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Dra. Kátia R. P. de Araújo Sgrillo
        sgrillo.ita@ftc.br
Lipídeos são compostos guardados em
             grandes quantidades como triglicerídeos neutros
                      e representam 90% da dieta.

                São altamente insolúveis, podendo ser
             rapidamente mobilizados e degradados
               para atender a demanda energética da célula.

Os lipídeos tem quantitativamente o maior valor calórico entre os
alimentos e sua oxidação produz mais energia do que os
carboidratos.
Os triacilgliceróis são os
                         lipídeos mais abundantes da dieta
                               e constituem a forma de
                         armazenamento de todo o excesso
                           de nutrientes quer seja ingerido
                            sob a forma de carboidratos,
                           proteínas ou próprios lipídeos.



Durante a digestão, gorduras e
fosfolipídios são emulsificados
e então hidrolisados em ácidos
graxos e glicerol.
Os lipídeos da dieta são absorvidos
no intestino e aqueles sintetizados    Os produtos são sintetizados
 endogenamente são distribuídos        para gerar triglicerídeos na
  aos tecidos pelas lipoproteínas      mucosa intestinal e fluir para
 plasmáticas para utilização ou        o interior do duto torácico e
       armazenamento.                     então para a corrente
                                         sanguínea. Contudo tais
                                         sanguínea
                                        substâncias são insolúveis
                                        (tanto na água como no sangue).



                              Para serem transportados no
                              sangue, os lipídeos formam
                                  um complexo com
                                proteínas plasmáticas
                                    (hidrossolúveis).
Captação dos lipídeos alimentares no intestino e entrega dos
                            ácidos graxos ao tecido muscular e adiposo

                                                                          7) Os ácidos graxos são
                                                                          oxidados como combustíveis
                                                                          ou reesterificados para
                                                                          armazenamento.
                                        Figura 1




                                                                                 6) Os ácidos graxos
1) No intestino delgado os sais                                                  penetram nas células
biliares emulsionam as gorduras
                                                                                5) Os quilomícrons
ingeridas formando micelas mistas
                                                                                movem-se através do
                                                                                sistema linfático e da
2) As lipases intestinais                                                       corrente sanguínea até
degradam os triacilgliceróis                                                    os tecidos

3) Os ácidos graxos e outros produtos
de degradação são capturados pelas
células da mucosa intestinal e
convertidos em triacilgliceróis                             4) Os triacilgliceróis são incorporados nos
                                                            quilomícrons
A digestão de gorduras ocorre
                               principalmente no intestino delgado,
                                com a hidrólise produzindo ácidos
                                        graxos e glicerol.




     Os produtos da digestão
passam através das vilosidades
  intestinais para o interior dos
 vasos linfáticos, fluem através
     do duto torácico para a
corrente sanguínea e então para
             o fígado.
No fígado algumas das gorduras são
transformadas em fosfolipídios (ex.: esfingomielina e
   lecitina), necessários para formação de tecidos
  cerebrais e nervoso. As lecitinas também estão
        envolvidas no transporte de gorduras.
   Depois de passar pelo fígado, uma parte da
  gordura vai para as células onde são oxidadas
  para fornecer calor e energia. E o excesso de
gordura é armazenada na forma de tecido adiposo.


            Após as refeições o teor de
           gordura no sangue aumenta e
          permanece em nível elevado por
           várias horas, então decresce e
           permanece em nível de jejum.
Lipídeos são       Enzimas digestivas
      insolúveis        são hidrossolúveis



                    A digestão dos trigliceróis ocorre na
                    interfase lipídeo-água.
                    A taxa de digestão depende da área de
gordura             superfície da interfase, que é bastante
                    aumentada pelos movimentos
                    peristálticos do intestino combinado com
                    a ação emulsionante dos ácidos biliares.
Mobilização dos triacilgliceróis armazenados no tecido adiposo




                                   Níveis baixos de glicose no
                                        sangue despertam a
                                          mobilização dos
                                    triacilgliceróis através da
                                     ação da epinefrina e do
                                   glucagon sobre a adenilato
                                      ciclase dos adipócitos.
Este processo ocorre num tecido
        chamado: adipócitos


                             A mobilização do depósito de
                              triacilgliceróis é obtida pela
                             ação da enzima triacilglicerol
                               lipase dos adipócitos, que
                              hidrolisa os triacilgliceróis à
                                ácidos graxos e glicerol.



