SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 3
Ficha Informativa – 11º Ano FILOSOFIA

      Tema: VALIDADE E VERIFICALIDADE DAS HIPÓTESES
 É na terceira etape do método hipotético-dedutivo - experimentação – que se coloca a questão da validação da
hipótese. Como validar as hipóteses? Que critério para que a hipótese tenha maior cientificidade?

Há duas teorias que procuram responder a esta problemática:

A – Verificacionismo (defendida pelos pensadores do Círculo de Viena)

- O conhecimento científico resulta do método indutivo – este método é usado em ciências como a Física e a
Biologia (Observação, hipótese e generalização)

- as experiências servem para verificar ou confirmar as hipóteses;

- a hipótese só é válida se a observação natural ou laboratorial dos factos estiver de acordo com essa mesma
hipótese.

- A verificação e a confirmação experimental são o critério para distinguir o que é científico e o que não é.

Podemos colocar alguns problemas em relação a esta perspectiva:

Sendo a hipótese geral e os factos observados particulares, verificada a consequência, estará verificada a
hipótese?

David Huma defendia o carácter ilusório do método indutivo; A repetição e o hábito podem não ser garantia de
generalização;

B – Falsificacionismo (defendida por Karl Popper)

- Não concorda com o método indutivo e defende o método hipotético-dedutivo (conjectural) – ler texto do
salmão, p.190 do manual.(Observação, hipótese ou conjecrura, experimentação e lei);

- As experiências não servem para confirmar as hipóteses mas para as refutar – falsificação;

- As teorias ou hipóteses têm de ser refutáveis ou falsificaveis;

- As teorias que resistem à falsificação, são cientificamente válidas - é a experiência que testa a resistência da
hipótese à sua falsificação;

Ex. Todos os cisnes são brancos – basta encontrar um cisne preto para ser falsificável e esta a missão do
cientista: falsificar (encontrar um cisne de outra cor) e não confirmar (encontrando mais cisnes brancos)

- A hipótese é uma mera conjectura, ou seja, um quadro de intelegibilidade válido – se não se confirmar, ou
melhor, se resistir à falsificação o cientista terá de abandonar e reformular a hipótese.

- Segundo esta perspectiva do ponto de vista lógico uma teoria nunca é comprovada mas pode ser ou não
refutada – o 5700º cisne branco a aparecer não prova que todos os cisnes sejam brancos, mas o primeiro cisne
preto prova que nem todos os cisnes são brancos;

KARL POPPER defende que:

- A ciência está em revolução permanente;

- As hipóteses podem ser falsificáveis e substituidas;
- A ciência avança por conjecturas e refutações;

- A ciência é um conjunto de hipóteses provisórias que serão substituidas por outras mais válidas. Porém esta
substituição não se dá ao acaso: acontece se a teoria é insuficiente para explicar os problemas ou se surgem
novos problemas que essa teoria não consegue explicar.



Tema: A RACIONALIDADE CIENTIFICA E A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE

Será a Ciência objectiva? Poder-se-á afastar o sujeito da investigação científica?

- A ciência é o esforço racional de compreensão, clarificação e visão do essencial dos fenómenos – daquilo que
é objectivo;

- O cientista terá de se esquecer da sua subjectividade para fazer ciência com objectividade;

- Para afastar o acessório e o acidental na ciência, Bachelard defende a “psicanálise do conhecimento objectivo”
que é um processo mental para purificar a mente do cientista de todos os obstáculos;

-A ciência moderna: Galileu aliou a racionalidade à objectividade usando a linguagem matemática, valorizando
as qualidades objectivas pois só essas podem ser quantificáveis (altura, peso); Descartes, no sèc. XVII valoriza
as qualidades primárias porque só estas são objectivas - A objectividade liga-se à quantificação.

