3. Editorial
3
Sucesso da Agrishow 2012
O
s 152 mil visitantes que estiveram presentes durante os
5 dias da Agrishow 2012 realizada em Ribeirão Preto, de 30
de abril a 04 de maio -, puderam
conferir os diversos setores que fizeram parte da feira como: agricultura
familiar, centros de pesquisas, equipamentos de segurança, implementos agrícolas, sementes, veículos,
ferramentas, máquinas agrícolas,
fertilizantes e defensivos, armazenagem, peças, software e hardware,
equipamentos para irrigação, entre
outros. Foram negociados R$ 2,15
bilhões, superando as expectativas
dos organizadores. Acompanhe na
Reportagem de Capa desta edição e
fique por dentro dos principais lançamentos da Agrishow 2012.
Esse mês a Revista Canavieiros traz
uma entrevista que não diz respeito especificamente ao setor sucroenergético, porém, extremamente importante
para todos os profissionais. Com o fácil acesso a tecnologia e a quantidade
de informações que os profissionais
recebem a cada hora, como organizar
a mente para selecionar o que é aproveitável? Quem responde é Dr. Augusto Jorge Cury, médico, psiquiatra,
psicoterapeuta e escritor.
Três artigos estão na secção “Ponto de Vista”: O presidente da Canao-
este, Manoel Ortolan assina o artigo
“Rio +20: A agricultura será a peça
principal”; o diretor adjunto da Canaoeste, José Mario Paro escreveu sobre “Para onde os ventos sopram?”;
e o advogado da Canaoeste, Juliano
Bortoloti, assinou o artigo “Sanciona
Dilma. Em respeito aos poderes da
República”, o advogado também assina “Assuntos Legais” que trata dos
procedimentos a serem adotados em
caso de incêndio de origem desconhecida na palha da cana-de-açúcar.
Desde o mês passado, a Canavieiros conta com uma coluna especial:
“Caipirinha”, assinada pelo professor
titular de planejamento e estratégia
na FEA/USP Campus Ribeirão Preto
e coordenador científico do Markestrat, Marcos Fava Neves.
As Notícias Canaoeste trazem a
reinauguração de 2 escritórios de
atendimento aos associados nas cidades de Viradouro (dia 27 de abril) e
Bebedouro (dia 8 de maio). As filiais
passaram por uma completa reestruturação para melhorar o atendimento
aos associados.
Em Notícias Copercana é possível
conferir a reunião entre a Copercana,
Syngenta e a Oricana (Associação de
Fornecedores de Cana da região de
Orindiúva), que reuniu cerca de 50
Conselho Editorial:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson
Há ainda os artigos técnicos: “Sorgo Sacarino: a bola da vez”, assinado
pelo engenheiro agrônomo do IAC /
Centro de Engenharia e Automação,
Jair Rosas da Silva; e “Orientação do
uso de defensivos agrícolas”, assinado pelos profissionais da Canaoeste,
engenheiros agrônomos Antonio Carlos Cussiol Junior; Daniela Aragão
Santa Rosa; Danilo Fonseca Mazoni.
Em “Destaque”, o leitor vai encontrar a palestra proferida pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto
Rodrigues, que esteve em Ribeirão
Preto, no dia 13 de abril, e falou
para capacitação dos professores
das escolas municipais de Ribeirão
Preto e região, que durante todo o
ano de 2012 trabalharão com o tema
agronegócio dentro da sala de aula.
O evento foi realizado no Centro
Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Cana – IAC/
Apta (Instituto Agronômico/Agência Paulista). Além disso, não deixe
de conferir as Informações Setoriais
com o consultor agronômico da Canaoeste, Oswaldo Alonso, Dicas de
Leitura e Português.
Boa leitura!
Conselho Editorial
RC
Expediente:
fornecedores de cana e engenheiros
agrônomos, no Teatro Municipal de
Orindiúva. O intuito foi apresentar e
difundir a cooperativa para os produtores rurais da cidade.
Equipe de redação e fotos:
Carla Rodrigues, Fernanda Clariano, Murilo
Sicchieri e Rafael H. Mermejo
Comercial e Publicidade:
Marília F. Palaveri
(16) 3946-3311 - Ramal: 2008
atendimento@revistacanavieiros.com.br
Impressão: São Francisco Gráfica
Editora:
Carla Rossini - MTb 39.788
Tiragem DESTA EDIçÃO:
20.000 exemplares
Projeto gráfico e Diagramação:
Rafael H. Mermejo
ISSN: 1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente
aos cooperados, associados e fornecedores do
Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred.
As matérias assinadas e informes publicitários
são de responsabilidade de seus autores. A
reprodução parcial desta revista é autorizada,
desde que citada a fonte.
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Revista Canavieiros - Maio 2012
4. 4
Ano VI - Edição 71 - Maio de 2012 - Circulação: Mensal
Índice:
Capa - 26
Agrishow 2012: negócios realizados durante a feira superaram as expectativas
A 19ª Feira Internacional de
Tecnologia Agrícola em Ação, foi
realizada em Ribeirão Preto, de
30 de abril a 04 de maio
Foto Capa: Rafael Mermejo
E mais:
Coluna Caipirinha
05 - Entrevista
Dr. Augusto Jorge Cury
Médico, psiquiatra, psicoterapeuta e escritor.
Qualidade de Vida: como enfrentar o estresse do
dia-a-dia?
10 - Ponto de
Vista
Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste
Sanciona Dilma.
Em respeito aos poderes da república.
14 - Notícias Copercana
.................página 08
Pontos de Vista
.............página 12-13
Notas
.................página 25
Informações Setoriais
.................página 32
Artigo Técnico
.................página 34
- Copercana realiza reunião em Orindiúva
15 - Notícias Sicoob Cocred
- Balancete Mensal
18 - Notícias Canaoeste
- Canaoeste reinaugura escritórios em Viradouro e Bebedouro
36 - Artigo Técnico
Jair Rosas da Silva
Engenheiro agrônomo do IAC / Centro
de Engenharia e Automação
Sorgo Sacarinio: a bola da vez
O sorgo sacarino apresenta as vantagens
do ciclo curto, de cerca de quatro meses, de
efetuar o plantio por sementes.
Revista Canavieiros - Maio de 2012
Agende-se
.................página 38
Cultura
.................página 39
Classificados
.................página 40
Selo Verde
.................página 42
5. 5
Entrevista
Qualidade de Vida: como enfrentar o estresse
do dia-a-dia?
Dr. Augusto Jorge Cury
Carla Rodrigues
Esse mês a Revista Canavieiros traz uma entrevista que não diz
respeito especificamente ao setor sucroenergético, porém, extremamente importante para todos os profissionais. Com o fácil acesso a tecnologia e a quantidade de informações que os profissionais
recebem a cada hora, como organizar a mente para selecionar o
que é aproveitável.
Dr. Augusto Jorge Cury é médico, psiquiatra, psicoterapeuta e
escritor. Ao longo de mais de 20 mil sessões de trabalho de psicoterapia, desenvolveu uma teoria inovadora sobre o funcionamento
da mente, os fenômenos conscientes e inconscientes, a formação
dos pensamentos e de pensadores, que, atualmente, é objeto de
doutorado e mestrado nos EUA e na Espanha, pós-graduações no
Brasil, além de teses de doutorado e mestrado no país.
Dr. Augusto Cury publicou mais de 30 obras na área de psicologia aplicada, educação e ficção, presentes em mais de 60 países,
e foi considerado, pelo jornal Folha de São Paulo e pela revista Isto
é, o autor mais lido da última década com mais de 16 milhões de
livros vendidos somente no Brasil.
Desenvolveu a inédita metodologia da Escola da Inteligência
para o desenvolvimento das funções mais complexas da inteligência, da promoção da saúde emocional e para a paz com relações
saudáveis que apresenta resultados fantásticos.
Confira a íntegra da entrevista que ele concedeu à Revista Canavieiros!
Revista Canavieiros: Como lidar
com o acumulo de informações que
recebemos todos os dias?
Dr. Augusto Jorge Cury: Esse é um
problema mundial, as pessoas não têm
sabido lidar com acúmulos de informações. No passado o número de informações dobrava a cada dois ou três séculos,
hoje, dobra-se a cada ano. Esse excesso
de informação satura o centro do córtex
cerebral levando a produção da síndrome do pensamento acelerado, que tive a
felicidade de descobrir e a infelicidade
de saber que grande parte da população
mundial é cometida por ela, e que gera
uma série de sintomas que crianças,
adolescentes e adultos estão apresentando: dores de cabeça, dores musculares,
queda de cabelo, irritabilidade, flutuação
emocional - em um momento está tran-
quilo no outro está tenso -, insatisfação
crônica, perda de paciência, baixo limiar
para suportar frustrações, déficit de concentração, déficit de memória ou esquecimento, além de outros sintomas.
“Não devemos querer
ser heróis, acumular tudo
que temos contato com
os nossos sentidos, em
especial, visão e audição.
Devemos nos perguntar o
que é prioritário?”
As pessoas que perceberem que estão
com esses sintomas precisam ficar em
alerta, selecionar a quantidade de informações e a qualidade das informações
que têm acesso. É como se fosse fazer
compra em um supermercado e uma pessoa querer colocar no seu carrinho tudo
que vê pela frente, muitas vezes, você vai
estar comprando produtos em excesso, de
má qualidade ou então desnecessários,
que é o que ocorre na atualidade.
Funcionários nas empresas, produtores rurais, líderes empresariais, estudantes, professores, psicólogos, médicos e
outros profissionais fazem do seu córtex cerebral em especial da sua memória a terra de ninguém, entra tudo, eles
não selecionam as informações e não
focam as informações. Não devemos
querer ser heróis, acumular tudo que
temos contato com os nossos sentidos,
em especial, visão e audição. Devemos
nos perguntar o que é prioritário? Que
tipo de informação de conhecimenRevista Canavieiros - Maio 2012
6. 6
Entrevista
to devemos ter para atingir as metas e
quais são as escolhas? Que perdas estão
relacionadas a essas escolhas? Porque
todas escolhas tem perdas. Se começarmos a fazer essas perguntas, vamos
metaforicamente no supermercado do
conhecimento, selecionar o nosso eu e
deixar de lado o que não é prioritário.
Dar importância para aquilo que é relevante, agora, isso é um treinamento.
Revista Canavieiros: Mudando de
foco, o setor sucroenergético busca
aumentar e diversificar-se cada vez
mais. Qual é a melhor maneira de
transmitir todo acesso de tecnologia
para a classe produtora?
Dr. Cury: A curva de aprendizado e
o processo de incorporação de conhecimento têm que estar em primeiro lugar,
as ideias tem que ser claras, tem que haver uma socialização das informações.
Não adianta falar de maneira rebuscada,
de maneira complexa, por que quem tem
acesso, produtor rural, por exemplo, ou
os trabalhadores das empresas ou até na
agro business vai acabar não assimilando e não utilizando de maneira adequada
as informações. Tem que haver clareza e
foco nas transmissões do conhecimento,
transmitir de maneira inteligente e objetiva para que as pessoas que quase não
tem tempo possam fazer do seu pouco
tempo uma experiência solene. Em uma
revista, uma universidade ou um conferencista deve ter muito claro em sua
mente qual é o objetivo e aonde quer
chegar e que tipo de formação deve ter.
No caso da tecnologia, se transmitirmos de maneira clara, objetiva e focada
nos vários tipos de interesse de cada
produtor, então certamente seremos
eficientes, caso contrário, vamos como
a chuva, vamos derramar gotas, torrentes de água e muitas delas acabam se
perdendo porque não terão reservatório
para ser utilizado. Aliás, grande parte
das informações transmitidas em especial nas escolas, mais de 90%, não são
utilizadas ao longo do traçado da existência e do desempenho profissional, é
um desperdício muito grande porque
se acha que a memória é um depósito
infinito de informação, isso é uma bobagem. Me desculpem, é até uma estupidez intelectual, estressamos o cérebro
das pessoas que nos ouvem, dos nossos
alunos, dos técnicos que preparamos,
dos líderes que estamos formando e,
além de estressá-los, produzimos a síndrome do pensamento acelerado com
toda aquela sintomatologia.
