O documento discute adaptações curriculares para atender alunos com necessidades educacionais especiais. Ele descreve adaptações não significativas e significativas, incluindo adaptações organizacionais, objetivos, conteúdos, procedimentos, avaliação e temporalidade. O documento também fornece um exemplo de adaptação de pequeno porte realizada para atender as necessidades de um aluno.
2. FLEXIBILIZAÇÕES
CURRICULARES
• ADAPTAÇÕES NÃO SIGNIFICATIVAS
DO CURRÍCULO
E
• ADAPTAÇÕES CURRICULARES
SIGNIFICATIVAS
3. ADAPTAÇÕES NÃO SIGNIFICATIVAS DO
CURRÍCULO
As adaptações não significativas do currículo de acordo
com os Parâmetros Curriculares Nacionais –
Adaptações Curriculares (1999, p.35-37), dividem-se
em:
• Adaptações Organizativas.
• Adaptações Relativas aos Objetivos e Conteúdos.
• Adaptações nos procedimentos.
• Metodologia e didática.
• Adaptações na temporalidade.
• Adaptações avaliativas.
4. ADAPTAÇÕES ORGANIZATIVAS
Estão direcionadas ao tipo de:
• agrupamento de alunos/as para a realização das
atividades de ensino/aprendizagem; e
• à organização didática da aula e dos períodos definidos
para o desenvolvimento das atividades previstas.
5. ADAPTAÇÕES RELATIVAS AOS OBJETIVOS E
CONTEÚDOS
– Priorização de áreas ou unidades de conteúdos que
garantam funcionalidade para aprendizagens
posteriores.
– Priorização de objetivos que enfatizem capacidades
básicas de atenção, participação e adaptabilidade do/a
aluno/a.
– Sequenciação pormenorizada de conteúdos que
requeiram processos gradativos da menor à maior
complexidade das tarefas.
– Reforço da aprendizagem e a retomada de
determinados conteúdos.
– Eliminação de conteúdos menos relevantes,
secundários para dar enfoque mais intensivo a
conteúdos considerados básicos para o currículo.
6. ADAPTAÇÕES AVALIATIVAS
Tratam da seleção das técnicas e instrumentos
utilizados para avaliar o/a aluno/a, propondo
modificações sensíveis na forma de apresentação das
técnicas e dos instrumentos de avaliação.
7. ADAPTAÇÕES NOS PROCEDIMENTOS
Adaptações nos procedimentos didáticos e nas atividades:
– Alteração nos métodos definidos para o ensino dos conteúdos
curriculares.
– Seleção de um método mais acessível para o/a aluno/a.
– Introdução de atividades complementares que requeiram
habilidades diferentes ou a fixação e consolidação de
conhecimentos já ministrados.
– Introdução de atividades prévias, que preparam o/a aluno/a
para novas aprendizagens.
– Introdução de atividades alternativas além das planejadas
para a turma, enquanto os demais colegas realizam outras
atividades.
– Alteração do nível de abstração de uma atividade oferecendo
recursos de apoio.
8. ADAPTAÇÕES NA TEMPORALIDADE
Abordam a alteração no tempo previsto para a
realização das atividades ou conteúdos, e no período
para alcançar determinados objetivos.”
9. Procedimentos
- Alteração do nível de complexidade das atividades,
eliminando partes de seus componentes, explicitando a
tarefa, facilitando planos de ação, ou seja, oferecendo
apoio, especificando passo a passo a sua realização.
- Alteração na seleção e adaptação de materiais.
10. ADAPTAÇÃO SIGNIFICATIVA DOS OBJETIVOS
As adaptações curriculares significativas de acordo com os
Parâmetros Curriculares Nacionais – Adaptações
Curriculares (1999, p.38-40), sugere decisões que
modificam significativamente o planejamento quanto aos
objetivos definidos, havendo a eliminação de objetivos
básicos, introdução de objetivos específicos,
complementares e/ou alternativos.
11. Adaptação Significativa dos
Conteúdos
Incide sobre conteúdos básicos e essenciais do currículo e
requer uma avaliação criteriosa para ser adotada, pois
diz respeito a introdução de conteúdos específicos,
complementares ou alternativos, e a eliminação de
conteúdos que, embora essenciais no currículo, sejam
inviáveis de aquisição por parte do/da aluno/a.
12. Metodologia e Didática
Adaptação significativa da metodologia e organização
didática é considerada significativa quando implica em
uma modificação expressiva no planejamento e na
atuação do/da docente, pois se refere a introdução de
métodos muito específicos para atender às
necessidades particulares do/da aluno/a que geralmente
é orientado/a por professor/a especializado/a. Também
diz respeito a alterações nos procedimentos didáticos
usualmente adotados pelo/a professor/a e a organização
significativamente diferenciada da sala de aula para
atender às necessidades específicas do/da aluno/a.
13. Adaptação Significativa na Avaliação
Está vinculada às alterações nos objetivos ou conteúdos
que foram acrescidos ou eliminados, havendo
introdução de critérios específicos de avaliação,
eliminação de critérios gerais de avaliação, adaptações
de critérios regulares de avaliação e modificação dos
critérios de promoção, evitando “cobranças” de
conteúdos e habilidades que possam estar além de suas
atuais possibilidades de aprendizagem e aquisição.
