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Ficha Informativa 6 – 11º Ano FILOSOFIA

                                                A Argumentação

Quando usamos a argumentação?
No nosso quotidiano usamos constantemente a linguagem: das conversas entre amigos às
intervenções nas aulas, das pequenas mensagens SMS aos trabalhos escolares, a língua é o instrumento
permanentemente usado. E se é verdade que a maior parte desses actos de comunicação tem um carácter
informativo, não é menos verdade que um bom número deles tem um carácter argumentativo. Quando
queremos defender um ponto de vista, quando apresentamos a nossa opinião, quando propomos uma
solução para um problema ou quando queremos convencer os outros a aceder a um pedido nosso, temos
que
argumentar. Na verdade, pensando bem, argumentamos muito e muito frequentemente. Por vezes
enfrentamos a oposição dos outros e então temos que argumentar ainda melhor para os convencer. E
argumentar bem é um acto de inteligência que, para ser eficaz, tem as suas regras.

O que é argumentar?
Argumentar é, pois, expressar uma convicção, um ponto de vista, que é desenvolvido e explicado
de forma a persuadir o ouvinte/leitor. Para isso, é necessário que apresentemos um raciocínio coerente e
convincente, baseado na verdade, e que influencie o outro, levando-o a pensar/agir em conformidade com
os nossos objectivos.

Argumentar é o mesmo que persuadir?
Argumentar é persuadir racionalmente, mas nem toda a persuasão é racional. Há a persuasão
emocional, muito usada, por exemplo, em publicidade. (Quando um anúncio publicitário nos convence a
comprar um determinado produto, não pelas qualidades desse produto que responde a necessidades
nossas,
mas porque, ao associar essa marca a um determinado padrão de vida, nos leva a crer que adquirindo
aquele
artigo passaremos a usufruir desse padrão de vida). A diferença entre a persuasão racional e a emocional
reside no facto de, na primeira, se fazer apelo à razão, enquanto na segunda, se apelar a desejos,
sentimentos,
medos, emoções, frustrações.

O que é um texto argumentativo?
O texto argumentativo é, então, o que visa convencer, persuadir ou influenciar o ouvinte/leitor, ao qual se
apresenta um ponto de vista - uma tese - cuja veracidade se demonstra e prova. Como? Começando por
apresentar a tese, a partir da qual se desenvolve o raciocínio, a argumentação, constituída por um conjunto
de argumentos logicamente encadeados, sustentados em provas e, normalmente, ilustrados e credibilizados
por exemplos. E o que é um argumento? Argumento é uma quantidade de informação ou de
dados organizados – as premissas – que sustentam o ponto de vista e conduzem à conclusão da veracidad
da tese que se pretende defender.

Quando temos que construir um texto argumentativo?
Na vida escolar, na vida profissional, e no exercício da nossa cidadania, precisamos, com
frequência, de elaborar textos argumentativos.
A dissertação, o comentário, a exposição escrita, mas também um simples artigo de opinião ou
uma crítica de cinema ou de música exigem a elaboração de um texto argumentativo bem estruturado,
segundo um esquema lógico. Do mesmo modo, a intervenção num debate ou numa reunião, uma
campanha para a associação de estudantes, um discurso político ou uma alegação judicial obrigam a
uma construção argumentativa muito cuidada.

Como se constrói um texto argumentativo? Qual a estrutura?

I - Estrutura do texto / Progressão temática
1. Introdução: Parágrafo inicial no qual se apresenta a proposição (tese, opinião, declaração).
Deve ser apresentada de modo afirmativo, claro e bem definido, sem referir ainda quaisquer
razões ou provas.

2. Desenvolvimento: Análise/explicitação da proposição apresentada; apresentação dos
argumentos que provam a verdade da proposição: factos, exemplos, citações, testemunhos,
dados estatísticos.
3. Conclusão: Parágrafo final, no qual se conclui com uma síntese da demonstração feita no
desenvolvimento.

