Estudo panorâmico do Antigo Testamento, livro do profeta Malaquias.
Igreja Bíblica Luz do Mundo, Passo Fundo - RS
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2. Introdução
No Antigo Testamento, Malaquias é o
último dos profetas. Temos pouca
informação biográfica a respeito dele. Seu
nome significa mensageiro do Senhor –
título que pode ser aplicado a qualquer
profeta. Seu livro é estruturado em
perguntas e respostas.
3. Informações Básicas
● Data: Entre 440 e 400 a.C.
● Autor: Malaquias
● Local: Judá
● Alvo: Povo e sacerdotes judeus após o exílio
● Versículo-chave: Ml 1.6
● Palavra-chave: Advertência
4. Informações Básicas
● Propósito: “Sentença pronunciada pelo SENHOR contra Israel, por
intermédio de Malaquias” (1.1). Esta foi a advertência de Deus
através de Malaquias para dizer ao povo a voltar-se para Deus.
Enquanto o último livro do Antigo Testamento se encerra, o
pronunciamento da justiça de Deus e a promessa de Sua
restauração através da vinda do Messias estão soando nos
ouvidos dos israelitas. Quatrocentos anos de silêncio passam, mas
esse período termina quando o próximo profeta de Deus, João
Batista, transmite uma mensagem semelhante e proclama:
"Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus" (Mt 3.2).
5. Esboço do Livro
Texto Mensagem de Deus Negligência do povo
Ml 1.1-5 O amor de Deus para com o povo Com a pessoa de Deus
Ml 1.6-14 A indignação de Deus com a
desonestidade
Com o culto
Ml 2.1-9 A repreensão dos sacerdotes Com o ministério
Ml 2.10-12 Condenação do casamento misto Com a palavra de Deus
Ml 2.13-17 Advertências quanto ao
relacionamento conjugal
Com o relacionamento familiar
Ml 3.1-6 A promessa para o futuro
Ml 3.7-12 Repreensão a respeito do roubo Com a dedicação dos bens a Deus
Ml 3.13-15 Aviso contra a arrogância Com o relacionamento com Deus
Ml 3.16-4.6 Juízo e restauração do povo Israel
6. Personagens Principais
● Malaquias
– Profeta de Judá; último profeta do Antigo Testamento
antes de João Batista (1.1 – 4.6).
● Os sacerdotes
– Revelam sua infidelidade ao se casarem com mulheres
estrangeiras e por interpretarem falsamente a Lei (1.7-
8; 2.1-9).
7. Personagens Principais
● O povo de Judá
– Os homens se casaram com mulheres gentias e o povo
caiu na idolatria (2.11-17).
8. O Interrogatório de Malaquias
● Deus interroga o povo e os sacerdotes. Cada
passagem tem a mesma estrutura:
– O profeta fala;
– O interrogado faz uma objeção;
– O profeta responde: com evidências do que
foi afirmado, acusação, ameaça de castigo.
9. O Interrogatório de Malaquias
Introdução Objeção Resposta
O Senhor ama o povo (1.2)“Em que nos tem amado?”
(1.2)
Edom foi destruído como sinal
do amor de Deus (1.3-5)
Deus é Pai e Senhor, e
merece honra (1.6)
“Em que desprezamos nós
o teu nome?” (1.6)
Os sacerdotes profanam o altar
de Deus (1.7-8)
Deus é Pai e Autor de
aliança (2.10-11)
Por que Deus não aceita as
ofertas? (2.12-13)
O povo adulterou e quebrou a
aliança (2.14-16)
O Senhor está enfadado com as
palavras do povo (2.17)
“Em que o enfadamos?”
