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Revista Canavieiros - Outubro de 2010
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Revista Canavieiros - Outubro de 2010
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Revista Canavieiros - Outubro de 2010
Editorial

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Expediente:
Conselho Editorial:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson
Editora:
Cristiane Barão – MTb 31.814
Jornalista Responsável:
Carla Rossini - MTb 39.788
Projeto gráfico e
Diagramação:
Rafael H. Mermejo
Equipe de redação e fotos:
Carla Rodrigues - MTb 55.115
Marília F. Palaveri
Rafael H. Mermejo
Comercial e Publicidade:
(16) 3946-3311 - Ramal: 2008
comercial@revistacanavieiros.com.br
atendimento@revistacanavieiros.com.br
Impressão:
São Francisco Gráfica e Editora Ltda
Tiragem:
11.000 exemplares
ISSN:
1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados
e fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista
é autorizada, desde que citada a fonte.
Endereço da Redação:
A/C Revista Canavieiros
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311 - (ramal 2190)

Investir

D

para consolidar

entre todas as certezas que dizem respeito à cadeia sucroenergética, uma delas é que é necessário investir para este se tornar um setor
sólido, pronto para superar crises e momentos de insegurança. Investimentos
em pesquisas e estudos são de extrema
importância para este setor, já que é do
campo, ainda na plantação, que sairão os
resultados das melhores produtividades.

Em 2010, a Ridesa (Rede Interuniversitária de Desenvolvimento do Setor
Sucroalcooleiro) comemora 20 anos de
trabalho e dedicação ao setor canavieiro. Para tal comemoração, lançou um
catálogo com mais 13 novas variedades,
sendo duas dessas variedades lançadas
regionalmente no mês de outubro, em
Ribeirão Preto. Confira na Reportagem
de Capa deste mês as características e
qualidade de cada uma delas e também
as novidades que estão por vir.
Em mais uma comemoração, a Entrevista desta edição da Canavieiros foi realizada com Luiz Antônio Ribeiro Pinto
- Fundador da Santal Equipamentos S/A
Comércio e Indústria, hoje presidente do
conselho administrativo da empresa, que
este ano completou 50 anos de atividade.
Durante a entrevista, Luiz Antônio conversou sobre a trajetória percorrida pela
empresa, seus principais desafios e também sobre os futuros projetos.
O presidente da Copercana, Antonio
Eduardo Tonielo, é quem assina o Ponto
de Vista. Em seu artigo, ele defende a sustentabilidade, que é uma das maiores metas para o setor sucroenergético brasileiro,
e também a necessidade cada vez maior
de investimentos no setor para torná-lo
consolidado perante os olhos do mundo.

www.revistacanavieiros.com.br

Os Artigos Técnicos deste mês trazem
importantes discussões sobre a produtividade de cana-de-açúcar em neossolos
quartzarênicos, de acordo com os pesquisadores do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), Antônio Celso Joaquim e Jorge

www.twitter.com/canavieiros
redacao@revistacanavieiros.com.br

RC

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

Luiz Donzelli. E também sobre adubação
verde no sistema de produção da cana-deaçúcar assinado pelos engenheiros agrônomos Denizart Bolonhezi, José A. Donizeti
Carlos e Antonio Cesar Bolonhezi.
O advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, está presente nos Assuntos Legais desta edição, informando os
produtores sobre a queima de palha de
cana-de-açúcar e traz mais uma decisão
do Superior Tribunal de Justiça de que
é possível a queima controlada, desde
que autorizada pelos órgãos ambientais e
observando-se as restrições legais.
A seção Notícias Copercana traz a incorporação de cinco lojas que faziam parte
da antiga Coopervam e mostra a satisfação
dos cooperados de Santa Rosa de Viterbo
com a chegada da Copercana na cidade.
Ainda em Notícias Copercana tem a posse do gerente da Copercana, Luis Ricardo
Meloni, como integrante da diretoria regional da APAS (Associação Paulista de
Supermercados). Já no Destaque deste mês
você encontrará informações sobre as chuvas, que tanto prejudicaram a moagem na
região Centro-Sul, mas ao mesmo tempo
favoreceram a produção de etanol.
Não deixe de conferir ainda dados sobre
a nova safra de grãos, informações setoriais com o assessor técnico da Canaoeste,
Oswaldo Alonso e a dica de leitura.
Errata:
Na reportagem “Copercana realiza reunião técnica de amendoim para produtores” publicada na
edição 51, de setembro , pela Revista Canavieiros,
há uma informação incompleta no seguinte parágrafo: “Já o professor Carlos Alexandre (UNESP/
Botucatu) mostrou aos produtores os resultados de
sua avaliação feita com uso de fertilizantes foliares
na cultura do amendoim. Para isso foram realizados
três experimentos: Programa Stoller (I), Agrovec
(II) e Brasquímica (III). Feitas as análises, ele concluiu que independente da empresa, os tratamentos
aplicados proporcionaram produtividade”.
O correto é: “Feitas as análises, ele concluiu que
independentemente da empresa, os tratamentos (produtos) com aplicação de 15 a 30 g/ha de Mo (Molibidênio), até os 30 DAE, foram suficientes para
proporcionar produtividades semelhantes aos “Programas Completos” e superiores a testemunha”.

Boa leitura!
Conselho Editorial
5

Ano V - Edição 52 - Outubro de 2010

Indices:

Capa - 20
Ridesa realiza lançamento
regional de variedades
Duas variedades foram
apresentadas em Ribeirão
Preto; Catálogo Nacional de
Variedades RB traz 13 novos
cultivares

05 - Entrevista
Luiz Antônio Ribeiro Pinto
Fundador da Santal Equipamentos S/A Comércio e Indústria
Os 50 anos de atividades da Santal

E mais:
Assuntos Legais
.................página 15
Circular Consecana
.................página 16
Destaque

08 - Ponto de
Vista

.................página 24
Informações Setoriais

Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana,
SicoobCocred e Sindicato Rural de Sertãozinho.
“O setor esta com os pés no chão”

.................página 26

12 - Notícias Copercana

Artigo Técnico I

- Copercana: filial em Santa Rosa de Viterbo conquista produtores
- Gerente da Copercana integra diretoria regional da APAS

.................página 28

16 - Notícias Canaoeste

Artigo Técnico II

- Consecana

.................página 31

18 - Notícias Cocred
- Balancete Mensal

Cultura

23 - Safra de Grãos

.................página 32

- Nova safra pode sofrer redução de plantio e produção
Os agricultores brasileiros começam um novo
plantio de grãos para o ciclo 2010/2011.

Agende-se
.................página 33
Classificados
.................página 34

Revista Canavieiros - Outubro de 2010
6

Entrevista com:

Luiz Antônio
Ribeiro Pinto

Fundador da Santal Equipamentos S/A Comércio e Indústria
Carla Rodrigues

O fundador da Santal Equipamentos, o engenheiro mecânico
Luiz Antônio Ribeiro Pinto, acredita no potencial brasileiro no
desenvolvimento de máquinas e
produtos agrícolas. Em 2010, a
Santal comemora 50 anos de atividades como a principal empresa
brasileira fornecedora de produtos
e serviços para mecanização agrícola no setor canavieiro.
Nesta entrevista concedida à
Canavieiros, o Sr. Luiz Antônio,
hoje presidente do Conselho
Administrativo da Santal, fala
sobre a trajetória percorrida
pela empresa, seus principais
desafios e também sobre os
futuros projetos.

Os 50 anos de atividades da Santal

Canavieiros: Em 2010 a Santal comemora 50 anos de fundação. Como foi
o início dessa história?
Luiz Antônio Ribeiro Pinto: A Santal nasceu em 1960, fruto das experiências que eu e meu pai, Arnaldo Ribeiro
Pinto, fizemos na Usina Santa Lídia. Ao
final da década de 50, começava a haver falta de mão-de-obra e reclamações
salariais e devido a isso começamos a
pensar que estava na hora de iniciar a
mecanização. Nessa ocasião, importamos para a Usina Santa Lídia uma colhedora de cana americana, que colhia
cana inteira e a jogava em cima de um
cesto, que ficava no alto e depois se
abria em cima de uma carreta.
Em 1959 resolvemos redesenhar essa
máquina. Pegamos algumas peças e desenhamos uma máquina nova montada
em cima de um trator TD9, que pegava
a cana inteira queimada e a levantava.
Ela era jogada numa esteira transversal
por cima do trator e caía no caminhão ao

“...desenhamos uma máquina nova montada em cima
de um trator TD9, que pegava a cana inteira queimada
e a levantava. Ela era jogada numa esteira transversal
por cima do trator e caía no
caminhão ao lado. Depois
de muito quebrar a cabeça,
essa máquina funcionou e
nós resolvemos fazer uma
pequena fábrica (Santal =
Santa+l de Lídia)...”
lado. Depois de muito quebrar a cabeça,
essa máquina funcionou e nós resolvemos fazer uma pequena fábrica (Santal =
Santa+l de Lídia), para assim podermos
fabricar algumas máquinas, vendê-las e
iniciar a mecanização aqui no Brasil.

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

Inauguramos a Santal em 1960 em
uma área alugada. As duas primeiras
máquinas que fizemos foram vendidas
para a Usina São Geraldo e assim, em
1961, entraram em operação as primeiras colhedoras de cana Santal. Três meses depois, durante a safra, elas já provaram que estavam completamente fora
do tempo, pois a mão-de-obra voltara a
ser abundante e barata. Já as máquinas
eram caras, com elevado custo de operação e manutenção. Com isso chegamos à conclusão de que estávamos fora
do tempo e a Usina são Geraldo, depois
de muito trabalhar conosco perguntou
se não queríamos receber de volta as
máquinas.
Como estávamos começando a fazer
as carregadoras de cana, propusemos
fazer uma troca e eles aceitaram. Trocamos e começamos a comercializar carregadoras de cana que eram máquinas
bem mais simples e que o mercado já
estava demandando. Este foi o início.
7
Canavieiros: Isso esfriou a ideia de
se fazer uma colhedora?
Ribeiro Pinto: As carregadoras de
cana sustentaram a Santal nos primeiros
30 anos. Chegamos a fazer 700 unidades
por ano dessas máquinas. Fabricamos
a maior quantidade de carregadoras de
cana do Brasil até hoje. Apesar das carregadoras suprirem muito bem as necessidades do mercado na época, sempre
continuamos com a ideia de fazer uma
colhedora.
Canavieiros: E qual foi o próximo
passo?
Ribeiro Pinto: No início da década
de 70 fiz três viagens para a Austrália e
cheguei à conclusão de que o caminho
que eles tinham tomado, de fazer uma
máquina para cana picada, era a melhor
solução. A partir daí fizemos um contrato
com uma pequena empresa da Austrália,
a Don Mizzi, e importamos 10 máquinas para montar aqui no Brasil, em tratores Massey Ferguson. Logo depois, em
1974 reformulamos totalmente essa máquina e passamos a montá-la num trator
Valmet sem eixo dianteiro, o que deu um
ótimo resultado. Assim nasceu a Santal
115. Era uma máquina que colhia muito
bem, picava e carregava simultaneamente. Ao longo de sua vida vendemos cerca
de 400 unidades.
Nesse período continuamos fazendo
as carregadoras de cana e atendendo o
mercado, pois nessa época praticamente
não se carregava mais cana na mão.
A Santal 115 era toda fabricada aqui no
Brasil e como eu disse, vendemos bastante, mas a produtividade era pequena. Por
volta de 1980, o governo brasileiro resolveu autorizar a importação de colhedora
de cana sem taxas. Com isso, máquinas
estrangeiras e mais potentes do que a nossa começaram a entrar no país.
Canavieiros: E qual foi o impacto da entrada das máquinas
estrangeiras?
Ribeiro Pinto: Nesse momento a Santal resolveu que era
hora de aposentar a 115 e desenvolver
uma máquina nova, mais potente e automotriz. Assim nasceu a Santal Rotor,
inclusive com um princípio diferente das
australianas: ao mesmo tempo em que
ela picava cana, o mesmo mecanismo jogava a cana para cima e carregava. Essa
ideia nasceu aqui.

Tivemos a Santal Rotor 1, 2, 3 e 4 e
depois a Amazon, que foi durante muito tempo uma máquina vendida por nós
com bastante sucesso. Finalmente depois
da Amazon, a partir de 2000 chegamos à
conclusão de que, porque carregava para
um lado só, não fazia o que as concorrentes faziam: elas viravam os elevadores para o lado esquerdo e direito, e isso
permitia que andassem numa linha de
cana e depois fizessem a volta e voltassem pela rua seguinte. Concluímos que
teríamos que fazer uma colhedora nova
que acompanhasse o mercado; daí nasceu a Tandem, já em 2004.

A tendência é de grandes
grupos continuarem comprando as poucas usinas “familiares” que sobrarem. Grandes
grupos que vão não só fazer
açúcar e álcool, mas também
energia, vão explorar tudo
começando pelo bagaço, folhas, palha e pontas da cana.
Canavieiros: Qual o diferencial da
Tandem?
Ribeiro Pinto: A Tandem é um desenvolvimento também da Santal e única no
mundo, pois não era nem uma máquina
convencional de pneus, nem uma de esteira. Ela ficou intermediária, com muito
mais estabilidade porque tinha quatro rodas atrás e duas na frente, e ao mesmo
tempo conservava a velocidade e a facilidade de deslocamento que uma máquina
de pneu tem em comparação com uma
máquina de esteira.
Canavieiros: Com a boa aceitação
das colhedoras, qual a fatia que as carregadoras passaram a ter na linha de
produção da empresa?

Ribeiro Pinto: À medida que começou a aumentar realmente a quantidade
de colhedoras mecânicas, o mercado
passou a comprar menos carregadoras
porque elas dispensam uso da carregadora, já que ela corta, pica e carrega simultaneamente. Gradualmente a carregadora
passou a ter menos importância aqui na
Santal. Em compensação os transbordos
aumentaram muito e praticamente tomaram o lugar da carregadora na empresa.
Todos eles são desenhados e desenvolvidos aqui.
Canavieiros: O que veio depois da
Tandem, lançada em 2004?
Ribeiro Pinto: Dois anos depois lançamos a Tandem série II com uma porção de melhorias e hoje estamos preparando o lançamento da mesma máquina,
mas com esteira, para que ocupe a parte
do mercado que precisa das vantagens
da esteira, com solos menos preparados.
Continuamos desenvolvendo outras linhas de produtos, como transbordos e
plantadoras. As primeiras plantadoras
foram feitas já na década de 60, todas
para cana inteira e agora, a partir de
2004, começamos com as primeiras
plantadoras de cana picada. Vale destacar que a Santal foi uma empresa concebida desde o início para a mecanização
da cana-de-açúcar.
Canavieiros: Qual o maior foco da
Santal nestes 50 anos?
Ribeiro Pinto: A Santal primou por
desenvolver. É uma linha que poucos
adotaram: desenvolver seus produtos
com tecnologia própria. Nós não contratamos consultorias estrangeiras, nem
participação de capital estrangeiro, nada,
foi tudo feito com trabalho e capital brasileiro. Essa é a evolução
da Santal.

Revista Canavieiros - Outubro de 2010
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Canavieiros: Quais foram os maiores
desafios enfrentados?
Ribeiro Pinto: Realmente o maior
desafio da Santal é a concorrência com
empresas multinacionais muito fortes.
Hoje em dia, tanto a Case como a John
Deere são duas gigantescas empresas,
vieram para cá fabricar visando o mercado brasileiro, o maior em cana-de-açúcar
do mundo, e começaram a fabricar aqui,
com tecnologia americana e australiana.
A Case comprou a Austoft australiana
com toda sua tecnologia. A John Deere
comprou uma fábrica americana, que
por sua vez tinha copiado a máquina da
Austoft nos EUA e veio para o Brasil fabricar também. Isso é um desafio permanente para nós.
E agora daqui pra frente isso vai continuar. Antigamente as usinas eram propriedades familiares, e também de capital
brasileiro, que expandia gradualmente seu
próprio capital. Hoje estamos numa situação que mostra uma mudança radical no
mercado sucroalcooleiro. Grandes grupos
estrangeiros estão vindo e grandes grupos
nacionais estão entrando no negócio. Isso
está mudando o tipo de comercialização.
Canavieiros: Como o senhor enxerga
o setor sucroalcooleiro daqui a 50 anos?
Ribeiro Pinto: A tendência é de grandes grupos continuarem comprando as
poucas usinas “familiares” que sobrarem. Grandes grupos que vão não só fazer açúcar e álcool, mas também energia,
vão explorar tudo começando pelo bagaço, folhas, palha e pontas da cana.
Hoje a cana só é colhida crua e com
o tempo essa palha vai ser aproveitada
como combustível para gerar eletricidade
ou talvez ainda para ser aproveitada em
novos processos de fabricação de açúcar,
através da transformação da fibra vegetal
em cadeias de carbono, que permitam ser
transformadas em açúcar. É o açúcar e o
etanol a partir da celulose, o que irá mais
do que dobrar o atual aproveitamento da
energia contida na cana-de-açúcar.
Isso vai aumentar muito a nossa capacidade de produção de açúcar e de álcool. Já se faz isso há muito tempo, mas o
custo é alto. O que vai acontecer é descobrir sistemas que produzam em larga
escala a um custo bem menor.
Canavieiros: O que precisa ser desenvolvido para que as colhedoras de cana
trabalhem em todas as áreas de uma pro-

Entrevista

priedade, independente de seu terreno?
Ribeiro Pinto: Vai sempre depender
muito da topografia. Hoje uma máquina
é capaz de trabalhar em terrenos com até
com 25% de inclinação, mas toda a operação fica muito mais cara, a produtividade
é muito menor. Isso não tem jeito de mudar porque as máquinas são grandes.
O que vai acontecer gradualmente é
que a cana plantada em terreno irregular
vai sumir, vai ficar tão caro em relação
ao resto que ela vai acabar sendo utilizada para outra finalidade e, ao mesmo
tempo, grandes áreas de pastagens que
temos aqui no Brasil Central serão transformadas em cana.
Acho que o futuro esta por aí. Não
se vai fazer uma máquina para trabalhar
em terrenos acidentados, não compensa,
pois não iria ter mercado.
Canavieiros: Quais são os projetos
para o futuro?
Ribeiro Pinto: Atualmente vamos
lançar a nossa máquina de esteiras e estamos desenvolvendo também uma plantadora de cana mais eficiente do que essas
que estão no mercado. Fora isso, sempre
estamos pesquisando novas possibilidades na medida em que forem surgindo.
Canavieiros: O que a Santal representa para o senhor?
Ribeiro Pinto: Representa algo que
fiz porque acreditava e porque gostava e
continuo acreditando e gostando.
Canavieiros: Como surgiu a ideia

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

de se desenvolver o densímetro de
etanol?
Ribeiro Pinto: O densímetro apareceu porque na ocasião, no início do
Proálcool, havia um problema bastante delicado e generalizado.
No álcool a água é totalmente miscível. Se você pegar o álcool puro e
jogar um copo de água, não vai mudar
em nada a aparência. O posto poderia
facilmente adulterar o combustível e
na época a única maneira de verificar
isso era através de um tubo de ensaio,
termômetro, medidas de temperatura
e densidade e o resultado seria comparado com uma tabela que ficava no
posto. O que desanimava qualquer
usuário de verificar a qualidade do
produto.
Então surgiu a necessidade de um
método simples, que só de olhar você
saberia se o combustível estava bom
ou não. Para isso imaginei um densímetro que compensasse automaticamente a variação da temperatura,
coisa que não existia até então. Você
coloca o densímetro térmo-compensado dentro da mistura álcool e água
e em qualquer temperatura a coluna
vermelha mostra a qualidade: se ela
aparecer acima do nível do líquido, o
álcool está adulterado.
Tive a patente desse sistema por 15
anos. Hoje ele está em todos os postos
do Brasil e é exigido por lei. Uma patente desenvolvida aqui dentro da Santal. Foi uma contribuição ao Proálcool,
de que muito nos orgulhamos. RC
9

Revista Canavieiros - Outubro de 2010
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Ponto de Vista

Antonio Eduardo Tonielo*
O setor está com os pés
no chão
Atender as demandas dos mercados
interno e externo, tanto na produção de
açúcar como na fabricação de etanol,
com foco na sustentabilidade, é uma das
maiores metas e um dos maiores desafios
para o setor sucroenergético brasileiro. A
região Centro-Sul do país deverá produzir 534 milhões de toneladas de canade-açúcar na presente safra 2010/2011,
de acordo com estimativa da ÚNICA
(União da Agroindústria Canavieira),
que também estima uma produção de
açúcar de 34 milhões de toneladas e de
etanol de 28 bilhões de litros.

colocam à disposição do produtor rural
novas variedades de cana, mais produtivas e resistentes às pragas e doenças. São
atitudes que estão garantindo desenvolvimento e rentabilidade ao produtor e ao
empresário do setor.
A retomada de negócios no primeiro
semestre de 2010 nos apresenta um cenário mais positivo para esse final de ano.
Os industriais e também os produtores
de cana estão mais otimistas em relação
à safra 2010/2011. Esta é a hora de juntarmos as forças e alavancarmos os nossos negócios.

