O documento discute três tópicos principais: 1) Critica a Copa do Mundo no Brasil como uma distração para os problemas reais do país como a pobreza e a má gestão dos recursos públicos. 2) Aponta os problemas causados pela superpopulação de animais selvagens no Brasil, incluindo a disseminação de doenças. 3) Comenta sobre o grande número de feriados em Salvador durante a Copa que poderia permitir um longo feriado para os trabalhadores.
Baile da Saudade / Loja Maçônica Segredo, Força e União de Juazeiro Ba
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1. AGRISSÊNIOR
NOTÍCIAS
Pasquim informativo virtual.
Opiniões, humor e mensagens.
EDITORES: Luiz Ferreira da Silva
(luizferreira1937@gmail.com) e
Jefferson Dias :jeffcdiass@gmail.com)
Edição 462 – ANO X
Nº 26 – 12 de fevereiro de 2014
COPA- PÃO E CIRCO
Luiz Ferreira da Silva
Engenheiro agrônomo e Escritor.
Poderosos iludindo os otários
Desde o império romano todos enganados
Assim mesmo, batiam palmas aos algozes.
De retorno, pão e circo, bando de safados!
Hoje, nada mudou
No Brasil, povo sem muita percepção
Embeveceu-se com a copa
E nem se apercebeu da enganação
Bilhões jogados nos ralos
Estádios, antes a alegria do povão
Depois do glacê, arenas para os ricos
Muito sacrifício em vão
Mas somos uma pujança, diz a Chefe
Será a copa das copas com muito primor
Não interesse a miséria ao redor
As arenas, sim, um esplendor
E depois o que fazer com os elefantes branco
s?
Não nos preocupa Isso é outra conversa
O dinheiro já fez a alegria de muitos
Se reclamarem a polícia dispersa.
E o Brasil se embica para os “quintos”
Pibinho, inflação, dívida interna
Caos na educação, saúde, segurança, transp
orte
O povão sem tirocínio se hiberna
Mas o pão e circo um dia pode zebrar
Uma onda cidadã acorda e toma tenência
Corruptos banidos, inconsequentes e demais
Arenas transformadas em escolas de excelên
cia
A uma só voz: Copa nunca mais!
(Maceió, Al, 25/01/2 014)
“CONTRA A BIODIVERSIDADE”
Evaristo E. de Miranda*
O Estado de S. Paulo, 24 de janeiro de 2014
Nas áreas rurais, nas periferias urbanas e na
produção
agropecuária,
os
brasileiros
enfrentam uma dura e cotidiana batalha
contra a bioadversidade: pragas e doenças
atacam humanos, animais, cultivos e o meio
ambiente. Sem ações efetivas de gestão e
controle, populações de animais selvagens,
nativos e exóticos, proliferam.
.Exemplo conhecido é a proliferação das
capivaras em espaços urbanos e áreas
agrícolas. Além da destruição na vegetação,
elas disseminam a febre maculosa, por meio
do carrapato-estrela, responsável pela morte
de dezenas de pessoas. Isso interditou o
acesso a espaços públicos em diversas
cidades. As placas advertem: “Capivaras.
Afaste-se. Risco de febre maculosa”. Eliminálas não é fácil e constitui crime ambiental
inafiançável. As prefeituras estão de mãos
atadas.
2. .Problema análogo ocorre com a proliferação
de micos, saguis e até do macaco-prego,
capazes de devorar ovos e filhotes, mesmo
nos ninhos mais escondidos. Eles causam o
declínio e a extinção local de populações de
aves, além de invadirem residências e
destruírem a vegetação.
Como as pombas, os “ratos do céu”, as
maritacas adaptaram-se às cidades, não
cessam sua expansão e causam diversos
danos, até às instalações elétricas. Com a
pomba-amargosa e outras pragas aladas, as
maritacas chegam a impossibilitar o cultivo de
girassol, sorgo e outras plantas, causam
danos à fruticultura e atacam os grãos no
transporte, como o amendoim.
.Dois graves problemas faunísticos vieram da
Argentina e do Uruguai: a lebre e o javali. A
superpopulação da lebre europeia virou caso
de segurança aeroviária. O grande número
desses animais ágeis e de hábito noturno
preocupa a operação de aeroportos. Sua
reprodução crescente e rápida torna inviável a
produção de hortaliças. Elas destroem
plantações de maracujá, laranjais e cafezais
em formação. Não há cerca ou tela capaz de
contê-las. Um dos maiores prejudicados é o
coelho nativo. O tapiti e seus filhotes são
mortos pela lebre, que invade e ocupa suas
tocas. Já o javali segue em expansão e ataca
as mais diversas lavouras e ambientes
naturais. Não há defesa contra esse animal
agressivo que chega a 200 quilos, atua em
bandos e invade até mesmo criações de
suínos em busca de fêmeas. Em áreas
protegidas, o javali ocupa o hábitat e concorre
com a queixada e o cateto.