(2.17)
Pensam que Deus Se agrada
do mal (2.17)
Deus não muda (3.6) “Em que havemos de
tornar?” (3.7)
Parem de roubar a Deus nos
dízimos e ofertas (3.8-12)
Deus acusa o povo de
palavras duras (3.13)
“Que havemos falado contra
ti?” (3.13)
Dizem ser inútil servir ao
Senhor (3.14-18)
10. O Interrogatório de Malaquias
● Malaquias trabalha com os temas que também
aparecem no livro de Neemias, relacionados
aos pecados que o povo deveria abandonar.
Deus chama o povo ao arrependimento e a um
acerto de contas, e como não poderia deixar de
ser, o profeta anuncia um futuro de esperança.
11. Doutrinas
● Razão (Ml 1.1-5)
– Um povo que não conhece o amor de Deus é incapaz de
encontrar razão para um culto genuíno diante de Deus. O
Senhor garantia a Israel inúmeras razões genuínas para Seu
culto. Basta olhar ao redor.
● Excelência (Ml 1.6-2.9)
– A ofensa dos sacerdotes a Deus não foi a interrupção do culto
e dos sacrifícios, mas a qualidade e a excelência desses
serviços. A dedicação do povo e a permissividade dos
sacerdotes que deveriam manter a excelência diante de Deus
desqualificavam o culto diante de Deus.
12. Doutrinas
● Fidelidade (Ml 2.10-16)
– Deus condenou Seu povo por conta de atitudes pessoais que
violavam a aliança e lhes impedia de prestar culto digno ao
Senhor. O cuidado individual para não se tornar infiel é pré-
requisito obrigatório a todos os membros do povo de Deus.
● Adoração (Ml 2.17-3.6)
– A adoração só é genuína com a compreensão real do caráter
de Deus. O povo questionava a integridade em tolerar o mal,
sem enxergar que Deus realiza Sua justiça enquanto Sua
misericórdia garante que o povo não seja destruído. Somente
consciente disso o povo poderia adorar a Deus em culto.
13. Doutrinas
● Entrega (Ml 3.7-12)
– O verdadeiro culto é um ato de fé, demonstrado na entrega. Deus
garantiu ao povo de Israel que esse ato de fé pela entrega total fosse
respondido com a provisão de Deus. A entrega demonstra que não
são os esforços humanos que os sustentam, mas a graça de Deus.
● Propósito (Ml 3.13-4.6)
– Na visão do povo, servir a Deus era inútil, pois os que não O serviam
prosperavam. A resposta de Deus mostra que o culto verdadeiro tem
propósito que se prolonga até um futuro glorioso, dando significado
ao passado e motivando o presente.
14. O Caráter de Deus em Malaquias
● Deus é amoroso: 1.2-3
15. Prenúncios
Os dois últimos versículos de Malaquias (4.5-6)
complementam a profecias de Isaías (40.3). A citação
que abre o evangelho de Marcos (1.2) parece misturar
essas duas profecias, apontando para o Elias
anunciado por Malaquias como a voz que clama no
deserto. Como o próprio Jesus explica, essa profecia
de Malaquias se cumpre nas páginas dos evangelhos,
na figura de João Batista (Mt 11.7-15).
16. Prenúncios – A Vinda de Cristo
Profecia de Malaquias Confirmação no NT
Como o mensageiro da aliança, Cristo vem
ao seu templo (3.1) e purifica o seu povo
(3.3)
Cristo purifica o templo (Jo 2.14-17) e
santifica o seu povo (Hb 13.12)
Sua vinda traz julgamento (4.1) Aqueles cujo nomes não constam no Livro
da Vida são lançados no lago de fogo (Ap
20.11-15)
Como o sol da justiça, Cristo cura o seu
povo (4.2)
Cristo cura a multidão; todas as
enfermidades passarão (Mt 12.15; Ap 21.4)
Seu precursor prepara a vinda do Senhor
(3.1; 4.5)
João Batista anuncia Cristo (Mt 11.10-14)
17. Aplicação Prática
● Deus não se agrada quando não obedecemos aos
Seus mandamentos.
● Ele recompensará aqueles que O ignoram.
