SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 27
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Disponível eletronicamente em
                                           www.revista-ped.unifei.edu.br

                           Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63

                                      Recebido em 29/03/2007. Aceito em 25/03/2009
   ISSN 1679-5830


       ADAPTAÇÃO E APLICAÇÃO DE UM MÉTODO DE
 DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS EM UMA MICROEMPRESA
      DE MANUFATURA DE PRODUTOS DECORATIVOS


                                 Tathiana Massimino Suarez
                              Mestre em Engenharia de Produção
                      Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
                     Departamento de Engenharia de Produção e Transportes
                                 tathi_madeline@terra.com.br


                                    Carlos Fernando Jung
                        Mestre e Doutorando em Engenharia de Produção
                      Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
                     Departamento de Engenharia de Produção e Transportes
                                carlosfernandojung@gmail.com


                                 Carla Schwengber ten Caten
                    Doutora em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais
                      Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
                     Departamento de Engenharia de Produção e Transportes
                                  tencaten@producao.ufrgs.br



RESUMO

Este artigo relata os resultados de uma pesquisa exploratório-experimental que teve por
finalidade adaptar e aplicar um método para Desenvolvimento de Produtos (DP) em uma
microempresa de manufatura de produtos plásticos decorativos. O trabalho apresenta uma
revisão de conceitos relacionados à problemática, uma classificação das etapas
metodológicas de 21 métodos de desenvolvimento de produtos seguida do processo de
seleção do método a ser utilizado na pesquisa. É feita, então, uma análise da maturidade em
DP da empresa e a descrição das adaptações e aplicação do método. Posteriormente é
proposta uma síntese dos resultados obtidos, bem como, apresentadas as conclusões
resultantes do estudo. Os resultados demonstraram que a utilização de um método para
38       SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63


desenvolvimento de produtos adaptado as peculiaridades de uma microempresa pode
diminuir as perdas no processo de manufatura, e melhorar as práticas organizacionais e
estratégicas da empresa.

Palavras-chave: Desenvolvimento de Produto, Método, Produto, Microempresa.



ADAPTATION AND APPLICATION OF A PRODUCT DEVELOPMENT
     METHOD IN A SMALL COMPANY MANUFACTURING
                DECORATIVE PRODUCTS


ABSTRACT

This paper relates the results of exploratory/experimental research undertaken to select,
adapt and apply a Product Development method (PD) to the operations of a small company
manufacturing plastic decorative products. The study presents a review of concepts related to
the problem, a classification of the methodological stages of 21 possible product development
systems and describes the method used for selection of the one to be used in the research.
Subsequently, the level of maturity of the company’s Product Development facility is analyzed
and the adaptations needed to apply the chosen method to its operations are considered. This
is followed by a synthesis of the results obtained together with the conclusions reached - the
utilization of a PD method adapted to the peculiarities of a small company, does indeed
reduce the losses in the manufacturing process and improves the organizational and strategic
practices of the company.

Keywords: Product Developments, Method, Product, Small Company.


1. INTRODUÇÃO
        A dinâmica imposta pelo mercado, que pode originar-se nas demandas de clientes e
nos diferenciais propostos pelos concorrentes, exige flexibilidade e capacidade em dominar as
várias formas de buscar e atingir o sucesso de um produto em um espaço de tempo o mais
curto possível (KINDLEN JÚNIOR, PLATCHECK, e CÂNDIDO, 2003).
        O cenário mundial está impelindo as empresas a reduzirem ao máximo seus custos e
investir em novos métodos e técnicas para que possam ser competitivas no mercado, devido
aos diferenciais oferecidos pelos concorrentes. Isto se deve à emergência da competitividade
internacional, à criação de mercados novos e fragmentados que possuem clientes cada vez
mais exigentes (CLARK e FUJIMOTO, 1991).
       Ulrich e Eppinger (2000) afirmam que o sucesso das empresas é dependente da sua
habilidade em identificar as necessidades dos clientes, agilmente criar produtos que vão ao
encontro dessas necessidades e produzi-los ao menor custo possível.
      Corroborando, Jugend, Silva e Toledo (2005) referem que as tendências crescentes de
aumento da diversidade dos produtos, a redução do ciclo de vida dos produtos, a gestão do
desenvolvimento de produtos, tem imposto um processo cada vez mais crítico para a
competitividade das empresas.
SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63   39


        Krishnan e Ulrich (2001) afirmam que o desenvolvimento de produtos é a
transformação de uma oportunidade de mercado em um produto para venda, através de um
processo que envolve recursos humanos, financeiros e tecnológicos. Buss e Cunha (2002)
afirmam que este processo, em sua essência, é interdisciplinar e interfuncional.
Interdisciplinar, porque depende da aplicação de conhecimentos de diversas áreas.
Interfuncional porque todas as áreas funcionais da empresa devem envolver-se, em maior ou
menor grau no processo.
       Com base nesse cenário, cada desperdício de matéria-prima, energia ou insumos que
puder ser evitado será de vital importância para a sustentabilidade e competitividade da
empresa. A implantação de adequadas metodologias para o processo de desenvolvimento de
produtos poderá auxiliar substancialmente uma empresa na diminuição dos “custos da má
qualidade”, em especial, na redução de perdas desde a concepção do novo produto.
        Vários modelos foram elaborados ao longo do tempo contendo procedimentos para o
processo de gestão e desenvolvimento de produtos (ENGWALL, KLING e WERR, 2005). Os
primeiros modelos criados definiam o processo como um sistema linear, com estágios
discretos e seqüenciais, enquanto os mais recentes possuem um processo que se dá através de
etapas com sobreposições, feedbaks e loops (ALMEIDA e MIGUEL, 2007).
       No entanto, as abordagens sobre os métodos referenciais para desenvolvimento de
produtos encontrados na literatura são muitas vezes complexas, e apresentam diferenciais
metodológicos em função das distintas visões dos autores e aplicações mercadológicas (BUSS
e CUNHA, 2002).
        Empresas de micro e pequeno porte que desejam desenvolver novos produtos ao tentar
utilizar muitos dos métodos existentes encontram dificuldades para aplicação. Essas
dificuldades relacionam-se as exigências previstas nas próprias estruturas metodológicas em
relação aos investimentos em recursos humanos, financeiros e tecnológicos necessários para
sua utilização (ANDREASEN e HEIN, 1987).
       O modo como os indivíduos são condicionados a pensar pelos processos de
aprendizagem, contexto cultural e modelos referenciais determinam as ações práticas do dia-
a-dia no plano individual (JORDAN, 1974). Assim, ao se tornar inviável a utilização de um
método existente para o desenvolvimento de produtos os indivíduos tendem a estabelecer seus
próprios métodos de forma empírica por tentativa de acerto e erro que ao longo do tempo
pode implicar em aumento dos custos, redução dos lucros e perda de competitividade.
      Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa exploratório-experimental que
teve por finalidade adaptar e implantar as fases iniciais do método de gestão de
desenvolvimento de produtos proposto por Rozenfeld et al. (2006) em uma microempresa de
manufatura de produtos plásticos. O estudo demonstra os resultados da adaptatividade deste
método e as melhorias obtidas nas práticas organizacionais e estratégicas da empresa.


2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Processo de desenvolvimento de produtos
        O desenvolvimento de produtos pode ser visto como um processo, o que significa
realizar diversas atividades desde a geração do conceito até a descontinuidade do produto
(JUGEND e SILVA, 2005).
       Gonçalves (2003) define processo como uma atividade ou conjunto de atividades que
adiciona valor a um input e, consequentemente, fornece um output a um fim específico. Já
40       SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63


para Rozenfeld et al. (2006) processo é um conjunto de atividades que são realizadas em uma
seqüência lógica com o objetivo de produzir um bem ou serviço que tenha valor para um
grupo específico de clientes.
        Os processos são compostos de uma seqüência de atividades. Efetuando-se uma
análise do que é uma atividade, pode-se fazer uma associação nesta mesma linha. Diz-se que
as atividades são compostas por uma seqüência de tarefas. A tarefa é definida com um
trabalho, um encargo, algo a ser feito. Corroborando, Badin (2005) se refere às tarefas
dizendo que essas compõem as atividades. Bonner, Ruekert e Walker Jr. (2002) consideram a
tarefa como o que deve ser feito em cada atividade, ou seja, algo a ser concluído com prazo e
parâmetros para dar andamento à próxima atividade. Clark e Wheelwright (1993) afirmam
que a aplicação da abordagem por processos para as atividades de desenvolvimento de
produto implica segundo em uma integração harmônica entre as diversas funções
organizacionais, especialmente entre as tarefas de engenharia, marketing e manufatura.
       Desenvolver produtos não é um processo simples. Segundo Baxter (2000) este
processo envolve diversos tipos de interesses conforme o perfil profissional envolvido, sendo
que: (i) consumidores desejam novidades, melhores produtos, a preços razoáveis; (ii)
vendedores desejam diferenciações e vantagens competitivas; (iii) engenheiros desejam
simplicidade na fabricação e facilidade de montagem; (iv) designers gostariam de
experimentar novos materiais e soluções formais; e (v) empresários querem poucos
investimentos e retorno rápido de capital.
        Almeida e Miguel (2007) citam algumas características que tornam o processo de
desenvolvimento de produtos diferente dos demais processos, a saber: (i) decisões
importantes devem ser tomadas no início do processo, quando as incertezas são ainda
maiores; (ii) dificuldade de mudar as decisões iniciais; (iii) as atividades seguem um ciclo
iterativo do tipo: projetar, construir, verificar e otimizar; (iv) manipulação e geração de alto
volume de informações; (v) as informações e atividades provêm de diversas fontes e áreas da
empresa e da cadeia de suprimentos; e (vi) multiplicidade de requisitos a serem atendidos pelo
processo, considerando todas as fases do ciclo de vida do produto e seus clientes.
        O desenvolvimento de produtos passou a ser assimilado, por inúmeras empresas, de
forma sistemática em virtude da possibilidade e obtenção de soluções para problemas de
engenharia, mas com o decorrer do tempo diversos setores da empresa foram, também, se
interessando por estes processos metodológicos quando do desenvolvimento de novos
produtos.
        Hansen (2004) afirma que uma importante integração que ocorreu ao longo do tempo
foi a do marketing com a engenharia, que incorporaram aspectos do mercado como demanda
e comportamento do consumidor ao desenvolvimento dos produtos. Corroborando, Buss e
Cunha (2002) afirmam que a necessidade desta integração tem sido objeto de investigação de
diferentes disciplinas.
       Em síntese, o processo de desenvolvimento de produtos exige o uso de métodos
sistemáticos, que, por sua vez, exige uma abordagem interdisciplinar e multidisciplinar,
envolvendo métodos de marketing, engenharia de métodos e a aplicação de conhecimentos
sobre estética e estilo (BAXTER, 2000).
2.2 Métodos de desenvolvimento de produtos
       Os modelos existentes para o desenvolvimento de produtos envolvem doutrinas e
conceitos que representam distintas visões de mundo. Para Kasper (2000) os padrões,
conhecimentos e princípios assimilados formam um modelo mental a partir do qual são
SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63                41


desenvolvidos procedimentos metodológicos e várias linguagens para descrever os
fenômenos, situações e problemas contextuais.
        Para Kindlen Júnior, Platcheck e Cândido (2003) os métodos e as aplicabilidades que
cada autor tem proposto, ao longo do tempo, podem ser reconhecidos pelas suas técnicas de
pesquisa e da iniciativa de gerar não só um conjunto de procedimentos, mas, várias
alternativas que, em síntese, convergem em um mesmo sentido: a de poder solucionar um
problema que atenda ou vá além da necessidade do usuário.
        Cheng (2000) refere que os métodos para o desenvolvimento de produtos podem ser
classificados de várias formas. Almeida e Miguel (2007) afirmam que podem ser encontradas
na literatura várias abordagens e em algumas áreas existe até uma sobreposição de propostas e
temas.
       A partir de um estudo bibliográfico foi possível identificar vários métodos                     de
desenvolvimento de produto. Para sintetizar os referenciais utilizados neste estudo                   foi
elaborado um modelo diacrônico que apresenta alguns modelos de desenvolvimento                         de
produto contextualizados por marcos históricos da ciência e tecnologia, que podem                     ter
influenciado suas concepções, veja a Figura 1.




       Figura 1 – Modelo diacrônico de métodos de desenvolvimento de produtos contextualizados por marcos
                                     históricos da ciência e tecnologia


       Nas Figuras 2 e 3 é apresentada uma classificação das etapas metodológicas dos 21
modelos de desenvolvimento de produtos que constam no modelo diacrônico da Figura 1.
Estes modelos foram propostos entre 1962 e 2006 pelos seguintes autores: Asimow (1962),
Archer (1968), Kotler (1974), Jones (1976), Pahl e Beitz (1977), Bonsiepe (1978), Crawford
(1983), Back (1983), Park e Zaltman (1987), Andreasen e Hein (1987), Suh (1988), Clark e
42          SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63


Fujimoto (1991), Wheelwright e Clarck (1992), Bürdek (1994), Roozenburg e Eekel (1995),
Prasad (1997), Dickson (1997), Kaminski (2000), Ulrich e Eppinger (2000), Pahl et al. (2005)
e Rozenfeld et al. (2006).

      Modelo/Autor                                      Etapas Metodológicas

                        (i) Identificar necessidade primária; (ii) Estudar a exeqüibilidade; (iii) Projetar
        ASIMOW
                        preliminarmente; (iv) Projetar detalhadamente; (v) Planejar a produção; (vi) Planejar a
         (1962)
                        distribuição; (vii) Planejar o consumo; (viii) Planejar a retirada do produto
        ARCHER          (i) Estabelecer um programa; (ii) Coletar dados; (iii) Analisar; (iv) Sintetizar; (v)
         (1968)         Desenvolver; (vi) Comunicar
                        (i) Gerar idéias; (ii) Efetuar triagem de idéias; (iii) Desenvolver e testar o conceito;
        KOTLER
                        (iv) Desenvolver estratégia de marketing; (v) Analisar mercado; (vi) Desenvolver o
         (1974)
                        produto; (vii) Efetuar teste no mercado; (viii) Comercializar
                        (i) Divergência: Obter informação primária; Explorar a situação do projeto; (ii)
         JONES          Transformação: Perceber ou transformar a estrutura do problema (iii) Convergência:
          (1976)        Localizar parâmetros; Descrever sub-soluções; Identificar contradições; Combinar
                        sub-soluções em alternativas; Avaliar alternativas; Escolher solução (design final)
                        (i) Especificar os requisitos da tarefa a partir do mercado, empresa e economia; (ii)
      PAHL e BEITZ
                        Determinar o conceito do design; (iii) Efetuar o design preliminar ou layout
         (1977)
                        preliminar; (iv) Detalhar o design ou layout definitivo; (v) Documentar
                        (i) Descobrir e valorizar uma necessidade; (ii) Analisar; (iii) Formular o problema;
                        (iv) Levantar os requisitos; (v) Fracionar o problema; (vi) Hierarquizar os problemas;
        BONSIEPE
                        (vii) Analisar as soluções existentes; (viii) Desenvolver alternativas; (ix) Verificar e
          (1978)
                        selecionar alternativas; (x) Elaborar os detalhes particulares; (xi) Prototipar; (xii)
                        Avaliar; (xiii) Modificar o protótipo; (xiv) Fabricar pré-Série
       CRAWFORD         (i) Identificar e selecionar as oportunidades; (ii) Gerar o conceito; (iii) Avaliar o
         (1983)         conceito; (iv) Desenvolver; (v) Lançar no mercado
                        (i) Estudar viabilidade; (ii) Projetar preliminarmente; (iii) Projetar detalhadamente;
         BACK
                        (iv) Revisar e testar; (v) Planejar a produção; (vi) Planejar o mercado; (vii) Planejar
         (1983)
                        para o consumo e manutenção; (viii) Planejar a obsolescência
                        (i) Gerar idéias; (ii) Selecionar as idéias; (iii) Gerar o conceito do produto; (iv)
  PARK e ZALTMAN
                        Analisar a performance do mercado; (v) Desenhar o mix de marketing; (vi) Testar no
       (1987)
                        mercado; (vii) Comercializar
                        (i) Investigar a necessidade: Determinar a necessidade básica; (ii) Determinar o tipo
                        de produto, considerando o tipo de processo; (iii) Determinar o princípio do design;
 ANDREASEN e HEIN
                        (iv) Determinar o tipo de produção; (v) Efetuar o design do produto: Pesquisar
      (1987)
                        marketing; Fazer design preliminar; Planejar a produção; (vi) Preparar para a
                        produção: Preparar vendas e produção; (vii) Executar; Produzir; (viii) Vender
          SUH           (i) Identificar uma necessidade social; (ii) Determinar os requisitos funcionais; (iii)
         (1988)         Determinar os atributos do produto; (iv) Prototipar; (v) Produzir o produto
 CLARK e FUJIMOTO       (i) Concepção do produto; (ii) Planejamento do produto; (iii) Projeto do produto; (iv)
      (1991)            Projeto do processo
  WHEELWRIGHT e
     CLARCK
                        (i) Gerar, conceber e desenvolver Idéias; (ii) Determinar os requisitos e detalhar os
      (1992)            projetos; (iii) Focar na inovação e desenvolver os projetos selecionados
        BÜRDEK          (i) Identificar o Problema; (ii) Analisar a situação; (iii) Definir o problema; (iv) Gerar
         (1994)         alternativas; (v) Avaliar a escolha; (vi) Realizar
      ROOZENBURG e
         EEKEL
                        (i) Analisar o problema; (ii) Efetuar uma síntese das soluções; (iii) Simular as
          (1995)        soluções; (iv) Avaliar o projeto; (v) Tomar a decisão

 Figura 2 – Classificação das etapas metodológicas de métodos de desenvolvimento de produtos, 1962 a 1995
                                    Fonte: Adaptado de Jung et al. (2008)
SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63                           43



   Modelo/Autor                                       Etapas Metodológicas

                      (i) Definição da missão da empresa; (ii) Definição do conceito; (iii) Engenharia e
      PRASAD          análise; (iv) Design do produto; (v) Prototipagem; (vi) Planejamento e
       (1997)         operacionalização de engenharia; (vii) Operacionalização e controle da produção; (viii)
                      Fabricação; (ix) Melhoria, suporte e entrega continuas
     DICKSON          (i) Gerar idéias; (ii) Desenvolver o conceito; (iii) Planejar o desenvolvimento; (iv)
       (1997)         Desenvolver e testar; (v) Lançar no mercado
     KAMINSKI         (i) Especificar tecnicamente as necessidades; (ii) Estudar a viabilidade; (iii) Efetuar o
       (2000)         projeto básico; (iv) Efetuar o projeto executivo; (v) Planejar a produção; (vi) Executar
                      (i) Planejar marketing; (ii) Planejar o design; (iii) Planejar a manufatura; (iv)
 ULRICH e EPPINGER
                      Desenvolver o conceito; (v) Definir a arquitetura do produto; (vi) Detalhar o design;
       (2000)
                      (vii) Testar e refinar; (viii) Produzir
                      (i) Planejar a tarefa: Analisar o mercado, empresa e conjuntura; Encontrar e selecionar
                      idéias; Esclarecer a tarefa; Elaborar lista de requisitos; (ii) Desenvolver o princípio da
                      solução; (iii) Desenvolver a estrutura de construção: Formar corpo preliminar;
     PAHL et al.      Selecionar estudos preliminares; Refinar a forma preliminar; Avaliar; (iv) Projetar a
       (2005)         forma definitiva: Eliminar pontos fracos e erros; Elaborar lista preliminar; Elaborar
                      instruções para produção e montagem; (v) Desenvolver documentação para fabricação:
                      Detalhar, complementar e verificar a documentação.
                      (1 - Pré-Desenvolvimento): (i) Planejar estrategicamente os produtos; (ii) Planejar o
                      projeto; (2 - Desenvolvimento): (i) Efetuar o projeto Informacional; (ii) Efetuar o
                      projeto conceitual; (iii) Efetuar o projeto detalhado; (iv) Preparar a produção; Obter
                      recursos de fabricação; Planejar produção piloto; Receber e instalar recursos; Produzir
                      lote piloto; Homologar o processo; Otimizar a produção; Certificar o produto;
                      Desenvolver processos de fabricação e manutenção; (vii) Lançar o produto: Planejar
  ROZENFELD et al.
                      lançamento; Desenvolver os processos de venda, distribuição, atendimento e
      (2006)
                      assistência; Promover marketing; Lançar produto; Gerenciar lançamento; (3 - Pós
                      Desenvolvimento): (i) Acompanhar o produto e processo: Avaliar satisfação do cliente;
                      Monitorar desempenho; Realizar auditoria pós-projeto; Registrar lições apreendidas;
                      (ii) Descontinuar o produto: Analisar, aprovar e planejar a descontinuidade; Preparar e
                      acompanhar o recebimento do produto; Descontinuar a produção; Finalizar suporte ao
                      produto; Avaliar e encerrar o projeto

 Figura 3 – Classificação das etapas metodológicas de métodos de desenvolvimento de produtos, 1997 a 2006
                                    Fonte: Adaptado de Jung et al. (2008)
       O estudo da classificação das etapas metodológicas dos métodos de desenvolvimento
de produtos proposta por Jung et al. (2008) oportunizou a seleção e escolha do método a ser
adaptado e aplicado na empresa pesquisada.


