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Comida jogada fora  O país de 46 milhões de famintos perde cerca de 35% de todas as frutas e verduras que produz. Estudos da Embrapa mostram que o custo do alimento não aproveitado é alto. Maria Clarice Dias, Correio Brasiliense, 31 de agosto, 2003
Os índices de desperdício de alimentos no Brasil, um país com  46 milhões de famintos , batem recordes mundiais. Estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Centro de Agroindústria de Alimentos mostra que o brasileiro joga fora mais do que aquilo que come. Em hortaliças, por exemplo, o total anual de desperdício é de 37 quilos por habitante. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, nas dez maiores capitais do Brasil, o cidadão consome 35 quilos de alimentos ao ano — dois a menos do que o total que joga no lixo.
‘‘ Num país com tantos famintos como é o Brasil, esse desperdício é inadmissível’’ , avalia o químico industrial e responsável pela pesquisa, Antônio Gomes.  O trabalho de Gomes e outros estudos brasileiros evidenciam que a média de  desperdício de alimentos  no Brasil está entre  30% e 40%.  Nos Estados Unidos, esse índice não chega a 10%. Não há estudos conclusivos que determinem o desperdício nas casas e nos restaurantes, mas estima-se que a perda no setor de refeições coletivas chegue a 15% e, nas nossas cozinhas, a 20%. A perda de alimentos, na maioria das vezes, ocorre por despreparo das pessoas do ramo da agroindústria e dos consumidores. Na hora da colheita, a uva é arremessada lá do alto da parreira para o chão, sem amortecedor. No transporte, as bananas vêm amassadas pelas caixas de madeira empilhadas umas sobre as outras. Nos centros atacadistas, os abacaxis que vieram amontoados nos caminhões continuam amassados no balcões de venda.
Nos mercados, os consumidores (em especial as mulheres) amassam a cebola com as mãos, enfiam a unha no chuchu e quebram a ponta da vagem para checar se o produto tem qualidade. Se o alimento não agradar à exigente compradora, o destino da cebola, do chuchu ou da vagem é o lixo. Ninguém vai querer uma comida amassada ou quebrada. Do total de desperdício no país, 10% ocorrem durante a colheita; 50% no manuseio e transporte dos alimentos; 30% nas centrais de abastecimento; e os últimos  10% ficam diluídos entre supermercados e consumidores. Há cálculos que escancaram o prejuízo social do descuido com a comida. Em 2002, por exemplo, a safra de hortaliças foi de 15,743 milhões de toneladas, que valem em torno de US$ 2.564 milhões. Considerando a perda média de 35% desses alimentos, estima-se que mais de 5,5 milhões de toneladas deixaram de alimentar os brasileiros. Para a sociedade, um  prejuízo de US$ 887 milhões . Esse desperdício ajudaria a matar a fome de 53 milhões de pessoas no Brasil.
PERDA MAIOR Quem paga a conta do desperdício é o consumidor . Um grupo de pesquisadores da Embrapa Hortaliças, com sede no Distrito Federal, dedicou-se a colocar na ponta do lápis o valor do desperdício que é repassado do vendedor de varejo ao comprador final. Os técnicos fizeram visitas semanais a quatro supermercados da mesma rede varejista do DF durante o ano de 1999 e estudaram o repasse no preço final do tomate, do pimentão e da cenoura. Os resultados estão prontos para serem publicados na revista Ciência e Tecnologia, da Embrapa. O caso do tomate é o mais grave. A perda média do fruto, conforme o levantamento da Embrapa Hortaliças, foi de 30%. Durante o ano da pesquisa,  o fornecedor recebeu o tomate por R$ 0,94 o quilo; os consumidores pagaram R$ 1,50.  O vendedor, além do lucro e dos custos de produção, cobrou cerca de R$ 0,28 por quilo ao comprador para compensar a perda com os alimentos que ele não conseguiu vender porque ficaram estragados desde a colheita. As médias de repasse para o pimentão e cenoura foram de 40% e 21%, respectivamente.
O QUE SE DESPERDIÇA FRUTAS E FRUTOS    Banana 40%   / Morango 40%   / Melancia 30%   / Abacate 26%   / Manga 25%   / Laranja 22% /  Mamão 21%   / Abacaxi 20%    Hortaliças   Couve-flor 50%   / Alface 45% /Repolho 35%    Fonte: Centro de Agroindústria de Alimentos da Embrapa
Descuido nos centros de venda O dia mal amanheceu e o chão já está sujo . É alto o risco de tropeçar em restos de comida no Centro Estadual de Abastecimento do Distrito Federal, a Ceasa. A partir das 4h30, produtores de frutas e hortaliças dividem o espaço de distribuição de alimentos para pôr seus produtos à venda. Em menos de duas horas, o chão da Ceasa está colorido de tomates amassados, laranjas caídas, folhas de couve-flor espalhadas por todo o centro.  O descuido na hora de manusear os alimentos é explícito.  Segundo pesquisa do Centro de Agroindústria de Alimentos da Embrapa, 30% de todo o desperdício de comida no país ocorre nesses espaços de vendas no atacado.  São centenas de caminhões carregados de alimentos. Em um deles, dois funcionários sobem e pisam nos sacos de batatas para esvaziar a carroceria. Mal se percebe que aquele alimento corre sérios riscos de ficar amassado por causa do jeito grosseiro de tratá-lo. Nos galpões de venda livre — são três —, a couve-flor é espalhada pelo chão para ser vendida. Parece lixo despejado, mas é comida e, segundo os vendedores, não há outra alternativa para expô-la. A média de desperdício da couve-flor, segundo o levantamento da Embrapa, é de 50%. O mais alto entre as hortaliças. Vendo-se a maneira como são jogadas pelo chão, o motivo é claríssimo.