                             Tracilglicerol
Trigliácilgliceróis + 3H20      lipase        Glicerol + Ácido Graxo + 3H+
Como os adipócitos não possuem
                 glicerol quinase, não podem
              aproveitar o glicerol que é liberado
                 na circulação para depois ser
                absorvido pelo fígado e outros
                            tecidos.

                                                              Este processo
                                                            ocorre no fígado.


           ATP                         NADH
Glicerol                 Glicerol 3P            Diidroxiacetona P
      glicerol quinase                   intermediário da

                                                      Glicólise
O tecido nervoso e
    Os ácidos graxos liberados pelos           hemacias são exceções
adipócitos são transportados pelo sangue         pois obtém energia
  ligados à albumina e utilizados pelos        exclusivamente a partir
  tecidos, incluindo fígado e músculos         da oxidação de glicose.
                                                              glicose
        como fonte de energia.
                        energia




     Ácido Graxo (tecido ou dieta) será degradado no interior da
     mitocôndria     Acetil-CoA


A degradação dos ácidos graxos depende de 3 processos:
                             Ativação
                             Transporte
                             Oxidação
ATIVAÇÃO - ÁCIDOS GRAXOS

         Para a oxidação, os ácidos graxos são
  ativados e transportados para a matriz mitocondrial.

Ác. graxo + HS - CoA             Acil-CoA + energia
           acil-CoA sintetases



Para serem oxidados, os ácidos graxos
   como acontece com a glicose, são
  primeiramente convertidos em uma
 forma ativada: Acil-CoA. Esta etapa
                     CoA
previa é catalisada pela enzima acil-
CoA sintetase, associada a membrana
       externa da mitocôndria.                   Mitocôndria
                                              (espaço intermembrana)
Mas a membrana interna da mitocôndria é impermeável a
                           acil-CoA e somente os radicais acila (Acil- carnitina) são
                                introduzidos na mitocôndria, ligados a carnitina.
                                                                       carnitina



      TRANSPORTE MEMBRANA INTERNA MITOCÔNDRIA
                     do Acil-CoA

      Acil-CoA + carnitina                                  carnitina + Acil-CoA

                                HS-CoA
                        acil-CoA sintetase                       HS- CoA


         Acil- carnitina                                      Acil- carnitina
               radicais acila
                                                                      matriz
membrana                espaço               membrana              mitocondrial
mitocondrial       intermembrana             mitocondrial
  externa                                      interna
Mecanismo de entrada dos ácidos graxos no interior da
        mitocôndria através do transportador de acil-carnitina




Uma vez dentro da mitocôndria o
Acil-CoA poderá ser oxidado até
Acetil-CoA. Isto ocorre através do
       CoA
     ciclo de -oxidação
( - oxidação)
            OXIDAÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS



 Acil- CoA                                              acetil-CoA
 com n carbonos



                                acil-CoA
                          com 2 carbonos a menos




                                                   -cetoacil-CoA
        2
trans   - enoil-CoA




                      3-hidroxiacil-CoA
4     Reações que ocorrem na                      - oxidação


                                    2
a) Oxidação da Acil- CoA a trans        - enoil-CoA.

b) Hidratação da dupla ligação formando um 3-hidroxiacil-CoA.

c) Oxidação do grupo hidroxila a carbonila, resultando um
    -cetoacil-CoA e NADH.

d) Cisão da -cetoacil-CoA por reação com uma molécula de
   CoA, com formação de acetil-CoA e uma acil-CoA com 2
   carbonos a menos.
              menos
   Esta acil-CoA refaz o ciclo várias vezes até ser totalmente
   convertida em acetil-CoA.
A oxidação completa de um
                          ácido graxo necessita da
                          participação do ciclo de
                         Lynen ( - oxidação) e
                             ciclo de Krebs




Ác. Graxo   Acetil-CoA              ATP + CO2 + H2O
causadas pela deficiência na oxidação de ac. graxos


Anormalidades no metabolismo
  de lipídeos conduzem a vários
tipos de hipolipoproteinemia ou
       hiperlipoproteinemia.

