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1
3º ENCONTRO DE ENSINO DE GRADUAÇÃO
5º ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO
6º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
6º ENCONTRO DE EXTENSÃO UFGD
ENEPE
22 a 24 de outubro de 2012
“Economia verde, sustentabilidade
e erradicação da pobreza”
PRODUÇÕES DE METANO E REDUÇÕES DE SÓLIDOS E DA DEMANDA QUÍMICA DE
OXIGÊNIO DURANTE A CO-DIGESTÃO DOS DEJETOS DE SUÍNOS COM CRESCENTES
NÍVEIS DE ADIÇÃO DE ÓLEO DE DESCARTE
R. G. RODRIGUES1
; A. C. A. ORRICO2
; J. P. RODRIGUES³
1
Bolsista de Iniciação Cientifica e acadêmico do Curso de Zootecnia da Faculdade de Ciências
Agrárias/FCA/UFGD. E-mail: rafaelgauchinho288@hotmail.com
2
Orientadora, Docente da Faculdade de Ciências Agrárias/FCA/UFGD
³ Aluno do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia pela Faculdade de Ciências Agrárias, UFGD.
RESUMO
O objetivo com a execução do trabalho foi realizar a co-digestão dos dejetos de suínos
em diferentes níveis de adição de óleo de descarte e enzima, onde foram observados os
rendimentos de biogás e metano, principalmente, durante o processo. O experimento foi
conduzido no Laboratório de Manejo de Resíduos Agropecuários, onde foram
abastecidos biodigestores do tipo batelada, com substratos contendo dejetos de suínos
em diferentes níveis de inclusão de óleo de descarte (20; 30; 40% dos ST dos
biodigestores) verificando a influência destes níveis sobre o desempenho do processo.
Foram avaliadas as produções de biogás e metano, bem como os potenciais de produção
considerando-se as quantidades de ST, SV e DQO adicionadas. Observaram-se as
produções de biogás diariamente e sua qualidade foi avaliada semanalmente. Para a
análise dos dados, utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado em esquema
fatorial 4x3 (4 níveis de inclusão de óleo de descarte: 20; 30; 40 e 50% e 3 níveis de
inclusão de enzima: 0,1; 0,2 e 0,3%) com duas repetições cada (biodigestores). Com
relação aos resultados obtidos, quando avaliadas as produções de biogás e metano é
possível observar que o maior nível de inclusão de óleo (50% de óleo dos ST)
promoveu inibição do processo de biodigestão anaeróbia não apresentando produções
mensuráveis de biogás. Conclui-se que as produções de biogás e metano foram
2
influenciadas pela inclusão de óleo e lipase aos substratos, sendo que os menores níveis
de adição de ambos os componentes foram os que apresentaram melhores desempenhos.
Palavras-chave: biogás, lipídios, suinocultura
INTRODUÇÃO
A suinocultura vem aumentando sua representatividade no mercado com índices
cada vez mais expressivos, um bom exemplo foi o encerramento do Brasil em 2010 com
2.457.921 matrizes produzidas, sendo que 83% de toda produção foi absorvida pelo
mercado interno. Este movimento é o resultado da demanda interna aquecida, gerada
pela melhoria de renda da população brasileira e do real supervalorizado em relação ao
dólar, o que desestimulou as exportações, segundo dados da ABIPECS (2010).
Segundo a UNFCCC (2006) 20% das emissões mundiais de gases de efeito estufa
são provenientes das atividades agropecuárias, sendo o metano (produzido durante a
degradação da matéria orgânica em meio anaeróbio) e o óxido nitroso (produzido em
meios anaeróbios utilizando os compostos nitrogenados de natureza orgânica ou
inorgânica) os principais gases envolvidos.
Esses gases trazem grande preocupação devido ao seu tempo de vida na atmosfera
e seu potencial de aquecimento global com relação ao CO2 (o CO2 é o principal gás do
efeito estufa, por isso foi eleito como sendo índice 1 para o aquecimento global e os
demais gases são comparados a ele). Segundo a UNFCCC (2006) a vida média desses
gases na atmosfera seria de 12 anos para o CH4 e 120 anos para o N2O e os respectivos
potenciais de aquecimento global de 21 e 310. A única forma de evitar a emissão destes
gases seria a captação e posterior queima, onde o CH4 e N2O seriam transformados em
CO2 e N2 após a queima, reduzindo assim a contribuição para o aquecimento global.
Desta forma, a biodigestão anaeróbia poderá representar uma excelente alternativa
para o tratamento e reciclagem energética e dos nutrientes, com as vantagens de redução
do potencial poluidor e dos riscos sanitários dos dejetos, redução do odor e liberação de
gases do efeito estufa, além de promover a geração do biogás, utilizado como fonte de
energia, e do biofertilizante produto da reciclagem dos efluentes (SOUZA, et. al, 2007;
ORRICO JR. et. al, 2010 e MENARDO et. al, 2010; NGES e LIU, 2010).
3
A técnica pode ser definida como um processo biológico natural que ocorre na
ausência de oxigênio molecular, no qual um consórcio de diferentes tipos de
microrganismos interage estreitamente para promover a transformação de compostos
orgânicos complexos em produtos mais simples, resultando, principalmente, nos gases
metano e dióxido de carbono (TOERIEN et al., 1969; MOSEY, 1983; NOVAES, 1986;
FORESTI et al., 1999; LIANHUA et al., 2010).
Os rendimentos de biogás podem variar em função da qualidade do resíduo
adicionado ao biodigestor e grau de diluição, conforme observado por ORRICO JR et
al. (2010), que observaram valores entre 648 e 1.315 litros de biogás para cada
quilograma de ST reduzido no biodigestor, em condições de alimentação dos suínos
com milho ou sorgo como recurso energético e variação no tempo de retenção
hidráulica de 15 até 90 dias.
Apesar de estes resultados expressarem a potencialidade dos dejetos de suínos
para a recuperação energética, existe a possibilidade de melhoria nestes rendimentos,
por exemplo, por meio da co-digestão com resíduos que complementem a composição
dos substratos e assim permitam a melhoria de meio interno dos biodigestores,
promovendo maior atividade dos microrganismos e melhores taxas de conversão do
material orgânico em biogás.