DOAÇÃO Diariamente, o produtor Luiz Kitahara, 58 anos, vende verduras e sofre com as folhas que vão ficando ao léu porque sabe que não conseguirá mais vendê-las. Ao fim da manhã, a parte de baixo do balcão de Kitahara está cheia de restos de alface, couve, agrião, cheiro-verde.  ‘‘É triste ver ir para o lixo aquilo que eu plantei’ ’, diz. O diretor de abastecimento da secretaria de Agricultura do DF, José Henrique Máximo, conta que, mesmo com os problemas visíveis, o índice de perdas de alimentos na Ceasa caiu muito. Existem no centro dois programas criados para evitar que frutas e verduras acabem no lixo:  Desperdício Zero e Minha Sopa . No primeiro, funcionários da Ceasa recolhem os alimentos não vendidos e os separam para doação a entidades cadastradas. No Minha Sopa, os alimentos que não têm como ser doados, por terem partes muito danificadas, servem para fazer comida já pronta.  ‘‘Orientamos sempre os produtores a nunca jogar comida fora, qualquer que seja, porque vamos aproveitá-la de alguma maneira’’,  conta.
Os produtores até se lembram de não jogar no lixo o que não vendem, mas se esquecem de cuidar dos alimentos para que eles sejam mais bem aproveitados no comércio. As bananas chegam empilhadas em caixas de madeira. Vêm verdes, com a casca ainda dura, porém frágeis diante da agressão do transporte e manuseio. As caixas retangulares quase nunca conseguem deixar os frutos intactos. Elas amassam os que estão em cima. Arranham e mancham os guardados nos cantos. E o consumidor, lá no mercado, olhará a banana manchada e machucada e a deixará na gôndola, esperando a hora de ir para o lixo. (MCD)  
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Comida jogada fora

  • 1. Comida jogada fora O país de 46 milhões de famintos perde cerca de 35% de todas as frutas e verduras que produz. Estudos da Embrapa mostram que o custo do alimento não aproveitado é alto. Maria Clarice Dias, Correio Brasiliense, 31 de agosto, 2003
  • 2. Os índices de desperdício de alimentos no Brasil, um país com 46 milhões de famintos , batem recordes mundiais. Estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Centro de Agroindústria de Alimentos mostra que o brasileiro joga fora mais do que aquilo que come. Em hortaliças, por exemplo, o total anual de desperdício é de 37 quilos por habitante. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, nas dez maiores capitais do Brasil, o cidadão consome 35 quilos de alimentos ao ano — dois a menos do que o total que joga no lixo.
  • 3. ‘‘ Num país com tantos famintos como é o Brasil, esse desperdício é inadmissível’’ , avalia o químico industrial e responsável pela pesquisa, Antônio Gomes. O trabalho de Gomes e outros estudos brasileiros evidenciam que a média de desperdício de alimentos no Brasil está entre 30% e 40%. Nos Estados Unidos, esse índice não chega a 10%. Não há estudos conclusivos que determinem o desperdício nas casas e nos restaurantes, mas estima-se que a perda no setor de refeições coletivas chegue a 15% e, nas nossas cozinhas, a 20%. A perda de alimentos, na maioria das vezes, ocorre por despreparo das pessoas do ramo da agroindústria e dos consumidores. Na hora da colheita, a uva é arremessada lá do alto da parreira para o chão, sem amortecedor. No transporte, as bananas vêm amassadas pelas caixas de madeira empilhadas umas sobre as outras. Nos centros atacadistas, os abacaxis que vieram amontoados nos caminhões continuam amassados no balcões de venda.
  • 4. Nos mercados, os consumidores (em especial as mulheres) amassam a cebola com as mãos, enfiam a unha no chuchu e quebram a ponta da vagem para checar se o produto tem qualidade. Se o alimento não agradar à exigente compradora, o destino da cebola, do chuchu ou da vagem é o lixo. Ninguém vai querer uma comida amassada ou quebrada. Do total de desperdício no país, 10% ocorrem durante a colheita; 50% no manuseio e transporte dos alimentos; 30% nas centrais de abastecimento; e os últimos 10% ficam diluídos entre supermercados e consumidores. Há cálculos que escancaram o prejuízo social do descuido com a comida. Em 2002, por exemplo, a safra de hortaliças foi de 15,743 milhões de toneladas, que valem em torno de US$ 2.564 milhões. Considerando a perda média de 35% desses alimentos, estima-se que mais de 5,5 milhões de toneladas deixaram de alimentar os brasileiros. Para a sociedade, um prejuízo de US$ 887 milhões . Esse desperdício ajudaria a matar a fome de 53 milhões de pessoas no Brasil.