A objectividade científica segundo o:

1- Positivismo (Círculo de Viena) - a ciência é um conhecimento verdadeiro, certo, descritivo e objectivo, os
   factos podem ser descritos com rigor e exactidão, podem ser medidos.O cientista é um ser neutro. Este é o
   paradigma da modernidade ou o mito do cientismo.

2- Karl Popper – critica o positivismo defendendo que a ciência não não é a descrição objectiva, certa do
   fenómeno em si. Não há factos puros e o cientista não é neutro mas sim um sujeito activo que tem um
   quadro teórico de referência (ideias, valores e princípios). É criativo e crítico. A verdade é aproximada e as
   teorias têm de ser cada vez melhores. As teorias não são verdadeiras mas verosimeis.
   Conceitos centrais da epistemologia de Popper são: conjectura, falsificabilidade e verosimilhança.

3-    Thomas Khun – o cientista não é neutro mas condicionado e contextualizado. A investigação científica
     depende da época (factos, conhecimentos, regras e técnicas). Uma teoria científica ou paradigma
     científico é válido numa determinada época e reina numa comunidade científica pois só nestas se faz
     ciência.Com base nos paradigmas que toda a comunidade cientifica aceita vive-se aquilo que Khun chama
     ciência normal. Se surgem anomalias (factos não explicados pelo paradigma) a ciência torna-se ciência
     extraordinária e dá-se uma revolução científica com o surgimento de um novo paradigma mais amplo e
     que é oposto ao paradima anterior. Entre o velho e o novo paradigma há uma incomensurabilidade ou um
     conflito. A mudança do velho paradigma não cumulativa mas é um modo qualitativamente diferente de olhar
     o real. A verdade e objectividade ligam-se ao paradigma e, claro, na época. O método científico exige
     experimentação e argumentação (metáforas, analogias e exemplos). Sujeito e objecto não são puros – há
     sempre subjectividade quer na descoberta de novas teorias quer na sua justificação. Mais do que
     objectividade deve falar-se de intersubjectividade.

     E se dois cientistas investigam o mesmo fenómeno e têm teorias explicativas opostas?
Para concluir...

- A ciência moderna de Galileu e Descartes evoluiu para a ciência pós-moderna de Einstein e Heisenberg – já
não é uma concepção de ciência certa, objectiva e verdadeira.
A objectividade na ciência não depende só do uso de instrumentos técnicos - ao estudar um fenómeno o
cientista intervem nele, altera-o);
- A objectividade não é, na ciência, nem definitiva nem absoluta – é antes um resultado incerto que resulta de um
esforço intersubjectivo de vários cientistas que formam sa comunidades científicas.
- Embora os cientistas lutem pela objectividade, eles são influenciados por factores ideológicos porque estudar
um fenómeno e não outro?), económicos( o financiamento dos governos e as descobertas que podem fazer subir
as acções das empresas) e estéticos (critérios do belo de uma determinada época,
- A ciência é, por isso, contextualizada, histórica, cultural, é situada e interessada

A RACIONALIDADE CIENTÍFICA – Como entendê-la?
- Tradicionalmente, entendia-se a ciência como: objectiva, neutra, certa, necessária, universal e demonstrativa.
O cientista era visto como um ser puramente racional e imparcial.
- Hoje, a objectividade foi substituida pela intersubjectividade, a sua racionalidade é condicionada e relativa, a
verdade é verosímil e plausível e é demontrativa e argumentativa.

A CIÊNCIA É UM DOS MODOS POSSÍVEIS DE LER O REAL – é uma interpretação tal como a pintura, a
poesia e a filosofia.



Indicações para o teste.
- Definir Epistemologia;
- Definir e caracterizar o senso comum;
- Definir e caracterizar a ciência;
- Karl Popper e a continuidade epistemológica: ideias gerais;
- Gaston Bachelard e a descontinuidade epistemológica: ideias gerais;
- O verificacionismo e o falsificacionismo
- As epistemologias de Karl Popper e Thomas Khun;
- Qual o sentido de objectividade da ciência? Qual o sentido de racinalidade da ciência?


