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GESTÃO DA INOVAÇÃO




sexta-feira, 9 de novembro de 12
1. BRIEFING
                                             2. METODOLOGIA
                                             3. PÚBLICO
                                   SUMÁRIO   4. DESIGN UNIVERSAL
                                             5. CONSULTORIA
                                             6. CONCLUSÃO




sexta-feira, 9 de novembro de 12
1. BRIEFING




sexta-feira, 9 de novembro de 12
1. BRIEFING

                                   MABE + IED   Existe hoje uma escassez de produtos que atendam a
                                                certas necessidades especiais de um público que possui
                                                pequenas ou grandes limitações físicas.

                                                O setor de eletrodomésticos se mostra carente de recursos
                                                que possam surprir tal demanda, uma vez que estes
                                                consumidores, formados em sua maioria por idosos e
                                                deficiente físicos, têm bastante dificuldade de manusear
                                                tais aparelhos.

                                                Preocupado com esta insuficiência, o grupo Mabe
                                                procurou o Instituto Europeo di Design (IED) para criar uma
                                                parceria buscando pesquisar oportunidades e criar
                                                soluções inovadoras que possam reparar tal negligência e
                                                descaso do mercado em atender esta fração de
                                                consumidores.

                                                Estas respostas devem ainda assegurar a viabilidade do
                                                negócio e tornar a produção possível dentro de uma
                                                realidade tangível.




sexta-feira, 9 de novembro de 12
2. METODOLOGIA




sexta-feira, 9 de novembro de 12
2. METODOLOGIA


                                   IMERSÃO NA MARCA   Foi feita uma visita no show room da MABE onde pode ser
                                                      feita uma análise dos diversos produtos das 3 marcas (GE,
                                                      Continental e Dako) que constituem o grupo. Procurou-se
                                                      também visitar lojas e websites para averiguar maior
                                                      diversidade de produtos e recursos.


                                     BENCHMARKING     Outros grupos foram investigados afim de se certificar das
                                                      soluções existentes, dificultando cruzar caminhos ja
                                                      percorridos por outras marcas, garantindo assim o
                                                      potencial inovador das ideias que surgirão.


                                    COLETA DE DADOS   Algumas outras informações tiveram que ser pesquisadas
                                                      para dar suporte ao trabalho e fortalecer a defesa das
                                                      oportunidades levantadas no processo.


                                        ETNOGRAFIA    Enfim, visitou-se 1 Associação e 2 casas onde pudemos
                                                      entrar em contato com o público para observar, entrevistar e
                                                      entender suas relações com os produtos, coletando o
                                                      máximo de informações possível.




sexta-feira, 9 de novembro de 12
sexta-feira, 9 de novembro de 12
3. PÚBLICO




sexta-feira, 9 de novembro de 12
3. PÚBLICO


                                   POPULAÇÃO BRASILEIRA

                                        190MI



                                                          Cálculos apontam para a existência de 1,1 milhões
                                                          de cegos no Brasil (0,6% da população estimada) e
                                                          cerca de 4milhões de deficientes visuais sérios.

                                                          fonte: Conselho Brasileiro de Oftalmologia - 2009
                                      1,1MI (0,6%)




sexta-feira, 9 de novembro de 12
3. PÚBLICO


                                      Por questões sociais conhecidas, a cegueira na população
                                          brasileira distribui-se da seguinte forma estatística:




                                       765mil                 414mil                   48mil



                                                             Regiões de              Regiões de
                                      Regiões de
                                                              razoavel              boa economia
                                   pobre economia
                                                             economia e              e com bons
                                     e com pobres
                                                             com pobres              serviços de
                                   serviços de saúde
                                                             serviços de                saúde
                                                                saúde




sexta-feira, 9 de novembro de 12
3. PÚBLICO: ETNOGRAFIA




sexta-feira, 9 de novembro de 12
3. PÚBLICO: ETNOGRAFIA

                                   MARKIANO CHARAN FILHO
                                   Diretor Presidente da ADEVA


                                   Atentou para o fato de que o avanço tecnológico tem sido
                                   inimigo dos cegos quando deveria ajudar. Os painéis
                                   digitais foram feitos sem qualquer preocupação para este
                                   público, pois não têm quaisquer feedback, tanto tátil
                                   quanto auditivo.