Porém, com as perspectivas de crescimento desses dois mercados, é preciso
investimentos para ampliar a produção.
A cadeia produtiva de cana-de-açúcar
não tem medido esforços para desenvolver suas atividades e consolidar cada vez
mais o setor sucroenergético mundo afora. O desafio da produção com sustentabilidade tem sido alcançado em grande
escala. Mas é preciso saber até onde o
governo brasileiro quer a expansão do
setor. Não dá para os empresários continuarem investindo apenas recursos próprios. É preciso financiamentos oficiais
a longo prazo e a juros acessíveis para
dar suporte a esse aclamado crescimento. Caso contrário, muitas indústrias não
terão recursos para andar com suas próprias pernas e entrarão em crise.

“...para fazer parte
deste ambiente altamente profissionalizado e competitivo, o
setor deve estar preparado e organizado.
Só assim teremos a
certeza que o setor
está crescendo e se
desenvolvendo, mas
com os pés no chão.”

Investimentos na expansão de novas
unidades industriais e em melhorias
nas unidades já em operação têm sido
intensificados. Modernas tecnologias
estão sendo descobertas e implantadas;
pesquisas e estudos técnicos também

Uma das indicações de que o setor vai
bem é que a entrada de capital externo
está cada vez mais freqüente. Isso também aumenta a competitividade do país e
estimula o desenvolvimento do comércio
internacional. O Brasil vai se tornar um
fornecedor mais confiável de etanol, ou
seja, o aumento de capital estrangeiro no
setor sucroenergético é visto com bons
olhos pelo mercado. De acordo com a
Única, a participação de capital estrangeiro no Brasil já é da ordem de 22%.
É claro que muitos problemas ainda
perseguem o setor, como a volatilidade
nos preços do etanol. Sentimos na pele
essas dificuldades, mas temos de admitir
que elas existem em qualquer setor e que

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

sempre existirão percalços a enfrentarmos, por melhor que esteja a situação.
É preciso reagir para enfrentar os
desafios e é o que o setor sucroalcooleiro tem feito com muita competência. Outro desafio que o setor vem
enfrentando é a qualificação dos trabalhadores ligados à cadeia produtiva.
A falta de mão-de-obra qualificada
pode se tornar um dos principais gargalos do setor. Por isso é tão importante a implantação de programas de
qualificação em parceria com instituições públicas e privadas. Um bom
exemplo é o projeto renovAção, fruto
de entendimentos da Única com suas
associadas e trabalhadores, desenvolvido com patrocínio de empresas
e apoio do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), numa demonstração de grande coordenação e
comprometimento da cadeia produtiva do setor sucroenergético com ações
de responsabilidade social e melhoria
contínua das condições de trabalho.
Enfim, o momento é muito propício para o setor. No entanto, para fazer
parte deste ambiente altamente profissionalizado e competitivo, o setor
deve estar unido, preparado e organizado. Só assim teremos a certeza que
o setor está crescendo e se desenvolvendo, mas com os pés no chão.RC
*presidente da Copercana,
SicoobCocred, Sindicato Rural de
Sertãozinho e Conselheiro da Única.
11

Revista Canavieiros - Outubro de 2010
12

Notícias Copercana

Copercana: filial em Santa Rosa de Viterbo
conquista produtores
Carla Rodrigues

Com a incorporação à antiga Coopervam, Copercana virou sinônimo de confiança entre cooperados

E

m 2008, a Copercana realizou a
incorporação de cinco lojas que
faziam parte da antiga Coopervam (Cooperativa Agropecuária do Vale
do Mogi-Guaçu), e com isso ganhou
mais filiais nas cidades de Descalvado, Santa Rosa de Viterbo, Santa Rita
do Passa Quatro, Porto Ferreira e Santa
Cruz das Palmeiras.
Hoje a filial de Santa Rosa de Viterbo conta com aproximadamente 320 cooperados e há um ano está instalada em
novo endereço. Assim como na matriz, a
Copercana local oferece aos seus cooperados produtos agrícolas, como insumos,
defensivos, ferramentas, implementos e
também os produtos de magazine.
O cooperado Eli de Andrade é produtor
de gado, eucalipto, café e cana-de-açúcar
e está bastante satisfeito com a chegada
da Copercana na cidade. Ele acredita que
com a cooperativa a vida do produtor é
valorizada. “A Copercana chegou aqui no
momento certo e até hoje só temos coisas
positivas para falar a seu respeito. Nela,
eu encontro tudo o que preciso para meu
trabalho, inclusive o atendimento de agrônomos que estão sempre prontos para esclarecimentos”, disse.
Entre os produtos utilizados por Andrade está a vacina para prevenir a febre
aftosa no seu rebanho. A aplicação das
vacinas é realizada por ele mesmo, mas
a compra das vacinas e a orientação correta são feitas via Copercana. “A campanha de vacinação contra a febre aftosa é
muito séria e rígida para nosso país. Por
isso temos que comprar produtos que
confiamos.”
A segunda etapa da campanha para
prevenir a febre aftosa no Estado de São
Paulo tem início no dia 1º de novembro e
termina no final do mesmo mês. Durante
este período, todos os bovinos e bubalinos (de mamando a caducando) deverão
ser vacinados e no Estado de Minas Gerais somente os animais com dois anos
ou menos deverão ser vacinados.

Os pecuaristas terão 30 dias para aplicar as vacinas nos seguintes Estados:
Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo,
Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do
Sul, São Paulo, Sergipe e Tocantins, assim como no Distrito Federal. No Amapá, a vacinação deve ocorrer até o dia 15
de novembro.

fachada da loja da Copercana em
Sta. Rosa do Viterbo

De acordo com o veterinário da Copercana, Gustavo Lopes, em 2009 foram
vacinados 196 milhões de animais em
todo o país durante a segunda etapa da
campanha e este ano estima-se de 170 a
180 milhões de animais, o que é um número significativo para que se mantenha
a sanidade do rebanho. “Essa campanha
é muito importante para o Brasil. É necessário que todos vacinem seus animais,
mesmo aqueles que possuem uma pequena quantidade, pois só assim, num futuro
próximo, poderemos buscar a suspensão
da vacina”, explicou o veterinário.
Parte interna da loja

“A Copercana chegou
aqui no momento certo e até hoje só temos
coisas positivas pra
falar a seu respeito.
Nela, eu encontro tudo
o que preciso ...”

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

O cooperado
Eli de Andrade
13

AFTOSA

Febre aftosa é uma doença aguda, altamente contagiosa que afeta os animais de
cascos fendidos. Ela não ataca somente o
gado. Porcos, carneiros, cabras, búfalos e
até alguns bichos do mato como o veado
e a capivara sofrem com esse mal. Raramente afeta pessoas, apenas as que têm
contato com animais doentes ou com vírus,
em laboratório de pesquisa. Se apenas um
animal do seu rebanho for atacado, a febre
pode passar para os outros de forma rápida.
A aftosa maltrata muito o animal. Forma
feridas na boca, nos pés e nas mamas.
Pode fazer com que as fêmeas prenhas
percam a cria e até matar bezerros com
poucos meses de vida. Mas a doença maltrata também o bolso do criador. Rebanho
com aftosa é prejuízo na certa. O animal
perde peso e diminui a produção de leite.
Transmissão: O principal veículo de
transmissão é o próprio ar, através de aerossóis emitidos pelos animais doentes, podendo chegar até 50 km de alcance. A maior fonte de disseminação é o contato com animais
infectados ou através de roupas, veículos automotores entre outros objetos que estiveram
em contato com os animais contaminados.

Evolução da Doença: É causada por um vírus que no Brasil apresenta 3
tipos (O, A e C) e mais de 60 subtipos diferentes. Inicialmente o vírus é instalado nas
células da mucosa e faringe onde se multiplica. A partir daí cai na circulação e se dissemina por todo organismo. Após 24 a 48
horas, o animal apresenta febre, vesículas
na língua, na cavidade bucal, nos espaços
interdigitais e às vezes nas tetas e úberes.
Após 48 horas do surgimento destes sintomas, estas vesículas se rompem facilitando
a instalação de bactérias, dificultando assim a cicatrização.
Sintomas: O animal baba excessivamente devido às vesículas na cavidade
bucal, língua e faringe. Apresenta febre
alta, falta de apetite e pêlos arrepiados. O
animal emagrece severamente e não consegue se locomover. As fêmeas em gestação
podem abortar o feto, os animais jovens
podem morrer e as vacas em lactação têm
sua produção leiteira bastante diminuída.
Consequências: Os animais que
sofreram de febre aftosa podem desenvolver lesões secundárias crônicas oral, nasal
e podal (nos pés). A deformação dos cas-

cos pode resultar num comprometimento
permanente da capacidade de locomoção
do animal prejudicando seu bem estar. O
envolvimento da glândula mamária pode
resultar em mastite e permanentes danos
na produção de leite. O ganho de peso de
animais com sequelas será abaixo quando
comparados ao de animais sadios.
Tratamento: Esta doença não existe cura, o que pode ser feito é tratar os efeitos causados pelo mal, como por exemplo,
fazer anti-sepsia das lesões e feridas tentando evitar sequelas de maiores proporções.
Profilaxia: A prevenção é feita
através de vacinação seguindo o calendário estabelecido por órgãos oficiais. O descumprimento da lei que obriga a vacinação
de todos os animais da propriedade acarreta em sanções como multas e interdição da
propriedade.
Vacinar o rebanho é investir no próprio
negócio. É dar uma injeção de lucro no animal. Vacinado ele vale muito mais e pode
ser exportado com melhores preços. RC
*Texto retirado do site Agromundo –
www.agromundo.com.br

Revista Canavieiros - Outubro de 2010
14

Notícias Copercana

Gerente da Copercana integra diretoria
regional da AP
AS
Carla Rossini

Luís Ricardo Meloni, gerente dos supermercados, lojas de ferragens, magazines e automotivos da
Copercana assumiu cargo no dia 15 de outubro

O

novo diretor da APAS (Associação Paulista de Supermercados) Regional Ribeirão Preto, Tiago Trevelatto Albanezi,
tomou posse na noite da sexta-feira
(15 de outubro), juntamente com os
vice-diretores, para a gestão 20102012, em cerimônia realizada na
Choperia Pinguim, em Ribeirão Preto. Tiago, diretor dos Supermercados
Alpheu, recebeu o cargo de Aurélio
Mialich, que, após dois mandatos à
frente da Regional, assumiu a vicediretoria de Apoio e Relacionamento
com o Associado.
Luís Ricardo Meloni, gerente dos
supermercados, lojas de ferragens,
magazines e automotivos da Copercana se tornou o 1º vice diretor da
Regional Ribeirão Preto. “Fazer parte
de uma associação tão bem conceituada é muito importante. É o nome da
cooperativa que está sendo representado. Já praticamos o cooperativismo
e agora, também o associativismo. A
troca de informações dentro da Apas
é muito relevante para os participantes”, disse Meloni.

Paulo César Oliveira, Eder Mialich, Rodrigo Canesin, Ricardo Meloni, Antônio Savegnago,
José Carlos Rinaldi e Tiago Albanezi

Diretoria Regional Ribeirão Preto:
Diretor: Tiago Trevelatto Albanezi (Supermercados Alpheu)
1º Vice-Diretor: Luís Ricardo Meloni (Copercana)
2º Vice-Diretor: Éder Mialich (Supermercados Mialich)
Vice-Diretor: Antonio Aparecido Savegnago (Savegnago Supermercados)
Vice-Diretor: Rodrigo Canesin (Supermercado Canesin)
Vice-Diretor: José Carlos Rinaldi (Supermercado 3 Jota)
Vice-Diretor: Paulo César Oliveira (Supermercados 3 Irmãos)

O presidente da Canaoeste e diretor da Copercana, Manoel Ortolan,
esteve no evento para prestigiar Meloni. Também estiveram presentes o
presidente da APAS, João Galassi,
que deu as boas vindas à diretoria;
o diretor de Regionais e Distritais
APAS, Palimércio de Luccas; e cerca
de 140 pessoas, entre supermercadistas e fornecedores, incluindo empresários do setor.
Galassi reforçou o compromisso
da APAS com os associados e conclamou os supermercadistas a participarem mais ativamente dos projetos da
entidade. “As informações disponíveis na APAS auxiliam a gestão das
empresas e nossos associados obtêm
resultados superiores à média do
mercado”, enfatizou. RC
Revista Canavieiros - Outubro de 2010

Juliano Silva, Marco Sarni, Ricardo e Ana Meloni, Manoel Ortolan e Márcio Zeviani
15

Assuntos Legais

Queima de palha de
cana-de-açúcar: - mais uma
decisão do superior tribunal de justiça

P

rezados produtores de cana-deaçúcar, chegou ao nosso conhecimento uma importante notícia
acerca de um julgamento ocorrido em 29
de setembro de 2010, no STJ (Superior
Tribunal de Justiça), última instância
judicial para discutir questões que envolvem a queima de palha de cana-deaçúcar e a legislação que a autoriza.

O STJ, que possui duas Turmas Julgadoras com cinco ministros cada e que formam
a Primeira Seção do Tribunal, competente
para julgar essa questão, ainda não havia
chegado a uma conclusão final sobre o assunto, pois as referidas turmas possuem entendimentos opostos, ou seja, enquanto uma
entende que a legislação que autoriza a prática da queima da cana controlada é legal,
a outra turma entende que a mesma lei não
observa os ditames constitucionais.

Nesta decisão supra mencionada
(Embargos de Divergência no Recurso
Especial nº 418.565-SP.), proferida pelos
10 ministros que compõem a 1ª Seção do
Tribunal (1ª e 2ª Turmas), uniformizouse o entendimento de que a proibição de
utilizar-se do fogo disposta no Código
Florestal (Lei nº 4.771/65), em seu artigo
27, abrange a cultura de cana, tendo os
ministros ressaltado, porém, que o mesmo código prevê a hipótese de queima
controlada (§ único do artigo 27).
Desta forma, é possível utilizar-se da
queima controlada, desde que autorizada
pelos órgãos ambientais e observando-se as
restrições legais. Os ministros ressaltaram,
ainda, que se tal prática causar danos além
dos previstos na legislação, restará ao seu
causador a responsabilidade pelos prejuízos
causados ao meio ambiente e a terceiros.

Juliano Bortoloti - Advogado
Departamento Jurídico Canaoeste

Portanto, sem sombra de dúvida,
esta decisão emanada de tão importante Corte de Justiça criou um importante precedente em defesa do
setor sucroalcooleiro, demonstrando,
mais uma vez, que a prática da queima quando realizada dentro dos parâmetros estipulados pela lei, além de
constitucional também reflete o tão
consagrado princípio do desenvolvimento sustentável. RC
	

Revista Canavieiros - Outubro de 2010
16

Notícias Canaoeste

Consecana

A

CIRCULAR Nº 11/10
DATA: 30 de setembro de 2010

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de SETEMBRO de 2010. O preço médio do kg de ATR para o mês de SETEMBRO, referente à Safra
2010/2011, é de R$ 0,3524.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos
mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a setembro e acumulados até SETEMBRO, são apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo
(ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao mercado
externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a setembro e acumulados até
SETEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/10, são os seguintes:

Revista Canavieiros - Outubro de 2010
17

Revista Canavieiros - Outubro de 2010
18

Notícias Cocred

Balancete Mensal

COOP.CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO
INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - SETEMBRO/2010

Valores em Reais

Revista Canavieiros - Outubro de 2010
19

Revista Canavieiros - Outubro de 2010
20

Ridesa realiza lançamento
regional de variedades

Carla Rodrigues

A

Duas variedades foram apresentadas em Ribeirão Preto;
Catálogo Nacional de Variedades RB traz 13 novos cultivares

Ridesa (Rede Interuniversitária de
Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro) completa 20 anos de
história em 2010 e para comemorar lançou o Catálogo Nacional de Variedades
RB de Cana-de-açúcar, para apresentar
as treze novas variedades desenvolvidas.
O lançamento regional de duas das variedades aconteceu no dia 8 de outubro, em
Ribeirão Preto, no Hotel JP.
Várias autoridades do setor, professores, estudantes e empresários estiveram presentes, como o ex-ministro da
Agricultura, Roberto Rodrigues, o presidente da Unica (União da Indústria
de Cana-de-Açúcar), Marcos Jank, o
presidente da Orplana (Organização dos
Plantadores de Cana da Região CentroSul do Brasil), Ismael Perina Júnior, o
vice-reitor da UFSCar, Pedro M. Galetti
Junior, e Hermann Hoffmann, professor
e coordenador do programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar da
UFSCar. Os presidentes da Canaoeste,
Manoel Ortolan, e da Copercana e SicoobCocred, Antonio Eduardo Tonielo,
estiveram presentes.
Os participantes ouviram palestras do
ex-ministro, Roberto Rodrigues, sobre a
agroenergia, considerada por ele a nova
geopolítica global. Para ele a economia
verde é realidade no Brasil.

A cana é a segunda fonte de energia do
Brasil e segundo Jank, o setor tem grande potencial de crescimento. “O crescimento do nosso setor não será em linha
reta, será em curvas, como sempre foi.
Vai sobreviver quem conseguir ir para as
áreas verdes, já que novos produtos estão surgindo, como o ramo dos plásticos,
bioeletricidade, além da frota flex, que só
tende a crescer”, explicou.