O teste constará de quatro temas para desenvolver, com a cotação de 50 pontos cada.
O dia será à vossa escolha...previamente avisada a professora, claro!

                                                                                               Rosa Sousa

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Conhecimento Científico - Kuhn
Conhecimento Científico - KuhnConhecimento Científico - Kuhn
Conhecimento Científico - Kuhn
Jorge Barbosa
 
O hábito e a ideia de conexão necessária
O hábito e a ideia de conexão necessáriaO hábito e a ideia de conexão necessária
O hábito e a ideia de conexão necessária
Luis De Sousa Rodrigues
 
O conhecimento do mundo a uniformidade da natureza
O conhecimento do mundo   a uniformidade da naturezaO conhecimento do mundo   a uniformidade da natureza
O conhecimento do mundo a uniformidade da natureza
Luis De Sousa Rodrigues
 
Hume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
Hume_problemas_existência_eu_mundo_DeusHume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
Hume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
Isabel Moura
 

Was ist angesagt? (20)

Conhecimento Científico - Kuhn
Conhecimento Científico - KuhnConhecimento Científico - Kuhn
Conhecimento Científico - Kuhn
 
Cepticismo
CepticismoCepticismo
Cepticismo
 
Rm vs objetivismo moral
Rm vs objetivismo moralRm vs objetivismo moral
Rm vs objetivismo moral
 
O projeto de descartes – versão 1
O projeto de descartes – versão 1O projeto de descartes – versão 1
O projeto de descartes – versão 1
 
Hume_tipos_conhecimento
Hume_tipos_conhecimentoHume_tipos_conhecimento
Hume_tipos_conhecimento
 
Impressões e ideias
Impressões e ideiasImpressões e ideias
Impressões e ideias
 
Hume
HumeHume
Hume
 
Cógito cartesiano de Descartes
Cógito cartesiano de DescartesCógito cartesiano de Descartes
Cógito cartesiano de Descartes
 
Impressões e ideias
Impressões e ideiasImpressões e ideias
Impressões e ideias
 
Descartes críticas
Descartes críticasDescartes críticas
Descartes críticas
 
O ceticismo de hume
O ceticismo de humeO ceticismo de hume
O ceticismo de hume
 
Popper – o problema da demarcação
Popper – o problema da demarcaçãoPopper – o problema da demarcação
Popper – o problema da demarcação
 
O hábito e a ideia de conexão necessária
O hábito e a ideia de conexão necessáriaO hábito e a ideia de conexão necessária
O hábito e a ideia de conexão necessária
 
Popper – o problema da demarcação
Popper – o problema da demarcaçãoPopper – o problema da demarcação
Popper – o problema da demarcação
 
Determinismo_radical
Determinismo_radicalDeterminismo_radical
Determinismo_radical
 
O conhecimento do mundo a uniformidade da natureza
O conhecimento do mundo   a uniformidade da naturezaO conhecimento do mundo   a uniformidade da natureza
O conhecimento do mundo a uniformidade da natureza
 
A incomensurabilidade dos paradigmas
A incomensurabilidade dos paradigmasA incomensurabilidade dos paradigmas
A incomensurabilidade dos paradigmas
 
2 teoria do conhecimento
2 teoria do conhecimento 2 teoria do conhecimento
2 teoria do conhecimento
 
Hume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
Hume_problemas_existência_eu_mundo_DeusHume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
Hume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
 
Karl Popper e o Falsificacionismo
Karl Popper e o FalsificacionismoKarl Popper e o Falsificacionismo
Karl Popper e o Falsificacionismo
 

Ähnlich wie Verificab..