A co-digestão dos dejetos de suínos com óleo de cozimento proveniente de
descarte em cozinha foi avaliada por LANSING et al. (2010) ao conduzirem
experimento empregando-se as adições de 0; 2,5; 5,0 e 10% de óleo, em relação ao
volume dos biodigestores. Os resultados verificados pelos autores evidenciam os
benefícios da associação entre ambos os resíduos, já que as produções de biogás foram
de 32,1; 61,1; 54,7 e 63,1 litros por dia, para as adições de óleo descritas, além do
incremento de metano nas composições do gás de acordo com o acréscimo de óleo. A
melhoria dos rendimentos já havia sido verificada por CIRNE (2007), ao descrever que
estudos de biodigestão anaeróbia com substratos contendo elevados níveis de lipídeos,
em associação com dejetos, apresentaram como resultados o acréscimo na produção de
metano e a maior eficiência da digestão.
Segundo levantamento efetuado por LANSING (2010) diferentes autores
consideraram que os dejetos são os melhores materiais para desenvolverem a co-
digestão com resíduos contendo alto nível lipídicos, em virtude da elevada alcalinidade
4
deste resíduo, que apresenta resistência para a acidificação. Somam-se ainda, segundo o
referido autor, os elevados conteúdos de amônia dos dejetos, que representam
importante condição para o crescimento microbiano. Resultados relatados pelo autor
mencionam a adição de até 5% do volume dos substratos em óleo nas misturas,
apresentando ganhos na produção de biogás e metano de até 100%, em relação às
produções obtidas por substratos preparados somente com dejetos.
Com base no exposto a condução de ensaios que considerem a inclusão de
diferentes níveis de óleo em substratos preparados a partir dos dejetos de suínos
justifica-se devido às melhorias que podem beneficiar os maiores rendimentos de
biogás, e consequentemente metano e ainda para aqueles níveis prejudiciais se faz
necessário estudos utilizando-se enzimas lipolíticas para potencializar as degradações e
consequentemente favorecer o processo de biodigestão.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Manejo de Resíduos
Agropecuários, com os dejetos coletados em Suinocultura comercial na região de
Dourados, sendo o Laboratório pertencente à Faculdade de Ciências Agrárias –
FCA/UFGD, Dourados – MS. Já o óleo empregado na confecção dos substratos foi
obtido junto ao Restaurante Universitário, pertencente à UFGD, correspondendo ao
produto de descarte, após o uso em cozimento.
Para o abastecimento, foram utilizados biodigestores do tipo batelada, com
substratos contendo dejetos de suínos e diferentes níveis de inclusão de óleo de descarte
(20; 30; 40 e 50% do volume dos biodigestores) e ainda diferentes níveis de inclusão de
enzima lipolítica (0,1; 0,2 e 0,3% do volume de substrato adicionado aos biodigestores).
Foram avaliadas as produções de biogás e metano, bem como os potenciais de
produções considerando-se as quantidades adicionadas de sólidos totais (ST), voláteis
(SV) e da demanda química de oxigênio (DQO). Observaram-se as produções de biogás
diariamente e sua qualidade foi avaliada semanalmente.
Anteriormente ao início de abastecimento dos biodigestores foi preparado o
inóculo para ser adicionado na composição dos substratos. Para tanto se utilizou dejetos
de bovinos, suínos e água para a diluição, sendo esta mistura acondicionada em
biodigestores batelada e considerada como inóculo no momento em que atingiu o pico
5
de metano na composição do biogás. Então, o inóculo foi adicionado aos biodigestores
no momento do abastecimento, correspondendo a 15% do volume total do biodigestor,
para que não houvesse atraso no início das produções de biogás. O uso de inóculo
permitiu que os microrganismos presentes no meio se adaptassem mais facilmente ao
substrato, otimizando assim a produção de biogás e reduzindo o período de
fermentação.
Para execução da etapa experimental foram empregados 24 biodigestores batelada
de bancada (4 níveis de adição de óleo x 3 níveis de inclusão de enzima e 2 repetições),
que foram abastecidos com os substratos compostos pelo inóculo, água, dejeto, óleo e
enzima com o intuito de que a concentração inicial fosse de 3% de ST. As misturas, ou
substratos, foram homogeneizados com a utilização de liquidificador industrial,
propiciando condições homogêneas de fermentação nos biodigestores.
Os teores de ST, SV e DQO foram determinados segundo metodologia descrita
por AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION (2005). Os abastecimentos foram
efetuados procurando-se obter substratos com teor de ST em torno de 3%, conforme
expressões citadas em LUCAS JR. (1994).
Os volumes de biogás produzidos diariamente foram determinados medindo-se o
deslocamento vertical dos gasômetros e multiplicando-se pela área de secção transversal
interna dos gasômetros. Após cada leitura os gasômetros foram zerados utilizando-se o
registro de descarga de biogás. A correção do volume de biogás para as condições de 1
atm e 20ºC foi efetuada com base no trabalho de CAETANO (1985).
Os potenciais de produções de biogás e metano foram calculados utilizando-se os
dados de produção diária e as quantidades de ST, SV e DQO adicionados nos
biodigestores.
As análises da composição do biogás produzido foram realizadas semanalmente
para determinação dos teores de metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2),
principalmente, em cromatógrafo de fase gasosa Finigan GC-2001, equipado com as
colunas Porapack Q e Peneira Molecular, e detector de condutividade térmica.
Na avaliação dos resultados gerados no ensaio de co-digestão anaeróbia a partir
dos dejetos de suínos em associação com diferentes teores de óleo foi adotado o
delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 4x3 (4 doses de inclusão de
6
óleo de descarte e 3 níveis de inclusão de enzima) com duas repetições cada
(biodigestores). O efeito das doses de óleo e enzima foi avaliado por análise de
regressão, empregando-se polinômios ortogonais, pela decomposição da soma de
quadrado das doses de óleo em efeito linear, quadrático e cúbico sendo escolhido o que
apresentou maior significância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segundo os resultados apresentados na Tabela 1 verifica-se que a demanda
química de oxigênio dos afluentes foi acrescida conforme se adicionou lipase à
composição dos substratos, comportamento também demonstrado na Figura 1. Segundo
relatado por Durli (2007) esta característica está relacionada com a capacidade da lipase
em promover maior disponibilidade de matéria orgânica.