II - Escolha e ordenação dos argumentos
Para uma correcta construção argumentativa, é fundamental a escolha dos argumentos que
suportam a demonstração da verdade da tese. Eles devem ser pertinentes e coerentes, apresentados de
forma lógica e articulada. Assim deve-se:
• encontrar os argumentos adequados;
• recorrer, sempre que possível e desejável, à exemplificação, à citação, à analogia, às relações
causa-efeito;
• organizar os argumentos por ordem crescente de importância, do menos para o mais importante.

III - Adequação do texto ao objectivo e ao destinatário
A construção de um texto argumentativo deve ter em conta a sua finalidade e também o
leitor/ouvinte ao qual se destina (para informar, convencer, emocionar). Deve, pois:
• usar um registo adequado à situação e ao destinatário;
• utilizar referências de conteúdo que o destinatário possui, de forma a que este o possa interpretar
correctamente.

IV - Articulação e progressão do discurso
O texto deve apresentar-se como um todo coeso e articulado, através do estabelecimento de uma
rede de relações lógicas entre as palavras, as frases, os períodos e os parágrafos que o constituem. Deve,
além disso, recorrer a processos de substituição, usando palavras ou expressões no lugar de outras
usadas anteriormente. Deve igualmente corresponder à construção de um raciocínio que se vai
desenvolvendo gradualmente. Estas características são conseguidas através da correcta utilização e
combinação dos elementos linguísticos do texto:
• correcta estruturação e ordenação das frases;
• uso correcto dos conectores do discurso;
• respeito pelas regras de concordância;
• uso adequado dos pronomes que evitam as repetições do nome;
• utilização de um vocabulário variado, com recurso a sinónimos, antónimos, hiperónimos e
hipónimos.
A progressão e articulação do texto é conseguida sobretudo através do uso de conectores ou
articuladores do discurso que vão fazendo progredir o texto de uma forma coerente e articulada.
Conectores do discurso
Vimos que, para cumprir o seu objectivo - persuadir - o texto argumentativo deve apresentar-se como
uma construção lógica, na qual o raciocínio é apresentado de forma progressiva e articulada. Para isso,
é fundamental uma boa utilização dos articuladores ou conectores do discurso - advérbios, locuções
adverbiais, conjunções, locuções conjuncionais e mesmo orações completas. Alguns desses
articuladores, utilizados em qualquer tipo de texto, são recorrentes no texto argumentativo.

Articuladores Argumentativos
 para reiterar, reafirmar - retomando a questão, penso que, a meu ver, creio que, estou certo, em nosso
entender

para concordar, provar, exprimir certeza - efectivamente, com efeito, sem dúvida, na verdade,
certamente, de certo, com toda a certeza, evidentemente, é evidente que, obviamente, é óbvio que

para refutar,manifestar oposição, restringir ideias - no entanto, mas, todavia, contudo, porém, apesar de
em sentido contrário,refutando, peto contrário, ao contrário por outro lado, com a ressalva de

para exemplificar por exemplo, como se pode ver, assim, tome-se como exemplo, é o caso de, é o
que acontece com
para explicitar significa isto que, explicitando melhor, não se pretende com isto, quer isto dizer, a
saber, isto é, por outras palavras
para concluir finalmente, enfim, em conclusão, concluindo, para terminar, em suma, por conseguinte,
por consequência
para estabelecer
conexões de tempo
então, após, depois, antes, anteriormente, em seguida, seguidamente, quando, até
que, a princípio, por fim
para referenciar
espaço
aqui, ali, lá, acolá, além, naquele lugar, o lugar onde, ao lado de, à esquerda, à
direita, ao centro, no meio, mais adiante
para indicar ordem em primeiro lugar, primeiramente, em segundo lugar, seguidamente, em seguida,
começando por, antes de mais, por último, por fim
para estabelecer
conexões de causa porque, visto que, dado que, uma vez que
para estabelecer
conexões de
consequência
de tal modo que, deforma que, tanto que, e por isso
para expressar
condição, hipótese
se, a menos que, a não ser que, desde que, supondo que, se por hipótese,
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para estabelecer
conexões de fim para que, para, com o fim de, afim de que, com o intuito de
para estabelecer
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para expressar, semelhança e comparação - do mesmo modo, tal como, pelo mesmo motivo, pela
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                                                                              Professora: Rosa Sousa