16 o método científico
16 o método científico16 o método científico
16 o método científico
Joao Balbi
 
O que e ciencia afinal
O que e ciencia afinalO que e ciencia afinal
O que e ciencia afinal
Ivo Mai
 
Curso de Epistemologia 5/6
Curso de Epistemologia 5/6Curso de Epistemologia 5/6
Curso de Epistemologia 5/6
Luiz Miranda-Sá
 
A racionalidade científica e os Paradigmas - Kuhn
A racionalidade científica e os Paradigmas - KuhnA racionalidade científica e os Paradigmas - Kuhn
A racionalidade científica e os Paradigmas - Kuhn
Helena Serrão
 
( Espiritismo) # - andre henrique - a revolucao do espirito # perspectivas ...
( Espiritismo)   # - andre henrique - a revolucao do espirito # perspectivas ...( Espiritismo)   # - andre henrique - a revolucao do espirito # perspectivas ...
( Espiritismo) # - andre henrique - a revolucao do espirito # perspectivas ...
Instituto de Psicobiofísica Rama Schain
 
( Espiritismo) # - andre henrique - a revolucao do espirito # perspectivas ...
( Espiritismo)   # - andre henrique - a revolucao do espirito # perspectivas ...( Espiritismo)   # - andre henrique - a revolucao do espirito # perspectivas ...
( Espiritismo) # - andre henrique - a revolucao do espirito # perspectivas ...
Instituto de Psicobiofísica Rama Schain
 

Ähnlich wie Verificab.. (20)

16 o método científico
16 o método científico16 o método científico
16 o método científico
 
eqt11_estatuto_conhecimento_cientifico.pptx
eqt11_estatuto_conhecimento_cientifico.pptxeqt11_estatuto_conhecimento_cientifico.pptx
eqt11_estatuto_conhecimento_cientifico.pptx
 
A Evolução da Ciência.pdf. Resumo do tema "A evolução da Ciência" .
A Evolução da Ciência.pdf. Resumo do tema "A evolução da Ciência" .A Evolução da Ciência.pdf. Resumo do tema "A evolução da Ciência" .
A Evolução da Ciência.pdf. Resumo do tema "A evolução da Ciência" .
 
O que e ciencia afinal
O que e ciencia afinalO que e ciencia afinal
O que e ciencia afinal
 
As críticas de Karl Popper
As críticas de Karl PopperAs críticas de Karl Popper
As críticas de Karl Popper
 
A atitude científica
A atitude científicaA atitude científica
A atitude científica
 
fc.pptx
fc.pptxfc.pptx
fc.pptx
 
A01 +metodologia+cientifica
A01 +metodologia+cientificaA01 +metodologia+cientifica
A01 +metodologia+cientifica
 
Khun, pop..
Khun, pop..Khun, pop..
Khun, pop..
 
Construção da ciência
Construção da ciênciaConstrução da ciência
Construção da ciência
 
Filosofia 2
Filosofia 2Filosofia 2
Filosofia 2
 
Introdução à Metodologia Da Pesquisa Ii
Introdução à Metodologia Da Pesquisa IiIntrodução à Metodologia Da Pesquisa Ii
Introdução à Metodologia Da Pesquisa Ii
 
Curso de Epistemologia 5/6
Curso de Epistemologia 5/6Curso de Epistemologia 5/6
Curso de Epistemologia 5/6
 
Revoluções Científicas - Kuhn
Revoluções Científicas - KuhnRevoluções Científicas - Kuhn
Revoluções Científicas - Kuhn
 
A racionalidade científica e os Paradigmas - Kuhn
A racionalidade científica e os Paradigmas - KuhnA racionalidade científica e os Paradigmas - Kuhn
A racionalidade científica e os Paradigmas - Kuhn
 
( Espiritismo) # - andre henrique - a revolucao do espirito # perspectivas ...
( Espiritismo)   # - andre henrique - a revolucao do espirito # perspectivas ...( Espiritismo)   # - andre henrique - a revolucao do espirito # perspectivas ...
( Espiritismo) # - andre henrique - a revolucao do espirito # perspectivas ...
 