De acordo com os resultados verificados é possível observar que o maior nível de
inclusão de óleo (50% de óleo dos ST) promoveu inibição do processo de biodigestão
anaeróbia não apresentando produções mensuráveis de biogás, sendo este -
comportamento também relatado por Neves et al. (2009) em ensaio de co-digestão de
dejetos bovinos com resíduos de cozinha e níveis crescentes e intermitentes de gordura
proveniente da indústria de pescados (9, 12, 15 e 18 g de DQO de óleo/L de substrato)
em biodigestores semi contínuos com TRH de 15 dias.
Verifica-se que dos tratamentos que apresentaram produções de biogás, o que
conteve menores níveis de inclusão de óleo (20% dos ST) e lipase (1g/kg de substrato)
foi o que apresentou as maiores médias no período inicial, no entanto nas três últimas
semanas de avaliação (16, 17 e 18ª) as médias foram maiores para o tratamento com
40% de óleo dos ST e 2g/kg de substrato de lipase, ou seja, com maior carga orgânica e
provavelmente com os maiores teores de ácidos livres, pois segundo Durli (2007), com
o passar do tempo os microorganismos passam a utilizar os ácidos graxos livres como
fonte de carbono.
7
Tabela 1. Caracterização inicial dos componentes físicos químicos em gramas (g) por quilograma (kg) de substrato adicionado aos biodigestores.
Óleo de Descarte 20% dos ST 30% dos ST 40% dos ST 50% dos ST CV
Lipase (%) 0,1 0,2 0,3 0,1 0,2 0,3 0,1 0,2 0,3 0,1 0,2 0,3 (%)
ST 51,61Aa 44,12Aa 46,70Aa 51,44Aa 49,03Aa 47,48Aa 47,84Aa 45,74Aa 47,78Aa 48,46Aa 45,35Aa 43,05Aa 4,96
SV 44,60ABab 38,22ABb 40,66ABa 45,07ABab 43,27ABb 42,16ABa 42,42Bab 40,50Bb 42,45Ba 43,12Aab 40,58Ab 38,81Aa 5,11
DQO 39,8Bc 68,3Bb 112,1Ba 40,3Bc 75,0Bb 113,5Ba 50,1Ac 86,4Ab 120,6Aa 57,0Ac 87,6Ab 125,1Aa 4,08
Na linha, letras maiúsculas comparam resultados obtidos pela adição de óleo de descarte e letras minúsculas comparam resultados obtidos por níveis de adição de enzima.
Médias seguidas de letras distintas diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de significância.
8
Figura 1. Análise de regressão dos valores da demanda química de oxigênio (DQO) em
função dos níveis de inclusão de lipase.
A produção máxima mensal de biogás foi de 1,85 litros de biogás/L de substrato
para o tratamento com 20% de óleo dos ST e 1g/kg de lipase, valor inferior ao
encontrado por Lansing et al. (2010), onde a produção máxima mensal de biogás foi de
7,56 litros de biogás/L de substrato em tratamento com inclusão de 25g de gordura de
cozinha/kg de substrato, contendo dejeto de suínos, adicionado a biodigestores semi-
contínuos com TRH de 40 dias. Já Gelegenis et al. (2007) observaram um aumento de
10% ao total de biogás produzido, em co digestão com o nível de inclusão de 25% de
água residuária da produção de óleo de oliva por litro de resíduo de poedeiras. No
entanto cabe ressaltar que os biodigestores utilizados no experimento de Gelegenis et al.
(2007) eram de fluxo semi contínuo com condições de aquecimento e manutenção da
temperatura a 35ºC, além da recirculação do substrato.
O comportamento de produção semanal de biogás demonstra maiores valores para
a menor inclusão de óleo de descarte aos substratos (20%), conforme apresentado na
Figura 2.
y = 298,1x2 + 235,8x + 20,21
R² = 0,94
0
20
40
60
80
100
120
140
0 0,1 0,2 0,3 0,4
(g)deDQO/(kg)deafluente
Níveis de Lipase (%)
DQO
9
Figura 2. Produções semanais de biogás (L) em relação aos tratamentos com óleo de
descarte (% por ST) em afluentes preparados os dejetos de suínos e níveis
crescentes de inclusão de lipase.
Os resultados apresentados na Figura 3 demonstram que durante as 15 primeiras
semanas de tratamento o menor índice de lipase (0,1%) promoveu os maiores valores de
produção de biogás. Até o momento o valor máximo de produção foi atingido durante a
segunda semana com uma produção média de 4,5 litros para cada biodigestor com 0,1%
de lipase, ou seja, o que corresponde a uma produção volumétrica semanal de 0,9 L de
CH4/L de substrato.
Figura 3. Produções semanais de biogás (L) em relação aos níveis de inclusão de lipase
(% por volume) em afluentes preparados com os dejetos de suínos e
tratamentos crescentes de óleo de descarte.
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
0 5 10 15 20
litros(L)
Semanas
20% de Óleo
30% de Óleo
40% de Óleo
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0 5 10 15 20
litros(L)
Semanas
0,1% de Lipase
0,2% de Lipase
0,3% de Lipase
10
Em relação aos percentuais de metano do biogás o maior valor 78,65% foi obtido
com os tratamentos que apresentaram menor percentual de inclusão de óleo de descarte
(20% dos ST) conforme demonstrado na Figura 4.
Figura 4. Percentuais corrigidos de CH4 no biogás em função do tratamento (%) de
óleo de descarte.
Comportamento semelhante ao verificado neste trabalho foi relatado por Lansing
et al. (2010) ao observarem acréscimo na produção de metano de 124% em relação ao
tratamento controle, com o menor nível de inclusão de gordura (2,5% do substrato). Isto
se explica segundo os autores que menores teores de lipídeos são mais bem aceitos pelo
processo devido à dificuldade de degradação de grandes concentrações de lipídeos nos
substratos que inclusive pode ocasionar o colapso do biodigestor.
Quanto aos níveis de lipase, os resultados sinalizam que os maiores percentuais de
CH4 foram apresentados pelos substratos que contiveram 0,2% de lipase (Figura 5). A
partir do nível de 0,3% de lipase houve um decréscimo nos percentuais de metano
semelhante achado foi observado por Valente et al. (2010) com biodigestão anaeróbia
de efluente da indústria de pescado, onde níveis de enzima intermediários
proporcionaram maiores percentuais de metano, e níveis acima de 0,5% por volume
obtiveram decréscimo nas produções.