“Num mundo sem estratégia, avulta a
sustentabilidade. O Brasil tem que impor
sua visão tecnológica para orientar os
demais outros países a produzirem com
sustentabilidade. Temos referência para
isso. Falta estratégia para que o Brasil
possa liderar uma nova economia verde”, explicou Rodrigues.
Já, o presidente da Unica, Marcos
Jank, falou sobre a dinâmica e as perspectivas do setor sucroenergético. Para
ele, esses lançamentos são de grande
importância para a competitividade do
setor. “A cana é uma verdadeira máquina de fotossíntese. Com ela avançamos,
mas ainda podemos avançar muito mais”,
disse o presidente da Unica.
Revista Canavieiros - Outubro de 2010

Ainda de acordo com Jank, o maior
desafio do setor é construir políticas públicas para criar segurança e mostrar ao
mundo a diferença entre etanol e combustíveis fósseis. Além disso, também há
desafios a serem vencidos no que se referem à logística, barreiras tarifárias, entre outros. “Temos muito potencial para
vencer, mas é preciso um novo ciclo de
investimentos”, completou.
21

Reportagem de Capa

Ismael Perina Júnior - presidente da Orplana

Marcos Jank - Unica

Roberto Rodrigues - ex-ministro da Agricultura

8ª Liberação de Variedades RB de cana-de-açúcar

Para Marcos Sanches Vieira, diretor-executivo
da Ridesa, a liberação de mais essas duas variedades
é um marco significativo para o setor canavieiro, e
muito emocionado, agradeceu a todos os envolvidos
neste trabalho. “O trabalho realizado com essas variedades, mostra a grande parceria que temos com
o setor. Muitos aspectos e características estão surgindo, como a mecanização, e nós nos adequamos a
essas mudanças”, comentou Marcos.
A apresentação das duas variedades liberadas no
evento, a RB965902 e a RB965917 foi feita pelo
coordenador do programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar da UFSCar, Hermann Hoffmann, que destacou a importância das pesquisas e
trabalhos realizados nesta área. “Desde 1982 foram
liberadas 30 variedades com características diferentes de cana-de-açúcar, porém a dificuldade maior
encontrada por nós, pesquisadores, é liberar variedades que se firmam e realmente vão contribuir com
o produtor no final”, explicou o professor.

Com isso em mente, a Ridesa realizou um censo
varietal pelo país, e os resultados foram satisfatórios, alcançando em 79% de variedades RB no Estado de Pernambuco, 76% no Paraná, 58,9% em São
Paulo, 55,7% em Minas Gerais, 47% em Alagoas e
42,5% em Goiás.
A Ridesa engloba as Universidades Federais de
Alagoas, Rural de Pernambuco, São Carlos-SP, Viçosa-MG, Paraná, Rural do Rio de Janeiro, Goiás,
Sergipe, Mato Grosso e Piauí. Parcerias com mais de
300 empresas do setor sucroalcooleiro garantem investimentos de R$ 15 milhões por ano em pesquisas.
Revista Canavieiros - Outubro de 2010
22

Reportagem de Capa

“Desde 1982 foram liberadas
30 variedades com características diferentes de cana-deaçúcar, porém a dificuldade
maior encontrada por nós,
pesquisadores, é liberar variedades que se firmam e realmente vão contribuir com o
produtor no final”

IAC lançou três variedades em setembro
As variedades lançadas regionalmente
pela Ridesa somam-se às três apresentadas pelo Centro de Cana do IAC, em setembro: IACSP95-5094, IACSP96-2042
e IACSP96-3060.

Marcos Guimarães de Andrade Landell, “entre produtividade de biomassa e teor de sacarose as novas
variedades estão produzindo 10% a
mais que as usadas na primeira me-

Essas três variedades adequam-se
ao plantio mecânico e à colheita mecânica crua, dispensando a queima. A
IACSP95-5094 e IACSP96-2042 têm
adaptação muito boa à região do cerrado
e trazem a perspectiva de otimizar a produtividade nas regiões secas, antes ocupadas por pastagens. A IACSP96-3060
tem longo período de utilização, característica que contribui na logística da cadeia de produção por flexibilizar o período de colheita.
De acordo com o pesquisador e
diretor do Centro de Cana do IAC,
Revista Canavieiros - Outubro de 2010

tade desta década”. Esse ganho pode
chegar aos 30% se os produtores
explorarem o potencial desses materiais, associando-os aos ambientes
de produção adequados. RC
23

Safra de Grãos

Nova safra pode sofrer redução de plantio e
produção

O

s agricultores brasileiros começam um novo plantio de
grãos para o ciclo 2010/2011.
A nova safra deve ficar entre 145,72 e
147,93 milhões de toneladas, com uma
redução que vai de 887,60 mil a 3,10
milhões de toneladas sobre a safra passada, que chegou ao recorde de 148,82
milhões de toneladas. Já a área destinada ao plantio deve variar en tre 47,32
(-0,1%) e 47,99 (+1,3%) em relação à
anterior (47,37 milhões de ha).

Os números são do primeiro levantamento realizado pela Conab e
divulgado no início de outubro, que
destaca o algodão em caroço em termos de área e produção. Neste primeiro estudo, a pesquisa se baseia
numa média de produtividade, obtida
nas últimas cinco safras. Foram descartados os anos atípicos e agregado
o ganho tecnológico.

Os principais responsáveis pela variação negativa na produção e na área desta
safra são a soja e o milho total (1ª e 2ª
safras). A previsão é de que os sojicultores colham de 67,60 (-1,5%) a 68,90
milhões de toneladas (+0,3%) sobre a
safra anterior (68,68 milhões de toneladas). A área destinada à leguminosa varia
positivamente de 23,76 (+1,3%) a 24,20
milhões de ha (+3,1%), sendo que a da
safra anterior é de 23,46 milhões de ha.
O milho total reduz de 51,83 (-7,5%)
a 52,41 (-6,5%) milhões de toneladas sobre as 56 milhões de toneladas do último
ciclo. A área também diminui de 12,71
(-2,1%) a 12,81 milhões de ha (-1,3%).
O algodão em caroço é o grande destaque, em função dos preços bons praticados no mercado. Com isso, a produção do grão aumenta de 2,43 (+32,5%)
a 2,57 milhões de toneladas (+39,3%),

comparado ao período passado que foi
de 1,84 milhões de toneladas. Já a área
plantada pode crescer de 1,01 (+21,9%)
a 1,07 milhões de ha (29,1%).
A produção do feijão total também
cresce, variando entre 3,39 milhões de
toneladas (+4% e 3,42 (+5%) contra as
3,26 milhões de toneladas da safra passada, assim como a de arroz que aumenta
de 12,05 (+7,1%) a 12,26 milhões de toneladas (+8,9%).
A pesquisa foi realizada por 50 técnicos, entre os dias 19 e 25 de setembro, nas regiões Sul, Sudeste e CentroOeste. No Norte e Nordeste, onde o
plantio começa em dezembro, foram
considerados os dados de área da safra
anterior e a produtividade média dos
cinco últimos anos. RC
Fonte: Conab

Revista Canavieiros - Outubro de 2010
24

Destaque

Chuvas prejudicam moagem pela segunda
quinzena consecutiva na região centro-sul, mas
favorecem produção de etanol

A

moagem de cana pelas unidades
produtoras da Região CentroSul do País totalizou 27,16 milhões de toneladas na segunda quinzena
de setembro, recuo de 27,03% em relação ao valor observado nos primeiros
quinze dias do mês (37,23 milhões de
toneladas) e queda superior a 35% no
comparativo com o volume processado
na segunda quinzena de agosto (42,07
milhões de toneladas). No acumulado
desde o início da safra até o final de setembro, a quantidade de cana-de-açúcar
moída no Centro-Sul alcançou 444,54
milhões de toneladas.

A intensa retração na moagem de
cana observada na segunda quinzena
de setembro ocorreu, novamente, em
função das chuvas que atingiram as
principais áreas produtoras. O indicador de precipitação pluviométrica
de setembro ficou 59,27% superior à
média histórica para o período. Essa
condição climática impactou o aproveitamento de tempo das unidades produtoras e aumentou o número de dias
de moagem perdidos: em média, as
usinas registraram 6,78 dias perdidos
em setembro contra apenas 2,92 dias
perdidos em agosto deste ano.

tivamente ao mesmo período de 2009.
No acumulado desde o início desta safra, a quebra supera 3,9% em relação ao
acumulado da safra anterior.
Até o início de outubro, oito unidades produtoras já haviam encerrado a
safra 2010/2011 na região Centro-Sul,
confirmando as projeções da UNI-

Para o Diretor Técnico da União da
Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA),
Antonio de Padua Rodrigues, “apesar
de ter prejudicado a moagem, o maior
volume de chuva nas últimas semanas
de setembro não foi suficiente para interromper a queda que vinha sendo observada na produtividade do canavial”.
“Certamente não haverá tempo hábil
para a recuperação da produtividade
agrícola nesta safra e o volume de cana
disponível para a moagem continuará
abaixo do projetado no início do ano,”
completou o executivo.
Dados apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) indicam, de
fato, uma redução de 15,6% na produtividade agrícola da cana colhida na região Centro-Sul em setembro, comparaRevista Canavieiros - Outubro de 2010

CA quanto ao encurtamento da atual
safra devido à antecipação da moagem, consequência do longo período
de estiagem. Das 10 novas unidades
produtoras previstas para iniciar suas
atividades na atual safra, apenas uma
optou por postergar o início para a safra 2011/2012.
Qualidade da matéria-prima
A concentração de Açúcares Totais
Recuperáveis (ATR) por tonelada de
cana processada atingiu 170,16 kg de
ATR na segunda quinzena de setembro, alta de 5,73% em relação aos primeiros 15 dias do mês. No acumulado
desde o início da safra, a quantidade de
ATR somou 142,10 kg por tonelada de
cana-de-açúcar, crescimento de 7,36%
no comparativo com igual período da
safra anterior.
Cabe destacar que o indicador de
ATR divulgado pela UNICA é calculado a partir do volume de cana-de-açúcar
moída e da produção de açúcar e de
etanol em determinado período, considerando algumas premissas em relação
às perdas industriais, eficiências de fermentação e de destilação.
25
do mês, apenas 44,70% destinou-se à
produção de açúcar, percentual inferior
aos 46,41% verificados na quinzena
anterior.
De acordo com Rodrigues, “é natural
uma redução na produção de açúcar no
último terço da safra, contudo, ao longo
de setembro esse aspecto foi intensificado pela maior ocorrência de chuvas e
pela consequente deterioração da qualidade da cana”.

Esse indicador é conhecido como
“ATR produto” e devido a forma de
cálculo ele não refletiu momentaneamente a interrupção da moagem pelas
usinas ocorrida ao final de setembro,
de modo que o volume de açúcar e
etanol que já se encontrava em processamento na segunda quinzena do
mês não obteve sua respectiva contrapartida em cana-de-açúcar. Portanto,
o aumento do ATR produto verificado
na segunda quinzena de setembro não
é real e deverá ser compensada pela
queda significativa deste indicador na
primeira quinzena de outubro.
Existe outro indicador de concentração de ATR na cana que é chamado
“ATR cana” e provêm de análises laboratoriais de amostras de cana-de-açúcar
coletadas no momento de sua entrega
na unidade industrial. Estas análises
seguem rígidas normas operacionais estabelecidas pelo Sistema – ATR, desenvolvido pelo Conselho dos Produtores
de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do
Estado de São Paulo (Consecana – SP).
De acordo com os dados apurados
pelo Sistema ATR, vinculado ao Consecana (SP), o ATR cana na segunda
quinzena de setembro apresentou um
crescimento de apenas 1% em relação
a primeira quinzena do mês. Esse indicador aponta ainda que na primeira
quinzena de outubro houve uma redução de cerca de 9% no ATR, que passou
de 160,88 kg por tonelada de matériaprima no final de setembro para 146,57
kg no início de outubro.

Segundo o Diretor da UNICA, “os
dois indicadores de ATR mensuram a
mesma coisa e geralmente apresentam
valores semelhantes no final da safra;
entretanto, o ATR produto sofre distorções durante períodos com elevada
precipitação pluviométrica e essas distorções precisam ser entendidas para a
realização de qualquer análise”. Basicamente, a queda no ATR cana deverá
ser observada de forma mais intensa
no ATR produto na primeira quinzena
de outubro, os indicadores apresentam
apenas diferenças no tempo de resposta,
mas os valores finais deverão ser equivalentes, concluiu o executivo.
Ele explica ainda que “estamos vivenciando mais um ano atípico em termos de condições climáticas. De abril
até o início de setembro, o volume de
chuvas ficou muito aquém da média
histórica, reduzindo a disponibilidade
de cana. Já em setembro, principalmente no final do mês, as chuvas retornaram com uma intensidade maior do que
a prevista, prejudicando a moagem e,
mais importante, reduzindo a qualidade
da cana que será colhida em outubro”.
Esses fatores devem impactar a produção de açúcar e etanol no final da safra,
acrescentou o executivo da UNICA.
Produção de açúcar e etanol
Na segunda quinzena de setembro
observou-se um recuo significativo da
proporção de cana destinada à fabricação de açúcar. Do volume de matériaprima processado na segunda quinzena

Como reflexo da retração do percentual da cana colhida dedicado à produção de açúcar na última quinzena de
setembro, a produção de açúcar no período ficou em 1,97 milhões de toneladas,
queda de 25,70% em relação à quinzena
anterior. A produção de etanol, por sua
vez, somou 1,49 bilhões de litros, dos
quais 448,68 milhões de litros de etanol
anidro e 1,04 bilhão de litros de etanol
hidratado.
No acumulado desde o início da safra
2010/2011, a produção de açúcar somou
27,10 milhões de toneladas, enquanto a
de etanol alcançou 20,30 bilhões de litros, crescimento de 22,59% comparado
ao mesmo período de 2009.
Vendas de etanol pelas
unidades produtoras
As vendas de etanol pelas unidades
produtoras da região Centro-Sul somaram 2,33 bilhões de litros em setembro.
Já o volume de etanol anidro comercializado ao longo do mês somou 594,71
milhões de litros, dos quais 5,21%, ou
31,00 milhões de litros, destinaramse às exportações e 563,70 milhões ao
mercado doméstico. Em relação ao etanol hidratado, as vendas internas atingiram 1,58 bilhão de litros e as vendas
para o mercado internacional somaram
apenas 155,49 milhões de litros.
No acumulado da safra, de abril
até setembro, o volume total comercializado pelas usinas do Centro-Sul
soma 13,30 bilhões de litros, queda de 5,49% relativamente à safra
2009/2010. Esta retração decorre do
forte declínio das exportações, na medida em que as vendas internas acumulam alta de 1,30% no comparativo
com igual período de 2009. RC

Revista Canavieiros - Outubro de 2010
26

Informações Setoriais

CHUV
AS DE Setembro
e Prognósticos Climáticos

No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de SETEMBRO de 2010.

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste

A média das observações das
chuvas deste mês de SETEMBRO
(100mm) concentrou-se, praticamente,
na última semana do mês,“ficando”
acima (até das previsões) da média
das normais climáticas (62mm) e, em
todos os locais observados. Note-se
que em Barretos e Bebedouro as chuvas do mês “ficaram” bem próximas
das respectivas médias.

P

elo Mapa 1A abaixo, observa-se
que, ainda até 16 a 19 de SETEMBRO, as condições hídricas do
solo se mostravam severas em toda área
canavieira sucroenergética do Estado
de São Paulo. O Mapa 1B mostra que o
reumidecimento do solo iniciou-se pelo
Leste do Estado, ou seja, inverso até das
“entradas” das frentes frias.

A Disponibilidade Atual de Água no
Solo ao final de SETEMBRO de 2010
(Mapa 3), já mostrava a recuperação de
índice médio a bom em quase toda área
sucroenergética do Estado, menos na
faixa Pirassununga/Rio Claro/Botucatu/
Avaré e entre as Unidades Produtoras
Moema e Vertente. Enquanto que, ao final de SETEMBRO 2009 (Mapa 2), ain-

Mapa 1A:- Água Disponível no Solo entre 16 a 19 de SETEMBRO de 2010.

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

da persistia a baixa umidade do solo na
Região de São José de Rio Preto e começando a reduzir o índice de água disponível no Extremo Oeste paulista e ao redor
de Piracicaba.
Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o
prognóstico climático de consenso entre

Mapa 1B:- Água Disponível no Solo entre 20 a 22 de SETEMBRO de 2010.
27
INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para os meses de outubro a dezembro.
• As temperaturas médias poderão ser próximas a ligeiramente acima das normais
climáticas em toda Região Centro-Sul do Brasil;
• Quanto às chuvas, para os meses de outubro a dezembro, poderão ser próximas
das normais climáticas para o Estado de Mato Grosso, Centro-Norte de Goiás e faixa
Norte de Minas Gerais; próximas a abaixo das respectivas médias no Estado de Mato
Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de SETEMBRO de 2009.

Grosso do Sul, Centro-Sul de Goiás e em
toda Região Sudeste, com exceção de
faixa Norte de Minas Gerais; e, abaixo
das normais climáticas para os Estados
da Região Sul;
• Como referência, as normais climáticas de chuvas para Ribeirão Preto e
municípios vizinhos, pelo Centro Cana e
Apta-IAC, são de 125mm em outubro,
170mm em novembro e 270mm em dezembro.
A SOMAR Meteorologia, a exemplo
do INPE e INMET, também prevê que
as chuvas ficarão entre próximas das
respectivas médias climáticas nos meses
de outubro a dezembro em toda região
de abrangência da CANAOESTE. A
SOMAR prevê, ainda, prognóstico semelhante para o mês de janeiro, ou seja,
próximo a pouco acima da normalidade
climática.

Mapa 3:- Água Disponível no Solo, 50cm de profundidade,
ao final de SETEMBRO de 2010.