( Espiritismo) # - andre henrique - a revolucao do espirito # perspectivas ...
( Espiritismo)   # - andre henrique - a revolucao do espirito # perspectivas ...( Espiritismo)   # - andre henrique - a revolucao do espirito # perspectivas ...
( Espiritismo) # - andre henrique - a revolucao do espirito # perspectivas ...
 
Epistemologia
EpistemologiaEpistemologia
Epistemologia
 
Aula 01 e 02
Aula 01 e 02Aula 01 e 02
Aula 01 e 02
 
Métodos de Pesquisa - Pós CAF - Epistemologia
Métodos de Pesquisa - Pós CAF - EpistemologiaMétodos de Pesquisa - Pós CAF - Epistemologia
Métodos de Pesquisa - Pós CAF - Epistemologia
 

Mehr von pyteroliva

Conh. cientifico
Conh. cientificoConh. cientifico
Conh. cientifico
pyteroliva
 
David hume texto
David hume   textoDavid hume   texto
David hume texto
pyteroliva
 
Corr. ficha fil.
Corr. ficha fil.Corr. ficha fil.
Corr. ficha fil.
pyteroliva
 
Corr. ficha prep. teste 2
Corr. ficha prep. teste 2Corr. ficha prep. teste 2
Corr. ficha prep. teste 2
pyteroliva
 
Como se formam os conceitos
Como se formam os conceitosComo se formam os conceitos
Como se formam os conceitos
pyteroliva
 
Ficha inf. 7 arg e dem.
Ficha inf. 7 arg e dem.Ficha inf. 7 arg e dem.
Ficha inf. 7 arg e dem.
pyteroliva
 
Ficha inf. 6 a argumentação
Ficha inf. 6 a argumentaçãoFicha inf. 6 a argumentação
Ficha inf. 6 a argumentação
pyteroliva
 
Discurso de obama
Discurso de obamaDiscurso de obama
Discurso de obama
pyteroliva
 

Mehr von pyteroliva (20)

Prep. tg...
Prep. tg...Prep. tg...
Prep. tg...
 
Conh. cientifico
Conh. cientificoConh. cientifico
Conh. cientifico
 
David hume texto
David hume   textoDavid hume   texto
David hume texto
 
Ficha kant 2
Ficha kant 2Ficha kant 2
Ficha kant 2
 
Ficha kant 1
Ficha kant 1Ficha kant 1
Ficha kant 1
 
Corr. ficha fil.
Corr. ficha fil.Corr. ficha fil.
Corr. ficha fil.
 
Orig. conh.
Orig. conh.Orig. conh.
Orig. conh.
 
Emp rac
Emp racEmp rac
Emp rac
 
Trab. gru..
Trab. gru..Trab. gru..
Trab. gru..
 
Corr. ficha prep. teste 2
Corr. ficha prep. teste 2Corr. ficha prep. teste 2
Corr. ficha prep. teste 2
 
Prep. teste 2
Prep. teste 2Prep. teste 2
Prep. teste 2
 
Ficha arg. 10
Ficha arg. 10Ficha arg. 10
Ficha arg. 10
 
Ficha arg. 9
Ficha arg. 9Ficha arg. 9
Ficha arg. 9
 
Ficha arg. 8
Ficha arg. 8Ficha arg. 8
Ficha arg. 8
 
Ficha arg. 9
Ficha arg. 9Ficha arg. 9
Ficha arg. 9
 
Como se formam os conceitos
Como se formam os conceitosComo se formam os conceitos
Como se formam os conceitos
 
Prep. teste
Prep. testePrep. teste
Prep. teste
 
Ficha inf. 7 arg e dem.
Ficha inf. 7 arg e dem.Ficha inf. 7 arg e dem.
Ficha inf. 7 arg e dem.
 
Ficha inf. 6 a argumentação
Ficha inf. 6 a argumentaçãoFicha inf. 6 a argumentação
Ficha inf. 6 a argumentação
 
Discurso de obama
Discurso de obamaDiscurso de obama
Discurso de obama
 

Verificab..