Revista Canavieiros: O Senhor
acredita que a população está preparada para viver a era da tecnologia?
Dr. Cury: Eu acredito que vamos
formar a tecnologia a serviço do homem, mas, do jeito que está, seremos
servos da tecnologia, gravitamos na órbita de múltiplas informações, de computadores, da internet e não conseguimos utilizá-los de maneira adequada.
Para termos uma ideia, esperávamos no
século 21 que a tecnologia fornecesse
mais tempo para os pais abraçar os seus
filhos, trocar experiência, mas não é
o que tem ocorrido. Nunca os pais tiveram tão pouco tempo. Esperávamos
que os professores falassem das experiências mais cálidas, das suas alegrias,
das suas tristezas, do seu drama, da sua
comedia com os seus alunos, mas raramente os professores se humanizam e
“...funções mais
complexas da inteligência, para que
o eu se torne autor
da própria história,
para que o eu possa
proteger a emoção,
possa se doar sem
exigir muito das
pessoas...”
Revista Canavieiros - Maio de 2012
transmitem a personalidade como um
mestre, usam a tecnologia, transmitem
dados sobre o mundo de fora, mas se
calam sobre o mundo de dentro, formando pessoas mentalmente adestráveis e não autônomas, como a mente
brilhante, livre humanística e capaz de
ter um território da emoção saturado de
prazer, serenidade e tranquilidade.
Bom, quero dizer que a tecnologia
que deveria facilitar a vida tem, em certo
sentido, asfixiado o ser humano. O carro
que deveria nos levar a visitar os nossos
amigos, não apenas o nosso trabalho,
não nos leva aos nossos amigos, às vezes, nem aos parentes mais próximos,
morando na mesma cidade. Então, infelizmente o homo sapiens tem sido um
servo da tecnologia, não tem tido sabedoria para poder se conduzir num mundo onde o conhecimento se tornou ferramenta fundamental para sobrevivermos
na era digital. É preciso reverter isso e eu
quero aproveitar e dizer que elaboramos
a academia de inteligência, que foi pensada durante 20 anos, elaborada durante
10 anos e aplicada nos últimos 2 anos.
Revista Canavieiros: O que é a
academia de inteligência?
Dr. Cury: A academia da inteligência objetiva voltar crianças, adolescentes e adultos para as funções mais complexas da inteligência, para que o eu se
torne autor da própria história, para que
o eu possa proteger a emoção, possa se
doar sem exigir muito das pessoas, sem
esperar excessivamente a contra partida
do retorno, para que o eu possa criticar
cada ideia perturbadora para que essa
ideia não seja registrada, pois uma vez
registrada nunca mais será deletada. Temos que entender que quando investimos na felicidade dos outros é a melhor
maneira de investir na nossa felicidade,
para que possamos administrar nosso
estresse e gerenciar a nossa ansiedade.
Enfim, a academia de inteligência é
uma escola para o desenvolvimento das
funções mais complexas do intelecto e
da emoção, já há mais de 30 mil alunos
vivenciando a academia de inteligência
e agora em Ribeirão Preto, montamos
o primeiro centro mundial dessa academia. Há mais de 20 países interessados, vamos ter franquias no Brasil todo,
onde as academias serão montadas para
7. 7
que não apenas crianças e adolescentes, mas profissionais também, como os
produtores rurais, possam ter a possibilidade de desenvolver qualidade de vida
numa sociedade altamente estressante.
Hoje, 50% das pessoas, cedo ou tarde,
desenvolvem um transtorno emocional.
Quem quiser ter acesso a academia
de inteligência, pode consultar o site
www.academiadainteligencia.com.br O
telefone é (16) 3602-9430. Estamos super animados porque vamos aplicar isso
também para os orfanatos do Brasil, gratuitamente. O objetivo é que as crianças
que não tiveram pais tenham acesso a
melhor educação e vamos exportar isso
para muitos outros países para que os
alunos e os adultos possam ter a oportunidade de ter saúde psíquica e uma
mente brilhante. Como eu disse, numa
sociedade altamente asfixiante pela informação excessiva e pelo excesso de
preocupação, excesso de atividades.
Revista Canavieiros: Alguns países mais desenvolvidos buscam atingir
o conhecimento máximo. Quais os desafios que esses países vão enfrentar?
Dr. Cury: Ter conhecimento objetivo não quer dizer ter maturidade
psíquica. Países nórdicos, que tem
excelência educacional, como a Suíça, Noruega e Dinamarca, os índices
de suicídio são muito altos, os índices
de depressão também são altos, as doenças psicossomáticas se afloram e as
relações são frágeis e falta troca de experiência. Raramente um pai tem coragem de falar das suas lágrimas para
levar os seus filhos aprenderem a chorar as deles. Raramente os professores
falam dos seus fracassos para que seus
alunos entendam que ninguém é digno
do pódio se não utilizá-los para alcançá-lo. Então essa educação que é o padrão mais excelente do conhecimento
não tem sido o padrão mais excelente
da qualidade de vida emocional, intelectual e interpessoal. Para desenvolver essas funções, estamos preconizando uma compleição mais profunda do
funcionamento da mente e do proces-
so de construção de pensamentos, do
processo de formação de pensadores.
Entre essas funções está a capacidade
de pensar e agir, outra delas é a capacidade de se colocar no lugar dos outros,
outra fundamental é a capacidade de
trabalhar perdas, frustrações e decepções, porque drama e comédia cedo ou
tarde atinge a nossa história, aplausos
e vaias farão parte da nossa historicidade, e é possível escrever os capítulos
mais importantes da nossa história nos
momentos mais difíceis da nossa vida.
Então estamos também tentando contribuir com esses países para que possamos ter uma educação mais nobre, mais
profunda, mais inteligente, capaz de
levar as pessoas a pensar como espécie
e não como grupos sociais apenas, não
como grupo religioso apenas, ou cultural, acadêmico, científico e nem racial,
mas pensar como espécie, ter um caso
de amor com a nossa história e ter um
caso de amor com a humanidade para
vivermos dias mais felizes, solidários e
generosos. RC
Revista Canavieiros - Maio 2012
8. 8
Coluna Caipirinha
Joga pedra na Gení...
O
mês: este último mês de
abril foi muito danoso ao
agro brasileiro. Por conta
das confusões do código florestal,
um conjunto muito bem orquestrado
de pessoas, vindas de organizações
nacionais, internacionais e parte da
imprensa sem muito preparo conseguiu atrelar a imagem de desmatador
ao agricultor brasileiro, em parte da
nossa população. Um verdadeiro apedrejamento, que me lembrou a música
título da coluna caipirinha deste mês.
Agricultura virou a Gení, boa de apanhar, boa de cuspir.
Usando-se do argumento que o
novo código será grande estimulador do desmatamento, a campanha
“Veta Dilma” ganhou apoio de pessoas públicas, desde políticos, artistas,
universitários, caindo nas graças da
população. Vetar por vetar. A ligação
com o agro foi imediata.
Uma pena, mas é inegável a capacidade de dano, de apedrejamento,
que estas pessoas midiáticas têm. Se
engajam facilmente nestas causas, de
maneira unilateral e muitas vezes superficial. Chego a pensar que seu universo está apenas restrito ao festivo e
maravilhoso circuito Barra da Tijuca/
Leblon, Galeão/Charles de Gaulle.
Seria legal inserir Chapecó, Itápolis,
Lucas do Rio Verde, Luís Eduardo
Magalhães, Balsas ao circuito cultural deste pessoal, visando ampliar
seus horizontes e mostrar de onde
vem o Baby-Beef, o suco de laranja,
o galetinho, a saladinha que eles comem e as enormes dificuldades dos
produtores para produzi-los em excedente, exportar e trazer US$ 100 bi ao
Brasil, para possibilitá-los importar e
usar celular, carro importado, tablets,
vinhos e outros mais.
Agronegócio e a meta dos US$
100 bilhões em exportações em 2012:
Apesar da queda nas exportações no
mês de abril, o valor exportado acumulado no ano (US$ 26,4 bilhões) aumentou 2,5% quando comparado o mesmo
período de 2011 (US$ 25,8 bilhões), o
que contribui para um saldo positivo
de US$ 20,8 bilhões na balança (2,4%
maior que o mesmo período em 2011).
Economia: novo alento ao agro brasileiro vem da desvalorização do real.
Neste momento onde termino a coluna US$ 1 beirou a R$ 2. Os efeitos
ao agro e a cana são positivos, pois as
exportações de açúcar geram mais renda em real compensando um pouco o
preço internacional mais baixo, a pressão para aumento no preço da gasolina fica maior, o etanol americano fica
mais caro. Qual o problema principal?
O dragão da inflação volta forte. O ideal seria estacionar entre 1,90 e 2,00 e
o Governo ir promovendo as reformas
que possibilitarão a redução de tributos.
Pessoas Canavieiras: momento
emocionante participar como palestrante do evento de 20 anos do Grupo Fitotécnico de cana, um maravilhoso exemplo de ação coletiva, compartilhando
conhecimento. Dividir o palco com
o Augusto Cury e falando para tanta
gente de primeira, cientistas que estão
fazendo o possível e o impossível pela
cana foi inesquecível. Quero homenagear a todos nos nomes do querido Prof.
Casagrande e do Marcos Landell.
Aprendizado de Viagem: este mês
viagens interessantes, destaco o bate
papo com Diretores e fornecedores da
Copercana e Coplana em Orindiúva,
Revista Canavieiros - Maio de 2012
Marcos Fava Neves
sentindo os problemas, e também uma
apresentação e debate com 25 companhias agrícolas que manejam já quase 4
milhões de hectares no Brasil. É a nova
super-agricultura empresarial, concentrara, especializada e globalizada.
Mercado de Cana:começou uma
safra mais alcooleira (quase 60%) e
com ATR mais de 5% maior. Além disto, a UNICA divulgou as estimativas
do Centro-Sul, 509 milhões de toneladas de cana (3% a mais). Produziremos
21,5 bilhões de litros de etanol (5,7%
a mais) e 33,10 milhões de toneladas
de açúcar (8,5% a mais). Arrisco dizer
que será um pouco mais alcooleira até
o final. O triste é que vamos mais uma
vez perder participação no mercado internacional do açúcar.
Haja limão: com apenas duas novas unidades industriais previstas para
serem inauguradas nesta safra, vale a
pena até convidar e ter a presença da
Presidente e de diversos Ministros.
Duas novas unidades... Que enorme
perda de oportunidade a toda a sociedade brasileira. RC
Até a próxima!
MARCOS FAVA NEVES é professor
titular de planejamento e estratégia na
FEA/USP Campus Ribeirão Preto e
coordenador científico do Markestrat.
10. 10
Ponto de Vista
Sanciona Dilma.
Em respeito aos poderes da república.
*Juliano Bortoloti
P
rezados leitores, sob o enfoque
do profissional das ciências jurídicas e sociais, venho acompanhando a (in)aplicabilidade do Código
Florestal há mais de 15 anos e, para
entender a resistência da maioria dos
produtores rurais em cumprir suas normas, me detive ao estudo da legislação
florestal pátria, onde pude concluir
que esta foi elaborada, principalmente
nas últimas décadas através de medidas provisórias da alcunha do Poder
Executivo, desatrelada ao histórico da
ocupação territorial brasileira.
Esta falta de sintonia entre a ocupação territorial perpetrada no Brasil
e as normas ambientais de proteção da
flora, forçou com que a minoria afetada por elas, no caso os produtores
rurais, solicitassem de forma desesperada adequações legislativas visando
corrigir estas distorções, batendo à
porta do Congresso Nacional, poder
da república originário e legítimo
para tal pleito, pois parte da sociedade estava a impor-lhes injustamente a
pecha de criminosos ambientais pelo
simples fato de produzirem onde sempre foi permitido.
