Pele e Ossos: Um olhar contemporâneo para o movimento
1. Pele e Ossos: Um olhar contemporâneo para o movimento1
Kiran - Giordani Gorki Queiroz2
1
Ensaio escrito como um dos
produtos finais da Pesquisa
Teórico/Prática “Pele e Ossos”.
Projeto premiado com o Prêmio
Klauss Vianna de Dança 2008.
1 Ensaio produzido para a pesquisa prática Pele e Ossos, da Cia. Etc., através do Prêmio
Funarte de Dança Klauss Vianna, realizada entre janeiro e junho de 2008.
2 Bacharel em Fisioterapia pela “Hogeschool van Amsterdam – European School of
Physiotherapy”, pesquisador do movimento, professor de dança contemporânea, coreógrafo e
integrante da Cia. Etc.
2. Ao iniciar este projeto, eu conceito inicial do projeto,
não tinha muita certeza de como mergulhamos nesta pesquisa
eu poderia ajudar no seu com muito entusiasmo e
desenvolvimento e execução. Fui dedicação.
convidado pelos participantes da
Cia. Etc. a oferecer orientação Uma pesquisa é um
como fisioterapeuta sobre os processo de construção do
aspectos anatômicos, fisiológicos conhecimento que tem como
e biomecânicos do movimento, metas principais gerar novos
dentro da pesquisa conhecimentos e/ou corroborar 2
teórico/prática Pele e Ossos, que ou refutar algum conhecimento
eles haviam iniciado com o já existente. É basicamente um
espetáculo Corpo-Massa: Pele e processo de aprendizagem tanto
Ossos em 2007, pesquisa esta, do indivíduo que a realiza
contemplada pelo Prêmio quanto do ambiente na qual ele
Funarte de Dança Klauss está inserido. A pesquisa como
Vianna. Além disso, eu deveria atividade regular também pode
dar aulas de dança ser definida como o conjunto de
contemporânea para o grupo, atividades orientadas e
assim como, para os planejadas pela busca de um
participantes das duas oficinas conhecimento. Ao contrário do
oferecidas durante o projeto, grande desenvolvimento nas
direcionadas a bailarinos e áreas das Ciências Naturais,
atores da cidade do Recife. No Humanas e Exatas, a pesquisa
decorrer do processo, entretanto, em Arte, e mais especificamente
no intuito de poder melhor em Dança, parece ter ficado um
desempenhar minhas funções, pouco defasada, e por isto, vem
tive que me aprofundar nos tentando nas últimas duas
temas pertinentes à pesquisa, décadas recuperar o tempo
tais como: o bailarino em seus perdido. Creio que isto se deva a
aspectos anatômicos, múltiplos fatores. Entre eles eu
fisiológicos, cinesiológicos, gostaria de citar a mudança de
biomecânicos e filosóficos; a paradigma que vem ocorrendo
pedagogia em dança, o bailarino na Dança, a qual somente
enquanto atleta e artista, seu recentemente, nestes últimos
processo de formação e trinta anos, a dança
aprimoramento técnico, técnicas acompanhando outras artes
de educação somática e passa a ter um enfoque mais
metodologias de pesquisa em conceitual. Outro fator
dança. À medida que eu me importante é o surgimento no
aprofundava nestes assuntos, âmbito internacional, neste
através da revisão bibliográfica, mesmo período, dos cursos
muitas questões começaram a universitários em Dança que
surgir, e com elas a necessidade estimulariam a reflexão, o
de tentar respondê-las. O grupo questionamento e a pesquisa.
então aceitou os meus Outro ponto que em minha
questionamentos e juntamente opinião também contribuiu para
com os que já faziam parte do um certo atraso do interesse
3. pela pesquisa em dança é a primários dos movimentos, com
extrema subjetividade que lhe é foco na função dos exercícios e
característica, o que dificulta não em sua forma. Gostaríamos
uma abordagem mais objetiva também de investigar como
dentro dos parâmetros clássicos estas técnicas influenciam o
da pesquisa e, não menos tônus muscular, a percepção
importante, a dificuldade de que o bailarino tem de si mesmo
estabelecer metodologias durante a execução de seus
coerentes, eficientes e eficazes. movimentos e de como isto
interfere no seu processo 3
No caso da Dança, é criativo.