  • 1. Ficha Informativa – 11º Ano FILOSOFIA Tema: VALIDADE E VERIFICALIDADE DAS HIPÓTESES É na terceira etape do método hipotético-dedutivo - experimentação – que se coloca a questão da validação da hipótese. Como validar as hipóteses? Que critério para que a hipótese tenha maior cientificidade? Há duas teorias que procuram responder a esta problemática: A – Verificacionismo (defendida pelos pensadores do Círculo de Viena) - O conhecimento científico resulta do método indutivo – este método é usado em ciências como a Física e a Biologia (Observação, hipótese e generalização) - as experiências servem para verificar ou confirmar as hipóteses; - a hipótese só é válida se a observação natural ou laboratorial dos factos estiver de acordo com essa mesma hipótese. - A verificação e a confirmação experimental são o critério para distinguir o que é científico e o que não é. Podemos colocar alguns problemas em relação a esta perspectiva: Sendo a hipótese geral e os factos observados particulares, verificada a consequência, estará verificada a hipótese? David Huma defendia o carácter ilusório do método indutivo; A repetição e o hábito podem não ser garantia de generalização; B – Falsificacionismo (defendida por Karl Popper) - Não concorda com o método indutivo e defende o método hipotético-dedutivo (conjectural) – ler texto do salmão, p.190 do manual.(Observação, hipótese ou conjecrura, experimentação e lei); - As experiências não servem para confirmar as hipóteses mas para as refutar – falsificação; - As teorias ou hipóteses têm de ser refutáveis ou falsificaveis; - As teorias que resistem à falsificação, são cientificamente válidas - é a experiência que testa a resistência da hipótese à sua falsificação; Ex. Todos os cisnes são brancos – basta encontrar um cisne preto para ser falsificável e esta a missão do cientista: falsificar (encontrar um cisne de outra cor) e não confirmar (encontrando mais cisnes brancos) - A hipótese é uma mera conjectura, ou seja, um quadro de intelegibilidade válido – se não se confirmar, ou melhor, se resistir à falsificação o cientista terá de abandonar e reformular a hipótese. - Segundo esta perspectiva do ponto de vista lógico uma teoria nunca é comprovada mas pode ser ou não refutada – o 5700º cisne branco a aparecer não prova que todos os cisnes sejam brancos, mas o primeiro cisne preto prova que nem todos os cisnes são brancos; KARL POPPER defende que: - A ciência está em revolução permanente; - As hipóteses podem ser falsificáveis e substituidas;
  • 2. - A ciência avança por conjecturas e refutações; - A ciência é um conjunto de hipóteses provisórias que serão substituidas por outras mais válidas. Porém esta substituição não se dá ao acaso: acontece se a teoria é insuficiente para explicar os problemas ou se surgem novos problemas que essa teoria não consegue explicar. Tema: A RACIONALIDADE CIENTIFICA E A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE Será a Ciência objectiva? Poder-se-á afastar o sujeito da investigação científica? - A ciência é o esforço racional de compreensão, clarificação e visão do essencial dos fenómenos – daquilo que é objectivo; - O cientista terá de se esquecer da sua subjectividade para fazer ciência com objectividade; - Para afastar o acessório e o acidental na ciência, Bachelard defende a “psicanálise do conhecimento objectivo” que é um processo mental para purificar a mente do cientista de todos os obstáculos; -A ciência moderna: Galileu aliou a racionalidade à objectividade usando a linguagem matemática, valorizando as qualidades objectivas pois só essas podem ser quantificáveis (altura, peso); Descartes, no sèc. XVII valoriza as qualidades primárias porque só estas são objectivas - A objectividade liga-se à quantificação. A objectividade científica segundo o: 1- Positivismo (Círculo de Viena) - a ciência é um conhecimento verdadeiro, certo, descritivo e objectivo, os factos podem ser descritos com rigor e exactidão, podem ser medidos.O cientista é um ser neutro. Este é o paradigma da modernidade ou o mito do cientismo. 