                                   - Dificuldade no uso do micro-ondas, pois o painel é
                                   plano, não tem como identificar os botões.

                                   - Dificuldade para regular o termostato do refrigerador.

                                   - Procura manter as coisas sempre no mesmo lugar, de
                                   preferência com tampa.

                                   - No freezer, é difícil diferenciar os produtos congelados.

                                   - Não cozinha, mora com a mãe




sexta-feira, 9 de novembro de 12
3. PÚBLICO: ETNOGRAFIA

                                   DONA LIZETE
                                   80 anos, dona de casa
                                   Perdeu a visão aos 40 anos


                                   Ativa na cozinha, hoje possui empregada que lhe ajuda
                                   diariamente, mas ainda cozinha ou assistencia boa parte da
                                   comida feita em casa. Suas maiores dificuldades são
                                   paineis digitais, com destaque para o micro-ondas.

                                   Conta da dificuldade de um painel com superfície lisa, sem
                                   qualquer relevo, pois não consegue se orientar.é
                                   necessário feedbacks que ajudem no manuseio. No fogão
                                   as válvulas giratótias ajudam, porém sem marcações para
                                   identificar os índices de temperatura, continuar
                                   desorientada.

                                   Levantou a questão da limpeza, os cegos têm grande
                                   dificuldade de identificar alguns tipos de sujeiras quando
                                   estas não possuiem odores ou tem pouca textura.

                                   Quando vai à loja comprar um produto novo, testa todos e
                                   escolhe o que melhor se adaptar. Porém tem sua marca
                                   predileta.

sexta-feira, 9 de novembro de 12
3. PÚBLICO: ETNOGRAFIA
                                   - No fogão, primeiro procura onde está a trempe, põe a mão
                                   na boca, coloca a panela e acende o fogo.

                                   - Para facilitar, usa sempre as bocas da frente.

                                   - Os botões tem formato que ajudam a saber a temperatura.

                                   - Marca o tempo no relógio de pulso, que fala as horas.

                                   - Sabe que o forno está aceso pelo calor, mas não sabe qual
                                   temperatura está usando.

                                   - No micro-ondas, com botões planos, aperta qualquer um
                                   para ligar, abre a porta para desligar. Para saber se está quente,
                                   abre e experimenta, sente a temperatura.

                                   - No refrigerador, não saber regular a temperatura.

                                   - No freezer, não sabe o que está congelado. Procura lembrar
                                   a embalagem.

                                   - Na máquina de lavar, vai girando o botão e através do som,
                                   reconhece se está enchendo, batendo ou centrifugando.


sexta-feira, 9 de novembro de 12
3. PÚBLICO: ETNOGRAFIA




sexta-feira, 9 de novembro de 12
3. PÚBLICO: ETNOGRAFIA

                                   ZILDA E JOSÉ BISPO
                                   Ela, 45 anos, cega desde os 13
                                   Ele, 59 anos, cego desde os 16

                                   Casados, ambos trabalham em hospitais com radiologia.

                                   Completamente independentes, moram sozinhos e tem
                                   uma empregada que vai 3 vezes na semana para auxiliar na
                                   limpeza da casa.

                                   Dependem dos sons para se orientarem e o silêncio torna-
                                   se importante para que não percam seus referênciais.

                                   Como todos os relatos, condemam o uso inconsequente
                                   da tecnologia e se sentem prejudicados pela digitalização
                                   dos eletrodomésticos.

                                   Utilizam vários recursos para adaptar os produtos à suas
                                   necessidades e sentem-se frustrados com tal descaso. Na
                                   loja a decisão de compra está na facilidade de operação
                                   que o produto oferece. A marca fica em segundo plano.




sexta-feira, 9 de novembro de 12
3. PÚBLICO: ETNOGRAFIA

                                   FOGÃO

                                   - Zilda fez um bolo, provando que não tem dificuldade de adaptação.

                                   - O fogão tem acendimento automático.

                                   - A localização da trempe inicialmente é pelo tato. Quando está
                                   quente, localiza pelo calor.

                                   - Usa o som do gás como indicativo de funcionamento.

                                   REFRIGERADOR

                                   - Dificuldade para regular a temperatura.

                                   - Tudo está sempre no mesmo lugar e organiza os alimentos em potes.

