O documento descreve os procedimentos de um exame neurológico completo, incluindo a avaliação do nível de consciência, funções mentais superiores, nervos cranianos, linguagem, sistema motor e sensorial. É dividido em seções detalhando cada parte do exame e fornece informações sobre os achados normais e anormais em cada teste neurológico.
8. SONOLÊNCIA: paciente é despertado por estímulos mas retorna à
sonolência cessados os mesmos.
TORPOR: paciente difícil de despertar mesmo com estímulos mais
vigorosos e embora um despertar breve possa ser possível, as
respostas são lentas e inadequadas.
COMA: paciente não desperta mesmo com estímulos intensos
caracterizando uma total ausência de resposta / interação com o
examinador e o ambiente.
DELIRIUM: estado de confusão mental, desorientação
e agitação.
EXAME NEUROLÓGICO
consciência
Semiologia Neurológica 8
9. ESCALA DE COMA DE GLASGOW
13 a 15 = lesão cerebral leve
09 a 12 = lesão cerebral moderada
03 a 08 = lesão cerebral severa
EXAME NEUROLÓGICO
consciência
Semiologia Neurológica 9
Parâmetro Resposta observada Escore
Abertura ocular
Abertura espontânea
Estímulos verbais
Estímulos dolorosos
Ausente
4
3
2
1
Melhor resposta verbal
Orientado
Confuso
Palavras inapropriadas
Sons ininteligíveis
Ausente
5
4
3
2
1
Melhor resposta motora
Obedece a comandos verbais
Localiza estímulos dolorosos
Retirada inespecífica
Padrão flexor (decorticação)
Padrão extensor (descerebração)
Ausente
6
5
4
3
2
1
10. ESCALA DE COMA DE GLASGOW
EXAME NEUROLÓGICO
consciência
Semiologia Neurológica 10
DECORTICAÇÃO
DESCEREBRAÇÃO
11. ESCALA DE COMA DE GLASGOW
EXAME NEUROLÓGICO
consciência
Semiologia Neurológica 11
16. Folstein MF, Folstein, SE and McHugh PR
Mini-Mental State: a practical
method for grading the state of
patients for the clinician.
Journal of Psychiatric Research, 1975, 12: 189-198
EXAME NEUROLÓGICO
funções mentais superiores
Semiologia Neurológica 16
17. EXAME NEUROLÓGICO
funções mentais superiores
Folstein MF, Folstein, SE and McHugh PR. Mini-Mental State: A practical method for grading the state of patients for the clinician. Journal of Psychiatric Research, 1975, 12: 189-198
Semiologia Neurológica 17
18. Folstein MF, Folstein, SE and McHugh PR. Mini-Mental State: A practical method for grading the state of patients for the clinician. Journal of Psychiatric Research, 1975, 12: 189-198
EXAME NEUROLÓGICO
funções mentais superiores
Semiologia Neurológica 18
19. Folstein MF, Folstein, SE and McHugh PR. Mini-Mental State: A practical method for grading the state of patients for the clinician. Journal of Psychiatric Research, 1975, 12: 189-198
EXAME NEUROLÓGICO
funções mentais superiores
Semiologia Neurológica 19
20. EXAME NEUROLÓGICO
funções mentais superiores
Semiologia Neurológica 20
Escolaridade Pontuação normal
Analfabetos 20
1 a 4 anos 25
5 a 8 anos 27
9 a 11 anos 28
maior que 11 anos 29
21. Solicita-se à pessoa que diga o maior número de itens de
uma categoria (geralmente nomes de animais) durante um
espaço de tempo definido (geralmente um minuto)
Escore: NORMAL
• + que 13 nomes em 1 minuto para escolaridade > 8 anos
• + que 9 nomes para escolaridade < 8 anos
EXAME NEUROLÓGICO
funções mentais superiores
Teste de Fluência Verbal
Semiologia Neurológica 21
22. Solicita-se à pessoa que desenhe um relógio com todos
os números e coloque os ponteiros marcando
determinada hora (por exemplo: 10 horas e 10 minutos)
EXAME NEUROLÓGICO
funções mentais superiores
Teste do desenho do relógio
Semiologia Neurológica 22
23. Semiologia Neurológica 23
Relógio e número estão corretos Desenhos do relógio e dos números incorretos
10 Hora certa 05
números em ordem inversa ou concentrados
em alguma parte do relógio
09 Leve alteração nos ponteiros 04
números faltando ou situados fora dos
limites do relógio
08 Alterações mais evidentes nos ponteiros 03
números e relógio não mais conectados.