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  • 1. Ficha Informativa 6 – 11º Ano FILOSOFIA A Argumentação Quando usamos a argumentação? No nosso quotidiano usamos constantemente a linguagem: das conversas entre amigos às intervenções nas aulas, das pequenas mensagens SMS aos trabalhos escolares, a língua é o instrumento permanentemente usado. E se é verdade que a maior parte desses actos de comunicação tem um carácter informativo, não é menos verdade que um bom número deles tem um carácter argumentativo. Quando queremos defender um ponto de vista, quando apresentamos a nossa opinião, quando propomos uma solução para um problema ou quando queremos convencer os outros a aceder a um pedido nosso, temos que argumentar. Na verdade, pensando bem, argumentamos muito e muito frequentemente. Por vezes enfrentamos a oposição dos outros e então temos que argumentar ainda melhor para os convencer. E argumentar bem é um acto de inteligência que, para ser eficaz, tem as suas regras. O que é argumentar? Argumentar é, pois, expressar uma convicção, um ponto de vista, que é desenvolvido e explicado de forma a persuadir o ouvinte/leitor. Para isso, é necessário que apresentemos um raciocínio coerente e convincente, baseado na verdade, e que influencie o outro, levando-o a pensar/agir em conformidade com os nossos objectivos. Argumentar é o mesmo que persuadir? Argumentar é persuadir racionalmente, mas nem toda a persuasão é racional. Há a persuasão emocional, muito usada, por exemplo, em publicidade. (Quando um anúncio publicitário nos convence a comprar um determinado produto, não pelas qualidades desse produto que responde a necessidades nossas, mas porque, ao associar essa marca a um determinado padrão de vida, nos leva a crer que adquirindo aquele artigo passaremos a usufruir desse padrão de vida). A diferença entre a persuasão racional e a emocional reside no facto de, na primeira, se fazer apelo à razão, enquanto na segunda, se apelar a desejos, sentimentos, medos, emoções, frustrações. O que é um texto argumentativo? O texto argumentativo é, então, o que visa convencer, persuadir ou influenciar o ouvinte/leitor, ao qual se apresenta um ponto de vista - uma tese - cuja veracidade se demonstra e prova. Como? Começando por apresentar a tese, a partir da qual se desenvolve o raciocínio, a argumentação, constituída por um conjunto de argumentos logicamente encadeados, sustentados em provas e, normalmente, ilustrados e credibilizados por exemplos. E o que é um argumento? Argumento é uma quantidade de informação ou de dados organizados – as premissas – que sustentam o ponto de vista e conduzem à conclusão da veracidad da tese que se pretende defender. Quando temos que construir um texto argumentativo? Na vida escolar, na vida profissional, e no exercício da nossa cidadania, precisamos, com
  • 2. frequência, de elaborar textos argumentativos. A dissertação, o comentário, a exposição escrita, mas também um simples artigo de opinião ou uma crítica de cinema ou de música exigem a elaboração de um texto argumentativo bem estruturado, segundo um esquema lógico. Do mesmo modo, a intervenção num debate ou numa reunião, uma campanha para a associação de estudantes, um discurso político ou uma alegação judicial obrigam a uma construção argumentativa muito cuidada. Como se constrói um texto argumentativo? Qual a estrutura? I - Estrutura do texto / Progressão temática 1. Introdução: Parágrafo inicial no qual se apresenta a proposição (tese, opinião, declaração). Deve ser apresentada de modo afirmativo, claro e bem definido, sem referir ainda quaisquer razões ou provas. 2. Desenvolvimento: Análise/explicitação da proposição apresentada; apresentação dos argumentos que provam a verdade da proposição: factos, exemplos, citações, testemunhos, dados estatísticos. 