                                   MICRO-ONDAS E MÁQUINA DE LAVAR ROUPAS

                                   - Modelo analógico que gira, mais fácil de operar

                                   - Paineis lisos ou touchscreen tornam os produtos quase impossíveis
                                   de serem usados.


sexta-feira, 9 de novembro de 12
3. PÚBLICO: ETNOGRAFIA




sexta-feira, 9 de novembro de 12
4. DESIGN UNIVERSAL




sexta-feira, 9 de novembro de 12
4. DESIGN UNIVERSAL




                       Design Universal se trata do design de produtos e ambientes usáveis por todas as pessoas,
                         na maior extensão possível, sem necessidade de adaptação ou projeto especializado.



sexta-feira, 9 de novembro de 12
4. DESIGN UNIVERSAL: PRINCÍPIOS




                                       USO IGUALITÁRIO
                                   1   O design é útil e vendável para pessoas com diversas habilidades;



                                       FLEXIBILIDADE DE USO
                                   2   O design acomoda uma grande extensão de rpeferências e
                                       habilidades individuais;


                                       USO SIMPLES E INTUITIVO
                                   3   Design de fácil compreensão, independente da experiência,
                                       conhecimento, idioma ou nível de educação do usuário;




sexta-feira, 9 de novembro de 12
4. DESIGN UNIVERSAL: PRINCÍPIOS


                                       INFORMAÇÃO PERCEPTÍVEL
                                   4   O design comunica a informação necessária de maneira efetiva
                                       ao usuário, independente de condições ambientais ou habilidades
                                       sensoriais do usuário;


                                       TOLERÂNCIA A ERRO
                                   5   O design minimiza perigo e consequências adversas de ações
                                       acidentais ou não-intencionais;


                                       BAIXO ESFORÇO FÍSICO
                                   6   O design pode ser usado de maneira eficiente e confortável com
                                       o mínimo de esforço;


                                       TAMANHO E ESPAÇO PARA ACESSO E USO
                                   7   Tamanho e espaço apropriados são providos para dar acesso,
                                       alcance, possibilidades de manipulação e uso, independente de
                                       tamanho, postura ou nível de mobilidade do usuário;




sexta-feira, 9 de novembro de 12
5. CONSULTORIA




sexta-feira, 9 de novembro de 12
5. CONSULTORIA


             Na fase de etnografia percebemos que os deficientes           Baseando-se na filosofia do DESIGN UNIVERSAL, o
             visuais possuem um nível elevado de independência. Suas     grupo optou por trabalhar soluções inclusivas, melhorias
             limitações são dribladas por outros recursos que utilizam   de acessibilidade que facilitem o manuseio dos produtos
             para adaptar os produtos às suas necessidades.              não só dos cegos, mas também do público idoso,
                                                                         pessoas com baixa visão e não-alfabetizados.
             Possuem um círculo grande de amizade e a propaganda
             boca a boca sobre produtos tem grande poder. A decisão      O caminho escolhido opta por resoluções de baixo custo
             da compra está na facilidade de operação que o produto      que possibilitam uma implementação imediata e atingir
             oferece. O preço e a marca ficam em segundo plano.           uma parcela relativamente grande de consumidores.
                                                                         Uma vez que as medidas não terão um impacto grande
             Embora a escolha dependa da facilidade do uso e a           na produção, provavelmente não influenciará no preço,
             capacidade de adaptação seja grande, o nível de             tornando o consumo viável.
             insatisfação e frustração do público é enorme.
                                                                         O projeto deve ser considerado então como um guia de
                                                                         design para inclusão, e pode ser aplicado em todas as
                                                                         marcas do grupo MABE, fazendo assim com que seus
                                                                         produtos possuam excelência em Acessibilidade




sexta-feira, 9 de novembro de 12
5. CONSULTORIA

                                   Dificuldade:

                                   Painéis lisos de membrana encontrados em microondas,
                                   máquinas de lavar roupa e louças, fogões e geladeiras.

                                   São lisos, sem texturas ou saliências, dificuldade de identificar
                                   os botões através do tato e pouco feedback ou resposta
                                   confusa pro usuário.

