os trabalhos psicossociais de fundamental
9. 27
contribuição na reintrodução social.
Alguns acometidos possuem enorme
dificuldade de aceitação do distúrbio, isso torna
cada vez mais difícil tanto seu tratamento quanto
sua identificação. Quando introduzido os
trabalhos de reabilitação (medicação e
acompanhamento social), os pacientes
demonstram melhora significativa do transtorno,
porém, por apresentar esta fase de convivência
com a psicose, muitos pacientes abandonam a
medição acreditando estar curados, identificando
uma refratariedade acentuada do tratamento, para
tanto, o convívio psicossocial e de fundamental
importância na reabilitação e aceitação (DURÃO
MAS, SOUZA MCBM, MIASSO AI, 2007)
(BRESSAN RA, PILOWSKY, LS 2000).
DISCUSSÃO
Estudos e pesquisas randomizadas no
nível das neurociências têm feito enormes
descobertas no aparecimento de enfermos e
distúrbios até então nunca identificados in vivo.
Importantes trabalhos realizados por Bressan
RA, Pilowsky LS, (2000) e colaboradores tem
identificado através da medicina nuclear métodos
para melhor compreensão de distúrbios
psicóticos entre outros transtornos. A exemplo
desta descoberta identifica-se um distúrbio
comum atingindo cerca de 1% da população
mundial, representada em indivíduos jovens e
adultos indiferenciada em gêneros raramente
observada em crianças descrita Esquizofrenia,
cuja patologia ainda está para ser esclarecida.
Uma hipótese amplamente discutida na
disfunção neuronal é oriunda de
neurotransmissores que possuem intrínseca
capacidade nos processos de aprendizagem e
memória, no entanto, ainda não se sabe quais são
os reais motivos que resultam nas disfunções
neuronais que provocam os sintomas
característicos da psicose. Representados aqui, a
relação estresse oxidativo e esquizofrenia possui
determinados argumentos para auxiliar a
identificação do comprometimento, bem como,
ressaltar a participação de mecanismos
endógenos oxirredutores. O cérebro consome
cerca de 20% do oxigênio, partindo desta
premissa, Ribeiro, S.M.R, Queiroz, J,H Pelúzio,
M,CG, (2005) e colaboradores, demonstraram a
alta susceptibilidade na formação de EROs, bem
como, nas reações com NO na síntese de ONOO⁻
com habilidades de induzir deleções enzimáticas
e teciduais em determinadas regiões corporais.
As demais EROs possuem alto poder tóxico
devido a presença de um único elétron livre em
sua última camada, essa modificação sistemática
comporta a necessidade de EROs oxidar outras
moléculas para reaver sua estabilidade, podendo
resultar em determinas patologias. É importante
ressaltar que a formação de EROs não pode ser
atribuída como fator determinante no
aparecimento de alguns enfermos ou até mesmo
como a própria etiologia de determinadas
patologias. Até o momento, sabe-se que a
formação de EROs é altamente natural e em
condições favoráveis possui importante papel na
sinalização biológica. Apesar deste comprovado
fenômeno in vivo, a fisiologia endógena e
altamente eficaz em regulação e redução
oxidativa, em decorrência, trabalhos triviais
realizados por Meister, A, Anderson, M, (1983)
e colaboradores descreveram importantes
agentes enzimáticos com funções de sínteses
proteicas e defesas celulares, identificando-se
GSH, compreendendo o ciclo redox, formado por
enzimas principais GSH-Px, GR, GSSG na
redução e controle de EROs. Para tanto, muitos
trabalhos que focam atividades oxidativas
buscam uma relação entre esses discrepantes
níveis associativos. Young, L.T, Warsh, J,J,
Kish, S,J (1994) ratificaram um estudo em que
não identificaram redução significativas das
enzimas a respeito da oxidação, no entanto,
trabalhos recentes reproduzidos por Behrens
MM, Ali SS, Dugan LL. (2008) observaram
diminuição acentuada destes mecanismos, bem
como, na avaliação de enzimas isoladas. Acerca
do desconhecimento do comprometimento
Bressan, RA, Pilowsky LS, (2001), Traub RD,
Pais I, (2003) e colaboradores reforçam em
muitos trabalhos a hipótese dopaminérgica e
glutamatérgia nas vias de aprendizado e memória
no SNC, bem como, no sistema límbico.
