2. A consagração de Gregório I como
bispo de Roma constitui um divisor de
águas entre o período antigo da
história da Igreja e o período
medieval.
3. Na Era Medieval o Império Romano
fragmentou-se em três porções: a
África do Norte muçulmana, o
Império Bizantino asiático e as
regiões europeias sob domínio papal.
Uma civilização europeia ocidental
distinta emergiu do cristianismo e dos
fundamentos clássicos.
4.
5. O termo Idade Média foi inicialmente usado
por Christopher Kellner (1634-1680);
Ele caracterizava os anos entre 325-1453 de
Idade Média por causa de sua aparente
esterilidade e da ausência da influência
clássica;
Entretanto, somente o período do ano 500 ao
1000, podem ser considerados como Idade
das Trevas;
6. Os historiadores modernos estudiosos desse
período, têm mostrado que a Era Medieval
conheceu um certo progresso;
Já para a Igreja Católica Romana, esse
período foi a “era de ouro” da história
humana;
Os historiadores protestantes consideram a
Idade Média um vale de sombras onde a
Igreja pura da era antiga da história da
Igreja foi corrompida;
7. Devemos considerar que a história medieval
da Igreja se desenrolou numa arena muito
mais ampla que a da Igreja Antiga;
Também é verdade que a Era Moderna deve
muito à Idade Média;
Com tudo isso em mente, ficará
extremamente evidente a importância de
Gregório I, símbolo do novo mundo
medieval.
8.
9. Foi durante a “Era das Trevas” que o papado
começou a surgir com a força que o
caracterizou em séculos posteriores.
O termo “papa” significa simplesmente
“papai”, sendo, portanto, um termo de
carinho e respeito;
Na época antiga, ele era usado para qualquer
bispo distinto, sem importar se ele era ou não
bispo de Roma;
10. A questão mais importante não é a origem do
termo “papa”, mas de que maneira o bispo de
Roma chegou a desfrutar da autoridade que teve
durante a Idade Média, e que ainda tem na Igreja
Católica Romana;
As origens do bispado romano se perderam na
penumbra da história;
Todo o período que vai desde a perseguição de
Nero em 64 até a Primeira Epístola de Clemente,
em 96, o que sabemos do bispado romano é pouco
ou nada;
11. Durante os primeiros séculos da história da
igreja, o centro do cristianismo esteve no Oriente,
bispos de cidades como Antioquia e Alexandria
tinham muito mais importância que o bispo de
Roma;
No Ocidente de fala latina, a direção teológica e
espiritual também não esteve em Roma, mas na
África latina, que contribuiu com Tertuliano,
Cipriano e Agostinho;
Essa situação apenas muda quando o Império
aceitou a fé cristã;
12. Como Roma era, pelo menos de nome, a
capital do Império, a igreja e o bispo dessa
cidade logo se viram em posição de destaque;
Depois que houve a invasão dos bárbaros, o
Império no Ocidente desapareceu, e a igreja
veio a ser a guardiã do que restava da velha
civilização. Por isso, o patriarca de Roma, o
papa, chegou a ter grande prestígio e
autoridade.
13.
14. Nasceu nos turbulentos tempos em que o
Império Oriental, sob a liderança de
Justiniano, buscava reconquistar a metade
ocidental do Império que fora perdida para as
tribos teutônicas;
Nascido em uma família tradicional, nobre e
rica de Roma, Gregório recebeu uma
formação jurídica que o prepararia para a
vida pública;
15. Em 573, foi escolhido prefeito de Roma, uma
posição de importância e honra;
Tornou-se monge, depois que sua mãe, Silvia,
entrara para um convento após a morte do
esposo;
De 578 a 585, foi embaixador do bispo de
Roma em Constantinopla;
Na sua volta a Roma, foi escolhido como
abade do mosteiro de Santo André;
16. Quando o papa Pelágio morreu na epidemia de
590, Gregório foi escolhido para substituí-lo;
Gregório foi um dos mais nobres líderes da Igreja
Romana, seu epitáfio foi “o Cônsul de Deus”;
A maior obra de Gregório foi aumentar o poder do
bispo de Roma;
Embora não reivindicasse para si o título de
papa, exerceu todos os poderes e prerrogativas
dos papas posteriores;
17. Em 602 uma revolução levou um novo Imperador,
Focas, ao trono de Constantinopla. Focas,
reconheceu o bispo de Roma como “o chefe de
todas as igrejas”;
Embora Gregório descartasse o título de chefe
supremo da Igreja, não permitiu que ninguém
reivindicasse esse título e exerceu o poder papal
de fato;
Gregório possuía grande interesse pela obra
missionária no seu tempo;
18. Tornou o episcopado de Roma um dos mais ricos
da Igreja de seu tempo, graças a seu excelente
trabalho como administrador;
Quando o rei Lombardo, que era ariano, ameaçou
Roma numa ocasião durante o pontificado de
Gregório, este foi capaz de juntar tropas e forçar o
governante lombardo a aceitar a paz e abandonar
o arianismo;
Gregório foi ainda um grande pregador, escritor e
teólogo extraordinário;
19. O pontificado de Gregório é um marco
fundamental na transição da Igreja Antiga
para a Medieval;
Criou o sistema da Igreja institucionalizada
da Idade Média, seus sucessores edificaram
sobre os fundamentos que ele deixou;
Ele sistematizou a doutrina e fez da Igreja
uma potência na área política.
Hinweis der Redaktion
Os historiadores tendem a divergir quanto as datas do início ao fim da chamada idade média.