Aprovado recentemente o projeto
de lei que cria o Novo Código Florestal por ampla maioria nas duas casas
legislativas (Senado e Câmara), corrigindo parcialmente este descompasso, foi enviado à sanção da presidenta
Dilma, que tem até o dia 25/05/2012
para sancioná-lo, vetá-lo total ou parcialmente (desde que justificadamente). Vem agora alguns radicais – eles
existem em todos os setores – solicitar que à representante máxima do
Poder Executivo vete integralmente o
texto elaborado pelo Congresso, pois
nos seus entenderes, (1) há retrocesso
ambiental, (2) não houve participação
da comunidade científica, (3) foi fruto
de “lobby”, (4) dentre outros inúmeros argumentos, que reputo inconsistentes, haja vista que o Congresso
Nacional está debatendo isso há mais
de 12 anos.
O experiente professor, economista e ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento, Antonio Delfin
Netto, recentemente resumiu bem a
questão ao dizer que “O mesmo fenômeno, num nível diferente, explica a
enorme disputa que cercou o Código
Florestal aprovado no Congresso. Um
discurso de surdos. O lado mais vocal
supostamente apoiado numa “ciência”
duvidosa defendeu interesses difusos e
nem sempre honestos como os patrocinados por algumas ONGs. O outro,
com mais poder político no Congresso
defendeu, sem sutilezas, seus interesses econômicos concretos. O Código
tem pouco a ver com o aquecimento
global e a tentativa de misturá-lo com
a Rio+20 não ajudará em nada. Ele
tem tudo a ver com o uso inteligente
de nossos recursos
naturais para continuarmos a construir
uma economia sustentável e economicamente eficiente,
mas não tem nada a
ver com a anistia sugerida a quem, deliberada e maliciosamente, infringiu a
lei vigente”. (Fonte:
Valor Econômico)
Revista Canavieiros - Maio de 2012
Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste
Ao não aceitar o que fora decidido
democraticamente por um Poder da
República, vem agora diversas ONG’s
utilizar-se de pessoas com visibilidade na mídia televisiva e boa inserção
nas redes sociais, que sequer conhecem superficialmente do assunto em
debate, engendrar um movimento
para veto total do projeto de lei. Ora,
esquecem que para isso ela terá que
desrespeitar a forma de administração estatal estabelecida a partir da
Constituição Federal de 1946, estendendo-se pelos textos de 1967 (com
as alterações de 1969) e 1988, onde
firmou-se a tradição de dividir-se tripartidicamente o Estado em Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário,
independentes e harmônicos entre si,
solução atualmente prevista no art. 2º
da Constituição da República.
No Brasil, suas Constituições
sempre determinaram esta estrutura
governamental idealizada na Antiguidade pelo pensador Aristóteles,
que dividiu as funções estatais em
deliberativa, executiva e judicial.
Maquiavel, no Século XVI, em sua
obra “O Príncipe”, também participou da formação desta ideia, revelando uma França com três poderes
bastante distintos: Legislativo (representado pelo Parlamento), Executivo (materializado na figura do
Rei) e um Judiciário autônomo. No
Século XVII, John Locke esboçou de
11. 11
Assuntos Legais
alguma forma a separação de funções
no exercício do poder, ao propor a
classificação entre funções legislativa, executiva e federativa. Todavia,
só com Montesquieu se tem a Teoria
da Separação de Poderes tal qual se
conhece hoje, trazendo a indicação
destes como sendo o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário, bem como
a ideia de que estes poderes são harmônicos e independentes entre si, divisão esta sempre adotada nas Constituições do Brasil.
Neste interregno, para nortear os
pensamentos que devem prevalecer
nesta questão, me utilizarei da lição
de um grande jurista, filósofo e humanista, o saudoso mestre Miguel
Reale, nos ensinando que o “valor
ecológico”, a mais recente das “invariantes axiológicas”, é dos mais
relevantes, mas deve subordinar-se
às necessidades essenciais da pessoa
humana, pois é em razão desta que se
protege o meio ambiente e não em si
e por si mesmo”.
Então, afirmar que há a necessidade de vetar totalmente um projeto
de lei sob a justificativa (1) da necessidade de mais tempo para se discuti-lo e, também, (2) que não foram
ouvidos ou, se foram, suas sugestões
não aceitas, nada mais é do que (1)
assumir a culpa pela omissão ou (2)
não aceitar a decisão da maioria, pois
os legítimos representantes do povo
o discutiram democraticamente durante mais de 12 anos.
Entendendo haver falhas ou distorções no novo texto legal, que se
utilize da via normal para sua correção, qual seja, provocação ao Poder
Legislativo para legislar à respeito,
jamais exigindo que o Poder Executivo o desrespeite e o ignore, pondo
em risco a harmonia entre os Poderes
da República, criando novo e odioso
regime de exceção ferozmente combatido pela própria Presidente, em
passado recente.
*Advogado da Canaoeste – Associação dos Plantadores de Cana do
Oeste do Estado de São Paulo
QUEIMA DE CANA
Procedimentos a serem adotados em
caso de incêndio de origem desconhecida.
E
stimados produtores de cana-de-açúcar, inobstante as autorizações de queima de palha a serem
obtidas junto à Secretaria do Meio Ambiente, os produtores de cana de açúcar
podem sofrer autuações administrativas
decorrentes de incêndios descontrolados, originados por terceiras e desautorizadas pessoas, que atingem os canaviais. Nesse caso, por precaução, deve o
produtor de cana-de-açúcar buscar produzir o maior número possível de provas negativas, ou seja, àquelas capazes
de demonstrar que o produtor rural não
teve intenção de utilizar-se do fogo na
lavoura atingida pelo incêndio. Provas
essas que servirão em prováveis defesas
administrativas e judiciais.
Mais uma vez, venho enumerar alguns exemplos de provas que o produtor DEVE fazer:
· Fazer análise da cana queimada
para poder constatar que o rendimento
industrial, medido em quilos de ATR,
não está no ponto ideal, ou seja, a cana
queimada não estava no seu nível de
maturação máximo para ser colhida,
não sendo justificável, portanto, o uso
do fogo como auxiliar da colheita;
· Pedir declaração da unidade industrial e ou prestadora de serviços que
enviou o caminhão tanque (bombeiro),
onde conste que o produtor assim solicitou para apagar um incêndio de origem
desconhecida ocorrido em seu canavial;
· Tirar fotos dos aceiros existentes na
propriedade, bem como do não plantio
em áreas proibidas de serem exploradas
(abaixo das linhas de transmissão de
energia elétrica, por exemplo), demonstrando com isso obediência à legislação
pertinente;
· Caso possua autorização, informar
ao agente autuador, caso esse apareça,
que não estava programada a queima,
tanto que sequer efetuou as comunica-
ções aos confrontantes e à Secretaria do
Meio Ambiente;
· Caso não possua autorização, informar ao agente autuante que não possuía
interesse em utilizar-se do fogo em sua
lavoura, tanto que sequer buscou referida autorização;
· Demonstrar, através de fotos, testemunhas e laudo pericial, que a área queimada estava preparada para o corte mecânico, não justificando, portanto, o seu
interesse em utilizar-se do fogo, assim
como a correta área atingida pelo fogo.
· Demonstração de que a queima na
área ocorreu em um período inferior a 12
meses. Isso pode ser feito através de documento que comprove a data da colheita
da área queimada na safra anterior, inclusive por meio da comunicação de queima
feita à secretaria do meio ambiente.
· Apresentação de laudo técnico,
assinado por profissional habilitado,
demonstrando a origem desconhecida do fogo ou a origem provocada por
terceiros que poderá ser solicitado pelo
Escritório Regional da Coordenadoria
de Assistência Técnica Integral – CATI
(casa da agricultura), da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento Estadual.
· Apresentar o histórico da colheita
mecanizada e/ou evolução desta nas última três safras.
Portanto, estes são alguns exemplos de
provas que o produtor rural deverá produzir em caso de incêndio acidental ou
criminoso em sua propriedade, devendo,
ainda, caso receba a visita de um Policial
Ambiental ou agente ambiental, informar
esses fatos para que sejam apostos no respectivo Boletim de Ocorrências ou Auto
de Infração, além de procurar orientação
jurídica adequada, onde o Departamento Jurídico da Canaoeste estará à inteira
disposição do associado para defendê-lo
nestes casos. RC
Revista Canavieiros - Maio 2012
12. 12
Ponto de Vista
Para onde os ventos sopram?
*José Mario Paro
F
oi em maio de 2010, nesta revista,
que escrevi sobre feiras agropecuárias. Na oportunidade, afirmei
que as boas feiras são um termômetro do
setor, balizando as tendências em curso.
Escrevi que a Agrishow daquele ano de
2010 apontava claramente para duas direções: o aumento do tamanho, potência
e automação das máquinas agrícolas e o
incremento da agricultura de precisão.
A Agrishow deste ano, recém realizada, esteve estupenda: em organização;
número de expositores; variedade e qualidade de tudo que foi exposto; número
de visitantes e, em especial, volume dos
negócios realizados.
As tendências do agronegócio, ali
percebidas, acentuaram fortemente o
que já se via na Agrishow 2010: a potência; o tamanho; a automação e a eficiência das máquinas expostas apontaram
indubitavelmente para os grãos e para o
algodão. Em particular, para as extensas
propriedades dos estados de Mato Grosso, Goiás e da nova fronteira agrícola, a
região denominada MATOPIBA: Maranhão, Tocantins, Piauí e Oeste da Bahia.
A forte presença dos expositores de
equipamentos para armazenagem de
grãos e de agricultura de precisão reforçaram esta constatação.
Formou-se, assim, um circulo virtuoso: grandes propriedades exigem equi-
pamentos de alta performance e precisão
que, dado ao investimento necessário, só
se viabilizam nas grandes propriedades,
onde a intensa utilização das sementes
transgênicas completa o quadro.
Em junho de 2010, visitei a região de
Luiz Eduardo Magalhães, no Oeste da
Bahia, onde me foi possível visualizar a
aparentemente inexorável marcha desta
estratégia da produção agrícola nas terras brasileiras.
Todavia, causou-me estranheza, à
época, o fato de não se ver gente. Andava-se; andava-se pelas imensas planícies e, de quando em vez, encontravam-se algumas máquinas trabalhando,
todas grandes. Mas gente, só os operadores – poucos!
E, recentemente, o ex-ministro da
agricultura, engenheiro agrônomo,
Roberto Rodrigues, fez a mesma constatação, em conceituada publicação:
falta gente; falta o médio produtor nestas novas fronteiras agrícolas. Ao que
ele acrescenta: são estas pessoas que
formam e dão vida às cidades que estão nascendo e àquelas que nascerão,
nestas regiões. Fato que poderá ser um
contraponto negativo em meio à tanta
grandiosidade.
Não seria então, o momento certo para que as Cooperativas Agropecuárias; os Sindicatos Rurais e as
Revista Canavieiros - Maio de 2012
José Mario Paro
Associações de Produtores se mobilizassem para viabilizar núcleos de
produção por lá (grãos, aves, suínos,
etc.), levando os inúmeros pequenos
produtores e suas famílias, que por
aqui não tem mais perspectivas de
progresso?
Estas pessoas, tal como aconteceu
com os pequenos produtores gaúchos
em décadas passadas, que foram para
o Mato Grosso, poderiam dar sequência ao histórico de gerações anteriores
dedicadas à agricultura, possibilitando
ainda que seus filhos continuassem na
atividade, coisa que por aqui está cada
vez mais difícil.
Afinal, é para lá que os ventos estão
soprando!
Até uma próxima oportunidade.RC
José Mario Paro é diretor adjunto da Canaoeste e conselheiro da
Sicoob Cocred
13. 13
Ponto de Vista
Rio +20: A agricultura será a peça principal
*Manoel Ortolan
A
Rio+20 - Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, vai
acontecer 20 a 22 de junho de 2012,
no Rio de Janeiro, 20 anos depois da
primeira cúpula histórica no Rio de
Janeiro em 1992, e 10 anos depois do
encontro de Johanesburgo, em 2002.