.Sem manejo adequado, a recuperação das
áreas de preservação permanente e de
reserva legal, determinada pelo novo Código
Florestal, criará corredores e novos espaços
para ampliar ainda mais essas pragas e as
doenças transmitidas. Seu contato com a
fauna selvagem e doméstica ampliará a
proliferação de várias doenças, como febre
amarela, aftosa, lepra, raiva, leishmaniose,
etc. Sem gestão territorial e ambiental, a
introdução e a aproximação desses animais
de áreas rurais e urbanas tornará inviável a
eliminação de diversas doenças e trará novas
– e difíceis – realidades ao combate às
zoonoses.
.A bioadversidade dos invertebrados resulta
em parte da biodiversidade de mosquitos,
pernilongos, carapanãs, borrachudos e
assimilados. A dengue, transmitida pelo
mosquito Aedes aegypti, ultrapassou 1,5
milhão de casos em 2013, três vezes mais do
que em 2012! Um recorde como nunca antes
se viu na História deste país. Foram 500
mortes registradas. E prosseguem crônicas a
febre amarela, a malária, a oncocercose, etc.
A bioadversidade provocada por vermes e
assimilados
também
vai
bem.
Esquistossomose, Chagas, toxoplasmose,
amebíases, lombrigas e giardíases proliferam.
A falta de saneamento e de água tratada afeta
criticamente tanto populações amazônicas ao
longo de grandes rios como a periferia de
cidades e áreas rurais. Mais de 88% das
mortes por diarreia se devem à falta de
saneamento e 84% dessas mortes atingem as
crianças. As infecções são contraídas pela
ingestão de água ou alimentos contaminados.
Apesar dos progressos (entre 2010 e 2011
houve um aumento de 1,4 milhão de ramais
de água e 1,3 milhão na rede de esgotos),
não se coleta nem metade do esgoto. E, do
coletado, apenas 38% recebe algum
tratamento. As inundações de verão, além de
deslizamentos, trazem a leptospirose e o
perigo do tifo e do tétano.
.Os exércitos de carrapatos, percevejos,
moscas, mutucas, baratas, escorpiões,
aranhas,
morcegos
hematófagos
e
transmissores da raiva, caramujos gigantes,
serpentes peçonhentas e outras ameaças
sempre recebem reforços externos. A recémchegada lagarta Helicoverpa armigera já
trouxe prejuízos de bilhões à agricultura
brasileira! Isso não se resolve apenas com
reflexões metafísicas. É preciso agir.
.Explicações
simplistas
de
que
o
desmatamento ou o “desequilíbrio ecológico”
levam esses animais a se refugiar em cidades
não servem nem como piada. No mundo
inteiro existem gestão e manejo ambiental,
como abate direcionado de animais e uso
preventivo do fogo, por exemplo, até em
unidades de conservação. No Brasil não se
pode fazer manejo e gestão ambiental nem
sequer em áreas agrícolas. Capacitar técnicos
para o manejo seria indução ao crime. A
política resume-se a aplicar redomas legais
3. de proteção sobre territórios e espécies,
mesmo se invasoras ou em superpopulação.
Não existem ações efetivas de controle
dessas populações.
.A situação sanitária atual e futura precisa ser
objeto de uma atenção mais racional e
preventiva.
Como
enfrentar
essa
bioadversidade quando qualquer tipo de caça
é crime e a posse de armas, mesmo em áreas
rurais isoladas, é quase impossível? Maior
que o desafio de preservar a natureza é o de
geri-la e controlar suas populações animais.
Enfrentar a bioadversidade exige, além de
financiamento, um cabedal de ciência,
inovação e competência, algo raro, quase em
extinção, no campo ambiental.
FERIADÃO EM SALVADOR
Após o sorteio da Copa, foram ver o
calendário de Junho de 2014 e descobriram:
JUNHO - Feriadão em Salvador!!!
12/06 - Quinta - Jogo do Brasil
13/06 - Sexta - Espanha x Holanda em
Salvador
14/06 – Sábado
15/06 – Domingo
16/06 - Segunda - Alemanha x Portugal em
Salvador
17/06 - Terça - Jogo do Brasil
18/06 - Quarta - Pausa para Trabalhar
19/06 - Quinta - Corpus Christi
20/06 - Sexta - França x Suiça em Salvador
21/06 – Sábado
22/06 – Domingo
23/06 - Segunda - Jogo do Brasil
24/06 - Terça - São João
25/06 - Quarta - Bosnia x Irã em Salvador
26/06 - Quinta - Pausa para Trabalhar
27/06 - Sexta - Pausa para Trabalhar
28 ou 29/06 - Fim de Semana e Jogo do
Brasil
30/06 - Segunda - Pausa para Trabalhar
01/07 - Terça - Oitavas de final em Salvador
02/07 - Quarta - Feriado de Independência da
Bahia
A partir de 03/07, retorno ao trabalho
normalmente porque ninguém é de ferro!!!