                                   Soluções:

                                   - Dispositivo giratório, sempre que possível, com clique e
                                   relevos indicativos;

                                   - Funções principais com relevo em braille;

                                   - Indicação do número 5 para orientação sobre os números;

                                   - Audio descrição, audio feedback para estágios do processo
                                   de cozimento, congelamento, lavagem, etc;




sexta-feira, 9 de novembro de 12
5. CONSULTORIA




                                   Dificuldade:

                                   Painéis digitais touch screen encontrados em microondas, e
                                   alguns refrigeradores.

                                   São lisos, sem texturas ou saliências, difíceis de identificar os
                                   comandos através do tato, nenhum feedback tatil e resposta
                                   sonora confusa.

                                   Soluções:

                                   - Recurso audio descritivo;
                                   - Leitura ao passar o dedo, acionamento com duplo clique;
                                   - Película removível em braille.




sexta-feira, 9 de novembro de 12
5. CONSULTORIA


                                   Dificuldades específicas: REFRIGERADOR

                                   1) Regulagem da temperatura
                                   (manípulo não permite saber qual número está)
                                   2) Identificação dos produtos congelados
                                   3) Esbarrar e derrubar potes sem tampa

                                   Soluções:

                                   - Manipulo com indicativo de direção;
                                   - Manipulo com clique;
                                   - Números em relevo;

                                   - Botões (1, 2, 3, 4 e 5) para níveis;

                                   - compartimentos diferenciados com descrições em braille;

                                   - Presilhas diferenciadoras (frango, carne moída, bife, peixe, etc.)

                                   - Abas nas prateleiras (tipo bandeja)




sexta-feira, 9 de novembro de 12
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                                   Dificuldades específicas: FOGÃO

                                   1) Localização da trempe / centralização da panela na boca;
                                   2) Regulagem de temperatura;
                                   3) Manipulação do forno e chamas do fogão.

                                   Soluções:

                                   - Manipulos com indicativos de direção e identificador de níveis;
                                   - Grafismos com relevos indicando os estágios;
                                   - Timer com resposta auditiva e clique para níveis de minutos;
                                   - Sonorizador para notificar forno ligado ou apagado;
                                   - Saliência nas extremidades das trempes para centralizar
                                   panelas à boca do fogão.




sexta-feira, 9 de novembro de 12
5. CONSULTORIA



                                   OUTROS

                                   Em suma, o uso do braille deve ser incentivado. Seja na
                                   implementação direta dentro do processo de produção do
                                   produto ou como kit complementar que acompanhe a venda.

                                   Os cegos têm grande dificuldade de utilizar o produto por
                                   completo. Dificilmente eles têm noção de todas as funções de
                                   um produto, sendo privados de todos os recursos os quais
                                   compraram.

                                   Todos os eletrodomesticos devem acompanhar um CD de audio
                                   especial com instruções de uso para cegos. Se possível, um
                                   manual em braille.




sexta-feira, 9 de novembro de 12
6. CONCLUSÃO




sexta-feira, 9 de novembro de 12
6. CONCLUSÃO



                                   Os deficientes visuais não necessitam de produtos específicos pois se adaptam com
                                   facilidade.

                                   Os pontos críticos identificados podem ter soluções que fazem a inclusão dos cegos e
                                   também portadores de outras deficiências, idosos e analfabetos.

                                   Ações e Oportunidades:

                                   1) Criar campanhas que promovam os produtos e divulguem suas características de
                                   acessibilidade.

                                   2) Orientação em loja no momento da venda que indique os produtos com facilidade de uso
                                   para este público.

                                   3) Fazer parcerias com associações para deficientes visuais, promovendo eventos e cursos
                                   utilizando os novos eletrodomesticos e assim disseminando os beneficios dos produtos.
                                   A MABE deve ser a embaixadora da acessibilidade, se destacar no mercado como empresa
                                   inovadora e socialmente consciente.




sexta-feira, 9 de novembro de 12
“A gente enxerga o que ouvimos e o que sentimos” (Zilda)


                                                    OBRIGADO!




sexta-feira, 9 de novembro de 12
sexta-feira, 9 de novembro de 12

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Gestão da Inovação - MABE + IED