3. PROBLEMATIZAÇÃO
       No contexto mercadológico atual, observa-se uma constante exigência por inovação e
qualidade, sem que as exigências por um preço acessível sejam menosprezadas. Levando-se
em consideração estas questões a preocupação primordial das empresas tem sido no sentido
de serem desenvolvidos produtos com a melhor utilização possível dos recursos disponíveis.
       Para Tristão, Toledo e Bernardo (2005) é prevalecente na indústria brasileira a relação
de preço/custo. Para estes autores, talvez a implantação de um processo de desenvolvimento
de novos produtos sistematizado e adequado poderia melhorar a estratégia competitiva em
direção a estratégia de diferenciação.
       Uma das principais missões da gerência da empresa moderna é, então, otimizar o
processo de desenvolvimento de produtos e manufatura com a finalidade de diminuir as
44       SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63


perdas ocorridas durante estas atividades e a obter uma diferenciação nos produtos (BÓRNIA,
1995).
       O melhor aproveitamento dos recursos inicia, no âmbito industrial, ao evitar-se o
desperdício mais evidente no chão-de-fábrica. No entanto, podem existir problemas não tão
óbvios, que, somente com o auxílio de ferramentas adequadas podem ser identificados. Uma
das referências mais utilizadas para localização desses problemas são as Sete Perdas de
Shingo.
       Segundo Shingo (2000) existem sete principais perdas que fazem com que os custos
da produção elevem-se sem agregar qualquer valor ao produto. Estas perdas são ocasionadas
por fatores como: (i) superprodução, (ii) transporte, (iii) processamento, (iv) fabricação de
produtos defeituosos, (v) movimento, (vi) espera, e (vii) estoque. A diminuição destas perdas
e uma maior integração funcional da equipe de desenvolvimento e produção poderão resultar
em uma redução dos custos, permitindo que os preços sejam reduzidos e os lucros
aumentados.
       Quando se trata de otimizar recursos materiais, financeiros e humanos pensa-se em
eliminar perdas por fabricação de produtos defeituosos ou pelo processamento inadequado. Se
for constatado um elevado índice de refugos e retrabalho automaticamente volta-se para a
melhoria do processo de manufatura. Mas, deve-se avaliar, também, o processo de
desenvolvimento de produtos, pois, segundo Shingo (2000) um método adequado para o
desenvolvimento de produtos pode evitar perdas no processamento por retrabalho e fabricação
de produtos defeituosos.
       Neste caso, Kaminski (2000) diz que desde a concepção até a fabricação de um novo
produto a empresa deve envolver todos os setores, a fim de se evitar que em qualquer etapa do
processo o produto torne-se inviável simplesmente porque algum “especialista” de algum
setor não foi consultado no momento adequado. Se isso ocorrer, todo o investimento até este
momento será desperdiçado, gerando custos adicionais.
       Corroborando, Toledo et al. (2006) afirmam que a tarefa de desenvolvimento de
produtos compreende a interação de diversos setores da empresa, como pesquisa,
desenvolvimento, engenharia de processos, suprimentos, manufatura, distribuição e
marketing.
       A utilização de um modelo para implantação do processo de desenvolvimento de
produtos em empresas industriais, seja qual for o porte, é de fundamental importância para
que a mesma possa buscar o sucesso atuando em iguais condições ou com um diferencial
competitivo em relação aos concorrentes.
        Pesquisas realizadas por Tristão, Toledo e Bernardo (2005), Jugend, Silva e Toledo et
al. (2005), Jugend e Silva (2005), Hansen (2004) e Paula (2004) evidenciam que a aplicação
de métodos de desenvolvimento de produtos adaptados visando à redução de perdas,
qualidade e diferenciação nos produtos podem resultar na melhoria da competitividade de
empresas.
3.1 Cenário
        A empresa onde foi realizada a pesquisa é uma microempresa que atua na área
industrial no setor de produtos plásticos utilizados para decoração, mobília, luminárias e
artigos para presentes. A empresa trabalha, na maior parte do seu portfólio de produtos, com
estampagem em chapas plásticas, seguida do recorte das mesmas e montagem para confecção
do produto. A produção está segmentada em diversos produtos, na maioria são produtos
voltados para a decoração de residências e estabelecimentos comerciais e de serviços. São
SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63   45


utilizados componentes de diversos tipos, sendo necessários também diversos fornecedores.
Na Figura 4 pode-se observar o portfólio de produtos da empresa objeto da pesquisa.




                            Figura 4 – Portfólio de produtos da empresa pesquisada
        O quadro funcional é composto por quinze pessoas, sendo que seis atuam na área
administrativa, tendo um gerente de produção e outros oito funcionários na produção. Dentre
os funcionários administrativos há um diretor, um responsável pelo setor de compras, um
responsável pelo desenvolvimento de produtos, um gerente responsável pelos representantes,
um responsável pelo relacionamento com os fornecedores e outro responsável pela logística.
É realizada também uma parceria com outra empresa, que fornece funcionários em períodos
sazonais onde ocorre uma elevação da demanda, como engenheiros e especialistas para
aumentar a capacidade de desenvolvimento de novos produtos.
3.2 Identificação e caracterização do problema
        Constatou-se através de observações participantes no “chão de fábrica” que na fase
inicial do desenvolvimento de produtos a equipe da empresa não realizava nenhum
planejamento, visando um melhor aproveitamento da matéria-prima, em relação a melhor
disposição dos moldes (modelos icônicos) sobre as chapas (matéria-prima) para a marcação
do perímetro onde posteriormente são efetuados os cortes. Veja na Figura 5 um exemplo de
uma operação de corte. Também havia pouca integração entre os setores de desenvolvimento
e produção.
       A equipe da empresa informou que havia desperdício de matéria-prima em função da
sistemática adotada para a marcação e cortes que são realizados nas chapas para confecção
dos produtos, também informou que necessitava de alguma solução para que fossem
reduzidas as “sobras” e, assim, ser melhor utilizada a matéria-prima.
        Verificou-se que as chapas utilizadas para confecção dos produtos são fornecidas por
terceiros e têm um tamanho fixo de 80 x 60 cm (0,48 m²). Segundo relato dos funcionários, as
perdas em cada chapa utilizada representavam 23% do material. Assim, para cada 0,48 m² de
matéria-prima a empresa perdia 0,11 m². Considerando-se a utilização de 1.000 chapas para a
produção (480 m²) as perdas totalizavam 110,4 m².
46       SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63




                          Figura 5 – Chapa (matéria-prima) com os cortes efetuados
       Desta forma, o fato de não ser utilizado um modelo metodológico para análise e
sistematização dos procedimentos operacionais poderia estar ocasionando perdas de matéria-
prima. Ressalta-se, neste caso, que foi constatada também a não reutilização das “sobras” para
a confecção de outro produto para o portfólio da empresa.
       Após avaliar-se o problema da empresa e as características dos produtos do portfólio
existente, foi proposta uma solução para a causa do problema. No entanto, resolver apenas o
problema de desperdício de matéria-prima dos atuais produtos da empresa não garantiria que
na criação de novos produtos a empresa não incorreria no mesmo problema. Uma solução
mais adequada seria uma mudança progressiva na cultura organizacional a partir da
implantação gradual de uma metodologia para o desenvolvimento de produtos de forma
sistêmica.
       A proposta consistiu em atuar na fase do desenvolvimento de determinados produtos
para que estes fossem mais adequados ao material disponível e ao processo de produção
existente na empresa. Também foi objetivo da pesquisa procurar obter uma conscientização
acerca da importância do uso de um método para DP e da integração dos diversos setores
funcionais da empresa no processo de desenvolvimento.


4. ESTUDO APLICADO
4.1 Seleção do método de desenvolvimento de produtos
       A partir do estudo das etapas metodológicas dos 21 métodos para desenvolvimento de
produtos constantes nas Figuras 2 e 3, foi selecionado um método de desenvolvimento de
produtos para ser adaptado metodologicamente e adequado à realidade da empresa.
       O modelo escolhido foi o Modelo Referencial para a Gestão e o Desenvolvimento de
Produtos proposto por Rozenfeld et al. (2006), veja a Figura 6.
        Este método se baseia na visão do desenvolvimento de produtos como um processo
estruturado, realizado por equipes, e que esteja relacionado com toda a estrutura da empresa e
não com um departamento específico.
SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63      47




              Figura 6 – Método para a gestão e o desenvolvimento de produtos selecionado
                                    Fonte: Rozenfeld et al. (2006)


        O método é divido em três macro-fases: (i) Pré-Desenvolvimento, (ii)
Desenvolvimento, e (iii) Pós-Desenvolvimento. Cada macro-fase possui fases específicas, que
por sua vez, possuem atividades genéricas e específicas. O método propõe a adaptação da sua
estrutura metodológica às necessidades e peculiaridades da empresa.
       O procedimento inicial para implantação deste método requer uma análise das
condições atuais da empresa para ser determinado o nível de maturidade, para depois ser
planejado e fixado qual o nível que a empresa deseja alcançar. O método proposto por
Rozenfeld et al. (2006) utiliza o princípio de sequenciamento de fases compostas por
atividades genéricas com algumas alterações em cada fase do processo.
       A escolha deste método foi devido, principalmente, a possibilidade de ser adaptável às
peculiaridades das empresas. A característica de “adaptabilidade” da estrutura metodológica
do modelo de Rozenfeld et al. (2006) foi identificada e analisada por Jung et al. (2008). Estes
autores consideram esta característica como um importante diferencial em relação a outros
métodos de desenvolvimento de produtos.
        Para compreensão da estrutura metodológica pode-se observar na Figura 7 as macro-
fases, fases e um exemplo das respectivas atividades genéricas e específicas existentes no
método.
       Na parte superior da Figura 7 localizam-se as macro-fases e fases do método,
internamente, no quadro, localiza-se as atividades genéricas e específicas das fases. Estas
atividades ocorrem de forma semelhante em todas as fases, apresentando diferenças somente
nas atividades específicas das fases, por exemplo: (i) Fase – Planejar o Projeto [Atividade
Específica = a) Preparar Cronograma, que se divide em: a.1 Estimar esforço necessário para a
atividade; a.2 Alocar recursos necessários; a.3 Otimizar a programação de atividades e
recursos; e a.4 Imprimir cronograma]. Nas outras atividades as diferenças são pequenas e os
detalhes serão apresentados posteriormente.
48        SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63
       Macro Fases
        Pré-Desenvolvimento                      Desenvolvimento                      Pós-Desenvolvimento

       Fases


       Planejamento                                                                Acompanhar
                            Planejar o                                                              Descontinuar
       Estratégico dos                                                              Produto e
                             Projeto                                                                  Produto
          Produtos                                                                   Processo




                        Projeto           Projeto       Projeto       Preparar a      Lançamento
                     Informacional       Conceitual    Detalhado      Produção        do Produto




                                               Atividades Genéricas
                                                                               Revisão da Fase “gate”
                                Atividades              Monitorar
          Atualizar             Específicas             Viabilidade            Avaliar          Aprovar
        Plano da Fase            da Fase                Econômica               Fase             Fase




                                         Documentar as Decisões Tomadas e Registrar Lições Aprendidas




        Figura 7 – Representação das fases, atividades genéricas e específicas do método selecionado
                               Fonte: Adaptado de Rozenfeld et al. (2006)


        Para uma melhor compreensão é feita uma breve descrição sobre cada uma das
atividades: (i) Atualizar Plano de Fase, no início do projeto é realizado um plano denominado
de Plano de Fase que contém as atividades a serem executadas em cada fase, bem como, os
resultados que se espera obter ao final dessas. Ao fim de cada fase este plano deverá ser
atualizado e detalhado; (ii) Atividades Específicas da Fase, são realizadas as atividades
específicas de cada fase como: realizar o projeto detalhado; (iii) Monitorar Viabilidade
Econômica, durante a fase de Planejamento de Projeto é desenvolvido um estudo de
viabilidade econômica que ao final de cada fase será atualizado e revisado de acordo com os
resultados obtidos até então; (iv) Avaliar Fase, faz-se uma avaliação da fase, baseada em
algumas tarefas. Em função disso deve-se decidir pela implementação de ações corretivas,
pela aprovação ou não da fase e ao final deve ser realizado um relatório para a equipe de
avaliação. As tarefas desta atividade são: a) Aprovar Fase, a atividade de aprovar fase baseia-
se no relatório de avaliação da fase com o intuito de dar ou não continuidade no projeto, b)
Documentar as Decisões Tomadas e Registrar Lições Aprendidas, ao final de cada fase tudo
que foi obtido deve ser documentado para que possa ser utilizado posteriormente no projeto
ou em outros.
        No método é utilizado o que Rozenfeld et al. (2006) denominam de “gate”. O gate
acontece ao final de cada fase e consiste em uma avaliação feita pela equipe sobre a execução
da fase, sobre o desempenho da própria equipe no projeto e também uma avaliação do projeto
SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63             49


em relação à empresa e aos concorrentes. É avaliado, também, se o projeto é ainda
interessante para a empresa ou se ao longo dele a realidade do mercado ou da empresa se
alterou e o projeto deve ser suspenso ou cancelado.
4.2 Adaptação do método de desenvolvimento de produtos
        A aplicação experimental realizada na empresa foi realizada a partir da adaptação do
método proposto por Rozenfeld et al. (2006). Esta adaptação considerou as peculiaridades de
desenvolvimento e produção da empresa, bem como, as limitações existentes como: (i)
restrições de tempo, (ii) impossibilidade de parada do sistema de produção para a
reestruturação dos processos, (iii) a reduzida equipe de desenvolvimento disponível, e (iv) a
existência de um planejamento incipiente ou visão acerca da estratégia de produtos que a
empresa desenvolve e produz.
        As fases de Planejamento Estratégico de Produtos, Preparação à Produção,
Lançamento do Produto, Acompanhar Produto/Processo e Descontinuar Produto não foram
executadas devido à opção em utilizar-se o método de forma adaptada na pesquisa. No
entanto, algumas atividades foram simuladas com finalidades explicativas para que a equipe
da empresa tomasse conhecimento e percebesse quais resultados poderiam ser obtidos a partir
da implantação completa do método. Também com o intuito de contribuir para a melhoria do
sistema de produção da empresa foi fornecida uma lista das atividades que podem ser
realizadas durante a fase de acompanhamento do produto e do processo. Na sequência, são
descritos os procedimentos realizados e executados experimentalmente.
4.2.1 Levantamento e análise de dados para adaptação do método
        Inicialmente foi realizado um estudo com a finalidade de obter os dados necessários
para a definição das adaptações a serem efetuadas no método visando uma adequação à
realidade da empresa. Através da coleta de dados foi possível entender a estrutura de
funcionamento da empresa. Na Figura 8 demonstra-se o esquema metodológico utilizado para
a coleta de dados.


      PORTIFÓLIO                               PROCESSO
                             MATÉRIAS                              MÉTODO             ESTRUTURA
          DE                                      DE
                              PRIMAS                                ATUAL           ORGANIZACIONAL
       PRODUTOS                               FABRICAÇÃO




                                 CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA



                         PARÂMETROS PARA ADAPTAÇÃO DO MÉTODO

                Figura 8 – Modelo diagramático do método utilizado para a coleta de dados


4.2.1.1 Portfólio de produtos
       As informações acerca do portfólio de produtos foram obtidas através de consultas aos
materiais utilizados pela empresa para divulgação dos produtos, bem como, a partir de
entrevistas realizadas com os diretores e designers a fim de viabilizar a formação de um
conjunto de dados mais detalhado sobre as características dos produtos. Constatou-se que
duas linhas de produtos são mais problemáticas em função do pouco aproveitamento das
chapas, que são as luminárias e as caixas não-modulares.
50       SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63


4.2.1.2 Matérias-primas
       As matérias-primas utilizadas pela empresa para confecção de seus produtos foram
escolhidas em função de características específicas dos materiais que facilitam a confecção
dos seus produtos. A equipe informou que eram empregados materiais plásticos impressos
para a maioria dos produtos, mas, existem produtos que utilizam também outros materiais
para o processo, como plásticos injetados, componentes elétricos e papel. Devido à
simplicidade do sistema de produção da empresa, bem como, a existência de um reduzido
número de funcionários, estes componentes são comprados diretamente de fornecedores.
4.2.1.3 Processo de fabricação
      A empresa trabalha a partir de um simplificado processo de fabricação. Basicamente
são realizados cortes nas chapas e em seguida a montagem destas com os demais
componentes.
4.2.1.4 Método atual
        O método de desenvolvimento de produtos ocorre de forma puramente “intuitiva e
experimental”, constatou-se que principalmente na fase inicial do desenvolvimento é muito
utilizado o processo “criativo” para a geração de idéias visando à obtenção de novos produtos.
O responsável pelo desenvolvimento não reside no mesmo estado em que a empresa está
instalada, assim, este funcionário realiza apenas algumas visitas durante o mês na empresa. O
desenvolvimento do produto é feito exclusivamente por esta pessoa que ao concluir o projeto
o envia para um engenheiro de uma empresa parceira e, este transforma o projeto em dados
técnicos para ser realizada a produção.
4.2.1.5 Caracterização da empresa - análise da maturidade
        A empresa possui quinze funcionários, sendo seis funcionários administrativos, um
gerente de produção e oito funcionários da produção, além dos representantes locais da marca.
As funções se distribuem da seguinte forma: (i) um diretor, (ii) um funcionário encarregado
do setor de compras, (iii) um projetista e desenvolvedor de produtos, (iv) um gerente
responsável pelos representantes, (v) um funcionário que trata com os fornecedores, e (vi)
outro responsável pela logística.
       Foi analisado o nível de maturidade da empresa de acordo com os padrões
estabelecidos em Rozenfeld et al. (2006) a partir das seguintes atividades: (i) avaliação das
atividades propostas no método de referência que a empresa já realizava; (ii) verificação da
forma de como estas atividades eram executadas, e (iii) verificação da posição na sequência
metodológica de implementação do método de referência, de acordo com as atividades de
desenvolvimento de produto que a empresa já realizava.
        Após esta análise foi possível determinar que a empresa se encontrava no nível básico
de maturidade, ou seja, somente alguns processos básicos de desenvolvimento de produtos
eram realizados, porém sem qualquer padrão ou parâmetros de referência. Quanto ao nível
que a empresa pretende atingir foi referido por esta que por enquanto seria desejável ser
atingido um “nível mensurável”, que já conta com um processo de desenvolvimento bastante
estruturado e, a utilização de ferramentas e indicadores de desempenho para avaliação do
processo já seria suficiente no momento.
4.3 Descrição e análise da aplicação do método adaptado
       Na Figura 9 é demonstrado o método adaptado de Rozenfeld et al. (2006) onde
observa-se as macro-fases, fases e atividades genéricas e específicas utilizadas na aplicação
experimental.
SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63                            51



      Macro Fases
        Pré-Desenvolvimento                     Desenvolvimento                      Pós-Desenvolvimento

      Fases


       Planejamento                                                               Acompanhar
                           Planejar o                                                              Descontinuar
       Estratégico dos                                                             Produto e
                            Projeto                                                                  Produto
          Produtos                                                                  Processo




                        Projeto          Projeto       Projeto       Preparar a      Lançamento
                     Informacional      Conceitual    Detalhado      Produção        do Produto




                                              Atividades Genéricas
                                                                              Revisão da Fase “gate”
                                Atividades             Monitorar
          Atualizar             Específicas            Viabilidade            Avaliar          Aprovar
        Plano da Fase            da Fase               Econômica               Fase             Fase




                                        Documentar as Decisões Tomadas e Registrar Lições Aprendidas


Figura 9 – Representação das fases, atividades genéricas e específicas do método adaptado e utilizado
                                     Fonte: Adaptado de Rozenfeld et al. (2006)
4.3.1 Planejamento do projeto
       A fase de Planejamento do Projeto foi a primeira realizada na aplicação. Os dados de
entrada utilizados nesta fase originaram-se a partir de uma relação dos possíveis produtos a
serem projetados e da elaboração de uma Minuta de Projeto. A Minuta foi montada a partir de
uma descrição resumida do que seria feito no projeto.
        Esta fase foi dividida em atividades seguindo-se assim a mesma estrutura do método
de referência para serem obtidos os resultados.
       Na Figura 10 são descritas as atividades realizadas para definir: (i) os interessados no
projeto, (ii) escopo do produto, e (iii) escopo do projeto.