No nosso estudo, estamos considerando o período de 590-1517, por conta da consagração de Gregório I que marca uma nova era de poder para a Igreja no Ocidente, principalmente uma mudança papal.
E o fim da idade média 1517, pois nesse ano começam as atividades reformadoras de Lutero, que marcou a inauguração de um novo tempo para a igreja.
Carolíngio = Carlos Magno
Escritor, publicou num livro no ano 1669. Nesse livro ele dividiu a história do Ocidente em três períodos, história antiga, idade média e história moderna.
Desde então, os historiadores têm usado o termo Idade Média para se referir a esse período.
Mas, mesmo nesse período não foi um tempo de ausência total de cultura, isso por conta dos mosteiros que tiveram uma contribuição intelectual significativa.
Por muito tempo, esse período foi visto como uma fenda no tempo que separou o período clássico do moderno, por isso o nome “idade das trevas”. Esse progresso veio por meio da Igreja Ocidental que cumpriu com seu papel cultural e religioso.
Segundo os pensadores católicos foi o período posterior ao paganismo e anterior ao protestantismo, a igreja reinava soberana, não havia o caos religioso moderno nem o paganismo dos tempos antigos.
Para os protestantes a era da história moderna, que começou com Lutero, é uma era que resgatou os ideais da Igreja do Novo Testamento, a igreja antiga, que havia se perdido, principalmente, nesse período da idade média.
A história da humanidade havia avançado muito, os diversos povos que haviam se convertido ao cristianismo. Estamos falando de um novo tempo.
Houve a tentativa, nesse período, de estabelecer uma civilização cristã. Onde a cultura era transformada pelo cristianismo. Isso parece ter se perdido nos tempos modernos.
Gregório I foi um marco para o seu tempo, do porte de Agostinho, num período onde a Igreja passa a ser dominada pelo bispo de Roma.
1) -
2) –
3) Há documentos antigos que citam Papa Cipriano de Cartago, Papa Atanásio de Alexandria. Inclusive, mesmo quando o termo acabou ficando exclusivamente para o Bispo de Roma, em várias parte da Igreja Oriental ele continuou sendo usado com mais liberalidade.
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A maioria dos historiadores, tanto católicos quanto protestantes, concordam que Pedro esteve em Roma, e, provavelmente morreu nessa cidade durante a perseguição de Nero. Porém, não existe nenhum documento antigo que diga que Pedro transferiu sua autoridade apostólica a seus sucessores. Além disso, as listas antigas que enumeram os primeiros bispos de Roma não coincidem. Algumas dizem que Clemente sucedeu Pedro, outras dizem que Clemente foi o terceiro bispo depois de Pedro.
Isso leva a crer que o bispado de Roma, no seu princípio não foi monárquico, isto é só um bispo. Deve ter sido um bispado colegiado, vários pastores comandavam a igreja na cidade.
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Em todo o império, a igreja começou a se organizar de acordo com os padrões estabelecidos pelo Estado. Logo, onde haviam cidades com jurisdição política sobre as outras, isso começou a acontecer na esfera eclesiástica, as igrejas de certas cidades tinham autoridade sobre as outras. A igreja se viu organizada em cinco patriarcados: Jerusalém, Antioquia, Alexandria, Constantinopla e Roma. Por isso, podemos concluir que o papado é muito mais uma influencia política do que apostólica.
Parece que o bispo de Roma assumiu além da figura do líder religioso, a figura do imperador, do líder de Estado.
Era tão respeitado como mestre na Igreja Ocidental que nos quadros ele é sempre retratado com uma pomba, símbolo do ES comunicando-lhe a verdade divina diretamente em seus ouvidos.
Bandos de saqueadores, doenças, fome, eram comuns naqueles dias.
Estudou bastante latim, mas não sabia hebraico nem grego. Conhecia bem os escritos de Ambrósio, Jerônimo e Agostinho.
Logo depois disso abriu mão da fortuna que tinha herdado do seu pai.
Gregório usou esse patrimônio para construir 7 mosteiros na Itália, o maior deles era no próprio palácio que o pai dele morava.
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Fundado por ele mesmo. Abade – superior em uma ordem religiosa.
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A sua renúncia à grande riqueza herdada impressionou sua geração. Humilde, se intitulava como “o servo dos servos de Deus”. Missionário zeloso, foi instrumento na conquista dos ingleses para o cristianismo. Administrador extremamente competente. Pontos negativos: era muito supersticioso, sua formação teológica foi prejudicada por não conhecer as línguas originais, curioso é que ele não se propôs nem a aprender grego.
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Afirmou a supremacia do bispo de Roma. Indicou outros bispos e enviou o pálio, a estola de ofício, aqueles que ele indicava.
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Enviou vários missionários, essas missões organizados por ele tinha também como característica à submissão à Igreja de Roma.
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Seus sermões eram práticos, salientavam a humildade e a piedade. Mas seus sermões eram prejudicados pelo uso excessivo de alegorias, erro comum para a época. Escreveu um comentário do livro de Jó, onde ele descreve Jó como um tipo de Cristo. Construiu os fundamentos da teologia da igreja romana, que só foi alterado por Tomás de Aquino no século XI.
Homem herda o pecado como uma doença que todos estão sujeitos, mas não herda a culpa como dizia Agostinho
Aceitava a predestinação, limitando aos eleitos.
A graça não era irresistível, pois se baseava na presciência de Deus, e em alguns casos nos méritos dos homens.
Defendia a ideias da boas obras e do purgatório com um lugar de preparação para o céu.
Defendia a inspiração verbal da bíblia, mas dava a tradição o mesmo peso dela.