  • 2. 1. BRIEFING 2. METODOLOGIA 3. PÚBLICO SUMÁRIO 4. DESIGN UNIVERSAL 5. CONSULTORIA 6. CONCLUSÃO sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 3. 1. BRIEFING sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 4. 1. BRIEFING MABE + IED Existe hoje uma escassez de produtos que atendam a certas necessidades especiais de um público que possui pequenas ou grandes limitações físicas. O setor de eletrodomésticos se mostra carente de recursos que possam surprir tal demanda, uma vez que estes consumidores, formados em sua maioria por idosos e deficiente físicos, têm bastante dificuldade de manusear tais aparelhos. Preocupado com esta insuficiência, o grupo Mabe procurou o Instituto Europeo di Design (IED) para criar uma parceria buscando pesquisar oportunidades e criar soluções inovadoras que possam reparar tal negligência e descaso do mercado em atender esta fração de consumidores. Estas respostas devem ainda assegurar a viabilidade do negócio e tornar a produção possível dentro de uma realidade tangível. sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 5. 2. METODOLOGIA sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 6. 2. METODOLOGIA IMERSÃO NA MARCA Foi feita uma visita no show room da MABE onde pode ser feita uma análise dos diversos produtos das 3 marcas (GE, Continental e Dako) que constituem o grupo. Procurou-se também visitar lojas e websites para averiguar maior diversidade de produtos e recursos. BENCHMARKING Outros grupos foram investigados afim de se certificar das soluções existentes, dificultando cruzar caminhos ja percorridos por outras marcas, garantindo assim o potencial inovador das ideias que surgirão. COLETA DE DADOS Algumas outras informações tiveram que ser pesquisadas para dar suporte ao trabalho e fortalecer a defesa das oportunidades levantadas no processo. ETNOGRAFIA Enfim, visitou-se 1 Associação e 2 casas onde pudemos entrar em contato com o público para observar, entrevistar e entender suas relações com os produtos, coletando o máximo de informações possível. sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 7. sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 8. 3. PÚBLICO sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 9. 3. PÚBLICO POPULAÇÃO BRASILEIRA 190MI Cálculos apontam para a existência de 1,1 milhões de cegos no Brasil (0,6% da população estimada) e cerca de 4milhões de deficientes visuais sérios. fonte: Conselho Brasileiro de Oftalmologia - 2009 1,1MI (0,6%) sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 10. 3. PÚBLICO Por questões sociais conhecidas, a cegueira na população brasileira distribui-se da seguinte forma estatística: 765mil 414mil 48mil Regiões de Regiões de Regiões de razoavel boa economia pobre economia economia e e com bons e com pobres com pobres serviços de serviços de saúde serviços de saúde saúde sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 12. 3. PÚBLICO: ETNOGRAFIA MARKIANO CHARAN FILHO Diretor Presidente da ADEVA Atentou para o fato de que o avanço tecnológico tem sido inimigo dos cegos quando deveria ajudar. Os painéis digitais foram feitos sem qualquer preocupação para este público, pois não têm quaisquer feedback, tanto tátil quanto auditivo. - Dificuldade no uso do micro-ondas, pois o painel é plano, não tem como identificar os botões. - Dificuldade para regular o termostato do refrigerador. - Procura manter as coisas sempre no mesmo lugar, de preferência com tampa. - No freezer, é difícil diferenciar os produtos congelados. - Não cozinha, mora com a mãe sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 13. 3. PÚBLICO: ETNOGRAFIA DONA LIZETE 80 anos, dona de casa Perdeu a visão aos 40 anos Ativa na cozinha, hoje possui empregada que lhe ajuda diariamente, mas ainda cozinha ou assistencia boa parte da comida feita em casa. Suas maiores dificuldades são paineis digitais, com destaque para o micro-ondas. Conta da dificuldade de um painel com superfície lisa, sem qualquer relevo, pois não consegue se orientar.é necessário feedbacks que ajudem no manuseio. No fogão as válvulas giratótias ajudam, porém sem marcações para identificar os índices de temperatura, continuar desorientada. Levantou a questão da limpeza, os cegos têm grande dificuldade de identificar alguns tipos de sujeiras quando estas não possuiem odores ou tem pouca textura. Quando vai à loja comprar um produto novo, testa todos e escolhe o que melhor se adaptar. Porém tem sua marca predileta. sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 14. 