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Caráter pendular da Literatura

2/11/2013

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RAZÃO

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Estes meus olhos nunca perderán,
senhor, gran coita, mentr'eu vivo for.
E direi-vos, fremosa mia senhor,
destes meus olhos a coita que han:
choran e cegan quand'alguén non veen,
e ora cegan per alguén que veen.

2/11/2013

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Renascimento
(razão)
-equilíbrio
-cultura clássica
-universalismo

2/11/2013

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Texto 1
Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho, logo, mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim com a alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia;
E o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples, busca a forma.
(CAMÕES)
2/11/2013

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Barroco
(predomina a
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do
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- Época da
Inquisição
2/11/2013

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Texto 2
É a vaidade, Fábio, nesta vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.
É planta, que de abril favorecida,
Por mares de soberba desatada,
Florida galeota empavesada,
Sulca ufana, navega destemida.
É nau enfim, que em breve ligeireza,
Com presunção de Fênix generosa,
Galhardias apresta, alentos presa:

Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa
De que importa, se aguarda sem defesa
Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa?
(Gregório de Matos)
2/11/2013

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Texto 3
Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco, e nada aperto.
É tudo quanto sinto um desconcerto:
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio;
Agora desvario, agora acerto.
Estando em terra, chego ao Céu voando;
Num'hora acho mil anos, e é de jeito
Que em mil anos não posso achar um'hora.

Se me pergunta alguém porque assi ando,
Respondo que não sei, porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.
(CAMÕES)
2/11/2013

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Arcadismo ou
Neoclassicismo
(razão)
-retomada

dos
princípios da
Antiguidade
clássica
- “carpe diem”
em contato com a
natureza
2/11/2013

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Texto 4

Ornemos nossas testas com as flores,
e façamos de feno um brando leito;
prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
gozemos do prazer de sãos amores.
Sobre as nossas cabeças,
Sem que o possam deter, o tempo corre;
e para nós o tempo que se passa
também, Marília, morre.
(Tomás Antônio Gonzaga)
2/11/2013

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Romantismo
(emoção)

evasão, escapismo
-valorização do
sonho, da fantasia
- retorno ao passado
- idealização da
mulher
-

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Texto 5
Além, muito além daquela serra, que ainda
azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a
virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais
negros que a asa da graúna, e mais longos que seu
talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso;
nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito
perfumado.
(José de Alencar)

2/11/2013

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Texto 6
Foi no domingo de Páscoa que se soube em
Leiria, que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de
madrugada com uma apoplexia. O pároco era um homem
sanguíneo e nutrido, que passava entre o clero diocesano
pelo comilão dos comilões. Contavam-se histórias singulares
da sua voracidade. O Carlos da Botica - que o detestava costumava dizer, sempre que o via sair depois da sesta, com
a face afogueada de sangue, muito enfartado:
- Lá vai a jiboia esmoer. Um dia estoura!
Com efeito, estourou (...)
(Eça de Queirós)

2/11/2013

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Texto 7
Esta, de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que a suspendia
Então e, ora repleta ora esvazada,
A taça amiga aos dedos seus tinia
Toda de roxas pétalas colmada.
Depois. Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.
(Alberto de Oliveira)
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Simbolismo
(emoção)

-plenitude

da

emoção
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Texto 8

Mãos de finada, aquelas mãos de neve,
De tons marfíneos, de ossatura rica,
Pairando no ar, num gesto brando e leve,
Que parece ordenar, mas que suplica.
Erguem-se ao longe como se as eleve
Alguém que antes os altares sacrifica;
Mãos que consagram, mãos que partem breve,
Mãos cuja sombra nos meus olhos fica ...
Sinto-as agora, ao luar, descendo juntas,
Grandes, magoadas, pálidas, tateantes,
Cerrando os olhos das visões defuntas...
Mãos de esperança para as almas loucas,
Brumosas mãos que vêm brancas, distantes,
Fechar ao mesmo tempo tantas bocas...
(Alphonsus de Guimaraens)
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Modernismo
(busca do
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-várias
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ou gerações

2/11/2013

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Texto 9
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
(Oswald de Andrade)
2/11/2013

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Texto 10
Para que vieste
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Não sou mais poeta
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2/11/2013