14. Adaptação Significativa na Temporalidade
Refere-se ao ajuste temporal possível para que o/a aluno/a
adquira conhecimentos e habilidades que estão ao seu
alcance, mas que dependem do ritmo próprio ou do
desenvolvimento de um repertório anterior que seja
indispensável para novas aprendizagens.
Pode haver o prolongamento de um ano ou mais de
permanência do/a aluno/a na mesma série ou ciclo
(retenção), não caracterizando reprovação, mas
parcelamento e sequenciação de objetivos e
conteúdos.”
15. É preciso entender que as transformações que irão
surgir a partir das Adaptações Curriculares, não serão
sentidas apenas pelo/a professor/a e pelo/a aluno/a,
mas precisará do envolvimento de toda a instituição
escolar.
Para tanto foram adotadas algumas medidas que
facilitarão essa participação.
17. As Adaptações Curriculares poderão apoiar e atender
os/as alunos/as com necessidades educacionais especiais,
realizando interferências e/ou modificações nas práticas
pedagógicas, contribuindo para o desenvolvimento das
potencialidades dos/das educandos/as.
São divididas em Adaptações de Pequeno Porte ou Não
Significativas, nas quais o/a professor/a é responsável por
sua implementação nas atividades diárias; e em
Adaptações de Grande Porte ou Significativas, que
envolvem decisões de responsabilidade dos órgãos
político-administrativo-superiores, como também o
desenvolvimento de intervenções metodológicas mais
amplas que irão garantir a inclusão do/da
aluno/a com necessidades educacionais especiais no
espaço escolar.
18. Adaptações Curriculares de Pequeno Porte ou Não
Significativas
Envolvem pequenas modificações e/ou ações que
serão planejadas e organizadas pelo/a professor/a para
serem executadas na sala de aula. São referentes aos
seguintes pontos, de acordo com o PCN (1999, p.35):
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000449.
pdf
19. Adaptações Curriculares de Grande Porte ou
Significativas
Implicam ações de ordem política, financeira e
administrativa, cujos atos são de
competência dos gestores superiores da educação
pública, que vão além do espaço de ação peculiar do/a
professor/a. Segundo o PCN (1999, p.38), também são
direcionadas aos: Objetivos; Conteúdos; Metodologia e
Organização Didática; Avaliação e Temporalidade.
Para acessar ao documento em sua integra, vá para:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000448.pdf
20. Vejamos a seguir um exemplo de adaptação de pequeno
porte realizada
inicialmente por um professor e que fez com que os
demais professores e estudantes de uma instituição
escolar também participassem para atender a
necessidade de um aluno:
21. Flexibilização de Pequeno Porte
João é um aluno de 21 anos de idade, com Síndrome de
Down e que cursa o 9º ano do ensino fundamental da
rede municipal, no turno vespertino. Seu maior
comprometimento reside na área da linguagem escrita.
Possui uma ótima linguagem receptiva, ou seja,
compreende tudo que lhe é solicitado pelo professor,
como também em outras situações do cotidiano. É
comunicativo, brincalhão, torce e conversa com seus
colegas sobre seu time.
22. Porém, mediante atividades escritas, principalmente
avaliativas, apresenta dificuldade em expressar seus
conhecimentos, pois escreve com dificuldade, de
maneira lenta, omitindo letras e muitas vezes sua grafia
é incompreensível. Assim, o seu tempo de resolução ou
respostas às atividades solicitadas é imprevisto.
23. Após diversas observações do professor de Língua
Portuguesa, juntamente com a equipe pedagógica, as
avaliações de João passaram também a ser feitas
oralmente, sem desestimulá-lo às respostas escritas.
Houve então empenho dos demais professores
para colaborar nessa tarefa, de modo que cada um
dentro de sua disciplina também começou a incentivá-lo
a realizar atividades orais.
24. Começaram, a seu modo, a buscar alternativas viáveis
de atendimento às necessidades de João. Seus colegas
de sala também foram convocados e o ajudavam,
realizando um trabalho colaborativo, deixando-o à
vontade para a apresentação oral dos trabalhos. Dessa
forma, João conseguiu, dentro de suas possibilidades,
realizar as tarefas e participar das aulas.
25. É imprescindível no processo inclusivo a interação de
todos os que fazem parte da comunidade escolar.
Vejam que mesmo os professores que não sentiam
necessidade de adaptação em suas aulas o fizeram.
Os/As alunos/as também colaboraram do seu jeito.
26. A partir do respeito aos limites do/da aluno/a e das
possibilidades que poderão surgir, a transformação do
contexto escolar ocorre de forma global e ampla, de
forma que a busca por soluções é compartilhada. As
informações e a construção do conhecimento serão
relevantes para o desenvolvimento de todos que fazem
parte da instituição escolar, tanto do corpo docente
como do corpo discente, exercitando através de
pequenas atividades a estruturação de uma sociedade
com mais respeito ao próximo, justa e solidária.