60,05
64,33
78,65
65,23
66,46
52,45
57,21
53,53
58,56
1 2 3
50,00
60,00
70,00
80,00
Período em meses
CH4nobiogás(%)
20%de Óleo
30%de Óleo
40%de Óleo
11
Figura 5. Percentuais corrigidos de CH4 no biogás em função do nível (%) de lipase.
Os potenciais de produções de biogás e metano ficaram abaixo do esperado
(Tabela 2) para o dejeto de suíno que segundo Orrico Júnior (2010), variam de 80 a 120
litros de biogás por kg de dejeto adicionado aos biodigestores.
Observou-se que o maior potencial (45,4 litros de biogás por kg de dejeto
adicionado) foi obtido com a menor inclusão de óleo de descarte e lipase (20% dos ST e
1g/kg de substrato de lipase), isto pode ser explicado pela problemática dos resíduos
lipídicos em elevadas quantidades podem formar uma camada na superfície dos
substratos podendo dificultar o transporte dos componentes solúveis para as camadas
mais profundas da biomassa e, consequentemente, reduzir a taxa de conversão do
substrato, tornando menores as produções de biogás (VALLADAO et al., 2007). Além
da camada superficial formada a hidrólise de triacilgliceróis libera ácidos graxos de
cadeia longa e glicerol. Quando esses ácidos graxos de cadeia longa estão em excesso,
ocorre a redução do pH, sendo desfavorável aos microrganismos que participação do
processo de degradação anaeróbia (DURLI, 2007).
Os potenciais de produção por kg de DQO adicionada foram maiores (p<0,01)
para os tratamento 0,1% de lipase (1g/kg de substrato), sendo que o maior valor foi de
147,2 litros de biogás/kg de DQO adicionada para o tratamento com 20% de óleo. De
acordo com Valente et al. (2010), esta é a forma mais correta de se avaliar pois mostra a
produção específica de biogás, devido as composições iniciais do substratos se
mostrarem diferentes em relação as inclusões de óleo e lipase, a DQO relata o valor real
43,88
42,10
69,06
66,39
57,35
60,07
1 2
40,00
50,00
60,00
70,00
Período em meses
CH4nobiogás(%)
0,1% de Lipase
0,2% de Lipase
0,3% de Lipase
12
da carga orgânica de cada afluente, no entanto cabe ressaltar ainda que apesar desta
recomendação a análise de DQO por ser um método que requer maior precisão em sua
marcha analítica, pode conter valores, sub e superestimados devido a heterogeneidade
do substrato.
13
Tabela 2. Potenciais de produção de biogás em litros (L) em afluentes preparados com os dejetos de suínos e níveis crescentes de adição de óleo
de descarte e lipase.
Óleo de descarte 20% dos ST 30% dos ST 40% dos ST CV
Lipase (g/kg) 1 2 3 1 2 3 1 2 3 (%)
Por kg de ST adicionado 113,8Aa 69,3Aa 7,2Ab 102,9Aa 22,1Aa 13,6Ab 67,0Aa 74,5Aa 3,1Ab 49,62
Por kg de SV adicionado 132,1Aa 79,8Aa 8,4Ab 119,5Aa 25,1Aa 15,1Ab 75,2Aa 81,8Aa 3,1Ab 55,27
Por kg de DQO adicionada 147,2Aa 44,8Ab 3,3Ab 121,3Aa 13,5Ab 5,8Ab 57,7Aa 37,7Ab 1,1Ab 55,64
(g/kg): grama por kg de substrato (base na MS) adicionado aos biodigestores. ad: adicionado. Na linha, letras maiúsculas comparam resultados obtidos pela adição de óleo de
descarte e letras minúsculas comparam resultados obtidos por níveis de adição de enzima. Médias seguidas de letras distintas diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de
significância.
14
CONCLUSÕES
Conclui-se que as produções de biogás e metano foram influenciadas pela
inclusão de óleo e lipase aos substratos, sendo que os menores níveis de adição de
ambos os componentes foram os que apresentaram melhores desempenhos. Desta
forma, recomenda-se a utilização de níveis de até 20% de inclusão de óleo e até 0,1% de
inclusão de enzima para favorecer o processo de biodigestão anaeróbia.
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maio/ago. 2007.
TOERIEN, D. F.; HATTINGH, W. H. J. Anaerobic digestion I. the microbiology of
anaerobic digestion. Water Research, v. 3, p. 385-416, 1969.
UNFCCC, Higthligths from greenhouse gas (GHG) emissions data for 1990-2004.
Framework convention on climate change. UNFCCC, 2006.