(Enviada por Edson Menezes)
OS ROLEZINHOS NOS ACUSAM: SOMOS UMA SOCIEDADE INJUSTA E
SEGREGACIONISTA
23/1/2014
Por Leonardo Boff - do Rio de Janeiro
O fenômeno dos centenas de rolezinhos que
ocuparam shoppings centers no Rio e em São
Paulo suscitaram as mais disparatadas
interpretações
O fenômeno dos centenas de rolezinhos que
ocuparam shoppings centers no Rio e em São
Paulo suscitaram as mais disparatadas
interpretações. Algumas, dos acólitos da
sociedade neoliberal do consumo que
identificam cidadania com capacidade de
consumir, geralmente nos jornalões da mídia
comercial, nem merecem consideração. São
de uma indigência analítica de fazer
vergonha.
Mas houve outras análises que foram ao
cerne da questão como a do jornalista Mauro
Santayana do JB on-line e as de três
especialistas que avaliaram a irrupção dos
rolês na visibilidade pública e o elemento
explosivo que contém. Refiro-me à Valquíria
Padilha, professora de sociologia na USP de
Ribeirão Preto:”Shopping Center: a catedral
das
mercadorias”(Boitempo
2006),
ao
sociólogo da Universidade Federal de Juiz de
Fora, Jessé Souza,”Ralé brasileira: quem é e
como vive (UFMG 2009) e de Rosa Pinheiro
Machado,
cientista
social
com
um
artigo”Etnografia do Rolezinho”no Zero Hora
de 18/1/2014. Os três deram entrevistas
esclarecedoras.
Eu por minha parte interpreto da seguinte
forma tal irrupção:
Em primeiro lugar, são jovens pobres, das
grandes periferias, sem espaços de lazer e de
cultura, penalizados por serviços públicos
ausentes ou muito ruins como saúde, escola,
infra-estrutura sanitária, transporte, lazer e
4. segurança.
Veem
televisão
cujas
propagandas os seduzem para um consumo
que nunca vão poder realizar. E sabem
manejar computadores e entrar nas redes
sociais para articular encontros. Seria ridículo
exigir deles que teoricamente tematizem sua
insatisfação.
Mas sentem na pele o quanto nossa
sociedade é malvada porque exclui, despreza
e mantém os filhos e filhas da pobreza na
invisibilidade forçada. O que se esconde por
trás de sua irrupção? O fato de não serem
incluidos no contrato social. Não adianta
termos uma “constituição cidadã” que neste
aspecto é apenas retórica, pois implementou
muito pouco do que prometeu em vista da
inclusão social. Eles estão fora, não contam,
nem sequer servem de carvão para o
consumo de nossa fábrica social (Darcy
Ribeiro). Estar incluido no contrato social
significa ter garantidos os serviços básicos:
saúde, educação, moradia, transporte,
cultura, lazer e segurança. Quase nada disso
funciona nas periferias. O que eles estão
dizendo com suas penetrações nos bunkers
do consumo? “Oia nóis na fita”; “nois não
tamo
parado”;”nóis
tamo
aqui
para
zoar”(incomodar). Eles estão com seu
comportamento rompendo as barreiras do
aparheid social.
É uma denúncia de um país altamente injusto
(eticamente), dos mais desiguais do mundo
(socialmente), organizado sobre um grave
pecado social pois contradiz o projeto de
Deus (teologicamente). Nossa sociedade é
conservadora e nossas elites altamente
insensíveis à paixão de seus semelhantes e
por isso cínicas.
Continuamos uma Brasilíndia: uma Bélgica
rica dentro de uma India pobre. Tudo isso os
rolezinhos denunciam, por atos e menos por
palavras.
Em segundo lugar, eles denunciam a nossa
maior chaga: a desigualdade social cujo
verdadeiro nome é injustiça histórica e social.
Releva constatar que com as políticas sociais
do governo do PT a desigualdade diminiui,
pois segundo o IPEA os 10% mais pobres
tiveram entre 2001-2011 um crescimento de
renda acumulado de 91,2% enquanto a parte
mais rica cresceu 16,6%. Mas esta diferença
não atingiu a raíz do problema pois o que
supera a desigualdade é uma infraestrutura
social de saúde, escola, transporte, cultura e
lazer que funcione e acessível a todos. Não é
suficiente transferir renda; tem que criar
oportunidades e oferecer serviços, coisa que
não foi o foco principal no Ministério de
Desenvolvimento Social.
