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Revista Canavieiros - Março de 2008

1
2

Revista Canavieiros - Março de 2008
Editorial

E

Novos tempos

sta edição da Revista Canavieiros traz como reportagem de
capa um marco para a história do
setor: a assinatura do Protocolo Agroambiental. No ano passado foi firmado
um acordo entre o governo do Estado,
as secretarias de Estado da Agricultura
e Meio Ambiente e a Unica (União da
Indústria da Cana-de-Açúcar) com intuito de antecipar o prazo para o fim da queima da cana. O documento, chamado de
Protocolo Agroambiental, determina que
a queima da palha da cana-de-açúcar em
áreas planas será eliminada em 2014, sete
anos antes do que previa a lei estadual
11.241, de 2002.

assina um artigo intitulado “Desafio”,
onde discute a respeito do preço do álcool combustível nas bombas e de quem
é a culpa pelos aumentos.

No dia 10 de março foi a vez de os
produtores de cana aderirem ao acordo,
em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes. O evento contou com a presença do
governador José Serra, do secretário de
Agricultura e Abastecimento do Estado,
João Sampaio, do secretário do Meio
Ambiente, Xico Graziano, do presidente
da Unica, Marcos Jank, do presidente
da Orplana, Ismael Perina Júnior, deputados e prefeitos e dezenas de produtores de cana filiados à Orplana. Nesta edição você terá mais informações sobre o
protocolo e suas diretrizes.

Além disso, você poderá conferir como
foi o I Encontro Sobre Variedades de Canade-Açúcar, em Bebedouro. As páginas da
Cocred trazem informações sobre a Assembléia Geral Ordinária da Cooperativa no dia
26 de março, além das mudanças ocorridas
na agência de Serrana.

O entrevistado deste mês é Josias
Messias, presidente da ProCana, empresa que edita o JornalCana. Na entrevista, Messias fala dos 20 anos do jornal e
sobre os altos e baixos enfrentados pelo
setor ao longo desse período. Na comemoração dos 20 anos do jornal, 20
personalidades e empresas foram homenageadas, entre elas Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste, e Fernandes dos Reis, ex-presidente da Copercana e Canaoeste.
O Ponto de Vista deste mês traz os
comentários do presidente da Canaoeste sobre a assinatura do Protocolo Agroambiental. Ortolan destaca a coragem
dos pequenos e médios produtores em
se comprometer com a sustentabilidade
do setor sucroalcooleiro. O presidente
do Grupo Maubisa, Maurílio Biagi filho,

Nas páginas da Copercana, você
conhecerá a nova filial da Copercana
em Campo Florido, a nona loja de ferragens e magazine e a terceira no Estado
de Minas Gerais. As Notícias Canaoeste trazem a cobertura do evento que
marcou o início das atividades da São
Francisco Saúde em Sertãozinho. A empresa firmou uma importante parceria
com o Netto Campello Hospital & Maternidade, mantido pela associação.

O destaque vai para a “inteligência
do setor”, que foi homenageada em Araçatuba com o Prêmio CanaSauro, entregue a personalidades voltadas à cadeia
da cana há mais de 30 anos. Na editoria
“Culturas de Rotação” são informados
os investimentos da Copercana na rastreabilidade do amendoim e na secção
“Novas Tecnologias”, o novo serviço
oferecido pelo CTC: as Cartas de Solo.
O assessor técnico da Orplana, Enio
Roque de Oliveira, publica um artigo técnico sobre o sistema Consecana – SP,
onde aborda os equipamentos de laboratório homologados. O consultor da
Canaoeste, Cléber Moraes, assina a quinta parte de seu artigo que ensina como
planejar a implantação de um canavial.
Como de costume, a Revista traz os
prognósticos climáticos do Dr. Oswaldo Alonso, os artigos sobre legislação
do Dr. Juliano Bortoloti, dicas de português, indicação de livros, agenda de
eventos, repercutiu e classificados.
Boa Leitura!
Conselho Editorial
Revista Canavieiros Março de 2008
Revista Canavieiros -- Março de 2008

3
Indice

EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson

A queima da cana com
os dias contados
Os fornecedores
independentes, representados
pela Orplana, aderiram ao
Protocolo Agroambiental, que
antecipa os prazos para o fim
das queimadas

Pag.
Pag.

20

OUTRAS

DESTA
DESTA QUES

Entrevista

CONSECANA
Pag.

Josias Messias
Presidente da ProCana
(empresa que edita o
JornalCana)

16

Pag.

23

REPERCUTIU

Vinte anos retratando o setor
Pag.
Pag.

05

24

Pag.

26

Pag.

28

Pag.

31

10
Copercana
- Copercana inaugura filial em
Campo Florido

Pag.

32

Notícias

Pag.

36

Ponto de vista
Presidente do Grupo Maubisa, CDES; conselheiro da ABDIB, AMCHAM e UNICA

INFORMAÇÕES
SETORIAIS
ARTIGO
TÉCNICO

Desafio
Pag.
Pag.

Notícias

09
09

13

Canaoeste
- São Francisco Saúde inaugura unidade em Sertãozinho em parceria com o
Netto Campello Hospital e Maternidade
- Canaoeste promove reunião de variedades

Notícias

LEGISLAÇÃO

Pag.

Pag.

CULTURA DE
ROTAÇÃO
CULTURA
AGENDE-SE

Pag.

37

Pag.

38

CLASSIFICADOS

17
Cocred
- Novos tempos em Serrana
- Cocred e Copercana realizam assembléia
Pag.

Novas Tecnologias
Tecnologias
CTC disponibiliza carta de solos
O serviço, será disponibilizado exclusivamente aos associados da Canaoeste
4
4

Revista Canavieiros - Março de 2008

COLABORAÇÃO:
Marcelo Massensini
DIAGRAMAÇÃO:
Rafael H. Mermejo
FOTOS:
Carla Rossini
Marcelo Massensini

DESTAQUE
Pag.

Maurilio Biagi Filho

EQUIPE DE JORNALISMO:
Carla Rossini – MTb 39.788
Cristiane Barão – MTb 31.814

Pag.
Pag.

34

COMERCIAL E PUBLICIDADE:
(16) 3946-3311 - Ramal: 2008
comercial@revistacanavieiros.com.br
DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
Ana Carolina Paro, Carla Rossini, Daniel
Pelanda, Letícia Pignata, Marcelo
Massensini, Rafael Mermejo, Roberta Faria
da Silva, Talita Carilli.
IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora
TIRAGEM:
7.500 exemplares
ISSN:
1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e
fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas
são de responsabilidade dos autores. A
reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte.
ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311
www.revistacanavieiros.com.br
revistacanavieiros@copercana.com.br
Entrevista

Josias Messias
Presidente da ProCana (empresa que edita o JornalCana)

Vinte anos retratando o setor

Cristiane Barão

O

JornalCana completou 20
anos e a comemoração reuniu boa parte das lideranças
do setor em um jantar realizado no último dia 5, em São Paulo. Como parte da
programação, a entrega de homenagens
a 20 personalidades e empresas que incentivaram o jornal em seu início.
Entre elas o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, e o ex-presidente da Copercana e Canaoeste, Fernandes dos Reis, falecido em fevereiro de 99. Reis foi lembrado com a
apresentação de um vídeo sobre sua
história e colaboração ao associati-

vismo. A homenagem foi recebida por
Fernandes dos Reis Filho.
De acordo com Josias Messias,
presidente da ProCana, empresa que
edita o JornalCana, Fernandes dos
Reis e Ortolan permitiram o acesso do
jornal à realidade dos produtores independentes, além de terem apoiado
o veículo em momentos decisivos, que
foram os primeiros anos, de 93 e 94
Retratando e acompanhando a realidade sucroalcooleira, o jornal também sofreu com os altos e baixos do
setor. Parou de circular em abril de

90, em meio à crise de preços, e retornou às bancas e aos endereços dos
elos da cadeia em setembro de 93.
Hoje o veículo se consolidou
como um dos mais importantes do
setor, contribuindo com as discussões e também provocando o debate. À frente do JornalCana desde 88,
esse jornalista de 38 anos traz frescas na memória as principais fases
porque passou o setor sucroalcooleiro nesses últimos 20 anos e também detecta tendências. Leia, a seguir, a entrevista que ele concedeu à
Canavieiros.
Revista Canavieiros - Março de 2008

5
Entrevista
Canavieiros: Como você vê o cres- curando novas alternativas, precisa- pela falta do álcool. Nesse período,
cimento do setor nesses últimos 20 va enxergar novas opções. O gover- também tinha que haver uma correanos?
no começou literalmente a ser irres- ção gerencial porque os preços não
Josias Messias: Em 88 o setor es- ponsável, ou seja, começou a deixar estavam remunerando. Era necessátava no final de um ciclo de prosperi- de cumprir suas funções. Por outro rio fazer uma mudança interna gerendade e crescimento, que começou em lado, o setor não poderia ficar como cial, buscar redução de custo. Antes
75, quando veio o Proálcool. Contudo, estava porque ia acabar sucateado. não precisava fazer isso porque tudo
no final da década de 80, a principal Então, foi um período de transição, era determinado. Aí, o governo simdificuldade era o engessamento da pro- quando houve muitas estratégias e plesmente começou a sair efetivamendução. Tudo o que as usinas deveriam discussões a respeito do que fazer e te, mas ainda aparecia como aquele
fazer era determinado pelo IAA (Insti- nós participamos tanto das mudanças pai que some de casa, deixa de cumtuto do Açúcar e Álcool). Houve o con- estratégicas como gerenciais, onde prir com a obrigação, mas na festa de
gelamento dos preços para reduzir a conceitos de liberdade de comerciali- aniversário aparece. O governo saiu
inflação e especialmente o setor sen- zação começaram a ser colocados com no momento de excesso de oferta, que
tiu muito isso. Isso culminou com a força. Houve o caso da primeira ex- culminou com a crise de 99, quando
pseudo-falta de álcool. Por que pseu- portação direta de um grupo produ- o álcool era vendido a R$ 0,14 o litro
do? Era estranho a gente saber que ti- tor fora do IAA, que foi do grupo na usina e seu preço de custo era R$
nha álcool nas usinas e estava faltan- Cosan, que conseguiu isso via judici- 0,36. Aí veio a grande crise de 99,
do nos postos. Por isso, a gente come- al. Um marco. Foi uma época de uma quando tantas usinas fecharam. E
çou a articular diversas
Deus salvou o setor. De 99
ações com os prefeitos para
para 2000 havia a cana biO setor conquistou uma
tentar mostrar à opinião púsada e veio uma grande
competitividade, um nível de
blica e para obrigar o goverseca. Então foi um ano de
no a tirar o álcool das usinas
preços baixíssimos e outro
linguagem externa, que são
para atender o consumidor.
de preços altos.

“

importantes. Se o governo federal não
atrapalhar já é muito.

Canavieiros: Essa crise
teve desdobramentos...
Messias: O que era uma crise econômica - as usinas não estavam tendo
a remuneração adequada de suas atividades -, passou a ser também uma
crise de credibilidade. E pior: não dos
usineiros apenas. A crise passou para
o combustível e para os carros. Tanto
que até então mais de 90% da frota comercializada era a álcool e já no ano
seguinte caiu drasticamente. Assim se
passaram alguns anos e em abril de 90
o JornalCana parou de circular. A partir
de 93 o setor começou a ter novas perspectivas porque o houve um saneamento do mercado. Muitas usinas fecharam as portas e então começou a
haver um ajuste. O setor tinha que tocar e aí retomamos o JornalCana a partir de setembro de 93, junto à primeira
Fenasucro. Diria que aí foi um período
de transição.
Canavieiros: O que caracterizou
essa transição?
Messias: O mercado externo de
açúcar continuava propício e o mercado interno de álcool - como houve
fechamento de várias destilarias - se
tornou saneado, praticamente equilibrado. Na verdade o setor estava pro6

Revista Canavieiros - Março de 2008

sustentação do setor, houve crescimento e o que tinha que fechar, fechou naquele período de 88 a 93.
Canavieiros: Mas depois disso
houve a crise de 1999....
Messias: Além da falta de unidade, o setor sofria de outras duas maneiras: com a pecha de usineiros - que
eram considerados os degradadores
de tudo, concentradores de renda - e
com a crise de credibilidade gerada
Josias Messias entregou uma homenagem
ao presidente da Canaoeste, Manoel
Ortolan

Canavieiros: O que o setor aprendeu com as crises?
Messias: O setor começou a fazer
as mudanças estratégicas. A Unica foi
estabelecida, os independentes se
aglutinaram, os sindicatos e entidades regionais foram fortalecidos. Ainda que não houvesse uma entidade
que representasse o setor no âmbito
nacional, pelo menos já se falava uma
mesma linguagem. A partir de 2001/02
o setor começou a enxergar uma nova
tendência no mercado, que era a questão ecológica, que foi o fator funda-
Entrevista
cionais que já estão com ações nas
bolsas. Esses estão bem porque não
dependem da geração de caixa. Esses
vão continuar adquirindo, tocando os
projetos porque o dinheiro que têm não
possui nenhuma relação com a competitividade do negócio, com a geração de caixa da própria atividade. Eles
estão baseados numa perspectiva de
lucro, de uma tendência futura. Também estão bem os fornecedores de
equipamentos, principalmente os industriais, cujo parque está mais de 70%
ocupado. Quem está sofrendo? Todos
os demais, as usinas sofrem, os fornecedores sofrem, em algumas regiões
mais e em outras menos.
Canavieiros: O Consecana é ainda o melhor mecanismo?
Messias: É o melhor, mas ainda
Fernando dos Reis Filho e José Guilherme Moro dos Reis representaram o ex-presidente
tem muitos mecanismos para ser trada Copercana, Canaoeste e Cocred, Fernandes dos Reis
balhados. Talvez a gente agora enconmental para a criação do Proálcool, e o nomia do ICMS (Imposto sobre a Cir- tre um período que vá reforçar um
benefício econômico da sustentabili- culação de Mercadorias e Serviços). pouco mais esse relacionamento prodade, da distribuição de renda. Isso Várias alíquotas para o imposto permi- dutor/usina em algumas regiões porque os grãos voltaram a sucriou uma oportunidade
bir. Isso beneficia o fornepara o setor. O setor come...o governo precisa liberar a
a opçou a enxergar que, havencomercialização de álcool direto para cedor porque ele temdisso.
do uma coerência estratégição e a usina sabe
ca e uma competitividade geIsso vai continuar forçando
os postos, já que hoje as usinas são
rencial, haveria a possibilia melhorar a remuneração do
responsáveis pela qualidade e pelo
dade de atuar de forma libefornecedor, mas isso é extreralizada e que essa nova tenmamente regionalizado. A
recolhimento dos impostos.
dência permitiria investimengente sabe que isso não é
tos externos.
tem o “passeio de notas” e outras dis- imediato, que pode demorar mais em
torções. É preciso ver isso e o gover- algumas regiões do que em outras.
Canavieiros: Qual deve ser a par- no federal tem um papel fundamental.
ticipação do governo nesse momento?
Canavieiros: E você acha que nesMessias: Acho um fator importanCanavieiros: Com essa oscilação ta safra os preços serão um pouco mete. O BNDES e os investimentos es- nos preços, quem está firme no se- lhores?
trangeiros são os principais financia- tor hoje?
Messias: Eu não sou muito bom em
dores do setor, especialmente para os
Messias: Os grupos que têm ações números. Mas se fosse para eu chutar,
pequenos e médios grupos. O setor nas bolsas e que têm relacionamento eu chutaria em 10% para baixo e 5% para
conquistou uma competitividade, um com investidores estrangeiros. Esses cima. Os únicos fatores altistas são o
nível de linguagem externa, que são im- são os únicos grupos que estão bem. preço internacional do petróleo e o merportantes. Se o governo federal não Você tem a Cosan e mesmo grupos na- cado de açúcar no exterior. Pode ser que
atrapalhar já é muito. Preciesses dois fatores possam lesam ser feitas algumas coivar o preço médio de açúcar e
sas que deixaram de ser feiálcool na safra, na remuneratas. Primeiro, o governo
ção da usina, para cima. E
Os 20 anos do JornalCana foram comemorados em
precisa liberar a comerciaacho que no máximo 5%. Em
março com a entrega de homenagens pelo jornalista Josilização de álcool direto para
compensação, existe uma séas Messias a 20 personalidades que apoiaram o veículo
os postos, já que hoje as
rie de outros fatores que poem momentos decisivos. Entre eles, o presidente da Causinas são responsáveis
dem jogar para baixo de 10%.
naoeste, Manoel Ortolan, e o ex-presidente Fernandes
pela qualidade e pelo recoInclusive o dólar que tem toda
dos Reis, falecido em 99, e que foi representado na ocalhimento dos impostos. Há
perspectiva de continuar abaisião por Fernandes dos Reis Filho.
também a questão da isoxo do que está.

“

Comemoração

Revista Canavieiros - Março de 2008

7
Ponto de Vista

O Protocolo Agroambiental
e suas implicações
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan*

A

adesão dos fornecedores independentes de cana ao Protocolo Agroambiental no último dia 10 merece um olhar mais atento,
sobretudo em relação às implicações
que as diretrizes do termo terão sobre
esses produtores, que são, em sua grande maioria, pequenos e médios. O acordo assinado pela Orplana (Organização
dos Plantadores de Cana da Região
Centro-Sul do Brasil) e pelo Governo
do Estado antecipa os prazos para a
eliminação da queima da palha da cana
de 2021 para 2014 para as áreas mecanizáveis e de 2031 para 2017 para as áreas onde ainda não é possível o trabalho das colhedoras.
O mesmo protocolo foi assinado pela
Unica, que representa as indústrias, em
junho do ano passado e de lá para cá o
índice de colheita mecanizada avançou
de forma importante. Dados do INPE
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) indicam que na safra passada houve uma redução de 110 mil hectares na
área de queima, em comparação com a
safra anterior. Isso equivale à área de
155 mil campos de futebol. No total, o
índice de colheita mecanizada passou
de 30% em 2006 para 47% em 2007.
Pelo ritmo da substituição do corte
manual pelo mecanizado observado na
última safra, o setor acredita que até
2012, antes do prazo estipulado pelo

próprio protocolo, a queima da palha
da cana para a colheita estará extinta.
Se para aqueles que não são do ramo
os prazos podem parecer amplos demais, para quem vive da atividade, eles
são bastante justos. A realidade dos
pequenos e médios produtores é diferente da das indústrias e as dificuldades são bem maiores.
Esses fornecedores independentes
somam em São Paulo 13 mil e cultivam,
em média, 58 hectares. Setenta e oito
por cento deles entregam até 4.000 toneladas de cana, grande parte tem a
propriedade como fonte de sustento e
suas famílias estão na atividade há várias gerações. Juntos, foram responsáveis por 26% da cana processada pela
indústria paulista na safra 2006/07 e sofreram com maior intensidade os reflexos da perda de renda, decorrente da
queda nos preços do açúcar e álcool
na safra passada.
A implantação da colheita mecanizada requer um alto investimento em equipamentos. Implica não somente a compra da colhedora, cujos preços se aproximam de R$ 1 milhão, mas numa frente de
máquinas com tratores, veículos de transbordo, caminhões. É um custo consideravelmente alto para os fornecedores que,
por serem pequenos e médios, não têm
escala e, sozinhos, dificilmente terão acesso a esses equipamentos.

Associados da Canaoeste e autoridades de Sertãozinho e região se reuniram no
Palácio dos Bandeirantes para a cerimônia de assinatura do Protocolo
Agroambiental, no último dia 10 de março

8

Revista Canavieiros - Março de 2008

A adesão ao mesmo protocolo assinado pelas indústrias foi uma demonstração do comprometimento desses produtores a uma causa maior, que é garantir
a produção socialmente justa e ambientalmente responsável. Isso irá exigir um
esforço da Orplana e das associações filiadas em duas frentes: por um lado, buscar meios para que os produtores adquiram escala e tenham acesso aos equipamentos e, por outro, juntamente com entidades de pesquisa e fabricantes, viabilizar o desenvolvimento de colhedoras
de menor porte e mais baratas.
Se isso não acontecer, os pequenos e médios desaparecerão, assim
como já ocorreu em outras cadeias produtivas e setores da economia. Num
país onde as políticas públicas favorecem apenas os extremos - a agricultura
familiar e as grandes instituições financeiras -, quem fica no meio corre sério
risco de ser massacrado. E ao aderirem
ao protocolo, os produtores independentes estão fazendo a sua parte, dando a sua contribuição para o desenvolvimento sustentado e para o fortalecimento da atividade canavieira. Pelo
perfil que têm, de pessoas de bem e responsáveis, não irão se omitir e cumprirão o acordo mesmo com todas as dificuldades que terão pela frente.
*presidente da Canaoeste
(Associação dos Plantadores de
Cana do Oeste do Estado de São Paulo).
mortolan@canaoeste.com.br
Ponto de Vista

Desafio
Maurilio Biagi Filho*

D

izem que o preço do etanol está
subindo. E que a culpa desses
recentes aumentos é dos produtores. Antes que você concorde
com esses comentários, peço que leia
este artigo até o final.

ça, tenha ou não carro, porque a Petrobrás (leia-se governo) incorpora os
custos. É a cortesia com chapéu
alheio – o seu chapéu, claro.
Essa perversa distorção acontece
porque enquanto o etanol tem preço
regulado pelo mercado, a gasolina tem
tarifa (artificial ou “arte oficial”?). Como
tem preço, o álcool está sujeito à mais
antiga lei de mercado: oferta e procura.