                                                Iniciou-se a atividade pela determinação das responsabilidades de
                                                cada ator envolvido e a respectiva função no projeto. Os cargos
 Definição dos interessados no projeto          gerenciais foram todos classificados como “diretamente
                                                envolvidos”, enquanto os cargos de produção foram considerados
                                                “de envolvimento parcial”, pois, participariam somente das etapas
52       SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63


                                        mais avançadas do projeto. Os fornecedores e clientes foram
                                        considerados atores de pouco envolvimento com o projeto, com
                                        exceção de uma empresa parceira que compartilha recursos físicos e
                                        humanos com a empresa onde foi implantado o projeto, que foi
                                        considerada de alto grau de envolvimento. Com posse dessas
                                        informações foi montada a equipe que será responsável pelo
                                        projeto.
                                        Para definir o escopo do projeto o Gerente de Projeto estudou a
                                        Minuta do Projeto e os produtos passíveis de serem utilizados. Em
                                        seguida, consultou documentos do escopo de outros produtos da
                                        empresa, juntamente com o restante da equipe. Assim, foram
                                        definidas as diretrizes básicas que o produto deveria atender.
                                        A definição do escopo do produto envolve uma análise detalhada
                                        das características do produto que estão presentes na Minuta do
Definição do escopo do produto          Projeto. É importante entender a diferença existente entre o escopo
                                        do produto e o escopo do projeto. O escopo do produto contém a
                                        especificação técnica do produto, que descreve o conjunto de
                                        funcionalidades e o desempenho desejado para o mesmo, já o
                                        escopo do projeto define o que será executado para construir e
                                        entregar o produto ou produtos do projeto. No escopo do produto,
                                        as restrições e premissas do projeto foram os dados de entrada desta
                                        atividade.
                                        No escopo do projeto encontra-se uma descrição sucinta do escopo
                                        do produto. Por meio de reuniões a equipe preparou a Declaração
Definição do escopo do projeto
                                        de Escopo do Projeto, contendo o escopo do produto e as restrições
                                        e premissas impostas pelo departamento de projetos da empresa.

        Figura 10 – Descrição da definição dos interessados no projeto, escopo do produto e projeto


       Para a elaboração da Declaração de Escopo do Projeto foi utilizado um checklist
sugerido por Rozenfeld et al. (2006). O resultado é apresentado na Figura 11.
SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63                       53




Título do projeto                          Desenvolvimento de nova luminária
Apelido do projeto                         Nova Luminária Planetas
                                           O desenvolvimento da nova luminária surgiu na busca de um
Contexto                                   novo produto para a linha de luminárias dos planetas, coleção que
                                           tem apresentado grande participação no faturamento da empresa
                                           Este projeto deve resultar em um produto que esteja de acordo
                                           com os padrões da plataforma utilizada e deve ter um custo não
Justificativa
                                           maior que o das luminárias já fabricadas (que já está muito
                                           elevado)
                                           Desenvolver uma luminária que se enquadre nos parâmetros da
Objetivo
                                           linha planetas, mas que tenha um custo mais reduzido
                                           O quadro de funcionários da empresa e os clientes da linha de
Partes envolvidas
                                           luminárias dos planetas
                                           Equipe responsável pelo projeto: 04 funcionários. Como o time é
Equipe responsável/Organização             pequeno e a empresa também, todos os atores estarão envolvidos
                                           em todas as atividades, com dedicação prioritária.
                                           O produto a ser desenvolvido é a luminária da coleção planetas,
Lista de produtos(s) do projeto/metas      que será produzida com base nos parâmetros das luminárias da
                                           mesma linha.
Deliverables                               Deseja-se desenvolver um protótipo funcional do produto final.
Premissas, limitações e restrições         De acordo com a linha de produtos luminárias dos planetas.
Estratégias                                O time ficará totalmente dedicado a este projeto.
                                           A metodologia será de acordo com o guia confeccionada pra a
Metodologia
                                           realização deste trabalho
Prazo máximo a ser atingido                30 dias
                                           Custo-meta, inferior ao das luminárias confeccionadas
Custo e preço-meta                         atualmente R$ 12,26 unitário e, preço-meta igual aos outros
                                           produtos similares da linha R$ 25,00 unitário.
                                           O controle do projeto, bem como definições de mudança, será
Plano de gerenciamento do escopo
                                           responsabilidade da equipe de desenvolvimento

                 Figura 11 – Checklist para elaboração da Declaração do Escopo do Projeto


       Na Figura 12 são descritas as atividades de Detalhamento do Escopo do Projeto,
Definição das Atividades e Sequência, e Preparação do Cronograma.
                             Esta atividade teve por finalidade obter uma melhor previsão das estimativas de
                             custos, tempos e recursos, como também a definição de padrões mais objetivos
Detalhamento do escopo
                             para medir e controlar o desempenho. Para detalhar o escopo do projeto foi
do projeto
                             preciso preparar a Estrutura de Decomposição do Trabalho (EDT) e revisar a
                             declaração do escopo do projeto.
                             Com o uso da declaração do escopo do projeto foi definido o relacionamento
Definição das atividades
                             entre as atividades para, posteriormente, analisar-se a rede do projeto. Também
e seqüência
                             foi elaborada uma lista das atividades e seus respectivos relacionamentos.
                             Foram utilizadas a declaração do escopo do projeto e o gráfico de rede e
                             informações sobre disponibilidade de recursos para a elaboração de um
                             cronograma. Para realizar o detalhamento das atividades do cronograma
Preparação do
                             também foi necessário estimar os esforços para cada atividade, alocar os
cronograma
                             recursos necessários, otimizar a programação e, por fim, formatar e imprimir o
                             cronograma. Optou-se em colocar o cronograma em um lugar acessível a todos,
                             localizado próximo à porta de acesso da fábrica.

    Figura 12 – Descrição das atividades de Detalhamento do Escopo do Projeto, Atividades e Sequência,
                                        e Preparação do Cronograma
54         SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63


        Para ser possível avaliar os riscos do projeto foram utilizadas informações existentes
na declaração do escopo e no cronograma do projeto. Como a empresa não possuía uma
política de gestão de riscos ou, sequer, dados resultantes de análises de riscos de projetos
anteriores esta atividade iniciou sem a possibilidade de serem utilizados parâmetros
comparativos.
        A avaliação foi realizada através da aplicação do Método Brainstorming
(CARVALHO e BACK, 2000) e da matriz SWOT - Strengh, Weakness, Opportunity, Threat
(JACINTO, 2004). Foi utilizado o método Brainstorming em função da possibilidade de se
obter várias idéias, devido a cada pessoa ter diferentes experiências e opiniões acerca dos
riscos a que um projeto de desenvolvimento do produto pode estar sujeito. Assim, foi possível
estabelecer e identificar quantitativamente e qualitativamente riscos potenciais e planejar
possíveis ações preventivas e corretivas de resposta. A análise SWOT foi realizada a partir
dos pontos fortes e fracos da empresa e das ameaças e oportunidades da organização em seu
ambiente.
       Na Figura 13 é apresentada a descrição de como foram realizadas as atividades para
Preparação do Orçamento do Projeto, Análise da Viabilidade Econômica do Projeto, e quais
Indicadores de Desempenho foram determinados.
                              Foram associados aos dados já existentes estimativas de custos para recursos
                              necessários. Esta atividade demandou previsões dos custos relacionados às
                              atividades e recursos planejados para o desenvolvimento do produto e a
 Preparação do
                              alocação orçamentária dos custos estimados. Foram gerados o orçamento do
 orçamento do projeto
                              projeto e o plano de gerenciamento dos custos do projeto. Os resultados desta
                              atividade foram documentados de forma organizada e armazenados para serem
                              utilizados em projetos futuros.
                              Inicialmente, fez-se uma definição mais precisa do custo-alvo. A proposta foi de
                              trabalhar com custo-alvo e não mais lucro-alvo. O custo alvo nada mais é do
                              que o custo máximo admissível de um produto ou serviço. O preço de venda
                              que ele terá é determinado pelo mercado e o lucro do produto é um conjunto de
                              opções estratégicas que a empresa deve tomar (BADIN, 2005). Definido o
                              custo-alvo foi verificada a manufaturabilidade do custo-alvo, ou seja, verificar
 Análise da viabilidade       se seria possível fabricar o produto a este custo. Confirmado isto, foi definido o
 econômica do projeto         volume de vendas do produto e então realizada a avaliação econômica. Foram
                              definidos os principais indicadores financeiros do projeto relacionados com o
                              produto final. Os indicadores financeiros utilizados foram: o valor presente
                              líquido (VPL), método que consiste em calcular todas as entradas e saídas
                              trazendo-as para o primeiro período de tempo e o método do período de retorno
                              do investimento (payback), este método tem como objetivo fazer uma avaliação
                              do período em que o investimento começará a gerar lucro.
 Definição dos indicadores    Os parâmetros de desempenho definidos foram: o tempo de desenvolvimento, o
 de desempenho                custo total do projeto e matéria-prima desperdiçada.

      Figura 13 – Descrição das atividades de Preparação do Orçamento do Projeto, Análise da Viabilidade
                             Econômica do Projeto e Indicadores de Desempenho

       Na Figura 14 são descritas as atividades efetuadas para a Definição do Plano de
Comunicação, Planejamento e Preparação das Aquisições, Preparação do Plano do Projeto, e
Avaliação e Aprovação da Fase.
SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63                       55




                              Em função do reduzido porte da empresa todos os funcionários de cargo
                              gerencial, assim como os da produção ficam situados em salas contíguas,
 Definição do plano de        sendo que esta condição oportunizou uma comunicação facilitada. Sendo
 comunicação                  assim, a comunicação oral é a mais utilizada normalmente e foi mantida para
                              o experimento. A relação com os clientes e fornecedores é efetuada por e-mail
                              e telefone. Estes métodos de comunicação também foram mantidos.
                              As aquisições a serem realizadas no projeto estão relacionadas àquilo que será
                              preciso adquirir externamente através de fornecedores ou parceiros.
                              Inicialmente foi realizada uma lista com a relação do que será adquirido e
 Planejamento e
                              quando. Com isso iniciou-se a preparação dos documentos com os
 preparação das aquisições
                              requerimentos e foram identificados os fornecedores potenciais. A gestão do
                              relacionamento com os fornecedores da empresa já era consistente e
                              organizada, portanto foi mantida.
                              Com o uso de diversas das informações resultantes das atividades anteriores
                              foi elaborado um documento denominado plano de projeto que reuniu todas as
 Preparação do plano do
                              informações necessárias para a realização do projeto de desenvolvimento do
 projeto
                              produto de maneira organizada e prática para que o uso seja simplificado.
                              Foram realizadas algumas reuniões para a confecção do plano de projeto.
                              A fase foi avaliada e aprovada a partir dos seguintes pontos: (i) Escopo do
 Avaliação e aprovação        Produto Definido, (ii) Escopo do Projeto Definido, (iii) Planejamento e
 da fase                      Programação do Projeto Preparado (Detalhamento do Escopo), (iv) Análise de
                              Risco Realizada, e (v) Análise de Viabilidade Econômica.

 Figura 14 – Descrição das atividades de Definição do Plano de Comunicação, Planejamento e Preparação das
               Aquisições, Preparação do Plano do Projeto, e Avaliação e Aprovação da Fase
4.3.2 Projeto informacional
        Na fase do projeto informacional foram utilizadas as informações obtidas no
planejamento do projeto e definiu-se então um conjunto de novas informações que foram
utilizadas na concepção do produto. As atividades consistiram na atualização do plano do
projeto informacional, revisão do escopo do produto, detalhamento do ciclo de vida e a
definição dos clientes, identificação dos requisitos dos clientes e definição final dos requisitos
do produto. Também foram efetuadas as especificações-meta do produto e o monitoramento
da viabilidade econômico-financeira.
4.3.3 Projeto conceitual
       Na fase do projeto conceitual foram executadas as atividades relacionadas à geração,
representação e seleção das soluções sendo gerado um modelo conceitual do produto.
4.3.3.1 Modelagem funcional do produto
       A modelagem funcional resulta em uma formatação abstrata do produto. Ela modela o
produto em relação às suas funções, sem detalhar os aspectos físicos.
       Nesta atividade foram identificadas as funções do produto e estabelecidas a função
global e a estrutura do produto. Foi então proposta uma estrutura funcional do produto. O
produto é bastante simples e sua função global é simplesmente o fornecimento de luz. Como
entrada tem-se a energia e a informação (de ligado ou desligado). Como saída: a iluminação.
Devido à simplicidade da função global do produto não foram necessários desdobramentos. A
Figura 15 apresenta a função global de “iluminar” e a respectiva estrutura de funções.
56          SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63




                                                                        Função Global
                     Informação
                                                    Iluminar                        Iluminar
                       Energia

                      Estrutura de Funções
       Informação
                             Alimentar /         Transferir /          Transformar
                                                                                                    Iluminar
                               Suprir             Controlar           Energia em Luz
         Energia

                           Figura 15 – Função global e estrutura de funções do produto

4.3.3.2 Seleção dos princípios de solução para as funções
       Na Figura 16 são apresentadas as várias soluções propostas para o atendimento das
funções requeridas.
         FUNÇÕES                                                SOLUÇÕES
                                                                Energia Elétrica (corrente contínua - bateria)
                                                                    Energia Elétrica (corrente alternada)
      Alimentar / Suprir             Tipos de Energia
                                                                        Energia térmica (combustão)
                                                                                Energia solar
                                                                  Interruptor ( liga/desliga) Tipo: alavanca
                                                                              Sensor de toque
                                   Tipos de Dispositivos
                                                                               Sensor de voz
                                      para Controle
                                                                           Sensor de movimento
  Transferir / Controlar
                                                                    Interruptor (liga/desliga) Tipo: botão
                                                                             Fio bifilar paralelo
                                    Tipos de Meios para
                                     Fluxo de Energia                              Estopa
                                                                                    Pavio
                                                                                    Vela
                                 Tipos de Componentes para
        Transformar                                                               Lâmpada
                                       Transformação
                                                                                  Lampião
                    Figura 16 – Soluções propostas para o atendimento das funções requeridas
4.3.3.3 Definição da arquitetura e princípio de solução
       A partir dos princípios de solução existentes na Figura 16 foi utilizada a técnica da
Matriz Morfológica (PAHL et al., 2005) para determinar a arquitetura do produto. Este
procedimento foi realizado na atividade de “Desenvolver as Alternativas de Solução para o
Produto”. Na atividade de definição da arquitetura foi obtida a composição e arranjo físico do
produto, veja a Figura 17.
SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63     57




                                                          COMPONENTES

                                                    Fio Bifilar
                 SISTEMAS

                                                    Soquete da
                                                                                 Lâmpada
                                                     lâmpada
                 Sistema Elétrico
                                                    Interruptor
                                                    (Alavanca)


                                                  Plug de tomada


                                                  Base plástica



                Sistema Estrutural                Haste metálica
                                                                                 Estrutura
                                                                                 metálica

                                                     Pantalha

                                                                                 Cobertura
                                                                                  plástica




                  Figura 17 – Arquitetura do produto e princípio de solução selecionada
4.3.3.4 Atividades seqüenciais
        O projeto conceitual, nesta aplicação adaptada do método de Rozenfeld et al. (2006), a
partir da definição da arquitetura do produto consistiu também na realização de atividades
sequenciais anteriormente a fase do Projeto Detalhado. Essas atividades consistiram em: (i)
analisar sistemas, subsistemas e componentes; (ii) definir a ergonomia e estética do produto;
(iii) definir fornecedores e parcerias para o desenvolvimento; (iv) definir plano de macro
processo; (v) atualizar estudo da viabilidade econômica; (vi) avaliar e aprovar fase; e (vii)
documentar as decisões tomadas e registrar as lições aprendidas.
4.3.4 Projeto detalhado
        Nesta fase foram detalhados os procedimentos operacionais a partir da arquitetura do
produto. Ao final desta atividade obtiveram-se as especificações detalhadas dos sistemas,
subsistemas e componentes, os modelos finais com tolerâncias, a estrutura do produto, os
planos de processo e o design do protótipo funcional. Na Figura 18 são apresentados os
procedimentos realizados na fase de Projeto Detalhado.
58          SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63




                                       (i) Criar, reutilizar, procurar e codificar SSCs;
 Criar e detalhar Sistemas, Sub-       (ii) Calcular e Desenhar SSCs (Sistemas, Sub-sistemas e Componentes)
 sistemas e Componentes (SSCs),        (iii) Especificar Tolerâncias
    documentar a configuração          (iv) Integrar SSCs;
                                       (v) Desenhar e Documentar;
                                       (vi) Realizar o BOM (Bill of Material)
                                       Foi realizado o levantamento de informações sobre custos, tempo,
                                       capacidade e competências para o desenvolvimento ou fornecimento
                                       dos SSCs. Como a empresa já possuia uma gestão de relacionamento
                                       com os fornecedores bem estruturada, todos estes dados foram
  Decidir fazer ou comprar SSCs        levantados e utilizados nesta tarefa. Na sequência foi realizado o
                                       orçamento dos SSCs com os fornecedores. Foram feitos orçamentos
                                       com todos os fornecedores com a qual a empresa se relaciona. Tendo
                                       estas informações é foi possível decidir pela compra dos SSCs.,
                                       realizando-se as estimativas de custos.
                                       (i) Planejar o processo de fabricação macro;
                                       (ii) Planejar processo de montagem macro;
                                       (iii) Desdobrar parâmetros críticos dos componentes fabricados;
                                       (iv) Reutilizar planos de processo existentes;
                                       (v) Definir/Avaliar componente em estado bruto;
                                       (vi) Definir e seqüenciar operações;
 Planejar o processo de fabricação
                                       (vii) Selecionar/Especificar máquinas e equipamentos;
            e montagem
                                       (viii) Selecionar/Especificar pessoal e habilidades;
                                       (ix) Especificar inspeção;
                                       (x) Selecionar/Especificar ferramental;
                                       (xi) Ilustrar operações;
                                       (xii) Calcular tempos de fabricação e montagem;
                                       (xiii) Simular processo de fabricação
      Avaliar SSCs, configuração e     Nesta atividade foram determinadas possíveis falhas e defeitos dos
      documentação do produto e        SSCs e planejados os testes relativos à estas falhas e realizada a
                processo               documentação dos resultados.
                       Figura 18 – Procedimentos realizados na Fase de Projeto Detalhado



5. SÍNTESE
       A partir da aplicação da técnica de Grupos Focados (RIBEIRO e NEWMANN, 2003)
com os funcionários dos setores de administração, desenvolvimento e produção foi possível
constatar que foram obtidos importantes resultados em relação a melhoria do processo de
desenvolvimento, produção e de fatores organizacionais e estratégicos da empresa.
       Santos e Fogliatto (2002) afirmam que a técnica de Grupos Focados consiste em um
moderador conduzir encontros com pessoas de setores de interesse na empresa para discutir
determinado assunto. Estes autores dizem que o objetivo dos Grupos Focados é sondar
conhecimentos, atitudes e sentimentos sobre um tópico particular. Greenbaun (2000) e
Malhotra (1999) referem que a técnica requer motivar os participantes a interagir entre si para
obter-se o maior número possível de informações acerca do assunto proposto.
       Na Figura 19 são apresentados os resultados da adaptação e aplicação do método de
desenvolvimento de produtos realizada na microempresa de manufatura de produtos plásticos
decorativos.
SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63                          59




     SETORES                                      RESULTADOS DESCRITOS
                       (i) facilitação do processo devido a utilização de um método de DP para a
                       sistematização das atividades de desenvolvimento de produtos;
                       (ii) melhoria do processo pelo planejamento sistemático das atividades para obtenção
                       do modelo conceitual e detalhado do produto;
  Desenvolvimento      (iii) aumento da eficiência para determinação e racionalização dos materiais
                       empregados no desenvolvimento, em especial, para o planejamento dos cortes nas
                       chapas plásticas (matéria-prima);
                       (iv) possibilidade de avaliar e melhorar os procedimentos pela utilização de gates
                       entre as etapas metodológicas.
                       (i) redução das perdas de matéria-prima de 23% para 10% , em função do melhor
                       planejamento dos cortes a serem efetuados nas chapas plásticas.
     Produção          (ii) melhoria na integração funcional entre o pessoal de desenvolvimento e produção;
                       (iii) melhoria da consciência acerca da necessidade da participação e contribuição
                       junto ao pessoal de desenvolvimento para tomada de decisões.
                               Melhorias Organizacionais                        Melhorias Estratégicas
                                                                     (i) a multidisciplinaridade e a
                                                                     multifuncionalidade foram adotadas como
                       (i) a logística passou a ser utilizada
                                                                     práticas e são agora consideradas como
                       desde o início do planejamento;
                                                                     fatores de sucesso;
                       (ii) foram adotados procedimentos para
                                                                     (ii) a administração da empresa passou a
   Administração       a documentação com as atribuições de
                                                                     ter um maior controle estratégico no
                       responsabilidade organizacional sobre o
                                                                     processo de desenvolvimento e participa
                       desenvolvimento e produção;
                                                                     agora mais ativamente apoiando a prática
                       (iii) a sistematização dos meios para         de sistematização dos processos;
                       comunicação interna passou a ser uma
                                                                     (iii) o pessoal de desenvolvimento e
                       das prioridades da empresa.
                                                                     produção passou a auxiliar a administração
                                                                     da empresa a formular novas estratégias.
   Figura 19 – Síntese dos resultados da adaptação e aplicação do método para desenvolvimento de produtos

        Esta síntese foi obtida a partir das percepções e descrições dos funcionários dos
setores de administração, desenvolvimento e produção da empresa durante a aplicação da
técnica de Grupos Focados.
        Os resultados descritos pelos funcionários em relação ao setor de administração
enquadram-se entre as melhores práticas organizacionais e estratégicas descritas como fatores
de sucesso no estudo proposto por Wille (2005). Nesse estudo, Wille fundamentou estas
práticas tendo por base as referências de Cooper e Kleinschmidt (1995), Eisenhardt e Tabrizi
(1995), e Gupta e Wilemon (1996).