Quanto às condições climáticas previstas para estes meses finais de moagem
- outubro/novembro, a CANAOESTE
recomenda aos produtores de cana que
primem nas operações de colheita e
aproveitem ao máximo os dias e tempos
disponíveis, bem como efetuem aprimorados tratos culturais e cuidadosas renovações de canaviais (baixa produtividade, alta incidência de ervas daninhas e os
impactos da recente ferrugem alaranjada
em variedades suscetíveis), com vistas às
certas e crescentes demandas por matéria-prima na(s) próxima(s) safra(s).
Persistindo dúvidas, consultem os
Técnicos mais próximos ou através do
Fale Conosco CANAOESTE. RC
Mapa 4:- Prognóstico de Consenso entre
INMET e INPE para o trimestre outubro a
dezembro. Adaptado pela CANAOESTE

Revista Canavieiros - Outubro de 2010
28

Artigo Técnico

Adubação verde no sistema de
produção da cana-de-açúcar
Denizart Bolonhezi,
José A. Donizeti Carlos (Engenheiro Agrônomo, Piracicaba)
Antonio Cesar Bolonhezi (Engenheiro Agronômo, UNESP-Ilha Solteira)
Luiz Abilio Ferreira Neto (Bolsista Iniciação Científica do CNPQ, Universidade Federal de Dourados)

A

INTRODUÇÃO
cana-de-açúcar é cultivada em
mais de 7 milhões de hectares
no Brasil, dos quais aproximadamente 5,5 milhões de hectares estão
no Estado de São Paulo. Os canaviais
paulistas expandiram 54,6% nos últimos
4 anos (Rudorff et al., 2010), sobretudo
em áreas de pastagem da Região Noroeste. Diferente das expansões ocorridas
no passado, atualmente o mercado e a
opinião pública internacional exigem
do setor sucroenergético a apresentação de indicadores de sustentabilidade
da produção. Dessa maneira, não basta mais ser eficiente em produtividade,
tem que demonstrar qual o impacto das
práticas agrícolas sobre as questões relativas à conservação do solo e da água,
às emissões de gases do efeito estufa, à
manutenção da biodivesidade, etc. Neste
sentido, a adoção de boas práticas agrícolas é imprescindível para melhorar a
imagem do etanol brasileiro no mercado
internacional.	 Dentre estas práticas
agrícolas, a rotação de culturas e adubação verde merecem destaque em virtude
dos diversos benefícios que proporcionam, tanto nos aspectos agronômicos
quanto nos ambientais. Normalmente
é empregada na reforma dos canaviais,
embora o consórcio seja também uma
modalidade de cultivo. Os critérios para
reforma são variáveis de acordo com a
empresa e região produtora e são dependentes: do histórico de produtividade do
talhão, da necessidade de substituição de
genótipos, da ocorrência de problemas fitossanitários, da necessidade de correção
da fertilidade e da compactação do solo,
da perspectiva de aumento dos lucros
frente aos custos de implantação. Embora
o ideal seja reformar pelo menos 15% dos
canaviais para manter bons patamares de
produtividades, devido aos custos da renovação, a média nacional está em torno de
8,2 % da área cultivada. Parte desta área
é destinada para o cultivo de leguminosas comerciais, um expressivo percentual

fica em pousio e aproximadamente 300
mil hectares são utilizados com adubação
verde. Considerando o início do ano agrícola, o presente artigo visa contribuir para

o esclarecimento das vantagens, as principais espécies cultivadas e seu manejo,
assim como os aspectos importantes para
obtenção de sucesso com esta prática.

Benefícios da Adubação Verde e principais
espécies recomendadas para a cana-de-açúcar
A adubação verde é uma técnica milenar, apresenta lastro técnico-científico
para cana-de-açúcar e pode ser adotada
sem comprometer o sistema de produção
canavieiro. Para nossas condições, os
benefícios da adubação verde na reforma de canaviais são conhecidos desde a
clássica pesquisa realizada por Cardoso
(1956). Como estes benefícios ocorrem
simultâneamente em nível de campo,
muitas vezes é difícil mensura-los. Dentre os benefícios relevantes produzidos
pelo uso de leguminosas como adubos
verdes, podem ser citados:
- Controle da erosão hídrica, do assoreamento de sulco e da compactação do solo;
- Fixação de nitrogênio, aumento da absorção de fósforo e ciclagem de nutrientes;
- Auxílio na redução da população de
nematóides, insetos-pragas e patógenos;
- Supressão de plantas daninhas e fitorremediação de herbicidas;
- Contribuição para redução das emissões de gases do efeito estufa;
- Maior disponibilidade de água no solo;
- Aumento dos teores de matéria orgânica no solo;
- Redução da amplitude térmica do solo;
- Aumento da produtividade de colmos (+ 20 TCH no 1o corte) e qualidade

da matéria prima;
- Redução dos custos de implantação
do canavial (28 a 32 %)
É importante esclarecer que há legislação específica (Lei Estadual n.o 6171,
regulamentada pelo Decreto n.o 41.719
de 16/04/1997), a qual dispõe sobre o
uso, conservação e preservação do solo
agrícola, e pode mediante fiscalização,
aplicar punições aos agricultores, quando
são identificados problemas de erosão.
Mesmo em terraços bem dimensionados,
as três principais fases do processo erosivo (desagregação, transporte e depósito)
podem ocorrer intensivamente. Conde e
Donzelli (1997) esclarecem que o plantio
direto da Crotalaria juncea, possibilitou
a eliminação de terraços em declividade
até 6%. A utilização de adubos verdes é
uma ferramenta importante no controle
da erosão em cana-de-açúcar, pois normalmente as espécies apresentam crescimento inicial rápido, permitindo eficiente cobertura do solo. Este benefício
é extremamente importante nos Argissolos, em razão da declividade mais acentuada e menor infiltração de água. Nestes
solos é comum o assoreamento de sulco,
demandando replantio, conforme apresentado na Figura 1.

Figura 1 - Assoreamento de sulco de plantio em Argisolo (lado esquerdo). Semeadura
direta de Crotalaria juncea em soqueira de cana crua (Lado direito).

Revista Canavieiros - Outubro de 2010
29
É importante mencionar que em relação às leguminosas comerciais, as
espécies de adubos verdes fornecem
quantidades muito maiores de nitrogênio. Na Tabela 1, estão apresentadas as
principais espécies recomendadas para
cultivo na reforma da cana-de-açúcar e
as quantidades de nitrogênio fornecidas
através da fixação biológica. A escolha
das espécies dependerá do alvo a ser
atingido (fertilidade do solo, nematóides,
etc), da disponibilidade de sementes na
região e equipamentos para semeadura.
Embora existam centenas de espécies
leguminosas com potencial de utilização
na reforma, cultivo intercalar e MEIOSI (Método Inter-Rotacional Ocorrendo
Simultaneamente) em canaviais, as principais são: crotalária-juncea, crotaláriaspectabilis (Figura 2), feijão-de-porco
(Canavalia ensiformes), lab-lab (Lab
lab purpureus, sin. Dolichos lab lab),

mucuna-preta (Mucuna aterrima), mucuna-cinza (Mucuna cinereum) e guandu
(Cajanus cajan). Eventualmente, culturas
comerciais como o caupí, o girassol são
utilizados com a finalidade de adubação
verde, assim como, outras espécies não
leguminosas, como por exemplo o naboforrageiro (Raphanus sativus). Com relação às crotalárias, a época de semeadura
é um aspecto a ser observado, pois estas
espécies são sensíveis ao fotoperíodo.
Quanto mais tarde, menor será a altura
e consequente a produção de biomassa.
As mucunas são mais tolerantes a solos
ácidos, porém há necessidade de escarificação para quebrar dormência para algumas espécies (mucuna preta). A semeadura de "coquetéis de adubos verdes" é
uma possibilidade para agregar os benefícios de diferentes espécies, mas requer
atenção na proporção e qualidade das
sementes utilizadas na mistura.

Figura 2 - Visual da Crotalaria juncea
semeada em linha

Figura 2 - Crotalaria spectabilis em
soqueira de cana crua

Tabela 1. Quantidade de N fixado e informações de manejo da fitomassa dos principais
adubos verdes utilizados em canaviais.
Fonte : Wutke (1993); Wutke et al. (2007); Calegari (1995).

Figura 2 - Manejo mecânico em crotalaria ao lado
de mucuna dessecada

Métodos de manejo da Fitomassa

Conceitualmente, adubação verde compreende a incorporação ao solo da biomassa produzidas pelas diferentes espécies, a
fim de obter os benefícios apresentados.
Contudo, atualmente este conceito foi
ampliado, considerando que é crescente
a adoção do manejo conservacionista do
solo, tais como o cultivo mínimo e o plantio direto. O manejo da fitomassa pode
ser mecânico, realizado por diferentes
equipamentos (roçadoras, grades, rolofaca, trituradores) ou químico (herbicida
sistêmico). Normalmente, as crotalárias
são manejadas mecanicamente antes do
plantio e as mucunas através da aplicação
de herbicidas (Figura 3). A sulcação direta também é bastante utilizada em plantio
manual. Convém salientar, que no plantio

mecanizado, sobretudo sobre resíduo
de Crotalaria juncea, recomenda-se
não incorporar, pois os resíduos não
decompostos formam “bolsas de ar” e
consequentemente ocorrem falhas na
brotação da gemas e emergência dos
perfilhos primários.

Figura 3 - Sucação direta sobre
Crotalaria spectabilis

O plantio mecanizado favorece a adoção de manejo conservacionista do solo,
devido a expressiva quantidade de massa
transportada pelas plantadoras, a qual facilita a abertura dos sulcos de plantio. O
plantio direto de cana é viável em muitas
situações, não havendo restrições quanto
ao estabelecimento inicial (Figura 4), porém é imprescindível conhecer a susceptibilidade da espécie escolhida na rotaRevista Canavieiros - Outubro de 2010
30
ção, quanto à dessecação com glifosato,
a fim de evitar surpresas desagradáveis,
como a rebrota que pode ocorrer em algumas espécies.

Figura 4 - Plantio direto sobre Crotalaria juncea

Artigo Técnico

Considerações finais
Atualmente são estimados mais de 1
milhão de hectares disponíveis para renovação na Região Centro Sul, os quais
são passíveis da prática da rotação de culturas com espécies de adubos verdes. O
lastro de conhecimento técnico-científico
acumulado até o momento, aliado às validações em escala comercial, permitem
afirmar que os ganhos médios na produtividade são em torno de 20 t ha-1 de
colmos, quando se utiliza sucessão com
leguminosas adubos verdes, com possível
efeito residual até segundo corte e provável aumento nas características tecnológicas. Além disso, a quantidade de nitrogênio fixado é suficiente para suprir as

Figura 4 - Plantio direto sobre Crotalaria spectabilis
em região de expansão em Aparecida do Taboado/MS

O cultivo intercalar de adubos verdes,
pode ser uma alternativa para complementar a adubação nitrogenada na soqueira. Em áreas com disponibilidade de
irrigação do canavial, pode-se inclusive
utilizar espécies que apresentam bom desempenho no outono/inverno, tais como
tremoço-branco e dependendo da época,
o feijão-de-porco ou guandu-anão, conforme apresentado nas Figuras 5.
Figura 5 - Consórcio com tremoço branco .
Fotos: Fazenda São José, Sertãozinho, proprietário
José Luiz Balardin.

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

exigências da cana- planta. De modo geral, o aumento na produtividade da cana
planta, amortiza entre 40 e 60% os custos
de implantação do novo canavial.
Considerando o contexto da canavicultura, a rotação ou cultivo intercalar de
adubos verdes (Figura 5) é a prática cultural com a melhor relação custo benefício, principalmente em função do fornecimento de nitrogênio. Todavia, a fim de
evitar problemas e consequente retração
da sua adoção, é imprescindível conhecer
bem as características da espécie, utilizar
sementes de qualidade e semear no momento e condições mais indicadas. RC
31

Artigo Técnico II

Série: conheça o seu solo

Produtividade de cana-de-açúcar em Neossolos Quartzarênicos
Antônio Celso Joaquim - Pesquisador
Jorge Luiz Donzelli - Coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento – Agronomia (CTC) Centro de Tecnologia Canavieira

1. Descrição
s Neossolos Quartzarênicos Órticos
(figura 1), antigas Areias Quartzosas, estão colocados na categoria
dos Solos Pouco Desenvolvidos, estando o
perfil em fase de formação. São solos originários de sedimentos aluvionares e arenitos,
que conferem a este solo textura arenosa,
muito profundos, uniformes e soltos, compostos quase que exclusivamente de quartzo. Apresentam teor de argila inferior a 15%
no horizonte “A” e nas camadas subjacentes, classificadas no triângulo textural de
areia e areia franca. Em virtude desta característica a capacidade de armazenamento de
água neste solo é baixa.

O

2. Produtividades
Alcançadas
No critério Ambiente de Produção
Edafoclimáticos, desenvolvido pelo
Centro de Tecnologia Canavieira, visando recomendação varietal, este solo
está colocado no ambiente “E” em 5
condições climáticas no Centro-Sul
(I, II, III, IV e V), com produtividades
médias de 5 cortes abaixo de 80 t/ha.
Por isso, a produtividade média esperada, no primeiro corte pode variar entre
105 TCH e 86 TCH, enquanto que no
quinto corte pode variar entre 62 TCH
e 48 TCH nos 5 ambientes de produção
edafoclimáticos onde ele ocorre.

São normalmente de fertilidade natural
baixa, predominando os distróficos e álicos devido à grande quantidade de areia
e baixos teores de matéria orgânica. Nesses solos a matéria orgânica (MO) tem
grande influência no seu comportamento,
atuando em várias características como,
por exemplo: na capacidade de troca de
cátions (CTC), disponibilidade de água e
agregação do solo. Essas características
são mais presentes na camada superficial,
que deve ser preservada. Portanto, a aplicação de métodos de conservação de solo
que preservem esta camada é fundamental
para a manutenção do potencial produtivo
destes solos. O uso de subprodutos industriais da fabricação de açúcar e etanol e
adubação verde, além da manutenção da
palha da colheita da cana sem queima,
contribuem para o aumento da baixa fertilidade natural destes solos.

3. Alocação Varietal
Atualmente as variedades mais colhidas neste tipo de solo são: SP83-2847,
SP81-3250, RB867515 e SP84-2025.
A recomendação técnica de plantio,
neste tipo de solo, são as variedades
SP83-2847, CTC-9, CTC15, CTC17,
RB867515, PO8862, IACSP93-3046,
IACSP94-2094, IAC87-3396 e IAC915155.

Figura 1 - Neossolo Quartzarênico Órtico

Este tipo de solo ocorre nas regiões de
Ribeirão Preto, São Carlos, Jaú e Piracicaba em formações derivadas de sedimentos aluvionares e arenitos Botucatu e
Pirambóia. No Pontal do Paranapanema
e noroeste do Paraná, em solos derivados do arenito da formação Caiuá. Na
Região de Andradina em solos derivados
de sedimentos aluvionares e arenitos da
Formação Santo Anastácio. Na região
Sudoeste de Goiás em solos derivados
dos arenitos da formação Botucatu e cobertura arenosa indiferenciada.
Os associados ao CTC recebem orientação técnica sobre como explorar ao máximo
a capacidade produtiva deste tipo de solo.

A alocação correta de variedades
deve considerar a distribuição do plantel varietal equilibradamente entre
solos existentes na Associada, procurando colocar as variedades de maior
retorno econômico nos solos de ambientes de maior potencial, deixando
os Neossolos Quartzarênicos Órticos
(menor potencial), para plantar as variedades mais rústicas. RC

Revista Canavieiros - Outubro de 2010
32

32

“General Álvaro
Tavares Carmo”

Manual de Fisiologia Vegetal: Fisiologia de Cultivos
Castro-Kluge-Sestari

Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer
algumas dúvidas a respeito do português.

“A vida é como andar de bicicleta.Para manter
equilíbrio,é preciso se manter em movimento”

Albert Einstein-em carta a seu filho Eduard 05/02/1930

1) Pedro trabalha muito na empresa.
É conhecido pelos amigos como o “burro-de-carga”.
A popular expressão antiga tornou-se mais antiga e incorreta com o uso do hífen...
outrora usávamos o sinal para separar a expressão.
Com o Novo Acordo Ortográfico, a regra com as locuções em geral não colocamos o hífen.
O correto é: burro de carga.

E

ste livro é destinado principalmente às disciplinas das áreas de Fitotecnia e de Horticultura nos
níveis de graduação e de pós-graduação das faculdades de Agronomia. O texto poderá ser utilizado
também por professores e estudantes das áreas de
Biologia e Ecologia Vegetal, Agricultura e Pastagens, além de outras disciplinas afins, pois propicia
a base necessária para a abordagem científica destas
disciplinas.
Esta obra abrange conhecimentos ecofisiológicos
de 50 plantas cultivadas. Dentre essas tratamos de
15 frutíferas, 11 cultivos, 8 olerícolas, 7 extrativas, 5
estimulantes, 3 forrageiras e 1 ornamental.
Para a solução de problemas com essas culturas
em condições de campo e maximizar a produção
econômica, a obra torna-se indispensável aos agrônomos, consultores e produtores que vivem o dia a
dia nos sistemas de produção agrícola.
Atenção especial foi dada à extensão e aos temas
tratados em cada cultivo de forma a apresentar os
fundamentos mais relevantes.

2) A família está reunida para decidir onde irão passar as férias.
Pedro convocou todos: esposa, filhos, sogra, nora, genro...
Conversa saudável! Longe de alguém “pisar no calcanhar-de-Aquiles” sobre o
assunto com algum parente.
E longe de usar o hífen!
Conforme o Novo Acordo Ortográfico, a regra das locuções, em geral, não recebem hífen.
Está correto: calcanhar de Aquiles (expressão popular)
3) Maria usa a “água-de-colônia”.
Prezados amigos leitores gosto não se discute, mas a Língua Portuguesa escrita de
forma correta sim!
Assim, água-de-colônia (plural: águas-de-colônia) permanece com o uso do hífen,
mesmo que seja “arco-da-velha”! (expressão correta, com hífen, plural: arcos-da-velha)
PARA VOCÊ PENSAR:
“ O tempo é muito lento para os que esperam; muito rápido
para os que tem medo; muito longo para os que lamentam;
muito curto para os que festejam; mas, para os que amam, o
tempo é eterno.”
William Shakespeare

A bibliografia citada encontra se no final do texto
referente a cada cultivo.
Todos os autores de cada texto realizaram o trabalho durante o curso de Pós-Graduação da Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, disciplina Fitofisiologia Ecológica.

Dicas e sugestões, entre em contato: renatacs@convex.com.br
* Advogada,Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua
Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários
livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.

*Texto retirado da sinopse do livro
Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar a
Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini,
nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone :
(16)3946-3300 - Ramal 2016
Revista Canavieiros - Outubro de 2010
33

Eventos em Novembro de 2010
Produção e Uso de
Biocombustíveis
Tipo de Evento: Seminário
Início do Evento: 19/11/2010
Fim do Evento: 19/11/2010
Estado: SP
Cidade: Jundiaí
Localização do Evento: Centro de Engenharia e Automação – IAC
Rod. Gabriel Paulino Bueno Couto, km 65, Caixa Postal 26,
13201-970
Telefone: (11) 45828155
E-mail: engenharia@iac.sp.gov.br
BioFach América Latina 2010
Empresa Promotora: IFOAM (International Federation of
Organic Agriculture Movements).
Tipo de Evento: Exposição / Feira
Início do Evento: 03/11/2010
Fim do Evento: 05/11/2010
Estado: SP

Cidade: São Paulo
Localização do Evento: Transamérica Expo Center
Informações com: Planeta Orgânico
Site: www.biofach-americalatina.com.br
Telefone: (21) 22392395
E-mail: expositor@planetaorganico.com.br
Feileite 2010 - Feira Internacional da
Cadeia Produtiva do Leite
Empresa Promotora: Agrocentro Empreendimentos e Participações
Tipo de Evento: Exposição / Feira
Início do Evento: 09/11/2010
Fim do Evento:13/11/2010
Estado: SP
Cidade: São Paulo
Localização do Evento: Centro de Exposições Imigrantes
Informações com: Organização Feileite
Site: www.feileite.com.br
Telefone: (11) 50676767
E-mail: secretaria@agrocentro.com.br

Revista Canavieiros - Outubro de 2010
34

VENDEM-SE
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VENDEM-SE
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Tratar com Marcos Nalia pelo telefone:
(18) 9702-8063 ou pelo email: marcosnalia@bol.com.br.