           Doença jamaicana vomitiva
           Doença de Refsum
           Deficiência hepática de carnitina palmitoiltransferase
           Deficiência muscular de carnitina palmitioiltransferase
           Obesidade
Doença jamaicana vomitiva – é causada por ingestão de
frutas verdes de algumas árvores tropicais de América Central, da
família das Saporaceas. Os frutos verdes dessas árvores contêm
hipoglicina, substância que inativa a acil-CoA desidrogenase,
inibindo assim a - oxidação e causando hipoglicemia.


                        Doença de Refsum – uma rara
                     doença genética. É causada pelo acúmulo
                     de ácido fitânico. O ácido fitânico, por sua
                     vez, bloqueia o ciclo da - oxidação.


  Deficiência muscular de carnitina
palmitioiltransferase - conduz a oxidação
deficiente de ácidos graxos, causando fraqueza
muscular.
Deficiência hepática de carnitina
        palmitoiltransferase – produz hipoglicemia e
        baixo nível plasmático de corpos cetônicos*.


O ácido acetoacético, acido -hidroxibutírico e acetona são comumente
conhecidos como corpos cetônicos.
Em pacientes diabéticos, ou em outra situação na qual o metabolismo de
carboidratos vê-se restringido, nosso corpo usa oxaloacetato disponível para
produzir glicose para o cérebro e os músculos. Isso reduz a quantidade de
oxaloacetato disponível para o ciclo de Krebs, e a acetil-CoA é transformada
para acetoacetil-CoA, a qual é convertida para ácido acetoacético no fígado
pela enzima deacilase. O ácido acetoacético pode ser transformado em acetona
e ácido -hidroxibutírico. Eles são transportados pelo sangue para os músculos
e tecidos, onde são convertidos novamente para acetil-CoA e então oxidados
normalmente. Contudo em pacientes com diabetes a produção desses corpos
cetônicos pelo fígado ultrapassa a capacidade dos músculos e tecidos de
promover sua oxidação, e eles se acumulam no sangue.
Obesidade – a gordura em excesso a requerida
para o processo oxidativo normal do nosso corpo é
armazenada na forma de tecido adiposo. A maioria
das pessoas apresentam tendência ao excesso de peso a
medida que envelhecem, pois necessitam menor
quantidade de alimento para manter-se e exercitam-se
menos que as pessoas mais jovens. Em geral, a
obesidade leva a uma menor expectativa de vida. Uma
pessoa com excesso de peso corre riscos acima do
normal de desenvolver doenças cardiovasculares,
diabetes ou doenças hepáticas. A acumulação excessiva
de triglicerídeos no fígado conduz a cirrose e a função
hepática deficiente. Tal acumulo tanto pode ser causado
por níveis plasmáticos elevados de ácidos graxos livres
como pelo bloqueio de lipoproteínas plasmáticas a partir
de ácidos graxos livres.
15bioquimica metabolismo de_lipideos

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15bioquimica metabolismo de_lipideos