Está disponível no site da Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - a Esalq - da USP, por quanto o
álcool vem sendo vendido pelas usinas às distribuidoras nos ... o valor energético do etanol corresponde a
últimos 5 anos.
80% do valor da gasolina. Logo, ele deveria
Percorrendo a
lista, vemos custar nos postos 80% do preço da gasolina,
que no dia 7 de
algo em torno de R$ 1,70.
março de 2003,
fim da entressafra, o litro de álcool hidratado, que
Por ser um produto que vem da naabastece os nossos carros, era vendi- tureza, como as frutas, os legumes, os
do pelas usinas a R$ 0,90. Repito: grãos – ele tem safra e entressafra.
R$0,90. Guarde esse valor.
Portanto, quando a oferta é maior (na
safra), o preço cai; quando é menor
No começo da entressafra de 2004, (entressafra), sobe (com as exceções
no dia 7 de dezembro daquele ano, o que confirmam a regra).
litro saía das usinas a R$ 0,89. Exatamente um ano depois, era comerciMais um dado interessante: o valor
alizado por R$ 0,98 e, no dia 7 de de- energético do etanol corresponde a 80%
zembro do ano passado, a R$ 0,85. do valor da gasolina. Logo, ele deveria
Este ano, novamente por R$ 0,85. Mas custar nos postos 80% do preço da gaalerto que esse preço está prestes a solina, algo em torno de R$ 1,70. Mas
subir novamente.
custa menos, embora tenha mais valor
em diversos outros aspectos.
O meu desafio é encontrar alguém
que mostre um produto essencial, que
“Mas qual é a saída para esse dilehoje esteja mais barato do que há cinco ma”? - você pode perguntar. E eu resanos, em seu local de produção. Desa- pondo: as usinas armazenarem etanol
fio também, alguém a encontrar no site para fazer o estoque regulador e equide qualquer universidade, do governo, librar os preços de um produto fabriórgão de pesquisa ou da própria Petro- cado em sete meses, mas que precisa
brás, por quanto ela vende a gasolina durar doze.
às distribuidoras. Nem mesmo seus acionistas têm acesso a essa informação.
Só que essa resposta não convém,
Não se esqueça de que estamos falan- já que o governo não permite. Diz que é
do de uma empresa pública!
contra a lei, porque essa prática pode
caracterizar a formação de cartel. Por
A gasolina brasileira é a única do outro lado, o próprio governo não cummundo que não sofre alteração de pre essa mesma lei, que determina que
preços, se o barril do petróleo custar ele tenha os estoques reguladores.
US$ 40,00 ou US$ 110. Generosidade
do governo? Não. Pode ter certeza
Para concluir, afirmo: produtores são
que você é quem paga essa diferen- culpados. Não pelo suposto aumento

“

do álcool e sim por negligenciar todas
essas informações que estou fornecendo agora. Ah! Eu disse no começo desta nossa conversa que dizem que o etanol subiu de preço. Há cinco anos, era
vendido às distribuidoras por R$0,90.
No dia 7 deste mês, os preços praticados pelos produtores eram de R$0,85 o
litro. Foi o álcool que subiu ou aumentaram o preço do álcool?
Lembrando que no começo do
governo do Presidente Lula, há cinco
anos, o combinado com ele e com o
ministro Roberto Rodrigues na época foi de um preço de até R$ 1,00 o
litro, ao produtor....
*Maurílio Biagi Filho é, presidente
do Grupo Maubisa, acumula as funções
de Presidente do Conselho da Holding
Moema e Integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da
Presidência da República – CDES.
Como conselheiro, atua em importantes instituições: ABDIB - Associação
Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base; AMCHAM - Câmara Americana de Comércio e UNICA - União da
Indústria de Cana-de-açúcar.
Revista Canavieiros - Março de 2008

9
Notícias
Copercana

Copercana inaugura filial
em Campo Florido
Carla Rossini

Loja em Minas é a nona de ferragens e magazine da cooperativa e a
terceira fora do Estado de São Paulo

A

Copercana inaugurou no dia
15 de fevereiro, na cidade mineira de Campo Florido, sua
nona loja de ferragens e magazine. A
nova filial se soma às unidades de Sertãozinho, Cravinhos, Serrana, Pontal,
Pitangueiras, Severínia, Frutal e Uberaba. Campo Florido é a terceira loja
fora do Estado de São Paulo.
Aproximadamente 100 pessoas
participaram da cerimônia de inauguração, que contou com a presença do
presidente da Copercana e Cocred,
Antonio Eduardo Tonielo e do diretor
da Copercana, Pedro Esrael Bighetti.
Também estiveram presentes os prefeitos de Campo Florido e Pirajuba,
José Catanante Neto, e Marcos César
Brunozzi, respectivamente, além de
vereadores, cooperados, parceiros e
representantes de associações e usinas daquela região.
Em seu discurso, Antonio Eduardo Tonielo lembrou que, com a inauguração da ampla e moderna filial, os
cooperados e clientes da cidade e dos
arredores poderão desfrutar dos bons
preços e condições de pagamento que
a Copercana oferece. “São oportunidades e condições de compra só vistas nos grandes centros urbanos”, afirmou e completou: “nesta data tão sig-

Fachada da loja de ferragens e magazine da Copercana em Campo Florido

nificativa, queremos
compartilhar com os
amigos aqui presentes esse momento de
alegria por alcançarmos mais um objetivo. O nosso sucesso,
sem dúvida, se deve
ao apoio e à confiança que nossos cooperados têm depositado
nesta instituição, aliado ao esforço e à dedicação de nossa
equipe de trabalho”.
Os funcionários Renato, Lauriane, Larissa, Elida e Alexandre que já estão
atendendo na loja de Campo Florido.

O agrônomo da
Copercana, Flávio Guidi,
leu uma passagem da
Bíblia durante a benção
concedida pelo padre
Eliseu Pereira de
Carvalho.

10

Revista Canavieiros - Março de 2008

A nova loja atenderá a região de
Campo Florido e terá um agrônomo à
disposição dos cooperados para orientação de produtos e serviços nas lavouras. “A Copercana acreditou no potencial dessa região, que está crescendo junto com o setor sucroalcooleiro e
colocou o que há de melhor à disposição dos cooperados”, afirmou o diretor Pedro Esrael Bighetti.
Notícias
Copercana
Os convidados visitaram o interior da loja após a
cerimônia de inauguração

Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana e
Cocred, durante o discurso inaugural.

O prefeito de Campo Florido, José
Catanante Neto, agradeceu aos diretores da Copercana por acreditarem na
cidade. “Essa inauguração é uma demonstração de confiança na nossa cidade e estamos muito lisonjeados com
este ato”, disse.
Representando os cooperados,
Tadeu Magri destacou o princípio da
Copercana, de sempre estar auxiliando seus cooperados. “Hoje nós ganhamos um parceiro chamado Copercana, que vem para auxiliar no dia-adia dos agricultores. Temos de usufruir dessa parceira que chegou para
mudar a história dessa região”, afirmou o cooperado.
Após a bênção no local, os convidados participaram de um coquetel oferecido pela Copercana.
Observado pelo presidente da Copercana e
Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, pelo diretor
da Copercana, Pedro Esrael Bighetti e pelo
assessor das diretorias do sistema, Manoel
Sérgio Sicchieri, o prefeito de Campo Florido,
José Catanante Neto, agradeceu a Copercana
pela confiança depositada na cidade.

Tadeu Magri discursou em nome dos
cooperados
Revista Canavieiros - -Março de 2008
Revista Canavieiros Março de 2008

11
11
Notícias
Copercana

Secretário da Agricultura participa
de Workshop em Sertãozinho
Carla Rossini

Diretores da Copercana, Canaoeste e Cocred participaram de reunião com o secretário, João Sampaio

P

ara apresentar dados de pesquisa sobre a qualidade da carne
da raça caracu e os avanços técnicos, o Instituto de Zootecnia (IZAPTA), da secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo, realizou no dia 22 de fevereiro no
Centro de Pecuária de Corte em Sertãozinho, o Workshop “Caracu – carne
para mercados exigentes”.
O evento contou com a participação
do secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, João Sampaio, do prefeito de Sertãozinho, José
Alberto Gimenez, do presidente da Copercana e Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, do presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, e do diretor da Copercana,
Pedro Esrael Bighetti. Após o evento, João

12

Revista Canavieiros - Março de 2008

Sampaio se reuniu com o prefeito da
cidade e com os diretores do sistema
Copercana, Canaoeste e Cocred para
discutir assuntos de interesse do setor canavieiro.
Na abertura, João Sampaio falou sobre a importância do melhoramento de carcaça que vem sendo
realizado. “Estamos aqui para discutir a raça caracu e mostrar a qualidade dessa carne ao mercado. Hoje
os participantes terão a oportunidade de conhecer nossas pesquisas
que apontam resultados surpreendentes”, salientou o secretário.

José Alberto Gimenez, prefeito Municipal de Sertãozinho;
Pedro Esrael Bighetti, diretor da Copercana; João Sampaio,
secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São
Paulo; Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana e
Cocred e Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste.

Especialistas e pesquisadores científicos do Instituto de Zootecnia, da
Embrapa Gado de Corte e o IAPAR (Ins-

tituto Agronômico do Paraná) apresentaram resultados de trabalhos realizados com o gado caracu.
Notícias
Canaoeste

São Francisco Saúde inaugura unidade
em Sertãozinho em parceria com o
Netto Campello Hospital e Maternidade
Da redação

A

São Francisco Saúde, operadora de planos de saúde do
Hospital São Francisco de Ribeirão Preto, inaugurou no dia 28 de
fevereiro uma unidade própria de atendimento em Sertãozinho. A unidade fica
anexa ao Netto Campello Hospital e
Maternidade, que é parceiro da
operadora. A população de Sertãozinho poderá optar pelos serviços de saúde em seu município, com corpo clínico completo,
além de uma ampla estrutura de
atendimento em Ribeirão Preto
que conta com a tradição e qualidade do Hospital São Francisco,
Maternidade Sinhá Junqueira,
Hospital-Dia, São Francisco Pediatria, Centros Avançados de
Dignósticos por Imagem, entre
outros serviços credenciados.

mos três modalidades básicas de plano: o pleno, o integrado e o total. Cada
cliente pode optar pelo que mais atende a sua demanda. Para pessoas jurídicas oferecemos ainda gestão de sinistralidade, relatórios gerenciais, que permitem maior controle de custos, entre

Os planos de saúde estarão disponíveis tanto para pessoas jurídicas (empresariais) quanto para pessoas físicas
(individuais e familiares) de maneira
customizada, para atender as necessidades específicas de cada cliente. “Te-

outros benefícios”, explica Carla Musa,
diretora da São Francisco Saúde.

valor à cidade. “Estamos satisfeitos e nos
sentimos fortalecidos com esta parceria
porque a São Francisco Saúde é uma empresa muito bem conceituada em nossa
região. Essa parceria certamente trará benefícios para a população de Sertãozinho
e também para as cidades vizinhas. Quem
ganha com isso são os clientes que
André Junqueira Santos
Pessoa, diretor podem optar pelo plano de saúde
presidente do Hospital que mais se adapte ao seu perfil”,
São Francisco afirma Ortolan.

De acordo com o presidente do Netto Campello Hospital e Maternidade, Manoel Ortolan, esta parceria agrega muito

Autoridades e empresários sertanezinos
prestigiaram a cerimônia de inauguração da São
Francisco Saúde em Sertãozinho.

A São Francisco Saúde de Sertãozinho fica localizada na Rua Voluntário Otto Gomes Martins (anexo ao Netto Campello Hospital e
Maternidade). Os clientes São
Francisco Saúde em Sertãozinho
têm direito a todas as coberturas
previstas pela Agência Nacional
de Saúde Suplementar (ANS)
e contam com atendimento de
emergência 24 horas em todo o Brasil,
por meio de convênio com a Associação Brasileira de Medicina de Grupo
(Abramge), resgate aeroterrestre
e Serviço de Atendimento ao Cliente
(SAC) 24h (0800-183456).

Manoel Ortolan, Antonio E. Tonielo e Pedro Esrael Bighetti

01

03
02

Legendas
01 - Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste e do
Netto Campello Hospital e Maternidade, Lício Cintra,
gerente comercial da São Francisco Saúde e Daniel
Annibal, diretor da Canaoeste.
02 - Luiz Carlos Tasso Júnior, diretor da Canaoeste,
Manoel Sérgio Sicchieri, assessor das diretorias, Paulo César Canesin, diretor da Canaoeste e Marcos Lopes
Fernandes, gerente administrativo do Netto Campello.
03 - Frederico José Dalmaso, Oswaldo Alonso, Antonio
Eduardo Tonielo, Paulo César Canesin e Francisco Urenha.

Revista Canavieiros - Março de 2008

13
Notícias
Canaoeste

Canaoeste promove
Canaoeste promove
reunião de variedades
reunião de variedades
Marcelo Massensini

Evento reuniu aproximadamente 200 pessoas e contou com palestras dos principais pesquisadores envolvidos com o desenvolvimento de variedades de cana-de-açúcar

N

o dia 21 de fevereiro, a Canaoeste realizou, com o apoio da
FMC, o I Encontro Sobre Variedades de Cana-de-Açúcar, em Bebedouro. O objetivo do encontro foi apresentar aos fornecedores associados as
principais variedades de cana-de-açúcar, bem como mostrar a importância
do desenvolvimento e manejo de novos cultivares. O evento contou com a
participação de aproximadamente 200
pessoas, entre elas associados e funcionários de usinas da região.
O primeiro palestrante foi o professor Dr. Hermann Paulo Hoffmann, coordenador do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar –
PMGCA, da RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do
Setor Sucroalcooleiro). Hoffmann mostrou estatísticas que apontam as variedades RB como as mais plantadas no
Estado de São Paulo. “A grande preocupação é criar variedades que se adaptem ao plantio mecanizado”, explica.
Além destas, o professor avisa que
novas variedades virão, mas sem pressa. “Pode ser que liberemos este ano
ou o ano que vem. Mas, as instituições conveniadas, como a Canaoeste,
já têm acesso a esse material. A liberação é só uma formalidade”, diz.
A segunda apresentação foi feita

pelo pesquisador CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), Carlos Suguitani.
Ele apresentou as 15 variedades da instituição, mostrando as principais características de cada uma e, também,
adiantou a criação de novos cultivares. Suguitani alertou os produtores
sobre a procedência das mudas usadas nos canaviais. “Temos que ter
atenção e buscar orientação para não
ter problemas futuros com a escolha
das variedades”, fala.
O diretor do Centro de Cana do IAC
em Ribeirão Preto, Marcos Guimarães
de Andrade Landell, foi o terceiro palestrante. Landell mostrou comparativos que mostram um aumento de 30%
na produtividade média dos canaviais
desde 1990. Ele ressaltou, ainda, a “necessidade de os produtores se atualiHermann
“Esse tipo de evento é importantíssimo, pois gera uma competição
entre os programas de melhoramento.
O fornecedor tem que assistir para
conhecer os materiais e escolher os
melhores, tudo dentro de ética, profissionalismo, em eventos bem organizados com bastante gente, assim como
esta reunião da Canaoeste.”

14

Revista Canavieiros - Março de 2008

zarem e utilizarem as novas variedades
lançadas”. Segundo o pesquisador, o
manejo varietal é uma forma de promover ganhos em situações específicas.
A penúltima apresentação foi do
pesquisador da CanaVialis, Sizuo Matsuoka. Entre outros assuntos, Matsuoka explicou que a escolha de uma
variedade não é uma tarefa simples. “(O
produtor) tem que analisar bastante
para ter o melhor rendimento possível,
principalmente quando o preço da
cana cai. Se ele está ganhando, não se
preocupa muito, mas quando cai o preço percebe a importância de uma boa
escolha”, diz. Por isso, para ele, a tecnologia é de extrema importância.
O último palestrante foi Engenheiro Agrônomo da FMC, Carlos Silvio
Correa Júnior, trazendo as principais
Inovações e Soluções em Cana-deAçúcar, promovidas pela FMC, empresa que apoiou a reunião. “Viemos trazer maiores informações a respeito de
nossos produtos, que são os herbicidas para cana-de-açúcar e o nematicida para o tratamento fito-sanitário da
cana planta. Esse é o objetivo maior
que trouxe a FMC aqui hoje juntamente com a Canaoeste. Para prestar esse
serviço aos associados”, termina.
Sizuo
“Primeiramente, é importante reunir
os produtores e passar para eles as
características de todas as variedades.
Existem muitas e o produtor fica meio
perdido entre qual delas ele deve plantar.
Nesse evento ele pôde perceber as
qualidades das variedades e comparar
com as novas, para poder chegar na
associação e escolher as mudas de acordo
com o ambiente de sua plantação.”

Landell
“Para o fornecedor, esse evento
é uma oportunidade de receber
mais informações sobre o desenvolvimento de novas variedades, pois
a variedade da cana-de-açúcar é o
principal insumo tecnológico que
um produtor pode ter. Então, é vital para ele.”

Notícias
Canaoeste

Suguitani
“Um evento como este é muito
importante para divulgar as variedades aos fornecedores. Porque, na
maioria das vezes, eles não têm
contato com essas variedades novas e
a associação com certeza tem. Então
isso ajuda o fornecedor a saber qual a
melhor variedade para ele pedir para
a associação.”

Pitangueiras: Atendimento
Pitangueiras: Atendimento
odontológico de qualidade
odontológico de qualidade
Consultório da cidade está operando abaixo de sua capacidade. Segundo a responsável,
poucos sabem que têm direito a atendimento

P

itangueiras é uma das cidades
com maior número de associados da Canaoeste, mas poucos
deles sabem que a associação disponibiliza um convênio odontológico de qualidade e com condições exclusivas para
o os fornecedores e seus funcionários.
A dentista responsável pelo atendimento na cidade, Cláudia Seriça, conta que anos atrás, o consultório ficava
no mesmo prédio do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred e que realizava
um número grande de consultas mensais. “Nós resolvemos mudar para uma
área mais central, para facilitar a vida do
associado, mas o número de atendimentos caiu”, diz. Segundo ela, muitos produtores pensaram que a Canaoeste parou de oferecer o serviço.
Mas não parou, não. Os fornecedores da Canaoeste e seus funcionários

ainda contam com um convênio odontológico, rápido,
ágil e com profissionais competentes. “Muitos convênios não trabalham com horário marcado, aqui não. O associado escolhe o dia e a hora
que quer ser atendido”, além
disso, Cláudia ressalta a preocupação que a Canaoeste
tem em manter os dentistas
sempre atualizados a fim de
manter a excelência em atendimento. “Nas reuniões, nós
somos incentivados a nos reciclar e nos capacitar cada vez
mais”, explica Cláudia.
A família de Silvio Márcio Martins
utiliza o serviço odontológico da Canaoeste há quase dez anos. “Estou
muito satisfeito, não tenho do que reclamar. O preço é bom, o atendimento

é bom. Toda a minha família é atendida
aqui”. Juliana Martins, de 16 anos, filha de Silvio também aprova. “Antes
eu tinha medo de dentista, agora já
acostumei com a Cláudia, comecei a
confiar”, elogia.
Revista Canavieiros - Março de 2008

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Notícias
Canaoeste

Canaoeste reelege presidente
Carla Rossini

N

Manoel Ortolan foi reeleito para o quadriênio 2008/2011

a Assembléia Geral Ordinária, realizada em 14 de fevereiro, a Canaoeste reelegeu
o presidente Manoel Ortolan e definiu os membros da diretoria e do conselho fiscal para o quadriênio 2008/

2011. A assembléia ocorreu no auditório da associação, onde também foram lidos, discutidos e aprovados o
balanço, o relatório da diretoria e parecer do conselho fiscal referentes ao
exercício de 2007.

DIRETORIAEXECUTIVA:
Manoel C. de Azevedo Ortolan – presidente
Augusto César Strini Paixão – vice-pres.
Luiz Carlos Tasso Júnior – 1º secretário
Paulo Paulista Leite Silva Júnior – 2º secretário
Francisco César Urenha – 1º Tesoureiro
João Nilson Magro – 2º Tesoureiro
José Mário Paro – diretor adjunto

CONSELHO FISCAL EFETIVO
- Luiz Clemente Lunardi
- Plácido Heitor Castro Boechat
- Paulo César Canesin

CONSELHO FISCAL SUPLENTE
Diretores da Canaoeste

Consecana

- José Natal Lucato
- Alexandre Jorge Saquy Neto
- Daniel Annibal

CIRCULAR Nº 13/07
DATA: 29 de fevereiro de 2008

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

A

seguir, informamos o preço
médio do kg do ATR para efeito de ajuste parcial da safra
2007/2008. O preço médio acumulado
do kg de ATR para o mês de FEVEREIRO é de R$ 0,2432.
Os preços de faturamento do açúcar nos mercados interno e externo e
os preços do álcool anidro e hidratado,
destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA,
nos meses de ABRIL de 2007 a FEVEREIRO de 2008 e acumulados até FEVEREIRO, são apresentados ao lado:
Os preços do Açúcar de Mercado
Interno (ABMI) e os do álcool anidro e
hidratado destinados à industria (AAI e
AHI), incluem impostos, enquanto que
os preços do açúcar de mercado externo
(ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado, carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg
do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de ABRIL de 2007 a FEVEREIRO de 2008 e acumulados até
FEVEREIRO, calculados com base nas
informações contidas na Circular 01/
07, são os seguintes:
16

Revista Canavieiros - Março de 2008

Preços médios mensais e acumulados do kg de atr no período de abril/
2007 a fevereiro/2008 – safra 2007/2008
Novos tempos em
Serrana

Notícias
Cocred

Marcelo Massensini

Uma das agências mais antigas da Cocred chega em 2008 com mais de 230 cooperados; atendimento é elogiado

A
“

qui temos um atendimento diferenciado”, diz Octácilio de
Freitas Junqueira, cooperado
da Cocred há mais de quatro anos,
quando questionado por que prefere a
cooperativa. “Se você for a um banco
convencional para falar com o gerente, você vai ficar horas esperando.
Aqui, na cooperativa de crédito, o atendimento faz a diferença. Pelo menos
para mim é uma coisa que conta muito”, completa.
Junqueira conta que se tornou
cooperado por influência da mãe,
que já era associada, e que hoje praticamente todas as suas movimentações financeiras são feitas pela
Cocred. Octacílio também destaca
como outro grande atrativo o fato
de a cooperativa ser voltada apenas para o produtor rural. “Todos
os produtos são diferenciados para
o produtor. As taxas de juros e tarifas são muito baixas.”
O cooperado diz ainda que os produtos e serviços não deixam a desejar
em relação a outras instituições. “Devido ao preço baixo da cana, não tem
sobrado muito dinheiro para aplicações. Assim, eu sempre uso as linhas
de crédito rural, pois têm taxas muito
menores do que as outras. Tenho só
que falar bem da Cocred. Estou muito
satisfeito”, diz.

Recomeço: o gerente
Maurício Rodrigues
retorna à Serrana

Prédio do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred, no
detalhe fachada da agência da Cocred

Maurício Rodrigues, gerente da
agência, endossa a opinião de Junqueira. Segundo ele, o que o cooperado mais preza é a qualidade do atendimento, o fato de chegar e poder ser
atendido na hora e ter uma maior proximidade com os funcionários. “Quando precisam de alguma coisa, eles falam direto comigo. As funcionárias dos
caixas são bem atenciosas. Todos gostam daqui pela qualidade do atendimento”, explica ele.
Octacílio
Junqueira

Em março, Rodrigues assumiu novamente a chefia da agência, depois
de pouco mais de um ano. “Gerenciei a
agência da Cocred de Serrana durante
2 anos e meio e obtivemos diversas
conquistas, como o aumento no quadro de cooperados e os bons resultados da agência, além de dar maior segurança aos cooperados”, conta o gerente. “Agora temos um outro desafio,
que é voltar a fazer a agência de Serrana crescer e ao mesmo tempo continuar gerenciando a agência de Cajuru,
que cresce a cada dia”, completa.
Para isso, ele explica que estão sendo montadas equipes de qualidade nas
duas agências com o intuito de proporcionar ao cooperado maior eficiência no atendimento.
A agência de Serrana tem mais de
10 anos de funcionamento e atualmente atende a mais de 230 cooperados.
De acordo com o gerente, nos últimos
três anos a agência tem crescido graças a um grande esforço dos funcionários e diretores.
Revista Canavieiros - Março de 2008

17
Notícias
Cocred

Cocred e
Copercana
realizam
assembléia
Carla Rossini

Participação dos cooperados é fundamental,
diz presidente

N

o dia 26 de março, A Copercana (Cooperativa dos
Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São
Paulo) e a Cocred (Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho) realizarão suas Assembléias
Gerais Ordinárias, no Clube de Campo Vale do Sol.
O presidente da Copercana e Cocred, Antonio Eduardo
Tonielo, afirma que a participação dos cooperados nas assembléias é fundamental, já que todos são donos das cooperativas. “Os cooperados precisam comparecer nas assembléias para se interarem do que a diretoria vem realizando”,
afirmou Tonielo.
Na ordem do dia, a Copercana apresentará a prestação de
contas do exercício de 2007, acompanhada do parecer do
conselho fiscal, compreendendo: relatório da gestão de 2007;
balanço contábil e demonstrativo das contas do resultado
do exercício encerrado em 31 de dezembro.
Também serão discutidos outros assuntos, como a destinação das sobras líquidas do exercício, eleição dos membros
do conselho fiscal, fixação dos honorários da diretoria executiva e do valor da Cédula de Presença dos demais membros
do conselho de administração e do conselho fiscal e a demissão e exclusão de cooperados.
Já a Cocred tem como pauta, além da prestação de contas
da diretoria relativa ao exercício de 2007, a destinação das
sobras líquidas, eleição dos membros do conselho fiscal, entre
outros assuntos de interesse dos cooperados.
Assembléia da Cocred
realizada em 2007

18
18

Revista Canavieiros - Março de 2008
Revista Canavieiros - Março de 2008

Balancete Mensal
Cooperativa de Crédito dos
Plantadores de Cana de Sertãozinho
BALANCETE - Janeiro/2008
Valores em Reais
Revista Canavieiros - Março de 2008

19
Reportagem de Capa

A queima da cana co
Carla Rossini

Os fornecedores independentes, representados pela Orplana, aderiram ao

O

s fornecedores independentes de
cana aderiram, no último dia 10 de
março, ao Protocolo Agroambiental
do Setor Canavieiro Paulista, que altera os
prazos para a eliminação da queima da palha
da cana no Estado. A assinatura do termo,
feita pelo governador José Serra e por Ismael
Perina, presidente da Orplana (Organização
dos Plantadores de Cana da Região CentroSul do Brasil), ocorreu no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado.
O evento reuniu cerca de 300 produtores de cana, além do vice-governador, Alberto Goldman, os secretários estaduais
Francisco Graziano (Meio Ambiente) e João
de Almeida Sampaio Filho (Agricultura e
Abastecimento), do presidente da Unica
(União da Agroindústria Canavieira), Marcos Jank, dos deputados federais Mendes
Thame, Duarte Nogueira e Arnaldo Jardim
e os deputados estaduais Davi Zaia e Rafael Silva e do presidente do IBAMA, Bazileu Alves Margarido Neto.
A Canaoeste foi representada pelo seu
presidente, Manoel Ortolan, e por uma
comitiva de produtores. O protocolo assinado pelos fornecedores é idêntico ao
que as indústrias aderiram, em junho do
ano passado. O termo de cooperação é
um dos 21 itens do pacote de projetos
ambientais lançado em abril do ano passado pelo Governo do Estado, visando à
adoção de ações destinadas a consolidar o desenvolvimento sustentável de
suas atividades. Ele antecipa os prazos
para a eliminação da queima da palha da
cana de 2021 para 2014 para as áreas mecanizáveis e de 2031 para 2017 para as
áreas não-mecanizáveis.
Durante o evento, os dados de
queima da palha da cana-de-açúcar foram apresentados pelo
secretário Francisco Graziano, que fez um comparativo entre as safras
2006/2007 e 2007/
2008 mostrando
uma redu-

20

Revista Canavieiros - Março de 2008

ção de 110 mil hectares na área de queima
no Estado de São Paulo. Segundo ele,
essa área corresponde a 155 mil campos
de futebol. Ele também afirmou que houve
uma expansão de 657 mil hectares na área
mecanizada.
Utilizando-se de mapas, elaborados
pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Graziano expôs as áreas totais de queima nas duas safras. “Quero enfatizar a redução da área de queima e, ao
mesmo tempo, o avanço da mecanização
nos canaviais”, disse o secretário.