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

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(16) 8135-7399 / (16) 3877-1117 ou
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duas sedes novas, telefone rural fixo, localizada no Triângulo Mineiro, no municipio de Prata-MG- Campina Verde.
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35

Revista Canavieiros - Outubro de 2010
36

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  • 1. 1 Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 2. 2 Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 3. 3 Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 4. Editorial 4 Expediente: Conselho Editorial: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Editora: Cristiane Barão – MTb 31.814 Jornalista Responsável: Carla Rossini - MTb 39.788 Projeto gráfico e Diagramação: Rafael H. Mermejo Equipe de redação e fotos: Carla Rodrigues - MTb 55.115 Marília F. Palaveri Rafael H. Mermejo Comercial e Publicidade: (16) 3946-3311 - Ramal: 2008 comercial@revistacanavieiros.com.br atendimento@revistacanavieiros.com.br Impressão: São Francisco Gráfica e Editora Ltda Tiragem: 11.000 exemplares ISSN: 1982-1530 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. Endereço da Redação: A/C Revista Canavieiros Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311 - (ramal 2190) Investir D para consolidar entre todas as certezas que dizem respeito à cadeia sucroenergética, uma delas é que é necessário investir para este se tornar um setor sólido, pronto para superar crises e momentos de insegurança. Investimentos em pesquisas e estudos são de extrema importância para este setor, já que é do campo, ainda na plantação, que sairão os resultados das melhores produtividades. Em 2010, a Ridesa (Rede Interuniversitária de Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro) comemora 20 anos de trabalho e dedicação ao setor canavieiro. Para tal comemoração, lançou um catálogo com mais 13 novas variedades, sendo duas dessas variedades lançadas regionalmente no mês de outubro, em Ribeirão Preto. Confira na Reportagem de Capa deste mês as características e qualidade de cada uma delas e também as novidades que estão por vir. Em mais uma comemoração, a Entrevista desta edição da Canavieiros foi realizada com Luiz Antônio Ribeiro Pinto - Fundador da Santal Equipamentos S/A Comércio e Indústria, hoje presidente do conselho administrativo da empresa, que este ano completou 50 anos de atividade. Durante a entrevista, Luiz Antônio conversou sobre a trajetória percorrida pela empresa, seus principais desafios e também sobre os futuros projetos. O presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo, é quem assina o Ponto de Vista. Em seu artigo, ele defende a sustentabilidade, que é uma das maiores metas para o setor sucroenergético brasileiro, e também a necessidade cada vez maior de investimentos no setor para torná-lo consolidado perante os olhos do mundo. www.revistacanavieiros.com.br Os Artigos Técnicos deste mês trazem importantes discussões sobre a produtividade de cana-de-açúcar em neossolos quartzarênicos, de acordo com os pesquisadores do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), Antônio Celso Joaquim e Jorge www.twitter.com/canavieiros redacao@revistacanavieiros.com.br RC Revista Canavieiros - Outubro de 2010 Luiz Donzelli. E também sobre adubação verde no sistema de produção da cana-deaçúcar assinado pelos engenheiros agrônomos Denizart Bolonhezi, José A. Donizeti Carlos e Antonio Cesar Bolonhezi. O advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, está presente nos Assuntos Legais desta edição, informando os produtores sobre a queima de palha de cana-de-açúcar e traz mais uma decisão do Superior Tribunal de Justiça de que é possível a queima controlada, desde que autorizada pelos órgãos ambientais e observando-se as restrições legais. A seção Notícias Copercana traz a incorporação de cinco lojas que faziam parte da antiga Coopervam e mostra a satisfação dos cooperados de Santa Rosa de Viterbo com a chegada da Copercana na cidade. Ainda em Notícias Copercana tem a posse do gerente da Copercana, Luis Ricardo Meloni, como integrante da diretoria regional da APAS (Associação Paulista de Supermercados). Já no Destaque deste mês você encontrará informações sobre as chuvas, que tanto prejudicaram a moagem na região Centro-Sul, mas ao mesmo tempo favoreceram a produção de etanol. Não deixe de conferir ainda dados sobre a nova safra de grãos, informações setoriais com o assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso e a dica de leitura. Errata: Na reportagem “Copercana realiza reunião técnica de amendoim para produtores” publicada na edição 51, de setembro , pela Revista Canavieiros, há uma informação incompleta no seguinte parágrafo: “Já o professor Carlos Alexandre (UNESP/ Botucatu) mostrou aos produtores os resultados de sua avaliação feita com uso de fertilizantes foliares na cultura do amendoim. Para isso foram realizados três experimentos: Programa Stoller (I), Agrovec (II) e Brasquímica (III). Feitas as análises, ele concluiu que independente da empresa, os tratamentos aplicados proporcionaram produtividade”. O correto é: “Feitas as análises, ele concluiu que independentemente da empresa, os tratamentos (produtos) com aplicação de 15 a 30 g/ha de Mo (Molibidênio), até os 30 DAE, foram suficientes para proporcionar produtividades semelhantes aos “Programas Completos” e superiores a testemunha”. Boa leitura! Conselho Editorial
  • 5. 5 Ano V - Edição 52 - Outubro de 2010 Indices: Capa - 20 Ridesa realiza lançamento regional de variedades Duas variedades foram apresentadas em Ribeirão Preto; Catálogo Nacional de Variedades RB traz 13 novos cultivares 05 - Entrevista Luiz Antônio Ribeiro Pinto Fundador da Santal Equipamentos S/A Comércio e Indústria Os 50 anos de atividades da Santal E mais: Assuntos Legais .................página 15 Circular Consecana .................página 16 Destaque 08 - Ponto de Vista .................página 24 Informações Setoriais Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana, SicoobCocred e Sindicato Rural de Sertãozinho. “O setor esta com os pés no chão” .................página 26 12 - Notícias Copercana Artigo Técnico I - Copercana: filial em Santa Rosa de Viterbo conquista produtores - Gerente da Copercana integra diretoria regional da APAS .................página 28 16 - Notícias Canaoeste Artigo Técnico II - Consecana .................página 31 18 - Notícias Cocred - Balancete Mensal Cultura 23 - Safra de Grãos .................página 32 - Nova safra pode sofrer redução de plantio e produção Os agricultores brasileiros começam um novo plantio de grãos para o ciclo 2010/2011. Agende-se .................página 33 Classificados .................página 34 Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 6. 6 Entrevista com: Luiz Antônio Ribeiro Pinto Fundador da Santal Equipamentos S/A Comércio e Indústria Carla Rodrigues O fundador da Santal Equipamentos, o engenheiro mecânico Luiz Antônio Ribeiro Pinto, acredita no potencial brasileiro no desenvolvimento de máquinas e produtos agrícolas. Em 2010, a Santal comemora 50 anos de atividades como a principal empresa brasileira fornecedora de produtos e serviços para mecanização agrícola no setor canavieiro. Nesta entrevista concedida à Canavieiros, o Sr. Luiz Antônio, hoje presidente do Conselho Administrativo da Santal, fala sobre a trajetória percorrida pela empresa, seus principais desafios e também sobre os futuros projetos. Os 50 anos de atividades da Santal Canavieiros: Em 2010 a Santal comemora 50 anos de fundação. Como foi o início dessa história? Luiz Antônio Ribeiro Pinto: A Santal nasceu em 1960, fruto das experiências que eu e meu pai, Arnaldo Ribeiro Pinto, fizemos na Usina Santa Lídia. Ao final da década de 50, começava a haver falta de mão-de-obra e reclamações salariais e devido a isso começamos a pensar que estava na hora de iniciar a mecanização. Nessa ocasião, importamos para a Usina Santa Lídia uma colhedora de cana americana, que colhia cana inteira e a jogava em cima de um cesto, que ficava no alto e depois se abria em cima de uma carreta. Em 1959 resolvemos redesenhar essa máquina. Pegamos algumas peças e desenhamos uma máquina nova montada em cima de um trator TD9, que pegava a cana inteira queimada e a levantava. Ela era jogada numa esteira transversal por cima do trator e caía no caminhão ao “...desenhamos uma máquina nova montada em cima de um trator TD9, que pegava a cana inteira queimada e a levantava. Ela era jogada numa esteira transversal por cima do trator e caía no caminhão ao lado. Depois de muito quebrar a cabeça, essa máquina funcionou e nós resolvemos fazer uma pequena fábrica (Santal = Santa+l de Lídia)...” lado. Depois de muito quebrar a cabeça, essa máquina funcionou e nós resolvemos fazer uma pequena fábrica (Santal = Santa+l de Lídia), para assim podermos fabricar algumas máquinas, vendê-las e iniciar a mecanização aqui no Brasil. Revista Canavieiros - Outubro de 2010 Inauguramos a Santal em 1960 em uma área alugada. As duas primeiras máquinas que fizemos foram vendidas para a Usina São Geraldo e assim, em 1961, entraram em operação as primeiras colhedoras de cana Santal. Três meses depois, durante a safra, elas já provaram que estavam completamente fora do tempo, pois a mão-de-obra voltara a ser abundante e barata. Já as máquinas eram caras, com elevado custo de operação e manutenção. Com isso chegamos à conclusão de que estávamos fora do tempo e a Usina são Geraldo, depois de muito trabalhar conosco perguntou se não queríamos receber de volta as máquinas. Como estávamos começando a fazer as carregadoras de cana, propusemos fazer uma troca e eles aceitaram. Trocamos e começamos a comercializar carregadoras de cana que eram máquinas bem mais simples e que o mercado já estava demandando. Este foi o início.
  • 7. 7 Canavieiros: Isso esfriou a ideia de se fazer uma colhedora? Ribeiro Pinto: As carregadoras de cana sustentaram a Santal nos primeiros 30 anos. Chegamos a fazer 700 unidades por ano dessas máquinas. Fabricamos a maior quantidade de carregadoras de cana do Brasil até hoje. Apesar das carregadoras suprirem muito bem as necessidades do mercado na época, sempre continuamos com a ideia de fazer uma colhedora. Canavieiros: E qual foi o próximo passo? Ribeiro Pinto: No início da década de 70 fiz três viagens para a Austrália e cheguei à conclusão de que o caminho que eles tinham tomado, de fazer uma máquina para cana picada, era a melhor solução. A partir daí fizemos um contrato com uma pequena empresa da Austrália, a Don Mizzi, e importamos 10 máquinas para montar aqui no Brasil, em tratores Massey Ferguson. Logo depois, em 1974 reformulamos totalmente essa máquina e passamos a montá-la num trator Valmet sem eixo dianteiro, o que deu um ótimo resultado. Assim nasceu a Santal 115. Era uma máquina que colhia muito bem, picava e carregava simultaneamente. Ao longo de sua vida vendemos cerca de 400 unidades. Nesse período continuamos fazendo as carregadoras de cana e atendendo o mercado, pois nessa época praticamente não se carregava mais cana na mão. A Santal 115 era toda fabricada aqui no Brasil e como eu disse, vendemos bastante, mas a produtividade era pequena. Por volta de 1980, o governo brasileiro resolveu autorizar a importação de colhedora de cana sem taxas. Com isso, máquinas estrangeiras e mais potentes do que a nossa começaram a entrar no país. Canavieiros: E qual foi o impacto da entrada das máquinas estrangeiras? Ribeiro Pinto: Nesse momento a Santal resolveu que era hora de aposentar a 115 e desenvolver uma máquina nova, mais potente e automotriz. Assim nasceu a Santal Rotor, inclusive com um princípio diferente das australianas: ao mesmo tempo em que ela picava cana, o mesmo mecanismo jogava a cana para cima e carregava. Essa ideia nasceu aqui. Tivemos a Santal Rotor 1, 2, 3 e 4 e depois a Amazon, que foi durante muito tempo uma máquina vendida por nós com bastante sucesso. Finalmente depois da Amazon, a partir de 2000 chegamos à conclusão de que, porque carregava para um lado só, não fazia o que as concorrentes faziam: elas viravam os elevadores para o lado esquerdo e direito, e isso permitia que andassem numa linha de cana e depois fizessem a volta e voltassem pela rua seguinte. Concluímos que teríamos que fazer uma colhedora nova que acompanhasse o mercado; daí nasceu a Tandem, já em 2004. A tendência é de grandes grupos continuarem comprando as poucas usinas “familiares” que sobrarem. Grandes grupos que vão não só fazer açúcar e álcool, mas também energia, vão explorar tudo começando pelo bagaço, folhas, palha e pontas da cana. Canavieiros: Qual o diferencial da Tandem? Ribeiro Pinto: A Tandem é um desenvolvimento também da Santal e única no mundo, pois não era nem uma máquina convencional de pneus, nem uma de esteira. Ela ficou intermediária, com muito mais estabilidade porque tinha quatro rodas atrás e duas na frente, e ao mesmo tempo conservava a velocidade e a facilidade de deslocamento que uma máquina de pneu tem em comparação com uma máquina de esteira. Canavieiros: Com a boa aceitação das colhedoras, qual a fatia que as carregadoras passaram a ter na linha de produção da empresa? Ribeiro Pinto: À medida que começou a aumentar realmente a quantidade de colhedoras mecânicas, o mercado passou a comprar menos carregadoras porque elas dispensam uso da carregadora, já que ela corta, pica e carrega simultaneamente. Gradualmente a carregadora passou a ter menos importância aqui na Santal. Em compensação os transbordos aumentaram muito e praticamente tomaram o lugar da carregadora na empresa. Todos eles são desenhados e desenvolvidos aqui. Canavieiros: O que veio depois da Tandem, lançada em 2004? Ribeiro Pinto: Dois anos depois lançamos a Tandem série II com uma porção de melhorias e hoje estamos preparando o lançamento da mesma máquina, mas com esteira, para que ocupe a parte do mercado que precisa das vantagens da esteira, com solos menos preparados. Continuamos desenvolvendo outras linhas de produtos, como transbordos e plantadoras. As primeiras plantadoras foram feitas já na década de 60, todas para cana inteira e agora, a partir de 2004, começamos com as primeiras plantadoras de cana picada. Vale destacar que a Santal foi uma empresa concebida desde o início para a mecanização da cana-de-açúcar. Canavieiros: Qual o maior foco da Santal nestes 50 anos? Ribeiro Pinto: A Santal primou por desenvolver. É uma linha que poucos adotaram: desenvolver seus produtos com tecnologia própria. Nós não contratamos consultorias estrangeiras, nem participação de capital estrangeiro, nada, foi tudo feito com trabalho e capital brasileiro. Essa é a evolução da Santal. Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 8. 8 Canavieiros: Quais foram os maiores desafios enfrentados? Ribeiro Pinto: Realmente o maior desafio da Santal é a concorrência com empresas multinacionais muito fortes. Hoje em dia, tanto a Case como a John Deere são duas gigantescas empresas, vieram para cá fabricar visando o mercado brasileiro, o maior em cana-de-açúcar do mundo, e começaram a fabricar aqui, com tecnologia americana e australiana. A Case comprou a Austoft australiana com toda sua tecnologia. A John Deere comprou uma fábrica americana, que por sua vez tinha copiado a máquina da Austoft nos EUA e veio para o Brasil fabricar também. Isso é um desafio permanente para nós. E agora daqui pra frente isso vai continuar. Antigamente as usinas eram propriedades familiares, e também de capital brasileiro, que expandia gradualmente seu próprio capital. Hoje estamos numa situação que mostra uma mudança radical no mercado sucroalcooleiro. Grandes grupos estrangeiros estão vindo e grandes grupos nacionais estão entrando no negócio. Isso está mudando o tipo de comercialização. Canavieiros: Como o senhor enxerga o setor sucroalcooleiro daqui a 50 anos? Ribeiro Pinto: A tendência é de grandes grupos continuarem comprando as poucas usinas “familiares” que sobrarem. Grandes grupos que vão não só fazer açúcar e álcool, mas também energia, vão explorar tudo começando pelo bagaço, folhas, palha e pontas da cana. Hoje a cana só é colhida crua e com o tempo essa palha vai ser aproveitada como combustível para gerar eletricidade ou talvez ainda para ser aproveitada em novos processos de fabricação de açúcar, através da transformação da fibra vegetal em cadeias de carbono, que permitam ser transformadas em açúcar. É o açúcar e o etanol a partir da celulose, o que irá mais do que dobrar o atual aproveitamento da energia contida na cana-de-açúcar. Isso vai aumentar muito a nossa capacidade de produção de açúcar e de álcool. Já se faz isso há muito tempo, mas o custo é alto. O que vai acontecer é descobrir sistemas que produzam em larga escala a um custo bem menor. Canavieiros: O que precisa ser desenvolvido para que as colhedoras de cana trabalhem em todas as áreas de uma pro- Entrevista priedade, independente de seu terreno? Ribeiro Pinto: Vai sempre depender muito da topografia. Hoje uma máquina é capaz de trabalhar em terrenos com até com 25% de inclinação, mas toda a operação fica muito mais cara, a produtividade é muito menor. Isso não tem jeito de mudar porque as máquinas são grandes. O que vai acontecer gradualmente é que a cana plantada em terreno irregular vai sumir, vai ficar tão caro em relação ao resto que ela vai acabar sendo utilizada para outra finalidade e, ao mesmo tempo, grandes áreas de pastagens que temos aqui no Brasil Central serão transformadas em cana. Acho que o futuro esta por aí. Não se vai fazer uma máquina para trabalhar em terrenos acidentados, não compensa, pois não iria ter mercado. Canavieiros: Quais são os projetos para o futuro? Ribeiro Pinto: Atualmente vamos lançar a nossa máquina de esteiras e estamos desenvolvendo também uma plantadora de cana mais eficiente do que essas que estão no mercado. Fora isso, sempre estamos pesquisando novas possibilidades na medida em que forem surgindo. Canavieiros: O que a Santal representa para o senhor? Ribeiro Pinto: Representa algo que fiz porque acreditava e porque gostava e continuo acreditando e gostando. Canavieiros: Como surgiu a ideia Revista Canavieiros - Outubro de 2010 de se desenvolver o densímetro de etanol? Ribeiro Pinto: O densímetro apareceu porque na ocasião, no início do Proálcool, havia um problema bastante delicado e generalizado. No álcool a água é totalmente miscível. Se você pegar o álcool puro e jogar um copo de água, não vai mudar em nada a aparência. O posto poderia facilmente adulterar o combustível e na época a única maneira de verificar isso era através de um tubo de ensaio, termômetro, medidas de temperatura e densidade e o resultado seria comparado com uma tabela que ficava no posto. O que desanimava qualquer usuário de verificar a qualidade do produto. Então surgiu a necessidade de um método simples, que só de olhar você saberia se o combustível estava bom ou não. Para isso imaginei um densímetro que compensasse automaticamente a variação da temperatura, coisa que não existia até então. Você coloca o densímetro térmo-compensado dentro da mistura álcool e água e em qualquer temperatura a coluna vermelha mostra a qualidade: se ela aparecer acima do nível do líquido, o álcool está adulterado. Tive a patente desse sistema por 15 anos. Hoje ele está em todos os postos do Brasil e é exigido por lei. Uma patente desenvolvida aqui dentro da Santal. Foi uma contribuição ao Proálcool, de que muito nos orgulhamos. RC
