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APRESENTAÇÃO
Caros alunos,
Este é um dos materiais de apoio que usei por um bom tempo no meu curso em São Luís, MA,
chamado Oficina dos Concursos. Nele, você vai encontrar uma série de informações básicas
sobre Tipologias e Gêneros Textuais.
O principal objetivo desta apostila é oferecer aos alunos, concurseiros de todo o Brasil,
subsídios textuais e metatextuais para se familiarizarem com os principais tipos de textos
que ocorrem nas provas dos concursos organizados pelas principais bancas do país.
Além de informações sobre textos, há um bom volume de material informativo que pode e
deve ser levado em consideração.
Há no final da apostila uma série de Mapas Conceituais extraídos do material eletrônico da
Editora Moderna, de autoria de Maria J. Abaurre, os quais ajudarão a esclarecer ainda mais
o conhecimento sobre textos.
Por fim, há um quadro comparativo de tipologias textuais que compara as três principais
tipologias textuais: Descrição Narração e Dissertação.
Aproveitem o material. É gratuito. E bons estudos!
Fraternalmente,
Professor Adeildo Júnior
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I – ANÁLISE, COMPREESÃO E INTERPRETAÇÃO
A análise, a compreensão e a interpretação de um
texto envolvem o conhecimento de seus elementos
estruturais, ou seja, o domínio de determinadas
categorias (conceitos) do texto. O domínio desses
conceitos básicos possibilita ao leitor uma análise mais
rigorosa, com observações críticas mais bem
fundamentadas. A descrição desses elementos
estruturais do texto deve fornecer matéria para uma
argumentação, uma linha de raciocínio em que o leitor
principiante na análise textual fundamente a defesa de
um ponto de vista crítico ou precise responder a questões
mais aprofundadas sobre o texto e os elementos que o
estruturam.
Sem essa linha de argumentação, em torno de
uma ideia central a ser desenvolvida, a descrição dos
elementos estruturais do texto tenderá a se desarticular. A
análise textual pressupõe essa articulação, e a descrição
só terá sentido crítico se for feita em sua função.
Analisar um texto é, pois, correlacionar, em torno
de um núcleo central de ideias, a organização de seus
elementos estruturais, conforme as necessidades da
argumentação. Analisar pressupõe argumentar,
defender o ponto de vista crítico que é a sua razão de
ser. Para essa defesa, é necessário que se busque uma
comprovação do que se afirma. Daí a importância de uma
descrição mais rigorosa do texto. Subsidiariamente,
pode-se valer da bibliografia existente sobre a obra, seu
autor, seu estilo jornalístico ou sua tendência literária.
Esta matéria, entretanto, deve aparecer em função da
análise que está em curso e não o inverso.
A análise textual pressupõe dois movimentos: a
desmontagem do texto (a análise propriamente dita, no
sentido literal dessa palavra) e a sua articulação em
torno de um seu princípio configurador (uma estrutura,
um tema) capaz de explicar o sentido de sua construção.
Essa articulação tem em vista uma síntese, isto é, uma
visão de conjunto do texto analisado:
“Análise e interpretação representam os dois
momentos fundamentais do estudo do texto, isto
é, os que se poderiam chamar respectivamente o
‘momento da parte’ e o ‘momento do todo’,
completando o círculo hermenêutico, ou
interpretativo, que consiste em entender o todo
pela parte e a parte pelo todo, a síntese pela
análise e a análise pela síntese.”1
Diante de tudo isso, com o objetivo de estreitar o
contato do leitor principiante com a informação e com a
análise textual, apresentamos a seguir uma orientação
para a construção de uma leitura inteligentemente
conduzida. São conceitos e técnicas de leitura, que
ajudarão a descortinar o texto e a criar um hábito de
1 Candido, Antonio. O estudo analítico do poema. São Paulo, FFLCH/Universidade de São
Paulo, s.d. p. 20.
leitura e análise iluminados pela razão. Além disso, há
uma coletânea dos mais variados gêneros textuais. A
seleção obedeceu a um critério simples, porém rigoroso:
as tipologias textuais escolhidas basearam-se nas que
mais ocorrem em provas de concursos públicos
organizados pela Fundação Carlos Chagas (FCC),
Escola de Administração Fazendária (ESAF), Centro de
Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de
Brasília (CESPE-UnB), entre outras instituições.