6. CONCLUSÃO
        Este artigo apresentou uma análise da adaptação e aplicação de um método para
desenvolvimento de produtos em uma microempresa de manufatura de produtos plásticos
decorativos. Foi apresentada uma síntese das estruturas metodológicas de 21 modelos de DP.
A partir destas estruturas foi selecionado um método para desenvolvimento de produtos para
ser adaptado as peculiaridades do processo de desenvolvimento e produção da empresa. Na
sequencia, foi descrita a adaptação e aplicação do método escolhido, bem como, realizada a
análise e síntese dos resultados.
        O método adaptado foi baseado no modelo proposto por Rozenfeld et al. (2006). A
finalidade foi melhorar a sistematização do processo de desenvolvimento de produtos e
60       SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63


produção existente na empresa visando reduzir as perdas de matéria-prima e obter uma
melhoria dos fatores organizacionais e estratégicos da empresa.
        A partir da proposição, adaptação e aplicação do método de desenvolvimento de
produtos obteve-se uma redução nas perdas de matéria-prima de 23% para 10% devido a
melhor sistematização dos cortes nas chapas utilizadas pela empresa. Em virtude da empresa
solicitar sigilo na divulgação das quantidades de matéria-prima levadas em conta no cálculo
da redução de perdas foi proposto um exemplo para caracterizar os resultados obtidos, a
saber: as chapas utilizadas para confecção dos produtos possuem um tamanho fixo de 80 x 60
cm (0,48 m²). As perdas em cada chapa utilizada após os cortes representavam 23% do
material. Assim, para cada 0,48 m² de matéria-prima a empresa perdia 0,11 m².
Considerando-se a utilização de 1.000 chapas para a produção (480 m²) as perdas totalizavam
110,4 m².
         Em relação ao setor administrativo da empresa verificou-se que a partir da aplicação
do método: (i) a logística passou a ser considerada como importante desde o início do
planejamento dos novos produtos, (ii) foram adotados procedimentos para a documentação
com as atribuições de responsabilidade organizacional sobre o desenvolvimento e produção,
(iii) a sistematização dos meios para comunicação interna passou a ser uma das prioridades da
empresa, (iv) a multidisciplinaridade e a multifuncionalidade são agora consideradas como
fatores de sucesso, e (v) administração passou a ter um maior controle estratégico no
desenvolvimento e os funcionários passaram a auxiliar na formulação de novas estratégias.
        Os resultados obtidos poderão contribuir construtivamente para avaliações do processo
implantado experimentalmente e do próprio modelo metodológico permitindo que a empresa
a partir de agora realize uma análise e se defina pela implantação ou não do modelo na forma
completa


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, L. F.; MIGUEL, P. A. C. Gestão do desenvolvimento de novos produtos: uma
pesquisa teórica em torno das dimensões e da dinâmica desse processo. Anais. XIV SIMPEP
– Simpósio de Engenharia de Produção, UNESP, Bauru, 2007.
ANDREASEN M. M.; HEIN L. Integrated product development. Bedford: Springer-
Verlag, 1987.
ASIMOW, M. Introduction to design. New Jersey: Prentice-Hall, 1962.
ARCHER, L. B. The structure of design processes. London: Royal College of Art, 1968.
BACK, N. Metodologia de projeto de produtos industriais. Rio de Janeiro: Guanabara
Dois, 1983.
BADIN, N. T. Modelo de referência para o processo de desenvolvimento de produtos
integrando fornecedores e baseado nos conceitos de engenharia simultânea, custeio-alvo
e empresa virtual. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2005. Tese
(Doutorado em Engenharia), Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção,
Universidade Federal de Santa Catarina, 2005.
BAXTER, M. Projeto de Produto: Guia Prático para o design de novos produtos. São
Paulo: Editora Edgar Blücher, 2. ed., 2000.
SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63   61


BONNER, J. M., RUEKERT, R. W.; WALKER Jr., O. C. Upper management control of new
productdevelopment projects and project performance. Journal of Product Innovation
Management. New York, V. 19, n.3, 2002, p.233-245.
BONSIEPE, G. Teoria y práctica del deseño industrial. Barcelona: Gustavo Gili, 1978.
BÓRNIA, A. C. Utilização do método da unidade de esforço de produção na quantificação
das perdas internas da empresa. In: IV Congresso Internacional de Custos. Anais. São
Paulo, Campinas, 1995.
BÜRDEK, B. E. Diseño: Historia, teoría y práctica del diseño industrial. Barcelona:
Gustavo Gili, 1994.
BUSS, C. de O.; CUNHA, G. D. da. Modelo referencial para o processo de desenvolvimento
de novos produtos. Anais. XXII Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica. Salvador,
Bahia, 2002.
CARVALHO, M. A. de; BACK, N. Rumo a um modelo para a solução criativa de problemas
nas etapas iniciais do desenvolvimento de produtos. Anais. II Congresso Brasileiro de
Gestão do Desenvolvimento de Produto, São Carlo, 2000 .
CHENG, L. C. Caracterização da gestão de desenvolvimento do Produto: delineando o seu
contorno e dimensões básicas. In: Congresso Brasileiro de Gestão em Desenvolvimento de
Produtos. Anais. São Paulo, São Carlos, 2000.
CLARK, K. B., FUJIMOTO, T. Product development performance: strategy,
organization, and management in the world auto industry. Boston: Harvard Business
School Press, 1991.
CLARK, K. B.; WHEELWRIGHT, S. C. Managing new product and process
development: text and cases. New York: The Free Press, 1993.
COOPER, R. G.; KLEINSCHIMIDT, E. J. Benchmarking firm’s critical success factors in
new product development. Journal of Product Innovation Management. v. 12, n. 5, New
York, 2005.
DICKSON, P. Marketing management. Forth Worth: The Dryden Prees, 1997.
ENGWALL, M.; KLING, R.; WERR, A. Models in Action: How Management Models Are
Interpreted in New Product Development. R&D Management, v. 35, n. 4, 2005, p. 427- 439.
EISENHARDT, K. M.; TABRIZI, B. N. Acceleration adaptative process: product innovation
in the global industry. Administrative Science Quarterly. v. 40, New York, 1995.
CRAWFORD, C. M. New product management. Burr Ridge, IIL: Irwin, 1983.
FERREIRA, F. H. G. A evolução de uma ciência chamada administração. Disponível em:
<www.sebraepb.com.br:8080/bte/download/Iniciação%20Empresarial/260_1_Arquivos_adm.
pdf>. Acesso em: 28 Maio de 2006.
GONÇALVES FILHO, C.; GGONÇALVES, C. A. Gerência do conhecimento: desafios e
oportunidades para as organizações. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo,
v.08, nº. 1, janeiro/março 2001.
GONÇALVES, J. E. L. As empresas são grandes coleções de processos. Revista Virtual
Uniandrade. v. 4, 2003.
GREENBAUN, T. L. Moderating focus groups: a practical guide for group facilitation. 1
ed., Thousand Oaks, USA: Sage Publications Inc., 2000.
62       SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63


GUPTA, A. K.; WILEMON, D. Changing patterns in industrial R&D management. Journal
of Production Innovation Management. v. 13, n. 6, New York, 1996.
HANSEN, R. Proposta de estruturação das fases iniciais do processo de desenvolvimento
de produto para o setor moveleiro de Bento Gonçalves. Porto Alegre: UFRGS, 2004.
Dissertação (Mestrado em Engenharia), Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Produção, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2004.
JACINTHO, P. R. B. Consultoria empresarial: procedimentos para aplicação em micro e
pequenas empresas. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2004.
Dissertação (Mestrado em Engenharia), Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, 2004.
JONES, C. J. Métodos de diseño. Barcelona: Gustavo Gili, 1976.
JORDAN, N. Temas de psicologia especulativa. Buenos Aires: Trquel, 1974.
JUGEND, D.; SILVA, S. L. da; TOLEDO, J. C. de. Análise do processo de desenvolvimento
de produto em empresas de base tecnológica de pequeno porte: estudo de casos do setor de
automação industrial. Anais. V CBGDP Curitiba, PR, Brasil, 2005.
JUGEND, D.; SILVA, S. L. da. Gestão do processo de desenvolvimento de produto: um
estudo comparativo entre empresas de base tecnológica do setor de automação industrial.
Anais. XXV ENEGEP – Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Porto Alegre,
ABEPRO, 2005.
JUNG, C. F.; RIBEIRO, J. L. D.; ECHEVESTE, M. E. S.; CATEN, C. S. t. Uma discussão de
modelos de desenvolvimento de produto e suas características lineares e sistêmicas. Anais.
VIII SEPROSUL – Semana de Engenharia de Produção Sul-Americana. Bento
Gonçalves, FEENG, 2008.
KAMINSKI, P. C. Desenvolvendo produtos com planejamento, criatividade e qualidade.
Rio de Janeiro: LTC, 2000.
KASPER, H. O processo de pensamento sistêmico: um estudo das principais abordagens
a partir de um quadro de referência proposto. Porto Alegre: UFRGS. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Produção, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2000.
KINDLEIN JÚNIOR, W.; CÂNDIDO, L. H.; PLATCHECK, E. Analogia entre as
Metodologias de Desenvolvimento de Produtos Atuais, com a Proposta de uma Metodologia
com Ênfase no Ecodesign. Anais. II Congresso Internacional de Pesquisa em Design, Rio
de Janeiro, 2003.
KOTLER, P. Marketing management: analysis, planning, implementation, and control.
Londres: Prentice-Hall, 1974.
KRISHNAN, V.; ULRICH, K. T. Product Development Decisions: a Review of the
Literature. Management Science, v. 47, n. 1, 2001, p. 1-21.
MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada, 3 ed., Porto Alegre:
Bookman, 1999.
ULRICH, K. T.; EPPINGER, S. D. Product design and development. 2nd ed. New York:
McGraw-Hill, 2000.
PAHL, G., BEITZ, W. Konstruktionslehre. 1ª ed. Berlim: Springer, 1977.
SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63   63


PAHL, G.; BEITZ, W.; FELDHUSEN, J.; GROTE, K. Projeto na engenharia:
fundamentos do desenvolvimento eficaz de produtos, métodos e aplicações. Trad. Werner,
H. A., 6ª ed. São Paulo: Editora Edgar Blücher, 2005.
PARK, C., ZALTMAN, G. Marketing management. Chicago: The Dryden Prees, 1987.
PAULA, I. C. de. Proposta de um método para execução do processo de desenvolvimento
de produtos farmacêuticos. Porto Alegre: UFRGS, 2004. Tese (Doutorado em Engenharia),
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, 2004.
PRASAD, B. Concurrent engineering fundamentals: integrated product development.
Londres: Prentice-Hall, 1997.
RIBEIRO, J. L. D..; NEWMANN, C. Planejamento e condução de grupos focados. In:
RIBEIRO, J. L. D. (Org.) Grupos focados: teoria e aplicações. Porto Alegre: FEENG, 2003.
ROOZENBURG, N. F. M., EEKELS, J. Product desing: fundamentals and methods. New
York: John Wiley & Sons, 1995.
ROZENFELD, H; FORCELLINI, F. A.; AMARAL, D. C.; TOLEDO, J. C. de; SILVA, S. L.
da; ALLIPRANDINI, D. H.; SACLICE, R. K. Gestão de desenvolvimento de produtos:
uma referência para a melhoria de processos. São Paulo: Editora Saraiva, 1. ed., 2006.
SANTOS, G. T.; FOGLIATTO, F. S. Grupos Focalizados: uma proposta de roteiro para
identificação de atributos de referência. Anais. XXII ENEGEP – Encontro Nacional de
Engenharia de Produção. Curitiba, PR, 2002.
SHINGO, S. Sistema de troca rápida de ferramenta: uma evolução nos sistemas
produtivos. Porto Alegre: Bookman, 2000.
SUH, N. P. The principles of design. New York: Oxford Press, 1988.
TOLEDO, J. C. de; SIMÕES, J. M. S.; LIMA, L. S. L.; MANO, A. P.; SILVA, S. L. da. A
gestão do processo de desenvolvimento de produto em empresas brasileiras de pequeno e
médio porte do setor de máquinas e implementos agrícolas. Anais. XXVI ENEGEP –
Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Fortaleza, Ceará, 2006.
TRISTÃO, H. M.; TOLEDO, J. C. de; BERNARDO, M. S. Gestão do processo de
desenvolvimento de produto e a estratégia competitiva de uma empresa de calçados de
Franca São Paulo – Brasil. Anais. V CBGDP. Curitiba, PR, 2005.
WHEELWRIGHT, S. C., CLARCK, K. B. Revolutionizing product development process:
quantum leaps in speed, efficiency, and quality. New York: The Free Press, 1992.
WILLE, G. M. F. C. Melhores práticas em desenvolvimento de novos produtos: parte 2
fatores de organização do projeto de DNP. Visão Acadêmica. v. 6, n. 2, Jul/Dez, 2005.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Empatia é cooperar, apoiar, ajudar e acompanhar.
Empatia é cooperar, apoiar, ajudar e acompanhar.Empatia é cooperar, apoiar, ajudar e acompanhar.
Empatia é cooperar, apoiar, ajudar e acompanhar.Antonieta Perpetua
 
Provas de arte 2º ANO EM
Provas de arte 2º ANO EMProvas de arte 2º ANO EM
Provas de arte 2º ANO EMDenise Nunes
 
PALESTRA : A energia transformadora do autoconhecimento e da auto estima -fai
PALESTRA : A energia transformadora do autoconhecimento e da auto estima -faiPALESTRA : A energia transformadora do autoconhecimento e da auto estima -fai
PALESTRA : A energia transformadora do autoconhecimento e da auto estima -faiEdson Salgado Ávella
 
Projeto autoestima sirlene
Projeto autoestima sirleneProjeto autoestima sirlene
Projeto autoestima sirleneescola2011jr
 
Proposta de Orientação Profissional - ensino médio
Proposta de Orientação Profissional - ensino médioProposta de Orientação Profissional - ensino médio
Proposta de Orientação Profissional - ensino médioguestc0a037
 
Motivação: Sonhos grandes mudam o mundo
Motivação: Sonhos grandes mudam o mundoMotivação: Sonhos grandes mudam o mundo
Motivação: Sonhos grandes mudam o mundoJoedes Ribeiro
 
Abuso e exploração sexual de criança e adolescente
Abuso e exploração sexual de criança e adolescenteAbuso e exploração sexual de criança e adolescente
Abuso e exploração sexual de criança e adolescenteLuisa Sena
 
Verbo ser - Carlos Drummond de Andrade
Verbo ser - Carlos Drummond de AndradeVerbo ser - Carlos Drummond de Andrade
Verbo ser - Carlos Drummond de AndradeMima Badan
 
4 Dimensões humanas: Como as desenvolver?
4 Dimensões humanas: Como as desenvolver?4 Dimensões humanas: Como as desenvolver?
4 Dimensões humanas: Como as desenvolver?Luis Branco, PMP
 
Qualidade de Vida no Trabalho
Qualidade de Vida no Trabalho Qualidade de Vida no Trabalho
Qualidade de Vida no Trabalho Mariany Moura
 
APOSTILA DE ENSINO RELIGIOSO PDF (1)-convertido.docx
APOSTILA DE ENSINO RELIGIOSO PDF (1)-convertido.docxAPOSTILA DE ENSINO RELIGIOSO PDF (1)-convertido.docx
APOSTILA DE ENSINO RELIGIOSO PDF (1)-convertido.docxCassiaAraujo11
 
A Escolha de uma Profissão
A Escolha de uma ProfissãoA Escolha de uma Profissão
A Escolha de uma ProfissãoCassia Dias
 

Was ist angesagt? (20)

Empatia é cooperar, apoiar, ajudar e acompanhar.
Empatia é cooperar, apoiar, ajudar e acompanhar.Empatia é cooperar, apoiar, ajudar e acompanhar.
Empatia é cooperar, apoiar, ajudar e acompanhar.
 
Responsabilidade e Pontualidade
Responsabilidade e PontualidadeResponsabilidade e Pontualidade
Responsabilidade e Pontualidade
 
Arte e tecnologia
Arte e tecnologiaArte e tecnologia
Arte e tecnologia
 
O que é qualidade de vida
O que é qualidade de vidaO que é qualidade de vida
O que é qualidade de vida
 
Aula 03 autoconhecimento
Aula 03 autoconhecimentoAula 03 autoconhecimento
Aula 03 autoconhecimento
 
Provas de arte 2º ANO EM
Provas de arte 2º ANO EMProvas de arte 2º ANO EM
Provas de arte 2º ANO EM
 
PALESTRA : A energia transformadora do autoconhecimento e da auto estima -fai
PALESTRA : A energia transformadora do autoconhecimento e da auto estima -faiPALESTRA : A energia transformadora do autoconhecimento e da auto estima -fai
PALESTRA : A energia transformadora do autoconhecimento e da auto estima -fai
 
Projeto autoestima sirlene
Projeto autoestima sirleneProjeto autoestima sirlene
Projeto autoestima sirlene
 
Cultura de Paz
Cultura de PazCultura de Paz
Cultura de Paz
 
Proposta de Orientação Profissional - ensino médio
Proposta de Orientação Profissional - ensino médioProposta de Orientação Profissional - ensino médio
Proposta de Orientação Profissional - ensino médio
 
Motivação: Sonhos grandes mudam o mundo
Motivação: Sonhos grandes mudam o mundoMotivação: Sonhos grandes mudam o mundo
Motivação: Sonhos grandes mudam o mundo
 
Todas as provas saresp
Todas as provas sarespTodas as provas saresp
Todas as provas saresp
 
Abuso e exploração sexual de criança e adolescente
Abuso e exploração sexual de criança e adolescenteAbuso e exploração sexual de criança e adolescente
Abuso e exploração sexual de criança e adolescente
 
Atividades lei maria da penha (1)
Atividades lei maria da penha (1)Atividades lei maria da penha (1)
Atividades lei maria da penha (1)
 
Resiliencia (erica)
Resiliencia (erica)Resiliencia (erica)
Resiliencia (erica)
 
Verbo ser - Carlos Drummond de Andrade
Verbo ser - Carlos Drummond de AndradeVerbo ser - Carlos Drummond de Andrade
Verbo ser - Carlos Drummond de Andrade
 
4 Dimensões humanas: Como as desenvolver?
4 Dimensões humanas: Como as desenvolver?4 Dimensões humanas: Como as desenvolver?
4 Dimensões humanas: Como as desenvolver?
 
Qualidade de Vida no Trabalho
Qualidade de Vida no Trabalho Qualidade de Vida no Trabalho
Qualidade de Vida no Trabalho
 
APOSTILA DE ENSINO RELIGIOSO PDF (1)-convertido.docx
APOSTILA DE ENSINO RELIGIOSO PDF (1)-convertido.docxAPOSTILA DE ENSINO RELIGIOSO PDF (1)-convertido.docx
APOSTILA DE ENSINO RELIGIOSO PDF (1)-convertido.docx
 
A Escolha de uma Profissão
A Escolha de uma ProfissãoA Escolha de uma Profissão
A Escolha de uma Profissão
 

Andere mochten auch

.Processo de desenvolvimento de produto a partir de um modelo de referência d...
.Processo de desenvolvimento de produto a partir de um modelo de referência d....Processo de desenvolvimento de produto a partir de um modelo de referência d...
.Processo de desenvolvimento de produto a partir de um modelo de referência d...Neto Ortega
 
9 Projeto conceitual (parte 2)
9 Projeto conceitual (parte 2)9 Projeto conceitual (parte 2)
9 Projeto conceitual (parte 2)Marcel Gois
 
Aula1 - Projeto de Produto
Aula1 - Projeto de ProdutoAula1 - Projeto de Produto
Aula1 - Projeto de ProdutoTiago Cruz
 
Modelo do Processo de Desenvolvimento de Produtos
Modelo do Processo de Desenvolvimento de ProdutosModelo do Processo de Desenvolvimento de Produtos
Modelo do Processo de Desenvolvimento de ProdutosMarcel Gois
 
Desenvolvimento de novos produtos
Desenvolvimento de novos produtos Desenvolvimento de novos produtos
Desenvolvimento de novos produtos Franciely Charleaux
 
Ciclo de Vida do Produto I iPod
Ciclo de Vida do Produto I iPodCiclo de Vida do Produto I iPod
Ciclo de Vida do Produto I iPodPaulo Matos Jr
 

Andere mochten auch (7)

.Processo de desenvolvimento de produto a partir de um modelo de referência d...
.Processo de desenvolvimento de produto a partir de um modelo de referência d....Processo de desenvolvimento de produto a partir de um modelo de referência d...
.Processo de desenvolvimento de produto a partir de um modelo de referência d...
 