comum observar que os estudos
geralmente usam metodologias O ponto de partida para a
de outras áreas para responder abordagem deste
a seus questionamentos. questionamento foi a seqüência
Pesquisas que buscam respostas de exercícios apresentada à
ou elucidações sobre conceitos companhia por um de seus
como signo e significado integrantes, José W Júnior. Esta
geralmente se apropriam de “aula” foi elaborada pela
metodologias advindas da coreógrafa e bailarina francesa
semiótica, enquanto Marianne Isson com a qual este
questionamentos sobre o corpo integrante da Cia. Etc. trabalhou
na dança usam metodologias por três anos.
para pesquisa em Antropologia
ou Filosofia. No caso do corpo- A minha função neste
atleta e do treinamento em processo foi analisar esta
dança, geralmente são seqüência de exercícios, pelo
abordadas metodologias de prisma da Anatomia, da
pesquisas produzidas nos Cinesiologia e da Biomecânica,
campos da Educação Física e tentar identificar a função de
Pedagogia. cada um deles dentro de uma
ordem coerente e sistemática, e
A presente pesquisa adaptá-los de forma a achar
compromete-se a tentar uma máxima eficácia para sua
encontrar respostas para aplicação aos corpos dos
algumas perguntas que bailarinos da companhia. Para
inquietam os integrantes desta que os participantes do projeto
companhia ou, pelo menos, não assumissem um papel
trilhar caminhos que nos passivo neste processo, decidi
conduzam a elas. A pergunta- introduzi-los no conhecimento
chave que desencadeou uma da Anatomia, da Cinesiologia e
série de questionamentos se da Biomecânica através de aulas
refere à aplicabilidade e teóricas, tentando, desta forma,
efetividade das técnicas de incentivar a reflexão e o
dança existentes na questionamento sobre estes
contemporaneidade que focam assuntos numa tentativa de
nos ossos e nas articulações elucidar sua importância para a
como iniciadores e executores dança, para o dançarino, e
4. sobretudo, para o projeto em O mundo contemporâneo
andamento. tende à interdisciplinaridade, ao
híbrido, à aglutinação e soma de
Durante este processo, conceitos e valores para
chegamos a um ponto onde nos formação de novos. Estamos na
perguntamos se o que época da reciclagem. Tendo isto
estávamos fazendo era em vista, acredito que a melhor
realmente pesquisa, pois não forma de estimular e desenvolver
conseguíamos enquadrar nossa metodologias de pesquisa em
metodologia em nenhum dos arte também seja aglutinar 4
exemplos supracitados. Através conhecimentos e métodos já
do estudo de métodos de estabelecidos, para reciclá-los e
pesquisa, conseguimos adaptá-los às nossas
identificar que algumas necessidades atuais.
características do nosso trabalho
encaixavam-se em algumas Na função de pedagogo em
metodologias já estabelecidas. dança, há algumas questões que
Enquadramos o nosso método me acompanham já há muitos
como pesquisa aplicada, pois anos. Como posso ajudar o
tínhamos como objetivo gerar bailarino a melhor desempenhar
conhecimentos para aplicação sua função de intérprete-criador,
prática dirigidos à solução de levando em consideração tanto o
problemas específicos aspecto técnico quanto o
envolvendo realidades e artístico de seu treinamento?
interesses locais. Quanto à Quais as atividades e práticas
forma de abordagem, podemos que devem ser oferecidas ao
qualificá-la como pesquisa bailarino em seu processo de
qualitativa, devido ao fato de formação e aprimoramento
considerarmos a existência de profissional, e que possam
uma relação dinâmica entre ajudá-lo a desempenhar da
mundo real (o nosso processo) e melhor forma possível o seu
sujeito (integrantes da pesquisa), ofício? Como contribuir mais
assim como a análise subjetiva eficientemente para sua
desta relação e dos dados formação, levando em
coletados. Para nós, o processo consideração que, na condição
foi o foco principal. Quanto aos de um “corpo-atleta” ele precisa
objetivos, enquadramo-nos na desenvolver habilidades físicas
pesquisa exploratória, pois específicas para a dança e ao
tentávamos nos aprofundar em mesmo tempo proteger-se de
um conhecimento que ainda não lesões e, na condição de um
dominávamos. Quanto ao “corpo-artista”, precisa exercitar
procedimento técnico, e desenvolver sua criatividade,
classificamos nosso processo sua sensibilidade, e sua
como pesquisa-ação, por capacidade de reflexão sobre a
tentarmos achar a resolução de arte que pratica?
um problema coletivo.