Os textos estão apresentados de acordo com os
gêneros de que fazem parte. Antes, porém, de cada
coletânea, há um esclarecimento a respeito do que são e
de como se caracterizam as várias modalidades textuais
apresentadas: editoriais, artigos, notícias e cônicas.
Desse modo, esperamos contribuir para o
desenvolvimento das habilidades de cada leitor,
tornando-o não só capaz de ler melhor, mas também (e,
sobretudo) livre para compreender o mundo que o cerca
e interagir com este mundo como cidadão consciente de
que ler liberta.
II – OS TEXTOS JORNALÍSTICOS
Os textos denominados de textos jornalísticos, em
função de seu portador (jornais, periódicos, revistas),
mostram um claro predomínio da função informativa da
linguagem: trazem os fatos mais relevantes no momento
em que acontecem. Esta adesão ao presente, esta
primazia da atualidade, condena-os a uma vida efêmera.
Propõem-se a difundir as novidades produzidas em
diferentes partes do mundo, sobre os mais variados
temas. Apesar dessa característica fugacidade, muitos
desses temas têm sua conotação de atualidade mantida,
haja vista a permanência das discussões ou a
continuidade das problemáticas sociais historicamente
indissolúveis.
De acordo com esse propósito, são agrupados em
diferentes seções: informação nacional, informação
internacional, informação local, sociedade, economia,
cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos.
A ordem de apresentação dessas seções, assim
como a extensão e o tratamento dado aos textos que
incluem, são indicadores importantes tanto da ideologia
como da posição adotada pela publicação sobre o tema
abordado.
Os textos jornalísticos apresentam diferentes
seções. As mais comuns são os editoriais, as notícias, os
artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as
crônicas, as resenhas de obras e espetáculos.
A publicidade é um componente constante dos
jornais e revistas, à medida que permite o financiamento
de suas edições. Mas os textos publicitários aparecem
não só nos periódicos como também em outros meios
amplamente conhecidos como os cartazes, folhetos,
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folders, outdoors, etc.; por isso, eles não entrarão nessa
coletânea.
Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em
qualquer de suas seções, devem cumprir certos requisitos
de apresentação, entre os quais destacam-se: a
legibilidade de sua tipografia, apurada diagramação,
ilustrações gráficas adequadas e complementares das
informações (tabelas, fotografias, gráficos, esquemas,
etc.).
É conveniente a observação ainda de como os
textos jornalísticos são distribuídos na publicação para
melhor conhecer a ideologia da mesma. Essencialmente,
a primeira página, as páginas ímpares e o extremo
superior das folhas dos jornais trazem informações que
devem ser destacadas. Esta localização antecipa ao leitor
a importância que a publicação deu ao conteúdo desses
textos.
O corpo da letra dos títulos também é um
elemento indicativo do posicionamento adotado pela
redação.
III - EDITORIAIS
Os editoriais são textos de um jornal em que o
conteúdo expressa a opinião da empresa, da direção ou
da equipe de redação, sem a obrigação de se ater a
nenhuma imparcialidade ou objetividade. Geralmente,
grandes jornais reservam um espaço predeterminado
para os editoriais em duas ou mais colunas logo nas
primeiras páginas internas. Os boxes (quadros) dos
editoriais são normalmente demarcados com uma borda
ou tipologia diferente para marcar claramente que aquele
texto é opinativo, e não informativo. Editoriais maiores e
mais analíticos são chamados de artigos de fundo.
O profissional da redação encarregado de redigir
os editoriais é chamado de editorialista. Na chamada
"grande imprensa", os editoriais são apócrifos — isto é,
nunca são assinados por ninguém em particular.
A opinião de um veículo, entretanto, não é
expressada exclusivamente nos editoriais, mas também
na forma como organiza os assuntos publicados, pela
qualidade e quantidade que atribui a cada um (no
processo de Edição jornalística). Em casos em que as
próprias matérias do jornal são imbuídas de uma carga
opinativa forte, mas não chegam a ser separados como
editoriais, diz-se que é Jornalismo de Opinião.