9 Projeto conceitual (parte 2)
9 Projeto conceitual (parte 2)9 Projeto conceitual (parte 2)
9 Projeto conceitual (parte 2)
 
Aula1 - Projeto de Produto
Aula1 - Projeto de ProdutoAula1 - Projeto de Produto
Aula1 - Projeto de Produto
 
Modelo do Processo de Desenvolvimento de Produtos
Modelo do Processo de Desenvolvimento de ProdutosModelo do Processo de Desenvolvimento de Produtos
Modelo do Processo de Desenvolvimento de Produtos
 
Aulas Produtos
Aulas ProdutosAulas Produtos
Aulas Produtos
 
Desenvolvimento de novos produtos
Desenvolvimento de novos produtos Desenvolvimento de novos produtos
Desenvolvimento de novos produtos
 
Ciclo de Vida do Produto I iPod
Ciclo de Vida do Produto I iPodCiclo de Vida do Produto I iPod
Ciclo de Vida do Produto I iPod
 

Ähnlich wie ADAPTAÇÃO E APLICAÇÃO DE UM MÉTODO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS EM UMA MICROEMPRESA DE MANUFATURA DE PRODUTOS DECORATIVOS

187 abordagens sobre_pdp_2011_a
187 abordagens sobre_pdp_2011_a187 abordagens sobre_pdp_2011_a
187 abordagens sobre_pdp_2011_aGilmar85
 
114138 a tecnologia nos processos de desevolvimento
114138 a tecnologia nos processos de desevolvimento114138 a tecnologia nos processos de desevolvimento
114138 a tecnologia nos processos de desevolvimentoMartoso2013
 
Enegep2002 tr10 1133
Enegep2002 tr10 1133Enegep2002 tr10 1133
Enegep2002 tr10 1133Caco Ramos
 
Tese carlos alberto_murad
Tese carlos alberto_muradTese carlos alberto_murad
Tese carlos alberto_muradThiago Abraão
 
Aplicação do ciclo PDCA
Aplicação do ciclo PDCAAplicação do ciclo PDCA
Aplicação do ciclo PDCAvieiramauricio
 
FATORES QUE IMPACTAM O DESEMPENHO DE GRUPOS PARTICIPATIVOS EM UMA EMPRESA DO ...
FATORES QUE IMPACTAM O DESEMPENHO DE GRUPOS PARTICIPATIVOS EM UMA EMPRESA DO ...FATORES QUE IMPACTAM O DESEMPENHO DE GRUPOS PARTICIPATIVOS EM UMA EMPRESA DO ...
FATORES QUE IMPACTAM O DESEMPENHO DE GRUPOS PARTICIPATIVOS EM UMA EMPRESA DO ...Carlos Fernando Jung
 
Aplicação de conceitos básicos de planejamento e controle da produção para me...
Aplicação de conceitos básicos de planejamento e controle da produção para me...Aplicação de conceitos básicos de planejamento e controle da produção para me...
Aplicação de conceitos básicos de planejamento e controle da produção para me...Letícia Rodrigues
 
Dissertação_Marcus_Sterzi_FinalRevCTF
Dissertação_Marcus_Sterzi_FinalRevCTFDissertação_Marcus_Sterzi_FinalRevCTF
Dissertação_Marcus_Sterzi_FinalRevCTFMarcus Sterzi
 
123 qfd software
123 qfd software123 qfd software
123 qfd softwareachyrucas
 
Revisão de procedimentos de gestão de projetos e implantação de nova ferramen...
Revisão de procedimentos de gestão de projetos e implantação de nova ferramen...Revisão de procedimentos de gestão de projetos e implantação de nova ferramen...
Revisão de procedimentos de gestão de projetos e implantação de nova ferramen...Oxiteno
 

Ähnlich wie ADAPTAÇÃO E APLICAÇÃO DE UM MÉTODO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS EM UMA MICROEMPRESA DE MANUFATURA DE PRODUTOS DECORATIVOS (20)

Relatório Anual 2015
Relatório Anual 2015Relatório Anual 2015
Relatório Anual 2015
 
Doc.Igor_1
Doc.Igor_1Doc.Igor_1
Doc.Igor_1
 
187 abordagens sobre_pdp_2011_a
187 abordagens sobre_pdp_2011_a187 abordagens sobre_pdp_2011_a
187 abordagens sobre_pdp_2011_a
 
Luis Steinle
Luis Steinle Luis Steinle
Luis Steinle
 
114138 a tecnologia nos processos de desevolvimento
114138 a tecnologia nos processos de desevolvimento114138 a tecnologia nos processos de desevolvimento
114138 a tecnologia nos processos de desevolvimento
 
Tese
TeseTese
Tese
 
Enegep2002 tr10 1133
Enegep2002 tr10 1133Enegep2002 tr10 1133
Enegep2002 tr10 1133
 
Tese carlos alberto_murad
Tese carlos alberto_muradTese carlos alberto_murad
Tese carlos alberto_murad
 
Aplicação do ciclo PDCA
Aplicação do ciclo PDCAAplicação do ciclo PDCA
Aplicação do ciclo PDCA
 
0038859
00388590038859
0038859
 
FATORES QUE IMPACTAM O DESEMPENHO DE GRUPOS PARTICIPATIVOS EM UMA EMPRESA DO ...
FATORES QUE IMPACTAM O DESEMPENHO DE GRUPOS PARTICIPATIVOS EM UMA EMPRESA DO ...FATORES QUE IMPACTAM O DESEMPENHO DE GRUPOS PARTICIPATIVOS EM UMA EMPRESA DO ...
FATORES QUE IMPACTAM O DESEMPENHO DE GRUPOS PARTICIPATIVOS EM UMA EMPRESA DO ...
 
Revista Produção
Revista ProduçãoRevista Produção
Revista Produção
 
Aplicação de conceitos básicos de planejamento e controle da produção para me...
Aplicação de conceitos básicos de planejamento e controle da produção para me...Aplicação de conceitos básicos de planejamento e controle da produção para me...
Aplicação de conceitos básicos de planejamento e controle da produção para me...
 
Relatório Anual 2013
Relatório Anual 2013Relatório Anual 2013
Relatório Anual 2013
 
TCC - Final.pptx
TCC - Final.pptxTCC - Final.pptx
TCC - Final.pptx
 
Dissertação_Marcus_Sterzi_FinalRevCTF
Dissertação_Marcus_Sterzi_FinalRevCTFDissertação_Marcus_Sterzi_FinalRevCTF
Dissertação_Marcus_Sterzi_FinalRevCTF
 
123 qfd software
123 qfd software123 qfd software
123 qfd software
 
000401207
000401207000401207
000401207
 
Artigo qfd 1
Artigo qfd 1Artigo qfd 1
Artigo qfd 1
 
Revisão de procedimentos de gestão de projetos e implantação de nova ferramen...
Revisão de procedimentos de gestão de projetos e implantação de nova ferramen...Revisão de procedimentos de gestão de projetos e implantação de nova ferramen...
Revisão de procedimentos de gestão de projetos e implantação de nova ferramen...
 

Mehr von Carlos Fernando Jung

Fundamentos de Antenas para Tecnologia RFID - 2014
Fundamentos de Antenas para Tecnologia RFID - 2014Fundamentos de Antenas para Tecnologia RFID - 2014
Fundamentos de Antenas para Tecnologia RFID - 2014Carlos Fernando Jung
 
Projetos de Pesquisa: Concepção e Elaboração
Projetos de Pesquisa: Concepção e ElaboraçãoProjetos de Pesquisa: Concepção e Elaboração
Projetos de Pesquisa: Concepção e ElaboraçãoCarlos Fernando Jung
 
Artigos Científicos: Análise e Elaboração
Artigos Científicos: Análise e ElaboraçãoArtigos Científicos: Análise e Elaboração
Artigos Científicos: Análise e ElaboraçãoCarlos Fernando Jung
 
Projetos de pesquisa: guia rapido para elaboracao
Projetos de pesquisa: guia rapido para elaboracaoProjetos de pesquisa: guia rapido para elaboracao
Projetos de pesquisa: guia rapido para elaboracaoCarlos Fernando Jung
 
Desenvolvimento de habilidades para inovar
Desenvolvimento de habilidades para inovarDesenvolvimento de habilidades para inovar
Desenvolvimento de habilidades para inovarCarlos Fernando Jung
 
Processo de inovação técnicas para inovar
Processo de inovação   técnicas para inovarProcesso de inovação   técnicas para inovar
Processo de inovação técnicas para inovarCarlos Fernando Jung
 
Gestão do conhecimento para inovar
Gestão do conhecimento para inovarGestão do conhecimento para inovar
Gestão do conhecimento para inovarCarlos Fernando Jung
 

Mehr von Carlos Fernando Jung (20)

Relatório Anual 2014
Relatório Anual 2014Relatório Anual 2014
Relatório Anual 2014
 
Fundamentos de Antenas para Tecnologia RFID - 2014
Fundamentos de Antenas para Tecnologia RFID - 2014Fundamentos de Antenas para Tecnologia RFID - 2014
Fundamentos de Antenas para Tecnologia RFID - 2014
 
Projetos de Pesquisa: Concepção e Elaboração
Projetos de Pesquisa: Concepção e ElaboraçãoProjetos de Pesquisa: Concepção e Elaboração
Projetos de Pesquisa: Concepção e Elaboração
 
Artigos Científicos: Análise e Elaboração
Artigos Científicos: Análise e ElaboraçãoArtigos Científicos: Análise e Elaboração
Artigos Científicos: Análise e Elaboração
 
Projetos de pesquisa: guia rapido para elaboracao
Projetos de pesquisa: guia rapido para elaboracaoProjetos de pesquisa: guia rapido para elaboracao
Projetos de pesquisa: guia rapido para elaboracao
 
Relatório anual 2012
Relatório anual 2012Relatório anual 2012
Relatório anual 2012
 
Relatório anual 2011
Relatório anual 2011Relatório anual 2011
Relatório anual 2011
 
Relatório anual 2010
Relatório anual 2010Relatório anual 2010
Relatório anual 2010
 
Relatório anual 2009
Relatório anual 2009Relatório anual 2009
Relatório anual 2009
 
Relatório anual 2008
Relatório anual 2008Relatório anual 2008
Relatório anual 2008
 
Relatório anual 2007
Relatório anual 2007Relatório anual 2007
Relatório anual 2007
 
Relatório anual 2006
Relatório anual 2006Relatório anual 2006
Relatório anual 2006
 
Relatório anual 2005
Relatório anual 2005Relatório anual 2005
Relatório anual 2005
 
Relatório anual 2004
Relatório anual 2004Relatório anual 2004
Relatório anual 2004
 
Relatório anual 2003
Relatório anual 2003Relatório anual 2003
Relatório anual 2003
 
Desenvolvimento de habilidades para inovar
Desenvolvimento de habilidades para inovarDesenvolvimento de habilidades para inovar
Desenvolvimento de habilidades para inovar
 
Processo de inovação técnicas para inovar
Processo de inovação   técnicas para inovarProcesso de inovação   técnicas para inovar
Processo de inovação técnicas para inovar
 
Análise de produtos para inovar
Análise de produtos para inovarAnálise de produtos para inovar
Análise de produtos para inovar
 
Invenção e inovação
Invenção e inovaçãoInvenção e inovação
Invenção e inovação
 
Gestão do conhecimento para inovar
Gestão do conhecimento para inovarGestão do conhecimento para inovar
Gestão do conhecimento para inovar
 

ADAPTAÇÃO E APLICAÇÃO DE UM MÉTODO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS EM UMA MICROEMPRESA DE MANUFATURA DE PRODUTOS DECORATIVOS