Ausência de ponteiros
07 Ponteiros completamente errados 02
evidência de ter entendido as instruções
mas com vaga semelhança com um relógio
06 Desenho dos ponteiros inapropriado 01
não tentou ou não conseguiu representar um
relógio
O ponto de corte é 05
EXAME NEUROLÓGICO
funções mentais superiores
26. AGNOSIA (do grego “gnosis” = conhecimento)
Perda da capacidade de conhecer/reconhecer o significado ou
importância de um estímulo sensorial mesmo que ele tenha sido
percebido, na ausência de qualquer distúrbio de cognição, atenção
ou consciência.
Tipos:
− VISUAL
• Prosopagnosia
• Agnosia visual
− TÁTIL
− Estereoagnosia
− ACÚSTICA
EXAME NEUROLÓGICO
gnosias
Semiologia Neurológica 26
27. EXAME NEUROLÓGICO
praxias
APRAXIA (do grego “praxis” = ação)
− IDEOMOTORA - Apraxia é a incapacidade de usar ferramentas
familiares. Na apraxia ideomotora, o paciente é incapaz de realizar
tarefas que são dadas verbalmente. O paciente pode executar a
tarefa espontaneamente sem problemas. Lesões próximas à área de
Wernicke.
− IDEACIONAL – Desarranjo na sequência de movimentos encadeados
para um objetivo final; p.ex.: calças meias antes do sapato, passar
manteiga antes de colocar o pão na torradeira.
Semiologia Neurológica 27
28. INATENÇÃO: Inatenção a estímulos próprios ou ambientais
em um dimídio corporal (geralmente a
esquerda)
EXTINÇÃO: Extinção mediante dupla estimulação
Tipos:
− VISUAL
− AUDITIVA
− TÁTIL
Testa-se cada lado individualmente e a seguir os dois lados
simultaneamente
EXAME NEUROLÓGICO
gnosias
Semiologia Neurológica 28
30. AFASIA/DISFASIA
transtorno da linguagem
(p.ex.: AVC em território de artéria cerebral média esquerda)
DISARTRIA
transtorno da produção motora ou da articulação da fala
(p. ex.: paralisia facial periférica)
EXAME NEUROLÓGICO
distúrbios da comunicação
Semiologia Neurológica 30
31. fluência, compreensão, repetição, nomeação, leitura, escrita, cálculo
Fala
EXAME NEUROLÓGICO
distúrbios da comunicação
cortex
Semiologia Neurológica 31
41. I - Nervo Olfatório
EXAME NEUROLÓGICO
nervos cranianos
Semiologia Neurológica 41
• Olhos fechados
• Odor de substancias conhecidas
(por exemplo: café, cravo, baunilha,
canela)
• Não se deve utilizar substância
irritativa (ex.: álcool, éter, acetona)
pois essas substâncias estimulam
fibras sensitivas do trigêmeo, e não
o nervo olfatório.