Ao contrário do que aconteceu em
92, onde a conferência tratou apenas do meio ambiente, a Rio+20 tem
como objetivo principal debater o
desenvolvimento sustentável e a segurança alimentar. Cerca de 50 mil
pessoas são esperadas para participar
da conferência, entre mais de 100
presidentes e primeiros-ministros,
parlamentares, prefeitos, jornalistas,
funcionários da ONU (Organização
das Nações Unidas), executivos, líderes de ONGs (Organizações Não-Governamentais), acadêmicos e sociedade civil.
O objetivo da conferência é assegurar um comprometimento político
renovado para o desenvolvimento
sustentável, avaliar o progresso feito
até o momento e as lacunas que ainda
existem na implementação dos resultados dos principais encontros sobre
desenvolvimento sustentável, além
de abordar os novos desafios emer-
gentes. Os dois temas em foco na
Conferência serão: a economia verde no contexto do desenvolvimento
sustentável e da erradicação da pobreza; e o quadro institucional para o
desenvolvimento sustentável.
Sobre a economia verde, a referência óbvia às causas ambientais,
o verde, nesse caso, representa o
modelo almejado em que o uso dos
recursos do planeta se dá de forma
sustentável, sem riscos a espécies e
ecossistemas, mas também sem inviabilizar o avanço dos negócios e o
bem-estar social.
Mas quando o assunto se refere a
segurança alimentar, tudo se torna
ainda mais complexo. A FAO (Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação), estima
que 925 milhões de pessoas passam
fome no mundo, o que representa a
média de 1 a cada 7 pessoas. Essa
trágica realidade não nos dignifica
como humanidade.
Os gargalos para resolver a questão da segurança alimentar representam um desafio enorme. As desigualdades sociais, a seca em algumas
regiões e os conflitos armados em
países do Oriente Médio, por exemplo, estão entre as causas predominantes da insegurança alimentar.
Produzir mais e com mais eficiência
é de fundamental importância porque
projeta-se que a população mundial
será de cerca de 9 bilhões de pessoas
em 2050. Para alimentar adequadamente essas pessoas, a produção deve
crescer mais de 70%. E como fica o
Brasil diante deste cenário que se desenha? A contribuição do
Brasil para o futuro da segurança alimentar mundial
é enorme. Falar em segurança alimentar é falar em
agricultura e disso o Brasil
entende.
Manoel Ortolan
Em meados de abril, o MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, divulgou
um comunicado confirmando que o
Brasil aumentou sua participação nas
exportações mundiais de 1,36%, em
2010, para 1,44%, em 2011. Os dados foram obtidos da OMC - Organização Mundial do Comércio.
Em 2011, o Brasil exportou o
equivalente a US$ 256 bilhões, valor 27% maior do que o do ano anterior. Os alimentos, que estão entre os
principais produtos exportados pelo
País, tiveram participação importante na alta das vendas externas no ano
passado. O café em grãos, por exemplo, registrou aumento de 54,3%, enquanto as exportações de soja cresceram 47,8%.
No entanto, temos de nos preocupar, nesse momento, com a forma
que o agronegócio brasileiro é visto
pelos seus concorrentes no mercado
internacional. Um dos meios é a participação em encontros e conferências mundiais como a Rio+20. Essa é
uma ótima oportunidade para os nossos líderes governamentais apresentarem o agronegócio como ele é de
fato e, com isso, desfazer alguns conceitos e levar a informação correta ao
mercado internacional. Vamos torcer
para que o bom senso fale mais alto
na Rio+20! RC
*presidente da Canaoeste – Associação dos Plantadores de Cana do
Oeste do Estado de São Paulo
Revista Canavieiros - Maio 2012
14. 14
Notícias Copercana
Copercana realiza reunião em Orindiúva
A reunião contou com parceria da Syngenta e da Oricana
Fernanda Clariano
N
o dia 26 de abril, a Copercana
em parceria com a Syngenta e
a Oricana (Associação de Fornecedores de Cana da região de Orindiúva), reuniu cerca de 50 fornecedores
de cana e engenheiros agrônomos, no
Teatro Municipal de Orindiúva, para
uma reunião com o intuito de apresentar e difundir a cooperativa para os produtores rurais da cidade. A Copercana
montou um escritório para atender os
futuros cooperados em Orindiúva.
O evento teve como convidado, Marcos
Fava Neves- FEA/USP Campus Ribeirão
– Coordenador Científico da Markestrat,
que ministrou palestra sobre “O Cenário
Atual e Futuro da Agricultura”.
Estiveram presentes no encontro,
o diretor da Copercana, Pedro Esrael
Bighetti, o gerente comercial da cooperativa, Frederico José Dalmaso, o pre-
Henrique (Syngenta), Frederico Dalmaso e Pedro Esrael Bighetti (Copercana), Roberto
Cestari (Oricana) e Marcos Fava Neves (FEA/USP)
sidente da Oricana, Roberto Cestari e
o representante da Syngenta, Henrique
Mourão, além de outros profissionais
destas empresas.
Após a reunião, um jantar de confraternização foi oferecido aos convidados no salão de festas municipal de
Orindiúva. RC
Pedro Esrael Bighetti falou ao público presente sobre os benefícios de fazer parte de uma cooperativa
Revista Canavieiros - Maio de 2012
Filial da Copercana em Orindiúva
15. 15
Notícias Sicoob Cocred
Balancete Mensal
COOP. CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO
INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - ABRIL/2012
Valores em Reais
Revista Canavieiros - Maio 2012
18. 18
Notícias Canaoeste
Canaoeste reinaugura escritórios em
Viradouro e Bebedouro
As filiais passaram por reestruturação para melhorar o atendimento aos associados
Carla Rossini
A
Canaoeste
reinaugurou 2
escritórios de
atendimento aos associados nas cidades
de Viradouro (dia 27
de abril) e Bebedouro (dia 8 de maio). As
filiais passaram por
uma completa reestruturação para melhorar o atendimento
aos associados. “QueFachada do escritório de Viradouro
remos atender nossos
associados cada vez melhor e para isso
montamos uma estrutura mais adequada e com mais conforto. Essas cidades
são muito importantes para a Canaoeste e temos que oferecer toda a estrutura
para os produtores rurais associados”,
disse Luiz Carlos Tasso Júnior, diretor
da Canaoeste.
Em Viradouro, aproximadamente 60 pessoas, entre diretores, associados e autoridades compareceram
ao café da manhã de reinauguração,
entre elas, o prefeito municipal da cidade, Paulo Camilo Guiselini e a 1ª
dama de Viradouro, Márcia Regina
Mendes Guiselini; o presidente da
Câmara Municipal, Edson Luiz Franco; os vereadores, Luiz Pedro Zanata
e Sebastião Mantelle; o presidente
do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de Viradouro, José
Carlos Porcionato; o representante da
CATI (Coordenadoria de Assistência
Técnica Integral) de Viradouro, Claudionor Gianelo; o venerável da Loja
Maçônica União e Trabalho, Orival
Zanqueta e o representante da Usina
Virálcool, Fábio Tonielo.
Já em Bebedouro, aproximadamente 40 pessoas, entre diretores, associados e autoridades compareceram
ao evento. Fizeram uso da palavra, o
diretor Luiz Carlos Tasso Júnior, que
Fachada do escritório de Bebedouro
Decerramento da placa reinaugural de Viradouro
Decerramento da placa reinaugural de Bebedouro
Luiz Carlos Tasso Jr. falou aos associados durante a reinauguração de Viradouro
brevemente falou sobre o início da
associação e também da satisfação de
ver o escritório pronto para atender os
produtores da região. O diretor adjunto
da Canaoeste, José Mario Paro, aproveitou a oportunidade para relembrar
o início e a importância do setor sucroalcooleiro no Brasil, principalmente
Revista Canavieiros - Maio de 2012
para o Estado de São Paulo. Da mesma
forma, o diretor da Copercana, Pedro
Esrael Bighetti agradeceu a presença
de todos e reforçou a importância dos
serviços prestados pela Canaoeste na
região de Bebedouro, assim como os
serviços oferecidos pela Copercana e
SicoobCocred.
19. 19
Entre as autoridades presentes estavam a vereadora, Sebastiana Camargo;
o representante da LDC Sev Bioenergia, José Nogueira dos Santos; o diretor da Coopercitrus, José Vicente Silva
e os representantes da unidade Andrade do Grupo Guarani, Paulo Roberto
Mantovani e Gustavo Guethi Manhani.
Os diretores da Canaoeste, Paulo
Canesin e Plácido Heitor Castro Boechat também participaram da reinauguração que teve um coquetel de
encerramento.RC
José Mario Paro destacou a trajetória da Canaoeste desde o seu início
ao público presente durante reinauguração de Bebedouro
o
Revista Canavieiros - Maio 2012
25. 25
Notas
Agronegócio na Escola
Através do programa educacional, o ex-ministro
Roberto Rodrigues realizou palestra para professores
Carla Rodrigues
O
ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, esteve em Ribeirão Preto, no dia 13 de abril
para proferir a palestra de capacitação
dos professores das escolas municipais
de Ribeirão Preto e região, que durante todo o ano de 2012 trabalharão com
o tema agronegócio dentro da sala de
aula. O evento foi realizado no Centro
Avançado de Pesquisa Tecnológica do
Agronegócio de Cana – IAC/Apta (Instituto Agronômico/Agência Paulista).
Este ano estão participando do programa “Agronegócio na Escola” desenvolvido pela ABAG/RP (Associação
Brasileira do Agronegócio de Ribeirão
Preto) 25 municípios da região, 75 escolas e aproximadamente 120 professores, envolvendo mais de 14 mil alunos.
Em 12 anos de realização, o programa
já atingiu mais de 130 mil estudantes.
O objetivo deste programa é mostrar
aos professores a importância do agronegócio brasileiro, tanto para a economia do país quanto para a vida em sociedade para que eles transmitam isso
aos alunos, tornando-se multiplicadores
de informação e conhecimento.
Roberto Rodrigues
Na ocasião foi entregue o 1º Prêmio “Escola Destaque”
referente aos trabalhos desenvolvidos nas escolas
De acordo com Roberto Rodrigues,
o país se urbanizou muito rapidamente
e as pessoas perderam um pouco a memória da sua origem e para ele esta é a
maior diferença entre o Brasil e os outros países. “Este é um país que nasceu
agrícola, como qualquer outro país do
mundo. Nenhum país nasceu industrial,
começou com a agricultura, passando
pela indústria e depois vieram os serviços, mas infelizmente, aqui no Brasil,
as pessoas têm desprezo pelo setor, e
isso acontece justamente por não saberem o que é o agronegócio e o que este
setor faz pelo país”, disse.
logia e também de gestão industrial,
daí a importância da ABAG mostrar
para os professores a existência da
cadeia produtiva dentro do setor. “É
necessário que todos saibam o funcionamento do processo de produção, que
não é simplesmente plantar e colher.
Tudo começa lá na prancheta do cientista, que evolui para o projeto e para
a parte de insumos, sementes, máquinas, defensivos e serviços de crédito e
seguro rural. Quando tudo isso estiver
disponível, o agricultor pode plantar e
colher. Depois a produção vai passar
pelas etapas de armazenagem, embalagem, distribuição e exportação, sendo
que o centro de todo este processo é a
agricultura, pois sem ela não seria necessário ter adubo, semente, máquina,
etc”, explicou Rodrigues.
Durante sua palestra, o ex-ministro
destacou que a agricultura é uma atividade de capital intensivo, de tecno-
Na ocasião foi entregue o 1º Prêmio
“Escola Destaque” referente aos trabalhos desenvolvidos nas escolas refe-
rentes ao ano de 2011. A escola premiada foi a EMEF Prof.ª Maria Sylvia
Traldi de Marco, que incentivou os
alunos criarem projetos relacionados
ao agronegócio através de boas práticas sustentáveis.