Comecei a dar aulas de
dança moderna e
5. contemporânea e trabalho de maneira de executar o
corpo para atores em meados movimento.
dos anos 80 e, nesta época, eu
achava que a maioria dos Os estudantes e
professores tinha pouco profissionais, na maioria das
embasamento teórico no que diz vezes, não eram estimulados a
respeito a Anatomia, improvisar e desenvolver seu
Cinesiologia e Pedagogia. As potencial criativo e artístico,
aulas, em sua grande maioria, sendo usados apenas como
eram apenas repetição de repetidores que tinham como
objetivo básico a perfeição na 5
exercícios aprendidos em
workshops e oficinas com outros repetição. Outro ponto que acho
professores que também não importante é a ausência de
eram tão bem informados sobre estímulo ao ato da reflexão, seja
estes assuntos. O resultado ela de cunho artístico, estético,
disto foi que muitos dos ou filosófico de uma maneira
bailarinos da minha geração mais ampla. Nos últimos 20
acabaram adquirindo lesões de anos, porém, devido ao
caráter crônico, por razão de surgimento de diversos cursos
práticas não fundamentadas nas de graduação em dança, este
leis biomecânicas que regem o quadro vem se transformando e
corpo humano. tanto os criadores como os
intérpretes vêm buscando novas
Além do aspecto técnico do formas de abordar os aspectos
ensino de dança, percebo que, técnicos, pedagógicos e artísticos
no aspecto artístico e criativo, da dança. Vejo como tendência
até pouco tempo, a grande atual a pesquisa, a reflexão, o
maioria das aulas tinha um questionamento e a reciclagem
formato bastante hierarquizado, de conceitos e práticas em
ou seja, o professor apresenta os dança, no intuito de melhor
exercícios e as variações entender e aprimorar esta arte
coreográficas, e os bailarinos tão complexa e cheia de
apenas as reproduzem, especificidades.
buscando apenas a imitação da
forma, pois, na maioria das Existem muitas
vezes, os próprios professores proposições acerca da melhor
não sabem a função dos forma de desenvolver as
exercícios. Era como se a dança habilidades físicas e artísticas do
não acontecesse no corpo do bailarino. A maioria delas,
bailarino, mas sim no espelho. entretanto, parte da
Segundo Llopart Castro (2007: compreensão básica de que
124): aulas de dança – sejam de balé
clássico, moderno ou
No ensino da dança atual, ainda contemporâneo - são suficientes.
predomina a imitação do Não podemos esquecer que
movimento perfeito, deixando-se atletas de outras modalidades
de lado a percepção de cada no intuito de melhorar o seu
indivíduo em relação à sua
desempenho na sua atividade
6. específica, apropriam-se de
outras técnicas e praticam-nas A educação somática é um campo
paralelamente de acordo com teórico e prático que se interessa
pela consciência do corpo e seu
suas necessidades individuais. movimento. Muito embora o campo
Acredito que, no caso do exista há mais de um século na
bailarino contemporâneo, é Europa e na América do Norte, a
importante que ele também volte denominação “educação somática”
o seu olhar para outras práticas foi criada em 1995 pelos membros
do Regroupement pour l’Éducation
que possam ajudá-lo a Somatique (RES) em Montreal,
desenvolver e aprimorar seu Canadá. Sob a denominação de 6
potencial técnico e artístico. educação somática reagrupam-se
diferentes métodos, dentre os
Questionar e investigar quais se destacam: Antiginástica,
Pilates, Técnica de Alexander,
formas coerentes e efetivas de Feldenkrais, Eutonia, Ginástica
treinar o bailarino, respeitando Holística etc.
todas as suas necessidades, é de
vital importância para o Alguns estudos, Velloso
desenvolvimento e (2006), Fortin& Long (2005),
amadurecimento de habilidades Long (2002), Eddy (2006),
necessárias à profissão, sejam Woodruff (1999), advogam que a
elas físicas (capacidade aeróbica, integração de técnicas de
força, equilíbrio, coordenação educação somática às técnicas
etc.), ou artísticas (criatividade, de dança pode prover um
expressividade, reflexão etc.). caminho no qual bailarinos
possam, através de um
Percebo, ainda, que, de aprimoramento da percepção
forma geral, os bailarinos sabem sensorial de seus movimentos,
muito pouco sobre o seu estar mais aptos para as
instrumento de trabalho: o diversas demandas da prática da
corpo. Este conhecimento pode dança contemporânea. Nas
ajudá-los a utilizar seus corpos técnicas de Educação Somática
com mais consciência e eficácia, o foco não é no corpo como
prevenindo lesões. À medida que instrumento, um corpo na 3ª
os bailarinos se interessarem pessoa, mas no corpo como sede
pela Anatomia e pela da subjetividade e link com a
Cinesiologia aplicadas à dança, consciência do individuo. O
será mais fácil para eles importante não é o movimento
entender os seus corpos, o que o corpo realiza, mas sim,
movimento e as suas leis, como este movimento acontece;
favorecendo a diminuição do quais suas qualidades internas e
número de lesões que acometem o que se sente durante este
estes artistas. Outro tipo de movimentar-se.