Dados de referência sobre queim
Área Total de Cana colhida no
Estado de São Paulo (inclui cana usada
para outros fins, além de produção de
açúcar e etanol):
SAFRA
2006/2007
2007/2008

ÁREA (há)
3.242.203
3.790.264

Fonte: Secretaria Estadual do Meio Ambiente
Reportagem de Capa

om os dias contados

o Protocolo Agroambiental, que antecipa os prazos para o fim das queimadas
Segundo dados da secretária de Meio Ambiente, na última
safra, aproximadamente 50% da
colheita foi feita mecanicamente, sendo que antes da criação
do protocolo, a colheita mecanizada representava apenas 35%.
“Se continuarmos nesse ritmo,
a mecanização total em áreas
com inclinação menor que 12%
se dará em 2012, antes mesmo
do prazo final estipulado pelo
protocolo, que é 2014”, afirmou
o secretário ao exibir um gráfico
com o desempenho do setor na
última safra.
Além do fim das queimadas,
o protocolo incentiva a recuperação das matas ciliares em áreas de canaviais. Graziano salientou que “a estimativa é de que
600 mil hectares de mata ciliar
sejam recuperados”. Outro benefício ambiental citado no evento foi o uso da biomassa para a
geração de energia. Estima-se
que, até 2020, 2.000 megawatts
sejam gerados a partir da biomassa da cana-de-açúcar.

O secretário de Agricultura
e Abastecimento, João Sampaio,
lembrou que a viabilização da
Observado pelo governador José Serra, o
colheita mecanizada não depenpresidente da Orplana, Ismael Perina Júnior, no
momento da assinatura do protocolo
de somente da vontade do produtor. “Existem vários fatores
que os produtores precisam enfrentar na
ma da palha de cana-de-açúcar
hora de fazer a colheita mecânica, uma vez
CORTE DE CANA QUEIMADA:
que pode ocorrer um aumento no custo e
SAFRA
ÁREA (há)
participação
isso pesa no bolso do pequeno produtor.
no total
Mas estamos preparados e temos apoio go2006/2007 2.132.079
65,8%
vernamental para vencer essa barreira”, afir2007/2008 2.023.215
53,4%
mou Sampaio.
CORTEMECANIZADODECANACRUA:
SAFRA
ÁREA (há)
participação
no total
2006/2007 1.110.124
34,2%
2007/2008 1.767.049
46,6%

O presidente da Orplana, Ismael Perina,
salientou que os fornecedores representam
28% da produção total de cana-de-açúcar
no Estado, que é o principal produtor do
país, respondendo por mais de 50% da produção nacional. “Com esta adesão, estamos

tornando a atividade agrícola ainda mais sustentável e toda a linha de produção de açúcar e álcool passa a ser coberta pelo Protocolo Agroambiental”, afirmou Ismael.
Já, de acordo com o governador José
Serra, há possibilidade de antecipar ainda
mais o prazo, por conta do ritmo da expansão da mecanização. “Nós reduzimos o prazo de 2021 para 2014. E, pelo que foi dito
aqui, dá até para antecipar isso”, afirmou
durante o seu discurso.
O governador também explicou que a
decisão de eliminar gradativamente a queima da palha da cana-de-açúcar foi tomada
para não prejudicar os pequenos fornecedores de cana que entregam até 12.000 mil
toneladas. “A redução abrupta do uso do
fogo nos canaviais poderia prejudicar os pequenos produtores pela falta de tempo hábil
de se adaptar à colheita mecânica. Da forma
como está sendo realizada, todos terão como
se adaptar sem prejuízos”, afirmou Serra.
Os fornecedores independentes somam
em São Paulo 13 mil e foram responsáveis
pela entrega de 26% de toda a matéria-prima processada pela indústria paulista na
safra 2006/07. Cultivam, em média, 58 hectares, e são, em sua grande maioria, pequenos e médios produtores.
De acordo com Ortolan, a adesão ao mesmo protocolo assinado pelas indústrias foi
uma demonstração do comprometimento
dos fornecedores independentes a uma causa maior, que é garantir a produção socialmente justa e ambientalmente responsável.
“Isso irá exigir um esforço da Orplana e das
associações filiadas em duas frentes: por um
lado, buscar meios para que os produtores
adquiram escala e tenham acesso aos
equipamentos e, por outro, juntamente com entidades de pesquisa e
fabricantes, viabilizar o desenvolvimento de colhedoras
de menor porte e mais
baratas”, alerta o
presidente da
Canaoeste.
Revista Canavieiros - Março de 2008

21
Reportagem de Capa

Os termos do Protocolo Agroambiental:
Os produtores de cana-de-açúcar que aderirem ao Protocolo deverão:
a. Antecipar, nos terrenos com
declividade até 12% e com área acima
de 150 hectares e em solos com estruturas que permitam a adoção de técnicas usuais de mecanização da atividade do corte mecanizado de cana, o prazo final para a eliminação da queimada
da cana-de-açúcar, de 2021 para 2014,
adiantando o percentual de cana não
queimada, em 2010, de 50% para 60%;
b. Antecipar, nos terrenos com
declividade acima de 12% e com área
acima de 150 hectares e demais áreas
com estrutura de solo que inviabilizem
a adoção de técnicas usuais de mecanização da atividade do corte mecanizado de cana, o prazo final para a eliminação da queimada da cana-de-açúcar
de 2031 para 2017, adiantando o percentual de cana queimada, em 2010, de
10% para 20%;
c. Antecipar, nas áreas com até 150
hectares e demais áreas com estrutura de solo que inviabilizem a adoção
de técnicas usuais de mecanização da
atividade do corte mecanizado de
cana o prazo final para a eliminação
da queimada da cana-de-açúcar, de
2031 para 2017, adiantando o percentual de cana não queimada, em 2010,
de 10% para 20%;
d. Em 2014, os prazos estabeleci-

dos nos itens
“a”, “b” e “c”,
serão avaliados,
tomando como
referência os
avanços na tecnologia da colheita mecanizada de cana crua
e a disponibilidade de máquinas e equipamentos;
e. Não utilizar a prática da
queima da canaO governador José Serra, autoridades e associados da Canaoeste
de-açúcar para
fins de colheita nas áreas de expansão servação de Recursos Hídricos, favode canaviais;
recendo o adequado funcionamento
f. Adotar ações para que não do ciclo hidrológico, incluindo controle
ocorra a queima, a céu aberto, da palha sistemático da qualidade da água;
da cana-de-açúcar proveniente da coj. Adotar práticas de Conservalheita de cana crua;
ção do Solo, incluindo o combate à erog. Proteger as áreas de mata ciliar são e a contenção de águas pluviais
das propriedades canavieiras, devido nas estradas internas e carreadores;
à relevância de sua contribuição para
k. Adotar boas práticas para desa preservação ambiental e proteção a carte de embalagens vazias de agrotóbiodiversidade;
xicos, promovendo a tríplice lavagem,
h. Proteger as nascentes da armazenamento correto, treinamento
água das áreas rurais e a vegetação adequado dos operadores e uso obriao seu redor;
gatório de equipamentos de proteção
i. Adotar boas práticas para Con- individual.

Enquanto a administração pública estadual por sua vez atuará no sentido de:
a. Fomentar a pesquisa para o
aproveitamento energético e econômico da palha da cana-de-açúcar;
b. Fomentar a pesquisa para o desenvolvimento de máquinas colheitadeiras de pequeno porte ou auxiliares
no processo de colheita manual, acessíveis aos pequenos produtores de
cana-de-açúcar.
c. Estimular o aproveitamento
energético e econômico da palha da
cana-de-açúcar, agindo como facilitador nas negociações entre as indústrias co-geradoras e as concessionárias, para uma remuneração adequada da energia ofertada;
d. Estimular o aproveitamento
energético e econômico da palha da
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Revista Canavieiros - Março de 2008

cana-de-açúcar, agindo como facilitador nas negociações entre as indústrias co-geradoras e os fornecedores de cana independentes, de forma que eles participem da energia cogerada através da palha e do bagaço
excedente, agregando valor ao preço da cana;
e. Estimular a adequada transição do sistema de colheita de cana
queimada para a colheita de cana crua,
em especial para os pequenos e médios plantadores de cana, com área de
até 150 hectares, criando mecanismos
para que o produtor rural possa obter
créditos facilitados com carência e
taxas de juros mais atrativas para aquisição de máquinas e equipamentos;

f. Priorizar o Programa de Microbacias através das Prefeituras e Casas
da Agricultura, em áreas de pequenos
produtores de cana-de-açúcar, e
g. Conceder o certificado de Conformidade Agroambiental aos produtores agrícolas que aderirem ao Protocolo
e atenderem as Diretivas Técnicas constantes deste Protocolo, através de suas
respectivas Associações de Classe.
h. Disponibilizar gratuitamente
imagens já existentes no banco de imagens de satélite de todo o Estado de
São Paulo que possam auxiliar os produtores de cana-de-açúcar ou suas respectivas Associações na elaboração
de projetos de sistematização dos solos para a mecanização da colheita.
Repercutiu - Protocolo Agroambiental

“Os números confirmam que nosso trabalho de
entendimento está tendo sucesso”.
Do governador José Serra

“Estamos preocupados com a poluição. Não resta alternativa senão agir”.
Ismael Perina Júnior, presidente da
Orplana (Organização de Plantadores de
Cana da Região Centro-Sul do Brasil).

“O setor pretende fazer a transição de modo produtivo e graduado,
como deve ser feito. É um processo que
não pode ocorrer da noite para o dia,
sob o risco de serem gerados mais
problemas do que soluções”.
Do presidente da Unica, Marcos Jank.

“Ao assinarem ao protocolo, os produtores
independentes estão fazendo a sua parte, dando a
sua contribuição para o desenvolvimento sustentado
e para o fortalecimento da atividade canavieira. Pelo
perfil que têm, de pessoas de bem e responsáveis,
não irão se omitir e cumprirão o acordo mesmo
com todas as dificuldades que terão pela frente.”
Do presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan

“Enquanto a área colhida cresceu
16,9% em 2007, para 3,79 milhões de
hectares, a de queima recuou 5,11%, para
2,023 milhões de hectares. Mantido o ritmo, é possível que até 2012 a prática seja
eliminada”.
Xico Graziano, secretário estadual do
Meio Ambiente

“Sou produtor de cana, fornecedor da Orplana.
Diante dos custos altos da produção, das dificuldades do mercado, entendo a coragem com que todos
nós, produtores, vamos enfrentar mais esse desafio,
mas o Governo Serra também compreende a nossa
situação: estamos renovando a frota de máquinas,
vamos leiloar 6 mil tratores, com a possibilidade de
financiamento pelo Feap, a juros de 3% ao ano para
renda bruta de até R$ 400 mil”.
Do secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, João de Almeida
Sampaio Filho
Revista Canavieiros - Março de 2008 2008
Revista Canavieiros - Março de

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Destaque

"Inteligência do setor" é
premiada em Araçatuba
Prêmio CanaSauro homenageia profissionais com mais de 30 anos no setor

N

o dia 26 de fevereiro, durante a Feicana/Feibio
2008 aconteceu a entrega do Prêmio CanaSauro.
Uma homenagem aos profissionais que se dedicam há mais de 30 anos ao setor sucroalcooleiro. O jantar beneficente para a entrega da 1a edição do prêmio,
reuniu mais de 500 pessoas no Bela Vista Eventos, em
Araçatuba.
O sistema Copercana, Canaoeste e Cocred foi representado por três CanaSauros: o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, o presidente da Copercana e Cocred,
Antonio Eduardo Tonielo, e o assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso.
Também foram homenageados o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, que recebeu o troféu CanaSauro Rex, o ex-ministro da Indústria e Comércio João
Camilo Penna; o diretor da Canaplan, Luiz Carlos Corrêa
de Carvalho, o co-ganhador do Prêmio Nobel da Paz de
2007, Sérgio Trindade; o diretor-presidente da Vale do
Ivaí S/A –Açúcar e Álcool, em São Pedro do Ivaí (PR),
Paulo Adalberto Zanetti entre outros.

O presidente da Udop, José Carlos Toledo, o presidente da
Canaoeste, Manoel Carlos de Azevedo Ortolan,
e o diretor da Safra Eventos, Flávio Nasser

Antonio Cesar Salibe, presidente-executivo da Udop,
uma das instituições organizadoras, define o prêmio como
“um termo carinhoso para tratar os profissionais que há
30 anos contribuem com o setor sucroalcooleiro. Não
significa velhice, mas inteligência”.
De acordo com Tonielo, o prêmio é uma forma de reconhecimento. “É bom ter o reconhecimento de colegas
do setor. Ver reunidas pessoas que lutaram juntas para o
crescimento da cadeia sucroalcooleira”, disse.

Toledo e Nasser entregam o prêmio CanaSauro para o assessor
técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso

Ortolan agradeceu o prêmio e o dedicou à Canaoeste.
“”É um prêmio de grande importância para mim e, também, para a Canaoeste, que foi minha casa durante todo
esse tempo”, agradece Ortolan. Já Oswaldo Alonso, além
de lisonjeado, considera “a idéia criativa e de grande
valor para quem recebe”.
Os 70 CanaSauros durante a entrega do prêmio

Rogério Leoncini, Paulo Lorenzato, Roberto Rodrigues, Mauro
Sponchiado e Antônio Eduardo Tonielo

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Revista Canavieiros - Março de 2008
Revista Canavieiros - Março de 2008

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Informações Setoriais

CHUVAS DE FEVEREIRO
e Prognósticos Climáticos
e Prognósticos Climáticos
No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de FEVEREIRO de 2008.

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste

Na média das observações (última linha), as chuvas de FEVEREIRO deste ano ficaram ligeiramente acima da média
histórica, com exceção das que ocorreram em Barretos, Fazenda Santa Rita, Fazenda Monte Verde (Severínia), Franca,
Usinas Ibirá, Batatais e MB.

Mapa 1: Água Disponível no Solo
entre 14 a 17 de FEVEREIRO de 2008.

O Mapa 1, ao lado, mostra
claramente que o índice de Água
Disponível no Solo a 50cm de
profundidade, no período de 14 a 17
de FEVEREIRO, ainda se apresentava como médio a crítico na região
de Piracicaba e nas faixas Leste e
Sudoeste do Estado de São Paulo.

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Revista Canavieiros - Março de 2008
Informações Setoriais
Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de FEVEREIRO de 2007.

Para subsidiar planejamentos de
atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais para
os meses de março a maio.
Ainda permanecem os efeitos do
fenômeno La Niña (contrário ao El
Nino), que corresponde ao esfriamento da superfície das águas do Oceano Pacífico, ao longo da faixa equatorial. Quanto mais próximo da costa
oeste da América do Sul, na altura do
Equador e Peru, mais sensíveis serão
os efeitos das condições climáticas
para o Brasil.

Mapa 3: Água Disponível no Solo, a 50cm de profundidade, ao final de
FEVEREIRO de 2008.

· Na Região Centro Sul, a temperatura média poderá ficar próxima da
normalidade climática;
· Quanto às chuvas para os meses
de março a maio, prevê-se que estas
poderão “ficar” próximas às médias
históricas nas Regiões Centro-Oeste,
Sudeste e na região sucroalcooleira
(centro norte) do Estado do Paraná;
· Como referência:- as médias históricas das chuvas, pelo Centro AptaIAC, para Ribeirão Preto e municípios
vizinhos são de 165mm em março,
70mm em abril e 55mm em maio.
A CANAOESTE recomenda continuar os cuidadosos monitoramentos
das pragas cigarrinha das raízes e broca, bem como efetuar seus controles,
quando os resultados desses monitoramentos o recomendarem.

Observando-se os Mapas 2 e 3, nota-se que, aos finais de FEVEREIRO de
2007 e 2008, não fossem as diferenças apresentadas no extremo nordeste do
Estado, os índices de Disponibilidades de Água seriam muito semelhantes. Mesmo com as chuvas que ocorreram durante FEVEREIRO de 2008, comparativamente até 14 a 17 deste mês, observa-se que a Disponibilidade de Água no Solo só
mudou no Leste do Estado, mas se manteve baixa e até crítica nas regiões próximas de Piracicaba, Sorocaba e em quase todo Oeste do Estado.

Sua Associação lembra ainda que,
nesta região, em função do histórico
climático, o mais seguro período de
plantio de cana de ano e meio tem sido
entre finalzinho de fevereiro e os primeiros dias de abril. Chuvas salvadoras (muito acima da média) em maio
(ou meses subseqüentes) não são comuns. Logo, efetuar plantios tardios
será apostar “alto” contra os seus altos custos e os de produção, comparativamente aos atuais preços da cana.
Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos CANAOESTE
mais próximos.
Revista Canavieiros - Março de 2008

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Artigo Técnico

Como planejar a
implantação de um
canavial?
PARTE V -

D

ando continuidade à série de artigos, vamos tratar neste mês da "Elaboração das Estimativas de Custo" e da "Elaboração do Fluxo de Caixa". Será a quinta e última parte da
série. Obrigado pela atenção e boa leitura!

1. Elaboração das Estimativas de Custo:
Sendo conhecidas as áreas de trabalho em cada fase da cultura, a operação em que cada equipamento estará envolvido e a quantidade necessárias de cada equipamento, é possível determinar os custos de cada marca e
modelo de equipamento individualmente e fazer a alocação dos custos em
um sistema ABC, obtendo-se assim os custos de cada fase da cultura.

Cleber Moraes - consultor de planejamento
e controle agrícola da Canaoeste

Figura 11 – Modelo de Estimativa dos Custos de Produção Agrícola

É sempre importante que estejam disponíveis as demais planilhas de
abertura dos custos estimados obtidos no projeto, assim como várias simulações de risco de cada variável importante individualmente e simulações no modelo de Monte Carlos para análise de risco do empreendimento.
Deve-se também orçar os custos com estrutura administrativa, arrendamento de terras, etc, conforme o modelo que segue ao lado (fig 11).

2. Elaboração do Fluxo de Caixa:
O modelo de apresentação do fluxo de caixa pode variar conforme as
características de comercialização do empreendimento, recuperações de
impostos, visão do analista, etc. Além do que, é inócua a apresentação de
um fluxo de caixa somente agrícola para um empreendimento que contempla uma fase industrial. Assim, deve-se preparar o modelo para que se
encaixe como informação de entrada no modelo agroindustrial.
Entretanto, para exemplificar um fluxo de caixa são apresentadas as
figuras ao lado (fig. 12).