3. Conclusão: Parágrafo final, no qual se conclui com uma síntese da demonstração feita no desenvolvimento. II - Escolha e ordenação dos argumentos Para uma correcta construção argumentativa, é fundamental a escolha dos argumentos que suportam a demonstração da verdade da tese. Eles devem ser pertinentes e coerentes, apresentados de forma lógica e articulada. Assim deve-se: • encontrar os argumentos adequados; • recorrer, sempre que possível e desejável, à exemplificação, à citação, à analogia, às relações causa-efeito; • organizar os argumentos por ordem crescente de importância, do menos para o mais importante. III - Adequação do texto ao objectivo e ao destinatário A construção de um texto argumentativo deve ter em conta a sua finalidade e também o leitor/ouvinte ao qual se destina (para informar, convencer, emocionar). Deve, pois: • usar um registo adequado à situação e ao destinatário; • utilizar referências de conteúdo que o destinatário possui, de forma a que este o possa interpretar correctamente. IV - Articulação e progressão do discurso O texto deve apresentar-se como um todo coeso e articulado, através do estabelecimento de uma rede de relações lógicas entre as palavras, as frases, os períodos e os parágrafos que o constituem. Deve, além disso, recorrer a processos de substituição, usando palavras ou expressões no lugar de outras usadas anteriormente. Deve igualmente corresponder à construção de um raciocínio que se vai desenvolvendo gradualmente. Estas características são conseguidas através da correcta utilização e combinação dos elementos linguísticos do texto: • correcta estruturação e ordenação das frases; • uso correcto dos conectores do discurso; • respeito pelas regras de concordância; • uso adequado dos pronomes que evitam as repetições do nome; • utilização de um vocabulário variado, com recurso a sinónimos, antónimos, hiperónimos e hipónimos. A progressão e articulação do texto é conseguida sobretudo através do uso de conectores ou articuladores do discurso que vão fazendo progredir o texto de uma forma coerente e articulada. Conectores do discurso Vimos que, para cumprir o seu objectivo - persuadir - o texto argumentativo deve apresentar-se como
  • 3. uma construção lógica, na qual o raciocínio é apresentado de forma progressiva e articulada. Para isso, é fundamental uma boa utilização dos articuladores ou conectores do discurso - advérbios, locuções adverbiais, conjunções, locuções conjuncionais e mesmo orações completas. Alguns desses articuladores, utilizados em qualquer tipo de texto, são recorrentes no texto argumentativo. Articuladores Argumentativos para reiterar, reafirmar - retomando a questão, penso que, a meu ver, creio que, estou certo, em nosso entender para concordar, provar, exprimir certeza - efectivamente, com efeito, sem dúvida, na verdade, certamente, de certo, com toda a certeza, evidentemente, é evidente que, obviamente, é óbvio que para refutar,manifestar oposição, restringir ideias - no entanto, mas, todavia, contudo, porém, apesar de em sentido contrário,refutando, peto contrário, ao contrário por outro lado, com a ressalva de para exemplificar por exemplo, como se pode ver, assim, tome-se como exemplo, é o caso de, é o que acontece com para explicitar significa isto que, explicitando melhor, não se pretende com isto, quer isto dizer, a saber, isto é, por outras palavras para concluir finalmente, enfim, em conclusão, concluindo, para terminar, em suma, por conseguinte, por consequência para estabelecer conexões de tempo então, após, depois, antes, anteriormente, em seguida, seguidamente, quando, até que, a princípio, por fim para referenciar espaço aqui, ali, lá, acolá, além, naquele lugar, o lugar onde, ao lado de, à esquerda, à direita, ao centro, no meio, mais adiante para indicar ordem em primeiro lugar, primeiramente, em segundo lugar, seguidamente, em seguida, começando por, antes de mais, por último, por fim para estabelecer conexões de causa porque, visto que, dado que, uma vez que para estabelecer conexões de consequência de tal modo que, deforma que, tanto que, e por isso para expressar condição, hipótese se, a menos que, a não ser que, desde que, supondo que, se por hipótese, admitindo que, excepto se, se por acaso para estabelecer conexões de fim para que, para, com o fim de, afim de que, com o intuito de para estabelecer relações aditivas e, ora, e também, e ainda para estabelecer relações disjuntivas ou, ou então, seja... seja, quer...quer para expressar, semelhança e comparação - do mesmo modo, tal como, pelo mesmo motivo, pela mesma razão, igualmente, assim como Professora: Rosa Sousa