50. II - Nervo óptico (pupilas)
EXAME NEUROLÓGICO
nervos cranianos
Semiologia Neurológica 50
Pupilas de Marcus-Gunn
(lesões/atrofia na retina ou no nervo óptico)
51. II - Nervo óptico (pupilas)
EXAME NEUROLÓGICO
nervos cranianos
Semiologia Neurológica 51
Pupilas de Argyll Robertson
(neurossífilis)
52. II - Nervo óptico (pupilas)
EXAME NEUROLÓGICO
nervos cranianos
Semiologia Neurológica 52
Pupilas de Argyll Robertson
(neurossífilis)
LUZ
ACOMODAÇÃO
88. EXAME NEUROLÓGICO
nervos cranianos
MOTOR: músculos da expressão facial, estapédio
e digástrico
SENSIBILIDADE: paladar dos dois-terços
anteriores da língua e sensibilidade de pequena
região no meato auditivo externo
AUTONÔMICO: parassimpáticos para as glândulas
lacrimais, submaxilares, submandibulares e todas
as outras glândulas salivares exceto a parótida
VII – nervo facial
Semiologia Neurológica 88
99. MOTOR: músculos da faringe (engolir); músculos
da laringe (voz)
SENSIBILIDADE SOMÁTICA: faringe,
meninges, meato auditivo externo, e pequena
região no meato auditivo externo
AUTONÔMICO: parassimpáticos para o coração,
pulmões e trato digestivo abaixo da flexura esplênica
SENSIBILIDADE VISCERAL: Paladar da
epiglote e faringe; quimio e barroreceptores do
arco aórtico
X – nervo vago
EXAME NEUROLÓGICO
nervos cranianos
Semiologia Neurológica 99
103. XI – nervo acessório
EXAME NEUROLÓGICO
nervos cranianos
MOTOR: músculos esternocleidomastóideo e
porção superior do trapézio
Semiologia Neurológica 103
111. EXAME NEUROLÓGICO
tônus muscular
Tensão no músculo relaxado ou a resistência à movimentação
passiva na ausência de contração voluntária
Requer paciente relaxado e cooperativo
Avaliação subjetiva
Experiência clinica
Tônus aumentado x relaxamento insuficiente
Inspeção, palpação e mobilização passiva
Exame bilateral de partes homólogas
Podem provocar confusão: edema, inflamação, espasmo por dor,
pseudo-hipertrofia
Semiologia Neurológica 111
113. HIPOTONIA: doenças da unidade motora, das vias proprioceptivas,
cerebelares e nas coréias
HIPERTONIA: lesões do trato córtico-espinhal após o estágio
agudo, transtornos cerebrais difusos, doenças envolvendo o sistema
extra-piramidal, doenças de interneurônios da medula espinhal
RIGIDEZ EXTRAPIRAMIDAL: aumento difuso e constante no
tonus muscular à movimentação passiva comum em doenças
envolvendo os gânglios da base. Afeta músculos agonistas e
antagonistas. Presente em toda amplitude do movimento e não
varia com a velocidade (cano de chumbo).
ESPASTICIDADE: hipertonia aos movimentos passivos, não
uniforme, maior no início, varia com a velocidade. Afeta
músculos de forma variada.
EXAME NEUROLÓGICO
tônus muscular
Semiologia Neurológica 113
116. VOLUNTÁRIA: comandada pela via corticoespinhal ou
piramidal;
AUTOMÁTICA: sob comando do Sistema Extrapiramidal
(núcleos da base, subtância negra, núcleo rubro e
formação reticular)
EXAME NEUROLÓGICO
força muscular
Semiologia Neurológica 116
121. EXAME NEUROLÓGICO
força muscular
0 Ausência de contração
1 Contração muscular sem deslocamento
2 Contração muscular sem gravidade
3 Movimento ativo contra gravidade
4 Movimento contra resistência
5 Força normal
Medical Research Council scale
Semiologia Neurológica 121
124. EXAME NEUROLÓGICO
movimentos anormais
Movimentos oscilatórios involuntários relativamente rítmicos, não
dirigidos a uma finalidade.
simples: envolve apenas um grupo muscular
composto: envolve diversos grupos musculares
amplitude e freqüência
Classificação:
• Tremor de repouso: doença de Parkinson
• Tremor de ação:
− Tremor postural: tremor essencial
− Tremor cinético: doenças cerebelares
− Tremor associado a tarefas específicas: escrita, desenho
Tremor
Semiologia Neurológica 124
125. EXAME NEUROLÓGICO
movimentos anormais
Coréia
Do grego “choreía” que significa dança, caracteriza-se por hipercinesias
não rítmicas, involuntárias, irregulares, sem finalidade, ao acaso.