3. Conclusão:
O projeto deve ser construído tomando por base a região de implantação do
projeto e, sobre esta, são aplicados os
conhecimentos agronômicos existentes
para a cultura de cana-de-açúcar. A partir
daí, são fundamentados todos os custos
de produção e entradas do fluxo de caixa
que são peças fundamentais para análise
da viabilidade do projeto.
Uma vez elaborado o Estudo de Viabilidade de Produção de Cana-de-açúcar é
necessária a montagem de uma apresentação em arquivo power point e entregue
o relatório final em texto estruturado com
os detalhes que se fizerem necessário.
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Revista Canavieiros - Março de 2008

4. Bibliografia:
Brugnaro, Caetano e Sbragia, Roberto. Gerência Agrícola em Destilarias de Álcool. Piracicaba-SP, IAA/PLANALSUCAR,
1982, 212 p.
Ross, Stephen A. et alli. Administração Financeira. São Paulo-SP, Editora Atlas, 1.995. 698 p.
Noronha, José F. Projetos Agropecuários: Administração Financeira, Orçamento e Viabilidade Econômica. São Paulo-SP,
Editora Atlas, 1.987. 269 p.
Martins, Eliseu. Contabilidade de Custos. 4ª. Edição. São Paulo-SP, Editora Atlas, 1.996. 311 p.
Assaf Neto, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços. 4ª. Edição. São Paulo-SP, Editora Atlas, 1.998. 292 p.
Gitman, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 7ª. Edição. São Paulo-SP, Editora Harbra, 1.997. 841 p.
Macedo, Isaias de Carvalho. A Energia da Cana-de-Açúcar. São Paulo-SP, UNICA, 2.005, 237 p.
Oliveira, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento Estratégico: Conceitos e Metodologia Práticas. 6ª. Edição. São PauloSP, Editora Atlas, 1.992. 286 p.
Moraes, Márcia Azanha Ferraz Dias de. A Desregulamentação do Setor Sucroalcooleiro do Brasil. São Paulo-SP, Editora
Caminho Editorial, 2.000. 238 p.
Moraes, Márcia Azanha Ferraz Dias de e Shikida, Pery Francisco Assis. A Agroindústria Canavieira no Brasil. São PauloSP, Editora Atlas, 2.002. 367 p.
Segato, Silvelena Vanzolini et alli. Atualização em Produção de Cana-de-Açúcar. Piracicaba-SP, ESALQ/USP, 2.006. 415 p.
IDEA. Indicadores de Desempenho da Agroindústria Canavieira. IDEA, Ribeirão Preto-SP.
UNICAMP. Estudo sobre as possibilidades e impactos da produção de grandes quantidades de etanol visando à substituição parcial de gasolina no mundo.
CONSECANA-SP. Manual de Instruções do CONSECANA-SP. 5ª. Edição. Piracicaba-SP. CONSECANA. 2.006. 111 p.
Artigo Técnico
Figura 12 – Fluxo de Caixa

Revista Canavieiros - Março de 2008

29
Artigo Técnico

Sistema Consecana-SP
Equipamentos de laboratório homologados

O

Sistema CONSECANA-SP exige que todo o material envolvido na avaliação da qualidade da cana-deaçúcar seja homologado pela entidade. É o que dispõe a norma N-051, do Manual de Instruções, 5ª edição,
2006: “Equipamentos, instrumentais analíticos e reagentes devem ser homologados pelo CONSECANA-SP, através
de testes conduzidos e aprovados pela CANATEC-SP”.
A CANATEC-SP vem a ser a Câmara Técnica e Econômica do CONSECANA, ou seja, o seu braço técnico, tendo as
funções, entre outras, de:
-efetuar estudos e desenvolver pesquisas visando à atualização e aperfeiçoamento de normas técnicas de determinação da qualidade da cana-de-açúcar;
-constituir ou participar de comissões técnicas de entidades externas, visando à normalização das normas técnicas de determinação da qualidade da cana-de-açúcar, etc.
Como decorrência da norma N-051, acima referida, cabe
à CANATEC-SP proceder a testes e estudos sobre o desempenho de equipamentos e materiais utilizados nos laboratórios mediante solicitação de seus fabricantes dirigida ao Presidente do CONSECANA-SP.
A relação, a seguir, compõe a lista dos equipamentos e
materiais, atualmente, homologados pelo CONSECANA-SP.
1. SONDAS AMOSTRADORAS
-Horizontais sobre trilhos: Conger TA e Dedini (Codistil) TA-II ;
-Horizontais acopladas à trator: Santal TAS
-Oblíquas: Dedini TAO-02 e Motocana SO-04M
2. DESINTEGRADORES
-Dedini(Codistil) D-2500-II
-Engehidro DCE-2600
-Irbi DM 540
-Penha TH 2500 e THU 5200
3. HOMOGENEIZADORES
-Irbi HM 250
-Betoneiras com raspadores conforme a norma N-041
do Manual de Instruções do CONSECANA-SP (5ª edição,2006)
4. PRENSAS HIDRÁULICAS
-Asama
-Dedini(Codistil) PH 45-II
-Engehidro PHE 45
-Hidraseme PHS-250
-Santal

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Revista Canavieiros - Março de 2008

5. CÉLULAS DE CARGA(Dinamômetro à
compressão)
-Engehidro CCE 45
-Hidraseme CHF-050
-Stap MP 1 e MP-2
6. BALANÇAS SEMI-ANALÍTICAS
-Bel B-Tec 2200
-Gehaka BG 1000, BG 2000 e
BG 4000
-Marte AS 2000
(Todas estas balanças são homoloEnio Roque de Oliveira
Assessor Técnico da ORPLANA
gadas pelo INMETRO)
O Sistema, também, aceita balança que cumpre a
norma N-057).
7. REFRATÔMETROS
-Acatec RDA 2500 e RDA 8600
-Atago Smart 1 e RX5000á
-Reichert AR 60
-Rudolph J57
-Sistema RE 1000
8. SACARÍMTEROS
-Acatec DAS 2500
-Schmidt+Haensch NHZ, NIR-W2 e NNIR-W2
-Sistema Sugarmatic II
-Rudolph Autopol 589
9. EXTRATOR (Digestor), tipo sul-africano, com ou sem
parede dupla para refrigeração
10. APARAELHO DE ÍNDICE DE PREPARO(Open cell)
-Com copos paralelos (rpm=60±5)
11. MISTURADOR PARA PÓS
-Tipo cilindro inclinado, capacidade=5 litros
12. REAGENTES RECOMENDADOS
-Cloreto de alumínio hexahidratado, p.a., pureza mínima de 90%
-hidróxido de cálcio, p.a., pureza mínima de 95%
-Auxiliar de filtração: Celite nuclear 545, Celite Supercel, Perfiltro 443 e Fluitec M10 e M30
Evidentemente, não basta que tais equipamentos e
materiais sejam homologados. É importante que o monitoramento dos laboratórios efetuado pelas Associações
de Fornecedores seja realizado de maneira competente,
visando a avaliar cuidadosamente o desempenho dos
mesmos no transcorrer do período de moagem das unidades industriais.
Legislação

Protocolo Agroambiental
do Setor Canavieiro fornecedores
Juliano Bortoloti

O

Protocolo de Cooperação
Agroambiental, assinado no
último dia 10 de março, em São
Paulo, pelo governo do Estado e pelos
produtores independentes de cana, representados pela Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) - conforme
reportagem de capa desta edição da
Revista Canavieiros - visa à adoção de
ações destinadas a consolidar o desenvolvimento sustentável de suas atividades.

Destaca-se entre as diversas diretivas técnicas o item que antecipa o
fim da queima da palha como método
despalhador da cana-de-açúcar para o
ano de 2014, em áreas passíveis de mecanização e 2017, em áreas não mecanizáveis e/ou inferiores a 150 hectares.

O produtor que aderir ao protocolo, cumprindo integralmente as diretivas técnicas, receberá um Certificado de Conformidade Agroambiental,
concedido pelo Governo do Estado de
São Paulo. O documento reforça a imaRicardo Viegas, coordenador do Projeto Etanol Verde da
Secretária de Meio Ambiente, Manoel Ortolan, presidente
gem positiva do proda Canaoeste e Juliano Bortoloti, advogado da Canaoeste
dutor e do setor sucroalcooleiro, além de ser dição e renovação do Certificado de
útil nas relações comer- Conformidade Agroambiental, será
ciais, nas relações fi- constituído um Grupo Executivo, comnanceiras, nas relações posto de três membros titulares e três
institucionais junto suplentes, tendo como seus titulares
aos próprios órgãos integrantes da Secretaria da Agriculgovernamentais, den- tura (01), da Secretaria do Meio Ambitre outras que aqui não ente (01) e da ORPLANA (01).
convêm enumerar.
Desta forma, como se trata de um
Visando zelar pela
Juliano Bortoloti, advogado da Canaoeste, Waldir de Felício,
operacionalidade das protocolo de cooperação mútua entre
prefeito de Pitangueiras, Manoel Ortolan, presidente da
Canaoeste, José Carrascosa dos Santos, prefeito de Cravinhos, ações, estabelecendo
o governo e o setor privado é de se
José Alberto Gimenez, prefeito de Sertãozinho
metodologias para aguardar que os produtores de canaO protocolo, que é de adesão vo- avaliação das metas e podendo pro- de-açúcar - acompanhando as indúsluntária por parte dos produtores de por ajustes ao aludido protocolo, além trias de açúcar e álcool aderentes - facana-de-açúcar, traz uma série de dire- de definir critérios técnicos para expe- çam a adesão ao Protocolo de Cooperação Agroambientivas técnicas que
tal a eles destinadevem ser cumpridos, uma vez que se
das, tais como obetrata de um procesdiência aos limites
so irreversível, alidas áreas de preservação permaEstá chegando ao fim o prazo para obtenção da autorização do uso do fogo ado ao fato de que
nente e sua vege- como método despalhador da cana-de-açúcar, que vai até 02/04/2008. Porém, tal atitude signifitação, adoção de para solicitar referida autorização, é necessário levantar várias informações, como cará uma melhora
práticas para con- a área onde será utilizado o fogo e a área que será colhida de forma mecanizada. na imagem do setor
servação de recur- Tudo isso por meio de levantamento topográfico a ser realizado pelo produtor canavieiro como um
todo e, ainda, no essos hídricos e de ou sua associação de classe.
treitamento das resolo, descarte correto de embalagens
Como tal prazo não será prorrogado, o produtor que ainda não fez o seu lações para com os
de agrotóxicos, pedido DEVERÁ PROCURAR A CANAOESTE IMEDIATAMENTE para obter órgãos governadentre outras.
sua autorização sob o risco de não poder se utilizar da queima na safra vindoura. mentais.

Autorização de Queima
Prazo final para obtenção

Revista Canavieiros - Março de 2008

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Cultura de Rotação

Copercana investe na
rastreabilidade do amendoim
O termo rastreabilidade tem sido
muito utilizado ultimamente, principalmente depois que a União Européia
questionou a credibilidade desse sistema utilizado na cadeia da carne bovina
brasileira. A rastreabilidade, que grosso
modo seria uma espécie de RG do produto, é, sem dúvida um dos critérios que
terá cada vez mais valor na hora da co-

mercialização e consumo. Nesse sentido, a UNAME (Unidade de Grãos da
Copercana) vem realizando um excelente trabalho na rastreabilidade do amendoim que recebe dos cooperados. Para
garantir a confiabilidade na hora de vender o produto, a Copercana conta com a
orientação de pesquisadores e consultorias técnicas que demonstram a serie-

dade e preocupação da cooperativa com
o consumidor final.
Nesta edição da Canavieiros, o
consultor técnico Antonio Roberto
Pascoalin, um dos parceiros da Copercana na rastreabilidade do amendoim,
fala da importância desse trabalho para
garantir a segurança do alimento.

Rastreabilidade de alimentos
Antonio Roberto Pascoalin*

A

crescente preocupação que
o tema qualidade de alimentos tem despertado é notória
e tem sido cada vez mais divulgada
em todos os meios de comunicação.
Interessante notar que o conceito de
qualidade de alimentos, na visão comum do consumidor, nada mais é do
que a satisfação de características
como sabor, aroma, aparência, embalagem, preço e disponibilidade.
Muitas vezes, a condição de “segurança do alimento”, quando se refere a aspectos relacionados à influência do alimento sobre a saúde das
pessoas, é desconhecida do consumidor, ou meramente relegada a um
segundo plano: o que, com certeza, é
um contra-senso, já que alimentos são
consumidos para fornecer nutrientes,
ou seja, manter a saúde das pessoas.
Nos últimos anos, a mídia tem
apresentado número crescente de
casos de intoxicação alimentar que,
antes de indicar que pioraram os cuidados na fabricação e manuseio de
alimentos, indicam uma melhora nos
sistemas de controle de saúde, identificando e notificando casos até então pouco comentados em larga escala. Quando perguntamos a alguém
se já apresentou, em algum momento
de sua vida, os sintomas de intoxicação alimentar, a resposta já é conhecida – apenas os exemplos mudam.
Em alguns casos, os sintomas são
tão intensos que exigem a interna-

32

Revista Canavieiros - Março de 2008

Equipe envolvida na rastreabilidade do amendoim da Copercana: Regina Cláudia Del Grande
Aires, supervisora de processo de secagem; Antonio Roberto Pascoalin, diretor da Aliança
Consultores em Sistemas de Gestão; Ercília S. F. Mazza, analista de grãos e Allan Rodrigues,
engenheiro de alimentos da CAP Agroindustrial.

ção para cuidados médicos que, se
não aplicados a tempo, podem levar
à morte. Para quem produz alimentos,
o respeito ao consumidor é o primeiro objetivo, mas também são relevantes os danos à imagem da empresa e
as perdas decorrentes de ações judiciais. Esse quadro, por si só, é um
grande motivador para que uma empresa venha a planejar e implementar
alguma sistemática interna voltada à
segurança dos alimentos.
Neste quadro, várias ferramentas
de gestão da qualidade de alimentos
têm sido criadas e utilizadas na expectativa de oferecer ao consumidor
um produto seguro e, ao mesmo tempo, contemplar as exigências de comercialização – principalmente aque-

las voltadas à exportação, onde os
critérios do mercado são bem mais
rigorosos. O grande desafio, no entanto, é compatibilizar tais ferramentas voltadas ao atendimento de requisitos de idoneidade e de respeito
ao consumidor, com as necessidades
voltadas à redução de custos, geradas pela redução de perdas e otimização da produção.
Dentre as diversas ferramentas
disponíveis às organizações que atuam no mercado de produção de alimentos, podemos citar as BPF (Boas
Práticas de Fabricação), o Gerenciamento da Qualidade (baseado nas
Normas da série ISO 9000), as ferramentas do Gerenciamento da Qualidade Total (GQT) e o Sistema APPCC
Cultura de Rotação
(Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle). Tais programas,
que se complementam, têm como
objetivos básicos:
· Aumentar a segurança e a qualidade dos alimentos produzidos;
· Permitir a exportação de alimentos, preparando o setor produtivo para atender às exigências
dos países importadores, em termos de segurança dos alimentos;
· Aumentar a competitividade
nas empresas.

rio. Assim, imaginando um produto agrícola, os controles sobre
cada uma das etapas (produção de
sementes, produção do alimento
pelo agricultor, colheita, transporte, beneficiamento primário, embalagem, industrialização, comercialização) são vitais: os danos e contaminações de uma fase podem não
ser identificados ou corrigidos nas
fases posteriores – e, lá na ponta,
a saúde do consumidor pode ser
prejudicada.

A ferramenta que vem sendo
mais amplamente recomendada (e
exigida) por órgãos de fiscalização
em todo o mundo, inclusive o Brasil, é o Sistema APPCC. Esse sistema, utilizado de forma pioneira na
preparação de alimentos dos astronautas da NASA na década de 50
(imaginem o transtorno de uma intoxicação alimentar em um astronauta em sua viagem ao espaço, de
bilhões de dólares! Como tratá-lo?
Como removê-lo para um hospital?).

Ou seja, não é um movimento
do “eu sozinho”. Ninguém, nesta
cadeia de produção, responde sozinho pela segurança do alimento.
Conhecer os “rastros”, as “pegadas” deixadas por cada um dos
participantes é uma peça fundamental para obter sucesso – é o
que denominamos de RASTREABILIDADE DO ALIMENTO. Conhecer o que foi feito, quando foi
feito, como foi feito, que insumo
foi adicionado, que equipamento
foi utilizado, que resultados foram
obtidos, em cada passo dessa produção, por cada participante, é a
principal condição necessária para
a implementação dessas ferramentas e normas. Além disso, ainda é
conhecido – embora pouco fiscalizado em nosso país – o conceito
de “responsabilidade solidária”:
adquirir e comercializar alimentos
contaminados ou sem identificação de origem (rastreabilidade) é
crime previsto na lei.

O APPCC vem sendo utilizado
em toda cadeia produtiva de alimentos, por ter como filosofia a
prevenção e o controle dos riscos
que um alimento possa oferecer,
principalmente, no que diz respeito à sua qualidade sanitária, em todas as etapas da geração de alimentos. Recentemente, uma Norma Internacional (ISO 22000), aprovada por mais de uma centena de
países, introduziu o Sistema
APPCC em seu conteúdo, em conjunto com elementos retirados da
Norma ISO 9001 e das BPF divulgadas pelos órgãos mais respeitados no mundo. Tornou-se uma
Norma reconhecida e aceita, nos
quatro cantos do mundo, para empresas que atuam na cadeia de alimentos que buscam uma “certificação” de suas práticas internas
de controle dos riscos de contaminação às pessoas.
Importante destacar que todas
essas ferramentas têm algo em comum: devem ser aplicadas em toda
a cadeia de produção, sob a pena
de não obter o sucesso necessá-

Assim, a correta identificação de
cada passo, em cada lote, é vital para
o controle da produção do alimento
e para a segurança do consumidor. É
condição necessária à exportação,
que conta com barreiras técnicas e
mecanismos de controle e fiscalização mais apurados e eficazes. Não
há um outro caminho: cedo ou tarde,
as restrições à comercialização atingirão, de maneira plena, todas as relações de compra e venda de alimentos, nacionais ou internacionais e a
rastreabilidade é o primeiro passo.
* Sócio-Diretor Aliança Consultores em Sistemas de Gestão
Revista Canavieiros - Março de 2008

33
Novas Tecnologias

CTC disponibiliza carta de
solos para associadas
Carla Rossini

O serviço, que vem agregar valor à produção canavieira,
será disponibilizado exclusivamente aos associados da Canaoeste

O

CTC (Centro de Tecnologia
Canavieira) realizou no dia 5
de março uma reunião no auditório da Canaoeste, em Sertãozinho,
para apresentar uma nova tecnologia que o centro de pesquisa está
disponibilizando para as suas associadas: Carta de Solos e Ambientes
de Produção.
O serviço, que vem agregar valor
à produção de cana-de-açúcar, será
disponibilizado exclusivamente aos
associados da Canaoeste. O objetivo do novo produto é aumentar a
produtividade da cana-de-açúcar
dentro de uma mesma propriedade
A exemplo do que já havia acontecido com o produto Muda Sadia, o
CTC está disponibilizando agora o
produto Carta de Solos e Ambientes
de Produção que fornece informações
específicas dos levantamentos de
campo (mapa e relatório técnico). O
gerente regional de produtos do CTC,
Mauro Sampaio Benedini,
explica que “o mapa possibilita a visualização e a distribuição espacial dos diferentes tipos de solos na propriedade, enquanto o relatório técnico fornece as descrições das propriedades
dos solos e a quantificação
das áreas de cada solo”.
Porém, para a elaboração
da carta de solos, algumas
etapas devem ser seguidas:
1- Interpretação de Aspectos fisiográficos: por
meio das imagens de satélites são feitas observações
do relevo e estudo geológico da área a ser mapeada;
34

Revista Canavieiros - Março de 2008

Fernando César Bertolani, lider de produto do CTC e
Mauro Sampaio ,Benedini, gerente regional de produtos do CTC

2- Trabalho de Campo: coleta de
amostras de solos georreferenciadas
(demarcação por GPS), delimitação
dos tipos de solos e descrição das
informações gerais;
3- Determinação e Interpretação
de Dados Analíticos: definição dos
tipos de solos da área estudada.

4- Elaboração da Carta de Solos e
Relatório.
Segundo o líder de produto – Carta de Solos e Ambiente de Produção
– do CTC, Fernando César Bertolani,
entende-se por ambiente de produção a separação de áreas com diferentes potenciais de produção. “Se-

Ambientes de produção
Novas Tecnologias
Planejamento da estrutura de blocos/talhões - Sistematização

paramos os solos por potencial de
produtividade (nos baseamos em
banco de dados já existentes do

Preparo do solo e cultivo - Manejo Conservacionista

CTC). São levantadas as propriedades do solo, sua fertilidade natural, a
composição granulométrica, a pro-

fundidade efetiva do solo e a presença de concreções, cascalhos, entre
outros”, disse Fernando.

Aplicações da Carta de Solos:
· Alocação de variedades por
Ambientes de Produção. É a utilização
mais conhecida para a carta de solos.
Trabalhos realizados no CTC mostram
que com o bom aproveitamento da Carta de Solos na alocação varietal resulta em acréscimo de 3 a 5 toneladas de
cana/ha/ano.
· Preparo do solo e cultivo. Manejo conservacionista dos solos. Cada
solo tem suas características intrínsecas quanto aos trabalhos a serem efetuados. Latossolos são mais planos,

mais homogêneos, com maior infiltração de água, enquanto que os argissolos são mais susceptíveis à erosão e
necessitam maiores cuidados nas operações de preparo e cultivo.
· Planejamento de épocas de
plantio e colheita. Argissolos necessitam serem manejados com mais cuidado quanto à época de plantio, fugindo
do período mais chuvoso, plantandose nos meses de abril ou plantio de
inverno. Possuem período ideal de safra mais curto.

· Aplicação de resíduos industriais. Direcionamento na utilização da
vinhaça e da torta de filtro para os solos mais arenosos.
· Planejamento da estrutura de
blocos/talhões. Auxilia na melhor sistematização das áreas da propriedade.
· Aplicação de herbicida. Auxilia
na recomendação de dose dos produtos por tipo de solo.
· Escolha de áreas para reflorestamento. Define áreas de menos potencial de produção de cana.

Alocação de variedades (Ambiente de Produção)

Revista Canavieiros - Março de 2008

35
Biblioteca

Cultura

Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática,
esclarecer algumas dúvidas a respeito do português

“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”
"CONTABILIDADE RURAL: Contabilidade
Agrícola, Contabilidade da Pecuária e Imposto
de Renda - Pessoa Jurídica"
José Carlos Marion

1) Prezado amigo leitor existem palavras que geram dúvidas
quanto ao uso no texto ou fala.
Citaremos algumas:
O grama: unidade de medida
A grama: relva

Renata Carone
Sborgia*

O rádio: aparelho receptor
A rádio: estação transmissora
O guia: pessoa que guia
A guia: documento
O cisma: separação
A cisma: desconfiança

E

O moral: ânimo
A moral: ética
2) ...e no discurso político o Vereador disse:
— Amigos “CIDADÕES” a política brasileira...
Quanto à política brasileira, sem comentários.
Quanto ao substantivo cidadão muitos.
Prezado amigo leitor o substantivo cidadão no plural tem a forma CIDADÃOS
(como cristão: cristãos; pagão: pagãos)
3) Profissão não valorizada, mas Pedro disse:
— Essa medida irá beneficiar as “donas-de-casas”.
Oxalá que alguma medida venha beneficiá-las, mas desde que o Português
esteja correto.
DICA: A forma correta é “donas-de-casa”.
Quando há preposição (no caso DE) entre os dois elementos(dona/casa),
somente o primeiro (dona) recebe flexão (no caso: donas).
Considere a dica para demais situações que vocês deparam na escrita ou fala.
PARA VOCÊ PENSAR:

Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa
Cancioneiro
36

Revista Canavieiros - Março de 2008

* Advogada e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP, Especialista em Língua
Portuguesa, Consultora de Português, MBA
em Direito e Gestão Educacional, escreveu a
Gramática Português Sem Segredos (Ed.
Madras) com Miriam M. Grisolia

ste texto, utilizando-se de uma abordagem atual, prática e objetiva, vem preencher uma lacuna
na bibliografia de Contabilidade Rural, no Brasil, e
atender à necessidade de um texto com conteúdo
programático adequado ao ensino e à prática profissional.
Em primeiro lugar, trata da Contabilidade Agrícola, onde são destacadas as diferenças básicas na
contabilização das culturas temporárias e permanentes, bem como é analisado o tratamento contábil
que deve ser dado ao desmatamento e preparo do
solo para o cultivo. Um dos pontos altos aqui abordados é o tratamento da depreciação na agropecuária. Além disso, o Autor introduz um plano de contas para empresas agrícolas e faz comentários sobre
o funcionamento das principais contas. Em segundo lugar, discorre sobre a Contabilidade de Pecuária
e trata pormenorizadamente do método de custo,
do custo na pecuária, bem como do método do valor
de mercado. Em terceiro lugar, trata do Imposto de
Renda aplicado à atividade rural.
Em resumo, o conteúdo deste livro trata dos
conceitos básicos da atividade rural: agrícola, zootécnica e agroindustrial; o ano agrícola X exercício
social; forma jurídica de exploração na agropecuária;
fluxo contábil na atividade agrícola: culturas temporárias, permanentes, correção monetária; novos projetos agropecuários e gastos com melhorias; depreciação na agropecuária; casos de exaustão e amortização; planificação contábil e operacionalização do
plano de contas; inventário periódico e permanente;
sistema auxiliar de contas; contabilidade da pecuária; classificação do gado no balanço patrimonial;
métodos do custo X método a valor de mercado; e
Imposto de Renda - pessoa jurídica.
Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar a
Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini,
nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone
Agende-se
Abril

de 2008

12ª OFICINA SOBRE APLICAÇÃO DE GPS DE NAVEGAÇÃO NAAGRICULTURA
Data: 05 de abril de 2008
Local: Departamento de Engenharia Rural da ESALQ/USP
- Piracicaba - SP
Temática: O curso sobre GPS de navegação visa introduzir
o conceito de receptores de GPS de baixo custo, para aplicações agrárias, instruindo os participantes sobre o funcionamento do sistema e do aparelho em si. Durante o curso são
realizada tarefas de campo, como, por exemplo, levantamento de áreas, demarcação de perímetros, marcação de pontos
(pode servir para determinar o local de amostragem de solo,
demarcação de árvores, entre outros).
Mais Informações: (19) 3417-6604
CURSO DE INSEMINAÇÃOARTIFICIAL- LAGOA
Data: 07 a 11 de abril de 2008
Local: Central da Lagoa - Sertãozinho - SP
Temática: O objetivo é capacitar para adequada implantação e utilização da técnica de inseminação artificial. É destinado a técnicos, estudantes, profissionais liberais, produtores
rurais e demais pessoas ligadas à pecuária de corte e de leite.
Mais Informações: (16) 2105-2299/2105-2218
MULTIAGRO 2008 -AGRICULTURA, ALIMENTAÇÃO,
ABASTECIMENTO
Data: 08 a 11 de abril de 2008
Local: Parque de Eventos - Bento Gonçalves - RS
Temática: MultiAgro 2008 - Salão de Tecnologia para Agroindústrias. Acompanhando a tendência e a vocação dos
municípios da Serra Gaúcha na produção agroindustrial, o
MultiAgro 2008 reunirá empresas fornecedoras, entidades e

programas que apresentem novas tecnologias para a agroindústria. Máquinas e equipamentos agrícolas, ferramentas
e utensílios, sistemas de plantio e colheita, adubação, defensivos agrícolas,irrigação, sementes e técnicas de semeadura, silos, câmaras frias e armazenagem, horticultura, fruticultura, floricultura e outros.
Mais Informações: (54) 3452-9136
17ª FENASOJA - FEIRA NACIONAL DA SOJA
Data: 26 de abril a 04 de maio de 2008
Local: Parque de Exposições - Santa Rosa - RS
Temática: A Fenasoja é um evento de integração entre pessoas de cidades, Estados e países diferentes. É um mundo à
parte, criado por pessoas da comunidade, no Parque de Exposições de Santa Rosa. A cada ano, a expectativa é aumentar o público e o volume de negócios do ano anterior. Para
isso, conta voluntariamente com o trabalho e a dedicação de
seus moradores e maiores incentivadores.
Mais Informações: (55) 3512.6866
AGRISHOW RIBEIRÃO PRETO 2008
Data: 28 de abril a 03 de maio de 2008
Local: Pólo de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro - Leste Anel Viário Km 321 - Ribeirão Preto - SP
Temática: Considerado o termômetro do agronegócio brasileiro a Agrishow Ribeirão é uma das três maiores feiras
agrícolas do mundo, e é a partir dela que produtores rurais e
as empresas das mais diversas cadeias do agronegócio definem o que farão ao longo do ano.
Na Agrishow você investe com a certeza de estar realizando os
melhores negócios no maior centro de agronegócios do mundo.
Mais Informações: (11) 3060-5000