TEXTO 01
COM TODAS AS LETRAS
Sabe-se de uma reforma agrária na Grécia, há 26
séculos, quando o legislador Sólon extinguiu a hipoteca
de terras e anistiou as dívidas dos camponeses. Há 21
séculos, em Roma, os irmãos Graco promulgaram a lex
agraria, que estabelecia o máximo de terra que cada um
podia ter. Na China, há 16 séculos, Tao Wu-ti assentou
460.000 camponeses, o que aumentou a produção de
alimentos e expandiu a agricultura império afora. Na
idade moderna, sabemos da reforma agrária trazida pela
Revolução Francesa (1789), do fim dos latifúndios no
Japão (1949), Bolívia (1953), Cuba (1959). E aqui, depois
de exemplos que vêm de dois milênios, para nossa
vergonha perante as nações, no país com maior área
agriculturável do planeta, quem luta por reforma agrária
é tratado como criminoso. Em pleno século 21.
Tal é a situação que vivemos, e se agrava no Rio
Grande do Sul, onde nada menos que o Conselho
Superior do Ministério Público estadual aprovou há seis
meses documento que equivale a uma declaração de
guerra ao MST, o Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem-Terra. Isto ocorre num Estado em que a direita
assanha garras e dentes, enquanto o governo enfrenta a
maior crise de sua história recente, em meio a uma
catadupa de denúncias de corrupção. A governadora
Yeda Crusius, acuada, isola-se no Palácio Piratini e,
conforme mostra a reportagem de Maurício Macedo,
responde com violência a toda manifestação de repúdio
a seu desgoverno – com tropas da Brigada Militar,
comandada pelo coronel Paulo Mendes, que o povo
chama de “capitão Nascimento dos pampas”, ou
também, sintomaticamente, de “pittbull da Yeda”. Assim,
nosso colunista João Pedro Stedile, membro do MST,
encontra fortes razões para dizer, com todas as letras, que
“o fascismo renasce nos pampas”. O bravo povo gaúcho
não merece.
Como não merecem os xavantes, no Mato Grosso,
o tratamento que brancos despidos de todo senso de
humanidade lhes dedicam. A outra reportagem de
destaque neste número, de João de Barros, narra a saga
dos xavantes que, expulsos de suas terras, voltaram e
agora enfrentam a ameaça de perder tudo de novo. E só
basta às autoridades cumprir as decisões da Justiça.
(Caros Amigos. Editorial - Ano XII - Número 136 Julho 2008)
TEXTO 02
POLÍCIA É CIVIL
“Uma brutalidade inaceitável”, reagiu o
governador paulista, José Serra, ao saber que 6 PMs
lincharam um garoto de 15 anos em Bauru. A selvageria
desses maus policiais, nos últimos 2 anos e apenas em
São Paulo e Rio de Janeiro, ceifou quase 3.500 vidas –
números bélicos. Já escandaliza até meios conservadores
– um de seus arautos, O Estado de S. Paulo clama que “o
banditismo dentro da polícia precisa ser cortado pela
raiz” (editorial de 12/5/2008).
De Bauru, nossos repórteres trouxeram a matéria
“Assassinos Fardados à Solta”. Nela, Fermino Fechio,
ouvidor nacional da SEDH (Secretaria Especial de
Direitos Humanos da Presidência da República), diz:
“histórica e cientificamente, polícia é uma instituição de
natureza civil”. A favor da desmilitarização da polícia,
Fechio aponta que em vários Estados a PM tem o mesmo
regulamento disciplinar do exército.
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Mais que isso, podemos dizer: como a ideologia é
militar, há que existir inimigos; e como não estamos em
guerra, aqui mesmo está o inimigo, um inimigo difuso,
que acaba se confundindo com o povo – o pobre, o negro,
os desvalidos, os sem-voz. No Rio, a matança já era tal no
meio da década passada, que um general golpista de 64,
Carlos Alberto da Fontoura, dizia na época que tinha
“mais medo da polícia do que do ladrão”. Com certeza
referia-se à PM, aliás resquício da ditadura. Para o bem
geral, entre as reformas de que o país precisa, urge mais
esta: a desmilitarização da polícia.
Outro repórter acompanhou as peripécias de uma
“mula” que foi buscar drogas no Paraguai, enquanto um
quarto explica como funciona a guilhotina que decepa
dedos no carro Fox – assunto do qual a mídia grande
fugiu.