Distribuição variável
Pode acometer extremidades superiores e inferiores, tronco, face, língua,
lábios e faringe
Careteamentos
Vocalizações anormais / afonia
Coréia de Sydenham (febre reumática)
Coréia de Huntington (doença degenerativa, hereditária)
Semiologia Neurológica 125
126. EXAME NEUROLÓGICO
movimentos anormais
Atetose
Hipercinesias mais lentas e prolongadas, com maior amplitude que as da
coréia, involuntárias, irregulares, grosseiras, algo rítmica e de natureza
sinuosa ou serpenteante.
Movimentos constantes / sem posição fixa
Pode acometer extremidades distais (mãos, dedos e artelhos), face,
pescoço e tronco
Careteamentos mais lentos e duradouros que da coréia
Cincinesias
Semiologia Neurológica 126
127. EXAME NEUROLÓGICO
movimentos anormais
Hemibalismo
Movimentos de arremessos involuntários, violentos e incessantes que
ocorrem de um lado do corpo.
Infarto ou hemorragia no núcleo subtalâmico
Movimentos se assemelham aos da coréia mas são mais pronunciados
Envolvem as partes proximais das extremidades
Desaparecem no sono profundo
Raramente bilaterais ou envolvendo uma única extremidade
Semiologia Neurológica 127
128. EXAME NEUROLÓGICO
movimentos anormais
Distonia
Contrações musculares espontâneas, involuntárias e prolongadas que
forçam as partes do corpo afetadas a movimentos e posturas anormais
Movimentos padronizados e recorrentes na mesma localização em
contraste com a natureza ao acaso e flutuante da coréia
Co-contração de agonistas e antagonistas
Afeta extremidades, pescoço, tronco, face, pálpebras ou cordas vocais
Constante / intermitante
Generalizada / segmentar / focal / multi-focal / hemicorpo
Semiologia Neurológica 128
130. EXAME NEUROLÓGICO
reflexos
Resposta involuntária a estímulo
Parte mais objetiva do exame neurológico
Não estão submetidos ao controle voluntário
Não dependem da atenção, cooperação ou inteligência do paciente
Podem sugerir alterações precoces e sutis de perturbações na
função neurológica
Semiologia Neurológica 130
157. DINÂMICO: durante a marcha
ESTÁTICO: posição de pé
Prova de Romberg: posição ereta, pés
unidos e olhos fechados (vestibulopatias
e lesões cordonais posteriores)
ATENÇÃO!
Nas lesões cerebelares, o paciente
não consegue permanecer em pé
(astasia) ou andar (abasia).
EXAME NEUROLÓGICO
equilíbrio
Semiologia Neurológica 157
160. • Simetria
• Movimentos associados
• Distância entre os pés
• Movimentos dos joelhos
• Participação da pelvis
ou ombros
EXAME NEUROLÓGICO
marcha
Semiologia Neurológica 160
161. CEIFANTE ou Wernicke Man: paciente caminha traçando um
semicírculo com o membro comprometido (hemiplegia pós AVC);
ANSERINA ou DE PATO: paciente caminha acentuando a lordose
lombar e movimenta o quadril para a direita e esquerda (distrofia
muscular progressiva, polimiosite);
PARKINSONIANA: paciente caminha com passos curtos e rápidos,
em bloco, sem os movimentos automáticos dos braços e com a
cabeça e o tronco inclinados para frente (Doença de Parkinson);
CEREBELAR ou DE ÉBRIO: paciente caminha em “zigue-zague”,
com base de sustentação alargada (lesões cerebelares);
EXAME NEUROLÓGICO
marcha
Semiologia Neurológica 161
162. TABÉTICA: paciente caminha com olhar fixo no chão, levanta
membros inferiores abruptamente e os calcanhares são colocados
fortemente no chão (tabes dorsalis)
VESTIBULAR ou ESTRELA: paciente caminha com desvios
laterais (latero pulsão) p/ o lado comprometido. Ex: Lesão vestibular.
ESCARVANTE: paciente caminha tocando a ponta do pé no solo,
levantando acentuadamente o membro inferior (neuropatia
periférica);
EM TESOURA ou ESPÁSTICA: paciente caminha cruzando as
pernas, com os membros inferiores rígidos e semifletidos (paralisia
cerebral)
EXAME NEUROLÓGICO
marcha
Semiologia Neurológica 162