Revista Canavieiros - Março 2008
Revista Canavieiros - Fevereiro dede 2008

37
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  • 1. Revista Canavieiros - Março de 2008 1
  • 2. 2 Revista Canavieiros - Março de 2008
  • 3. Editorial E Novos tempos sta edição da Revista Canavieiros traz como reportagem de capa um marco para a história do setor: a assinatura do Protocolo Agroambiental. No ano passado foi firmado um acordo entre o governo do Estado, as secretarias de Estado da Agricultura e Meio Ambiente e a Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) com intuito de antecipar o prazo para o fim da queima da cana. O documento, chamado de Protocolo Agroambiental, determina que a queima da palha da cana-de-açúcar em áreas planas será eliminada em 2014, sete anos antes do que previa a lei estadual 11.241, de 2002. assina um artigo intitulado “Desafio”, onde discute a respeito do preço do álcool combustível nas bombas e de quem é a culpa pelos aumentos. No dia 10 de março foi a vez de os produtores de cana aderirem ao acordo, em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes. O evento contou com a presença do governador José Serra, do secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado, João Sampaio, do secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, do presidente da Unica, Marcos Jank, do presidente da Orplana, Ismael Perina Júnior, deputados e prefeitos e dezenas de produtores de cana filiados à Orplana. Nesta edição você terá mais informações sobre o protocolo e suas diretrizes. Além disso, você poderá conferir como foi o I Encontro Sobre Variedades de Canade-Açúcar, em Bebedouro. As páginas da Cocred trazem informações sobre a Assembléia Geral Ordinária da Cooperativa no dia 26 de março, além das mudanças ocorridas na agência de Serrana. O entrevistado deste mês é Josias Messias, presidente da ProCana, empresa que edita o JornalCana. Na entrevista, Messias fala dos 20 anos do jornal e sobre os altos e baixos enfrentados pelo setor ao longo desse período. Na comemoração dos 20 anos do jornal, 20 personalidades e empresas foram homenageadas, entre elas Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste, e Fernandes dos Reis, ex-presidente da Copercana e Canaoeste. O Ponto de Vista deste mês traz os comentários do presidente da Canaoeste sobre a assinatura do Protocolo Agroambiental. Ortolan destaca a coragem dos pequenos e médios produtores em se comprometer com a sustentabilidade do setor sucroalcooleiro. O presidente do Grupo Maubisa, Maurílio Biagi filho, Nas páginas da Copercana, você conhecerá a nova filial da Copercana em Campo Florido, a nona loja de ferragens e magazine e a terceira no Estado de Minas Gerais. As Notícias Canaoeste trazem a cobertura do evento que marcou o início das atividades da São Francisco Saúde em Sertãozinho. A empresa firmou uma importante parceria com o Netto Campello Hospital & Maternidade, mantido pela associação. O destaque vai para a “inteligência do setor”, que foi homenageada em Araçatuba com o Prêmio CanaSauro, entregue a personalidades voltadas à cadeia da cana há mais de 30 anos. Na editoria “Culturas de Rotação” são informados os investimentos da Copercana na rastreabilidade do amendoim e na secção “Novas Tecnologias”, o novo serviço oferecido pelo CTC: as Cartas de Solo. O assessor técnico da Orplana, Enio Roque de Oliveira, publica um artigo técnico sobre o sistema Consecana – SP, onde aborda os equipamentos de laboratório homologados. O consultor da Canaoeste, Cléber Moraes, assina a quinta parte de seu artigo que ensina como planejar a implantação de um canavial. Como de costume, a Revista traz os prognósticos climáticos do Dr. Oswaldo Alonso, os artigos sobre legislação do Dr. Juliano Bortoloti, dicas de português, indicação de livros, agenda de eventos, repercutiu e classificados. Boa Leitura! Conselho Editorial Revista Canavieiros Março de 2008 Revista Canavieiros -- Março de 2008 3
  • 4. Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson A queima da cana com os dias contados Os fornecedores independentes, representados pela Orplana, aderiram ao Protocolo Agroambiental, que antecipa os prazos para o fim das queimadas Pag. Pag. 20 OUTRAS DESTA DESTA QUES Entrevista CONSECANA Pag. Josias Messias Presidente da ProCana (empresa que edita o JornalCana) 16 Pag. 23 REPERCUTIU Vinte anos retratando o setor Pag. Pag. 05 24 Pag. 26 Pag. 28 Pag. 31 10 Copercana - Copercana inaugura filial em Campo Florido Pag. 32 Notícias Pag. 36 Ponto de vista Presidente do Grupo Maubisa, CDES; conselheiro da ABDIB, AMCHAM e UNICA INFORMAÇÕES SETORIAIS ARTIGO TÉCNICO Desafio Pag. Pag. Notícias 09 09 13 Canaoeste - São Francisco Saúde inaugura unidade em Sertãozinho em parceria com o Netto Campello Hospital e Maternidade - Canaoeste promove reunião de variedades Notícias LEGISLAÇÃO Pag. Pag. CULTURA DE ROTAÇÃO CULTURA AGENDE-SE Pag. 37 Pag. 38 CLASSIFICADOS 17 Cocred - Novos tempos em Serrana - Cocred e Copercana realizam assembléia Pag. Novas Tecnologias Tecnologias CTC disponibiliza carta de solos O serviço, será disponibilizado exclusivamente aos associados da Canaoeste 4 4 Revista Canavieiros - Março de 2008 COLABORAÇÃO: Marcelo Massensini DIAGRAMAÇÃO: Rafael H. Mermejo FOTOS: Carla Rossini Marcelo Massensini DESTAQUE Pag. Maurilio Biagi Filho EQUIPE DE JORNALISMO: Carla Rossini – MTb 39.788 Cristiane Barão – MTb 31.814 Pag. Pag. 34 COMERCIAL E PUBLICIDADE: (16) 3946-3311 - Ramal: 2008 comercial@revistacanavieiros.com.br DEPARTAMENTO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO: Ana Carolina Paro, Carla Rossini, Daniel Pelanda, Letícia Pignata, Marcelo Massensini, Rafael Mermejo, Roberta Faria da Silva, Talita Carilli. IMPRESSÃO: São Francisco Gráfica e Editora TIRAGEM: 7.500 exemplares ISSN: 1982-1530 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311 www.revistacanavieiros.com.br revistacanavieiros@copercana.com.br
  • 5. Entrevista Josias Messias Presidente da ProCana (empresa que edita o JornalCana) Vinte anos retratando o setor Cristiane Barão O JornalCana completou 20 anos e a comemoração reuniu boa parte das lideranças do setor em um jantar realizado no último dia 5, em São Paulo. Como parte da programação, a entrega de homenagens a 20 personalidades e empresas que incentivaram o jornal em seu início. Entre elas o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, e o ex-presidente da Copercana e Canaoeste, Fernandes dos Reis, falecido em fevereiro de 99. Reis foi lembrado com a apresentação de um vídeo sobre sua história e colaboração ao associati- vismo. A homenagem foi recebida por Fernandes dos Reis Filho. De acordo com Josias Messias, presidente da ProCana, empresa que edita o JornalCana, Fernandes dos Reis e Ortolan permitiram o acesso do jornal à realidade dos produtores independentes, além de terem apoiado o veículo em momentos decisivos, que foram os primeiros anos, de 93 e 94 Retratando e acompanhando a realidade sucroalcooleira, o jornal também sofreu com os altos e baixos do setor. Parou de circular em abril de 90, em meio à crise de preços, e retornou às bancas e aos endereços dos elos da cadeia em setembro de 93. Hoje o veículo se consolidou como um dos mais importantes do setor, contribuindo com as discussões e também provocando o debate. À frente do JornalCana desde 88, esse jornalista de 38 anos traz frescas na memória as principais fases porque passou o setor sucroalcooleiro nesses últimos 20 anos e também detecta tendências. Leia, a seguir, a entrevista que ele concedeu à Canavieiros. Revista Canavieiros - Março de 2008 5
  • 6. Entrevista Canavieiros: Como você vê o cres- curando novas alternativas, precisa- pela falta do álcool. Nesse período, cimento do setor nesses últimos 20 va enxergar novas opções. O gover- também tinha que haver uma correanos? no começou literalmente a ser irres- ção gerencial porque os preços não Josias Messias: Em 88 o setor es- ponsável, ou seja, começou a deixar estavam remunerando. Era necessátava no final de um ciclo de prosperi- de cumprir suas funções. Por outro rio fazer uma mudança interna gerendade e crescimento, que começou em lado, o setor não poderia ficar como cial, buscar redução de custo. Antes 75, quando veio o Proálcool. Contudo, estava porque ia acabar sucateado. não precisava fazer isso porque tudo no final da década de 80, a principal Então, foi um período de transição, era determinado. Aí, o governo simdificuldade era o engessamento da pro- quando houve muitas estratégias e plesmente começou a sair efetivamendução. Tudo o que as usinas deveriam discussões a respeito do que fazer e te, mas ainda aparecia como aquele fazer era determinado pelo IAA (Insti- nós participamos tanto das mudanças pai que some de casa, deixa de cumtuto do Açúcar e Álcool). Houve o con- estratégicas como gerenciais, onde prir com a obrigação, mas na festa de gelamento dos preços para reduzir a conceitos de liberdade de comerciali- aniversário aparece. O governo saiu inflação e especialmente o setor sen- zação começaram a ser colocados com no momento de excesso de oferta, que tiu muito isso. Isso culminou com a força. Houve o caso da primeira ex- culminou com a crise de 99, quando pseudo-falta de álcool. Por que pseu- portação direta de um grupo produ- o álcool era vendido a R$ 0,14 o litro do? Era estranho a gente saber que ti- tor fora do IAA, que foi do grupo na usina e seu preço de custo era R$ nha álcool nas usinas e estava faltan- Cosan, que conseguiu isso via judici- 0,36. Aí veio a grande crise de 99, do nos postos. Por isso, a gente come- al. Um marco. Foi uma época de uma quando tantas usinas fecharam. E çou a articular diversas Deus salvou o setor. De 99 ações com os prefeitos para para 2000 havia a cana biO setor conquistou uma tentar mostrar à opinião púsada e veio uma grande competitividade, um nível de blica e para obrigar o goverseca. Então foi um ano de no a tirar o álcool das usinas preços baixíssimos e outro linguagem externa, que são para atender o consumidor. de preços altos. “ importantes. Se o governo federal não atrapalhar já é muito. Canavieiros: Essa crise teve desdobramentos... Messias: O que era uma crise econômica - as usinas não estavam tendo a remuneração adequada de suas atividades -, passou a ser também uma crise de credibilidade. E pior: não dos usineiros apenas. A crise passou para o combustível e para os carros. Tanto que até então mais de 90% da frota comercializada era a álcool e já no ano seguinte caiu drasticamente. Assim se passaram alguns anos e em abril de 90 o JornalCana parou de circular. A partir de 93 o setor começou a ter novas perspectivas porque o houve um saneamento do mercado. Muitas usinas fecharam as portas e então começou a haver um ajuste. O setor tinha que tocar e aí retomamos o JornalCana a partir de setembro de 93, junto à primeira Fenasucro. Diria que aí foi um período de transição. Canavieiros: O que caracterizou essa transição? Messias: O mercado externo de açúcar continuava propício e o mercado interno de álcool - como houve fechamento de várias destilarias - se tornou saneado, praticamente equilibrado. Na verdade o setor estava pro6 Revista Canavieiros - Março de 2008 sustentação do setor, houve crescimento e o que tinha que fechar, fechou naquele período de 88 a 93. Canavieiros: Mas depois disso houve a crise de 1999.... Messias: Além da falta de unidade, o setor sofria de outras duas maneiras: com a pecha de usineiros - que eram considerados os degradadores de tudo, concentradores de renda - e com a crise de credibilidade gerada Josias Messias entregou uma homenagem ao presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan Canavieiros: O que o setor aprendeu com as crises? Messias: O setor começou a fazer as mudanças estratégicas. A Unica foi estabelecida, os independentes se aglutinaram, os sindicatos e entidades regionais foram fortalecidos. Ainda que não houvesse uma entidade que representasse o setor no âmbito nacional, pelo menos já se falava uma mesma linguagem. A partir de 2001/02 o setor começou a enxergar uma nova tendência no mercado, que era a questão ecológica, que foi o fator funda-
  • 7. Entrevista cionais que já estão com ações nas bolsas. Esses estão bem porque não dependem da geração de caixa. Esses vão continuar adquirindo, tocando os projetos porque o dinheiro que têm não possui nenhuma relação com a competitividade do negócio, com a geração de caixa da própria atividade. Eles estão baseados numa perspectiva de lucro, de uma tendência futura. Também estão bem os fornecedores de equipamentos, principalmente os industriais, cujo parque está mais de 70% ocupado. Quem está sofrendo? Todos os demais, as usinas sofrem, os fornecedores sofrem, em algumas regiões mais e em outras menos. Canavieiros: O Consecana é ainda o melhor mecanismo? Messias: É o melhor, mas ainda Fernando dos Reis Filho e José Guilherme Moro dos Reis representaram o ex-presidente tem muitos mecanismos para ser trada Copercana, Canaoeste e Cocred, Fernandes dos Reis balhados. Talvez a gente agora enconmental para a criação do Proálcool, e o nomia do ICMS (Imposto sobre a Cir- tre um período que vá reforçar um benefício econômico da sustentabili- culação de Mercadorias e Serviços). pouco mais esse relacionamento prodade, da distribuição de renda. Isso Várias alíquotas para o imposto permi- dutor/usina em algumas regiões porque os grãos voltaram a sucriou uma oportunidade bir. Isso beneficia o fornepara o setor. O setor come...o governo precisa liberar a a opçou a enxergar que, havencomercialização de álcool direto para cedor porque ele temdisso. do uma coerência estratégição e a usina sabe ca e uma competitividade geIsso vai continuar forçando os postos, já que hoje as usinas são rencial, haveria a possibilia melhorar a remuneração do responsáveis pela qualidade e pelo dade de atuar de forma libefornecedor, mas isso é extreralizada e que essa nova tenmamente regionalizado. A recolhimento dos impostos. dência permitiria investimengente sabe que isso não é tos externos. tem o “passeio de notas” e outras dis- imediato, que pode demorar mais em torções. É preciso ver isso e o gover- algumas regiões do que em outras. Canavieiros: Qual deve ser a par- no federal tem um papel fundamental. ticipação do governo nesse momento? Canavieiros: E você acha que nesMessias: Acho um fator importanCanavieiros: Com essa oscilação ta safra os preços serão um pouco mete. O BNDES e os investimentos es- nos preços, quem está firme no se- lhores? trangeiros são os principais financia- tor hoje? Messias: Eu não sou muito bom em dores do setor, especialmente para os Messias: Os grupos que têm ações números. Mas se fosse para eu chutar, pequenos e médios grupos. O setor nas bolsas e que têm relacionamento eu chutaria em 10% para baixo e 5% para conquistou uma competitividade, um com investidores estrangeiros. Esses cima. Os únicos fatores altistas são o nível de linguagem externa, que são im- são os únicos grupos que estão bem. preço internacional do petróleo e o merportantes. Se o governo federal não Você tem a Cosan e mesmo grupos na- cado de açúcar no exterior. Pode ser que atrapalhar já é muito. Preciesses dois fatores possam lesam ser feitas algumas coivar o preço médio de açúcar e sas que deixaram de ser feiálcool na safra, na remuneratas. Primeiro, o governo ção da usina, para cima. E Os 20 anos do JornalCana foram comemorados em precisa liberar a comerciaacho que no máximo 5%. Em março com a entrega de homenagens pelo jornalista Josilização de álcool direto para compensação, existe uma séas Messias a 20 personalidades que apoiaram o veículo os postos, já que hoje as rie de outros fatores que poem momentos decisivos. Entre eles, o presidente da Causinas são responsáveis dem jogar para baixo de 10%. naoeste, Manoel Ortolan, e o ex-presidente Fernandes pela qualidade e pelo recoInclusive o dólar que tem toda dos Reis, falecido em 99, e que foi representado na ocalhimento dos impostos. Há perspectiva de continuar abaisião por Fernandes dos Reis Filho. também a questão da isoxo do que está. “ Comemoração Revista Canavieiros - Março de 2008 7
  • 8. Ponto de Vista O Protocolo Agroambiental e suas implicações Manoel Carlos de Azevedo Ortolan* A adesão dos fornecedores independentes de cana ao Protocolo Agroambiental no último dia 10 merece um olhar mais atento, sobretudo em relação às implicações que as diretrizes do termo terão sobre esses produtores, que são, em sua grande maioria, pequenos e médios. O acordo assinado pela Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) e pelo Governo do Estado antecipa os prazos para a eliminação da queima da palha da cana de 2021 para 2014 para as áreas mecanizáveis e de 2031 para 2017 para as áreas onde ainda não é possível o trabalho das colhedoras. O mesmo protocolo foi assinado pela Unica, que representa as indústrias, em junho do ano passado e de lá para cá o índice de colheita mecanizada avançou de forma importante. Dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) indicam que na safra passada houve uma redução de 110 mil hectares na área de queima, em comparação com a safra anterior. Isso equivale à área de 155 mil campos de futebol. No total, o índice de colheita mecanizada passou de 30% em 2006 para 47% em 2007. Pelo ritmo da substituição do corte manual pelo mecanizado observado na última safra, o setor acredita que até 2012, antes do prazo estipulado pelo próprio protocolo, a queima da palha da cana para a colheita estará extinta. Se para aqueles que não são do ramo os prazos podem parecer amplos demais, para quem vive da atividade, eles são bastante justos. A realidade dos pequenos e médios produtores é diferente da das indústrias e as dificuldades são bem maiores. Esses fornecedores independentes somam em São Paulo 13 mil e cultivam, em média, 58 hectares. Setenta e oito por cento deles entregam até 4.000 toneladas de cana, grande parte tem a propriedade como fonte de sustento e suas famílias estão na atividade há várias gerações. Juntos, foram responsáveis por 26% da cana processada pela indústria paulista na safra 2006/07 e sofreram com maior intensidade os reflexos da perda de renda, decorrente da queda nos preços do açúcar e álcool na safra passada. A implantação da colheita mecanizada requer um alto investimento em equipamentos. Implica não somente a compra da colhedora, cujos preços se aproximam de R$ 1 milhão, mas numa frente de máquinas com tratores, veículos de transbordo, caminhões. É um custo consideravelmente alto para os fornecedores que, por serem pequenos e médios, não têm escala e, sozinhos, dificilmente terão acesso a esses equipamentos. Associados da Canaoeste e autoridades de Sertãozinho e região se reuniram no Palácio dos Bandeirantes para a cerimônia de assinatura do Protocolo Agroambiental, no último dia 10 de março 8 Revista Canavieiros - Março de 2008 A adesão ao mesmo protocolo assinado pelas indústrias foi uma demonstração do comprometimento desses produtores a uma causa maior, que é garantir a produção socialmente justa e ambientalmente responsável. Isso irá exigir um esforço da Orplana e das associações filiadas em duas frentes: por um lado, buscar meios para que os produtores adquiram escala e tenham acesso aos equipamentos e, por outro, juntamente com entidades de pesquisa e fabricantes, viabilizar o desenvolvimento de colhedoras de menor porte e mais baratas. Se isso não acontecer, os pequenos e médios desaparecerão, assim como já ocorreu em outras cadeias produtivas e setores da economia. Num país onde as políticas públicas favorecem apenas os extremos - a agricultura familiar e as grandes instituições financeiras -, quem fica no meio corre sério risco de ser massacrado. E ao aderirem ao protocolo, os produtores independentes estão fazendo a sua parte, dando a sua contribuição para o desenvolvimento sustentado e para o fortalecimento da atividade canavieira. Pelo perfil que têm, de pessoas de bem e responsáveis, não irão se omitir e cumprirão o acordo mesmo com todas as dificuldades que terão pela frente. *presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo). mortolan@canaoeste.com.br
  • 9. Ponto de Vista Desafio Maurilio Biagi Filho* D izem que o preço do etanol está subindo. E que a culpa desses recentes aumentos é dos produtores. Antes que você concorde com esses comentários, peço que leia este artigo até o final. ça, tenha ou não carro, porque a Petrobrás (leia-se governo) incorpora os custos. É a cortesia com chapéu alheio – o seu chapéu, claro. Essa perversa distorção acontece porque enquanto o etanol tem preço regulado pelo mercado, a gasolina tem tarifa (artificial ou “arte oficial”?). Como tem preço, o álcool está sujeito à mais antiga lei de mercado: oferta e procura. Está disponível no site da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - a Esalq - da USP, por quanto o álcool vem sendo vendido pelas usinas às distribuidoras nos ... o valor energético do etanol corresponde a últimos 5 anos. 80% do valor da gasolina. Logo, ele deveria Percorrendo a lista, vemos custar nos postos 80% do preço da gasolina, que no dia 7 de algo em torno de R$ 1,70. março de 2003, fim da entressafra, o litro de álcool hidratado, que Por ser um produto que vem da naabastece os nossos carros, era vendi- tureza, como as frutas, os legumes, os do pelas usinas a R$ 0,90. Repito: grãos – ele tem safra e entressafra. R$0,90. Guarde esse valor. Portanto, quando a oferta é maior (na safra), o preço cai; quando é menor No começo da entressafra de 2004, (entressafra), sobe (com as exceções no dia 7 de dezembro daquele ano, o que confirmam a regra). litro saía das usinas a R$ 0,89. Exatamente um ano depois, era comerciMais um dado interessante: o valor alizado por R$ 0,98 e, no dia 7 de de- energético do etanol corresponde a 80% zembro do ano passado, a R$ 0,85. do valor da gasolina. Logo, ele deveria Este ano, novamente por R$ 0,85. Mas custar nos postos 80% do preço da gaalerto que esse preço está prestes a solina, algo em torno de R$ 1,70. Mas subir novamente. custa menos, embora tenha mais valor em diversos outros aspectos. O meu desafio é encontrar alguém que mostre um produto essencial, que “Mas qual é a saída para esse dilehoje esteja mais barato do que há cinco ma”? - você pode perguntar. E eu resanos, em seu local de produção. Desa- pondo: as usinas armazenarem etanol fio também, alguém a encontrar no site para fazer o estoque regulador e equide qualquer universidade, do governo, librar os preços de um produto fabriórgão de pesquisa ou da própria Petro- cado em sete meses, mas que precisa brás, por quanto ela vende a gasolina durar doze. às distribuidoras. Nem mesmo seus acionistas têm acesso a essa informação. Só que essa resposta não convém, Não se esqueça de que estamos falan- já que o governo não permite. Diz que é do de uma empresa pública! contra a lei, porque essa prática pode caracterizar a formação de cartel. Por A gasolina brasileira é a única do outro lado, o próprio governo não cummundo que não sofre alteração de pre essa mesma lei, que determina que preços, se o barril do petróleo custar ele tenha os estoques reguladores. US$ 40,00 ou US$ 110. Generosidade do governo? Não. Pode ter certeza Para concluir, afirmo: produtores são que você é quem paga essa diferen- culpados. Não pelo suposto aumento “ do álcool e sim por negligenciar todas essas informações que estou fornecendo agora. Ah! Eu disse no começo desta nossa conversa que dizem que o etanol subiu de preço. Há cinco anos, era vendido às distribuidoras por R$0,90. No dia 7 deste mês, os preços praticados pelos produtores eram de R$0,85 o litro. Foi o álcool que subiu ou aumentaram o preço do álcool? Lembrando que no começo do governo do Presidente Lula, há cinco anos, o combinado com ele e com o ministro Roberto Rodrigues na época foi de um preço de até R$ 1,00 o litro, ao produtor.... *Maurílio Biagi Filho é, presidente do Grupo Maubisa, acumula as funções de Presidente do Conselho da Holding Moema e Integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República – CDES. Como conselheiro, atua em importantes instituições: ABDIB - Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base; AMCHAM - Câmara Americana de Comércio e UNICA - União da Indústria de Cana-de-açúcar. Revista Canavieiros - Março de 2008 9