  • 1. Disponível eletronicamente em www.revista-ped.unifei.edu.br Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63 Recebido em 29/03/2007. Aceito em 25/03/2009 ISSN 1679-5830 ADAPTAÇÃO E APLICAÇÃO DE UM MÉTODO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS EM UMA MICROEMPRESA DE MANUFATURA DE PRODUTOS DECORATIVOS Tathiana Massimino Suarez Mestre em Engenharia de Produção Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS Departamento de Engenharia de Produção e Transportes tathi_madeline@terra.com.br Carlos Fernando Jung Mestre e Doutorando em Engenharia de Produção Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS Departamento de Engenharia de Produção e Transportes carlosfernandojung@gmail.com Carla Schwengber ten Caten Doutora em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS Departamento de Engenharia de Produção e Transportes tencaten@producao.ufrgs.br RESUMO Este artigo relata os resultados de uma pesquisa exploratório-experimental que teve por finalidade adaptar e aplicar um método para Desenvolvimento de Produtos (DP) em uma microempresa de manufatura de produtos plásticos decorativos. O trabalho apresenta uma revisão de conceitos relacionados à problemática, uma classificação das etapas metodológicas de 21 métodos de desenvolvimento de produtos seguida do processo de seleção do método a ser utilizado na pesquisa. É feita, então, uma análise da maturidade em DP da empresa e a descrição das adaptações e aplicação do método. Posteriormente é proposta uma síntese dos resultados obtidos, bem como, apresentadas as conclusões resultantes do estudo. Os resultados demonstraram que a utilização de um método para
  • 2. 38 SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63 desenvolvimento de produtos adaptado as peculiaridades de uma microempresa pode diminuir as perdas no processo de manufatura, e melhorar as práticas organizacionais e estratégicas da empresa. Palavras-chave: Desenvolvimento de Produto, Método, Produto, Microempresa. ADAPTATION AND APPLICATION OF A PRODUCT DEVELOPMENT METHOD IN A SMALL COMPANY MANUFACTURING DECORATIVE PRODUCTS ABSTRACT This paper relates the results of exploratory/experimental research undertaken to select, adapt and apply a Product Development method (PD) to the operations of a small company manufacturing plastic decorative products. The study presents a review of concepts related to the problem, a classification of the methodological stages of 21 possible product development systems and describes the method used for selection of the one to be used in the research. Subsequently, the level of maturity of the company’s Product Development facility is analyzed and the adaptations needed to apply the chosen method to its operations are considered. This is followed by a synthesis of the results obtained together with the conclusions reached - the utilization of a PD method adapted to the peculiarities of a small company, does indeed reduce the losses in the manufacturing process and improves the organizational and strategic practices of the company. Keywords: Product Developments, Method, Product, Small Company. 1. INTRODUÇÃO A dinâmica imposta pelo mercado, que pode originar-se nas demandas de clientes e nos diferenciais propostos pelos concorrentes, exige flexibilidade e capacidade em dominar as várias formas de buscar e atingir o sucesso de um produto em um espaço de tempo o mais curto possível (KINDLEN JÚNIOR, PLATCHECK, e CÂNDIDO, 2003). O cenário mundial está impelindo as empresas a reduzirem ao máximo seus custos e investir em novos métodos e técnicas para que possam ser competitivas no mercado, devido aos diferenciais oferecidos pelos concorrentes. Isto se deve à emergência da competitividade internacional, à criação de mercados novos e fragmentados que possuem clientes cada vez mais exigentes (CLARK e FUJIMOTO, 1991). Ulrich e Eppinger (2000) afirmam que o sucesso das empresas é dependente da sua habilidade em identificar as necessidades dos clientes, agilmente criar produtos que vão ao encontro dessas necessidades e produzi-los ao menor custo possível. Corroborando, Jugend, Silva e Toledo (2005) referem que as tendências crescentes de aumento da diversidade dos produtos, a redução do ciclo de vida dos produtos, a gestão do desenvolvimento de produtos, tem imposto um processo cada vez mais crítico para a competitividade das empresas.
  • 3. SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63 39 Krishnan e Ulrich (2001) afirmam que o desenvolvimento de produtos é a transformação de uma oportunidade de mercado em um produto para venda, através de um processo que envolve recursos humanos, financeiros e tecnológicos. Buss e Cunha (2002) afirmam que este processo, em sua essência, é interdisciplinar e interfuncional. Interdisciplinar, porque depende da aplicação de conhecimentos de diversas áreas. Interfuncional porque todas as áreas funcionais da empresa devem envolver-se, em maior ou menor grau no processo. Com base nesse cenário, cada desperdício de matéria-prima, energia ou insumos que puder ser evitado será de vital importância para a sustentabilidade e competitividade da empresa. A implantação de adequadas metodologias para o processo de desenvolvimento de produtos poderá auxiliar substancialmente uma empresa na diminuição dos “custos da má qualidade”, em especial, na redução de perdas desde a concepção do novo produto. Vários modelos foram elaborados ao longo do tempo contendo procedimentos para o processo de gestão e desenvolvimento de produtos (ENGWALL, KLING e WERR, 2005). Os primeiros modelos criados definiam o processo como um sistema linear, com estágios discretos e seqüenciais, enquanto os mais recentes possuem um processo que se dá através de etapas com sobreposições, feedbaks e loops (ALMEIDA e MIGUEL, 2007). No entanto, as abordagens sobre os métodos referenciais para desenvolvimento de produtos encontrados na literatura são muitas vezes complexas, e apresentam diferenciais metodológicos em função das distintas visões dos autores e aplicações mercadológicas (BUSS e CUNHA, 2002). Empresas de micro e pequeno porte que desejam desenvolver novos produtos ao tentar utilizar muitos dos métodos existentes encontram dificuldades para aplicação. Essas dificuldades relacionam-se as exigências previstas nas próprias estruturas metodológicas em relação aos investimentos em recursos humanos, financeiros e tecnológicos necessários para sua utilização (ANDREASEN e HEIN, 1987). O modo como os indivíduos são condicionados a pensar pelos processos de aprendizagem, contexto cultural e modelos referenciais determinam as ações práticas do dia- a-dia no plano individual (JORDAN, 1974). Assim, ao se tornar inviável a utilização de um método existente para o desenvolvimento de produtos os indivíduos tendem a estabelecer seus próprios métodos de forma empírica por tentativa de acerto e erro que ao longo do tempo pode implicar em aumento dos custos, redução dos lucros e perda de competitividade. Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa exploratório-experimental que teve por finalidade adaptar e implantar as fases iniciais do método de gestão de desenvolvimento de produtos proposto por Rozenfeld et al. (2006) em uma microempresa de manufatura de produtos plásticos. O estudo demonstra os resultados da adaptatividade deste método e as melhorias obtidas nas práticas organizacionais e estratégicas da empresa. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Processo de desenvolvimento de produtos O desenvolvimento de produtos pode ser visto como um processo, o que significa realizar diversas atividades desde a geração do conceito até a descontinuidade do produto (JUGEND e SILVA, 2005). Gonçalves (2003) define processo como uma atividade ou conjunto de atividades que adiciona valor a um input e, consequentemente, fornece um output a um fim específico. Já
  • 4. 40 SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63 para Rozenfeld et al. (2006) processo é um conjunto de atividades que são realizadas em uma seqüência lógica com o objetivo de produzir um bem ou serviço que tenha valor para um grupo específico de clientes. Os processos são compostos de uma seqüência de atividades. Efetuando-se uma análise do que é uma atividade, pode-se fazer uma associação nesta mesma linha. Diz-se que as atividades são compostas por uma seqüência de tarefas. A tarefa é definida com um trabalho, um encargo, algo a ser feito. Corroborando, Badin (2005) se refere às tarefas dizendo que essas compõem as atividades. Bonner, Ruekert e Walker Jr. (2002) consideram a tarefa como o que deve ser feito em cada atividade, ou seja, algo a ser concluído com prazo e parâmetros para dar andamento à próxima atividade. Clark e Wheelwright (1993) afirmam que a aplicação da abordagem por processos para as atividades de desenvolvimento de produto implica segundo em uma integração harmônica entre as diversas funções organizacionais, especialmente entre as tarefas de engenharia, marketing e manufatura. Desenvolver produtos não é um processo simples. Segundo Baxter (2000) este processo envolve diversos tipos de interesses conforme o perfil profissional envolvido, sendo que: (i) consumidores desejam novidades, melhores produtos, a preços razoáveis; (ii) vendedores desejam diferenciações e vantagens competitivas; (iii) engenheiros desejam simplicidade na fabricação e facilidade de montagem; (iv) designers gostariam de experimentar novos materiais e soluções formais; e (v) empresários querem poucos investimentos e retorno rápido de capital. Almeida e Miguel (2007) citam algumas características que tornam o processo de desenvolvimento de produtos diferente dos demais processos, a saber: (i) decisões importantes devem ser tomadas no início do processo, quando as incertezas são ainda maiores; (ii) dificuldade de mudar as decisões iniciais; (iii) as atividades seguem um ciclo iterativo do tipo: projetar, construir, verificar e otimizar; (iv) manipulação e geração de alto volume de informações; (v) as informações e atividades provêm de diversas fontes e áreas da empresa e da cadeia de suprimentos; e (vi) multiplicidade de requisitos a serem atendidos pelo processo, considerando todas as fases do ciclo de vida do produto e seus clientes. O desenvolvimento de produtos passou a ser assimilado, por inúmeras empresas, de forma sistemática em virtude da possibilidade e obtenção de soluções para problemas de engenharia, mas com o decorrer do tempo diversos setores da empresa foram, também, se interessando por estes processos metodológicos quando do desenvolvimento de novos produtos. Hansen (2004) afirma que uma importante integração que ocorreu ao longo do tempo foi a do marketing com a engenharia, que incorporaram aspectos do mercado como demanda e comportamento do consumidor ao desenvolvimento dos produtos. Corroborando, Buss e Cunha (2002) afirmam que a necessidade desta integração tem sido objeto de investigação de diferentes disciplinas. Em síntese, o processo de desenvolvimento de produtos exige o uso de métodos sistemáticos, que, por sua vez, exige uma abordagem interdisciplinar e multidisciplinar, envolvendo métodos de marketing, engenharia de métodos e a aplicação de conhecimentos sobre estética e estilo (BAXTER, 2000). 2.2 Métodos de desenvolvimento de produtos Os modelos existentes para o desenvolvimento de produtos envolvem doutrinas e conceitos que representam distintas visões de mundo. Para Kasper (2000) os padrões, conhecimentos e princípios assimilados formam um modelo mental a partir do qual são
  • 5. SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63 41 desenvolvidos procedimentos metodológicos e várias linguagens para descrever os fenômenos, situações e problemas contextuais. Para Kindlen Júnior, Platcheck e Cândido (2003) os métodos e as aplicabilidades que cada autor tem proposto, ao longo do tempo, podem ser reconhecidos pelas suas técnicas de pesquisa e da iniciativa de gerar não só um conjunto de procedimentos, mas, várias alternativas que, em síntese, convergem em um mesmo sentido: a de poder solucionar um problema que atenda ou vá além da necessidade do usuário. Cheng (2000) refere que os métodos para o desenvolvimento de produtos podem ser classificados de várias formas. Almeida e Miguel (2007) afirmam que podem ser encontradas na literatura várias abordagens e em algumas áreas existe até uma sobreposição de propostas e temas. A partir de um estudo bibliográfico foi possível identificar vários métodos de desenvolvimento de produto. Para sintetizar os referenciais utilizados neste estudo foi elaborado um modelo diacrônico que apresenta alguns modelos de desenvolvimento de produto contextualizados por marcos históricos da ciência e tecnologia, que podem ter influenciado suas concepções, veja a Figura 1. Figura 1 – Modelo diacrônico de métodos de desenvolvimento de produtos contextualizados por marcos históricos da ciência e tecnologia Nas Figuras 2 e 3 é apresentada uma classificação das etapas metodológicas dos 21 modelos de desenvolvimento de produtos que constam no modelo diacrônico da Figura 1. Estes modelos foram propostos entre 1962 e 2006 pelos seguintes autores: Asimow (1962), Archer (1968), Kotler (1974), Jones (1976), Pahl e Beitz (1977), Bonsiepe (1978), Crawford (1983), Back (1983), Park e Zaltman (1987), Andreasen e Hein (1987), Suh (1988), Clark e
  • 6. 42 SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63 Fujimoto (1991), Wheelwright e Clarck (1992), Bürdek (1994), Roozenburg e Eekel (1995), Prasad (1997), Dickson (1997), Kaminski (2000), Ulrich e Eppinger (2000), Pahl et al. (2005) e Rozenfeld et al. (2006). Modelo/Autor Etapas Metodológicas (i) Identificar necessidade primária; (ii) Estudar a exeqüibilidade; (iii) Projetar ASIMOW preliminarmente; (iv) Projetar detalhadamente; (v) Planejar a produção; (vi) Planejar a (1962) distribuição; (vii) Planejar o consumo; (viii) Planejar a retirada do produto ARCHER (i) Estabelecer um programa; (ii) Coletar dados; (iii) Analisar; (iv) Sintetizar; (v) (1968) Desenvolver; (vi) Comunicar (i) Gerar idéias; (ii) Efetuar triagem de idéias; (iii) Desenvolver e testar o conceito; KOTLER (iv) Desenvolver estratégia de marketing; (v) Analisar mercado; (vi) Desenvolver o (1974) produto; (vii) Efetuar teste no mercado; (viii) Comercializar (i) Divergência: Obter informação primária; Explorar a situação do projeto; (ii) JONES Transformação: Perceber ou transformar a estrutura do problema (iii) Convergência: (1976) Localizar parâmetros; Descrever sub-soluções; Identificar contradições; Combinar sub-soluções em alternativas; Avaliar alternativas; Escolher solução (design final) (i) Especificar os requisitos da tarefa a partir do mercado, empresa e economia; (ii) PAHL e BEITZ Determinar o conceito do design; (iii) Efetuar o design preliminar ou layout (1977) preliminar; (iv) Detalhar o design ou layout definitivo; (v) Documentar (i) Descobrir e valorizar uma necessidade; (ii) Analisar; (iii) Formular o problema; (iv) Levantar os requisitos; (v) Fracionar o problema; (vi) Hierarquizar os problemas; BONSIEPE (vii) Analisar as soluções existentes; (viii) Desenvolver alternativas; (ix) Verificar e (1978) selecionar alternativas; (x) Elaborar os detalhes particulares; (xi) Prototipar; (xii) Avaliar; (xiii) Modificar o protótipo; (xiv) Fabricar pré-Série CRAWFORD (i) Identificar e selecionar as oportunidades; (ii) Gerar o conceito; (iii) Avaliar o (1983) conceito; (iv) Desenvolver; (v) Lançar no mercado (i) Estudar viabilidade; (ii) Projetar preliminarmente; (iii) Projetar detalhadamente; BACK (iv) Revisar e testar; (v) Planejar a produção; (vi) Planejar o mercado; (vii) Planejar (1983) para o consumo e manutenção; (viii) Planejar a obsolescência (i) Gerar idéias; (ii) Selecionar as idéias; (iii) Gerar o conceito do produto; (iv) PARK e ZALTMAN Analisar a performance do mercado; (v) Desenhar o mix de marketing; (vi) Testar no (1987) mercado; (vii) Comercializar (i) Investigar a necessidade: Determinar a necessidade básica; (ii) Determinar o tipo de produto, considerando o tipo de processo; (iii) Determinar o princípio do design; ANDREASEN e HEIN (iv) Determinar o tipo de produção; (v) Efetuar o design do produto: Pesquisar (1987) marketing; Fazer design preliminar; Planejar a produção; (vi) Preparar para a produção: Preparar vendas e produção; (vii) Executar; Produzir; (viii) Vender SUH (i) Identificar uma necessidade social; (ii) Determinar os requisitos funcionais; (iii) (1988) Determinar os atributos do produto; (iv) Prototipar; (v) Produzir o produto CLARK e FUJIMOTO (i) Concepção do produto; (ii) Planejamento do produto; (iii) Projeto do produto; (iv) (1991) Projeto do processo WHEELWRIGHT e CLARCK (i) Gerar, conceber e desenvolver Idéias; (ii) Determinar os requisitos e detalhar os (1992) projetos; (iii) Focar na inovação e desenvolver os projetos selecionados BÜRDEK (i) Identificar o Problema; (ii) Analisar a situação; (iii) Definir o problema; (iv) Gerar (1994) alternativas; (v) Avaliar a escolha; (vi) Realizar ROOZENBURG e EEKEL (i) Analisar o problema; (ii) Efetuar uma síntese das soluções; (iii) Simular as (1995) soluções; (iv) Avaliar o projeto; (v) Tomar a decisão Figura 2 – Classificação das etapas metodológicas de métodos de desenvolvimento de produtos, 1962 a 1995 Fonte: Adaptado de Jung et al. (2008)
  • 7. SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63 43 Modelo/Autor Etapas Metodológicas (i) Definição da missão da empresa; (ii) Definição do conceito; (iii) Engenharia e PRASAD análise; (iv) Design do produto; (v) Prototipagem; (vi) Planejamento e (1997) operacionalização de engenharia; (vii) Operacionalização e controle da produção; (viii) Fabricação; (ix) Melhoria, suporte e entrega continuas DICKSON (i) Gerar idéias; (ii) Desenvolver o conceito; (iii) Planejar o desenvolvimento; (iv) (1997) Desenvolver e testar; (v) Lançar no mercado KAMINSKI (i) Especificar tecnicamente as necessidades; (ii) Estudar a viabilidade; (iii) Efetuar o (2000) projeto básico; (iv) Efetuar o projeto executivo; (v) Planejar a produção; (vi) Executar (i) Planejar marketing; (ii) Planejar o design; (iii) Planejar a manufatura; (iv) ULRICH e EPPINGER Desenvolver o conceito; (v) Definir a arquitetura do produto; (vi) Detalhar o design; (2000) (vii) Testar e refinar; (viii) Produzir (i) Planejar a tarefa: Analisar o mercado, empresa e conjuntura; Encontrar e selecionar idéias; Esclarecer a tarefa; Elaborar lista de requisitos; (ii) Desenvolver o princípio da solução; (iii) Desenvolver a estrutura de construção: Formar corpo preliminar; PAHL et al. Selecionar estudos preliminares; Refinar a forma preliminar; Avaliar; (iv) Projetar a (2005) forma definitiva: Eliminar pontos fracos e erros; Elaborar lista preliminar; Elaborar instruções para produção e montagem; (v) Desenvolver documentação para fabricação: Detalhar, complementar e verificar a documentação. (1 - Pré-Desenvolvimento): (i) Planejar estrategicamente os produtos; (ii) Planejar o projeto; (2 - Desenvolvimento): (i) Efetuar o projeto Informacional; (ii) Efetuar o projeto conceitual; (iii) Efetuar o projeto detalhado; (iv) Preparar a produção; Obter recursos de fabricação; Planejar produção piloto; Receber e instalar recursos; Produzir lote piloto; Homologar o processo; Otimizar a produção; Certificar o produto; Desenvolver processos de fabricação e manutenção; (vii) Lançar o produto: Planejar ROZENFELD et al. lançamento; Desenvolver os processos de venda, distribuição, atendimento e (2006) assistência; Promover marketing; Lançar produto; Gerenciar lançamento; (3 - Pós Desenvolvimento): (i) Acompanhar o produto e processo: Avaliar satisfação do cliente; Monitorar desempenho; Realizar auditoria pós-projeto; Registrar lições apreendidas; (ii) Descontinuar o produto: Analisar, aprovar e planejar a descontinuidade; Preparar e acompanhar o recebimento do produto; Descontinuar a produção; Finalizar suporte ao produto; Avaliar e encerrar o projeto Figura 3 – Classificação das etapas metodológicas de métodos de desenvolvimento de produtos, 1997 a 2006 Fonte: Adaptado de Jung et al. (2008) O estudo da classificação das etapas metodológicas dos métodos de desenvolvimento de produtos proposta por Jung et al. (2008) oportunizou a seleção e escolha do método a ser adaptado e aplicado na empresa pesquisada. 3. PROBLEMATIZAÇÃO No contexto mercadológico atual, observa-se uma constante exigência por inovação e qualidade, sem que as exigências por um preço acessível sejam menosprezadas. Levando-se em consideração estas questões a preocupação primordial das empresas tem sido no sentido de serem desenvolvidos produtos com a melhor utilização possível dos recursos disponíveis. Para Tristão, Toledo e Bernardo (2005) é prevalecente na indústria brasileira a relação de preço/custo. Para estes autores, talvez a implantação de um processo de desenvolvimento de novos produtos sistematizado e adequado poderia melhorar a estratégia competitiva em direção a estratégia de diferenciação. Uma das principais missões da gerência da empresa moderna é, então, otimizar o processo de desenvolvimento de produtos e manufatura com a finalidade de diminuir as
  • 8. 44 SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63 perdas ocorridas durante estas atividades e a obter uma diferenciação nos produtos (BÓRNIA, 1995). O melhor aproveitamento dos recursos inicia, no âmbito industrial, ao evitar-se o desperdício mais evidente no chão-de-fábrica. No entanto, podem existir problemas não tão óbvios, que, somente com o auxílio de ferramentas adequadas podem ser identificados. Uma das referências mais utilizadas para localização desses problemas são as Sete Perdas de Shingo. Segundo Shingo (2000) existem sete principais perdas que fazem com que os custos da produção elevem-se sem agregar qualquer valor ao produto. Estas perdas são ocasionadas por fatores como: (i) superprodução, (ii) transporte, (iii) processamento, (iv) fabricação de produtos defeituosos, (v) movimento, (vi) espera, e (vii) estoque. A diminuição destas perdas e uma maior integração funcional da equipe de desenvolvimento e produção poderão resultar em uma redução dos custos, permitindo que os preços sejam reduzidos e os lucros aumentados. Quando se trata de otimizar recursos materiais, financeiros e humanos pensa-se em eliminar perdas por fabricação de produtos defeituosos ou pelo processamento inadequado. Se for constatado um elevado índice de refugos e retrabalho automaticamente volta-se para a melhoria do processo de manufatura. Mas, deve-se avaliar, também, o processo de desenvolvimento de produtos, pois, segundo Shingo (2000) um método adequado para o desenvolvimento de produtos pode evitar perdas no processamento por retrabalho e fabricação de produtos defeituosos. Neste caso, Kaminski (2000) diz que desde a concepção até a fabricação de um novo produto a empresa deve envolver todos os setores, a fim de se evitar que em qualquer etapa do processo o produto torne-se inviável simplesmente porque algum “especialista” de algum setor não foi consultado no momento adequado. Se isso ocorrer, todo o investimento até este momento será desperdiçado, gerando custos adicionais. Corroborando, Toledo et al. (2006) afirmam que a tarefa de desenvolvimento de produtos compreende a interação de diversos setores da empresa, como pesquisa, desenvolvimento, engenharia de processos, suprimentos, manufatura, distribuição e marketing. A utilização de um modelo para implantação do processo de desenvolvimento de produtos em empresas industriais, seja qual for o porte, é de fundamental importância para que a mesma possa buscar o sucesso atuando em iguais condições ou com um diferencial competitivo em relação aos concorrentes. Pesquisas realizadas por Tristão, Toledo e Bernardo (2005), Jugend, Silva e Toledo et al. (2005), Jugend e Silva (2005), Hansen (2004) e Paula (2004) evidenciam que a aplicação de métodos de desenvolvimento de produtos adaptados visando à redução de perdas, qualidade e diferenciação nos produtos podem resultar na melhoria da competitividade de empresas. 3.1 Cenário A empresa onde foi realizada a pesquisa é uma microempresa que atua na área industrial no setor de produtos plásticos utilizados para decoração, mobília, luminárias e artigos para presentes. A empresa trabalha, na maior parte do seu portfólio de produtos, com estampagem em chapas plásticas, seguida do recorte das mesmas e montagem para confecção do produto. A produção está segmentada em diversos produtos, na maioria são produtos voltados para a decoração de residências e estabelecimentos comerciais e de serviços. São