  • 1. Dra. Kátia R. P. de Araújo Sgrillo sgrillo.ita@ftc.br
  • 2. Lipídeos são compostos guardados em grandes quantidades como triglicerídeos neutros e representam 90% da dieta. São altamente insolúveis, podendo ser rapidamente mobilizados e degradados para atender a demanda energética da célula. Os lipídeos tem quantitativamente o maior valor calórico entre os alimentos e sua oxidação produz mais energia do que os carboidratos.
  • 3. Os triacilgliceróis são os lipídeos mais abundantes da dieta e constituem a forma de armazenamento de todo o excesso de nutrientes quer seja ingerido sob a forma de carboidratos, proteínas ou próprios lipídeos. Durante a digestão, gorduras e fosfolipídios são emulsificados e então hidrolisados em ácidos graxos e glicerol.
  • 4. Os lipídeos da dieta são absorvidos no intestino e aqueles sintetizados Os produtos são sintetizados endogenamente são distribuídos para gerar triglicerídeos na aos tecidos pelas lipoproteínas mucosa intestinal e fluir para plasmáticas para utilização ou o interior do duto torácico e armazenamento. então para a corrente sanguínea. Contudo tais sanguínea substâncias são insolúveis (tanto na água como no sangue). Para serem transportados no sangue, os lipídeos formam um complexo com proteínas plasmáticas (hidrossolúveis).
  • 5. Captação dos lipídeos alimentares no intestino e entrega dos ácidos graxos ao tecido muscular e adiposo 7) Os ácidos graxos são oxidados como combustíveis ou reesterificados para armazenamento. Figura 1 6) Os ácidos graxos 1) No intestino delgado os sais penetram nas células biliares emulsionam as gorduras 5) Os quilomícrons ingeridas formando micelas mistas movem-se através do sistema linfático e da 2) As lipases intestinais corrente sanguínea até degradam os triacilgliceróis os tecidos 3) Os ácidos graxos e outros produtos de degradação são capturados pelas células da mucosa intestinal e convertidos em triacilgliceróis 4) Os triacilgliceróis são incorporados nos quilomícrons
  • 6. A digestão de gorduras ocorre principalmente no intestino delgado, com a hidrólise produzindo ácidos graxos e glicerol. Os produtos da digestão passam através das vilosidades intestinais para o interior dos vasos linfáticos, fluem através do duto torácico para a corrente sanguínea e então para o fígado.
  • 7. No fígado algumas das gorduras são transformadas em fosfolipídios (ex.: esfingomielina e lecitina), necessários para formação de tecidos cerebrais e nervoso. As lecitinas também estão envolvidas no transporte de gorduras. Depois de passar pelo fígado, uma parte da gordura vai para as células onde são oxidadas para fornecer calor e energia. E o excesso de gordura é armazenada na forma de tecido adiposo. Após as refeições o teor de gordura no sangue aumenta e permanece em nível elevado por várias horas, então decresce e permanece em nível de jejum.
  • 8. Lipídeos são Enzimas digestivas insolúveis são hidrossolúveis A digestão dos trigliceróis ocorre na interfase lipídeo-água. A taxa de digestão depende da área de gordura superfície da interfase, que é bastante aumentada pelos movimentos peristálticos do intestino combinado com a ação emulsionante dos ácidos biliares.
  • 9. Mobilização dos triacilgliceróis armazenados no tecido adiposo Níveis baixos de glicose no sangue despertam a mobilização dos triacilgliceróis através da ação da epinefrina e do glucagon sobre a adenilato ciclase dos adipócitos.
  • 10. Este processo ocorre num tecido chamado: adipócitos A mobilização do depósito de triacilgliceróis é obtida pela ação da enzima triacilglicerol lipase dos adipócitos, que hidrolisa os triacilgliceróis à ácidos graxos e glicerol. Tracilglicerol Trigliácilgliceróis + 3H20 lipase Glicerol + Ácido Graxo + 3H+
  • 11. Como os adipócitos não possuem glicerol quinase, não podem aproveitar o glicerol que é liberado na circulação para depois ser absorvido pelo fígado e outros tecidos. Este processo ocorre no fígado. ATP NADH Glicerol Glicerol 3P Diidroxiacetona P glicerol quinase intermediário da Glicólise
  • 12. O tecido nervoso e Os ácidos graxos liberados pelos hemacias são exceções adipócitos são transportados pelo sangue pois obtém energia ligados à albumina e utilizados pelos exclusivamente a partir tecidos, incluindo fígado e músculos da oxidação de glicose. glicose como fonte de energia. energia Ácido Graxo (tecido ou dieta) será degradado no interior da mitocôndria Acetil-CoA A degradação dos ácidos graxos depende de 3 processos: Ativação Transporte Oxidação