  • 10. Notícias Copercana Copercana inaugura filial em Campo Florido Carla Rossini Loja em Minas é a nona de ferragens e magazine da cooperativa e a terceira fora do Estado de São Paulo A Copercana inaugurou no dia 15 de fevereiro, na cidade mineira de Campo Florido, sua nona loja de ferragens e magazine. A nova filial se soma às unidades de Sertãozinho, Cravinhos, Serrana, Pontal, Pitangueiras, Severínia, Frutal e Uberaba. Campo Florido é a terceira loja fora do Estado de São Paulo. Aproximadamente 100 pessoas participaram da cerimônia de inauguração, que contou com a presença do presidente da Copercana e Cocred, Antonio Eduardo Tonielo e do diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti. Também estiveram presentes os prefeitos de Campo Florido e Pirajuba, José Catanante Neto, e Marcos César Brunozzi, respectivamente, além de vereadores, cooperados, parceiros e representantes de associações e usinas daquela região. Em seu discurso, Antonio Eduardo Tonielo lembrou que, com a inauguração da ampla e moderna filial, os cooperados e clientes da cidade e dos arredores poderão desfrutar dos bons preços e condições de pagamento que a Copercana oferece. “São oportunidades e condições de compra só vistas nos grandes centros urbanos”, afirmou e completou: “nesta data tão sig- Fachada da loja de ferragens e magazine da Copercana em Campo Florido nificativa, queremos compartilhar com os amigos aqui presentes esse momento de alegria por alcançarmos mais um objetivo. O nosso sucesso, sem dúvida, se deve ao apoio e à confiança que nossos cooperados têm depositado nesta instituição, aliado ao esforço e à dedicação de nossa equipe de trabalho”. Os funcionários Renato, Lauriane, Larissa, Elida e Alexandre que já estão atendendo na loja de Campo Florido. O agrônomo da Copercana, Flávio Guidi, leu uma passagem da Bíblia durante a benção concedida pelo padre Eliseu Pereira de Carvalho. 10 Revista Canavieiros - Março de 2008 A nova loja atenderá a região de Campo Florido e terá um agrônomo à disposição dos cooperados para orientação de produtos e serviços nas lavouras. “A Copercana acreditou no potencial dessa região, que está crescendo junto com o setor sucroalcooleiro e colocou o que há de melhor à disposição dos cooperados”, afirmou o diretor Pedro Esrael Bighetti.
  • 11. Notícias Copercana Os convidados visitaram o interior da loja após a cerimônia de inauguração Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana e Cocred, durante o discurso inaugural. O prefeito de Campo Florido, José Catanante Neto, agradeceu aos diretores da Copercana por acreditarem na cidade. “Essa inauguração é uma demonstração de confiança na nossa cidade e estamos muito lisonjeados com este ato”, disse. Representando os cooperados, Tadeu Magri destacou o princípio da Copercana, de sempre estar auxiliando seus cooperados. “Hoje nós ganhamos um parceiro chamado Copercana, que vem para auxiliar no dia-adia dos agricultores. Temos de usufruir dessa parceira que chegou para mudar a história dessa região”, afirmou o cooperado. Após a bênção no local, os convidados participaram de um coquetel oferecido pela Copercana. Observado pelo presidente da Copercana e Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, pelo diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti e pelo assessor das diretorias do sistema, Manoel Sérgio Sicchieri, o prefeito de Campo Florido, José Catanante Neto, agradeceu a Copercana pela confiança depositada na cidade. Tadeu Magri discursou em nome dos cooperados Revista Canavieiros - -Março de 2008 Revista Canavieiros Março de 2008 11 11
  • 12. Notícias Copercana Secretário da Agricultura participa de Workshop em Sertãozinho Carla Rossini Diretores da Copercana, Canaoeste e Cocred participaram de reunião com o secretário, João Sampaio P ara apresentar dados de pesquisa sobre a qualidade da carne da raça caracu e os avanços técnicos, o Instituto de Zootecnia (IZAPTA), da secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, realizou no dia 22 de fevereiro no Centro de Pecuária de Corte em Sertãozinho, o Workshop “Caracu – carne para mercados exigentes”. O evento contou com a participação do secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, João Sampaio, do prefeito de Sertãozinho, José Alberto Gimenez, do presidente da Copercana e Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, do presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, e do diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti. Após o evento, João 12 Revista Canavieiros - Março de 2008 Sampaio se reuniu com o prefeito da cidade e com os diretores do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred para discutir assuntos de interesse do setor canavieiro. Na abertura, João Sampaio falou sobre a importância do melhoramento de carcaça que vem sendo realizado. “Estamos aqui para discutir a raça caracu e mostrar a qualidade dessa carne ao mercado. Hoje os participantes terão a oportunidade de conhecer nossas pesquisas que apontam resultados surpreendentes”, salientou o secretário. José Alberto Gimenez, prefeito Municipal de Sertãozinho; Pedro Esrael Bighetti, diretor da Copercana; João Sampaio, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo; Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana e Cocred e Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste. Especialistas e pesquisadores científicos do Instituto de Zootecnia, da Embrapa Gado de Corte e o IAPAR (Ins- tituto Agronômico do Paraná) apresentaram resultados de trabalhos realizados com o gado caracu.
  • 13. Notícias Canaoeste São Francisco Saúde inaugura unidade em Sertãozinho em parceria com o Netto Campello Hospital e Maternidade Da redação A São Francisco Saúde, operadora de planos de saúde do Hospital São Francisco de Ribeirão Preto, inaugurou no dia 28 de fevereiro uma unidade própria de atendimento em Sertãozinho. A unidade fica anexa ao Netto Campello Hospital e Maternidade, que é parceiro da operadora. A população de Sertãozinho poderá optar pelos serviços de saúde em seu município, com corpo clínico completo, além de uma ampla estrutura de atendimento em Ribeirão Preto que conta com a tradição e qualidade do Hospital São Francisco, Maternidade Sinhá Junqueira, Hospital-Dia, São Francisco Pediatria, Centros Avançados de Dignósticos por Imagem, entre outros serviços credenciados. mos três modalidades básicas de plano: o pleno, o integrado e o total. Cada cliente pode optar pelo que mais atende a sua demanda. Para pessoas jurídicas oferecemos ainda gestão de sinistralidade, relatórios gerenciais, que permitem maior controle de custos, entre Os planos de saúde estarão disponíveis tanto para pessoas jurídicas (empresariais) quanto para pessoas físicas (individuais e familiares) de maneira customizada, para atender as necessidades específicas de cada cliente. “Te- outros benefícios”, explica Carla Musa, diretora da São Francisco Saúde. valor à cidade. “Estamos satisfeitos e nos sentimos fortalecidos com esta parceria porque a São Francisco Saúde é uma empresa muito bem conceituada em nossa região. Essa parceria certamente trará benefícios para a população de Sertãozinho e também para as cidades vizinhas. Quem ganha com isso são os clientes que André Junqueira Santos Pessoa, diretor podem optar pelo plano de saúde presidente do Hospital que mais se adapte ao seu perfil”, São Francisco afirma Ortolan. De acordo com o presidente do Netto Campello Hospital e Maternidade, Manoel Ortolan, esta parceria agrega muito Autoridades e empresários sertanezinos prestigiaram a cerimônia de inauguração da São Francisco Saúde em Sertãozinho. A São Francisco Saúde de Sertãozinho fica localizada na Rua Voluntário Otto Gomes Martins (anexo ao Netto Campello Hospital e Maternidade). Os clientes São Francisco Saúde em Sertãozinho têm direito a todas as coberturas previstas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e contam com atendimento de emergência 24 horas em todo o Brasil, por meio de convênio com a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), resgate aeroterrestre e Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) 24h (0800-183456). Manoel Ortolan, Antonio E. Tonielo e Pedro Esrael Bighetti 01 03 02 Legendas 01 - Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste e do Netto Campello Hospital e Maternidade, Lício Cintra, gerente comercial da São Francisco Saúde e Daniel Annibal, diretor da Canaoeste. 02 - Luiz Carlos Tasso Júnior, diretor da Canaoeste, Manoel Sérgio Sicchieri, assessor das diretorias, Paulo César Canesin, diretor da Canaoeste e Marcos Lopes Fernandes, gerente administrativo do Netto Campello. 03 - Frederico José Dalmaso, Oswaldo Alonso, Antonio Eduardo Tonielo, Paulo César Canesin e Francisco Urenha. Revista Canavieiros - Março de 2008 13
  • 14. Notícias Canaoeste Canaoeste promove Canaoeste promove reunião de variedades reunião de variedades Marcelo Massensini Evento reuniu aproximadamente 200 pessoas e contou com palestras dos principais pesquisadores envolvidos com o desenvolvimento de variedades de cana-de-açúcar N o dia 21 de fevereiro, a Canaoeste realizou, com o apoio da FMC, o I Encontro Sobre Variedades de Cana-de-Açúcar, em Bebedouro. O objetivo do encontro foi apresentar aos fornecedores associados as principais variedades de cana-de-açúcar, bem como mostrar a importância do desenvolvimento e manejo de novos cultivares. O evento contou com a participação de aproximadamente 200 pessoas, entre elas associados e funcionários de usinas da região. O primeiro palestrante foi o professor Dr. Hermann Paulo Hoffmann, coordenador do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar – PMGCA, da RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro). Hoffmann mostrou estatísticas que apontam as variedades RB como as mais plantadas no Estado de São Paulo. “A grande preocupação é criar variedades que se adaptem ao plantio mecanizado”, explica. Além destas, o professor avisa que novas variedades virão, mas sem pressa. “Pode ser que liberemos este ano ou o ano que vem. Mas, as instituições conveniadas, como a Canaoeste, já têm acesso a esse material. A liberação é só uma formalidade”, diz. A segunda apresentação foi feita pelo pesquisador CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), Carlos Suguitani. Ele apresentou as 15 variedades da instituição, mostrando as principais características de cada uma e, também, adiantou a criação de novos cultivares. Suguitani alertou os produtores sobre a procedência das mudas usadas nos canaviais. “Temos que ter atenção e buscar orientação para não ter problemas futuros com a escolha das variedades”, fala. O diretor do Centro de Cana do IAC em Ribeirão Preto, Marcos Guimarães de Andrade Landell, foi o terceiro palestrante. Landell mostrou comparativos que mostram um aumento de 30% na produtividade média dos canaviais desde 1990. Ele ressaltou, ainda, a “necessidade de os produtores se atualiHermann “Esse tipo de evento é importantíssimo, pois gera uma competição entre os programas de melhoramento. O fornecedor tem que assistir para conhecer os materiais e escolher os melhores, tudo dentro de ética, profissionalismo, em eventos bem organizados com bastante gente, assim como esta reunião da Canaoeste.” 14 Revista Canavieiros - Março de 2008 zarem e utilizarem as novas variedades lançadas”. Segundo o pesquisador, o manejo varietal é uma forma de promover ganhos em situações específicas. A penúltima apresentação foi do pesquisador da CanaVialis, Sizuo Matsuoka. Entre outros assuntos, Matsuoka explicou que a escolha de uma variedade não é uma tarefa simples. “(O produtor) tem que analisar bastante para ter o melhor rendimento possível, principalmente quando o preço da cana cai. Se ele está ganhando, não se preocupa muito, mas quando cai o preço percebe a importância de uma boa escolha”, diz. Por isso, para ele, a tecnologia é de extrema importância. O último palestrante foi Engenheiro Agrônomo da FMC, Carlos Silvio Correa Júnior, trazendo as principais Inovações e Soluções em Cana-deAçúcar, promovidas pela FMC, empresa que apoiou a reunião. “Viemos trazer maiores informações a respeito de nossos produtos, que são os herbicidas para cana-de-açúcar e o nematicida para o tratamento fito-sanitário da cana planta. Esse é o objetivo maior que trouxe a FMC aqui hoje juntamente com a Canaoeste. Para prestar esse serviço aos associados”, termina.
  • 15. Sizuo “Primeiramente, é importante reunir os produtores e passar para eles as características de todas as variedades. Existem muitas e o produtor fica meio perdido entre qual delas ele deve plantar. Nesse evento ele pôde perceber as qualidades das variedades e comparar com as novas, para poder chegar na associação e escolher as mudas de acordo com o ambiente de sua plantação.” Landell “Para o fornecedor, esse evento é uma oportunidade de receber mais informações sobre o desenvolvimento de novas variedades, pois a variedade da cana-de-açúcar é o principal insumo tecnológico que um produtor pode ter. Então, é vital para ele.” Notícias Canaoeste Suguitani “Um evento como este é muito importante para divulgar as variedades aos fornecedores. Porque, na maioria das vezes, eles não têm contato com essas variedades novas e a associação com certeza tem. Então isso ajuda o fornecedor a saber qual a melhor variedade para ele pedir para a associação.” Pitangueiras: Atendimento Pitangueiras: Atendimento odontológico de qualidade odontológico de qualidade Consultório da cidade está operando abaixo de sua capacidade. Segundo a responsável, poucos sabem que têm direito a atendimento P itangueiras é uma das cidades com maior número de associados da Canaoeste, mas poucos deles sabem que a associação disponibiliza um convênio odontológico de qualidade e com condições exclusivas para o os fornecedores e seus funcionários. A dentista responsável pelo atendimento na cidade, Cláudia Seriça, conta que anos atrás, o consultório ficava no mesmo prédio do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred e que realizava um número grande de consultas mensais. “Nós resolvemos mudar para uma área mais central, para facilitar a vida do associado, mas o número de atendimentos caiu”, diz. Segundo ela, muitos produtores pensaram que a Canaoeste parou de oferecer o serviço. Mas não parou, não. Os fornecedores da Canaoeste e seus funcionários ainda contam com um convênio odontológico, rápido, ágil e com profissionais competentes. “Muitos convênios não trabalham com horário marcado, aqui não. O associado escolhe o dia e a hora que quer ser atendido”, além disso, Cláudia ressalta a preocupação que a Canaoeste tem em manter os dentistas sempre atualizados a fim de manter a excelência em atendimento. “Nas reuniões, nós somos incentivados a nos reciclar e nos capacitar cada vez mais”, explica Cláudia. A família de Silvio Márcio Martins utiliza o serviço odontológico da Canaoeste há quase dez anos. “Estou muito satisfeito, não tenho do que reclamar. O preço é bom, o atendimento é bom. Toda a minha família é atendida aqui”. Juliana Martins, de 16 anos, filha de Silvio também aprova. “Antes eu tinha medo de dentista, agora já acostumei com a Cláudia, comecei a confiar”, elogia. Revista Canavieiros - Março de 2008 15
  • 16. Notícias Canaoeste Canaoeste reelege presidente Carla Rossini N Manoel Ortolan foi reeleito para o quadriênio 2008/2011 a Assembléia Geral Ordinária, realizada em 14 de fevereiro, a Canaoeste reelegeu o presidente Manoel Ortolan e definiu os membros da diretoria e do conselho fiscal para o quadriênio 2008/ 2011. A assembléia ocorreu no auditório da associação, onde também foram lidos, discutidos e aprovados o balanço, o relatório da diretoria e parecer do conselho fiscal referentes ao exercício de 2007. DIRETORIAEXECUTIVA: Manoel C. de Azevedo Ortolan – presidente Augusto César Strini Paixão – vice-pres. Luiz Carlos Tasso Júnior – 1º secretário Paulo Paulista Leite Silva Júnior – 2º secretário Francisco César Urenha – 1º Tesoureiro João Nilson Magro – 2º Tesoureiro José Mário Paro – diretor adjunto CONSELHO FISCAL EFETIVO - Luiz Clemente Lunardi - Plácido Heitor Castro Boechat - Paulo César Canesin CONSELHO FISCAL SUPLENTE Diretores da Canaoeste Consecana - José Natal Lucato - Alexandre Jorge Saquy Neto - Daniel Annibal CIRCULAR Nº 13/07 DATA: 29 de fevereiro de 2008 Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de ajuste parcial da safra 2007/2008. O preço médio acumulado do kg de ATR para o mês de FEVEREIRO é de R$ 0,2432. Os preços de faturamento do açúcar nos mercados interno e externo e os preços do álcool anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de ABRIL de 2007 a FEVEREIRO de 2008 e acumulados até FEVEREIRO, são apresentados ao lado: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinados à industria (AAI e AHI), incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado, carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de ABRIL de 2007 a FEVEREIRO de 2008 e acumulados até FEVEREIRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/ 07, são os seguintes: 16 Revista Canavieiros - Março de 2008 Preços médios mensais e acumulados do kg de atr no período de abril/ 2007 a fevereiro/2008 – safra 2007/2008
  • 17. Novos tempos em Serrana Notícias Cocred Marcelo Massensini Uma das agências mais antigas da Cocred chega em 2008 com mais de 230 cooperados; atendimento é elogiado A “ qui temos um atendimento diferenciado”, diz Octácilio de Freitas Junqueira, cooperado da Cocred há mais de quatro anos, quando questionado por que prefere a cooperativa. “Se você for a um banco convencional para falar com o gerente, você vai ficar horas esperando. Aqui, na cooperativa de crédito, o atendimento faz a diferença. Pelo menos para mim é uma coisa que conta muito”, completa. Junqueira conta que se tornou cooperado por influência da mãe, que já era associada, e que hoje praticamente todas as suas movimentações financeiras são feitas pela Cocred. Octacílio também destaca como outro grande atrativo o fato de a cooperativa ser voltada apenas para o produtor rural. “Todos os produtos são diferenciados para o produtor. As taxas de juros e tarifas são muito baixas.” O cooperado diz ainda que os produtos e serviços não deixam a desejar em relação a outras instituições. “Devido ao preço baixo da cana, não tem sobrado muito dinheiro para aplicações. Assim, eu sempre uso as linhas de crédito rural, pois têm taxas muito menores do que as outras. Tenho só que falar bem da Cocred. Estou muito satisfeito”, diz. Recomeço: o gerente Maurício Rodrigues retorna à Serrana Prédio do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred, no detalhe fachada da agência da Cocred Maurício Rodrigues, gerente da agência, endossa a opinião de Junqueira. Segundo ele, o que o cooperado mais preza é a qualidade do atendimento, o fato de chegar e poder ser atendido na hora e ter uma maior proximidade com os funcionários. “Quando precisam de alguma coisa, eles falam direto comigo. As funcionárias dos caixas são bem atenciosas. Todos gostam daqui pela qualidade do atendimento”, explica ele. Octacílio Junqueira Em março, Rodrigues assumiu novamente a chefia da agência, depois de pouco mais de um ano. “Gerenciei a agência da Cocred de Serrana durante 2 anos e meio e obtivemos diversas conquistas, como o aumento no quadro de cooperados e os bons resultados da agência, além de dar maior segurança aos cooperados”, conta o gerente. “Agora temos um outro desafio, que é voltar a fazer a agência de Serrana crescer e ao mesmo tempo continuar gerenciando a agência de Cajuru, que cresce a cada dia”, completa. Para isso, ele explica que estão sendo montadas equipes de qualidade nas duas agências com o intuito de proporcionar ao cooperado maior eficiência no atendimento. A agência de Serrana tem mais de 10 anos de funcionamento e atualmente atende a mais de 230 cooperados. De acordo com o gerente, nos últimos três anos a agência tem crescido graças a um grande esforço dos funcionários e diretores. Revista Canavieiros - Março de 2008 17
  • 18. Notícias Cocred Cocred e Copercana realizam assembléia Carla Rossini Participação dos cooperados é fundamental, diz presidente N o dia 26 de março, A Copercana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) e a Cocred (Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho) realizarão suas Assembléias Gerais Ordinárias, no Clube de Campo Vale do Sol. O presidente da Copercana e Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, afirma que a participação dos cooperados nas assembléias é fundamental, já que todos são donos das cooperativas. “Os cooperados precisam comparecer nas assembléias para se interarem do que a diretoria vem realizando”, afirmou Tonielo. Na ordem do dia, a Copercana apresentará a prestação de contas do exercício de 2007, acompanhada do parecer do conselho fiscal, compreendendo: relatório da gestão de 2007; balanço contábil e demonstrativo das contas do resultado do exercício encerrado em 31 de dezembro. Também serão discutidos outros assuntos, como a destinação das sobras líquidas do exercício, eleição dos membros do conselho fiscal, fixação dos honorários da diretoria executiva e do valor da Cédula de Presença dos demais membros do conselho de administração e do conselho fiscal e a demissão e exclusão de cooperados. Já a Cocred tem como pauta, além da prestação de contas da diretoria relativa ao exercício de 2007, a destinação das sobras líquidas, eleição dos membros do conselho fiscal, entre outros assuntos de interesse dos cooperados. Assembléia da Cocred realizada em 2007 18 18 Revista Canavieiros - Março de 2008 Revista Canavieiros - Março de 2008 Balancete Mensal Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho BALANCETE - Janeiro/2008 Valores em Reais
  • 19. Revista Canavieiros - Março de 2008 19