2- Karl Popper – critica o positivismo defendendo que a ciência não não é a descrição objectiva, certa do fenómeno em si. Não há factos puros e o cientista não é neutro mas sim um sujeito activo que tem um quadro teórico de referência (ideias, valores e princípios). É criativo e crítico. A verdade é aproximada e as teorias têm de ser cada vez melhores. As teorias não são verdadeiras mas verosimeis. Conceitos centrais da epistemologia de Popper são: conjectura, falsificabilidade e verosimilhança. 3- Thomas Khun – o cientista não é neutro mas condicionado e contextualizado. A investigação científica depende da época (factos, conhecimentos, regras e técnicas). Uma teoria científica ou paradigma científico é válido numa determinada época e reina numa comunidade científica pois só nestas se faz ciência.Com base nos paradigmas que toda a comunidade cientifica aceita vive-se aquilo que Khun chama ciência normal. Se surgem anomalias (factos não explicados pelo paradigma) a ciência torna-se ciência extraordinária e dá-se uma revolução científica com o surgimento de um novo paradigma mais amplo e que é oposto ao paradima anterior. Entre o velho e o novo paradigma há uma incomensurabilidade ou um conflito. A mudança do velho paradigma não cumulativa mas é um modo qualitativamente diferente de olhar o real. A verdade e objectividade ligam-se ao paradigma e, claro, na época. O método científico exige experimentação e argumentação (metáforas, analogias e exemplos). Sujeito e objecto não são puros – há sempre subjectividade quer na descoberta de novas teorias quer na sua justificação. Mais do que objectividade deve falar-se de intersubjectividade. E se dois cientistas investigam o mesmo fenómeno e têm teorias explicativas opostas?
  • 3. Para concluir... - A ciência moderna de Galileu e Descartes evoluiu para a ciência pós-moderna de Einstein e Heisenberg – já não é uma concepção de ciência certa, objectiva e verdadeira. A objectividade na ciência não depende só do uso de instrumentos técnicos - ao estudar um fenómeno o cientista intervem nele, altera-o); - A objectividade não é, na ciência, nem definitiva nem absoluta – é antes um resultado incerto que resulta de um esforço intersubjectivo de vários cientistas que formam sa comunidades científicas. - Embora os cientistas lutem pela objectividade, eles são influenciados por factores ideológicos porque estudar um fenómeno e não outro?), económicos( o financiamento dos governos e as descobertas que podem fazer subir as acções das empresas) e estéticos (critérios do belo de uma determinada época, - A ciência é, por isso, contextualizada, histórica, cultural, é situada e interessada A RACIONALIDADE CIENTÍFICA – Como entendê-la? - Tradicionalmente, entendia-se a ciência como: objectiva, neutra, certa, necessária, universal e demonstrativa. O cientista era visto como um ser puramente racional e imparcial. - Hoje, a objectividade foi substituida pela intersubjectividade, a sua racionalidade é condicionada e relativa, a verdade é verosímil e plausível e é demontrativa e argumentativa. A CIÊNCIA É UM DOS MODOS POSSÍVEIS DE LER O REAL – é uma interpretação tal como a pintura, a poesia e a filosofia. Indicações para o teste. - Definir Epistemologia; - Definir e caracterizar o senso comum; - Definir e caracterizar a ciência; - Karl Popper e a continuidade epistemológica: ideias gerais; - Gaston Bachelard e a descontinuidade epistemológica: ideias gerais; - O verificacionismo e o falsificacionismo - As epistemologias de Karl Popper e Thomas Khun; - Qual o sentido de objectividade da ciência? Qual o sentido de racinalidade da ciência? O teste constará de quatro temas para desenvolver, com a cotação de 50 pontos cada. O dia será à vossa escolha...previamente avisada a professora, claro! Rosa Sousa