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  • 1. 1 3º ENCONTRO DE ENSINO DE GRADUAÇÃO 5º ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO 6º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA 6º ENCONTRO DE EXTENSÃO UFGD ENEPE 22 a 24 de outubro de 2012 “Economia verde, sustentabilidade e erradicação da pobreza” PRODUÇÕES DE METANO E REDUÇÕES DE SÓLIDOS E DA DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO DURANTE A CO-DIGESTÃO DOS DEJETOS DE SUÍNOS COM CRESCENTES NÍVEIS DE ADIÇÃO DE ÓLEO DE DESCARTE R. G. RODRIGUES1 ; A. C. A. ORRICO2 ; J. P. RODRIGUES³ 1 Bolsista de Iniciação Cientifica e acadêmico do Curso de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias/FCA/UFGD. E-mail: rafaelgauchinho288@hotmail.com 2 Orientadora, Docente da Faculdade de Ciências Agrárias/FCA/UFGD ³ Aluno do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia pela Faculdade de Ciências Agrárias, UFGD. RESUMO O objetivo com a execução do trabalho foi realizar a co-digestão dos dejetos de suínos em diferentes níveis de adição de óleo de descarte e enzima, onde foram observados os rendimentos de biogás e metano, principalmente, durante o processo. O experimento foi conduzido no Laboratório de Manejo de Resíduos Agropecuários, onde foram abastecidos biodigestores do tipo batelada, com substratos contendo dejetos de suínos em diferentes níveis de inclusão de óleo de descarte (20; 30; 40% dos ST dos biodigestores) verificando a influência destes níveis sobre o desempenho do processo. Foram avaliadas as produções de biogás e metano, bem como os potenciais de produção considerando-se as quantidades de ST, SV e DQO adicionadas. Observaram-se as produções de biogás diariamente e sua qualidade foi avaliada semanalmente. Para a análise dos dados, utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 4x3 (4 níveis de inclusão de óleo de descarte: 20; 30; 40 e 50% e 3 níveis de inclusão de enzima: 0,1; 0,2 e 0,3%) com duas repetições cada (biodigestores). Com relação aos resultados obtidos, quando avaliadas as produções de biogás e metano é possível observar que o maior nível de inclusão de óleo (50% de óleo dos ST) promoveu inibição do processo de biodigestão anaeróbia não apresentando produções mensuráveis de biogás. Conclui-se que as produções de biogás e metano foram
  • 2. 2 influenciadas pela inclusão de óleo e lipase aos substratos, sendo que os menores níveis de adição de ambos os componentes foram os que apresentaram melhores desempenhos. Palavras-chave: biogás, lipídios, suinocultura INTRODUÇÃO A suinocultura vem aumentando sua representatividade no mercado com índices cada vez mais expressivos, um bom exemplo foi o encerramento do Brasil em 2010 com 2.457.921 matrizes produzidas, sendo que 83% de toda produção foi absorvida pelo mercado interno. Este movimento é o resultado da demanda interna aquecida, gerada pela melhoria de renda da população brasileira e do real supervalorizado em relação ao dólar, o que desestimulou as exportações, segundo dados da ABIPECS (2010). Segundo a UNFCCC (2006) 20% das emissões mundiais de gases de efeito estufa são provenientes das atividades agropecuárias, sendo o metano (produzido durante a degradação da matéria orgânica em meio anaeróbio) e o óxido nitroso (produzido em meios anaeróbios utilizando os compostos nitrogenados de natureza orgânica ou inorgânica) os principais gases envolvidos. Esses gases trazem grande preocupação devido ao seu tempo de vida na atmosfera e seu potencial de aquecimento global com relação ao CO2 (o CO2 é o principal gás do efeito estufa, por isso foi eleito como sendo índice 1 para o aquecimento global e os demais gases são comparados a ele). Segundo a UNFCCC (2006) a vida média desses gases na atmosfera seria de 12 anos para o CH4 e 120 anos para o N2O e os respectivos potenciais de aquecimento global de 21 e 310. A única forma de evitar a emissão destes gases seria a captação e posterior queima, onde o CH4 e N2O seriam transformados em CO2 e N2 após a queima, reduzindo assim a contribuição para o aquecimento global. Desta forma, a biodigestão anaeróbia poderá representar uma excelente alternativa para o tratamento e reciclagem energética e dos nutrientes, com as vantagens de redução do potencial poluidor e dos riscos sanitários dos dejetos, redução do odor e liberação de gases do efeito estufa, além de promover a geração do biogás, utilizado como fonte de energia, e do biofertilizante produto da reciclagem dos efluentes (SOUZA, et. al, 2007; ORRICO JR. et. al, 2010 e MENARDO et. al, 2010; NGES e LIU, 2010).
  • 3. 3 A técnica pode ser definida como um processo biológico natural que ocorre na ausência de oxigênio molecular, no qual um consórcio de diferentes tipos de microrganismos interage estreitamente para promover a transformação de compostos orgânicos complexos em produtos mais simples, resultando, principalmente, nos gases metano e dióxido de carbono (TOERIEN et al., 1969; MOSEY, 1983; NOVAES, 1986; FORESTI et al., 1999; LIANHUA et al., 2010). Os rendimentos de biogás podem variar em função da qualidade do resíduo adicionado ao biodigestor e grau de diluição, conforme observado por ORRICO JR et al. (2010), que observaram valores entre 648 e 1.315 litros de biogás para cada quilograma de ST reduzido no biodigestor, em condições de alimentação dos suínos com milho ou sorgo como recurso energético e variação no tempo de retenção hidráulica de 15 até 90 dias. Apesar de estes resultados expressarem a potencialidade dos dejetos de suínos para a recuperação energética, existe a possibilidade de melhoria nestes rendimentos, por exemplo, por meio da co-digestão com resíduos que complementem a composição dos substratos e assim permitam a melhoria de meio interno dos biodigestores, promovendo maior atividade dos microrganismos e melhores taxas de conversão do material orgânico em biogás. A co-digestão dos dejetos de suínos com óleo de cozimento proveniente de descarte em cozinha foi avaliada por LANSING et al. (2010) ao conduzirem experimento empregando-se as adições de 0; 2,5; 5,0 e 10% de óleo, em relação ao volume dos biodigestores. Os resultados verificados pelos autores evidenciam os benefícios da associação entre ambos os resíduos, já que as produções de biogás foram de 32,1; 61,1; 54,7 e 63,1 litros por dia, para as adições de óleo descritas, além do incremento de metano nas composições do gás de acordo com o acréscimo de óleo. A melhoria dos rendimentos já havia sido verificada por CIRNE (2007), ao descrever que estudos de biodigestão anaeróbia com substratos contendo elevados níveis de lipídeos, em associação com dejetos, apresentaram como resultados o acréscimo na produção de metano e a maior eficiência da digestão. Segundo levantamento efetuado por LANSING (2010) diferentes autores consideraram que os dejetos são os melhores materiais para desenvolverem a co- digestão com resíduos contendo alto nível lipídicos, em virtude da elevada alcalinidade