No Rio, ouvimos Ney Matogrosso, maravilhoso no
palco, gentil na entrevista: abriu-nos a alma. Um deleite
mesmo para os que não se consideram seus fãs.
Um viva para Roberto Freire, jornalista, escritor,
que se foi a 23 de maio aos 81 anos. Co-fundador de
Caros Amigos, honrou-nos com sua sabedoria até 1998,
quando se afastou por divergências ideológicas com
Sérgio de Souza.
(Caros Amigos. Editorial - Ano XII - Número 135 Julho 2008)
TEXTO 03
DOIS JEITOS DE TRATAR OS POBRES
Na maior cidade do hemisfério sul, desenrola-se
uma política perversa que o eufemismo oficialista
classifica de “revitalização do centro”.
Consiste em identificar locais habitados pela
pobreza no chamado centro “expandido”, em cortiços,
favelas, ocupações, loteamentos “irregulares”. E, então,
promover a “limpeza social”, mediante ações disfarçadas
em legalidade ou simplesmente truculentas, empurrando
os pobres cada vez mais para os confins da metrópole,
onde se repetirá o ciclo – loteamento irregular, ocupação
à beira de mananciais, de encostas, até nova expulsão.
Não tem ocorrido ao atual “establishment” municipal
revitalizar o centro de São Paulo revitalizando os pobres,
dando-lhes a chance de ascender a melhores condições
de vida e de permanecer onde estão. Eis o tema de nossa
reportagem principal.
No extremo oposto desse tipo de atitude diante de nossos
semelhantes, vamos encontrar a ação do principal
entrevistado do mês, o neurocientista Miguel Nicolelis,
autor de recente proeza que aturdiu o mundo: mostrou
que a “força do pensamento” pode mover um robô no
outro lado do mundo. Ele escolheu justo a região mais
pobre do país, o Nordeste, para cravar o primeiro instituto
de ciências com o qual pretende iniciar uma rede que
atenderá mais de 1 milhão de crianças.
Fanático pelo Palmeiras, por futebol e pelo Brasil,
demonstra a simplicidade dos verdadeiros gênios.
Também não registramos memória, em nossa redação,
de um entrevistado ou entrevistada que tenha se
emocionado a ponto de chorar – o que aconteceu quando
ele falou dos brasis que estão acontecendo e ninguém dá
notícia, ou das crianças que seu instituto acolhe e só
precisam de carinho e atenção para despontar, sem medo
de fazer perguntas, a montar robôs, a olhar no telescópio,
a medir a lua de Júpiter.
A ciência, avisa Nicolelis, é uma questão de
soberania nacional. Promove transformação social.
Estamos desde fevereiro sem a seção De Repente,
do nosso Nicodemus Pessoa, que se encontra em
tratamento de saúde e a quem desejamos pronto
restabelecimento.
(Caros Amigos. Editorial - Ano XII - Número 134 Julho 2008)
TEXTO 04
FOI-SE NOSSO SERJÃO
Márcia, a “menina” mais velha dentre os sete
filhos de Serjão, disse a um de nós que se acercou do
esquife, onde jazia o corpo solene, imponente:
“Morreu nosso pai, seu também – todos os que
estão aqui, de quem ele não foi pai?”
Então, de todos nós ali morria-nos também um
pai, e felizes aqueles que encontram esse segundo pai,
que nos lapida ou corrige o caráter, orienta na profissão
e na vida, no fazer diário e principalmente na
exemplaridade.
A todos os que lamentam a precoce partida,
ocorre a observação, obrigatória: a gentil elegância.
Escreve o caçula da redação Vinícius Souto, 19
anos: “Atencioso quando se despedia em direção ao
almoço, atravessava a redação dizendo os nomes dos
presentes, um a um, sem esquecer ninguém.” O quase
setentão Woile Guimarães, de antigas batalhas,
relembra “a dedicação que dava aos jovens, estagiários,
estudantes”, um deles, recém-formado, Caio Bruno, a
testemunhar como, apesar do “caminhão de trabalhos”, o
recebeu com paciência e atenção.
“Serjão respeitava o momento de quem falava
com ele”, observa o poeta e jornalista Hélio Alcântara.