“Através deste programa, nós, professores passamos a dar uma atenção
maior ao assunto durante as aulas e
começamos a mostrar para os alunos
o que o agronegócio pode fazer por
eles e principalmente o que eles poderiam fazer pelo agronegócio e a partir
daí foram surgindo ideias sobre como
concretizar aquilo que aprendiam em
sala de aula, como por exemplo, o desenvolvimento de uma produção de
aipim, desde o plantio até a comercialização e, além disso, criaram um blog
para discutir as dúvidas e curiosidades
entre eles”, disse Marídia Ferreira,
professora responsável pelo programa
dentro da escola. RC
Revista Canavieiros - Maio 2012
26. 26
Reportagem de Capa
Agrishow 2012: negócios realizados
durante a feira superaram as expectativas
A 19ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, foi realizada em
Ribeirão Preto, de 30 de abril a 04 de maio
Carla Rodrigues
2
5% do valor do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro se deve a
participação do agronegócio nacional, mas para atingir este número, os
produtores cada vez mais buscam por
tecnologias e serviços de crédito ideais para sua produção e principalmente
para seu bolso. Estas ferramentas puderam ser encontradas na Agrishow - 19ª
Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, realizada em Ribeirão
Preto, de 30 de abril a 04 de maio.
Para a cerimônia de abertura oficial
da feira, várias autoridades estiveram
presentes para prestigiar a 3ª maior feira
agrícola mundial. Entre elas estiveram
o governador do Estado de São Paulo,
Geraldo Alckmin, os ministros da Agricultura Pecuária e Abastecimento do
Estado e do Esporte, Mendes Ribeiro
Filho e Aldo Rebelo, respectivamente, a
secretária de Agricultura do Estado, Mônika Bergamaschi, a presidente da CNA
(Confederação de Agricultura e Pecuária
do Brasil), Kátia Abreu, o presidente da
Assembleia Legislativa do Estado de
São Paulo, Barros Munhoz, o ex- ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, o
presidente da Federação da Agricultura
e Pecuária do Estado, Fábio Meirelles,
além de deputados e lideranças do setor.
Um dos grandes momentos da solenidade foi o anúncio feito pelo gover-
nador sobre a concessão que consolida
a feira por mais 30 anos na cidade de
Ribeirão Preto. “A Agrishow tem casa
própria pelos próximos 30 anos, já que
esta é hoje a maior feira da América
Latina e vai crescer ainda mais, e nada
mais justo, depois de tanto esforço do
estado, juntamente com a prefeitura de
Ribeirão, do que ela permanecer aqui
onde é a capital da indústria de máquinas agrícolas, da inovação, enfim, um
importante centro do agronegócio”,
aclamou o governador.
Além deste, Alckmin assinou mais dois
decretos, sendo eles: Projeto Estadual de
Subvenção do Prêmio de Seguro Rural
e o projeto estadual do Poupatempo do
Produtor Rural, assim como a secretária
de Agricultura do Estado, Mônika Bergamaschi, que assinou
duas resoluções de sua
pasta: a criação do Pró-implemento – permite
ao produtor de financiar
seu equipamento ou implemento pelo Banco do
Brasil com juros subsidiados -, e as normas
complementares do programa pró-trator.
Revista Canavieiros - Maio de 2012
Este ano o cargo de presidente da
Agrishow foi ocupado pelo empresário
Maurílio Biagi. Para ele a feira traz vantagens para toda a cidade de Ribeirão
Preto e região, tendo em vista que em
2011 a cidade teve uma movimentação
econômica de R$ 150 milhões em 15
dias. Além disso, a feira aconteceu em
um momento bom para o agronegócio
brasileiro. “O milho e a soja estão bem, a
cana-de-açúcar não está bem em relação
à produção, mas na questão de remuneração está relativamente bem e esses são
os carros chefes da feira. É a feira que
teve mais crédito da história e com juros
mais baixos. Acredito que esse foi um
dos motivos que levou a feira a ter resultados excepcionais”, disse Biagi durante a coletiva de encerramento. Foram
negociados R$ 2,15 bilhões, superando
as expectativas dos organizadores
Para receber as 780 marcas expositoras nacionais e internacionais foram necessários 360 mil m², sendo 210 mil m²
de área de exposição estática, 2.250 m² de
área para os pavilhões cobertos e 120 hectares dedicados a demonstrações de campo. Além dos 20 mil empregos que foram
gerados diretos e indiretos durante a feira.
Assim como no ano passado, a planta da
27. 27
feira foi regionalizada para facilitar as visitações, concentrando os diferentes segmentos – aviação, irrigação, ferramentas,
caminhões/ônibus/transbordos, máquinas
para construção, agricultura de precisão,
armazenagem, pecuárias, pneus e automobilístico - em uma determinada área.
Os 152 mil visitantes que estiveram
presentes durante os 5 dias do evento,
puderam conferir os diversos setores que
fizeram parte da feira como: agricultura
familiar, centros de pesquisas, equipamentos de segurança, implementos agrícolas,
sementes, veículos, ferramentas, máquinas
agrícolas, fertilizantes e defensivos, armazenagem, peças, software e hardware,
equipamentos para irrigação, entre outros.
LANÇAMENTOS
Durante a feira várias empresas apresentaram suas novidades. Tratores, colhedoras, aplicadores, sistemas de
gestão e logística para a cultura canavieira e também para grãos, foram algumas das ferramentas que se destacaram na Agrishow 2012. Confira alguns lançamentos registrados pela Revista Canavieiros, que estava presente
na feira com um estande para receber seus leitores.
Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste
MakSolo
A empresa MakSolo levou para a
feira uma Distribuidora de Agroquímico, Calcário e Fertilizante, que realiza
a aplicação a lanço de produto em pó
através de uma cortina d’água, impedindo a deriva. Segundo Mateus Mar-
José Mario Paro, diretor da Canaoeste
rafon, da área de pesquisa e desenvolvimento da empresa, esta máquina possui
uma barra de aplicação, que é levantada
no momento da operação até a extremidade, criando uma cortina d’água que
abafa este pó. “Quando o agricultor
não está utilizando essa máquina para
aplicar esses produtos a lanço, ele pode
utilizá-la como pulverizador, porque
ela tem uma capacidade de carga”, explicou Marrafon.
A máquina tem capacidade de cinco
toneladas, é considerada pequena, mas
vem acompanhada por um software de
agricultura de precisão, ou seja, atingindo uma agricultura de escala. Pensando
no grande produtor, ela também pode
ser desenvolvida com uma capacidade
de até 20 toneladas.
Luiz Carlos Tasso Jr. diretor da Canaoeste
Massey Ferguson
Carlos Eduardo Martinatti
Neste ano, a Massey Ferguson levou
para a Agrishow novidades nos tratores
com alta potência e com grande quantidade embarcada. São dois modelos:
a linha 8670 de 320 cavalos e a linha
8690 de 370 cavalos.
Revista Canavieiros - Maio 2012
28. 28
Reportagem de Capa
“Os tratores são para grandes áreas,
mercado de grãos e o mercado canavieiro. O diferencial desse produto é a
transmissão CVT (Transmissão Continuamente Variável), onde não há a troca
de marchas, o trator fica constantemente engrenado, dispensando o uso das
pernas para a embreagem”, explicou o
coordenador de marketing de tratores,
Carlos Eduardo Martinatti.
Quando há a troca de marchas, ocorre um corte entre a transmissão e o motor. No caso destes tratores, como ficam
em constante engrenamento é possível
evitar desgaste no sistema, sempre aumentando a velocidade.
te, usar menos equipamentos para fazer
a sua safra”, disse Assis.
Ainda são considerados tratores de
tecnologia de ponta por possuírem câmbios de CVT, ou seja, sem escalonamento de marcha e, também, vem com piloto
automático de série. Por meio de sinal de
um satélite, o produtor mapeia primeiramente a área que vai trabalhar com o trator e através deste mapeamento o trator
realiza suas funções automaticamente.
logia veio para acelerar o desempenho
da máquina, culminando numa operação mais segura e rentável”, explicou o
gerente de contas estratégicas da John
Deere, Marcelo Pimenta.
Jacto
John Deere
Marcelo Pimenta
Valtra
Alexandre Vinicius Assis
Também com novidades em tratores, a Valtra expôs seus lançamentos,
os modelos S293, com 325 cavalos e o
S353, que possui 375 cavalos, ambos
fazem parte da linha CRS. São tratores
importados para atender a demanda do
setor canavieiro e de grãos. Por serem
tratores de alta potência, são indicados
para puxar implementos maiores, otimizando o trabalho no campo e aumentando a produtividade.
De acordo com o gerente de marketing da Valtra, Alexandre Vinicius Assis,
estes tratores são voltados para alguns
segmentos específicos, no caso da cana,
é usado durante a operação de preparo de solo, e na lavoura de grãos, pode
ser usado tanto na preparação de solo
quanto no plantio. “Ele permite puxar
plantadeiras de até 40 linhas, então são
grandes máquinas com alta capacidade,
e isso com certeza, acelera o trabalho do
produtor, que pode usar um trator e um
implemento maior, e, consequentemen-
Lançado em 2011, o trator 6180 da
empresa John Deere, voltou a ser destaque na Agrishow deste ano. Com
eixo de 3 metros e um sistema de freio
pneumático que já vem de fábrica, é
indicado para o preparo da cultura da
cana-de-açúcar, que junto com uma colhedora faz um conjunto de colheita.
Aliado a isso, a empresa também
possui o sistema de agricultura de precisão, onde todos os equipamentos já
saem de fábrica com o sistema de piloto automático. Na lavoura da cana,
este sistema ajuda na eficiência, tirando da responsabilidade do operador
muitas funções.
“Este ano o mercado vai girar em
torno de 900 a 1000 máquinas entre
John Deere e os outros segmentos. Se
considerarmos a quantidade de operadores que serão necessários para trabalhar com estas máquinas estamos
falando de no mínimo 4 operadores
por máquina, ou seja, 4.000 postos de
trabalho. Hoje não temos este número
de pessoas capacitadas, não existe um
banco de profissionais já especializados
para este novo mercado, então a tecno-
Revista Canavieiros - Maio de 2012
Uma das novidades da feira mostrada pela empresa Jacto, foi uma máquina para aplicação de fertilizante sólido
granulado na cultura canavieira. Além
de toda tecnologia que já está embarcada no equipamento, como o corte de
sessões, a aplicação numa área mapeada pode ser realizada através do controle via GPS, sendo assim, ao chegar
ao fim do talhão, a máquina vai parando a aplicação automaticamente.
Outra novidade desta máquina é
a aplicação realizada via sensor de
reflectância (sensor verde). Este sensor, como princípio, emite uma luz
numa faixa de frequência e capta a
sua reflexão ao incidir sobre as plantas, esta reflexão da luz medida tem
uma forte correlação com o nível de
nitrogênio da planta, permitindo sentir a sua deficiência.
“Esta é uma forma de gestão de aplicação de fontes nitrogenadas bastante
diferentes e mais eficientes. Devido a
este sensor, é possível disponibilizar
mais nutrientes nas áreas que precisam
mais e menos nas áreas que precisam
menos, ou seja, vai utilizar a dosagem
de produto necessária. Também com
este monitoramento, é possível identificar a melhor época de entrada na
cultura da cana para fazer a aplicação,
convertendo numa maior produtividade”, esclareceu o gerente de produtos
da Jacto, Wanderson Tosta.
29. 29
Case IH
uma colheitadeira nossa, então ele passa
a depender muito mais dessa máquina e
o impacto dela parada é muito maior”,
disse o responsável pela área de Serviços
América Latina da Case, Rafael Miotto.
- O principal lançamento de uma empresa agrícola é um serviço e não um produto. Foi pensando assim que a empresa
Case IH lançou durante a Agrishow 2012
o sistema de atendimento a emergência
Max Case IH, voltado para máquinas paradas no campo, que por algum motivo
diminuíram seu desempenho, prejudicando a produção da lavoura.