  • 4. 4 deste resíduo, que apresenta resistência para a acidificação. Somam-se ainda, segundo o referido autor, os elevados conteúdos de amônia dos dejetos, que representam importante condição para o crescimento microbiano. Resultados relatados pelo autor mencionam a adição de até 5% do volume dos substratos em óleo nas misturas, apresentando ganhos na produção de biogás e metano de até 100%, em relação às produções obtidas por substratos preparados somente com dejetos. Com base no exposto a condução de ensaios que considerem a inclusão de diferentes níveis de óleo em substratos preparados a partir dos dejetos de suínos justifica-se devido às melhorias que podem beneficiar os maiores rendimentos de biogás, e consequentemente metano e ainda para aqueles níveis prejudiciais se faz necessário estudos utilizando-se enzimas lipolíticas para potencializar as degradações e consequentemente favorecer o processo de biodigestão. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Manejo de Resíduos Agropecuários, com os dejetos coletados em Suinocultura comercial na região de Dourados, sendo o Laboratório pertencente à Faculdade de Ciências Agrárias – FCA/UFGD, Dourados – MS. Já o óleo empregado na confecção dos substratos foi obtido junto ao Restaurante Universitário, pertencente à UFGD, correspondendo ao produto de descarte, após o uso em cozimento. Para o abastecimento, foram utilizados biodigestores do tipo batelada, com substratos contendo dejetos de suínos e diferentes níveis de inclusão de óleo de descarte (20; 30; 40 e 50% do volume dos biodigestores) e ainda diferentes níveis de inclusão de enzima lipolítica (0,1; 0,2 e 0,3% do volume de substrato adicionado aos biodigestores). Foram avaliadas as produções de biogás e metano, bem como os potenciais de produções considerando-se as quantidades adicionadas de sólidos totais (ST), voláteis (SV) e da demanda química de oxigênio (DQO). Observaram-se as produções de biogás diariamente e sua qualidade foi avaliada semanalmente. Anteriormente ao início de abastecimento dos biodigestores foi preparado o inóculo para ser adicionado na composição dos substratos. Para tanto se utilizou dejetos de bovinos, suínos e água para a diluição, sendo esta mistura acondicionada em biodigestores batelada e considerada como inóculo no momento em que atingiu o pico
  • 5. 5 de metano na composição do biogás. Então, o inóculo foi adicionado aos biodigestores no momento do abastecimento, correspondendo a 15% do volume total do biodigestor, para que não houvesse atraso no início das produções de biogás. O uso de inóculo permitiu que os microrganismos presentes no meio se adaptassem mais facilmente ao substrato, otimizando assim a produção de biogás e reduzindo o período de fermentação. Para execução da etapa experimental foram empregados 24 biodigestores batelada de bancada (4 níveis de adição de óleo x 3 níveis de inclusão de enzima e 2 repetições), que foram abastecidos com os substratos compostos pelo inóculo, água, dejeto, óleo e enzima com o intuito de que a concentração inicial fosse de 3% de ST. As misturas, ou substratos, foram homogeneizados com a utilização de liquidificador industrial, propiciando condições homogêneas de fermentação nos biodigestores. Os teores de ST, SV e DQO foram determinados segundo metodologia descrita por AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION (2005). Os abastecimentos foram efetuados procurando-se obter substratos com teor de ST em torno de 3%, conforme expressões citadas em LUCAS JR. (1994). Os volumes de biogás produzidos diariamente foram determinados medindo-se o deslocamento vertical dos gasômetros e multiplicando-se pela área de secção transversal interna dos gasômetros. Após cada leitura os gasômetros foram zerados utilizando-se o registro de descarga de biogás. A correção do volume de biogás para as condições de 1 atm e 20ºC foi efetuada com base no trabalho de CAETANO (1985). Os potenciais de produções de biogás e metano foram calculados utilizando-se os dados de produção diária e as quantidades de ST, SV e DQO adicionados nos biodigestores. As análises da composição do biogás produzido foram realizadas semanalmente para determinação dos teores de metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2), principalmente, em cromatógrafo de fase gasosa Finigan GC-2001, equipado com as colunas Porapack Q e Peneira Molecular, e detector de condutividade térmica. Na avaliação dos resultados gerados no ensaio de co-digestão anaeróbia a partir dos dejetos de suínos em associação com diferentes teores de óleo foi adotado o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 4x3 (4 doses de inclusão de
  • 6. 6 óleo de descarte e 3 níveis de inclusão de enzima) com duas repetições cada (biodigestores). O efeito das doses de óleo e enzima foi avaliado por análise de regressão, empregando-se polinômios ortogonais, pela decomposição da soma de quadrado das doses de óleo em efeito linear, quadrático e cúbico sendo escolhido o que apresentou maior significância. RESULTADOS E DISCUSSÃO Segundo os resultados apresentados na Tabela 1 verifica-se que a demanda química de oxigênio dos afluentes foi acrescida conforme se adicionou lipase à composição dos substratos, comportamento também demonstrado na Figura 1. Segundo relatado por Durli (2007) esta característica está relacionada com a capacidade da lipase em promover maior disponibilidade de matéria orgânica. De acordo com os resultados verificados é possível observar que o maior nível de inclusão de óleo (50% de óleo dos ST) promoveu inibição do processo de biodigestão anaeróbia não apresentando produções mensuráveis de biogás, sendo este - comportamento também relatado por Neves et al. (2009) em ensaio de co-digestão de dejetos bovinos com resíduos de cozinha e níveis crescentes e intermitentes de gordura proveniente da indústria de pescados (9, 12, 15 e 18 g de DQO de óleo/L de substrato) em biodigestores semi contínuos com TRH de 15 dias. Verifica-se que dos tratamentos que apresentaram produções de biogás, o que conteve menores níveis de inclusão de óleo (20% dos ST) e lipase (1g/kg de substrato) foi o que apresentou as maiores médias no período inicial, no entanto nas três últimas semanas de avaliação (16, 17 e 18ª) as médias foram maiores para o tratamento com 40% de óleo dos ST e 2g/kg de substrato de lipase, ou seja, com maior carga orgânica e provavelmente com os maiores teores de ácidos livres, pois segundo Durli (2007), com o passar do tempo os microorganismos passam a utilizar os ácidos graxos livres como fonte de carbono.