3. PÚBLICO: ETNOGRAFIA - No fogão, primeiro procura onde está a trempe, põe a mão na boca, coloca a panela e acende o fogo. - Para facilitar, usa sempre as bocas da frente. - Os botões tem formato que ajudam a saber a temperatura. - Marca o tempo no relógio de pulso, que fala as horas. - Sabe que o forno está aceso pelo calor, mas não sabe qual temperatura está usando. - No micro-ondas, com botões planos, aperta qualquer um para ligar, abre a porta para desligar. Para saber se está quente, abre e experimenta, sente a temperatura. - No refrigerador, não saber regular a temperatura. - No freezer, não sabe o que está congelado. Procura lembrar a embalagem. - Na máquina de lavar, vai girando o botão e através do som, reconhece se está enchendo, batendo ou centrifugando. sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 16. 3. PÚBLICO: ETNOGRAFIA ZILDA E JOSÉ BISPO Ela, 45 anos, cega desde os 13 Ele, 59 anos, cego desde os 16 Casados, ambos trabalham em hospitais com radiologia. Completamente independentes, moram sozinhos e tem uma empregada que vai 3 vezes na semana para auxiliar na limpeza da casa. Dependem dos sons para se orientarem e o silêncio torna- se importante para que não percam seus referênciais. Como todos os relatos, condemam o uso inconsequente da tecnologia e se sentem prejudicados pela digitalização dos eletrodomésticos. Utilizam vários recursos para adaptar os produtos à suas necessidades e sentem-se frustrados com tal descaso. Na loja a decisão de compra está na facilidade de operação que o produto oferece. A marca fica em segundo plano. sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 17. 3. PÚBLICO: ETNOGRAFIA FOGÃO - Zilda fez um bolo, provando que não tem dificuldade de adaptação. - O fogão tem acendimento automático. - A localização da trempe inicialmente é pelo tato. Quando está quente, localiza pelo calor. - Usa o som do gás como indicativo de funcionamento. REFRIGERADOR - Dificuldade para regular a temperatura. - Tudo está sempre no mesmo lugar e organiza os alimentos em potes. MICRO-ONDAS E MÁQUINA DE LAVAR ROUPAS - Modelo analógico que gira, mais fácil de operar - Paineis lisos ou touchscreen tornam os produtos quase impossíveis de serem usados. sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 19. 4. DESIGN UNIVERSAL sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 20. 4. DESIGN UNIVERSAL Design Universal se trata do design de produtos e ambientes usáveis por todas as pessoas, na maior extensão possível, sem necessidade de adaptação ou projeto especializado. sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 21. 4. DESIGN UNIVERSAL: PRINCÍPIOS USO IGUALITÁRIO 1 O design é útil e vendável para pessoas com diversas habilidades; FLEXIBILIDADE DE USO 2 O design acomoda uma grande extensão de rpeferências e habilidades individuais; USO SIMPLES E INTUITIVO 3 Design de fácil compreensão, independente da experiência, conhecimento, idioma ou nível de educação do usuário; sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 22. 4. DESIGN UNIVERSAL: PRINCÍPIOS INFORMAÇÃO PERCEPTÍVEL 4 O design comunica a informação necessária de maneira efetiva ao usuário, independente de condições ambientais ou habilidades sensoriais do usuário; TOLERÂNCIA A ERRO 5 O design minimiza perigo e consequências adversas de ações acidentais ou não-intencionais; BAIXO ESFORÇO FÍSICO 6 O design pode ser usado de maneira eficiente e confortável com o mínimo de esforço; TAMANHO E ESPAÇO PARA ACESSO E USO 7 Tamanho e espaço apropriados são providos para dar acesso, alcance, possibilidades de manipulação e uso, independente de tamanho, postura ou nível de mobilidade do usuário; sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 23. 5. CONSULTORIA sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 24. 5. CONSULTORIA Na fase de etnografia percebemos que os deficientes Baseando-se na filosofia do DESIGN UNIVERSAL, o visuais possuem um nível elevado de independência. Suas grupo optou por trabalhar soluções inclusivas, melhorias limitações são dribladas por outros recursos que utilizam de acessibilidade que facilitem o manuseio dos produtos para adaptar os produtos às suas necessidades. não só dos cegos, mas também do público idoso, pessoas com baixa visão e não-alfabetizados. Possuem um círculo grande de amizade e a propaganda boca a boca sobre produtos tem grande poder. A decisão O caminho escolhido opta por resoluções de baixo custo da compra está na facilidade de operação que o produto que