  • 9. 9 Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 10. 10 Ponto de Vista Antonio Eduardo Tonielo* O setor está com os pés no chão Atender as demandas dos mercados interno e externo, tanto na produção de açúcar como na fabricação de etanol, com foco na sustentabilidade, é uma das maiores metas e um dos maiores desafios para o setor sucroenergético brasileiro. A região Centro-Sul do país deverá produzir 534 milhões de toneladas de canade-açúcar na presente safra 2010/2011, de acordo com estimativa da ÚNICA (União da Agroindústria Canavieira), que também estima uma produção de açúcar de 34 milhões de toneladas e de etanol de 28 bilhões de litros. colocam à disposição do produtor rural novas variedades de cana, mais produtivas e resistentes às pragas e doenças. São atitudes que estão garantindo desenvolvimento e rentabilidade ao produtor e ao empresário do setor. A retomada de negócios no primeiro semestre de 2010 nos apresenta um cenário mais positivo para esse final de ano. Os industriais e também os produtores de cana estão mais otimistas em relação à safra 2010/2011. Esta é a hora de juntarmos as forças e alavancarmos os nossos negócios. Porém, com as perspectivas de crescimento desses dois mercados, é preciso investimentos para ampliar a produção. A cadeia produtiva de cana-de-açúcar não tem medido esforços para desenvolver suas atividades e consolidar cada vez mais o setor sucroenergético mundo afora. O desafio da produção com sustentabilidade tem sido alcançado em grande escala. Mas é preciso saber até onde o governo brasileiro quer a expansão do setor. Não dá para os empresários continuarem investindo apenas recursos próprios. É preciso financiamentos oficiais a longo prazo e a juros acessíveis para dar suporte a esse aclamado crescimento. Caso contrário, muitas indústrias não terão recursos para andar com suas próprias pernas e entrarão em crise. “...para fazer parte deste ambiente altamente profissionalizado e competitivo, o setor deve estar preparado e organizado. Só assim teremos a certeza que o setor está crescendo e se desenvolvendo, mas com os pés no chão.” Investimentos na expansão de novas unidades industriais e em melhorias nas unidades já em operação têm sido intensificados. Modernas tecnologias estão sendo descobertas e implantadas; pesquisas e estudos técnicos também Uma das indicações de que o setor vai bem é que a entrada de capital externo está cada vez mais freqüente. Isso também aumenta a competitividade do país e estimula o desenvolvimento do comércio internacional. O Brasil vai se tornar um fornecedor mais confiável de etanol, ou seja, o aumento de capital estrangeiro no setor sucroenergético é visto com bons olhos pelo mercado. De acordo com a Única, a participação de capital estrangeiro no Brasil já é da ordem de 22%. É claro que muitos problemas ainda perseguem o setor, como a volatilidade nos preços do etanol. Sentimos na pele essas dificuldades, mas temos de admitir que elas existem em qualquer setor e que Revista Canavieiros - Outubro de 2010 sempre existirão percalços a enfrentarmos, por melhor que esteja a situação. É preciso reagir para enfrentar os desafios e é o que o setor sucroalcooleiro tem feito com muita competência. Outro desafio que o setor vem enfrentando é a qualificação dos trabalhadores ligados à cadeia produtiva. A falta de mão-de-obra qualificada pode se tornar um dos principais gargalos do setor. Por isso é tão importante a implantação de programas de qualificação em parceria com instituições públicas e privadas. Um bom exemplo é o projeto renovAção, fruto de entendimentos da Única com suas associadas e trabalhadores, desenvolvido com patrocínio de empresas e apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), numa demonstração de grande coordenação e comprometimento da cadeia produtiva do setor sucroenergético com ações de responsabilidade social e melhoria contínua das condições de trabalho. Enfim, o momento é muito propício para o setor. No entanto, para fazer parte deste ambiente altamente profissionalizado e competitivo, o setor deve estar unido, preparado e organizado. Só assim teremos a certeza que o setor está crescendo e se desenvolvendo, mas com os pés no chão.RC *presidente da Copercana, SicoobCocred, Sindicato Rural de Sertãozinho e Conselheiro da Única.
  • 11. 11 Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 12. 12 Notícias Copercana Copercana: filial em Santa Rosa de Viterbo conquista produtores Carla Rodrigues Com a incorporação à antiga Coopervam, Copercana virou sinônimo de confiança entre cooperados E m 2008, a Copercana realizou a incorporação de cinco lojas que faziam parte da antiga Coopervam (Cooperativa Agropecuária do Vale do Mogi-Guaçu), e com isso ganhou mais filiais nas cidades de Descalvado, Santa Rosa de Viterbo, Santa Rita do Passa Quatro, Porto Ferreira e Santa Cruz das Palmeiras. Hoje a filial de Santa Rosa de Viterbo conta com aproximadamente 320 cooperados e há um ano está instalada em novo endereço. Assim como na matriz, a Copercana local oferece aos seus cooperados produtos agrícolas, como insumos, defensivos, ferramentas, implementos e também os produtos de magazine. O cooperado Eli de Andrade é produtor de gado, eucalipto, café e cana-de-açúcar e está bastante satisfeito com a chegada da Copercana na cidade. Ele acredita que com a cooperativa a vida do produtor é valorizada. “A Copercana chegou aqui no momento certo e até hoje só temos coisas positivas para falar a seu respeito. Nela, eu encontro tudo o que preciso para meu trabalho, inclusive o atendimento de agrônomos que estão sempre prontos para esclarecimentos”, disse. Entre os produtos utilizados por Andrade está a vacina para prevenir a febre aftosa no seu rebanho. A aplicação das vacinas é realizada por ele mesmo, mas a compra das vacinas e a orientação correta são feitas via Copercana. “A campanha de vacinação contra a febre aftosa é muito séria e rígida para nosso país. Por isso temos que comprar produtos que confiamos.” A segunda etapa da campanha para prevenir a febre aftosa no Estado de São Paulo tem início no dia 1º de novembro e termina no final do mesmo mês. Durante este período, todos os bovinos e bubalinos (de mamando a caducando) deverão ser vacinados e no Estado de Minas Gerais somente os animais com dois anos ou menos deverão ser vacinados. Os pecuaristas terão 30 dias para aplicar as vacinas nos seguintes Estados: Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe e Tocantins, assim como no Distrito Federal. No Amapá, a vacinação deve ocorrer até o dia 15 de novembro. fachada da loja da Copercana em Sta. Rosa do Viterbo De acordo com o veterinário da Copercana, Gustavo Lopes, em 2009 foram vacinados 196 milhões de animais em todo o país durante a segunda etapa da campanha e este ano estima-se de 170 a 180 milhões de animais, o que é um número significativo para que se mantenha a sanidade do rebanho. “Essa campanha é muito importante para o Brasil. É necessário que todos vacinem seus animais, mesmo aqueles que possuem uma pequena quantidade, pois só assim, num futuro próximo, poderemos buscar a suspensão da vacina”, explicou o veterinário. Parte interna da loja “A Copercana chegou aqui no momento certo e até hoje só temos coisas positivas pra falar a seu respeito. Nela, eu encontro tudo o que preciso ...” Revista Canavieiros - Outubro de 2010 O cooperado Eli de Andrade
  • 13. 13 AFTOSA Febre aftosa é uma doença aguda, altamente contagiosa que afeta os animais de cascos fendidos. Ela não ataca somente o gado. Porcos, carneiros, cabras, búfalos e até alguns bichos do mato como o veado e a capivara sofrem com esse mal. Raramente afeta pessoas, apenas as que têm contato com animais doentes ou com vírus, em laboratório de pesquisa. Se apenas um animal do seu rebanho for atacado, a febre pode passar para os outros de forma rápida. A aftosa maltrata muito o animal. Forma feridas na boca, nos pés e nas mamas. Pode fazer com que as fêmeas prenhas percam a cria e até matar bezerros com poucos meses de vida. Mas a doença maltrata também o bolso do criador. Rebanho com aftosa é prejuízo na certa. O animal perde peso e diminui a produção de leite. Transmissão: O principal veículo de transmissão é o próprio ar, através de aerossóis emitidos pelos animais doentes, podendo chegar até 50 km de alcance. A maior fonte de disseminação é o contato com animais infectados ou através de roupas, veículos automotores entre outros objetos que estiveram em contato com os animais contaminados. Evolução da Doença: É causada por um vírus que no Brasil apresenta 3 tipos (O, A e C) e mais de 60 subtipos diferentes. Inicialmente o vírus é instalado nas células da mucosa e faringe onde se multiplica. A partir daí cai na circulação e se dissemina por todo organismo. Após 24 a 48 horas, o animal apresenta febre, vesículas na língua, na cavidade bucal, nos espaços interdigitais e às vezes nas tetas e úberes. Após 48 horas do surgimento destes sintomas, estas vesículas se rompem facilitando a instalação de bactérias, dificultando assim a cicatrização. Sintomas: O animal baba excessivamente devido às vesículas na cavidade bucal, língua e faringe. Apresenta febre alta, falta de apetite e pêlos arrepiados. O animal emagrece severamente e não consegue se locomover. As fêmeas em gestação podem abortar o feto, os animais jovens podem morrer e as vacas em lactação têm sua produção leiteira bastante diminuída. Consequências: Os animais que sofreram de febre aftosa podem desenvolver lesões secundárias crônicas oral, nasal e podal (nos pés). A deformação dos cas- cos pode resultar num comprometimento permanente da capacidade de locomoção do animal prejudicando seu bem estar. O envolvimento da glândula mamária pode resultar em mastite e permanentes danos na produção de leite. O ganho de peso de animais com sequelas será abaixo quando comparados ao de animais sadios. Tratamento: Esta doença não existe cura, o que pode ser feito é tratar os efeitos causados pelo mal, como por exemplo, fazer anti-sepsia das lesões e feridas tentando evitar sequelas de maiores proporções. Profilaxia: A prevenção é feita através de vacinação seguindo o calendário estabelecido por órgãos oficiais. O descumprimento da lei que obriga a vacinação de todos os animais da propriedade acarreta em sanções como multas e interdição da propriedade. Vacinar o rebanho é investir no próprio negócio. É dar uma injeção de lucro no animal. Vacinado ele vale muito mais e pode ser exportado com melhores preços. RC *Texto retirado do site Agromundo – www.agromundo.com.br Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 14. 14 Notícias Copercana Gerente da Copercana integra diretoria regional da AP AS Carla Rossini Luís Ricardo Meloni, gerente dos supermercados, lojas de ferragens, magazines e automotivos da Copercana assumiu cargo no dia 15 de outubro O novo diretor da APAS (Associação Paulista de Supermercados) Regional Ribeirão Preto, Tiago Trevelatto Albanezi, tomou posse na noite da sexta-feira (15 de outubro), juntamente com os vice-diretores, para a gestão 20102012, em cerimônia realizada na Choperia Pinguim, em Ribeirão Preto. Tiago, diretor dos Supermercados Alpheu, recebeu o cargo de Aurélio Mialich, que, após dois mandatos à frente da Regional, assumiu a vicediretoria de Apoio e Relacionamento com o Associado. Luís Ricardo Meloni, gerente dos supermercados, lojas de ferragens, magazines e automotivos da Copercana se tornou o 1º vice diretor da Regional Ribeirão Preto. “Fazer parte de uma associação tão bem conceituada é muito importante. É o nome da cooperativa que está sendo representado. Já praticamos o cooperativismo e agora, também o associativismo. A troca de informações dentro da Apas é muito relevante para os participantes”, disse Meloni. Paulo César Oliveira, Eder Mialich, Rodrigo Canesin, Ricardo Meloni, Antônio Savegnago, José Carlos Rinaldi e Tiago Albanezi Diretoria Regional Ribeirão Preto: Diretor: Tiago Trevelatto Albanezi (Supermercados Alpheu) 1º Vice-Diretor: Luís Ricardo Meloni (Copercana) 2º Vice-Diretor: Éder Mialich (Supermercados Mialich) Vice-Diretor: Antonio Aparecido Savegnago (Savegnago Supermercados) Vice-Diretor: Rodrigo Canesin (Supermercado Canesin) Vice-Diretor: José Carlos Rinaldi (Supermercado 3 Jota) Vice-Diretor: Paulo César Oliveira (Supermercados 3 Irmãos) O presidente da Canaoeste e diretor da Copercana, Manoel Ortolan, esteve no evento para prestigiar Meloni. Também estiveram presentes o presidente da APAS, João Galassi, que deu as boas vindas à diretoria; o diretor de Regionais e Distritais APAS, Palimércio de Luccas; e cerca de 140 pessoas, entre supermercadistas e fornecedores, incluindo empresários do setor. Galassi reforçou o compromisso da APAS com os associados e conclamou os supermercadistas a participarem mais ativamente dos projetos da entidade. “As informações disponíveis na APAS auxiliam a gestão das empresas e nossos associados obtêm resultados superiores à média do mercado”, enfatizou. RC Revista Canavieiros - Outubro de 2010 Juliano Silva, Marco Sarni, Ricardo e Ana Meloni, Manoel Ortolan e Márcio Zeviani
  • 15. 15 Assuntos Legais Queima de palha de cana-de-açúcar: - mais uma decisão do superior tribunal de justiça P rezados produtores de cana-deaçúcar, chegou ao nosso conhecimento uma importante notícia acerca de um julgamento ocorrido em 29 de setembro de 2010, no STJ (Superior Tribunal de Justiça), última instância judicial para discutir questões que envolvem a queima de palha de cana-deaçúcar e a legislação que a autoriza. O STJ, que possui duas Turmas Julgadoras com cinco ministros cada e que formam a Primeira Seção do Tribunal, competente para julgar essa questão, ainda não havia chegado a uma conclusão final sobre o assunto, pois as referidas turmas possuem entendimentos opostos, ou seja, enquanto uma entende que a legislação que autoriza a prática da queima da cana controlada é legal, a outra turma entende que a mesma lei não observa os ditames constitucionais. Nesta decisão supra mencionada (Embargos de Divergência no Recurso Especial nº 418.565-SP.), proferida pelos 10 ministros que compõem a 1ª Seção do Tribunal (1ª e 2ª Turmas), uniformizouse o entendimento de que a proibição de utilizar-se do fogo disposta no Código Florestal (Lei nº 4.771/65), em seu artigo 27, abrange a cultura de cana, tendo os ministros ressaltado, porém, que o mesmo código prevê a hipótese de queima controlada (§ único do artigo 27). Desta forma, é possível utilizar-se da queima controlada, desde que autorizada pelos órgãos ambientais e observando-se as restrições legais. Os ministros ressaltaram, ainda, que se tal prática causar danos além dos previstos na legislação, restará ao seu causador a responsabilidade pelos prejuízos causados ao meio ambiente e a terceiros. Juliano Bortoloti - Advogado Departamento Jurídico Canaoeste Portanto, sem sombra de dúvida, esta decisão emanada de tão importante Corte de Justiça criou um importante precedente em defesa do setor sucroalcooleiro, demonstrando, mais uma vez, que a prática da queima quando realizada dentro dos parâmetros estipulados pela lei, além de constitucional também reflete o tão consagrado princípio do desenvolvimento sustentável. RC Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 16. 16 Notícias Canaoeste Consecana A CIRCULAR Nº 11/10 DATA: 30 de setembro de 2010 Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de SETEMBRO de 2010. O preço médio do kg de ATR para o mês de SETEMBRO, referente à Safra 2010/2011, é de R$ 0,3524. O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a setembro e acumulados até SETEMBRO, são apresentados a seguir: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a setembro e acumulados até SETEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/10, são os seguintes: Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 17. 17 Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 18. 18 Notícias Cocred Balancete Mensal COOP.CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - SETEMBRO/2010 Valores em Reais Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 19. 19 Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 20. 20 Ridesa realiza lançamento regional de variedades Carla Rodrigues A Duas variedades foram apresentadas em Ribeirão Preto; Catálogo Nacional de Variedades RB traz 13 novos cultivares Ridesa (Rede Interuniversitária de Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro) completa 20 anos de história em 2010 e para comemorar lançou o Catálogo Nacional de Variedades RB de Cana-de-açúcar, para apresentar as treze novas variedades desenvolvidas. O lançamento regional de duas das variedades aconteceu no dia 8 de outubro, em Ribeirão Preto, no Hotel JP. Várias autoridades do setor, professores, estudantes e empresários estiveram presentes, como o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, o presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Marcos Jank, o presidente da Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região CentroSul do Brasil), Ismael Perina Júnior, o vice-reitor da UFSCar, Pedro M. Galetti Junior, e Hermann Hoffmann, professor e coordenador do programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar da UFSCar. Os presidentes da Canaoeste, Manoel Ortolan, e da Copercana e SicoobCocred, Antonio Eduardo Tonielo, estiveram presentes. Os participantes ouviram palestras do ex-ministro, Roberto Rodrigues, sobre a agroenergia, considerada por ele a nova geopolítica global. Para ele a economia verde é realidade no Brasil. A cana é a segunda fonte de energia do Brasil e segundo Jank, o setor tem grande potencial de crescimento. “O crescimento do nosso setor não será em linha reta, será em curvas, como sempre foi. Vai sobreviver quem conseguir ir para as áreas verdes, já que novos produtos estão surgindo, como o ramo dos plásticos, bioeletricidade, além da frota flex, que só tende a crescer”, explicou. “Num mundo sem estratégia, avulta a sustentabilidade. O Brasil tem que impor sua visão tecnológica para orientar os demais outros países a produzirem com sustentabilidade. Temos referência para isso. Falta estratégia para que o Brasil possa liderar uma nova economia verde”, explicou Rodrigues. Já, o presidente da Unica, Marcos Jank, falou sobre a dinâmica e as perspectivas do setor sucroenergético. Para ele, esses lançamentos são de grande importância para a competitividade do setor. “A cana é uma verdadeira máquina de fotossíntese. Com ela avançamos, mas ainda podemos avançar muito mais”, disse o presidente da Unica. Revista Canavieiros - Outubro de 2010 Ainda de acordo com Jank, o maior desafio do setor é construir políticas públicas para criar segurança e mostrar ao mundo a diferença entre etanol e combustíveis fósseis. Além disso, também há desafios a serem vencidos no que se referem à logística, barreiras tarifárias, entre outros. “Temos muito potencial para vencer, mas é preciso um novo ciclo de investimentos”, completou.