  • 7. 7 Tabela 1. Caracterização inicial dos componentes físicos químicos em gramas (g) por quilograma (kg) de substrato adicionado aos biodigestores. Óleo de Descarte 20% dos ST 30% dos ST 40% dos ST 50% dos ST CV Lipase (%) 0,1 0,2 0,3 0,1 0,2 0,3 0,1 0,2 0,3 0,1 0,2 0,3 (%) ST 51,61Aa 44,12Aa 46,70Aa 51,44Aa 49,03Aa 47,48Aa 47,84Aa 45,74Aa 47,78Aa 48,46Aa 45,35Aa 43,05Aa 4,96 SV 44,60ABab 38,22ABb 40,66ABa 45,07ABab 43,27ABb 42,16ABa 42,42Bab 40,50Bb 42,45Ba 43,12Aab 40,58Ab 38,81Aa 5,11 DQO 39,8Bc 68,3Bb 112,1Ba 40,3Bc 75,0Bb 113,5Ba 50,1Ac 86,4Ab 120,6Aa 57,0Ac 87,6Ab 125,1Aa 4,08 Na linha, letras maiúsculas comparam resultados obtidos pela adição de óleo de descarte e letras minúsculas comparam resultados obtidos por níveis de adição de enzima. Médias seguidas de letras distintas diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de significância.
  • 8. 8 Figura 1. Análise de regressão dos valores da demanda química de oxigênio (DQO) em função dos níveis de inclusão de lipase. A produção máxima mensal de biogás foi de 1,85 litros de biogás/L de substrato para o tratamento com 20% de óleo dos ST e 1g/kg de lipase, valor inferior ao encontrado por Lansing et al. (2010), onde a produção máxima mensal de biogás foi de 7,56 litros de biogás/L de substrato em tratamento com inclusão de 25g de gordura de cozinha/kg de substrato, contendo dejeto de suínos, adicionado a biodigestores semi- contínuos com TRH de 40 dias. Já Gelegenis et al. (2007) observaram um aumento de 10% ao total de biogás produzido, em co digestão com o nível de inclusão de 25% de água residuária da produção de óleo de oliva por litro de resíduo de poedeiras. No entanto cabe ressaltar que os biodigestores utilizados no experimento de Gelegenis et al. (2007) eram de fluxo semi contínuo com condições de aquecimento e manutenção da temperatura a 35ºC, além da recirculação do substrato. O comportamento de produção semanal de biogás demonstra maiores valores para a menor inclusão de óleo de descarte aos substratos (20%), conforme apresentado na Figura 2. y = 298,1x2 + 235,8x + 20,21 R² = 0,94 0 20 40 60 80 100 120 140 0 0,1 0,2 0,3 0,4 (g)deDQO/(kg)deafluente Níveis de Lipase (%) DQO
  • 9. 9 Figura 2. Produções semanais de biogás (L) em relação aos tratamentos com óleo de descarte (% por ST) em afluentes preparados os dejetos de suínos e níveis crescentes de inclusão de lipase. Os resultados apresentados na Figura 3 demonstram que durante as 15 primeiras semanas de tratamento o menor índice de lipase (0,1%) promoveu os maiores valores de produção de biogás. Até o momento o valor máximo de produção foi atingido durante a segunda semana com uma produção média de 4,5 litros para cada biodigestor com 0,1% de lipase, ou seja, o que corresponde a uma produção volumétrica semanal de 0,9 L de CH4/L de substrato. Figura 3. Produções semanais de biogás (L) em relação aos níveis de inclusão de lipase (% por volume) em afluentes preparados com os dejetos de suínos e tratamentos crescentes de óleo de descarte. 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 0 5 10 15 20 litros(L) Semanas 20% de Óleo 30% de Óleo 40% de Óleo 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 0 5 10 15 20 litros(L) Semanas 0,1% de Lipase 0,2% de Lipase 0,3% de Lipase
  • 10. 10 Em relação aos percentuais de metano do biogás o maior valor 78,65% foi obtido com os tratamentos que apresentaram menor percentual de inclusão de óleo de descarte (20% dos ST) conforme demonstrado na Figura 4. Figura 4. Percentuais corrigidos de CH4 no biogás em função do tratamento (%) de óleo de descarte. Comportamento semelhante ao verificado neste trabalho foi relatado por Lansing et al. (2010) ao observarem acréscimo na produção de metano de 124% em relação ao tratamento controle, com o menor nível de inclusão de gordura (2,5% do substrato). Isto se explica segundo os autores que menores teores de lipídeos são mais bem aceitos pelo processo devido à dificuldade de degradação de grandes concentrações de lipídeos nos substratos que inclusive pode ocasionar o colapso do biodigestor. Quanto aos níveis de lipase, os resultados sinalizam que os maiores percentuais de CH4 foram apresentados pelos substratos que contiveram 0,2% de lipase (Figura 5). A partir do nível de 0,3% de lipase houve um decréscimo nos percentuais de metano semelhante achado foi observado por Valente et al. (2010) com biodigestão anaeróbia de efluente da indústria de pescado, onde níveis de enzima intermediários proporcionaram maiores percentuais de metano, e níveis acima de 0,5% por volume obtiveram decréscimo nas produções. 60,05 64,33 78,65 65,23 66,46 52,45 57,21 53,53 58,56 1 2 3 50,00 60,00 70,00 80,00 Período em meses CH4nobiogás(%) 20%de Óleo 30%de Óleo 40%de Óleo
  • 11. 11 Figura 5. Percentuais corrigidos de CH4 no biogás em função do nível (%) de lipase. Os potenciais de produções de biogás e metano ficaram abaixo do esperado (Tabela 2) para o dejeto de suíno que segundo Orrico Júnior (2010), variam de 80 a 120 litros de biogás por kg de dejeto adicionado aos biodigestores. Observou-se que o maior potencial (45,4 litros de biogás por kg de dejeto adicionado) foi obtido com a menor inclusão de óleo de descarte e lipase (20% dos ST e 1g/kg de substrato de lipase), isto pode ser explicado pela problemática dos resíduos lipídicos em elevadas quantidades podem formar uma camada na superfície dos substratos podendo dificultar o transporte dos componentes solúveis para as camadas mais profundas da biomassa e, consequentemente, reduzir a taxa de conversão do substrato, tornando menores as produções de biogás (VALLADAO et al., 2007). Além da camada superficial formada a hidrólise de triacilgliceróis libera ácidos graxos de cadeia longa e glicerol. Quando esses ácidos graxos de cadeia longa estão em excesso, ocorre a redução do pH, sendo desfavorável aos microrganismos que participação do processo de degradação anaeróbia (DURLI, 2007). Os potenciais de produção por kg de DQO adicionada foram maiores (p<0,01) para os tratamento 0,1% de lipase (1g/kg de substrato), sendo que o maior valor foi de 147,2 litros de biogás/kg de DQO adicionada para o tratamento com 20% de óleo. De acordo com Valente et al. (2010), esta é a forma mais correta de se avaliar pois mostra a produção específica de biogás, devido as composições iniciais do substratos se mostrarem diferentes em relação as inclusões de óleo e lipase, a DQO relata o valor real 43,88 42,10 69,06 66,39 57,35 60,07 1 2 40,00 50,00 60,00 70,00 Período em meses CH4nobiogás(%) 0,1% de Lipase 0,2% de Lipase 0,3% de Lipase
  • 12. 12 da carga orgânica de cada afluente, no entanto cabe ressaltar ainda que apesar desta recomendação a análise de DQO por ser um método que requer maior precisão em sua marcha analítica, pode conter valores, sub e superestimados devido a heterogeneidade do substrato.