Vale ressaltar que as máquinas atendidas por este novo sistema são tops de
linha, isto é, as máquinas de maior potência de cada linha.
“A máquina trabalhando mais horas
por dia ela se paga mais rápido e não
tem perdas. Quanto mais tempo demora
em colher, mais problema aparece. Se
for uma usina de cana-de-açúcar será
menos cana para a usina, se for um plantio, ele será realizado com atraso e isso
irá prejudicar o produtor lá na frente.
Nossos clientes são muito profissionais.
Às vezes eles trocam três máquinas por
Rafael Miotto
Fábio Balaban
- Na parte de lançamentos mais voltados para o mercado canavieiro, a Case
levou para a feira os novos tratores
Magnum, que foram remodelados com
uma série de recursos que trazem benefícios para o setor, como os motores e
transmissões eletrônicos.
É um serviço de 24 horas, durante 7
dias na semana à disposição do cliente
que compra o produto através da central de atendimento ou concessionária.
Seu objetivo é garantir que a máquina
volte a trabalhar o mais rápido possível,
e para isso não existe limites, todos os
recursos são colocados a disposição.
O principal benefício é o aumento da
disponibilidade operacional, que hoje é um
conceito que os agricultores profissionais
medem e valorizam muito, que é o tempo
que a máquina está efetivamente disponível para trabalhar, colher e plantar, aumentando a produtividade e a rentabilidade.
- Em relação à colhedora de cana, a
Case desenvolveu para o ano de 2012
uma máquina que traz uma série de inovações e melhorias do produto, principalmente no que diz respeito ao uso e
otimização do combustível.
Everton Fim
“Com a entrada deste novo modelo, conseguimos agregar um acessório,
que se chama APM (Gestão Automática
de Produtividade), que seleciona automaticamente a melhor e mais eficiente
combinação entre marcha e velocidade
do motor, ou seja, uma vez que escolheu
a velocidade de deslocamento, ele vai
trocar a marcha sozinho e tudo isso vai
dosar sempre com a melhor situação possível de consumo de combustível. Com
esse sistema conseguimos uma redução
do consumo de combustível de até 24%”,
explicou o especialista de marketing de
produto da Case IH, Everton Fim.
Já numa faixa de potência de trator
específico que a empresa ainda não tinha, a novidade é a linha Puma, que
são tratores de 195 a 210 cavalos. Esta
linha vai trabalhar em preparo de solo,
em plantio para puxar plantadoras de
cana e transbordos. O diferencial desta
linha é que já vem com um eixo dianteiro reforçado, próprio para atender as
aplicações de cana que são mais severas. Assim como o Magnum, o motor e
a transmissão também são eletrônicos.
A máquina 2012 vem com um sistema
de Smart Cruise, que é um software que
trabalha diretamente na rotação do motor
mediante a carga e demanda hidráulica
que a máquina necessita. À medida que
a máquina passa a colher em canaviais
de baixa e alta produtividade, o uso desse
combustível vai ser mediante a necessidade de todo sistema de colheita da máquina.
Em canaviais de maiores produtividade, é preciso maiores rotações para garantir todo o desempenho que a máquina
possui. Já em canaviais de baixa produtividade, a rotação de motores cai, sem
interferir em nenhuma função específica
de colheita da máquina. É simplesmente
uma redução da rotação para configurar
o menor consumo de combustível, de
acordo com aquilo que o canavial exige.
“Sabemos que a produtividade por
hectare de cana-de-açúcar vem caindo
ao longo dos anos, hora por fatores climáticos, hora por falta de investimentos
no cultivo da cana. Então nossa máquina
tem a versatilidade de atender a demanda do mercado, além disso, tem um melhor desempenho no circuito hidráulico,
pois possui um radiador extra de óleo e
também um bloco hidráulico no sistema
duplicador de maior vazão, dissipando o
maior e aumentando a vida útil dos componentes”, explicou o especialista de marketing de produtos para colhedoras de
cana da América Latina, Fábio Balaban.
Revista Canavieiros - Maio 2012
30. 30
Reportagem de Capa
Embraer
são o baixíssimo custo operacional e o
menor impacto ambiental.
Uma das grandes vantagens deste
avião a etanol é com relação ao custo,
uma diferença que é de aproximadamente 30% menor. Além disso, o uso
do etanol como combustível também
proporciona 7% a mais de potência no
avião, o que significa maior rendimento, maior capacidade de carga e flexibilidade para o cliente.
A Embraer (Empresa Brasileira de
Aeronáutica S.A) esteve presente na
Agrishow 2012 apresentando o programa Ipanema, mais especificamente o
avião, que é o primeiro e único avião do
mundo que utiliza o etanol como combustível. Suas principais características
tivo, então se conseguirmos bater nossa
meta de 60 aeronaves este ano estaremos
de acordo com as perspectivas da empresa”, comentou Carreto.
De acordo com o gerente comercial
Embraer – programa Ipanema - , Flávio
Bertoldi Carreto, em 2011 foram concluídas 58 vendas do modelo ao longo do
ano e para 2012 a meta é equilibrar este
número. “Se compararmos com o ano de
2010 quando vendemos 40 aeronaves, tivemos um crescimento muito significa-
Este crescimento se deve a conscientização dos produtores de que o avião é
uma solução versátil, rápida e que não
provoca amassamento na lavoura. O
avião Ipanema é largamente utilizado
nas culturas de soja, milho e algodão. Já
no Estado de São Paulo, as culturas predominantes são cana-de-açúcar, café e
arroz. Ainda há culturas em testes, que
o estão utilizando cada vez mais, como
a batata e o feijão, além, evidentemente,
das culturas de citros e eucalipto, que até
pelo próprio porte da cultura, obrigatoriamente tem usado o avião como seu meio
de pulverização, quer seja de produtos sólidos, quer seja de produtos líquidos.
principais fins deste tipo de energia é
o suprimento de eletricidade para demandas isoladas da rede elétrica. “Se fizermos uma análise podemos constatar
que ¼ de toda a força energética nacional é gerada através da cana-de-açúcar.
Isso quer dizer que, mais do que nunca,
o agronegócio já está ligado à sustentabilidade”, afirma o responsável pelos
projetos de biomassa desenvolvidos
pela New Holland, Samir de Azevedo
Fagundes.
a palha permanece exposta ao tempo
por um período de até dez dias para que
seque. Quando o material estiver com
cerca de 10% de umidade é feito o aleiramento, que reúne a palha em linhas
(leiras). Em média, há cerca de 150 quilos de palha seca para cada tonelada colhida, o que totaliza, aproximadamente,
15 toneladas de palha por hectare por
ano, dos quais são retirados do campo
de 50-60%, de acordo com as condições
edafo-climáticas do local.
“Estamos caminhando para um cenário de colheita 100% mecanizada,
sem queima, então é fundamental o
aproveitamento da biomassa na geração
de energia”, afirma Fagundes. Segundo
dados da UNICA - União da Indústria
da Cana-de-Açúcar, a estimativa é que
em aproximadamente 10 anos a bioeletricidade gere energia equivalente a 3
usinas Belo Monte. Os investimentos
para produção de bioeletricidade também são mais baixos: de acordo com a
ANEEL, o processo de geração de bioeletridade é R$16,65/MWh mais barato
do que a produção energia hidrelétrica.
Após o acúmulo da palha em leiras,
uma enfardadora BB9000 acoplada ao
trator passa recolhendo o material e fazendo os fardos. Chamados de “gigantes”, cada um tem cerca de 2 metros de
comprimento e 450 quilos. Por último,
a carreta recolhedora de fardos encaminha o material para o ponto de carregamento, de onde seguem para a usina.
New Holland
Unindo o conceito de biomassa ao
agronegócio, a New Holland está aplicando no Brasil um projeto que permite gerar energia sustentável através da
palha da cana-de-açúcar. Desenvolvido
em parceria com o CTC - Centro de
Tecnologia Canavieira, o projeto busca
utilizar a palha da cana-de-açúcar (gerada na colheita mecanizada) para produção de energia. A pesquisa, baseada
na aplicação da enfardadora BB9000
da New Holland, está sendo desenvolvida desde maio de 2010 e já apresenta
resultados favoráveis. O CTC realiza
diversos estudos nesta área há mais de
40 anos e representa mais de 60% das
indústrias do setor sucroalcooleiro.
A utilização de biomassa na geração
de energia por sistemas de co-geração
vem crescendo ano após ano. Um dos
O processo se divide em uma série
de etapas, começando pelo acúmulo da
palha gerada após a colheita mecanizada da cana-de-açúcar. Após a colheita,
Revista Canavieiros - Maio de 2012
Fagundes ressalta que a Agrishow
2012 foi a primeira oportunidade que o
cliente teve para conhecer de perto todas
as máquinas que compõe a solução agrícola do recolhimento de palha: o Aleirador
H5980, a enfardadora BB9080 e a carreta
acumuladora de fardos PT2010. RC
Fonte: Assessoria de Imprensa da
New Holland
32. 32
Informações Setoriais
Chuvas de abril e Prognósticos
Climáticos de junho e julho 2012
Chuvas anotadas durante o mês de abril de 2012
Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Técnico Agronômico da Canaoeste
A média das chuvas anotadas durante o mês de
abril (88mm) “ficou” ligeiramente acima da média das normalidades climáticas de todos os locais
informados (75mm). Chuvas acima das normais
climáticas ocorreram em Barretos, C.E. Moreno,
LDCSEV MB e Santa Elisa e Usina Ibirá; enquanto que, bem abaixo, na Fazenda. Santa Rita,
CATI Franca e São Simão e Centro Cana IAC,
evidenciando, como nos cinco meses anteriores, a
irregularidade de distribuição das chuvas.
O
Mapa 1 mostra, pela “colcha
de retalhos” a tamanha dispersão e irregularidades das chuvas que vem ocorrendo no estado de
São Paulo.
Não fosse a estreita faixa de baixa
Disponibilidade de Água no Solo no
Oeste do Estado, permitiria dizer que
as posições de acumulados de Água
no Solo, aos finais de abril de 2011 e
2012, ficaram invertidas. Durante a segunda quinzena de abril de 2012 foram
se acentuando as condições críticas de
água no solo nas regiões Nordeste do
Estado de São Paulo e faixa entre Ca-
Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 16 a 18 de abril de 2012
Revista Canavieiros - Maio de 2012
tanduva e Bauru; como também, persistia baixa umidade no solo no extremo
Oeste, que não se prolongaram, graças
às chuvas do finalzinho do mês.
Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a Canaoeste resume o
prognóstico climático de consenso entre
Mapa 2:- Água Disponível n
33. 33
INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de abril a
junho, conforme mostrado no Mapa 4.
• Para os meses junho e julho, prevê-se
temperaturas médias próximas das respectivas médias históricas para os estados
de Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e
Rio de Janeiro. Idem, para os estados de
São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais e Região Sul do Brasil; entretanto,
com possibilidade de ocorrências de quedas acentuadas de temperatura. Sem, ainda, poder assinalar ocorrência de geada, a
não ser nos estados sulinos;
• O consenso INMET-INPE assinala
que, durante o mesmo período, poderá
ocorrer iguais probabilidades de chuvas
de abaixo a acima das respectivas médias históricas em toda área sucroenergética da Região Centro Sul, exceto na
área amarela do Mapa 4-Sul do Brasil e
a faixa litorânea nordestina, onde está
previsto ficar abaixo das respectivas
normais climáticas;
• Como referência de normais climáticas
para Ribeirão Preto e municípios vizinhos,
pelo Centro de Cana-IAC, as médias históricas de chuvas são: 25mm em junho e julho.
no Solo ao final de abril 2011
Por sua vez, a SOMAR Mapa 4:- Adaptação pela CANAOESTE do Prognóstico de
Meteorologia, com a qual a Consenso entre INMET e INPE para o bimestre junhoCanaoeste mantém convênio, julho de 2012. Este prognóstico difere do anterior, apenas
prevê que para esta região na faixa litorânea - sul da Bahia ao Rio Grande do Norte.
poderá ocorrer (para a época)
bom volume de chuvas no início de junho, além do que já
pode ter ocorrido neste final de
maio e, como havíamos assinalado em edições anteriores
(“E, repetindo, com possível
surpresa para julho, que será
revisada em meses mais próximos”), significativas chuvas
poderão acontecer durante julho. A SOMAR Meteorologia
prevê, ainda, com exceção de
agosto, que este inverno (julho e setembro) poderá vir a
ser semelhante ao de 2009.