A importância de Sérgio de Souza para o
jornalismo brasileiro é discreta como sua figura,
incomensurável como o tamanho de sua dignidade. Dá-
se naquele mister quase anônimo do editor, do editor de
texto, do lápis preto número 2 com que circulava palavras
desnecessárias, da conversa com o autor, “certeiro nos
comentários e nas sacadas que norteavam os repórteres
perdidos”, segundo o olhar do menino Vinícius, até que
surgia o texto final, impecável.
Inquieto, inventor, de finíssima irreverência, sua
última criação foi o “Anticurso Caros Amigos de
Jornalismo – Como não enriquecer na profissão”, evento
que, divertindo e instruindo jovens, parte para a terceira
edição e cujo título dispensa explicações.
Reservado, sempre evitou “aparecer”. Nem sequer
assinava este editorial. Nossos leitores, porém, vão
6  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782
ganhar um presente: uma edição especial, para abril, do
nosso sempre capitão. E honramos sua memória nos
esforçando para seguir fazendo o jornalismo que, como
ele defendeu, pretende contribuir para uma sociedade
melhor, porque, nos ensinou, “se não houver tal ambição,
é melhor cuidar de outro trabalho”.
(Caros Amigos. Editorial - Ano XII - Número 133 Julho 2008)
TEXTO 05
BRIGA DE CACHORRO GRANDE
Fidel sai da briga direta, a igreja de Edir Macedo
e a Folha dos Frias trombam, Luis Nassif está em guerra
com a Veja, a fronteira Venezuela-Colômbia ferve.
Sobre o gesto de Fidel, que em sua coluna escreve
sobre Lula, falam Emir Sader e Aleida Guevara, a filha do
Che entrevistada em Madri por Júnea Assir.
Luiz Eduardo Greenhalg diz quais são as
implicações jurídicas contidas nas ações que a Igreja
Universal do Reino de Deus move contra a Folha de S.
Paulo.
Luis Nassif é o entrevistado explosivo da edição,
respondendo por que criou uma série de matérias em seu
blog colocando a revista Veja, sua direção e certos de
seus colunistas na incômoda posição de “assassinos de
reputações”. Pau puro!
O jornalista Carlos Azevedo traz da Venezuela a
impressão de que a fronteira do país com a Colômbia está
registrando uma temperatura política capaz de romper os
termômetros.
Em Berlim, a jornalista Meyre Anne Brito foi ao
festival de cinema – que premiou o fi lme brasileiro Tropa
de Elite com o Urso de Ouro – para ver documentários do
Programa Especial War at Home, todos com um olhar
sobre a guerra do Vietnã.
Eduardo Suplicy desfilou na campeã Vai-Vai do
Carnaval paulista deste ano, e agora conta feliz como foi
o rebolado geral.
Temos uma novidade: o linguista Marcos Bagno,
da explosiva entrevista da edição passada, estreia sua
seção, Falar Brasileiro, e já entra descendo a lenha em
um dos tradicionais gramáticos brasileiros que está
lançando uma coleção de fascículos “ensinando” o
português.
José Arbex Jr. entrevista Valério Arcary, historiador
e membro da direção nacional do PSTU, sobre o futuro
político da América Latina.
O repórter Léo Arcoverde, que é do Rio Grande do
Norte e está em São Paulo há poucos meses, quis
conhecer o povo que vive na região mais populosa da
cidade, a zona leste, e escolheu, para isso, a linha de
ônibus mais longa de todas, onde as pessoas gastam 4
horas por dia, sentadas ou de pé.
Tudo isso, e mais um bocado, sob o olhar de Exu,
que o repórter Marcos Zibordi garante não ser ligado ao
demo.
(Caros Amigos. Editorial - Ano XII - Número 132 Julho 2008)
TEXTO 06
MEXIDAS EM NOSSA CABEÇA E CORAÇÃO
A entrevista de capa desta edição talvez seja a
mais desconcertante de todas as que fizemos até agora.