trabalho que pode ajudar
bastante os bailarinos a melhor O que significa dançar com
se conhecerem, e a seus corpos, os ossos? É apenas uma
são as, hoje, conhecidas como imagem, mais poética que
técnicas de educação somática. objetiva, sem fundamento ou
Segundo Bolsanello (2006: 100) aplicação prática? Qual a
7. sensação que este dançar me importante que a forma que o
proporciona? Este dançar com os corpo assume enquanto o
ossos reflete-se no meu executa. Se tentarmos chegar a
movimento e no meu processo uma forma perfeita baseada no
criativo? Isto interfere na criação corpo de outra pessoa (uso do
da minha poética? Como? espelho) ou em um corpo ideal
para a dança, iremos dificultar o
Estas perguntas processo de programação de
nortearam podo o nosso sinergias musculares naturais
processo de pesquisa. Através da pelo córtex cerebral e cerebelo, 7
prática nas aulas ministradas ao será difícil aprimorar a nossa
grupo e da reflexão sobre as interocepção, ou seja, a
sensações sentidas por nós e percepção interna do
pelos participantes das oficinas movimento, que é
abertas, relatadas em diário, essencialmente individual e
conseguimos identificar que o intransferível.
foco da atenção nos ossos e
articulações aumenta a 2. Menos é mais!
consciência do movimento e Na perspectiva da
ajuda o bailarino a se enraizar percepção interna (somática), e
no seu corpo, aprofundando o do contato mais profundo com o
contato consigo mesmo. movimento, abordamos a lei do
Constatamos também, que os menor esforço como um modo
movimentos se tornam mais para alcançar um melhor
fáceis de executar e mais fluidos. desempenho cinestésico, que
O cérebro não trabalha seria alcançado através da
comandando músculos eliminação das chamadas
individuais, ele trabalho “contrações parasitas”, ou seja,
movimentando segmentos trabalho muscular
corporais, os ossos, através de desnecessário ou sem função
sinergias musculares. Quando para um determinado
nos concentramos em movimento. Isto irá conferir
estabelecer relações entre estes uma maior eficiência a
segmentos os músculos ficam movimentação do bailarino.
livres de tensões desnecessárias
e o corpo como um todo Descobrir uma
consegue se mover com mais dança/movimentação na qual o
facilidade e fluidez. corpo/intérprete possa ser o
mais funcional possível, tanto
Existem dois conceitos com relação à técnica quanto
fundamentais que norteiam esta com relação à expressividade,
pesquisa: poderá talvez ajudar os
1. Forma segue função! bailarinos a atingir este nível de
Na natureza, a forma desempenho no qual o corpo é
sempre segue uma função. No encarado como um meio e não
treinamento do bailarino, a como um fim em si mesmo.
função de um determinado
exercício deveria ser mais
8. Aprender a reconhecer como denominação para
padrões de tensão qualquer tipo de processo em
desnecessários e tentar eliminá- dança. Na montagem de
los através do uso da respiração espetáculos, no desenvolvimento
e do movimento focado nos de linguagens próprias, na
ossos e nas articulações, podem investigação de métodos de
levar o corpo a se mover de uma ensino, em estudos
forma mais econômica e eficaz, coreográficos, no
podendo assim desempenhar questionamento de valores
melhor sua função enquanto culturais, entre tantos outros. 8
“corpo dançante”, ou “corpo que Vejo aqui três pontos
se move”. importantes para considerar:
primeiramente, existe no
Durante a pesquisa, bailarino contemporâneo, a
durante a nossa revisão necessidade do um
bibliográfica, tentamos achar embasamento tanto teórico
uma literatura que também quanto prático através da
tivesse como proposta a pesquisa; em segundo lugar, a
abordagem de alguns destes dificuldade encontrada em se
questionamentos. Através dos desenvolverem metodologias
trabalhos que encontramos, nós específicas para abordar
percebemos que tais temas de questionamentos surgidos no
pesquisa sobre o corpo, o seio desta comunidade artística
movimento, sobre o bailarino na (bailarinos, coreógrafos,
sua função de artista e atleta, professores, etc.) talvez seja um
assim como pedagogia em empecilho para muitos e, em
dança, ainda não foram terceiro lugar, é preciso ter
amplamente abordados por cuidado com a tendência
pesquisadores de dança. A contemporânea de se
maioria dos artigos encontrados glamourizar e fashionizar a tudo,
em nossa revisão bibliográfica e transformar mos o conceito de
abordava estes temas pelo viés pesquisa em apenas mais uma
da Fisioterapia, da Pedagogia, da palavra muito usada em sem
Educação Física, etc. Talvez signififado real.