Logo, mantém-se previsão de
que não haverá escassez de
evitar também pisoteios, perdas de cana
chuvas (mas possivelmente, até exce- e de sua qualidade.
dentes) nos meses que se seguem.
Estes prognósticos serão revisados na
Face estas previsões climáticas para Revista Canavieiros. Os prognósticos ou
estes próximos meses e à elevada de- fatos climáticos relevantes serão noticiamanda por matéria-prima (cana), a dos em nosso site www.canaoeste.com.br.
Canaoeste recomenda muitas atenções
aos produtores para que evitem matoPersistindo dúvidas, consultem os
-competição, (controláveis) danos por Técnicos mais próximos ou através do
pragas. E, por ocasião das colheitas, Fale Conosco Canaoeste. RC
Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de abril de 2012.
RC
Revista Canavieiros - Maio 2012
34. 34
Artigo Técnico
Orientação do uso de defensivos agrícolas
O Defensivo Agrícola necessário a produção é tratado no Brasil por forma de
lei (Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1.989) como agrotóxico.
Antonio Carlos Cussiol Junior; Daniela Aragão Santa Rosa; Danilo Fonseca Mazoni – agrônomos da Canaoeste
O
s agrotóxicos são produtos
químicos utilizados rotineiramente na agricultura convencional para controle de plantas invasoras, pragas e doenças. Por serem
tóxicos ao homem e ao meio ambiente, devem ser manuseadas com o máximo cuidado, em todas as etapas de
utilização, desde seu transporte até a
propriedade, o armazenamento, o preparo da calda, a utilização, a deposição dos resíduos de calda e a lavagem
e a devolução de embalagens. Todo
agrotóxico apresenta risco para saúde
e para o meio ambiente, mas existem
diferentes graus de toxicidade, que é
dado pela classe toxicológica do produto, indicada pela cor impressa na
embalagem.
Utilizados na agricultura a partir
do final dos anos 40, os agrotóxicos
proporcionaram aos agricultores um
considerável aumento de produtividade. Mas logo os efeitos danosos foram
percebidos, pelo uso indiscriminado,
armazenamento e descartes de embalagens vazias de forma inadequada.
De acordo com a Andef (2001) Lei
Federal nº 9.974 e Decreto nº 4.074
de 04/01/2002, a obrigatoriedade do
destino final seguro das embalagens
vazias de agrotóxicos e afins, é de responsabilidade dos usuários, comerciantes, fabricantes e poder público.
Para disciplinar a destinação segura desses resíduos a nova legislação
brasileira de agrotóxicos determina
responsabilidade de todos os segmentos. A fiscalização fitossanitária tem
estado presente em diversas regiões,
com aplicações de multas para aqueles que estão fora das normas. Alguns
produtores já foram autuados por falta
de informação e conhecimento, o que
preocupa a todos os envolvidos nesta
cadeia de produção, pois gera um impacto negativo diante da opinião pública. É importante que haja uma fis-
Depósito de armazenamento de
defensivos agrícolas da Copercana
calização de caráter educacional, com
troca de informações entre as partes
envolvidas.
Pensando nisso, a Canaoeste resolveu orientar produtores e aplicadores
dos cuidados necessários durante todas
as etapas de uso dos defensivos agrícolas, desde sua aquisição até a devolução
das embalagens.
Aquisição do Produto
A aquisição do produto deve ser
precedida de uma avaliação da real
necessidade de sua aplicação, por
um engenheiro agrônomo ou florestal, que emitirá a receita adequada
para cada caso específico, que deverá
conter as orientações quanto ao uso e
à dosagem a ser utilizada, época de
aplicação, cultura indicada, período
de carência e forma adequada de disposição das embalagens vazias, assim
como os cuidados de proteção ao aplicador e ao meio ambiente.
Na aquisição, é preciso verificar se
a embalagem está perfeita, com o rótulo totalmente legível, se o produto não
Revista Canavieiros - Maio de 2012
está vencido ou se o prazo de vencimento não está muito próximo.
Transporte
O transporte quando realizado pelo
agricultor, também deve ter cuidados:
carregar na carroceria, não transportando juntos com alimentos ou pessoas; o transporte acima da quantidade isenta, exige que o motorista seja
profissional e que tenha o curso para
transporte de produtos perigosos. Em
pequenas quantidades é recomendado
o transporte em caminhonetes, onde os
produtos devem ser cobertos por lona
e presa a carroceria. Deve organizar
as cargas e manter em ordem o Kit
de emergência, documentos do carro,
nota fiscal e receituário agronômico.
O veículo para transporte dos produtos
deve estar em perfeitas condições (luz,
freio, pneus, etc).
Armazenamento
Cuidados do local de armazenamento: devem ser distante de residências,
hospitais, fontes de água e circulação
de pessoas, com permissão da entrada
de pessoas autorizadas. Deve ter um
35. 35
local exclusivo para os produtos e EPI,
separando por classes (herbicidas, fungicidas, inseticidas), o local deve permitir a circulação de ar, sem vazamentos e infiltrações, deve ser coberto, com
portas. Não deixar em local aberto, de
preferência fazer prateleiras por classes
e não deixar em contato com o chão, e
indicando na porta de entrada uma placa: PERIGO, VENENO.
Utilização
Ler atentamente as instruções da receita agronômica, da bula do produto e
folheto complementar. Regular corretamente o equipamento de aplicação.
A pulverização deve ser feita nas horas
mais frescas do dia e sempre a favor do
vento, usando o equipamento de proteção individual (EPI) desde o preparo
da calda até o final da aplicação. No
momento da aplicação não deverá permanecer pessoas desnecessárias, nem
crianças. A lavagem das embalagens
vazias é uma prática feita no mundo inteiro para reduzir os riscos de contaminação de pessoas, proteger o ambiente e
aproveitar o produto.
Tríplice lavagem
Esvazie o conteúdo da embalagem no
tanque do pulverizador; adicione água
limpa à embalagem até ¼ do seu volume; tampe bem a embalagem e agite-a
por 30 segundos; despeje a água de lavagem no tanque do pulverizador; faça esta
operação 3 vezes; inutilize a embalagem
plástica ou metálica, perfurando o fundo.
Menores de 18 anos, gestantes e idosos
não podem manusear ou aplicar agrotóxico. É proibido por lei. Respeitar o
período de carência e o período de reentrada na lavoura. O uso de EPI é obrigatório durante o manuseio e aplicação de
agrotóxicos, pois protege o trabalhador
contra o risco de intoxicação. Exemplos:
luvas e avental impermeáveis, máscaras,
óculos, camisas de manga compridas e
calças tratadas com produto repelente à
calda tóxica.
Devolução de embalagens
A legislação determina como responsabilidade do usuário do agrotóxico, o preparo das embalagens vazias
para devolvê-las e comprovar a devolução nas unidades de recebimento.
Aos
revendedores
compete receber e armazenar em local seguro,
de acordo com a legislação estadual específica,
as embalagens devolvidas pelos usuários.
Os fabricantes têm a
obrigação de providenciar o recolhimento nos
locais onde foram devolvidas, bem como dar
destino final as embalagens vazias. O período
previsto para o armazenamento das embalagens na propriedade é de um ano, a
partir da data de aquisição do produto.
Entretanto, se o usuário não utilizou
todo o conteúdo e este ainda se encontra no prazo de validade, a devolução
poderá ocorrer em até 6 meses após
vencimento da validade.
O usuário quando transportar as embalagens para devolução deve levá-las
com suas respectivas tampas, para a
unidade de recebimento. Ao entregá-las, exigir os comprovantes de entrega das embalagens, os quais deverão
ser mantidos junto com a nota fiscal de
compra do produto e o respectivo receituário agronômico, à disposição dos
órgãos de fiscalização.
Responsabilidades
previstas na legislação
Todos os procedimentos fazem parte da Legislação com a Lei nº7.802
11/07/1.989 que foi substituída pelo
Decreto 4.074 de 04/01/2012 que tem
normas para aquisição, transporte, armazenamento, manuseio e devolução
de embalagens de agrotóxicos
A NR – 31 Norma Regulamentadora 31 do Ministério do Trabalho
diz que o empregador rural ou equiparado deve fornecer equipamentos
de proteção individual e vestimentas
adequados aos riscos, que não propiciam desconforto térmico prejudicial
ao trabalhador.
Para melhor segurança e prevenção,
o aplicador deve estar munido sempre
do certificado do treinamento e do re-
Foto: Divulgação Inpev
ceituário agronômico dos produtos que
estiver usando, com as especificações
dos cuidados necessários que deve estar
assinado por um engenheiro agrônomo.
O empregador tem por responsabilidade fiscalizar se o empregado esta usando os equipamentos de proteção. O não
cumprimento acarreta em responsabilidades para ambas as partes. O empregador poderá ser multado e responder
civil e criminalmente, e o funcionário
poderá ser demitido por justa causa.
Campanha do
Governo de São Paulo
A Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, representada pela
Coordenadoria de Defesa Agropecuária e Coordenadoria de Assistência
Técnica Integral, junto com a Secretaria do Meio Ambiente (CETESB), a
Federação da Agricultura do Estado de
São Paulo (FAESP) e outras entidades
como ANDAV, OCESP, SESCOOP/
SP e INPEV criou o Grupo de Trabalho Interdisciplinar de Destinação Final
de Agrotóxicos (GT) para organizar
o descarte de agrotóxicos que não são
utilizados nas atividades agrícolas do
Estado de São Paulo.
Para dar uma solução a esse problema mundial sem risco de multa, declare
os resíduos de BHC, DDT, entre outros,
que estão em sua propriedade rural
no Estado de São Paulo até a data de
24/07/2012.
Os associados da Canaoeste podem
procurar a orientação dos agrônomos
caso tenham dúvidas.RC
Revista Canavieiros - Maio 2012
36. 36
Artigo Técnico
Sorgo Sacarino: a bola da vez
Jair Rosas da Silva, engenheiro agrônomo do IAC / Centro de Engenharia e Automação
O
sorgo é planta originária da
África, tendo sido introduzido
no Brasil por volta de 1850,
sendo as principais regiões produtoras
situadas nos Estados de Goiás e Minas
Gerais. Em regiões da África é usado
como alimento humano, bem como no
sul da Ásia e na América Central. Nos
Estado Unidos, Austrália e América do
Sul constitui importante base da alimentação animal.
industrial, pode ser empregada na alimentação
de bovinos, suínos e aves.
O sorgo granífero é o mais cultivado
no mundo inteiro. O sorgo sacarino ou
Sorghum bicolor (L) Moench tem sido
objeto de plantios experimentais no
Brasil e no exterior com o objetivo de
estender o período de operação industrial de usinas e destilarias e, por essa
razão, o sorgo sacarino ser considerado
no Brasil uma cultura complementar
à cana-de-açúcar para a produção de
etanol. Os colmos do sorgo sacarino
contêm entre 33-40% de ATR, portanto
de conteúdo semelhante ao da cana-de-açúcar. Por essa razão, tal quantidade
tem condições de ser conduzida à esteira de moagem, passar por processo
fermentativo e produzir etanol de forma
econômica, de modo idêntico à cana-de-açúcar.
Plantio experimental
de sorgo sacarino, visando à produção de etanol, foi realizado pelo grupo industrial Cerradinho na
Usina Porto das Águas, em Chapadão
do Céu, Estado de Goiás. O experimento
abrangeu área de 1.800 hectares, obtendo
a produção de 25 t/ha de biomassa, gerando 35 litros de etanol por tonelada. Aduzem que, para a produção ser econômica,
devem ser produzidos 60 t/ha de biomassa e 50 litros de etanol por tonelada.