  • 13. ATIVAÇÃO - ÁCIDOS GRAXOS Para a oxidação, os ácidos graxos são ativados e transportados para a matriz mitocondrial. Ác. graxo + HS - CoA Acil-CoA + energia acil-CoA sintetases Para serem oxidados, os ácidos graxos como acontece com a glicose, são primeiramente convertidos em uma forma ativada: Acil-CoA. Esta etapa CoA previa é catalisada pela enzima acil- CoA sintetase, associada a membrana externa da mitocôndria. Mitocôndria (espaço intermembrana)
  • 14. Mas a membrana interna da mitocôndria é impermeável a acil-CoA e somente os radicais acila (Acil- carnitina) são introduzidos na mitocôndria, ligados a carnitina. carnitina TRANSPORTE MEMBRANA INTERNA MITOCÔNDRIA do Acil-CoA Acil-CoA + carnitina carnitina + Acil-CoA HS-CoA acil-CoA sintetase HS- CoA Acil- carnitina Acil- carnitina radicais acila matriz membrana espaço membrana mitocondrial mitocondrial intermembrana mitocondrial externa interna
  • 15. Mecanismo de entrada dos ácidos graxos no interior da mitocôndria através do transportador de acil-carnitina Uma vez dentro da mitocôndria o Acil-CoA poderá ser oxidado até Acetil-CoA. Isto ocorre através do CoA ciclo de -oxidação
  • 16. ( - oxidação) OXIDAÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS Acil- CoA acetil-CoA com n carbonos acil-CoA com 2 carbonos a menos -cetoacil-CoA 2 trans - enoil-CoA 3-hidroxiacil-CoA
  • 17. 4 Reações que ocorrem na - oxidação 2 a) Oxidação da Acil- CoA a trans - enoil-CoA. b) Hidratação da dupla ligação formando um 3-hidroxiacil-CoA. c) Oxidação do grupo hidroxila a carbonila, resultando um -cetoacil-CoA e NADH. d) Cisão da -cetoacil-CoA por reação com uma molécula de CoA, com formação de acetil-CoA e uma acil-CoA com 2 carbonos a menos. menos Esta acil-CoA refaz o ciclo várias vezes até ser totalmente convertida em acetil-CoA.
  • 18. A oxidação completa de um ácido graxo necessita da participação do ciclo de Lynen ( - oxidação) e ciclo de Krebs Ác. Graxo Acetil-CoA ATP + CO2 + H2O
  • 19. causadas pela deficiência na oxidação de ac. graxos Anormalidades no metabolismo de lipídeos conduzem a vários tipos de hipolipoproteinemia ou hiperlipoproteinemia. Doença jamaicana vomitiva Doença de Refsum Deficiência hepática de carnitina palmitoiltransferase Deficiência muscular de carnitina palmitioiltransferase Obesidade
  • 20. Doença jamaicana vomitiva – é causada por ingestão de frutas verdes de algumas árvores tropicais de América Central, da família das Saporaceas. Os frutos verdes dessas árvores contêm hipoglicina, substância que inativa a acil-CoA desidrogenase, inibindo assim a - oxidação e causando hipoglicemia. Doença de Refsum – uma rara doença genética. É causada pelo acúmulo de ácido fitânico. O ácido fitânico, por sua vez, bloqueia o ciclo da - oxidação. Deficiência muscular de carnitina palmitioiltransferase - conduz a oxidação deficiente de ácidos graxos, causando fraqueza muscular.
  • 21. Deficiência hepática de carnitina palmitoiltransferase – produz hipoglicemia e baixo nível plasmático de corpos cetônicos*. O ácido acetoacético, acido -hidroxibutírico e acetona são comumente conhecidos como corpos cetônicos. Em pacientes diabéticos, ou em outra situação na qual o metabolismo de carboidratos vê-se restringido, nosso corpo usa oxaloacetato disponível para produzir glicose para o cérebro e os músculos. Isso reduz a quantidade de oxaloacetato disponível para o ciclo de Krebs, e a acetil-CoA é transformada para acetoacetil-CoA, a qual é convertida para ácido acetoacético no fígado pela enzima deacilase. O ácido acetoacético pode ser transformado em acetona e ácido -hidroxibutírico. Eles são transportados pelo sangue para os músculos e tecidos, onde são convertidos novamente para acetil-CoA e então oxidados normalmente. Contudo em pacientes com diabetes a produção desses corpos cetônicos pelo fígado ultrapassa a capacidade dos músculos e tecidos de promover sua oxidação, e eles se acumulam no sangue.
  • 22. Obesidade – a gordura em excesso a requerida para o processo oxidativo normal do nosso corpo é armazenada na forma de tecido adiposo. A maioria das pessoas apresentam tendência ao excesso de peso a medida que envelhecem, pois necessitam menor quantidade de alimento para manter-se e exercitam-se menos que as pessoas mais jovens. Em geral, a obesidade leva a uma menor expectativa de vida. Uma pessoa com excesso de peso corre riscos acima do normal de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes ou doenças hepáticas. A acumulação excessiva de triglicerídeos no fígado conduz a cirrose e a função hepática deficiente. Tal acumulo tanto pode ser causado por níveis plasmáticos elevados de ácidos graxos livres como pelo bloqueio de lipoproteínas plasmáticas a partir de ácidos graxos livres.