Provoca distúrbio mental em quem acha que conhece a
língua que falamos. Que há muito tempo não é o
português, é o português brasileiro. “Já passou da hora da
gente aceitar como corretas, bonitas e elegantes, formas
que são usadas no Brasil há mais de 150 anos e que os
gramáticos continuam dizendo que está errado”, diz o
entrevistado. Mais bordoada: “A mídia tenta perpetuar o
português falado em Portugal no século 19”. Outra de
muitas: “Isso de dizer ‘cheguei a São Paulo’ é lá em
Portugal; no português brasileiro é ‘cheguei em São
Paulo’”. Ele abomina os “consultórios gramaticais” dos
jornalões e revistas, assinados pelos que chama de
“comandos paragramaticais”. Seu nome é Marcos Bagno,
professor e um dos 3.000 membros da Associação
Brasileira de Linguística. É ler e se deliciar, além de se
espantar.
Trazemos também duas reportagens especiais: a
viagem de Sérgio Kalili ao Iraque, acompanhando o
senador Eduardo Suplicy, em missão oficial, e secreta, do
governo brasileiro. A outra reportagem é sobre a violenta
realidade cearense, com seu recorde de assassinatos,
contada cruamente por Léo Arcoverde. E publicamos a
última conversa-entrevista, entre amigos, de Paulo
Patarra, o jornalista que criou a revista Realidade.
Foi feita dia 22 de dezembro passado, no Hospital
do Servidor Público do Estado, em São Paulo, onde ele
estava internado na ala de Cuidados Paliativos. Sofreu,
muito, as dores do câncer que o mataria um mês depois,
o que não evitou, porém, que encarasse sua situação com
a presença de espírito, o humor e a picardia que não o
abandonaram e faziam parte do grande jornalismo que
protagonizou. Além da virtude
que foi sua marca, a generosidade. A foto abaixo, de
Amancio Chiodi, é da missa que Frei Betto promoveu em
homenagem a Patarra, na Igreja de São Domingos, dia
24 de janeiro último.
(Caros Amigos. Editorial - Ano XII Número 131 Julho 2008)
TEXTO 07
FELIZ ANO NOVO?
Esperamos que sim. Apesar dos pesares. É que
todo ano que entra, as pessoas se deixam levar pela
tradição e auguram umas às outras tempos felizes, como
se, de repente, todos fizessem parte de uma mesma e
fraterna coletividade. Tudo bem que pelo menos em um
ou dois dias do ano aconteça isso, mas, e os outros 363?
Pois é a propósito desses outros 363 dias que precisamos
aqui expor o que pode significar, para Caros Amigos, este
ano-novo. Desde o começo, onze anos atrás, tem sido
difícil manter nossa modesta estrutura, já que nascemos
7  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782
com um capital mínimo, se é que aquilo podemos chamar
de capital.
E viemos, a duras penas, conseguindo tocando o
barco, à custa de empréstimos bancários e de amigos,
sem contar um dado vital que já foi exposto neste espaço:
a impressionante cumplicidade dos colaboradores que
assinam os artigos, seções e colunas que todo mês
preenchem – com a maior qualidade – as páginas da
revista. Há anos, todos eles (à exceção de três, que não
podem prescindir de uma remuneração – pequena –
mensal) comparecem com seus trabalhos, pontualmente.
A situação que temos vivido se estabeleceu por
razões explicáveis: a receita de publicidade nas páginas
de Caros Amigos não cobre os nossos custos. É sabido
que qualquer publicação jornalística periódica, seja de
grandes ou pequenas editoras, garante seu sustento
principalmente com o dinheiro dos anúncios, além da
venda em bancas e de assinaturas. É uma regra, às vezes
ingrata.
E que não temos conseguido o número mínimo de
anúncios necessário para ir para frente, desenvolver os
muitos planos que temos na gaveta. Fazemos essa
colocação seguindo nosso princípio jornalístico aberto,
sem peias e quase íntimo com o leitor.
É preocupante o cenário que temos pela frente em
2008, mas continuaremos brigando, como temos feito até
aqui.
(Caros Amigos. Editorial - Ano XII - Número 130 Julho 2008)
TEXTO 08
LEITURA NO BRASIL É UMA "VERGONHA", DIZ "THE
ECONOMIST"
A aversão dos brasileiros aos livros virou assunto
da última edição da influente revista britânica "The
Economist". Para a publicação, a situação precária das
bibliotecas públicas e o baixo índice de leitura dos
brasileiros constituem "motivo para vergonha nacional",
juntamente com o crime e com as taxas de juros.
Leia abaixo uma tradução do texto "Um país de
não-leitores" publicado pela "The Economist".