O sorgo sacarino apresenta as vantagens do ciclo curto, de cerca de quatro
meses, de efetuar o plantio por sementes, sistema mais rápido e barato que o
modo vegetativo usado pela cana, a possibilidade de colheita parcial dos grãos
ou integral, usando as mesmas máquinas
e veículos de colheita da cana, incluindo
transbordos de tipos variados, veículos e
caminhões-oficina, de apoio e bombeiro. Usa também as mesmas instalações
de processamento industrial da cana-de-açúcar para obtenção de etanol. Após
passar pelo processo de industrialização,
na forma de bagaço, o material fibroso
tem condições de ser empregado como
combustível na alimentação de caldeiras,
produzindo o vapor necessário para consumo nas diversas operações industriais
ou produzir energia elétrica por cogeração. A biomassa do sorgo, além do uso
A semeadura do sorgo
é realizada de novembro
a dezembro. Conforme a
cultivar, o ciclo vegetativo varia entre 105-120
dias e a colheita é efetuada em março ou abril.
Em 2011 foi realizado na República Dominicana plantio experimental
comparativo entre as culturas de sorgo
sacarino e cana-de-açúcar, esta tradicional no País, usando espaçamento duplo
no sorgo de 0,50x1,20 m, irrigado pelo
sistema em sulcos. O custo de produção
em plantio direto foi R$1.400/ha, idêntico ao da cana nas condições locais.
A velocidade usada na colheita foi de
6,5 km/h. A capacidade operacional foi
0,66 ha/h e o custo, de R$900/ha.
A produtividade do sorgo esteve
compreendida entre 43-50 t/ha e, a da
cana, de 82,4 t/ha. Informe aduz que o
período de colheita do sorgo é muito
curto, de cerca de 30 dias e que a colheita efetuada fora da época resulta em
perda de qualidade do produto.
A densidade do produto de colheita
do sorgo mostrou ser cerca de 30% menor que o da cana, representando o custo
de R$12,00/t, sem considerar a depreciação de equipamentos. O custo unitário de colheita do sorgo foi R$24,00/t e
o da cana registrou R$21,00/t.
Revista Canavieiros - Maio de 2012
O ATR do sorgo foi de 112 Kg/t, ao
passo que a cana apresentou 140 kg/t.
Do ponto de vista industrial, por ser alto
o índice de açúcares redutores, o sorgo
sacarino é próprio para produção de
etanol. O custo de produção do etanol,
de R$0,94/litro, revelou ser ligeiramente abaixo do da cana, este de R$1,00/l.
A conclusão desse estudo experimental é que a cultura do sorgo sacarino agrega cerca de 6% ao lucro da
cultura de cana-de-açúcar, podendo
assim ser considerado como atividade
complementar à cana para a produção
de etanol, contudo sem a intenção de
substitui-la.
Tem a vantagem de reduzir o período de entressafra da cana e a ociosidade
das usinas, além de aumentar o período
de fornecimento de energia elétrica devido ao prosseguimento na alimentação
de caldeiras usadas na cogeração.
De um modo geral, em todos os
plantios experimentais relatados, as
principais pragas da cultura do sorgo
sacarino foram as seguintes:
a) Lagarta Spodoptera, no início do
ciclo vegetativo;
b) Lagarta do cartucho, que ataca outras gramíneas, como o milho;
c) Lagarta Agrotis, que atua principalmente na emergência das plântulas;
d) Broca Diatraea, atacando da floração a colheita; RC
(continua na próxima edição)
38. 38
Eventos e Cursos Junho 2012
Curso: II Curso de Produção de
Mudas de Alta Qualidade
Data: 04 e 05 de junho de 2012
Inscrição: As inscrições são realizadas na página do curso
na Internet. http://www.infobibos.com/prodmudas
Local: Sala de Eventos do Diplomata Hotel, em Campinas - SP
Mais Informações: Valor parcelado em até três vezes
Valor: R$ 390,00 a R$ 540,00
Evento: Ciclo de Palestras – Soja Livre
Data: 04 junho de 2012 das 19:00h às 22:00h
Inscrição: As inscrições validadas após envio de ficha de inscrição – presente na página do ciclo -para o e-mail: cdt@fealq.org.br
http://www.fealq.siteprofissional.com
Local: Anfiteatro do Pavilhão de Química – Departamento de Ciências Exatas – ESALQ/USP em Piracicaba-SP
Mais Informações: e-mail: cdt@fealq.org.br ou para o
fax: (19) 3422-2755
Valor: Gratuito (Disponível 120 vagas).
Evento: Workshop – Mudanças
Climáticas e Problemas Fitossanitários
Data: 12 a 14 de junho de 2012
Inscrição: Para se inscrever é necessário acessar formulário de inscrição online, na página do evento na Internet.
http://www.cnpma.embrapa.br
Local: Auditório Paulo Choji Kitamura Embrapa Meio Ambiente - Rod. Campinas Mogi-Mirim
Km 127,5 – Tanquinho Velho - Jaguariúna-SP
Mais Informações: climapest@cnpma.embrapa.br e/ou
(19) 3311-2700
Curso: Comunicação e
Responsabilidade Socioambiental
Data: 16 a 17 de junho de 2012
Inscrição: As inscrições são realizadas em formulário de
inscrição online e o valor é pago por entrada e mais duas
parcelas. - http://posugf.com.br/cursos
Local: São Paulo - SP
Mais Informações: Carga horária 20 horas - (11) 2714-5665
Valor: R$ 340,00 – R$ 355,00
Curso: II Curso Prático de Fertirrigação
Data: 21 de junho de 2012 - 07:30h às 12:30h
Inscrição: As inscrições são realizadas em formulário online, direcionado a partir da página do curso na Internet. Há
desconto para as inscrições realizadas até o dia 16 de junho
de 2012. - http://fepaf.org.br
Local: Botucatu - SP
Mais Informações: (14) 3882-6300
Valor: R$ 30,00 – R$ 60,00
Curso: Manejo de Solo e Controle de Pragas
Data: 23 de junho de 2012 - 08:00h às 18:00h
Inscrição: As inscrições podem ser feitas por formulário onRevista Canavieiros - Maio de 2012
line ou por atendimento telefônico e são validadas após comprovação de depósito bancário no valor da taxa de inscrição.
http://aao.org.br/aao/cursos
Local: Mairiporã - SP
Mais Informações: e-mail: cursos@aao.org.br e/ou
(11)3875-2625
Valor: R$ 80,00 – R$ 100,00
Evento: XIX Jornada de Atualização
em Agricultura de Precisão
Data: 25 a 29 de junho de 2012
Inscrição: As inscrições são realizadas na página do curso
na Internet com pagamento por boleto bancário ou por ficha
de inscrição e pagamento por depósito bancário
http://www.fealq.org.br
Local: Piracicaba - SP
Mais Informações: Carga horária: 50 horas - E-mail:
cdt@fealq.org.br e/ou
(19) 3417-6604 – (19) 3417-6601
Valor: R$ 1.100,00,00
Evento: SIMTEC 2012
Simpósio Internacional e Mostra de Tecnologia e Energia Canavieira
Data: 25 a 27 de junho de 2012
Inscrição: para participação no evento serão realizadas na
página do simpósio na Internet.
http://www.simtec.com.br
Local: Piracicaba - SP
Mais Informações: (19) 3417-8604
Valor: Indefinido
Evento: VI Workshop Agroenergia
Data: 27 e 28 de junho de 2012
Inscrição: As inscrições são realizadas em formulário online na página do workshop na Internet. Serão aceitas inscrições no dia do evento.
http://www.infobibos.com/agroenergia
Local: Ribeirão Preto - SP
Mais Informações: E-mails: eabramides@terra.com.br jrscarpellini@gmail.com - mbidoia@iac.sp.gov.br e/ou (16)
3637-1091 / (16) 3919-5959 / (16) 3637-1849 / (19) 30140148 / (19) 8190-7711 / (19) 9112-1952
Valor: R$ 90,00 - R$ 300,00
Curso: Perícias Agrícolas
Data: 29 e 30 de junho de 2012
Inscrição: As inscrições podem ser feitas por formulário
online ou por atendimento telefônico.
http://www.ibape-sp.org.br
Local: São Paulo – SP - IBAPE-SP – Instituto Brasileiro
de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo
Mais Informações: Carga horária: 12 horas - e-mail:
pce@uol.com.br e/ou (11) 3054-9545 e (11) 9175-9939
Valor: Indefinido
39. 39
“General Álvaro
Tavares Carmo”
Contabilidade Rural
Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer
algumas dúvidas a respeito do português.
“ Ocupei-me o tempo todo para disfarçar a saudade.”
Clarice Lispector
Renata Sborgia
1) Pedro comprou o presente para a sua namorada: uma bela “JÓIA”,
A “jóia” será bela se for escrita de forma correta, segundo o Novo Acordo
Ortográfico.
Correto: JOIA (sem acento).
Regra fácil: não existe mais o acento dos ditongos (quando há duas vogais na
mesma sílaba) abertos “éi” e “ói” das palavras paroxítonas (as que têm a penúltima sílaba mais forte), segundo o Novo acordo Ortográfico.
“Este texto, utilizando-se de uma abordagem atual, prática e objetiva, vem preencher
uma lacuna na bibliografia de Contabilidade
Rural, no Brasil, e atender à necessidade de um
texto com conteúdo programático adequado ao
ensimo e à prática profissional. Em primeiro lugar, trata da Contabilidade Agrícola, onde são
destacadas as diferenças básicas na contabilização das culturas temporárias e permanentes,
bem como é analisado o tratamento contábil
que deve ser dado ao desmatamento e preparo do solo para cultivo. Um dos pontos altos
aqui abordados é o tratamento da depreciação
na agropecuária. Além disso, o Autor introduz
um plano de contas para empresas agrícolas
e faz comentários sobre o funcionamento das
principais contas. Em segundo lugar, discorre
sobre a Contabilidade Pecuária e trata pormenorizadamente do método de custo, do custo
da pecuária, bem como do método do valor de
mercado. Em terceiro lugar, trata do Imposto
de Renda aplicado à atividade rural.”
(Trecho extraído da contracapa do livro)
MARION, José Carlos. Contabilidade rural: contabilidade agrícola, contabilidade da
pecuária, imposto de renda pessoa jurídica. 9
ed. São Paulo: Atlas, 2007. 251 p. ISBN 97885-224-4915-6.
Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar a
Biblioteca da Canaoeste.
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2) A “platéia” ficou entusiasmada com o espetáculo.
...mas a Língua Portuguesa não com o erro na grafia!
O correto é : plateia (sem acento).
Regra fácil: não existe mais o acento dos ditongos (quando há duas vogais na
mesma sílaba) abertos “éi” e “ói” das palavras paroxítonas (as que têm a penúltima sílaba mais forte), segundo o Novo acordo Ortográfico.
3) SAIBA MAIS PARA NÃO ERRAR:
a) Ela é uma das que “pensa” ou “pensam” assim?
Correto: tópico gramatical: Concordância - A expressão “uma das que” faz
concordancia no plural.
Portanto, o correto é: Ela é uma das que pensam assim. (das que pensam assim, ela é uma).
Outros exemplos corretos:
O amigo foi uma das pessoas que mais o apoiaram.
Não sou dos que acham isso. (daqueles que acham isso)
PARA VOCÊ PENSAR:
“ Vivo no quase, no nunca e no
sempre.
Quase, quase—e por um triz escapo.”
Clarice Lispector
“Fique de vez em quando só, senão
será submergido.
Até o amor excessivo pode submergir
uma pessoa.”
Clarice Lispector
* Advogada, Prof. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua
Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de
vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.
Revista Canavieiros - Maio 2012
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Revista Canavieiros - Maio de 2012
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