possibilitam uma implementação imediata e atingir oferece. O preço e a marca ficam em segundo plano. uma parcela relativamente grande de consumidores. Uma vez que as medidas não terão um impacto grande Embora a escolha dependa da facilidade do uso e a na produção, provavelmente não influenciará no preço, capacidade de adaptação seja grande, o nível de tornando o consumo viável. insatisfação e frustração do público é enorme. O projeto deve ser considerado então como um guia de design para inclusão, e pode ser aplicado em todas as marcas do grupo MABE, fazendo assim com que seus produtos possuam excelência em Acessibilidade sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 25. 5. CONSULTORIA Dificuldade: Painéis lisos de membrana encontrados em microondas, máquinas de lavar roupa e louças, fogões e geladeiras. São lisos, sem texturas ou saliências, dificuldade de identificar os botões através do tato e pouco feedback ou resposta confusa pro usuário. Soluções: - Dispositivo giratório, sempre que possível, com clique e relevos indicativos; - Funções principais com relevo em braille; - Indicação do número 5 para orientação sobre os números; - Audio descrição, audio feedback para estágios do processo de cozimento, congelamento, lavagem, etc; sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 26. 5. CONSULTORIA Dificuldade: Painéis digitais touch screen encontrados em microondas, e alguns refrigeradores. São lisos, sem texturas ou saliências, difíceis de identificar os comandos através do tato, nenhum feedback tatil e resposta sonora confusa. Soluções: - Recurso audio descritivo; - Leitura ao passar o dedo, acionamento com duplo clique; - Película removível em braille. sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 27. 5. CONSULTORIA Dificuldades específicas: REFRIGERADOR 1) Regulagem da temperatura (manípulo não permite saber qual número está) 2) Identificação dos produtos congelados 3) Esbarrar e derrubar potes sem tampa Soluções: - Manipulo com indicativo de direção; - Manipulo com clique; - Números em relevo; - Botões (1, 2, 3, 4 e 5) para níveis; - compartimentos diferenciados com descrições em braille; - Presilhas diferenciadoras (frango, carne moída, bife, peixe, etc.) - Abas nas prateleiras (tipo bandeja) sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 28. 5. CONSULTORIA Dificuldades específicas: FOGÃO 1) Localização da trempe / centralização da panela na boca; 2) Regulagem de temperatura; 3) Manipulação do forno e chamas do fogão. Soluções: - Manipulos com indicativos de direção e identificador de níveis; - Grafismos com relevos indicando os estágios; - Timer com resposta auditiva e clique para níveis de minutos; - Sonorizador para notificar forno ligado ou apagado; - Saliência nas extremidades das trempes para centralizar panelas à boca do fogão. sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 29. 5. CONSULTORIA OUTROS Em suma, o uso do braille deve ser incentivado. Seja na implementação direta dentro do processo de produção do produto ou como kit complementar que acompanhe a venda. Os cegos têm grande dificuldade de utilizar o produto por completo. Dificilmente eles têm noção de todas as funções de um produto, sendo privados de todos os recursos os quais compraram. Todos os eletrodomesticos devem acompanhar um CD de audio especial com instruções de uso para cegos. Se possível, um manual em braille. sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 30. 6. CONCLUSÃO sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 31. 6. CONCLUSÃO Os deficientes visuais não necessitam de produtos específicos pois se adaptam com facilidade. Os pontos críticos identificados podem ter soluções que fazem a inclusão dos cegos e também portadores de outras deficiências, idosos e analfabetos. Ações e Oportunidades: 1) Criar campanhas que promovam os produtos e divulguem suas características de acessibilidade. 2) Orientação em loja no momento da venda que indique os produtos com facilidade de uso para este público. 3) Fazer parcerias com associações para deficientes visuais, promovendo eventos e cursos utilizando os novos eletrodomesticos e assim disseminando os beneficios dos produtos. A MABE deve ser a embaixadora da acessibilidade, se destacar no mercado como empresa inovadora e socialmente consciente. sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 32. “A gente enxerga o que ouvimos e o que sentimos” (Zilda) OBRIGADO! sexta-feira, 9 de novembro de 12
  • 33. sexta-feira, 9 de novembro de 12