  • 9. SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63 45 utilizados componentes de diversos tipos, sendo necessários também diversos fornecedores. Na Figura 4 pode-se observar o portfólio de produtos da empresa objeto da pesquisa. Figura 4 – Portfólio de produtos da empresa pesquisada O quadro funcional é composto por quinze pessoas, sendo que seis atuam na área administrativa, tendo um gerente de produção e outros oito funcionários na produção. Dentre os funcionários administrativos há um diretor, um responsável pelo setor de compras, um responsável pelo desenvolvimento de produtos, um gerente responsável pelos representantes, um responsável pelo relacionamento com os fornecedores e outro responsável pela logística. É realizada também uma parceria com outra empresa, que fornece funcionários em períodos sazonais onde ocorre uma elevação da demanda, como engenheiros e especialistas para aumentar a capacidade de desenvolvimento de novos produtos. 3.2 Identificação e caracterização do problema Constatou-se através de observações participantes no “chão de fábrica” que na fase inicial do desenvolvimento de produtos a equipe da empresa não realizava nenhum planejamento, visando um melhor aproveitamento da matéria-prima, em relação a melhor disposição dos moldes (modelos icônicos) sobre as chapas (matéria-prima) para a marcação do perímetro onde posteriormente são efetuados os cortes. Veja na Figura 5 um exemplo de uma operação de corte. Também havia pouca integração entre os setores de desenvolvimento e produção. A equipe da empresa informou que havia desperdício de matéria-prima em função da sistemática adotada para a marcação e cortes que são realizados nas chapas para confecção dos produtos, também informou que necessitava de alguma solução para que fossem reduzidas as “sobras” e, assim, ser melhor utilizada a matéria-prima. Verificou-se que as chapas utilizadas para confecção dos produtos são fornecidas por terceiros e têm um tamanho fixo de 80 x 60 cm (0,48 m²). Segundo relato dos funcionários, as perdas em cada chapa utilizada representavam 23% do material. Assim, para cada 0,48 m² de matéria-prima a empresa perdia 0,11 m². Considerando-se a utilização de 1.000 chapas para a produção (480 m²) as perdas totalizavam 110,4 m².
  • 10. 46 SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63 Figura 5 – Chapa (matéria-prima) com os cortes efetuados Desta forma, o fato de não ser utilizado um modelo metodológico para análise e sistematização dos procedimentos operacionais poderia estar ocasionando perdas de matéria- prima. Ressalta-se, neste caso, que foi constatada também a não reutilização das “sobras” para a confecção de outro produto para o portfólio da empresa. Após avaliar-se o problema da empresa e as características dos produtos do portfólio existente, foi proposta uma solução para a causa do problema. No entanto, resolver apenas o problema de desperdício de matéria-prima dos atuais produtos da empresa não garantiria que na criação de novos produtos a empresa não incorreria no mesmo problema. Uma solução mais adequada seria uma mudança progressiva na cultura organizacional a partir da implantação gradual de uma metodologia para o desenvolvimento de produtos de forma sistêmica. A proposta consistiu em atuar na fase do desenvolvimento de determinados produtos para que estes fossem mais adequados ao material disponível e ao processo de produção existente na empresa. Também foi objetivo da pesquisa procurar obter uma conscientização acerca da importância do uso de um método para DP e da integração dos diversos setores funcionais da empresa no processo de desenvolvimento. 4. ESTUDO APLICADO 4.1 Seleção do método de desenvolvimento de produtos A partir do estudo das etapas metodológicas dos 21 métodos para desenvolvimento de produtos constantes nas Figuras 2 e 3, foi selecionado um método de desenvolvimento de produtos para ser adaptado metodologicamente e adequado à realidade da empresa. O modelo escolhido foi o Modelo Referencial para a Gestão e o Desenvolvimento de Produtos proposto por Rozenfeld et al. (2006), veja a Figura 6. Este método se baseia na visão do desenvolvimento de produtos como um processo estruturado, realizado por equipes, e que esteja relacionado com toda a estrutura da empresa e não com um departamento específico.
  • 11. SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63 47 Figura 6 – Método para a gestão e o desenvolvimento de produtos selecionado Fonte: Rozenfeld et al. (2006) O método é divido em três macro-fases: (i) Pré-Desenvolvimento, (ii) Desenvolvimento, e (iii) Pós-Desenvolvimento. Cada macro-fase possui fases específicas, que por sua vez, possuem atividades genéricas e específicas. O método propõe a adaptação da sua estrutura metodológica às necessidades e peculiaridades da empresa. O procedimento inicial para implantação deste método requer uma análise das condições atuais da empresa para ser determinado o nível de maturidade, para depois ser planejado e fixado qual o nível que a empresa deseja alcançar. O método proposto por Rozenfeld et al. (2006) utiliza o princípio de sequenciamento de fases compostas por atividades genéricas com algumas alterações em cada fase do processo. A escolha deste método foi devido, principalmente, a possibilidade de ser adaptável às peculiaridades das empresas. A característica de “adaptabilidade” da estrutura metodológica do modelo de Rozenfeld et al. (2006) foi identificada e analisada por Jung et al. (2008). Estes autores consideram esta característica como um importante diferencial em relação a outros métodos de desenvolvimento de produtos. Para compreensão da estrutura metodológica pode-se observar na Figura 7 as macro- fases, fases e um exemplo das respectivas atividades genéricas e específicas existentes no método. Na parte superior da Figura 7 localizam-se as macro-fases e fases do método, internamente, no quadro, localiza-se as atividades genéricas e específicas das fases. Estas atividades ocorrem de forma semelhante em todas as fases, apresentando diferenças somente nas atividades específicas das fases, por exemplo: (i) Fase – Planejar o Projeto [Atividade Específica = a) Preparar Cronograma, que se divide em: a.1 Estimar esforço necessário para a atividade; a.2 Alocar recursos necessários; a.3 Otimizar a programação de atividades e recursos; e a.4 Imprimir cronograma]. Nas outras atividades as diferenças são pequenas e os detalhes serão apresentados posteriormente.
  • 12. 48 SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63 Macro Fases Pré-Desenvolvimento Desenvolvimento Pós-Desenvolvimento Fases Planejamento Acompanhar Planejar o Descontinuar Estratégico dos Produto e Projeto Produto Produtos Processo Projeto Projeto Projeto Preparar a Lançamento Informacional Conceitual Detalhado Produção do Produto Atividades Genéricas Revisão da Fase “gate” Atividades Monitorar Atualizar Específicas Viabilidade Avaliar Aprovar Plano da Fase da Fase Econômica Fase Fase Documentar as Decisões Tomadas e Registrar Lições Aprendidas Figura 7 – Representação das fases, atividades genéricas e específicas do método selecionado Fonte: Adaptado de Rozenfeld et al. (2006) Para uma melhor compreensão é feita uma breve descrição sobre cada uma das atividades: (i) Atualizar Plano de Fase, no início do projeto é realizado um plano denominado de Plano de Fase que contém as atividades a serem executadas em cada fase, bem como, os resultados que se espera obter ao final dessas. Ao fim de cada fase este plano deverá ser atualizado e detalhado; (ii) Atividades Específicas da Fase, são realizadas as atividades específicas de cada fase como: realizar o projeto detalhado; (iii) Monitorar Viabilidade Econômica, durante a fase de Planejamento de Projeto é desenvolvido um estudo de viabilidade econômica que ao final de cada fase será atualizado e revisado de acordo com os resultados obtidos até então; (iv) Avaliar Fase, faz-se uma avaliação da fase, baseada em algumas tarefas. Em função disso deve-se decidir pela implementação de ações corretivas, pela aprovação ou não da fase e ao final deve ser realizado um relatório para a equipe de avaliação. As tarefas desta atividade são: a) Aprovar Fase, a atividade de aprovar fase baseia- se no relatório de avaliação da fase com o intuito de dar ou não continuidade no projeto, b) Documentar as Decisões Tomadas e Registrar Lições Aprendidas, ao final de cada fase tudo que foi obtido deve ser documentado para que possa ser utilizado posteriormente no projeto ou em outros. No método é utilizado o que Rozenfeld et al. (2006) denominam de “gate”. O gate acontece ao final de cada fase e consiste em uma avaliação feita pela equipe sobre a execução da fase, sobre o desempenho da própria equipe no projeto e também uma avaliação do projeto
  • 13. SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63 49 em relação à empresa e aos concorrentes. É avaliado, também, se o projeto é ainda interessante para a empresa ou se ao longo dele a realidade do mercado ou da empresa se alterou e o projeto deve ser suspenso ou cancelado. 4.2 Adaptação do método de desenvolvimento de produtos A aplicação experimental realizada na empresa foi realizada a partir da adaptação do método proposto por Rozenfeld et al. (2006). Esta adaptação considerou as peculiaridades de desenvolvimento e produção da empresa, bem como, as limitações existentes como: (i) restrições de tempo, (ii) impossibilidade de parada do sistema de produção para a reestruturação dos processos, (iii) a reduzida equipe de desenvolvimento disponível, e (iv) a existência de um planejamento incipiente ou visão acerca da estratégia de produtos que a empresa desenvolve e produz. As fases de Planejamento Estratégico de Produtos, Preparação à Produção, Lançamento do Produto, Acompanhar Produto/Processo e Descontinuar Produto não foram executadas devido à opção em utilizar-se o método de forma adaptada na pesquisa. No entanto, algumas atividades foram simuladas com finalidades explicativas para que a equipe da empresa tomasse conhecimento e percebesse quais resultados poderiam ser obtidos a partir da implantação completa do método. Também com o intuito de contribuir para a melhoria do sistema de produção da empresa foi fornecida uma lista das atividades que podem ser realizadas durante a fase de acompanhamento do produto e do processo. Na sequência, são descritos os procedimentos realizados e executados experimentalmente. 4.2.1 Levantamento e análise de dados para adaptação do método Inicialmente foi realizado um estudo com a finalidade de obter os dados necessários para a definição das adaptações a serem efetuadas no método visando uma adequação à realidade da empresa. Através da coleta de dados foi possível entender a estrutura de funcionamento da empresa. Na Figura 8 demonstra-se o esquema metodológico utilizado para a coleta de dados. PORTIFÓLIO PROCESSO MATÉRIAS MÉTODO ESTRUTURA DE DE PRIMAS ATUAL ORGANIZACIONAL PRODUTOS FABRICAÇÃO CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA PARÂMETROS PARA ADAPTAÇÃO DO MÉTODO Figura 8 – Modelo diagramático do método utilizado para a coleta de dados 4.2.1.1 Portfólio de produtos As informações acerca do portfólio de produtos foram obtidas através de consultas aos materiais utilizados pela empresa para divulgação dos produtos, bem como, a partir de entrevistas realizadas com os diretores e designers a fim de viabilizar a formação de um conjunto de dados mais detalhado sobre as características dos produtos. Constatou-se que duas linhas de produtos são mais problemáticas em função do pouco aproveitamento das chapas, que são as luminárias e as caixas não-modulares.
  • 14. 50 SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63 4.2.1.2 Matérias-primas As matérias-primas utilizadas pela empresa para confecção de seus produtos foram escolhidas em função de características específicas dos materiais que facilitam a confecção dos seus produtos. A equipe informou que eram empregados materiais plásticos impressos para a maioria dos produtos, mas, existem produtos que utilizam também outros materiais para o processo, como plásticos injetados, componentes elétricos e papel. Devido à simplicidade do sistema de produção da empresa, bem como, a existência de um reduzido número de funcionários, estes componentes são comprados diretamente de fornecedores. 4.2.1.3 Processo de fabricação A empresa trabalha a partir de um simplificado processo de fabricação. Basicamente são realizados cortes nas chapas e em seguida a montagem destas com os demais componentes. 4.2.1.4 Método atual O método de desenvolvimento de produtos ocorre de forma puramente “intuitiva e experimental”, constatou-se que principalmente na fase inicial do desenvolvimento é muito utilizado o processo “criativo” para a geração de idéias visando à obtenção de novos produtos. O responsável pelo desenvolvimento não reside no mesmo estado em que a empresa está instalada, assim, este funcionário realiza apenas algumas visitas durante o mês na empresa. O desenvolvimento do produto é feito exclusivamente por esta pessoa que ao concluir o projeto o envia para um engenheiro de uma empresa parceira e, este transforma o projeto em dados técnicos para ser realizada a produção. 4.2.1.5 Caracterização da empresa - análise da maturidade A empresa possui quinze funcionários, sendo seis funcionários administrativos, um gerente de produção e oito funcionários da produção, além dos representantes locais da marca. As funções se distribuem da seguinte forma: (i) um diretor, (ii) um funcionário encarregado do setor de compras, (iii) um projetista e desenvolvedor de produtos, (iv) um gerente responsável pelos representantes, (v) um funcionário que trata com os fornecedores, e (vi) outro responsável pela logística. Foi analisado o nível de maturidade da empresa de acordo com os padrões estabelecidos em Rozenfeld et al. (2006) a partir das seguintes atividades: (i) avaliação das atividades propostas no método de referência que a empresa já realizava; (ii) verificação da forma de como estas atividades eram executadas, e (iii) verificação da posição na sequência metodológica de implementação do método de referência, de acordo com as atividades de desenvolvimento de produto que a empresa já realizava. Após esta análise foi possível determinar que a empresa se encontrava no nível básico de maturidade, ou seja, somente alguns processos básicos de desenvolvimento de produtos eram realizados, porém sem qualquer padrão ou parâmetros de referência. Quanto ao nível que a empresa pretende atingir foi referido por esta que por enquanto seria desejável ser atingido um “nível mensurável”, que já conta com um processo de desenvolvimento bastante estruturado e, a utilização de ferramentas e indicadores de desempenho para avaliação do processo já seria suficiente no momento. 4.3 Descrição e análise da aplicação do método adaptado Na Figura 9 é demonstrado o método adaptado de Rozenfeld et al. (2006) onde observa-se as macro-fases, fases e atividades genéricas e específicas utilizadas na aplicação experimental.
  • 15. SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63 51 Macro Fases Pré-Desenvolvimento Desenvolvimento Pós-Desenvolvimento Fases Planejamento Acompanhar Planejar o Descontinuar Estratégico dos Produto e Projeto Produto Produtos Processo Projeto Projeto Projeto Preparar a Lançamento Informacional Conceitual Detalhado Produção do Produto Atividades Genéricas Revisão da Fase “gate” Atividades Monitorar Atualizar Específicas Viabilidade Avaliar Aprovar Plano da Fase da Fase Econômica Fase Fase Documentar as Decisões Tomadas e Registrar Lições Aprendidas Figura 9 – Representação das fases, atividades genéricas e específicas do método adaptado e utilizado Fonte: Adaptado de Rozenfeld et al. (2006) 4.3.1 Planejamento do projeto A fase de Planejamento do Projeto foi a primeira realizada na aplicação. Os dados de entrada utilizados nesta fase originaram-se a partir de uma relação dos possíveis produtos a serem projetados e da elaboração de uma Minuta de Projeto. A Minuta foi montada a partir de uma descrição resumida do que seria feito no projeto. Esta fase foi dividida em atividades seguindo-se assim a mesma estrutura do método de referência para serem obtidos os resultados. Na Figura 10 são descritas as atividades realizadas para definir: (i) os interessados no projeto, (ii) escopo do produto, e (iii) escopo do projeto. Iniciou-se a atividade pela determinação das responsabilidades de cada ator envolvido e a respectiva função no projeto. Os cargos Definição dos interessados no projeto gerenciais foram todos classificados como “diretamente envolvidos”, enquanto os cargos de produção foram considerados “de envolvimento parcial”, pois, participariam somente das etapas
  • 16. 52 SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63 mais avançadas do projeto. Os fornecedores e clientes foram considerados atores de pouco envolvimento com o projeto, com exceção de uma empresa parceira que compartilha recursos físicos e humanos com a empresa onde foi implantado o projeto, que foi considerada de alto grau de envolvimento. Com posse dessas informações foi montada a equipe que será responsável pelo projeto. Para definir o escopo do projeto o Gerente de Projeto estudou a Minuta do Projeto e os produtos passíveis de serem utilizados. Em seguida, consultou documentos do escopo de outros produtos da empresa, juntamente com o restante da equipe. Assim, foram definidas as diretrizes básicas que o produto deveria atender. A definição do escopo do produto envolve uma análise detalhada das características do produto que estão presentes na Minuta do Definição do escopo do produto Projeto. É importante entender a diferença existente entre o escopo do produto e o escopo do projeto. O escopo do produto contém a especificação técnica do produto, que descreve o conjunto de funcionalidades e o desempenho desejado para o mesmo, já o escopo do projeto define o que será executado para construir e entregar o produto ou produtos do projeto. No escopo do produto, as restrições e premissas do projeto foram os dados de entrada desta atividade. No escopo do projeto encontra-se uma descrição sucinta do escopo do produto. Por meio de reuniões a equipe preparou a Declaração Definição do escopo do projeto de Escopo do Projeto, contendo o escopo do produto e as restrições e premissas impostas pelo departamento de projetos da empresa. Figura 10 – Descrição da definição dos interessados no projeto, escopo do produto e projeto Para a elaboração da Declaração de Escopo do Projeto foi utilizado um checklist sugerido por Rozenfeld et al. (2006). O resultado é apresentado na Figura 11.
  • 17. SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63 53 Título do projeto Desenvolvimento de nova luminária Apelido do projeto Nova Luminária Planetas O desenvolvimento da nova luminária surgiu na busca de um Contexto novo produto para a linha de luminárias dos planetas, coleção que tem apresentado grande participação no faturamento da empresa Este projeto deve resultar em um produto que esteja de acordo com os padrões da plataforma utilizada e deve ter um custo não Justificativa maior que o das luminárias já fabricadas (que já está muito elevado) Desenvolver uma luminária que se enquadre nos parâmetros da Objetivo linha planetas, mas que tenha um custo mais reduzido O quadro de funcionários da empresa e os clientes da linha de Partes envolvidas luminárias dos planetas Equipe responsável pelo projeto: 04 funcionários. Como o time é Equipe responsável/Organização pequeno e a empresa também, todos os atores estarão envolvidos em todas as atividades, com dedicação prioritária. O produto a ser desenvolvido é a luminária da coleção planetas, Lista de produtos(s) do projeto/metas que será produzida com base nos parâmetros das luminárias da mesma linha. Deliverables Deseja-se desenvolver um protótipo funcional do produto final. Premissas, limitações e restrições De acordo com a linha de produtos luminárias dos planetas. Estratégias O time ficará totalmente dedicado a este projeto. A metodologia será de acordo com o guia confeccionada pra a Metodologia realização deste trabalho Prazo máximo a ser atingido 30 dias Custo-meta, inferior ao das luminárias confeccionadas Custo e preço-meta atualmente R$ 12,26 unitário e, preço-meta igual aos outros produtos similares da linha R$ 25,00 unitário. O controle do projeto, bem como definições de mudança, será Plano de gerenciamento do escopo responsabilidade da equipe de desenvolvimento Figura 11 – Checklist para elaboração da Declaração do Escopo do Projeto Na Figura 12 são descritas as atividades de Detalhamento do Escopo do Projeto, Definição das Atividades e Sequência, e Preparação do Cronograma. Esta atividade teve por finalidade obter uma melhor previsão das estimativas de custos, tempos e recursos, como também a definição de padrões mais objetivos Detalhamento do escopo para medir e controlar o desempenho. Para detalhar o escopo do projeto foi do projeto preciso preparar a Estrutura de Decomposição do Trabalho (EDT) e revisar a declaração do escopo do projeto. Com o uso da declaração do escopo do projeto foi definido o relacionamento Definição das atividades entre as atividades para, posteriormente, analisar-se a rede do projeto. Também e seqüência foi elaborada uma lista das atividades e seus respectivos relacionamentos. Foram utilizadas a declaração do escopo do projeto e o gráfico de rede e informações sobre disponibilidade de recursos para a elaboração de um cronograma. Para realizar o detalhamento das atividades do cronograma Preparação do também foi necessário estimar os esforços para cada atividade, alocar os cronograma recursos necessários, otimizar a programação e, por fim, formatar e imprimir o cronograma. Optou-se em colocar o cronograma em um lugar acessível a todos, localizado próximo à porta de acesso da fábrica. Figura 12 – Descrição das atividades de Detalhamento do Escopo do Projeto, Atividades e Sequência, e Preparação do Cronograma
  • 18. 54 SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63 Para ser possível avaliar os riscos do projeto foram utilizadas informações existentes na declaração do escopo e no cronograma do projeto. Como a empresa não possuía uma política de gestão de riscos ou, sequer, dados resultantes de análises de riscos de projetos anteriores esta atividade iniciou sem a possibilidade de serem utilizados parâmetros comparativos. A avaliação foi realizada através da aplicação do Método Brainstorming (CARVALHO e BACK, 2000) e da matriz SWOT - Strengh, Weakness, Opportunity, Threat (JACINTO, 2004). Foi utilizado o método Brainstorming em função da possibilidade de se obter várias idéias, devido a cada pessoa ter diferentes experiências e opiniões acerca dos riscos a que um projeto de desenvolvimento do produto pode estar sujeito. Assim, foi possível estabelecer e identificar quantitativamente e qualitativamente riscos potenciais e planejar possíveis ações preventivas e corretivas de resposta. A análise SWOT foi realizada a partir dos pontos fortes e fracos da empresa e das ameaças e oportunidades da organização em seu ambiente. Na Figura 13 é apresentada a descrição de como foram realizadas as atividades para Preparação do Orçamento do Projeto, Análise da Viabilidade Econômica do Projeto, e quais Indicadores de Desempenho foram determinados. Foram associados aos dados já existentes estimativas de custos para recursos necessários. Esta atividade demandou previsões dos custos relacionados às atividades e recursos planejados para o desenvolvimento do produto e a Preparação do alocação orçamentária dos custos estimados. Foram gerados o orçamento do orçamento do projeto projeto e o plano de gerenciamento dos custos do projeto. Os resultados desta atividade foram documentados de forma organizada e armazenados para serem utilizados em projetos futuros. Inicialmente, fez-se uma definição mais precisa do custo-alvo. A proposta foi de trabalhar com custo-alvo e não mais lucro-alvo. O custo alvo nada mais é do que o custo máximo admissível de um produto ou serviço. O preço de venda que ele terá é determinado pelo mercado e o lucro do produto é um conjunto de opções estratégicas que a empresa deve tomar (BADIN, 2005). Definido o custo-alvo foi verificada a manufaturabilidade do custo-alvo, ou seja, verificar Análise da viabilidade se seria possível fabricar o produto a este custo. Confirmado isto, foi definido o econômica do projeto volume de vendas do produto e então realizada a avaliação econômica. Foram definidos os principais indicadores financeiros do projeto relacionados com o produto final. Os indicadores financeiros utilizados foram: o valor presente líquido (VPL), método que consiste em calcular todas as entradas e saídas trazendo-as para o primeiro período de tempo e o método do período de retorno do investimento (payback), este método tem como objetivo fazer uma avaliação do período em que o investimento começará a gerar lucro. Definição dos indicadores Os parâmetros de desempenho definidos foram: o tempo de desenvolvimento, o de desempenho custo total do projeto e matéria-prima desperdiçada. Figura 13 – Descrição das atividades de Preparação do Orçamento do Projeto, Análise da Viabilidade Econômica do Projeto e Indicadores de Desempenho Na Figura 14 são descritas as atividades efetuadas para a Definição do Plano de Comunicação, Planejamento e Preparação das Aquisições, Preparação do Plano do Projeto, e Avaliação e Aprovação da Fase.