  • 20. Reportagem de Capa A queima da cana co Carla Rossini Os fornecedores independentes, representados pela Orplana, aderiram ao O s fornecedores independentes de cana aderiram, no último dia 10 de março, ao Protocolo Agroambiental do Setor Canavieiro Paulista, que altera os prazos para a eliminação da queima da palha da cana no Estado. A assinatura do termo, feita pelo governador José Serra e por Ismael Perina, presidente da Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região CentroSul do Brasil), ocorreu no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado. O evento reuniu cerca de 300 produtores de cana, além do vice-governador, Alberto Goldman, os secretários estaduais Francisco Graziano (Meio Ambiente) e João de Almeida Sampaio Filho (Agricultura e Abastecimento), do presidente da Unica (União da Agroindústria Canavieira), Marcos Jank, dos deputados federais Mendes Thame, Duarte Nogueira e Arnaldo Jardim e os deputados estaduais Davi Zaia e Rafael Silva e do presidente do IBAMA, Bazileu Alves Margarido Neto. A Canaoeste foi representada pelo seu presidente, Manoel Ortolan, e por uma comitiva de produtores. O protocolo assinado pelos fornecedores é idêntico ao que as indústrias aderiram, em junho do ano passado. O termo de cooperação é um dos 21 itens do pacote de projetos ambientais lançado em abril do ano passado pelo Governo do Estado, visando à adoção de ações destinadas a consolidar o desenvolvimento sustentável de suas atividades. Ele antecipa os prazos para a eliminação da queima da palha da cana de 2021 para 2014 para as áreas mecanizáveis e de 2031 para 2017 para as áreas não-mecanizáveis. Durante o evento, os dados de queima da palha da cana-de-açúcar foram apresentados pelo secretário Francisco Graziano, que fez um comparativo entre as safras 2006/2007 e 2007/ 2008 mostrando uma redu- 20 Revista Canavieiros - Março de 2008 ção de 110 mil hectares na área de queima no Estado de São Paulo. Segundo ele, essa área corresponde a 155 mil campos de futebol. Ele também afirmou que houve uma expansão de 657 mil hectares na área mecanizada. Utilizando-se de mapas, elaborados pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Graziano expôs as áreas totais de queima nas duas safras. “Quero enfatizar a redução da área de queima e, ao mesmo tempo, o avanço da mecanização nos canaviais”, disse o secretário. Dados de referência sobre queim Área Total de Cana colhida no Estado de São Paulo (inclui cana usada para outros fins, além de produção de açúcar e etanol): SAFRA 2006/2007 2007/2008 ÁREA (há) 3.242.203 3.790.264 Fonte: Secretaria Estadual do Meio Ambiente
  • 21. Reportagem de Capa om os dias contados o Protocolo Agroambiental, que antecipa os prazos para o fim das queimadas Segundo dados da secretária de Meio Ambiente, na última safra, aproximadamente 50% da colheita foi feita mecanicamente, sendo que antes da criação do protocolo, a colheita mecanizada representava apenas 35%. “Se continuarmos nesse ritmo, a mecanização total em áreas com inclinação menor que 12% se dará em 2012, antes mesmo do prazo final estipulado pelo protocolo, que é 2014”, afirmou o secretário ao exibir um gráfico com o desempenho do setor na última safra. Além do fim das queimadas, o protocolo incentiva a recuperação das matas ciliares em áreas de canaviais. Graziano salientou que “a estimativa é de que 600 mil hectares de mata ciliar sejam recuperados”. Outro benefício ambiental citado no evento foi o uso da biomassa para a geração de energia. Estima-se que, até 2020, 2.000 megawatts sejam gerados a partir da biomassa da cana-de-açúcar. O secretário de Agricultura e Abastecimento, João Sampaio, lembrou que a viabilização da Observado pelo governador José Serra, o colheita mecanizada não depenpresidente da Orplana, Ismael Perina Júnior, no momento da assinatura do protocolo de somente da vontade do produtor. “Existem vários fatores que os produtores precisam enfrentar na ma da palha de cana-de-açúcar hora de fazer a colheita mecânica, uma vez CORTE DE CANA QUEIMADA: que pode ocorrer um aumento no custo e SAFRA ÁREA (há) participação isso pesa no bolso do pequeno produtor. no total Mas estamos preparados e temos apoio go2006/2007 2.132.079 65,8% vernamental para vencer essa barreira”, afir2007/2008 2.023.215 53,4% mou Sampaio. CORTEMECANIZADODECANACRUA: SAFRA ÁREA (há) participação no total 2006/2007 1.110.124 34,2% 2007/2008 1.767.049 46,6% O presidente da Orplana, Ismael Perina, salientou que os fornecedores representam 28% da produção total de cana-de-açúcar no Estado, que é o principal produtor do país, respondendo por mais de 50% da produção nacional. “Com esta adesão, estamos tornando a atividade agrícola ainda mais sustentável e toda a linha de produção de açúcar e álcool passa a ser coberta pelo Protocolo Agroambiental”, afirmou Ismael. Já, de acordo com o governador José Serra, há possibilidade de antecipar ainda mais o prazo, por conta do ritmo da expansão da mecanização. “Nós reduzimos o prazo de 2021 para 2014. E, pelo que foi dito aqui, dá até para antecipar isso”, afirmou durante o seu discurso. O governador também explicou que a decisão de eliminar gradativamente a queima da palha da cana-de-açúcar foi tomada para não prejudicar os pequenos fornecedores de cana que entregam até 12.000 mil toneladas. “A redução abrupta do uso do fogo nos canaviais poderia prejudicar os pequenos produtores pela falta de tempo hábil de se adaptar à colheita mecânica. Da forma como está sendo realizada, todos terão como se adaptar sem prejuízos”, afirmou Serra. Os fornecedores independentes somam em São Paulo 13 mil e foram responsáveis pela entrega de 26% de toda a matéria-prima processada pela indústria paulista na safra 2006/07. Cultivam, em média, 58 hectares, e são, em sua grande maioria, pequenos e médios produtores. De acordo com Ortolan, a adesão ao mesmo protocolo assinado pelas indústrias foi uma demonstração do comprometimento dos fornecedores independentes a uma causa maior, que é garantir a produção socialmente justa e ambientalmente responsável. “Isso irá exigir um esforço da Orplana e das associações filiadas em duas frentes: por um lado, buscar meios para que os produtores adquiram escala e tenham acesso aos equipamentos e, por outro, juntamente com entidades de pesquisa e fabricantes, viabilizar o desenvolvimento de colhedoras de menor porte e mais baratas”, alerta o presidente da Canaoeste. Revista Canavieiros - Março de 2008 21
  • 22. Reportagem de Capa Os termos do Protocolo Agroambiental: Os produtores de cana-de-açúcar que aderirem ao Protocolo deverão: a. Antecipar, nos terrenos com declividade até 12% e com área acima de 150 hectares e em solos com estruturas que permitam a adoção de técnicas usuais de mecanização da atividade do corte mecanizado de cana, o prazo final para a eliminação da queimada da cana-de-açúcar, de 2021 para 2014, adiantando o percentual de cana não queimada, em 2010, de 50% para 60%; b. Antecipar, nos terrenos com declividade acima de 12% e com área acima de 150 hectares e demais áreas com estrutura de solo que inviabilizem a adoção de técnicas usuais de mecanização da atividade do corte mecanizado de cana, o prazo final para a eliminação da queimada da cana-de-açúcar de 2031 para 2017, adiantando o percentual de cana queimada, em 2010, de 10% para 20%; c. Antecipar, nas áreas com até 150 hectares e demais áreas com estrutura de solo que inviabilizem a adoção de técnicas usuais de mecanização da atividade do corte mecanizado de cana o prazo final para a eliminação da queimada da cana-de-açúcar, de 2031 para 2017, adiantando o percentual de cana não queimada, em 2010, de 10% para 20%; d. Em 2014, os prazos estabeleci- dos nos itens “a”, “b” e “c”, serão avaliados, tomando como referência os avanços na tecnologia da colheita mecanizada de cana crua e a disponibilidade de máquinas e equipamentos; e. Não utilizar a prática da queima da canaO governador José Serra, autoridades e associados da Canaoeste de-açúcar para fins de colheita nas áreas de expansão servação de Recursos Hídricos, favode canaviais; recendo o adequado funcionamento f. Adotar ações para que não do ciclo hidrológico, incluindo controle ocorra a queima, a céu aberto, da palha sistemático da qualidade da água; da cana-de-açúcar proveniente da coj. Adotar práticas de Conservalheita de cana crua; ção do Solo, incluindo o combate à erog. Proteger as áreas de mata ciliar são e a contenção de águas pluviais das propriedades canavieiras, devido nas estradas internas e carreadores; à relevância de sua contribuição para k. Adotar boas práticas para desa preservação ambiental e proteção a carte de embalagens vazias de agrotóbiodiversidade; xicos, promovendo a tríplice lavagem, h. Proteger as nascentes da armazenamento correto, treinamento água das áreas rurais e a vegetação adequado dos operadores e uso obriao seu redor; gatório de equipamentos de proteção i. Adotar boas práticas para Con- individual. Enquanto a administração pública estadual por sua vez atuará no sentido de: a. Fomentar a pesquisa para o aproveitamento energético e econômico da palha da cana-de-açúcar; b. Fomentar a pesquisa para o desenvolvimento de máquinas colheitadeiras de pequeno porte ou auxiliares no processo de colheita manual, acessíveis aos pequenos produtores de cana-de-açúcar. c. Estimular o aproveitamento energético e econômico da palha da cana-de-açúcar, agindo como facilitador nas negociações entre as indústrias co-geradoras e as concessionárias, para uma remuneração adequada da energia ofertada; d. Estimular o aproveitamento energético e econômico da palha da 22 Revista Canavieiros - Março de 2008 cana-de-açúcar, agindo como facilitador nas negociações entre as indústrias co-geradoras e os fornecedores de cana independentes, de forma que eles participem da energia cogerada através da palha e do bagaço excedente, agregando valor ao preço da cana; e. Estimular a adequada transição do sistema de colheita de cana queimada para a colheita de cana crua, em especial para os pequenos e médios plantadores de cana, com área de até 150 hectares, criando mecanismos para que o produtor rural possa obter créditos facilitados com carência e taxas de juros mais atrativas para aquisição de máquinas e equipamentos; f. Priorizar o Programa de Microbacias através das Prefeituras e Casas da Agricultura, em áreas de pequenos produtores de cana-de-açúcar, e g. Conceder o certificado de Conformidade Agroambiental aos produtores agrícolas que aderirem ao Protocolo e atenderem as Diretivas Técnicas constantes deste Protocolo, através de suas respectivas Associações de Classe. h. Disponibilizar gratuitamente imagens já existentes no banco de imagens de satélite de todo o Estado de São Paulo que possam auxiliar os produtores de cana-de-açúcar ou suas respectivas Associações na elaboração de projetos de sistematização dos solos para a mecanização da colheita.
  • 23. Repercutiu - Protocolo Agroambiental “Os números confirmam que nosso trabalho de entendimento está tendo sucesso”. Do governador José Serra “Estamos preocupados com a poluição. Não resta alternativa senão agir”. Ismael Perina Júnior, presidente da Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil). “O setor pretende fazer a transição de modo produtivo e graduado, como deve ser feito. É um processo que não pode ocorrer da noite para o dia, sob o risco de serem gerados mais problemas do que soluções”. Do presidente da Unica, Marcos Jank. “Ao assinarem ao protocolo, os produtores independentes estão fazendo a sua parte, dando a sua contribuição para o desenvolvimento sustentado e para o fortalecimento da atividade canavieira. Pelo perfil que têm, de pessoas de bem e responsáveis, não irão se omitir e cumprirão o acordo mesmo com todas as dificuldades que terão pela frente.” Do presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan “Enquanto a área colhida cresceu 16,9% em 2007, para 3,79 milhões de hectares, a de queima recuou 5,11%, para 2,023 milhões de hectares. Mantido o ritmo, é possível que até 2012 a prática seja eliminada”. Xico Graziano, secretário estadual do Meio Ambiente “Sou produtor de cana, fornecedor da Orplana. Diante dos custos altos da produção, das dificuldades do mercado, entendo a coragem com que todos nós, produtores, vamos enfrentar mais esse desafio, mas o Governo Serra também compreende a nossa situação: estamos renovando a frota de máquinas, vamos leiloar 6 mil tratores, com a possibilidade de financiamento pelo Feap, a juros de 3% ao ano para renda bruta de até R$ 400 mil”. Do secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, João de Almeida Sampaio Filho Revista Canavieiros - Março de 2008 2008 Revista Canavieiros - Março de 23
  • 24. Destaque "Inteligência do setor" é premiada em Araçatuba Prêmio CanaSauro homenageia profissionais com mais de 30 anos no setor N o dia 26 de fevereiro, durante a Feicana/Feibio 2008 aconteceu a entrega do Prêmio CanaSauro. Uma homenagem aos profissionais que se dedicam há mais de 30 anos ao setor sucroalcooleiro. O jantar beneficente para a entrega da 1a edição do prêmio, reuniu mais de 500 pessoas no Bela Vista Eventos, em Araçatuba. O sistema Copercana, Canaoeste e Cocred foi representado por três CanaSauros: o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, o presidente da Copercana e Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, e o assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso. Também foram homenageados o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, que recebeu o troféu CanaSauro Rex, o ex-ministro da Indústria e Comércio João Camilo Penna; o diretor da Canaplan, Luiz Carlos Corrêa de Carvalho, o co-ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2007, Sérgio Trindade; o diretor-presidente da Vale do Ivaí S/A –Açúcar e Álcool, em São Pedro do Ivaí (PR), Paulo Adalberto Zanetti entre outros. O presidente da Udop, José Carlos Toledo, o presidente da Canaoeste, Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, e o diretor da Safra Eventos, Flávio Nasser Antonio Cesar Salibe, presidente-executivo da Udop, uma das instituições organizadoras, define o prêmio como “um termo carinhoso para tratar os profissionais que há 30 anos contribuem com o setor sucroalcooleiro. Não significa velhice, mas inteligência”. De acordo com Tonielo, o prêmio é uma forma de reconhecimento. “É bom ter o reconhecimento de colegas do setor. Ver reunidas pessoas que lutaram juntas para o crescimento da cadeia sucroalcooleira”, disse. Toledo e Nasser entregam o prêmio CanaSauro para o assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso Ortolan agradeceu o prêmio e o dedicou à Canaoeste. “”É um prêmio de grande importância para mim e, também, para a Canaoeste, que foi minha casa durante todo esse tempo”, agradece Ortolan. Já Oswaldo Alonso, além de lisonjeado, considera “a idéia criativa e de grande valor para quem recebe”. Os 70 CanaSauros durante a entrega do prêmio Rogério Leoncini, Paulo Lorenzato, Roberto Rodrigues, Mauro Sponchiado e Antônio Eduardo Tonielo 24 Revista Canavieiros - Março de 2008
  • 25. Revista Canavieiros - Março de 2008 25
  • 26. Informações Setoriais CHUVAS DE FEVEREIRO e Prognósticos Climáticos e Prognósticos Climáticos No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de FEVEREIRO de 2008. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste Na média das observações (última linha), as chuvas de FEVEREIRO deste ano ficaram ligeiramente acima da média histórica, com exceção das que ocorreram em Barretos, Fazenda Santa Rita, Fazenda Monte Verde (Severínia), Franca, Usinas Ibirá, Batatais e MB. Mapa 1: Água Disponível no Solo entre 14 a 17 de FEVEREIRO de 2008. O Mapa 1, ao lado, mostra claramente que o índice de Água Disponível no Solo a 50cm de profundidade, no período de 14 a 17 de FEVEREIRO, ainda se apresentava como médio a crítico na região de Piracicaba e nas faixas Leste e Sudoeste do Estado de São Paulo. 26 Revista Canavieiros - Março de 2008
  • 27. Informações Setoriais Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de FEVEREIRO de 2007. Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de março a maio. Ainda permanecem os efeitos do fenômeno La Niña (contrário ao El Nino), que corresponde ao esfriamento da superfície das águas do Oceano Pacífico, ao longo da faixa equatorial. Quanto mais próximo da costa oeste da América do Sul, na altura do Equador e Peru, mais sensíveis serão os efeitos das condições climáticas para o Brasil. Mapa 3: Água Disponível no Solo, a 50cm de profundidade, ao final de FEVEREIRO de 2008. · Na Região Centro Sul, a temperatura média poderá ficar próxima da normalidade climática; · Quanto às chuvas para os meses de março a maio, prevê-se que estas poderão “ficar” próximas às médias históricas nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e na região sucroalcooleira (centro norte) do Estado do Paraná; · Como referência:- as médias históricas das chuvas, pelo Centro AptaIAC, para Ribeirão Preto e municípios vizinhos são de 165mm em março, 70mm em abril e 55mm em maio. A CANAOESTE recomenda continuar os cuidadosos monitoramentos das pragas cigarrinha das raízes e broca, bem como efetuar seus controles, quando os resultados desses monitoramentos o recomendarem. Observando-se os Mapas 2 e 3, nota-se que, aos finais de FEVEREIRO de 2007 e 2008, não fossem as diferenças apresentadas no extremo nordeste do Estado, os índices de Disponibilidades de Água seriam muito semelhantes. Mesmo com as chuvas que ocorreram durante FEVEREIRO de 2008, comparativamente até 14 a 17 deste mês, observa-se que a Disponibilidade de Água no Solo só mudou no Leste do Estado, mas se manteve baixa e até crítica nas regiões próximas de Piracicaba, Sorocaba e em quase todo Oeste do Estado. Sua Associação lembra ainda que, nesta região, em função do histórico climático, o mais seguro período de plantio de cana de ano e meio tem sido entre finalzinho de fevereiro e os primeiros dias de abril. Chuvas salvadoras (muito acima da média) em maio (ou meses subseqüentes) não são comuns. Logo, efetuar plantios tardios será apostar “alto” contra os seus altos custos e os de produção, comparativamente aos atuais preços da cana. Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos CANAOESTE mais próximos. Revista Canavieiros - Março de 2008 27
  • 28. Artigo Técnico Como planejar a implantação de um canavial? PARTE V - D ando continuidade à série de artigos, vamos tratar neste mês da "Elaboração das Estimativas de Custo" e da "Elaboração do Fluxo de Caixa". Será a quinta e última parte da série. Obrigado pela atenção e boa leitura! 1. Elaboração das Estimativas de Custo: Sendo conhecidas as áreas de trabalho em cada fase da cultura, a operação em que cada equipamento estará envolvido e a quantidade necessárias de cada equipamento, é possível determinar os custos de cada marca e modelo de equipamento individualmente e fazer a alocação dos custos em um sistema ABC, obtendo-se assim os custos de cada fase da cultura. Cleber Moraes - consultor de planejamento e controle agrícola da Canaoeste Figura 11 – Modelo de Estimativa dos Custos de Produção Agrícola É sempre importante que estejam disponíveis as demais planilhas de abertura dos custos estimados obtidos no projeto, assim como várias simulações de risco de cada variável importante individualmente e simulações no modelo de Monte Carlos para análise de risco do empreendimento. Deve-se também orçar os custos com estrutura administrativa, arrendamento de terras, etc, conforme o modelo que segue ao lado (fig 11). 2. Elaboração do Fluxo de Caixa: O modelo de apresentação do fluxo de caixa pode variar conforme as características de comercialização do empreendimento, recuperações de impostos, visão do analista, etc. Além do que, é inócua a apresentação de um fluxo de caixa somente agrícola para um empreendimento que contempla uma fase industrial. Assim, deve-se preparar o modelo para que se encaixe como informação de entrada no modelo agroindustrial. Entretanto, para exemplificar um fluxo de caixa são apresentadas as figuras ao lado (fig. 12). 3. Conclusão: O projeto deve ser construído tomando por base a região de implantação do projeto e, sobre esta, são aplicados os conhecimentos agronômicos existentes para a cultura de cana-de-açúcar. A partir daí, são fundamentados todos os custos de produção e entradas do fluxo de caixa que são peças fundamentais para análise da viabilidade do projeto. Uma vez elaborado o Estudo de Viabilidade de Produção de Cana-de-açúcar é necessária a montagem de uma apresentação em arquivo power point e entregue o relatório final em texto estruturado com os detalhes que se fizerem necessário. 28 Revista Canavieiros - Março de 2008 4. Bibliografia: Brugnaro, Caetano e Sbragia, Roberto. Gerência Agrícola em Destilarias de Álcool. Piracicaba-SP, IAA/PLANALSUCAR, 1982, 212 p. Ross, Stephen A. et alli. Administração Financeira. São Paulo-SP, Editora Atlas, 1.995. 698 p. Noronha, José F. Projetos Agropecuários: Administração Financeira, Orçamento e Viabilidade Econômica. São Paulo-SP, Editora Atlas, 1.987. 269 p. Martins, Eliseu. Contabilidade de Custos. 4ª. Edição. São Paulo-SP, Editora Atlas, 1.996. 311 p. Assaf Neto, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços. 4ª. Edição. São Paulo-SP, Editora Atlas, 1.998. 292 p. Gitman, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 7ª. Edição. São Paulo-SP, Editora Harbra, 1.997. 841 p. Macedo, Isaias de Carvalho. A Energia da Cana-de-Açúcar. São Paulo-SP, UNICA, 2.005, 237 p. Oliveira, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento Estratégico: Conceitos e Metodologia Práticas. 6ª. Edição. São PauloSP, Editora Atlas, 1.992. 286 p. Moraes, Márcia Azanha Ferraz Dias de. A Desregulamentação do Setor Sucroalcooleiro do Brasil. São Paulo-SP, Editora Caminho Editorial, 2.000. 238 p. Moraes, Márcia Azanha Ferraz Dias de e Shikida, Pery Francisco Assis. A Agroindústria Canavieira no Brasil. São PauloSP, Editora Atlas, 2.002. 367 p. Segato, Silvelena Vanzolini et alli. Atualização em Produção de Cana-de-Açúcar. Piracicaba-SP, ESALQ/USP, 2.006. 415 p. IDEA. Indicadores de Desempenho da Agroindústria Canavieira. IDEA, Ribeirão Preto-SP. UNICAMP. Estudo sobre as possibilidades e impactos da produção de grandes quantidades de etanol visando à substituição parcial de gasolina no mundo. CONSECANA-SP. Manual de Instruções do CONSECANA-SP. 5ª. Edição. Piracicaba-SP. CONSECANA. 2.006. 111 p.
  • 29. Artigo Técnico Figura 12 – Fluxo de Caixa Revista Canavieiros - Março de 2008 29