O “Atlas da Exclusão Social” de Márcio
Poschmann (Cortez 2004) nos mostra que há
cerca de 60 milhões de famílias, das quais
cinco mil famílias extensas detém 45% da
riqueza nacional. Democracia sem igualdade,
que é seu pressupsto, é farsa e retórica. Os
rolezinhos denunciam essa contradição. Eles
entram no “paraíso das mercadorias” vistas
virtualmente na TV para ve-las realmente e
senti-las nas mãos. Eis o sacrilégio
insuportável pelos donos do shoppings. Eles
não sabem dialogar, chamam logo a polícia
para bater e fecham as portas a esses
bárbaros. Sim, bem o viu T.Todorov em seu
livro “Os novos bárbaros”: os marginalizados
do mundo inteiro estão saindo da margem e
indo rumo ao centro para suscitar a má
consciência dos “consumidores felizes” e lhes
dizer: esta ordem é ordem na desordem. Ela
os faz frustrados e infelizes, tomados de
medo, medo dos próprios semelhantes que
somos nós.
Por fim, os rolezinhos não querem apenas
consumir. Não são animaizinhos famintos.
Eles tem fome sim, mas fome de
reconhecimento, de acolhida na sociedade,
de lazer, de cultura e de mostrar o que
sabem: cantar, dançar, criar poemas críticos,
celebrar a convivência humana. E querem
trabalhar para ganhar sua vida. Tudo isso lhes
é negado, porque, por serem pobres, negros,
mestiços sem olhos azuis e cabelos loiros,
são desperezados e mantidos longe, na
margem.
Esse tipo de sociedade pode ser chamada
ainda de humana e civilizada? Ou é uma
forma travestida de barbárie? Esta última lhe
convem mais. Os rolezinhos mexeram numa
pedra que começou a rolar. Só parará se
houver mudanças.
5. PERSISTENCIA É TUDO
Marcos Lima e Ronaldo Oliveira
Muita gente acha que é difícil começar uma
caminhada. Pessoalmente penso diferente.
Para mim, mas difícil que iniciar é continuar...
De começos o mundo está cheio: os que
começam um casamento, os que começam a
abandonar um vício, os que iniciam o
aprendizado de uma língua e por ai vai.
Ir em frente é mais complicado. Exige
persistência e muita força de vontade.
Requer que nós olhemos para trás com
sentimento de satisfação pela experiência
adquirida e não com remorso ou sensação de
arrependimento. Que nós tenhamos sonhos,
mas que não vivamos de sonhos. Que
choremos, mas não deixemos as lágrimas
turvarem nossa visão.
Que escutemos os outros, mas que não
desistamos de fazer o que julguemos certo,
por causa deles.
Tudo isso de tão simples parece coisa de
criança. E é mesmo!
Antes de aprendermos a andar precisamos:
cair muitas vezes, nos machucar, chorar, ser
motivo de riso, e nem por isso tudo desistimos
ou deixamos de levantar.
Nisso temos muito que aprender com as
crianças. Elas "sabem" que antes de dar os
primeiros passos, é preciso ficar de pé, e
antes disso é preciso engatinhar.
Que precisamos das pessoas para servir de
apoio, mas, que elas não são bengalas e nós
não somos aleijados. Se todas as pessoas
soubessem disso teríamos bem menos
fracassados no mundo.
Gente que poderia atingir grandes coisas,
mas que desiste no meio do caminho.
Diante disso só temos a agradecer a
predisposição para certos aprendizados na
infância.
Se fosse o contrário, muita gente hoje estaria
numa cadeira de rodas.
.
A PIADA DA SEMANA
Ao sair do boteco, todo embriagado, o bêbado
andando na rua, toca o interfone de uma casa
e pergunta:
— Seu marido taí?
Uma mulher responde:
— Está, quem quer falar com ele?
— Xá pra lá, brigado.
Chega em outra casa e toca o interfone
novamente:
— Seu marido taí?
Outra mulher responde:
— Está no banho, quem quer falar…
— Brigaaaaaado, pooooode deixar.
Na outra casa…
— Bom dia, seu marido taí?
— Está… vou chamá-lo…
— Não, não é preciiiiiiso, responde o bêbado.
— Na outra casa:
— Oi, seu marido taí?
A mulher responde:
— Não, mas já deve estar chegando.
O bêbado responde:
— Então, faz favor, olha aqui pra fora e vê se
sou eu!
oOo
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