O documento discute os principais riscos que o Brasil enfrentará durante a Copa do Mundo de 2014, incluindo problemas na infraestrutura, transporte e saúde pública, além de questões de segurança como protestos e falta de preparo do comércio para atender os turistas.
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Os principais riscos que o Brasil correrá na Copa de 2014
1.
2. Se o Brasil está preparado para a Copa, não parece!
3. Introdução
Faltando pouco menos de dois meses para o início da Copa do Mundo, o Brasil
corre para deixar o país pronto para receber os milhares de turistas estrangeiros
que são esperados durante os 30 dias do evento. Metade das arenas que irão
receber os jogos ainda não está pronta, o que preocupa governantes e membros
da FIFA. Porém, os problemas que devem envolver o torneio vão além dos
campos de futebol, e alguns deles são fontes de preocupação para muitas
entidades nacionais. Afinal, como será o deslocamento dessa massa de pessoas
que irá ocupar o Brasil a partir do dia 12 de junho, e muitos de nossos aeroportos
não terminaram de se adequar para o volume esperado de viajantes? Nossos
sistemas de transporte urbano darão conta dessa demanda? E nossos hotéis,
terão capacidade e gente preparada para atender os turistas? Além disso, há
quem leve em conta a questão da segurança durante a Copa. Existem promessas
de que as manifestações vistas em junho se repitam durante os jogos, com mais
força e maior volume de pessoas. Com a volta do debate sobre a briga de
torcidas, o medo de confrontos durante as partidas ganha força dentro das
perspectivas do que pode ocorrer durante o torneio.
Pensando nisso, nosso grupo elencou principais riscos que o Brasil correrá
durante a Copa do Mundo, o que esperar deles, e qual seriam as soluções ideais
para contorná-los.
4. Quais são os principais riscos que o Brasil
correrá durante a Copa do Mundo :
5.
6. Saúde
•Infraestrutura
O caos na saúde pública é notícia durante o ano todo em todo o Brasil,
não temos estrutura suficiente para os brasileiros, e se estrangeiros
precisarem ser atendidos? As cidades sedes terão 512 unidades móveis
do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e 66 unidades de
Pronto Atendimento, utilizando cerca de 10000 profissionais de saúde.
Mas e fora dos estádios? Lembrando que estaremos em tempo de férias
escolares, e que as famílias dessas capitais sede viajarão para outras
cidades como a nossa região. E fora das sedes? Ficarão sem suporte?
•Turismo Sexual e Doenças Sexualmente Transmissíveis
Não há como negar que o evento também vai estimular o turismo sexual
e sexo casual. O infectologista adverte que, na página do Ministério do
Turismo, há uma pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas) com 4.000
torcedores que aponta este perfil: maioria de público masculino, na faixa
etária entre 25 e 50 anos e que viaja sozinho. Esses homens todos vão
voltar para suas casas, mas as doenças sexualmente transmissíveis ficarão
aqui, para serem tratadas pelo SUS, onerando ainda mais o Sistema que já
está um caos.
7.
8. Transportes
Na Copa do Mundo proposta pelo Brasil à FIFA, havia a previsão de obras
ambiciosas de mobilidade urbana que dariam acesso aos estádios, mas o não
cumprimento das promessas nas cidades- sede colocara muitos torcedores em
sistemas de transporte publico deficientes.
Ao todo, R$ 12 bilhões seriam injetados na reestruturação dos equipamentos de
transporte, a fim de garantir fluidez no trânsito das capitais durante os jogos e
facilidade de acesso aos turistas que vêm ao Brasil. Porém, não foi isso que
aconteceu. Segundo Otávio Cunha, presidente da Associação Nacional das
Empresas de Transporte Urbano (NTU), desde o anúncio do pacote, há cinco
anos, até hoje, uma parte pouco significativa desse montante foi de fato
aplicada. “Para se habilitar aos recursos, era necessário projetos que
estivessem dentro das exigências que o Ministério das Cidades fez, o que
dificultou muito as coisas”, destacou. “Vamos ficar devendo e muito aos
turistas no quesito transporte. Os municípios são a favor de transformar em
feriados os dias de jogo, para ajudar no tráfego, porém isso não será o
suficiente. Teremos muitos gargalos ainda”. Uma solução paliativa, que teria
um efeito “imediato”, seria a adoção, nas cidades em que fosse possível, do
uso de faixas exclusivas para ônibus, como as que têm sido implementadas em
São Paulo
9.
10. Segurança Pública
• Protestos
A Copa das Confederações, em junho, ocorreu em meio à onda de protestos
populares. Milhões de pessoas foram às ruas questionar os imensos gastos
feitos pelo governo com a Copa, pedindo mais recursos para saúde e
educação. Contudo, durante os atos pacíficos, cenas de violência e
depredação das cidades também foram vistas, o que fez os representantes da
FIFA hesitarem na continuidade do projeto 2014.
Para o Mundial do ano que vem, há quem acredite que novos levantes serão
armados. “As atenções internacionais estarão todas voltadas para cá. A grande
questão que irá determinar se haverá ou não novas manifestações nas ruas
será o tamanho da disposição das pessoas naquele momento”, indica Marco
Antônio Villa, historiador e professor da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar).
Um motivo que deve diminuir o número de protestos durante a Copa foram os
atos de violência vistos em junho, que segundo Villa, tiraram o ânimo de
muitos envolvidos. “Esses Black blocks afastaram muita gente das ruas. E com
certeza eles estarão com receio de que novamente um protesto se torne algo
violento”.
Além disso, o fato de 2014 ser um ano de eleição para presidente deve contribuir
para um contenção maior por parte do poder público. “Não duvido que o
governo mobilize suas forças para controlar essas manifestações e diminuir
suas aparições na mídia, porque eles não querem propaganda negativa às
vésperas da eleição”, completa o professor.
11.
12. Comércio
• Há uma parcela grande de empresários e comerciantes que vê com
receio a capacidade do mercado. Fabrizio Quirino, gestor de
comunicação e marketing da Associação Comercial Empresarial do
Brasil (Aceb), afirma que a falta de conhecimento do perfil de
consumo dos turistas é o principal argumento contra novos
investimentos do setor comercial, o que pesará negativamente na
oferta de determinados produtos. “A preparação para a Copa está
sendo feita pensando em atender de maneira devida essa demanda
nacional e internacional. Porém, temos dois problemas a enfrentar:
a falta de infraestrutura comercial e a concorrência, que será forte,
o que deixa todos com o pé atrás”, destaca o gerente.
• Outra dificuldade que o comércio deve enfrentar também será a
falta de profissionais capacitados para isso. A Associação Comercial
do Paraná (ACP), no fim de 2012, anunciava projetos de capacitação
dos profissionais do varejo, para garantir um atendimento de
qualidade aos estrangeiros. Porém, a entidade hoje diz que não
vislumbra ainda a Copa, e que projetos para o Mundial ainda serão
elaborados.