  • 21. 21 Reportagem de Capa Ismael Perina Júnior - presidente da Orplana Marcos Jank - Unica Roberto Rodrigues - ex-ministro da Agricultura 8ª Liberação de Variedades RB de cana-de-açúcar Para Marcos Sanches Vieira, diretor-executivo da Ridesa, a liberação de mais essas duas variedades é um marco significativo para o setor canavieiro, e muito emocionado, agradeceu a todos os envolvidos neste trabalho. “O trabalho realizado com essas variedades, mostra a grande parceria que temos com o setor. Muitos aspectos e características estão surgindo, como a mecanização, e nós nos adequamos a essas mudanças”, comentou Marcos. A apresentação das duas variedades liberadas no evento, a RB965902 e a RB965917 foi feita pelo coordenador do programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar da UFSCar, Hermann Hoffmann, que destacou a importância das pesquisas e trabalhos realizados nesta área. “Desde 1982 foram liberadas 30 variedades com características diferentes de cana-de-açúcar, porém a dificuldade maior encontrada por nós, pesquisadores, é liberar variedades que se firmam e realmente vão contribuir com o produtor no final”, explicou o professor. Com isso em mente, a Ridesa realizou um censo varietal pelo país, e os resultados foram satisfatórios, alcançando em 79% de variedades RB no Estado de Pernambuco, 76% no Paraná, 58,9% em São Paulo, 55,7% em Minas Gerais, 47% em Alagoas e 42,5% em Goiás. A Ridesa engloba as Universidades Federais de Alagoas, Rural de Pernambuco, São Carlos-SP, Viçosa-MG, Paraná, Rural do Rio de Janeiro, Goiás, Sergipe, Mato Grosso e Piauí. Parcerias com mais de 300 empresas do setor sucroalcooleiro garantem investimentos de R$ 15 milhões por ano em pesquisas. Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 22. 22 Reportagem de Capa “Desde 1982 foram liberadas 30 variedades com características diferentes de cana-deaçúcar, porém a dificuldade maior encontrada por nós, pesquisadores, é liberar variedades que se firmam e realmente vão contribuir com o produtor no final” IAC lançou três variedades em setembro As variedades lançadas regionalmente pela Ridesa somam-se às três apresentadas pelo Centro de Cana do IAC, em setembro: IACSP95-5094, IACSP96-2042 e IACSP96-3060. Marcos Guimarães de Andrade Landell, “entre produtividade de biomassa e teor de sacarose as novas variedades estão produzindo 10% a mais que as usadas na primeira me- Essas três variedades adequam-se ao plantio mecânico e à colheita mecânica crua, dispensando a queima. A IACSP95-5094 e IACSP96-2042 têm adaptação muito boa à região do cerrado e trazem a perspectiva de otimizar a produtividade nas regiões secas, antes ocupadas por pastagens. A IACSP96-3060 tem longo período de utilização, característica que contribui na logística da cadeia de produção por flexibilizar o período de colheita. De acordo com o pesquisador e diretor do Centro de Cana do IAC, Revista Canavieiros - Outubro de 2010 tade desta década”. Esse ganho pode chegar aos 30% se os produtores explorarem o potencial desses materiais, associando-os aos ambientes de produção adequados. RC
  • 23. 23 Safra de Grãos Nova safra pode sofrer redução de plantio e produção O s agricultores brasileiros começam um novo plantio de grãos para o ciclo 2010/2011. A nova safra deve ficar entre 145,72 e 147,93 milhões de toneladas, com uma redução que vai de 887,60 mil a 3,10 milhões de toneladas sobre a safra passada, que chegou ao recorde de 148,82 milhões de toneladas. Já a área destinada ao plantio deve variar en tre 47,32 (-0,1%) e 47,99 (+1,3%) em relação à anterior (47,37 milhões de ha). Os números são do primeiro levantamento realizado pela Conab e divulgado no início de outubro, que destaca o algodão em caroço em termos de área e produção. Neste primeiro estudo, a pesquisa se baseia numa média de produtividade, obtida nas últimas cinco safras. Foram descartados os anos atípicos e agregado o ganho tecnológico. Os principais responsáveis pela variação negativa na produção e na área desta safra são a soja e o milho total (1ª e 2ª safras). A previsão é de que os sojicultores colham de 67,60 (-1,5%) a 68,90 milhões de toneladas (+0,3%) sobre a safra anterior (68,68 milhões de toneladas). A área destinada à leguminosa varia positivamente de 23,76 (+1,3%) a 24,20 milhões de ha (+3,1%), sendo que a da safra anterior é de 23,46 milhões de ha. O milho total reduz de 51,83 (-7,5%) a 52,41 (-6,5%) milhões de toneladas sobre as 56 milhões de toneladas do último ciclo. A área também diminui de 12,71 (-2,1%) a 12,81 milhões de ha (-1,3%). O algodão em caroço é o grande destaque, em função dos preços bons praticados no mercado. Com isso, a produção do grão aumenta de 2,43 (+32,5%) a 2,57 milhões de toneladas (+39,3%), comparado ao período passado que foi de 1,84 milhões de toneladas. Já a área plantada pode crescer de 1,01 (+21,9%) a 1,07 milhões de ha (29,1%). A produção do feijão total também cresce, variando entre 3,39 milhões de toneladas (+4% e 3,42 (+5%) contra as 3,26 milhões de toneladas da safra passada, assim como a de arroz que aumenta de 12,05 (+7,1%) a 12,26 milhões de toneladas (+8,9%). A pesquisa foi realizada por 50 técnicos, entre os dias 19 e 25 de setembro, nas regiões Sul, Sudeste e CentroOeste. No Norte e Nordeste, onde o plantio começa em dezembro, foram considerados os dados de área da safra anterior e a produtividade média dos cinco últimos anos. RC Fonte: Conab Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 24. 24 Destaque Chuvas prejudicam moagem pela segunda quinzena consecutiva na região centro-sul, mas favorecem produção de etanol A moagem de cana pelas unidades produtoras da Região CentroSul do País totalizou 27,16 milhões de toneladas na segunda quinzena de setembro, recuo de 27,03% em relação ao valor observado nos primeiros quinze dias do mês (37,23 milhões de toneladas) e queda superior a 35% no comparativo com o volume processado na segunda quinzena de agosto (42,07 milhões de toneladas). No acumulado desde o início da safra até o final de setembro, a quantidade de cana-de-açúcar moída no Centro-Sul alcançou 444,54 milhões de toneladas. A intensa retração na moagem de cana observada na segunda quinzena de setembro ocorreu, novamente, em função das chuvas que atingiram as principais áreas produtoras. O indicador de precipitação pluviométrica de setembro ficou 59,27% superior à média histórica para o período. Essa condição climática impactou o aproveitamento de tempo das unidades produtoras e aumentou o número de dias de moagem perdidos: em média, as usinas registraram 6,78 dias perdidos em setembro contra apenas 2,92 dias perdidos em agosto deste ano. tivamente ao mesmo período de 2009. No acumulado desde o início desta safra, a quebra supera 3,9% em relação ao acumulado da safra anterior. Até o início de outubro, oito unidades produtoras já haviam encerrado a safra 2010/2011 na região Centro-Sul, confirmando as projeções da UNI- Para o Diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, “apesar de ter prejudicado a moagem, o maior volume de chuva nas últimas semanas de setembro não foi suficiente para interromper a queda que vinha sendo observada na produtividade do canavial”. “Certamente não haverá tempo hábil para a recuperação da produtividade agrícola nesta safra e o volume de cana disponível para a moagem continuará abaixo do projetado no início do ano,” completou o executivo. Dados apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) indicam, de fato, uma redução de 15,6% na produtividade agrícola da cana colhida na região Centro-Sul em setembro, comparaRevista Canavieiros - Outubro de 2010 CA quanto ao encurtamento da atual safra devido à antecipação da moagem, consequência do longo período de estiagem. Das 10 novas unidades produtoras previstas para iniciar suas atividades na atual safra, apenas uma optou por postergar o início para a safra 2011/2012. Qualidade da matéria-prima A concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana processada atingiu 170,16 kg de ATR na segunda quinzena de setembro, alta de 5,73% em relação aos primeiros 15 dias do mês. No acumulado desde o início da safra, a quantidade de ATR somou 142,10 kg por tonelada de cana-de-açúcar, crescimento de 7,36% no comparativo com igual período da safra anterior. Cabe destacar que o indicador de ATR divulgado pela UNICA é calculado a partir do volume de cana-de-açúcar moída e da produção de açúcar e de etanol em determinado período, considerando algumas premissas em relação às perdas industriais, eficiências de fermentação e de destilação.
  • 25. 25 do mês, apenas 44,70% destinou-se à produção de açúcar, percentual inferior aos 46,41% verificados na quinzena anterior. De acordo com Rodrigues, “é natural uma redução na produção de açúcar no último terço da safra, contudo, ao longo de setembro esse aspecto foi intensificado pela maior ocorrência de chuvas e pela consequente deterioração da qualidade da cana”. Esse indicador é conhecido como “ATR produto” e devido a forma de cálculo ele não refletiu momentaneamente a interrupção da moagem pelas usinas ocorrida ao final de setembro, de modo que o volume de açúcar e etanol que já se encontrava em processamento na segunda quinzena do mês não obteve sua respectiva contrapartida em cana-de-açúcar. Portanto, o aumento do ATR produto verificado na segunda quinzena de setembro não é real e deverá ser compensada pela queda significativa deste indicador na primeira quinzena de outubro. Existe outro indicador de concentração de ATR na cana que é chamado “ATR cana” e provêm de análises laboratoriais de amostras de cana-de-açúcar coletadas no momento de sua entrega na unidade industrial. Estas análises seguem rígidas normas operacionais estabelecidas pelo Sistema – ATR, desenvolvido pelo Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (Consecana – SP). De acordo com os dados apurados pelo Sistema ATR, vinculado ao Consecana (SP), o ATR cana na segunda quinzena de setembro apresentou um crescimento de apenas 1% em relação a primeira quinzena do mês. Esse indicador aponta ainda que na primeira quinzena de outubro houve uma redução de cerca de 9% no ATR, que passou de 160,88 kg por tonelada de matériaprima no final de setembro para 146,57 kg no início de outubro. Segundo o Diretor da UNICA, “os dois indicadores de ATR mensuram a mesma coisa e geralmente apresentam valores semelhantes no final da safra; entretanto, o ATR produto sofre distorções durante períodos com elevada precipitação pluviométrica e essas distorções precisam ser entendidas para a realização de qualquer análise”. Basicamente, a queda no ATR cana deverá ser observada de forma mais intensa no ATR produto na primeira quinzena de outubro, os indicadores apresentam apenas diferenças no tempo de resposta, mas os valores finais deverão ser equivalentes, concluiu o executivo. Ele explica ainda que “estamos vivenciando mais um ano atípico em termos de condições climáticas. De abril até o início de setembro, o volume de chuvas ficou muito aquém da média histórica, reduzindo a disponibilidade de cana. Já em setembro, principalmente no final do mês, as chuvas retornaram com uma intensidade maior do que a prevista, prejudicando a moagem e, mais importante, reduzindo a qualidade da cana que será colhida em outubro”. Esses fatores devem impactar a produção de açúcar e etanol no final da safra, acrescentou o executivo da UNICA. Produção de açúcar e etanol Na segunda quinzena de setembro observou-se um recuo significativo da proporção de cana destinada à fabricação de açúcar. Do volume de matériaprima processado na segunda quinzena Como reflexo da retração do percentual da cana colhida dedicado à produção de açúcar na última quinzena de setembro, a produção de açúcar no período ficou em 1,97 milhões de toneladas, queda de 25,70% em relação à quinzena anterior. A produção de etanol, por sua vez, somou 1,49 bilhões de litros, dos quais 448,68 milhões de litros de etanol anidro e 1,04 bilhão de litros de etanol hidratado. No acumulado desde o início da safra 2010/2011, a produção de açúcar somou 27,10 milhões de toneladas, enquanto a de etanol alcançou 20,30 bilhões de litros, crescimento de 22,59% comparado ao mesmo período de 2009. Vendas de etanol pelas unidades produtoras As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul somaram 2,33 bilhões de litros em setembro. Já o volume de etanol anidro comercializado ao longo do mês somou 594,71 milhões de litros, dos quais 5,21%, ou 31,00 milhões de litros, destinaramse às exportações e 563,70 milhões ao mercado doméstico. Em relação ao etanol hidratado, as vendas internas atingiram 1,58 bilhão de litros e as vendas para o mercado internacional somaram apenas 155,49 milhões de litros. No acumulado da safra, de abril até setembro, o volume total comercializado pelas usinas do Centro-Sul soma 13,30 bilhões de litros, queda de 5,49% relativamente à safra 2009/2010. Esta retração decorre do forte declínio das exportações, na medida em que as vendas internas acumulam alta de 1,30% no comparativo com igual período de 2009. RC Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 26. 26 Informações Setoriais CHUV AS DE Setembro e Prognósticos Climáticos No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de SETEMBRO de 2010. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste A média das observações das chuvas deste mês de SETEMBRO (100mm) concentrou-se, praticamente, na última semana do mês,“ficando” acima (até das previsões) da média das normais climáticas (62mm) e, em todos os locais observados. Note-se que em Barretos e Bebedouro as chuvas do mês “ficaram” bem próximas das respectivas médias. P elo Mapa 1A abaixo, observa-se que, ainda até 16 a 19 de SETEMBRO, as condições hídricas do solo se mostravam severas em toda área canavieira sucroenergética do Estado de São Paulo. O Mapa 1B mostra que o reumidecimento do solo iniciou-se pelo Leste do Estado, ou seja, inverso até das “entradas” das frentes frias. A Disponibilidade Atual de Água no Solo ao final de SETEMBRO de 2010 (Mapa 3), já mostrava a recuperação de índice médio a bom em quase toda área sucroenergética do Estado, menos na faixa Pirassununga/Rio Claro/Botucatu/ Avaré e entre as Unidades Produtoras Moema e Vertente. Enquanto que, ao final de SETEMBRO 2009 (Mapa 2), ain- Mapa 1A:- Água Disponível no Solo entre 16 a 19 de SETEMBRO de 2010. Revista Canavieiros - Outubro de 2010 da persistia a baixa umidade do solo na Região de São José de Rio Preto e começando a reduzir o índice de água disponível no Extremo Oeste paulista e ao redor de Piracicaba. Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre Mapa 1B:- Água Disponível no Solo entre 20 a 22 de SETEMBRO de 2010.
  • 27. 27 INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para os meses de outubro a dezembro. • As temperaturas médias poderão ser próximas a ligeiramente acima das normais climáticas em toda Região Centro-Sul do Brasil; • Quanto às chuvas, para os meses de outubro a dezembro, poderão ser próximas das normais climáticas para o Estado de Mato Grosso, Centro-Norte de Goiás e faixa Norte de Minas Gerais; próximas a abaixo das respectivas médias no Estado de Mato Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de SETEMBRO de 2009. Grosso do Sul, Centro-Sul de Goiás e em toda Região Sudeste, com exceção de faixa Norte de Minas Gerais; e, abaixo das normais climáticas para os Estados da Região Sul; • Como referência, as normais climáticas de chuvas para Ribeirão Preto e municípios vizinhos, pelo Centro Cana e Apta-IAC, são de 125mm em outubro, 170mm em novembro e 270mm em dezembro. A SOMAR Meteorologia, a exemplo do INPE e INMET, também prevê que as chuvas ficarão entre próximas das respectivas médias climáticas nos meses de outubro a dezembro em toda região de abrangência da CANAOESTE. A SOMAR prevê, ainda, prognóstico semelhante para o mês de janeiro, ou seja, próximo a pouco acima da normalidade climática. Mapa 3:- Água Disponível no Solo, 50cm de profundidade, ao final de SETEMBRO de 2010. Quanto às condições climáticas previstas para estes meses finais de moagem - outubro/novembro, a CANAOESTE recomenda aos produtores de cana que primem nas operações de colheita e aproveitem ao máximo os dias e tempos disponíveis, bem como efetuem aprimorados tratos culturais e cuidadosas renovações de canaviais (baixa produtividade, alta incidência de ervas daninhas e os impactos da recente ferrugem alaranjada em variedades suscetíveis), com vistas às certas e crescentes demandas por matéria-prima na(s) próxima(s) safra(s). Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos mais próximos ou através do Fale Conosco CANAOESTE. RC Mapa 4:- Prognóstico de Consenso entre INMET e INPE para o trimestre outubro a dezembro. Adaptado pela CANAOESTE Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 28. 28 Artigo Técnico Adubação verde no sistema de produção da cana-de-açúcar Denizart Bolonhezi, José A. Donizeti Carlos (Engenheiro Agrônomo, Piracicaba) Antonio Cesar Bolonhezi (Engenheiro Agronômo, UNESP-Ilha Solteira) Luiz Abilio Ferreira Neto (Bolsista Iniciação Científica do CNPQ, Universidade Federal de Dourados) A INTRODUÇÃO cana-de-açúcar é cultivada em mais de 7 milhões de hectares no Brasil, dos quais aproximadamente 5,5 milhões de hectares estão no Estado de São Paulo. Os canaviais paulistas expandiram 54,6% nos últimos 4 anos (Rudorff et al., 2010), sobretudo em áreas de pastagem da Região Noroeste. Diferente das expansões ocorridas no passado, atualmente o mercado e a opinião pública internacional exigem do setor sucroenergético a apresentação de indicadores de sustentabilidade da produção. Dessa maneira, não basta mais ser eficiente em produtividade, tem que demonstrar qual o impacto das práticas agrícolas sobre as questões relativas à conservação do solo e da água, às emissões de gases do efeito estufa, à manutenção da biodivesidade, etc. Neste sentido, a adoção de boas práticas agrícolas é imprescindível para melhorar a imagem do etanol brasileiro no mercado internacional. Dentre estas práticas agrícolas, a rotação de culturas e adubação verde merecem destaque em virtude dos diversos benefícios que proporcionam, tanto nos aspectos agronômicos quanto nos ambientais. Normalmente é empregada na reforma dos canaviais, embora o consórcio seja também uma modalidade de cultivo. Os critérios para reforma são variáveis de acordo com a empresa e região produtora e são dependentes: do histórico de produtividade do talhão, da necessidade de substituição de genótipos, da ocorrência de problemas fitossanitários, da necessidade de correção da fertilidade e da compactação do solo, da perspectiva de aumento dos lucros frente aos custos de implantação. Embora o ideal seja reformar pelo menos 15% dos canaviais para manter bons patamares de produtividades, devido aos custos da renovação, a média nacional está em torno de 8,2 % da área cultivada. Parte desta área é destinada para o cultivo de leguminosas comerciais, um expressivo percentual fica em pousio e aproximadamente 300 mil hectares são utilizados com adubação verde. Considerando o início do ano agrícola, o presente artigo visa contribuir para o esclarecimento das vantagens, as principais espécies cultivadas e seu manejo, assim como os aspectos importantes para obtenção de sucesso com esta prática. Benefícios da Adubação Verde e principais espécies recomendadas para a cana-de-açúcar A adubação verde é uma técnica milenar, apresenta lastro técnico-científico para cana-de-açúcar e pode ser adotada sem comprometer o sistema de produção canavieiro. Para nossas condições, os benefícios da adubação verde na reforma de canaviais são conhecidos desde a clássica pesquisa realizada por Cardoso (1956). Como estes benefícios ocorrem simultâneamente em nível de campo, muitas vezes é difícil mensura-los. Dentre os benefícios relevantes produzidos pelo uso de leguminosas como adubos verdes, podem ser citados: - Controle da erosão hídrica, do assoreamento de sulco e da compactação do solo; - Fixação de nitrogênio, aumento da absorção de fósforo e ciclagem de nutrientes; - Auxílio na redução da população de nematóides, insetos-pragas e patógenos; - Supressão de plantas daninhas e fitorremediação de herbicidas; - Contribuição para redução das emissões de gases do efeito estufa; - Maior disponibilidade de água no solo; - Aumento dos teores de matéria orgânica no solo; - Redução da amplitude térmica do solo; - Aumento da produtividade de colmos (+ 20 TCH no 1o corte) e qualidade da matéria prima; - Redução dos custos de implantação do canavial (28 a 32 %) É importante esclarecer que há legislação específica (Lei Estadual n.o 6171, regulamentada pelo Decreto n.o 41.719 de 16/04/1997), a qual dispõe sobre o uso, conservação e preservação do solo agrícola, e pode mediante fiscalização, aplicar punições aos agricultores, quando são identificados problemas de erosão. Mesmo em terraços bem dimensionados, as três principais fases do processo erosivo (desagregação, transporte e depósito) podem ocorrer intensivamente. Conde e Donzelli (1997) esclarecem que o plantio direto da Crotalaria juncea, possibilitou a eliminação de terraços em declividade até 6%. A utilização de adubos verdes é uma ferramenta importante no controle da erosão em cana-de-açúcar, pois normalmente as espécies apresentam crescimento inicial rápido, permitindo eficiente cobertura do solo. Este benefício é extremamente importante nos Argissolos, em razão da declividade mais acentuada e menor infiltração de água. Nestes solos é comum o assoreamento de sulco, demandando replantio, conforme apresentado na Figura 1. Figura 1 - Assoreamento de sulco de plantio em Argisolo (lado esquerdo). Semeadura direta de Crotalaria juncea em soqueira de cana crua (Lado direito). Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 29. 29 É importante mencionar que em relação às leguminosas comerciais, as espécies de adubos verdes fornecem quantidades muito maiores de nitrogênio. Na Tabela 1, estão apresentadas as principais espécies recomendadas para cultivo na reforma da cana-de-açúcar e as quantidades de nitrogênio fornecidas através da fixação biológica. A escolha das espécies dependerá do alvo a ser atingido (fertilidade do solo, nematóides, etc), da disponibilidade de sementes na região e equipamentos para semeadura. Embora existam centenas de espécies leguminosas com potencial de utilização na reforma, cultivo intercalar e MEIOSI (Método Inter-Rotacional Ocorrendo Simultaneamente) em canaviais, as principais são: crotalária-juncea, crotaláriaspectabilis (Figura 2), feijão-de-porco (Canavalia ensiformes), lab-lab (Lab lab purpureus, sin. Dolichos lab lab), mucuna-preta (Mucuna aterrima), mucuna-cinza (Mucuna cinereum) e guandu (Cajanus cajan). Eventualmente, culturas comerciais como o caupí, o girassol são utilizados com a finalidade de adubação verde, assim como, outras espécies não leguminosas, como por exemplo o naboforrageiro (Raphanus sativus). Com relação às crotalárias, a época de semeadura é um aspecto a ser observado, pois estas espécies são sensíveis ao fotoperíodo. Quanto mais tarde, menor será a altura e consequente a produção de biomassa. As mucunas são mais tolerantes a solos ácidos, porém há necessidade de escarificação para quebrar dormência para algumas espécies (mucuna preta). A semeadura de "coquetéis de adubos verdes" é uma possibilidade para agregar os benefícios de diferentes espécies, mas requer atenção na proporção e qualidade das sementes utilizadas na mistura. Figura 2 - Visual da Crotalaria juncea semeada em linha Figura 2 - Crotalaria spectabilis em soqueira de cana crua Tabela 1. Quantidade de N fixado e informações de manejo da fitomassa dos principais adubos verdes utilizados em canaviais. Fonte : Wutke (1993); Wutke et al. (2007); Calegari (1995). Figura 2 - Manejo mecânico em crotalaria ao lado de mucuna dessecada Métodos de manejo da Fitomassa Conceitualmente, adubação verde compreende a incorporação ao solo da biomassa produzidas pelas diferentes espécies, a fim de obter os benefícios apresentados. Contudo, atualmente este conceito foi ampliado, considerando que é crescente a adoção do manejo conservacionista do solo, tais como o cultivo mínimo e o plantio direto. O manejo da fitomassa pode ser mecânico, realizado por diferentes equipamentos (roçadoras, grades, rolofaca, trituradores) ou químico (herbicida sistêmico). Normalmente, as crotalárias são manejadas mecanicamente antes do plantio e as mucunas através da aplicação de herbicidas (Figura 3). A sulcação direta também é bastante utilizada em plantio manual. Convém salientar, que no plantio mecanizado, sobretudo sobre resíduo de Crotalaria juncea, recomenda-se não incorporar, pois os resíduos não decompostos formam “bolsas de ar” e consequentemente ocorrem falhas na brotação da gemas e emergência dos perfilhos primários. Figura 3 - Sucação direta sobre Crotalaria spectabilis O plantio mecanizado favorece a adoção de manejo conservacionista do solo, devido a expressiva quantidade de massa transportada pelas plantadoras, a qual facilita a abertura dos sulcos de plantio. O plantio direto de cana é viável em muitas situações, não havendo restrições quanto ao estabelecimento inicial (Figura 4), porém é imprescindível conhecer a susceptibilidade da espécie escolhida na rotaRevista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 30. 30 ção, quanto à dessecação com glifosato, a fim de evitar surpresas desagradáveis, como a rebrota que pode ocorrer em algumas espécies. Figura 4 - Plantio direto sobre Crotalaria juncea Artigo Técnico Considerações finais Atualmente são estimados mais de 1 milhão de hectares disponíveis para renovação na Região Centro Sul, os quais são passíveis da prática da rotação de culturas com espécies de adubos verdes. O lastro de conhecimento técnico-científico acumulado até o momento, aliado às validações em escala comercial, permitem afirmar que os ganhos médios na produtividade são em torno de 20 t ha-1 de colmos, quando se utiliza sucessão com leguminosas adubos verdes, com possível efeito residual até segundo corte e provável aumento nas características tecnológicas. Além disso, a quantidade de nitrogênio fixado é suficiente para suprir as Figura 4 - Plantio direto sobre Crotalaria spectabilis em região de expansão em Aparecida do Taboado/MS O cultivo intercalar de adubos verdes, pode ser uma alternativa para complementar a adubação nitrogenada na soqueira. Em áreas com disponibilidade de irrigação do canavial, pode-se inclusive utilizar espécies que apresentam bom desempenho no outono/inverno, tais como tremoço-branco e dependendo da época, o feijão-de-porco ou guandu-anão, conforme apresentado nas Figuras 5. Figura 5 - Consórcio com tremoço branco . Fotos: Fazenda São José, Sertãozinho, proprietário José Luiz Balardin. Revista Canavieiros - Outubro de 2010 exigências da cana- planta. De modo geral, o aumento na produtividade da cana planta, amortiza entre 40 e 60% os custos de implantação do novo canavial. Considerando o contexto da canavicultura, a rotação ou cultivo intercalar de adubos verdes (Figura 5) é a prática cultural com a melhor relação custo benefício, principalmente em função do fornecimento de nitrogênio. Todavia, a fim de evitar problemas e consequente retração da sua adoção, é imprescindível conhecer bem as características da espécie, utilizar sementes de qualidade e semear no momento e condições mais indicadas. RC
  • 31. 31 Artigo Técnico II Série: conheça o seu solo Produtividade de cana-de-açúcar em Neossolos Quartzarênicos Antônio Celso Joaquim - Pesquisador Jorge Luiz Donzelli - Coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento – Agronomia (CTC) Centro de Tecnologia Canavieira 1. Descrição s Neossolos Quartzarênicos Órticos (figura 1), antigas Areias Quartzosas, estão colocados na categoria dos Solos Pouco Desenvolvidos, estando o perfil em fase de formação. São solos originários de sedimentos aluvionares e arenitos, que conferem a este solo textura arenosa, muito profundos, uniformes e soltos, compostos quase que exclusivamente de quartzo. Apresentam teor de argila inferior a 15% no horizonte “A” e nas camadas subjacentes, classificadas no triângulo textural de areia e areia franca. Em virtude desta característica a capacidade de armazenamento de água neste solo é baixa. O 2. Produtividades Alcançadas No critério Ambiente de Produção Edafoclimáticos, desenvolvido pelo Centro de Tecnologia Canavieira, visando recomendação varietal, este solo está colocado no ambiente “E” em 5 condições climáticas no Centro-Sul (I, II, III, IV e V), com produtividades médias de 5 cortes abaixo de 80 t/ha. Por isso, a produtividade média esperada, no primeiro corte pode variar entre 105 TCH e 86 TCH, enquanto que no quinto corte pode variar entre 62 TCH e 48 TCH nos 5 ambientes de produção edafoclimáticos onde ele ocorre. São normalmente de fertilidade natural baixa, predominando os distróficos e álicos devido à grande quantidade de areia e baixos teores de matéria orgânica. Nesses solos a matéria orgânica (MO) tem grande influência no seu comportamento, atuando em várias características como, por exemplo: na capacidade de troca de cátions (CTC), disponibilidade de água e agregação do solo. Essas características são mais presentes na camada superficial, que deve ser preservada. Portanto, a aplicação de métodos de conservação de solo que preservem esta camada é fundamental para a manutenção do potencial produtivo destes solos. O uso de subprodutos industriais da fabricação de açúcar e etanol e adubação verde, além da manutenção da palha da colheita da cana sem queima, contribuem para o aumento da baixa fertilidade natural destes solos. 3. Alocação Varietal Atualmente as variedades mais colhidas neste tipo de solo são: SP83-2847, SP81-3250, RB867515 e SP84-2025. A recomendação técnica de plantio, neste tipo de solo, são as variedades SP83-2847, CTC-9, CTC15, CTC17, RB867515, PO8862, IACSP93-3046, IACSP94-2094, IAC87-3396 e IAC915155. Figura 1 - Neossolo Quartzarênico Órtico Este tipo de solo ocorre nas regiões de Ribeirão Preto, São Carlos, Jaú e Piracicaba em formações derivadas de sedimentos aluvionares e arenitos Botucatu e Pirambóia. No Pontal do Paranapanema e noroeste do Paraná, em solos derivados do arenito da formação Caiuá. Na Região de Andradina em solos derivados de sedimentos aluvionares e arenitos da Formação Santo Anastácio. Na região Sudoeste de Goiás em solos derivados dos arenitos da formação Botucatu e cobertura arenosa indiferenciada. Os associados ao CTC recebem orientação técnica sobre como explorar ao máximo a capacidade produtiva deste tipo de solo. A alocação correta de variedades deve considerar a distribuição do plantel varietal equilibradamente entre solos existentes na Associada, procurando colocar as variedades de maior retorno econômico nos solos de ambientes de maior potencial, deixando os Neossolos Quartzarênicos Órticos (menor potencial), para plantar as variedades mais rústicas. RC Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 32. 32 32 “General Álvaro Tavares Carmo” Manual de Fisiologia Vegetal: Fisiologia de Cultivos Castro-Kluge-Sestari Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português. “A vida é como andar de bicicleta.Para manter equilíbrio,é preciso se manter em movimento” Albert Einstein-em carta a seu filho Eduard 05/02/1930 1) Pedro trabalha muito na empresa. É conhecido pelos amigos como o “burro-de-carga”. A popular expressão antiga tornou-se mais antiga e incorreta com o uso do hífen... outrora usávamos o sinal para separar a expressão. Com o Novo Acordo Ortográfico, a regra com as locuções em geral não colocamos o hífen. O correto é: burro de carga. E ste livro é destinado principalmente às disciplinas das áreas de Fitotecnia e de Horticultura nos níveis de graduação e de pós-graduação das faculdades de Agronomia. O texto poderá ser utilizado também por professores e estudantes das áreas de Biologia e Ecologia Vegetal, Agricultura e Pastagens, além de outras disciplinas afins, pois propicia a base necessária para a abordagem científica destas disciplinas. Esta obra abrange conhecimentos ecofisiológicos de 50 plantas cultivadas. Dentre essas tratamos de 15 frutíferas, 11 cultivos, 8 olerícolas, 7 extrativas, 5 estimulantes, 3 forrageiras e 1 ornamental. Para a solução de problemas com essas culturas em condições de campo e maximizar a produção econômica, a obra torna-se indispensável aos agrônomos, consultores e produtores que vivem o dia a dia nos sistemas de produção agrícola. Atenção especial foi dada à extensão e aos temas tratados em cada cultivo de forma a apresentar os fundamentos mais relevantes. 2) A família está reunida para decidir onde irão passar as férias. Pedro convocou todos: esposa, filhos, sogra, nora, genro... Conversa saudável! Longe de alguém “pisar no calcanhar-de-Aquiles” sobre o assunto com algum parente. E longe de usar o hífen! Conforme o Novo Acordo Ortográfico, a regra das locuções, em geral, não recebem hífen. Está correto: calcanhar de Aquiles (expressão popular) 3) Maria usa a “água-de-colônia”. Prezados amigos leitores gosto não se discute, mas a Língua Portuguesa escrita de forma correta sim! Assim, água-de-colônia (plural: águas-de-colônia) permanece com o uso do hífen, mesmo que seja “arco-da-velha”! (expressão correta, com hífen, plural: arcos-da-velha) PARA VOCÊ PENSAR: “ O tempo é muito lento para os que esperam; muito rápido para os que tem medo; muito longo para os que lamentam; muito curto para os que festejam; mas, para os que amam, o tempo é eterno.” William Shakespeare A bibliografia citada encontra se no final do texto referente a cada cultivo. Todos os autores de cada texto realizaram o trabalho durante o curso de Pós-Graduação da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, disciplina Fitofisiologia Ecológica. Dicas e sugestões, entre em contato: renatacs@convex.com.br * Advogada,Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria. *Texto retirado da sinopse do livro Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone : (16)3946-3300 - Ramal 2016 Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 33. 33 Eventos em Novembro de 2010 Produção e Uso de Biocombustíveis Tipo de Evento: Seminário Início do Evento: 19/11/2010 Fim do Evento: 19/11/2010 Estado: SP Cidade: Jundiaí Localização do Evento: Centro de Engenharia e Automação – IAC Rod. Gabriel Paulino Bueno Couto, km 65, Caixa Postal 26, 13201-970 Telefone: (11) 45828155 E-mail: engenharia@iac.sp.gov.br BioFach América Latina 2010 Empresa Promotora: IFOAM (International Federation of Organic Agriculture Movements). Tipo de Evento: Exposição / Feira Início do Evento: 03/11/2010 Fim do Evento: 05/11/2010 Estado: SP Cidade: São Paulo Localização do Evento: Transamérica Expo Center Informações com: Planeta Orgânico Site: www.biofach-americalatina.com.br Telefone: (21) 22392395 E-mail: expositor@planetaorganico.com.br Feileite 2010 - Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite Empresa Promotora: Agrocentro Empreendimentos e Participações Tipo de Evento: Exposição / Feira Início do Evento: 09/11/2010 Fim do Evento:13/11/2010 Estado: SP Cidade: São Paulo Localização do Evento: Centro de Exposições Imigrantes Informações com: Organização Feileite Site: www.feileite.com.br Telefone: (11) 50676767 E-mail: secretaria@agrocentro.com.br Revista Canavieiros - Outubro de 2010
  • 34. 34 VENDEM-SE - Trator Massey Fergunson 680 HD, ano 2006 com 6750 horas, super conservado, equipado com kit freio pneumático e cabina climatizada; - 01 subsolador de arrasto sete hastes com disco destorroador, pouco usado; - 01 caminhonete D20, ano 1991, cabina dupla branca, com ar e direção hidráulica. Tratar com Walter pelos telefones: (17) 9141-2290 ou (17) 3392-1066. de Marília, formado para pasto, com mangueira, poço semi artesiano, luz e outras benfeitorias. Região plana. Tratar com Roberto pelos telefones: (14) 3413-6177 ou (14) 3433-9221. VENDEM-SE - 15 alqueirões próximos à duas usinas, terra plana, própria para cana ou soja. Estrada Frutal/Pirajuba Km 20; - 72 mil alqueirão. Tratar com Francisco (proprietário) pelos telefones: (16) 8828-9092 ou (16) 3013-9192. VENDE-SE - Sede de fazenda situada a 900m do asfalto, 9km da cidade, excelente mina com água na cabeceira, córrego nos fundos, lagoa com peixes e roda d’ água. Casa com piscina, quadra, campo de futebol e casa/caseiro. Com um alqueire em Santa Rita do Passa Quatro/SP. Aceita-se propriedade como parte de pagamento em São Paulo, Campinas ou Ribeirão Preto. Tratar com Sebastião pelos telefones: (19) 3584-6124 ou (19) 8212-4277. COMPRA-SE - Tubos de irrigação de todos os diâmetros, motobombas, rolão autopropelido, pivot, etc. Pagamento à vista. Tratar com Carlos pelo telefone: (19) 9166-1710 ou pelo e-mail:cyutakam@ hotmail.com VENDEM-SE - 01 caixa d’água modelo australiana para 50.000 lts; - 01 caixa d’água modelo australiana para 5.000 lts; - 01 transformador de 15 KVA; - 01 transformador de 45 KVA; - 01 transformador de 75 KVA; - lascas e mourões de aroeira; - coxos de cimento; - porteiras; - 01 repetidora com 10 rádio amadores e 3 HT; - 01 torre de 60 metros. Tratar com Wilson pelo telefone: (17) 9739 2000 - Viradouro -SPVENDE-SE - Sítio na região de Oriente/SP, 18 alqueires, ótima localização, a 30 km VENDE-SE - 01 Carroceria de madeira pronta para puxar amendoim ou soja a granel. Comprimento: 8m, Largura: 2.60m e Altura: 3,20m. Tratar com Agnaldo pelo telefone: (16) 3945-6018. VENDE-SE - Chevrolet Vectra Elegance 2.0 (flex), 2007/2007, cor prata, 31.000 Km. Tratar com Fernanda pelo telefone: (16) 8146-0688. VENDE-SE - Caminhão Mercedes 2635, ano 96 plataforma, com motor, embreagem (simples), bomba injetora e turbina feitos a 30 dias, pneus da frente novos e traseiros recauchutados novos, com ou sem carroceria cana inteira. Valor: R$ 120.000,00. Aceito permuta. Não está muito bom de lata. Tratar com Hugo pelo telefone: (66) 9988-4267 ou pelo email: jaciaramt@hotmail.com. VENDEM-SE - Caminhões para o plantio de cana. Tratar com Marcos Nalia pelo telefone: (18) 9702-8063 ou pelo email: marcosnalia@bol.com.br. Revista Canavieiros - Outubro de 2010 VENDEM-SE - Tratores novos a partir de R$ 18.000,00 até R$ 65.000,00. Tratar com Fernando França pelos telefones: (16) 8135-7399 / (16) 3877-1117 ou pelo email: jkmeds@gmail.com. VENDEM-SE - Dois Pivot Central, um com 11 torres e outro com sete torres, nunca foram usados, marca ASBrasil, não possui motor. Tratar com ZPTratores pelo telefone:(19) 3541-5318 ou pelo email: zptratores@yahoo.com.br. AGREGA-SE Caminhão Canavieiro - Precisa-se com “urgência” de Treminhões e Plataforma de cana (Traçados), para trabalhar em Usinas da região de Pirassununga e Jaguariúna, até o final de dezembro de 2010 e para as próximas safras; *Preferencialmente caminhões que já possuam carreta e gaiola (Picada ou Inteira); *Faturamento girando em torno de R$ 12.000,00 a R$ 25.000,00 Livre do Óleo (de acordo com o ano/ mod do caminhão) e do motorista; * Precisamos também de Reboque e Carregadeira. Tratar com Leonardo pelo telefone: (19) 9284-2216 ou pelo email: transportedecana@hotmail.com Vende-se - Fazenda com 114 alqueires (552 hectares) , pode ser vendida total ou em duas partes (50 alqueires ou 64 alqueires). Possui um curral novo de concreto, duas sedes novas, telefone rural fixo, localizada no Triângulo Mineiro, no municipio de Prata-MG- Campina Verde. Ideal para pecuária, lavoura e reflorestamento. Toda limpa, com curva de nível. Pastos novos. Valor: R$ 7.000,00 o hectare. Tratar com Ozires pelos telefones: (34) 3214-9703 ou (34) 9974-7500. Anuncie no Classificados da Canavieiros, envie seu anúncio para classificados@revistacanavieiros.com.br
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  • 36. 36 Revista Canavieiros - Outubro de 2010