  • 5. PERDA MAIOR Quem paga a conta do desperdício é o consumidor . Um grupo de pesquisadores da Embrapa Hortaliças, com sede no Distrito Federal, dedicou-se a colocar na ponta do lápis o valor do desperdício que é repassado do vendedor de varejo ao comprador final. Os técnicos fizeram visitas semanais a quatro supermercados da mesma rede varejista do DF durante o ano de 1999 e estudaram o repasse no preço final do tomate, do pimentão e da cenoura. Os resultados estão prontos para serem publicados na revista Ciência e Tecnologia, da Embrapa. O caso do tomate é o mais grave. A perda média do fruto, conforme o levantamento da Embrapa Hortaliças, foi de 30%. Durante o ano da pesquisa, o fornecedor recebeu o tomate por R$ 0,94 o quilo; os consumidores pagaram R$ 1,50. O vendedor, além do lucro e dos custos de produção, cobrou cerca de R$ 0,28 por quilo ao comprador para compensar a perda com os alimentos que ele não conseguiu vender porque ficaram estragados desde a colheita. As médias de repasse para o pimentão e cenoura foram de 40% e 21%, respectivamente.
  • 6. O QUE SE DESPERDIÇA FRUTAS E FRUTOS  Banana 40%  / Morango 40%  / Melancia 30%  / Abacate 26%  / Manga 25%  / Laranja 22% / Mamão 21%  / Abacaxi 20%  Hortaliças Couve-flor 50%  / Alface 45% /Repolho 35%  Fonte: Centro de Agroindústria de Alimentos da Embrapa
  • 7. Descuido nos centros de venda O dia mal amanheceu e o chão já está sujo . É alto o risco de tropeçar em restos de comida no Centro Estadual de Abastecimento do Distrito Federal, a Ceasa. A partir das 4h30, produtores de frutas e hortaliças dividem o espaço de distribuição de alimentos para pôr seus produtos à venda. Em menos de duas horas, o chão da Ceasa está colorido de tomates amassados, laranjas caídas, folhas de couve-flor espalhadas por todo o centro. O descuido na hora de manusear os alimentos é explícito. Segundo pesquisa do Centro de Agroindústria de Alimentos da Embrapa, 30% de todo o desperdício de comida no país ocorre nesses espaços de vendas no atacado. São centenas de caminhões carregados de alimentos. Em um deles, dois funcionários sobem e pisam nos sacos de batatas para esvaziar a carroceria. Mal se percebe que aquele alimento corre sérios riscos de ficar amassado por causa do jeito grosseiro de tratá-lo. Nos galpões de venda livre — são três —, a couve-flor é espalhada pelo chão para ser vendida. Parece lixo despejado, mas é comida e, segundo os vendedores, não há outra alternativa para expô-la. A média de desperdício da couve-flor, segundo o levantamento da Embrapa, é de 50%. O mais alto entre as hortaliças. Vendo-se a maneira como são jogadas pelo chão, o motivo é claríssimo.
  • 8. DOAÇÃO Diariamente, o produtor Luiz Kitahara, 58 anos, vende verduras e sofre com as folhas que vão ficando ao léu porque sabe que não conseguirá mais vendê-las. Ao fim da manhã, a parte de baixo do balcão de Kitahara está cheia de restos de alface, couve, agrião, cheiro-verde. ‘‘É triste ver ir para o lixo aquilo que eu plantei’ ’, diz. O diretor de abastecimento da secretaria de Agricultura do DF, José Henrique Máximo, conta que, mesmo com os problemas visíveis, o índice de perdas de alimentos na Ceasa caiu muito. Existem no centro dois programas criados para evitar que frutas e verduras acabem no lixo: Desperdício Zero e Minha Sopa . No primeiro, funcionários da Ceasa recolhem os alimentos não vendidos e os separam para doação a entidades cadastradas. No Minha Sopa, os alimentos que não têm como ser doados, por terem partes muito danificadas, servem para fazer comida já pronta. ‘‘Orientamos sempre os produtores a nunca jogar comida fora, qualquer que seja, porque vamos aproveitá-la de alguma maneira’’, conta.
  • 9. Os produtores até se lembram de não jogar no lixo o que não vendem, mas se esquecem de cuidar dos alimentos para que eles sejam mais bem aproveitados no comércio. As bananas chegam empilhadas em caixas de madeira. Vêm verdes, com a casca ainda dura, porém frágeis diante da agressão do transporte e manuseio. As caixas retangulares quase nunca conseguem deixar os frutos intactos. Elas amassam os que estão em cima. Arranham e mancham os guardados nos cantos. E o consumidor, lá no mercado, olhará a banana manchada e machucada e a deixará na gôndola, esperando a hora de ir para o lixo. (MCD)  
  • 10.