porque, na Dança como campo
da pesquisa, ainda não existam Ao final deste processo
metodologias amadurecidas tenho muito mais perguntas do
através do processo empírico. A que respostas. Sei que achamos
maioria dos pesquisadores ainda um caminho para tentar
está tentando delimitar respondê-las: o questionamento,
questões/problemas pertinentes a reflexão e a pesquisa. Temos a
à especificidade da Dança e intenção de dar continuidade a
achar metodologias coerentes e este processo através de outro
efetivas para abordá-las. projeto no qual desejamos
aplicar os resultados
A palavra “pesquisa” tem encontrados, ou seja, a aula, a
sido muito usada, quase um maior número de bailarinos.
banalizada, nos últimos anos Queremos, com isto, verificar se
9. esta forma de abordagem do Muitas pesquisas ainda
treinamento em dança pode precisam ser feitas nesta área;
ajudá-los em seus processos metodologias precisam ser
individuais, como intérpretes- testadas e melhor definidas, com
criadores e como isto acontece. questionamentos e objetivos
Aqui nos deparamos com a mais claros e relevantes para a
dificuldade de se estabelecer comunidade da dança.
índices e parâmetros para serem
utilizados em pesquisas futuras.
O que devemos utilizar para 9
identificar os efeitos desta
técnica nos corpos e nas Referências:
subjetividades dos bailarinos?
Quais os melhores métodos para 1. ABRÃO, Elisa. As relações entre
coleta de dados? Como validar arte e tecnologia: a dança
as nossas escolhas e os nossos híbrida do Cena 11. In: Revista
métodos? Que modelos Pensar a Prática, vol. 10, no. 2,
metodológicos seguir? 2007.
2. ASSUMPÇÃO, Andréa Christina
Rufino. Balé clássico e a dança
Acredito que para
contemporânea na formação
estimular o interesse pela humana: caminhos para a
pesquisa em dança é necessário emancipação. Paraná: Pensar a
fomentar projetos que tenham Prática 6: 1-19, Jul./Jun. 2002-
como foco o processo reflexivo 2003.
sobre a ação criadora, seja ela 3. BARKER, Sarah. (1991). A
cênica ou pedagógica. É através técnica de Alexander:
deste exercício de indagação e aprendendo a usar seu corpo
reflexão que podemos para obter a energia total. São
desenvolver, consolidar e Paulo: Summus Editorial, 1991.
aprimorar epistemologias e 4. BOLSANELLO, Débora.
metodologias que melhor sirvam Educação somática: o corpo
enquanto experiência. Rio
aos questionamentos sobre a
Claro, Motriz, v.11 n.2 p.99-106,
dança, favorecendo, assim, um
mai./ago. 2005.
aprofundamento e um 5. BRAGA, Marcos Moreira;
reconhecimento desta arte tão BRAGA, Denise Botelho de
repleta de especificidades como Oliveira. Manual para
uma “área específica do elaboração de artigos
conhecimento”. científicos. FAMATH, Niterói,
RJ, 2007.
Estamos no começo desta 6. CASTRO, Daniela Liopart. O
jornada. Terminar esta pesquisa aperfeiçoamento das técnicas
com tantas perguntas foi o de movimento em dança. Porto
resultado mais proveitoso que Alegre, Movimento; v.13, n. 01,
poderíamos ter. Agora temos a p.121-130, janeiro/abril de
2007.
certeza da relevância de projetos
7. CLIPPINGER, Karen Sue. Dance
como este e esperamos que mais
Anatomy and Kinesiology.
indivíduos e grupos se Illinois; Human Kinetics, 2007.
interessem por este tema.
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Gisele Maria. Por um ensino PEREIRA, Roberto (orgs.). Lições
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2000/1. 17. GREEN, Jill, Ph.D. Foucault and
9. DA SILVA, Maria Graziella the Training of Docile Bodies
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