Segundo Young, L.T, Warsh, J,J, Kish, S,J
(1994), o glutamato é o principal
neurotransmissor excitatório do SNC, e possui
triviais papeis no quesito memória e aprendizado,
adiante Machado-Vieira, R. Bressan, R.A Frey,
10. 28
B, Soares J.C (2005) também atentam a fisiologia
dopaminérgica e glutamatérgica. A atividade do
glutamato ligado a sofisticados receptores
NMDA mGluR, que em uma condição celular
específica, ira desencadear a síntese de um
segundo neuromediador descrito GABA, com
importante função na mensuração de aminas
biológicas, dentre elas, de total relevância para a
esquizofrenia, a dopamina.
Segundo Do KQ, Cabungcal JH. (2010) e
colaboradores esta atividade gabaérgica parece
estar prejudicada no comprometimento
fisiológico devido aos altos níveis de EROs,
oxidando sensíveis receptores metabotrópicos
em subunidades de NMDA. Abordando a
sintomatologia profilática, Bressan, RA,
Pilowsky LS, (2001) e colaboradores ressaltaram
importantes descobertas fazendo uso de
radiotraçadores com técnicas de PET e SPCET
explorando mecanismos e vias metabólicas na
introdução de fármacos, esta pesquisa identificou
atividade inibitória dopaminérgica (receptores
D2) com introdução de antipsicóticos típicos e
atípicos, após a aplicação de anfetamina na
reprodução de quadros psicóticos. Observou-se a
prevalência de sintomas positivos induzidos pela
anfetamina, e reforçaram a hipótese
dopaminérgica ligada a sintomas positivos. Este
mesmo estudo possibilitou inferir que a aplicação
de medicamentos atípicos realiza maior menção
no tratamento, apesar de ocupar unidades
menores do que 75% e não produzir resposta
clínica adequada, adiante não apresenta sintomas
extrapiramidais, sendo os mais apropriados para
o tratamento da desordem. Um estudo realizado
por Kapur S, Seeman P. (2001), denotou aparição
de sintomas extrapiramidais na aplicação de
doses superiores a 78% com antipsicóticos
típicos, reforçando administração adequada de
antipsicóticos atípicos.
Outros trabalhos realizados por Hawkes,
W. (2000) e colaboradores busca uma inibição de
NMDAs em vias glicinérgicas, na qual, a
existência do cofator essencial na ativação de
NMDA, o trabalho ainda parece estar sendo
concluído. Segundo Durão AMS, Souza MCBM,
Miasso Al (2007) uma intervenção psicossocial e
de total relevância no tratamento do enfermo,
provido da dificuldade de aceitação do paciente
bem como, do preconceito extrapopulacional.
Este método, objetiva melhorar os déficits
causados pelo enfermo em terapias grupais ou
individuas em suas variadas formas, bem como,
a reversão da refratariedade produzida por alusão
de cura do enfermo devido ao abandono da
medicação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em linhas gerais, sabe se que a
esquizofrenia é uma psicose com alta prevalência
populacional e de difícil diagnóstico, entretanto,
os avanços que estudam seu comportamento tem
crescido muito nos últimos anos com técnicas de
PET, SPCET, fMRI, MRS podendo ser aplicadas
in vivo. Apesar de existir exaustivos estudos que
buscam resultar em completo diagnóstico ainda
não existe um fundamento método que aponte a
real origem da psicose. As disfunções
dopaminérgicas e glutamatérgicas são
amplamente discutidas e se consolidam como a
principal causa da patologia. Além disso, estudos
transversais buscam uma relação para explicar
quais os fatores que podem influenciar nos
desorganizados sistemas dopaminérgicos,
glutamatérgicos, gabaérgicos entre outros. Em
decorrência, surge uma possibilidade de
oxidação oriunda de moléculas (O2 e NO)
essenciais à vida, que estudadas há vários anos,
vem sendo explorados com maior delicadeza á
respeito de distúrbios psicóticos, bem como,
mecanismos responsáveis pelos processos
oxirredutores. Adiante, os déficits causados pelo
comprometimento se apresentam em larga escala
e com grandes dificuldades na adaptação social.
Trabalhos que buscam agregar tratamentos
medicamentosos e psicossociais têm
demonstrado significativa reintrodução social e
redução na refratariedade de determinados
pacientes. É importante reforçar que a
susceptibilidade de EROs na intoxicação celular,
não deve ser vista como principal causa da
patologia ou ate mesmo como etiologia da
doença, pois até o momento, sabe-se que vários
fatores podem estar incluídos na aparição da
esquizofrenia, desta forma, se fazem necessário
estudos mais enfáticos á fim de resultar em um
real diagnóstico que favoreça reintrodução social
11. 29
mais acessível e que melhore a qualidade de vida
para os acometidos.
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1-Johnny Erick Martins Csoata, Centro
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2-Luiz Carlos Panisset Travassos, Mestre,
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