● Deus não aprova o divórcio (2.16), Deus leva muito a
sério a aliança de casamento e não quer que ela seja
quebrada. Devemos permanecer fiéis ao cônjuge de
nossa juventude por toda vida.
18. Aplicação Prática
● Deus vê o nosso coração, então Ele sabe quais são
as nossas intenções; nada pode ser escondido dEle.
● Ele voltará e será o juiz. No entanto, se voltarmo-nos
a Ele, Ele voltará para nós (Ml 3.6).
19. Conclusão
Malaquias lembra ao povo de Deus que eles
devem levar a sério o relacionamento de
aliança com Javé, e que um grande novo dia
amanhecerá sobre eles com a vinda de Elias
(João Batista), que precederá o Senhor (Jesus
Cristo).
20. Perguntas?
● Ml 1.3
– Se Deus é amor, como pôde Ele odiar uma
pessoa?
– Problema: Na parte final do versículo 2 e na
primeira parte do versículo 3, Deus diz:
“Todavia amei a Jacó, e odiei a Esaú” (ACF).
Contudo, João diz: “Deus é amor” (1Jo 4.16).
Como um Deus de amor pode odiar alguém?
21. Perguntas?
●
Solução:
– No Salmo 11.5, lemos "O Senhor prova o justo e o ímpio; a sua alma odeia ao que ama a
violência". Veja que ele não odeia somente a violência (inexistente, sem o praticante), mas
"ao que ama a violência" - uma pessoa, o pecador.
– Temos que entender, porém, que no sentido salvífico (a salvação eterna da perdição e
condenação do pecado) o amor de Deus é derramado exclusivamente sobre o seu povo e,
individualmente, sobre os que ele eficazmente chama para si. Sobre aqueles que
responderão, ao chamado eficaz, abraçando a Cristo como único e suficiente Salvador.
Hinweis der Redaktion
No encerramento de mais de dois mil anos de história do AT desde Abraão, nenhuma das promessas gloriosas das alianças abraâmicas e davídica e da nova aliança havia se cumprido em sua totalidade.
Apesar de alguns momentos de glória como com Josué, Davia, Josias.
O messias pelo qual esperavam há tanto tempo não havia chegado e a sua vinda não parecia estar próxima.
Malaquias escreve a profecia conclusiva do AT, mensagem de castigo sobre Israel pelo seu pecado costumaz e a promessa divina de que, no futuro, o Messias será revelado e as promessas de Deus se cumprirão. Depois disso silêncio de 400 anos, que termina com João Batista anunciando que o Messias havia chegado.
- 538a.C. 50mil retornaram da Babilônia
- 516a.C. templo é reconstruído sob liderança de Zorobabel
- 458a.C. Esdras retorna e 445 Neemias
- Apenas um século depois do retorno dos primeiros israelitas o povo já havia retornado ao ritual religioso vazio, coração insensível, onde os próprios sacerdotes se esqueceram da Lei do Senhor.
- Neemias capítulo 13, ele repreende os judeus por esse abuso no templo e no sacerdócio.
Casamentos mistos – Ml 2.11 – Ed 9
Dízimos – Ml 3.8-10 – Ne 13.10-14
Sacerdotes corruptos – Ml 1.6; 2.9 – Ne 13.1-9
Injustiça social – Ml 3.5 – Ne 5.1-13
O livro de Malaquias demarca a interação entre Deus e seu povo. A mensagem de Malaquias também nos diz muito sobre as diretrizes para o culto segundo Deus.
Além de não considerar todo o conselho de Deus, o chavão “Deus ama o pecador, mas odeia o pecado” pode levar um crente a ter uma impressão e até passá-la em seu evangelismo de que Deus não é “um juiz justo, um Deus que manifesta cada dia o seu furor” (Sl 7:11). Nosso evangelismo não deve ser focado somente no amor de Deus, mas também na justiça de Deus. Devemos lembrar o pecador que
“Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.” (João 3:36)