  • 13. 13 Tabela 2. Potenciais de produção de biogás em litros (L) em afluentes preparados com os dejetos de suínos e níveis crescentes de adição de óleo de descarte e lipase. Óleo de descarte 20% dos ST 30% dos ST 40% dos ST CV Lipase (g/kg) 1 2 3 1 2 3 1 2 3 (%) Por kg de ST adicionado 113,8Aa 69,3Aa 7,2Ab 102,9Aa 22,1Aa 13,6Ab 67,0Aa 74,5Aa 3,1Ab 49,62 Por kg de SV adicionado 132,1Aa 79,8Aa 8,4Ab 119,5Aa 25,1Aa 15,1Ab 75,2Aa 81,8Aa 3,1Ab 55,27 Por kg de DQO adicionada 147,2Aa 44,8Ab 3,3Ab 121,3Aa 13,5Ab 5,8Ab 57,7Aa 37,7Ab 1,1Ab 55,64 (g/kg): grama por kg de substrato (base na MS) adicionado aos biodigestores. ad: adicionado. Na linha, letras maiúsculas comparam resultados obtidos pela adição de óleo de descarte e letras minúsculas comparam resultados obtidos por níveis de adição de enzima. Médias seguidas de letras distintas diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de significância.
  • 14. 14 CONCLUSÕES Conclui-se que as produções de biogás e metano foram influenciadas pela inclusão de óleo e lipase aos substratos, sendo que os menores níveis de adição de ambos os componentes foram os que apresentaram melhores desempenhos. Desta forma, recomenda-se a utilização de níveis de até 20% de inclusão de óleo e até 0,1% de inclusão de enzima para favorecer o processo de biodigestão anaeróbia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PRODUTORA E EXPORTADORA DE CARNE SUÍNA - ABIPECS. Estatística 2010. São Paulo, SP, 2010. Disponível em: < http://www.abipecs.org.br/>. Acessado em: 08/03/11. APHA. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard methods for examination of water and wastewater. 21th ed. Washington: American Water Works Association, 2005. 1.368 p. CAETANO, L. Proposição de um sistema modificado para quantificação de biogás. 1985. 75f. CIRNE, D.G.; PALOUMET, X.; BJÖRNSSON, L.; ALVES, M.M.; MATTIASSON, B. Anaerobic digestion of lipid-rich waste – Effects of lipid concentration. Renewable Energy, v. 32, n. 6, p. 965-975, Elsevier: 2007. FORESTI, E.; FLORÊNCIO, L.; VAN HAANDEL, A.; ZAIAT, M.; CAVALCANTI, P. F. F. Fundamentos do tratamento anaeróbio. In: CAMPOS, J. R. (Coord.). Tratamento de esgotos sanitários por processo anaeróbio e disposição controlada no solo. Rio de Janeiro: ABES, 1999. Cap. 2, p. 29-52. LANSING, S.; MARTIN, J. F.BOTERO, R.B.; SILVA, T. N.; SILVA, E. D. Methane production in low-cost, unheated, plug-flow digesters treating swine manure and used cooking grease. Bioresource Technology. n.101, p.4362-4370, Elsevier: 2010. LIANHUA, L.; DONG, L.; YONGMING, S.; LONGLONG, M.; ZHENHONG, Y.; XIAOYING. Effect of temperature and solid concentration on anaerobic digestion of
  • 15. 15 rice straw in South China. International Journal of Hydrogen Energy, v.35, p. 7261- 7266, 2010. LUCAS JR., J. Algumas considerações sobre o uso do estrume de suínos como substrato para três sistemas de biodigestores anaeróbios. Jaboticabal, 1994. 113p. Tese (Livre-Docência) Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista MENARDO, S.; BALSARI, P.; DINUCCIO, E.; GIOELLI, F. Thermal pre-treatment of solid fraction from mechanically-separated raw and digested slurry to increase methane yield. Sciencie Direct, Bioresource Technology, Elsevier: 2010. MOSEY, F. E. Mathematical modeling of the anaerobic process: regulatory mechanisms for the formation of short-chain volatile acids from glucose. Water Science Technology, v. 15, p. 209-32, 1983. NGES, I. A. e LIU, J.. Effects of solid retention time on anaerobic digestion of dewatered-sewage sludge in mesophilic and thermophilic conditions. Renewable Energy, v. 35, p. 2200 – 2206, 2010. NOVAES, R. F. V. Microbiology of anaerobic digestion. Water Science and Technology, v. 18, n. 12, p. 1-14, 1986. ORRICO JÚNIOR, M.A.P.; ORRICO A.C.A.; LUCAS JÚNIOR, J. Avaliação de parâmetros da biodigestão anaeróbia de dejetos de suínos alimentados com dietas à base de milho e sorgo. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.30, n.4, p.600-607, jul./ago. 2010. SOUZA, C.F.; JÚNIOR, J.L.; FERREIRA, W.P.M. Biodigestão anaeróbia de dejetos de suínos sob efeito de três temperaturas e dois níveis de agitação do substrato – considerações sobre a partida Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.25, n.2, p.530-539, maio/ago. 2007. TOERIEN, D. F.; HATTINGH, W. H. J. Anaerobic digestion I. the microbiology of anaerobic digestion. Water Research, v. 3, p. 385-416, 1969. UNFCCC, Higthligths from greenhouse gas (GHG) emissions data for 1990-2004. Framework convention on climate change. UNFCCC, 2006.