  • 30. Artigo Técnico Sistema Consecana-SP Equipamentos de laboratório homologados O Sistema CONSECANA-SP exige que todo o material envolvido na avaliação da qualidade da cana-deaçúcar seja homologado pela entidade. É o que dispõe a norma N-051, do Manual de Instruções, 5ª edição, 2006: “Equipamentos, instrumentais analíticos e reagentes devem ser homologados pelo CONSECANA-SP, através de testes conduzidos e aprovados pela CANATEC-SP”. A CANATEC-SP vem a ser a Câmara Técnica e Econômica do CONSECANA, ou seja, o seu braço técnico, tendo as funções, entre outras, de: -efetuar estudos e desenvolver pesquisas visando à atualização e aperfeiçoamento de normas técnicas de determinação da qualidade da cana-de-açúcar; -constituir ou participar de comissões técnicas de entidades externas, visando à normalização das normas técnicas de determinação da qualidade da cana-de-açúcar, etc. Como decorrência da norma N-051, acima referida, cabe à CANATEC-SP proceder a testes e estudos sobre o desempenho de equipamentos e materiais utilizados nos laboratórios mediante solicitação de seus fabricantes dirigida ao Presidente do CONSECANA-SP. A relação, a seguir, compõe a lista dos equipamentos e materiais, atualmente, homologados pelo CONSECANA-SP. 1. SONDAS AMOSTRADORAS -Horizontais sobre trilhos: Conger TA e Dedini (Codistil) TA-II ; -Horizontais acopladas à trator: Santal TAS -Oblíquas: Dedini TAO-02 e Motocana SO-04M 2. DESINTEGRADORES -Dedini(Codistil) D-2500-II -Engehidro DCE-2600 -Irbi DM 540 -Penha TH 2500 e THU 5200 3. HOMOGENEIZADORES -Irbi HM 250 -Betoneiras com raspadores conforme a norma N-041 do Manual de Instruções do CONSECANA-SP (5ª edição,2006) 4. PRENSAS HIDRÁULICAS -Asama -Dedini(Codistil) PH 45-II -Engehidro PHE 45 -Hidraseme PHS-250 -Santal 30 Revista Canavieiros - Março de 2008 5. CÉLULAS DE CARGA(Dinamômetro à compressão) -Engehidro CCE 45 -Hidraseme CHF-050 -Stap MP 1 e MP-2 6. BALANÇAS SEMI-ANALÍTICAS -Bel B-Tec 2200 -Gehaka BG 1000, BG 2000 e BG 4000 -Marte AS 2000 (Todas estas balanças são homoloEnio Roque de Oliveira Assessor Técnico da ORPLANA gadas pelo INMETRO) O Sistema, também, aceita balança que cumpre a norma N-057). 7. REFRATÔMETROS -Acatec RDA 2500 e RDA 8600 -Atago Smart 1 e RX5000á -Reichert AR 60 -Rudolph J57 -Sistema RE 1000 8. SACARÍMTEROS -Acatec DAS 2500 -Schmidt+Haensch NHZ, NIR-W2 e NNIR-W2 -Sistema Sugarmatic II -Rudolph Autopol 589 9. EXTRATOR (Digestor), tipo sul-africano, com ou sem parede dupla para refrigeração 10. APARAELHO DE ÍNDICE DE PREPARO(Open cell) -Com copos paralelos (rpm=60±5) 11. MISTURADOR PARA PÓS -Tipo cilindro inclinado, capacidade=5 litros 12. REAGENTES RECOMENDADOS -Cloreto de alumínio hexahidratado, p.a., pureza mínima de 90% -hidróxido de cálcio, p.a., pureza mínima de 95% -Auxiliar de filtração: Celite nuclear 545, Celite Supercel, Perfiltro 443 e Fluitec M10 e M30 Evidentemente, não basta que tais equipamentos e materiais sejam homologados. É importante que o monitoramento dos laboratórios efetuado pelas Associações de Fornecedores seja realizado de maneira competente, visando a avaliar cuidadosamente o desempenho dos mesmos no transcorrer do período de moagem das unidades industriais.
  • 31. Legislação Protocolo Agroambiental do Setor Canavieiro fornecedores Juliano Bortoloti O Protocolo de Cooperação Agroambiental, assinado no último dia 10 de março, em São Paulo, pelo governo do Estado e pelos produtores independentes de cana, representados pela Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) - conforme reportagem de capa desta edição da Revista Canavieiros - visa à adoção de ações destinadas a consolidar o desenvolvimento sustentável de suas atividades. Destaca-se entre as diversas diretivas técnicas o item que antecipa o fim da queima da palha como método despalhador da cana-de-açúcar para o ano de 2014, em áreas passíveis de mecanização e 2017, em áreas não mecanizáveis e/ou inferiores a 150 hectares. O produtor que aderir ao protocolo, cumprindo integralmente as diretivas técnicas, receberá um Certificado de Conformidade Agroambiental, concedido pelo Governo do Estado de São Paulo. O documento reforça a imaRicardo Viegas, coordenador do Projeto Etanol Verde da Secretária de Meio Ambiente, Manoel Ortolan, presidente gem positiva do proda Canaoeste e Juliano Bortoloti, advogado da Canaoeste dutor e do setor sucroalcooleiro, além de ser dição e renovação do Certificado de útil nas relações comer- Conformidade Agroambiental, será ciais, nas relações fi- constituído um Grupo Executivo, comnanceiras, nas relações posto de três membros titulares e três institucionais junto suplentes, tendo como seus titulares aos próprios órgãos integrantes da Secretaria da Agriculgovernamentais, den- tura (01), da Secretaria do Meio Ambitre outras que aqui não ente (01) e da ORPLANA (01). convêm enumerar. Desta forma, como se trata de um Visando zelar pela Juliano Bortoloti, advogado da Canaoeste, Waldir de Felício, operacionalidade das protocolo de cooperação mútua entre prefeito de Pitangueiras, Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste, José Carrascosa dos Santos, prefeito de Cravinhos, ações, estabelecendo o governo e o setor privado é de se José Alberto Gimenez, prefeito de Sertãozinho metodologias para aguardar que os produtores de canaO protocolo, que é de adesão vo- avaliação das metas e podendo pro- de-açúcar - acompanhando as indúsluntária por parte dos produtores de por ajustes ao aludido protocolo, além trias de açúcar e álcool aderentes - facana-de-açúcar, traz uma série de dire- de definir critérios técnicos para expe- çam a adesão ao Protocolo de Cooperação Agroambientivas técnicas que tal a eles destinadevem ser cumpridos, uma vez que se das, tais como obetrata de um procesdiência aos limites so irreversível, alidas áreas de preservação permaEstá chegando ao fim o prazo para obtenção da autorização do uso do fogo ado ao fato de que nente e sua vege- como método despalhador da cana-de-açúcar, que vai até 02/04/2008. Porém, tal atitude signifitação, adoção de para solicitar referida autorização, é necessário levantar várias informações, como cará uma melhora práticas para con- a área onde será utilizado o fogo e a área que será colhida de forma mecanizada. na imagem do setor servação de recur- Tudo isso por meio de levantamento topográfico a ser realizado pelo produtor canavieiro como um todo e, ainda, no essos hídricos e de ou sua associação de classe. treitamento das resolo, descarte correto de embalagens Como tal prazo não será prorrogado, o produtor que ainda não fez o seu lações para com os de agrotóxicos, pedido DEVERÁ PROCURAR A CANAOESTE IMEDIATAMENTE para obter órgãos governadentre outras. sua autorização sob o risco de não poder se utilizar da queima na safra vindoura. mentais. Autorização de Queima Prazo final para obtenção Revista Canavieiros - Março de 2008 31
  • 32. Cultura de Rotação Copercana investe na rastreabilidade do amendoim O termo rastreabilidade tem sido muito utilizado ultimamente, principalmente depois que a União Européia questionou a credibilidade desse sistema utilizado na cadeia da carne bovina brasileira. A rastreabilidade, que grosso modo seria uma espécie de RG do produto, é, sem dúvida um dos critérios que terá cada vez mais valor na hora da co- mercialização e consumo. Nesse sentido, a UNAME (Unidade de Grãos da Copercana) vem realizando um excelente trabalho na rastreabilidade do amendoim que recebe dos cooperados. Para garantir a confiabilidade na hora de vender o produto, a Copercana conta com a orientação de pesquisadores e consultorias técnicas que demonstram a serie- dade e preocupação da cooperativa com o consumidor final. Nesta edição da Canavieiros, o consultor técnico Antonio Roberto Pascoalin, um dos parceiros da Copercana na rastreabilidade do amendoim, fala da importância desse trabalho para garantir a segurança do alimento. Rastreabilidade de alimentos Antonio Roberto Pascoalin* A crescente preocupação que o tema qualidade de alimentos tem despertado é notória e tem sido cada vez mais divulgada em todos os meios de comunicação. Interessante notar que o conceito de qualidade de alimentos, na visão comum do consumidor, nada mais é do que a satisfação de características como sabor, aroma, aparência, embalagem, preço e disponibilidade. Muitas vezes, a condição de “segurança do alimento”, quando se refere a aspectos relacionados à influência do alimento sobre a saúde das pessoas, é desconhecida do consumidor, ou meramente relegada a um segundo plano: o que, com certeza, é um contra-senso, já que alimentos são consumidos para fornecer nutrientes, ou seja, manter a saúde das pessoas. Nos últimos anos, a mídia tem apresentado número crescente de casos de intoxicação alimentar que, antes de indicar que pioraram os cuidados na fabricação e manuseio de alimentos, indicam uma melhora nos sistemas de controle de saúde, identificando e notificando casos até então pouco comentados em larga escala. Quando perguntamos a alguém se já apresentou, em algum momento de sua vida, os sintomas de intoxicação alimentar, a resposta já é conhecida – apenas os exemplos mudam. Em alguns casos, os sintomas são tão intensos que exigem a interna- 32 Revista Canavieiros - Março de 2008 Equipe envolvida na rastreabilidade do amendoim da Copercana: Regina Cláudia Del Grande Aires, supervisora de processo de secagem; Antonio Roberto Pascoalin, diretor da Aliança Consultores em Sistemas de Gestão; Ercília S. F. Mazza, analista de grãos e Allan Rodrigues, engenheiro de alimentos da CAP Agroindustrial. ção para cuidados médicos que, se não aplicados a tempo, podem levar à morte. Para quem produz alimentos, o respeito ao consumidor é o primeiro objetivo, mas também são relevantes os danos à imagem da empresa e as perdas decorrentes de ações judiciais. Esse quadro, por si só, é um grande motivador para que uma empresa venha a planejar e implementar alguma sistemática interna voltada à segurança dos alimentos. Neste quadro, várias ferramentas de gestão da qualidade de alimentos têm sido criadas e utilizadas na expectativa de oferecer ao consumidor um produto seguro e, ao mesmo tempo, contemplar as exigências de comercialização – principalmente aque- las voltadas à exportação, onde os critérios do mercado são bem mais rigorosos. O grande desafio, no entanto, é compatibilizar tais ferramentas voltadas ao atendimento de requisitos de idoneidade e de respeito ao consumidor, com as necessidades voltadas à redução de custos, geradas pela redução de perdas e otimização da produção. Dentre as diversas ferramentas disponíveis às organizações que atuam no mercado de produção de alimentos, podemos citar as BPF (Boas Práticas de Fabricação), o Gerenciamento da Qualidade (baseado nas Normas da série ISO 9000), as ferramentas do Gerenciamento da Qualidade Total (GQT) e o Sistema APPCC
  • 33. Cultura de Rotação (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle). Tais programas, que se complementam, têm como objetivos básicos: · Aumentar a segurança e a qualidade dos alimentos produzidos; · Permitir a exportação de alimentos, preparando o setor produtivo para atender às exigências dos países importadores, em termos de segurança dos alimentos; · Aumentar a competitividade nas empresas. rio. Assim, imaginando um produto agrícola, os controles sobre cada uma das etapas (produção de sementes, produção do alimento pelo agricultor, colheita, transporte, beneficiamento primário, embalagem, industrialização, comercialização) são vitais: os danos e contaminações de uma fase podem não ser identificados ou corrigidos nas fases posteriores – e, lá na ponta, a saúde do consumidor pode ser prejudicada. A ferramenta que vem sendo mais amplamente recomendada (e exigida) por órgãos de fiscalização em todo o mundo, inclusive o Brasil, é o Sistema APPCC. Esse sistema, utilizado de forma pioneira na preparação de alimentos dos astronautas da NASA na década de 50 (imaginem o transtorno de uma intoxicação alimentar em um astronauta em sua viagem ao espaço, de bilhões de dólares! Como tratá-lo? Como removê-lo para um hospital?). Ou seja, não é um movimento do “eu sozinho”. Ninguém, nesta cadeia de produção, responde sozinho pela segurança do alimento. Conhecer os “rastros”, as “pegadas” deixadas por cada um dos participantes é uma peça fundamental para obter sucesso – é o que denominamos de RASTREABILIDADE DO ALIMENTO. Conhecer o que foi feito, quando foi feito, como foi feito, que insumo foi adicionado, que equipamento foi utilizado, que resultados foram obtidos, em cada passo dessa produção, por cada participante, é a principal condição necessária para a implementação dessas ferramentas e normas. Além disso, ainda é conhecido – embora pouco fiscalizado em nosso país – o conceito de “responsabilidade solidária”: adquirir e comercializar alimentos contaminados ou sem identificação de origem (rastreabilidade) é crime previsto na lei. O APPCC vem sendo utilizado em toda cadeia produtiva de alimentos, por ter como filosofia a prevenção e o controle dos riscos que um alimento possa oferecer, principalmente, no que diz respeito à sua qualidade sanitária, em todas as etapas da geração de alimentos. Recentemente, uma Norma Internacional (ISO 22000), aprovada por mais de uma centena de países, introduziu o Sistema APPCC em seu conteúdo, em conjunto com elementos retirados da Norma ISO 9001 e das BPF divulgadas pelos órgãos mais respeitados no mundo. Tornou-se uma Norma reconhecida e aceita, nos quatro cantos do mundo, para empresas que atuam na cadeia de alimentos que buscam uma “certificação” de suas práticas internas de controle dos riscos de contaminação às pessoas. Importante destacar que todas essas ferramentas têm algo em comum: devem ser aplicadas em toda a cadeia de produção, sob a pena de não obter o sucesso necessá- Assim, a correta identificação de cada passo, em cada lote, é vital para o controle da produção do alimento e para a segurança do consumidor. É condição necessária à exportação, que conta com barreiras técnicas e mecanismos de controle e fiscalização mais apurados e eficazes. Não há um outro caminho: cedo ou tarde, as restrições à comercialização atingirão, de maneira plena, todas as relações de compra e venda de alimentos, nacionais ou internacionais e a rastreabilidade é o primeiro passo. * Sócio-Diretor Aliança Consultores em Sistemas de Gestão Revista Canavieiros - Março de 2008 33
  • 34. Novas Tecnologias CTC disponibiliza carta de solos para associadas Carla Rossini O serviço, que vem agregar valor à produção canavieira, será disponibilizado exclusivamente aos associados da Canaoeste O CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) realizou no dia 5 de março uma reunião no auditório da Canaoeste, em Sertãozinho, para apresentar uma nova tecnologia que o centro de pesquisa está disponibilizando para as suas associadas: Carta de Solos e Ambientes de Produção. O serviço, que vem agregar valor à produção de cana-de-açúcar, será disponibilizado exclusivamente aos associados da Canaoeste. O objetivo do novo produto é aumentar a produtividade da cana-de-açúcar dentro de uma mesma propriedade A exemplo do que já havia acontecido com o produto Muda Sadia, o CTC está disponibilizando agora o produto Carta de Solos e Ambientes de Produção que fornece informações específicas dos levantamentos de campo (mapa e relatório técnico). O gerente regional de produtos do CTC, Mauro Sampaio Benedini, explica que “o mapa possibilita a visualização e a distribuição espacial dos diferentes tipos de solos na propriedade, enquanto o relatório técnico fornece as descrições das propriedades dos solos e a quantificação das áreas de cada solo”. Porém, para a elaboração da carta de solos, algumas etapas devem ser seguidas: 1- Interpretação de Aspectos fisiográficos: por meio das imagens de satélites são feitas observações do relevo e estudo geológico da área a ser mapeada; 34 Revista Canavieiros - Março de 2008 Fernando César Bertolani, lider de produto do CTC e Mauro Sampaio ,Benedini, gerente regional de produtos do CTC 2- Trabalho de Campo: coleta de amostras de solos georreferenciadas (demarcação por GPS), delimitação dos tipos de solos e descrição das informações gerais; 3- Determinação e Interpretação de Dados Analíticos: definição dos tipos de solos da área estudada. 4- Elaboração da Carta de Solos e Relatório. Segundo o líder de produto – Carta de Solos e Ambiente de Produção – do CTC, Fernando César Bertolani, entende-se por ambiente de produção a separação de áreas com diferentes potenciais de produção. “Se- Ambientes de produção
  • 35. Novas Tecnologias Planejamento da estrutura de blocos/talhões - Sistematização paramos os solos por potencial de produtividade (nos baseamos em banco de dados já existentes do Preparo do solo e cultivo - Manejo Conservacionista CTC). São levantadas as propriedades do solo, sua fertilidade natural, a composição granulométrica, a pro- fundidade efetiva do solo e a presença de concreções, cascalhos, entre outros”, disse Fernando. Aplicações da Carta de Solos: · Alocação de variedades por Ambientes de Produção. É a utilização mais conhecida para a carta de solos. Trabalhos realizados no CTC mostram que com o bom aproveitamento da Carta de Solos na alocação varietal resulta em acréscimo de 3 a 5 toneladas de cana/ha/ano. · Preparo do solo e cultivo. Manejo conservacionista dos solos. Cada solo tem suas características intrínsecas quanto aos trabalhos a serem efetuados. Latossolos são mais planos, mais homogêneos, com maior infiltração de água, enquanto que os argissolos são mais susceptíveis à erosão e necessitam maiores cuidados nas operações de preparo e cultivo. · Planejamento de épocas de plantio e colheita. Argissolos necessitam serem manejados com mais cuidado quanto à época de plantio, fugindo do período mais chuvoso, plantandose nos meses de abril ou plantio de inverno. Possuem período ideal de safra mais curto. · Aplicação de resíduos industriais. Direcionamento na utilização da vinhaça e da torta de filtro para os solos mais arenosos. · Planejamento da estrutura de blocos/talhões. Auxilia na melhor sistematização das áreas da propriedade. · Aplicação de herbicida. Auxilia na recomendação de dose dos produtos por tipo de solo. · Escolha de áreas para reflorestamento. Define áreas de menos potencial de produção de cana. Alocação de variedades (Ambiente de Produção) Revista Canavieiros - Março de 2008 35
  • 36. Biblioteca Cultura Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” "CONTABILIDADE RURAL: Contabilidade Agrícola, Contabilidade da Pecuária e Imposto de Renda - Pessoa Jurídica" José Carlos Marion 1) Prezado amigo leitor existem palavras que geram dúvidas quanto ao uso no texto ou fala. Citaremos algumas: O grama: unidade de medida A grama: relva Renata Carone Sborgia* O rádio: aparelho receptor A rádio: estação transmissora O guia: pessoa que guia A guia: documento O cisma: separação A cisma: desconfiança E O moral: ânimo A moral: ética 2) ...e no discurso político o Vereador disse: — Amigos “CIDADÕES” a política brasileira... Quanto à política brasileira, sem comentários. Quanto ao substantivo cidadão muitos. Prezado amigo leitor o substantivo cidadão no plural tem a forma CIDADÃOS (como cristão: cristãos; pagão: pagãos) 3) Profissão não valorizada, mas Pedro disse: — Essa medida irá beneficiar as “donas-de-casas”. Oxalá que alguma medida venha beneficiá-las, mas desde que o Português esteja correto. DICA: A forma correta é “donas-de-casa”. Quando há preposição (no caso DE) entre os dois elementos(dona/casa), somente o primeiro (dona) recebe flexão (no caso: donas). Considere a dica para demais situações que vocês deparam na escrita ou fala. PARA VOCÊ PENSAR: Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração. Fernando Pessoa Cancioneiro 36 Revista Canavieiros - Março de 2008 * Advogada e Prof.ª de Português e Inglês Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia ste texto, utilizando-se de uma abordagem atual, prática e objetiva, vem preencher uma lacuna na bibliografia de Contabilidade Rural, no Brasil, e atender à necessidade de um texto com conteúdo programático adequado ao ensino e à prática profissional. Em primeiro lugar, trata da Contabilidade Agrícola, onde são destacadas as diferenças básicas na contabilização das culturas temporárias e permanentes, bem como é analisado o tratamento contábil que deve ser dado ao desmatamento e preparo do solo para o cultivo. Um dos pontos altos aqui abordados é o tratamento da depreciação na agropecuária. Além disso, o Autor introduz um plano de contas para empresas agrícolas e faz comentários sobre o funcionamento das principais contas. Em segundo lugar, discorre sobre a Contabilidade de Pecuária e trata pormenorizadamente do método de custo, do custo na pecuária, bem como do método do valor de mercado. Em terceiro lugar, trata do Imposto de Renda aplicado à atividade rural. Em resumo, o conteúdo deste livro trata dos conceitos básicos da atividade rural: agrícola, zootécnica e agroindustrial; o ano agrícola X exercício social; forma jurídica de exploração na agropecuária; fluxo contábil na atividade agrícola: culturas temporárias, permanentes, correção monetária; novos projetos agropecuários e gastos com melhorias; depreciação na agropecuária; casos de exaustão e amortização; planificação contábil e operacionalização do plano de contas; inventário periódico e permanente; sistema auxiliar de contas; contabilidade da pecuária; classificação do gado no balanço patrimonial; métodos do custo X método a valor de mercado; e Imposto de Renda - pessoa jurídica. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone
  • 37. Agende-se Abril de 2008 12ª OFICINA SOBRE APLICAÇÃO DE GPS DE NAVEGAÇÃO NAAGRICULTURA Data: 05 de abril de 2008 Local: Departamento de Engenharia Rural da ESALQ/USP - Piracicaba - SP Temática: O curso sobre GPS de navegação visa introduzir o conceito de receptores de GPS de baixo custo, para aplicações agrárias, instruindo os participantes sobre o funcionamento do sistema e do aparelho em si. Durante o curso são realizada tarefas de campo, como, por exemplo, levantamento de áreas, demarcação de perímetros, marcação de pontos (pode servir para determinar o local de amostragem de solo, demarcação de árvores, entre outros). Mais Informações: (19) 3417-6604 CURSO DE INSEMINAÇÃOARTIFICIAL- LAGOA Data: 07 a 11 de abril de 2008 Local: Central da Lagoa - Sertãozinho - SP Temática: O objetivo é capacitar para adequada implantação e utilização da técnica de inseminação artificial. É destinado a técnicos, estudantes, profissionais liberais, produtores rurais e demais pessoas ligadas à pecuária de corte e de leite. Mais Informações: (16) 2105-2299/2105-2218 MULTIAGRO 2008 -AGRICULTURA, ALIMENTAÇÃO, ABASTECIMENTO Data: 08 a 11 de abril de 2008 Local: Parque de Eventos - Bento Gonçalves - RS Temática: MultiAgro 2008 - Salão de Tecnologia para Agroindústrias. Acompanhando a tendência e a vocação dos municípios da Serra Gaúcha na produção agroindustrial, o MultiAgro 2008 reunirá empresas fornecedoras, entidades e programas que apresentem novas tecnologias para a agroindústria. Máquinas e equipamentos agrícolas, ferramentas e utensílios, sistemas de plantio e colheita, adubação, defensivos agrícolas,irrigação, sementes e técnicas de semeadura, silos, câmaras frias e armazenagem, horticultura, fruticultura, floricultura e outros. Mais Informações: (54) 3452-9136 17ª FENASOJA - FEIRA NACIONAL DA SOJA Data: 26 de abril a 04 de maio de 2008 Local: Parque de Exposições - Santa Rosa - RS Temática: A Fenasoja é um evento de integração entre pessoas de cidades, Estados e países diferentes. É um mundo à parte, criado por pessoas da comunidade, no Parque de Exposições de Santa Rosa. A cada ano, a expectativa é aumentar o público e o volume de negócios do ano anterior. Para isso, conta voluntariamente com o trabalho e a dedicação de seus moradores e maiores incentivadores. Mais Informações: (55) 3512.6866 AGRISHOW RIBEIRÃO PRETO 2008 Data: 28 de abril a 03 de maio de 2008 Local: Pólo de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro - Leste Anel Viário Km 321 - Ribeirão Preto - SP Temática: Considerado o termômetro do agronegócio brasileiro a Agrishow Ribeirão é uma das três maiores feiras agrícolas do mundo, e é a partir dela que produtores rurais e as empresas das mais diversas cadeias do agronegócio definem o que farão ao longo do ano. Na Agrishow você investe com a certeza de estar realizando os melhores negócios no maior centro de agronegócios do mundo. Mais Informações: (11) 3060-5000 Revista Canavieiros - Março 2008 Revista Canavieiros - Fevereiro dede 2008 37