  • 19. SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63 55 Em função do reduzido porte da empresa todos os funcionários de cargo gerencial, assim como os da produção ficam situados em salas contíguas, Definição do plano de sendo que esta condição oportunizou uma comunicação facilitada. Sendo comunicação assim, a comunicação oral é a mais utilizada normalmente e foi mantida para o experimento. A relação com os clientes e fornecedores é efetuada por e-mail e telefone. Estes métodos de comunicação também foram mantidos. As aquisições a serem realizadas no projeto estão relacionadas àquilo que será preciso adquirir externamente através de fornecedores ou parceiros. Inicialmente foi realizada uma lista com a relação do que será adquirido e Planejamento e quando. Com isso iniciou-se a preparação dos documentos com os preparação das aquisições requerimentos e foram identificados os fornecedores potenciais. A gestão do relacionamento com os fornecedores da empresa já era consistente e organizada, portanto foi mantida. Com o uso de diversas das informações resultantes das atividades anteriores foi elaborado um documento denominado plano de projeto que reuniu todas as Preparação do plano do informações necessárias para a realização do projeto de desenvolvimento do projeto produto de maneira organizada e prática para que o uso seja simplificado. Foram realizadas algumas reuniões para a confecção do plano de projeto. A fase foi avaliada e aprovada a partir dos seguintes pontos: (i) Escopo do Avaliação e aprovação Produto Definido, (ii) Escopo do Projeto Definido, (iii) Planejamento e da fase Programação do Projeto Preparado (Detalhamento do Escopo), (iv) Análise de Risco Realizada, e (v) Análise de Viabilidade Econômica. Figura 14 – Descrição das atividades de Definição do Plano de Comunicação, Planejamento e Preparação das Aquisições, Preparação do Plano do Projeto, e Avaliação e Aprovação da Fase 4.3.2 Projeto informacional Na fase do projeto informacional foram utilizadas as informações obtidas no planejamento do projeto e definiu-se então um conjunto de novas informações que foram utilizadas na concepção do produto. As atividades consistiram na atualização do plano do projeto informacional, revisão do escopo do produto, detalhamento do ciclo de vida e a definição dos clientes, identificação dos requisitos dos clientes e definição final dos requisitos do produto. Também foram efetuadas as especificações-meta do produto e o monitoramento da viabilidade econômico-financeira. 4.3.3 Projeto conceitual Na fase do projeto conceitual foram executadas as atividades relacionadas à geração, representação e seleção das soluções sendo gerado um modelo conceitual do produto. 4.3.3.1 Modelagem funcional do produto A modelagem funcional resulta em uma formatação abstrata do produto. Ela modela o produto em relação às suas funções, sem detalhar os aspectos físicos. Nesta atividade foram identificadas as funções do produto e estabelecidas a função global e a estrutura do produto. Foi então proposta uma estrutura funcional do produto. O produto é bastante simples e sua função global é simplesmente o fornecimento de luz. Como entrada tem-se a energia e a informação (de ligado ou desligado). Como saída: a iluminação. Devido à simplicidade da função global do produto não foram necessários desdobramentos. A Figura 15 apresenta a função global de “iluminar” e a respectiva estrutura de funções.
  • 20. 56 SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63 Função Global Informação Iluminar Iluminar Energia Estrutura de Funções Informação Alimentar / Transferir / Transformar Iluminar Suprir Controlar Energia em Luz Energia Figura 15 – Função global e estrutura de funções do produto 4.3.3.2 Seleção dos princípios de solução para as funções Na Figura 16 são apresentadas as várias soluções propostas para o atendimento das funções requeridas. FUNÇÕES SOLUÇÕES Energia Elétrica (corrente contínua - bateria) Energia Elétrica (corrente alternada) Alimentar / Suprir Tipos de Energia Energia térmica (combustão) Energia solar Interruptor ( liga/desliga) Tipo: alavanca Sensor de toque Tipos de Dispositivos Sensor de voz para Controle Sensor de movimento Transferir / Controlar Interruptor (liga/desliga) Tipo: botão Fio bifilar paralelo Tipos de Meios para Fluxo de Energia Estopa Pavio Vela Tipos de Componentes para Transformar Lâmpada Transformação Lampião Figura 16 – Soluções propostas para o atendimento das funções requeridas 4.3.3.3 Definição da arquitetura e princípio de solução A partir dos princípios de solução existentes na Figura 16 foi utilizada a técnica da Matriz Morfológica (PAHL et al., 2005) para determinar a arquitetura do produto. Este procedimento foi realizado na atividade de “Desenvolver as Alternativas de Solução para o Produto”. Na atividade de definição da arquitetura foi obtida a composição e arranjo físico do produto, veja a Figura 17.
  • 21. SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63 57 COMPONENTES Fio Bifilar SISTEMAS Soquete da Lâmpada lâmpada Sistema Elétrico Interruptor (Alavanca) Plug de tomada Base plástica Sistema Estrutural Haste metálica Estrutura metálica Pantalha Cobertura plástica Figura 17 – Arquitetura do produto e princípio de solução selecionada 4.3.3.4 Atividades seqüenciais O projeto conceitual, nesta aplicação adaptada do método de Rozenfeld et al. (2006), a partir da definição da arquitetura do produto consistiu também na realização de atividades sequenciais anteriormente a fase do Projeto Detalhado. Essas atividades consistiram em: (i) analisar sistemas, subsistemas e componentes; (ii) definir a ergonomia e estética do produto; (iii) definir fornecedores e parcerias para o desenvolvimento; (iv) definir plano de macro processo; (v) atualizar estudo da viabilidade econômica; (vi) avaliar e aprovar fase; e (vii) documentar as decisões tomadas e registrar as lições aprendidas. 4.3.4 Projeto detalhado Nesta fase foram detalhados os procedimentos operacionais a partir da arquitetura do produto. Ao final desta atividade obtiveram-se as especificações detalhadas dos sistemas, subsistemas e componentes, os modelos finais com tolerâncias, a estrutura do produto, os planos de processo e o design do protótipo funcional. Na Figura 18 são apresentados os procedimentos realizados na fase de Projeto Detalhado.
  • 22. 58 SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63 (i) Criar, reutilizar, procurar e codificar SSCs; Criar e detalhar Sistemas, Sub- (ii) Calcular e Desenhar SSCs (Sistemas, Sub-sistemas e Componentes) sistemas e Componentes (SSCs), (iii) Especificar Tolerâncias documentar a configuração (iv) Integrar SSCs; (v) Desenhar e Documentar; (vi) Realizar o BOM (Bill of Material) Foi realizado o levantamento de informações sobre custos, tempo, capacidade e competências para o desenvolvimento ou fornecimento dos SSCs. Como a empresa já possuia uma gestão de relacionamento com os fornecedores bem estruturada, todos estes dados foram Decidir fazer ou comprar SSCs levantados e utilizados nesta tarefa. Na sequência foi realizado o orçamento dos SSCs com os fornecedores. Foram feitos orçamentos com todos os fornecedores com a qual a empresa se relaciona. Tendo estas informações é foi possível decidir pela compra dos SSCs., realizando-se as estimativas de custos. (i) Planejar o processo de fabricação macro; (ii) Planejar processo de montagem macro; (iii) Desdobrar parâmetros críticos dos componentes fabricados; (iv) Reutilizar planos de processo existentes; (v) Definir/Avaliar componente em estado bruto; (vi) Definir e seqüenciar operações; Planejar o processo de fabricação (vii) Selecionar/Especificar máquinas e equipamentos; e montagem (viii) Selecionar/Especificar pessoal e habilidades; (ix) Especificar inspeção; (x) Selecionar/Especificar ferramental; (xi) Ilustrar operações; (xii) Calcular tempos de fabricação e montagem; (xiii) Simular processo de fabricação Avaliar SSCs, configuração e Nesta atividade foram determinadas possíveis falhas e defeitos dos documentação do produto e SSCs e planejados os testes relativos à estas falhas e realizada a processo documentação dos resultados. Figura 18 – Procedimentos realizados na Fase de Projeto Detalhado 5. SÍNTESE A partir da aplicação da técnica de Grupos Focados (RIBEIRO e NEWMANN, 2003) com os funcionários dos setores de administração, desenvolvimento e produção foi possível constatar que foram obtidos importantes resultados em relação a melhoria do processo de desenvolvimento, produção e de fatores organizacionais e estratégicos da empresa. Santos e Fogliatto (2002) afirmam que a técnica de Grupos Focados consiste em um moderador conduzir encontros com pessoas de setores de interesse na empresa para discutir determinado assunto. Estes autores dizem que o objetivo dos Grupos Focados é sondar conhecimentos, atitudes e sentimentos sobre um tópico particular. Greenbaun (2000) e Malhotra (1999) referem que a técnica requer motivar os participantes a interagir entre si para obter-se o maior número possível de informações acerca do assunto proposto. Na Figura 19 são apresentados os resultados da adaptação e aplicação do método de desenvolvimento de produtos realizada na microempresa de manufatura de produtos plásticos decorativos.
  • 23. SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63 59 SETORES RESULTADOS DESCRITOS (i) facilitação do processo devido a utilização de um método de DP para a sistematização das atividades de desenvolvimento de produtos; (ii) melhoria do processo pelo planejamento sistemático das atividades para obtenção do modelo conceitual e detalhado do produto; Desenvolvimento (iii) aumento da eficiência para determinação e racionalização dos materiais empregados no desenvolvimento, em especial, para o planejamento dos cortes nas chapas plásticas (matéria-prima); (iv) possibilidade de avaliar e melhorar os procedimentos pela utilização de gates entre as etapas metodológicas. (i) redução das perdas de matéria-prima de 23% para 10% , em função do melhor planejamento dos cortes a serem efetuados nas chapas plásticas. Produção (ii) melhoria na integração funcional entre o pessoal de desenvolvimento e produção; (iii) melhoria da consciência acerca da necessidade da participação e contribuição junto ao pessoal de desenvolvimento para tomada de decisões. Melhorias Organizacionais Melhorias Estratégicas (i) a multidisciplinaridade e a multifuncionalidade foram adotadas como (i) a logística passou a ser utilizada práticas e são agora consideradas como desde o início do planejamento; fatores de sucesso; (ii) foram adotados procedimentos para (ii) a administração da empresa passou a Administração a documentação com as atribuições de ter um maior controle estratégico no responsabilidade organizacional sobre o processo de desenvolvimento e participa desenvolvimento e produção; agora mais ativamente apoiando a prática (iii) a sistematização dos meios para de sistematização dos processos; comunicação interna passou a ser uma (iii) o pessoal de desenvolvimento e das prioridades da empresa. produção passou a auxiliar a administração da empresa a formular novas estratégias. Figura 19 – Síntese dos resultados da adaptação e aplicação do método para desenvolvimento de produtos Esta síntese foi obtida a partir das percepções e descrições dos funcionários dos setores de administração, desenvolvimento e produção da empresa durante a aplicação da técnica de Grupos Focados. Os resultados descritos pelos funcionários em relação ao setor de administração enquadram-se entre as melhores práticas organizacionais e estratégicas descritas como fatores de sucesso no estudo proposto por Wille (2005). Nesse estudo, Wille fundamentou estas práticas tendo por base as referências de Cooper e Kleinschmidt (1995), Eisenhardt e Tabrizi (1995), e Gupta e Wilemon (1996). 6. CONCLUSÃO Este artigo apresentou uma análise da adaptação e aplicação de um método para desenvolvimento de produtos em uma microempresa de manufatura de produtos plásticos decorativos. Foi apresentada uma síntese das estruturas metodológicas de 21 modelos de DP. A partir destas estruturas foi selecionado um método para desenvolvimento de produtos para ser adaptado as peculiaridades do processo de desenvolvimento e produção da empresa. Na sequencia, foi descrita a adaptação e aplicação do método escolhido, bem como, realizada a análise e síntese dos resultados. O método adaptado foi baseado no modelo proposto por Rozenfeld et al. (2006). A finalidade foi melhorar a sistematização do processo de desenvolvimento de produtos e
  • 24. 60 SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63 produção existente na empresa visando reduzir as perdas de matéria-prima e obter uma melhoria dos fatores organizacionais e estratégicos da empresa. A partir da proposição, adaptação e aplicação do método de desenvolvimento de produtos obteve-se uma redução nas perdas de matéria-prima de 23% para 10% devido a melhor sistematização dos cortes nas chapas utilizadas pela empresa. Em virtude da empresa solicitar sigilo na divulgação das quantidades de matéria-prima levadas em conta no cálculo da redução de perdas foi proposto um exemplo para caracterizar os resultados obtidos, a saber: as chapas utilizadas para confecção dos produtos possuem um tamanho fixo de 80 x 60 cm (0,48 m²). As perdas em cada chapa utilizada após os cortes representavam 23% do material. Assim, para cada 0,48 m² de matéria-prima a empresa perdia 0,11 m². Considerando-se a utilização de 1.000 chapas para a produção (480 m²) as perdas totalizavam 110,4 m². Em relação ao setor administrativo da empresa verificou-se que a partir da aplicação do método: (i) a logística passou a ser considerada como importante desde o início do planejamento dos novos produtos, (ii) foram adotados procedimentos para a documentação com as atribuições de responsabilidade organizacional sobre o desenvolvimento e produção, (iii) a sistematização dos meios para comunicação interna passou a ser uma das prioridades da empresa, (iv) a multidisciplinaridade e a multifuncionalidade são agora consideradas como fatores de sucesso, e (v) administração passou a ter um maior controle estratégico no desenvolvimento e os funcionários passaram a auxiliar na formulação de novas estratégias. Os resultados obtidos poderão contribuir construtivamente para avaliações do processo implantado experimentalmente e do próprio modelo metodológico permitindo que a empresa a partir de agora realize uma análise e se defina pela implantação ou não do modelo na forma completa REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, L. F.; MIGUEL, P. A. C. Gestão do desenvolvimento de novos produtos: uma pesquisa teórica em torno das dimensões e da dinâmica desse processo. Anais. XIV SIMPEP – Simpósio de Engenharia de Produção, UNESP, Bauru, 2007. ANDREASEN M. M.; HEIN L. Integrated product development. Bedford: Springer- Verlag, 1987. ASIMOW, M. Introduction to design. New Jersey: Prentice-Hall, 1962. ARCHER, L. B. The structure of design processes. London: Royal College of Art, 1968. BACK, N. Metodologia de projeto de produtos industriais. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1983. BADIN, N. T. Modelo de referência para o processo de desenvolvimento de produtos integrando fornecedores e baseado nos conceitos de engenharia simultânea, custeio-alvo e empresa virtual. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2005. Tese (Doutorado em Engenharia), Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, 2005. BAXTER, M. Projeto de Produto: Guia Prático para o design de novos produtos. São Paulo: Editora Edgar Blücher, 2. ed., 2000.
  • 25. SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63 61 BONNER, J. M., RUEKERT, R. W.; WALKER Jr., O. C. Upper management control of new productdevelopment projects and project performance. Journal of Product Innovation Management. New York, V. 19, n.3, 2002, p.233-245. BONSIEPE, G. Teoria y práctica del deseño industrial. Barcelona: Gustavo Gili, 1978. BÓRNIA, A. C. Utilização do método da unidade de esforço de produção na quantificação das perdas internas da empresa. In: IV Congresso Internacional de Custos. Anais. São Paulo, Campinas, 1995. BÜRDEK, B. E. Diseño: Historia, teoría y práctica del diseño industrial. Barcelona: Gustavo Gili, 1994. BUSS, C. de O.; CUNHA, G. D. da. Modelo referencial para o processo de desenvolvimento de novos produtos. Anais. XXII Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica. Salvador, Bahia, 2002. CARVALHO, M. A. de; BACK, N. Rumo a um modelo para a solução criativa de problemas nas etapas iniciais do desenvolvimento de produtos. Anais. II Congresso Brasileiro de Gestão do Desenvolvimento de Produto, São Carlo, 2000 . CHENG, L. C. Caracterização da gestão de desenvolvimento do Produto: delineando o seu contorno e dimensões básicas. In: Congresso Brasileiro de Gestão em Desenvolvimento de Produtos. Anais. São Paulo, São Carlos, 2000. CLARK, K. B., FUJIMOTO, T. Product development performance: strategy, organization, and management in the world auto industry. Boston: Harvard Business School Press, 1991. CLARK, K. B.; WHEELWRIGHT, S. C. Managing new product and process development: text and cases. New York: The Free Press, 1993. COOPER, R. G.; KLEINSCHIMIDT, E. J. Benchmarking firm’s critical success factors in new product development. Journal of Product Innovation Management. v. 12, n. 5, New York, 2005. DICKSON, P. Marketing management. Forth Worth: The Dryden Prees, 1997. ENGWALL, M.; KLING, R.; WERR, A. Models in Action: How Management Models Are Interpreted in New Product Development. R&D Management, v. 35, n. 4, 2005, p. 427- 439. EISENHARDT, K. M.; TABRIZI, B. N. Acceleration adaptative process: product innovation in the global industry. Administrative Science Quarterly. v. 40, New York, 1995. CRAWFORD, C. M. New product management. Burr Ridge, IIL: Irwin, 1983. FERREIRA, F. H. G. A evolução de uma ciência chamada administração. Disponível em: <www.sebraepb.com.br:8080/bte/download/Iniciação%20Empresarial/260_1_Arquivos_adm. pdf>. Acesso em: 28 Maio de 2006. GONÇALVES FILHO, C.; GGONÇALVES, C. A. Gerência do conhecimento: desafios e oportunidades para as organizações. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v.08, nº. 1, janeiro/março 2001. GONÇALVES, J. E. L. As empresas são grandes coleções de processos. Revista Virtual Uniandrade. v. 4, 2003. GREENBAUN, T. L. Moderating focus groups: a practical guide for group facilitation. 1 ed., Thousand Oaks, USA: Sage Publications Inc., 2000.
  • 26. 62 SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V. 07 N. 01 (2009) p. 37-63 GUPTA, A. K.; WILEMON, D. Changing patterns in industrial R&D management. Journal of Production Innovation Management. v. 13, n. 6, New York, 1996. HANSEN, R. Proposta de estruturação das fases iniciais do processo de desenvolvimento de produto para o setor moveleiro de Bento Gonçalves. Porto Alegre: UFRGS, 2004. Dissertação (Mestrado em Engenharia), Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2004. JACINTHO, P. R. B. Consultoria empresarial: procedimentos para aplicação em micro e pequenas empresas. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2004. Dissertação (Mestrado em Engenharia), Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, 2004. JONES, C. J. Métodos de diseño. Barcelona: Gustavo Gili, 1976. JORDAN, N. Temas de psicologia especulativa. Buenos Aires: Trquel, 1974. JUGEND, D.; SILVA, S. L. da; TOLEDO, J. C. de. Análise do processo de desenvolvimento de produto em empresas de base tecnológica de pequeno porte: estudo de casos do setor de automação industrial. Anais. V CBGDP Curitiba, PR, Brasil, 2005. JUGEND, D.; SILVA, S. L. da. Gestão do processo de desenvolvimento de produto: um estudo comparativo entre empresas de base tecnológica do setor de automação industrial. Anais. XXV ENEGEP – Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Porto Alegre, ABEPRO, 2005. JUNG, C. F.; RIBEIRO, J. L. D.; ECHEVESTE, M. E. S.; CATEN, C. S. t. Uma discussão de modelos de desenvolvimento de produto e suas características lineares e sistêmicas. Anais. VIII SEPROSUL – Semana de Engenharia de Produção Sul-Americana. Bento Gonçalves, FEENG, 2008. KAMINSKI, P. C. Desenvolvendo produtos com planejamento, criatividade e qualidade. Rio de Janeiro: LTC, 2000. KASPER, H. O processo de pensamento sistêmico: um estudo das principais abordagens a partir de um quadro de referência proposto. Porto Alegre: UFRGS. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2000. KINDLEIN JÚNIOR, W.; CÂNDIDO, L. H.; PLATCHECK, E. Analogia entre as Metodologias de Desenvolvimento de Produtos Atuais, com a Proposta de uma Metodologia com Ênfase no Ecodesign. Anais. II Congresso Internacional de Pesquisa em Design, Rio de Janeiro, 2003. KOTLER, P. Marketing management: analysis, planning, implementation, and control. Londres: Prentice-Hall, 1974. KRISHNAN, V.; ULRICH, K. T. Product Development Decisions: a Review of the Literature. Management Science, v. 47, n. 1, 2001, p. 1-21. MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada, 3 ed., Porto Alegre: Bookman, 1999. ULRICH, K. T.; EPPINGER, S. D. Product design and development. 2nd ed. New York: McGraw-Hill, 2000. PAHL, G., BEITZ, W. Konstruktionslehre. 1ª ed. Berlim: Springer, 1977.
  • 27. SUAREZ, JUNG & CATEN / Revista P&D em Engenharia de Produção V.07 N. 01 (2009) p. 37-63 63 PAHL, G.; BEITZ, W.; FELDHUSEN, J.; GROTE, K. Projeto na engenharia: fundamentos do desenvolvimento eficaz de produtos, métodos e aplicações. Trad. Werner, H. A., 6ª ed. São Paulo: Editora Edgar Blücher, 2005. PARK, C., ZALTMAN, G. Marketing management. Chicago: The Dryden Prees, 1987. PAULA, I. C. de. Proposta de um método para execução do processo de desenvolvimento de produtos farmacêuticos. Porto Alegre: UFRGS, 2004. Tese (Doutorado em Engenharia), Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2004. PRASAD, B. Concurrent engineering fundamentals: integrated product development. Londres: Prentice-Hall, 1997. RIBEIRO, J. L. D..; NEWMANN, C. Planejamento e condução de grupos focados. In: RIBEIRO, J. L. D. (Org.) Grupos focados: teoria e aplicações. Porto Alegre: FEENG, 2003. ROOZENBURG, N. F. M., EEKELS, J. Product desing: fundamentals and methods. New York: John Wiley & Sons, 1995. ROZENFELD, H; FORCELLINI, F. A.; AMARAL, D. C.; TOLEDO, J. C. de; SILVA, S. L. da; ALLIPRANDINI, D. H.; SACLICE, R. K. Gestão de desenvolvimento de produtos: uma referência para a melhoria de processos. São Paulo: Editora Saraiva, 1. ed., 2006. SANTOS, G. T.; FOGLIATTO, F. S. Grupos Focalizados: uma proposta de roteiro para identificação de atributos de referência. Anais. XXII ENEGEP – Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Curitiba, PR, 2002. SHINGO, S. Sistema de troca rápida de ferramenta: uma evolução nos sistemas produtivos. Porto Alegre: Bookman, 2000. SUH, N. P. The principles of design. New York: Oxford Press, 1988. TOLEDO, J. C. de; SIMÕES, J. M. S.; LIMA, L. S. L.; MANO, A. P.; SILVA, S. L. da. A gestão do processo de desenvolvimento de produto em empresas brasileiras de pequeno e médio porte do setor de máquinas e implementos agrícolas. Anais. XXVI ENEGEP – Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Fortaleza, Ceará, 2006. TRISTÃO, H. M.; TOLEDO, J. C. de; BERNARDO, M. S. Gestão do processo de desenvolvimento de produto e a estratégia competitiva de uma empresa de calçados de Franca São Paulo – Brasil. Anais. V CBGDP. Curitiba, PR, 2005. WHEELWRIGHT, S. C., CLARCK, K. B. Revolutionizing product development process: quantum leaps in speed, efficiency, and quality. New York: The Free Press, 1992. WILLE, G. M. F. C. Melhores práticas em desenvolvimento de novos produtos: parte 2 fatores de organização do projeto de DNP. Visão Acadêmica. v. 6, n. 2, Jul/Dez, 2005.