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2/11/2013

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  • 1. Caráter pendular da Literatura 2/11/2013 rafabebum.blogspot.com
  • 5. Estes meus olhos nunca perderán, senhor, gran coita, mentr'eu vivo for. E direi-vos, fremosa mia senhor, destes meus olhos a coita que han: choran e cegan quand'alguén non veen, e ora cegan per alguén que veen. 2/11/2013 rafabebum.blogspot.com
  • 7. Texto 1 Transforma-se o amador na cousa amada, Por virtude do muito imaginar; Não tenho, logo, mais que desejar, Pois em mim tenho a parte desejada. Se nela está minha alma transformada, Que mais deseja o corpo de alcançar? Em si somente pode descansar, Pois consigo tal alma está liada. Mas esta linda e pura semideia, Que, como o acidente em seu sujeito, Assim com a alma minha se conforma, Está no pensamento como ideia; E o vivo e puro amor de que sou feito, Como a matéria simples, busca a forma. (CAMÕES) 2/11/2013 rafabebum.blogspot.com
  • 8. Barroco (predomina a emoção) -Arte do conflito - Época da Inquisição 2/11/2013 rafabebum.blogspot.com
  • 9. Texto 2 É a vaidade, Fábio, nesta vida, Rosa, que da manhã lisonjeada, Púrpuras mil, com ambição dourada, Airosa rompe, arrasta presumida. É planta, que de abril favorecida, Por mares de soberba desatada, Florida galeota empavesada, Sulca ufana, navega destemida. É nau enfim, que em breve ligeireza, Com presunção de Fênix generosa, Galhardias apresta, alentos presa: Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa De que importa, se aguarda sem defesa Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa? (Gregório de Matos) 2/11/2013 rafabebum.blogspot.com
  • 10. Texto 3 Tanto de meu estado me acho incerto, Que em vivo ardor tremendo estou de frio; Sem causa, juntamente choro e rio, O mundo todo abarco, e nada aperto. É tudo quanto sinto um desconcerto: Da alma um fogo me sai, da vista um rio; Agora espero, agora desconfio; Agora desvario, agora acerto. Estando em terra, chego ao Céu voando; Num'hora acho mil anos, e é de jeito Que em mil anos não posso achar um'hora. Se me pergunta alguém porque assi ando, Respondo que não sei, porém suspeito Que só porque vos vi, minha Senhora. (CAMÕES) 2/11/2013 rafabebum.blogspot.com
  • 11. Arcadismo ou Neoclassicismo (razão) -retomada dos princípios da Antiguidade clássica - “carpe diem” em contato com a natureza 2/11/2013 rafabebum.blogspot.com
  • 12. Texto 4 Ornemos nossas testas com as flores, e façamos de feno um brando leito; prendamo-nos, Marília, em laço estreito, gozemos do prazer de sãos amores. Sobre as nossas cabeças, Sem que o possam deter, o tempo corre; e para nós o tempo que se passa também, Marília, morre. (Tomás Antônio Gonzaga) 2/11/2013 rafabebum.blogspot.com
  • 13. Romantismo (emoção) evasão, escapismo -valorização do sonho, da fantasia - retorno ao passado - idealização da mulher - 2/11/2013 rafabebum.blogspot.com
  • 14. Texto 5 Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. (José de Alencar) 2/11/2013 rafabebum.blogspot.com
  • 15. Realismo / Naturalismo / Parnasianismo (razão) -observação direta -crítica social Naturalismo: exagero científico Parnasianismo: valorização extrema da forma perfeita (“arte pela arte”); retomada dos princípios clássicos 2/11/2013 rafabebum.blogspot.com
  • 16. Texto 6 Foi no domingo de Páscoa que se soube em Leiria, que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de madrugada com uma apoplexia. O pároco era um homem sanguíneo e nutrido, que passava entre o clero diocesano pelo comilão dos comilões. Contavam-se histórias singulares da sua voracidade. O Carlos da Botica - que o detestava costumava dizer, sempre que o via sair depois da sesta, com a face afogueada de sangue, muito enfartado: - Lá vai a jiboia esmoer. Um dia estoura! Com efeito, estourou (...) (Eça de Queirós) 2/11/2013 rafabebum.blogspot.com
  • 17. Texto 7 Esta, de áureos relevos, trabalhada De divas mãos, brilhante copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada, Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. Era o poeta de Teos que a suspendia Então e, ora repleta ora esvazada, A taça amiga aos dedos seus tinia Toda de roxas pétalas colmada. Depois. Mas o lavor da taça admira, Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, Ignota voz, qual se da antiga lira Fosse a encantada música das cordas, Qual se essa a voz de Anacreonte fosse. (Alberto de Oliveira) 2/11/2013 rafabebum.blogspot.com
  • 19. Texto 8 Mãos de finada, aquelas mãos de neve, De tons marfíneos, de ossatura rica, Pairando no ar, num gesto brando e leve, Que parece ordenar, mas que suplica. Erguem-se ao longe como se as eleve Alguém que antes os altares sacrifica; Mãos que consagram, mãos que partem breve, Mãos cuja sombra nos meus olhos fica ... Sinto-as agora, ao luar, descendo juntas, Grandes, magoadas, pálidas, tateantes, Cerrando os olhos das visões defuntas... Mãos de esperança para as almas loucas, Brumosas mãos que vêm brancas, distantes, Fechar ao mesmo tempo tantas bocas... (Alphonsus de Guimaraens) 2/11/2013 rafabebum.blogspot.com
  • 22. Modernismo (busca do equilíbrio) -várias etapas, fases ou gerações 2/11/2013 rafabebum.blogspot.com
  • 23. Texto 9 Quando o português chegou Debaixo de uma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português. (Oswald de Andrade) 2/11/2013 rafabebum.blogspot.com
  • 24. Texto 10 Para que vieste Na minha janela Meter o nariz? Se foi por um verso Não sou mais poeta Ando tão feliz! Se é para uma prosa Não sou Anchieta Nem venho de Assis Deixa-te de histórias Some-te daqui. (Vinícius de Morais) 2/11/2013 rafabebum.blogspot.com
  • 25. Texto 11 (...) Mas irou-se com a comparação, deu marradas na parede. Era bruto, sim senhor, nunca havia aprendido, não sabia explicar-se. Estava preso por isso? Como era? Então mete-se um homem na cadeia por que ele não sabe falar direito? (Graciliano Ramos) 2/11/2013 rafabebum.blogspot.com