"Muitos brasileiros não sabem ler. Em 2000, um
quarto da população com 15 anos ou mais eram
analfabetos funcionais. Muitos simplesmente não querem.
Apenas um adulto alfabetizado em cada três lê livros. O
brasileiro médio lê 1,8 livros não-acadêmicos por ano –
menos da metade do que se lê nos EUA ou na Europa. Em
uma pesquisa recente sobre hábitos de leitura, os
brasileiros ficaram em 27º em um ranking de 30 países,
gastando 5,2 horas por semana com um livro. Os
argentinos, vizinhos, ficaram em 18º.
Em um raro acordo, governo, empresas e ONGs
estão todos se esforçando para mudar isso. No dia 13 de
março, o governo lançou o Plano Nacional de Livros e
Leitura. A medida busca impulsionar a leitura, por meio
da abertura de bibliotecas e do financiamento de editoras,
entre outras coisas. A ONG Instituto Brasileiro de Leitura
traz livros para as pessoas: a entidade instalou bibliotecas
circulantes em duas estações do metrô na cidade de São
Paulo, e planeja outra em uma escola de samba. Está se
tornando comum ver personagens nas novelas da TV
lendo. Os cínicos lembram que a Rede Globo, maior
emissora de TV do país, também publica livros, jornais e
revistas.
Um fator que desencoraja a leitura é os livros
serem tão caros. Na Bienal do Livro de São Paulo, nesta
semana, "O Código Da Vinci" estava à venda por R$ 32 –
mais de 10% no salário mínimo do país. A maioria dos
livros tem tiragens baixas, puxando para cima os preços.
Mas a indiferença dos brasileiros pelos livros tem
raízes mais profundas. Séculos de escravidão levaram os
líderes do país a negligenciar a educação. A escola
primária só se tornou universal na década de 90. O rádio
era uma presença constante já nos anos 30; as bibliotecas
e as livrarias ainda não conseguiram emplacar. "A
experiência eletrônica chegou antes da experiência
escrita", disse Marino Lobello, da Câmara Brasileira do
Livro, um órgão da indústria.
Tudo isso significa que o mercado de livros
brasileiro tem o maior potencial de crescimento no mundo
ocidental, lembra Lobello. Essa ideia tem atraído editoras
estrangeiras, tais como a espanhola Prisa-Santillana, que
comprou uma casa editorial local no ano passado.
Editoras evangélicas americanas miram o mercado de
livros religiosos, que superam as vendas de livros de
ficção no Brasil.
Mas a leitura é um hábito difícil de formar. Os
brasileiros compraram menos livros em 2004 --289
milhões, incluindo livros didáticos distribuídos pelo
governo-- do que em 1991. No ano passado, o diretor da
Biblioteca Nacional se demitiu após um mandato
controverso. Ele se queixou de ter menos bibliotecários do
que precisava e de que as traças já haviam roído muito do
acervo. Juntamente com o crime e com as taxas de juros,
isso é motivo para vergonha nacional."
(Folha On-line)
TEXTO 09
PROPAGANDA ELEITORAL LIBERADA NA NET
Esta semana, o Tribunal Regional Eleitoral do
Amapá (TRE) informou que, de acordo com a Legislação
Eleitoral, a manutenção de página pessoal na Internet
não caracteriza propaganda extemporânea, desde que
nela não haja pedido de voto, menção ao número do
candidato ou ao de seu partido ou qualquer outra
referência à eleição. Nas páginas de provedores de
serviços de acesso a Internet não será admitido nenhum
tipo de propaganda eleitoral, em qualquer período.
Ainda segundo a legislação, é proibida a
veiculação de propaganda eleitoral em bens cujo uso
dependa de cessão ou permissão do Poder Público e nos
bens de uso comum (tais como cinemas, clubes, lojas,
centros comerciais, igrejas, ginásios e estádios).
8  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782
Entretanto, é permitida a fixação de placas,
estandartes, faixas e assemelhados nos postes de
iluminação pública, viadutos, passarelas e pontes, desde
que não lhes cause dano, dificulte ou impeça o seu uso e
o bom andamento do tráfego.
Divulgar na propaganda eleitoral fatos
sabidamente inverídicos em relação a partidos ou
candidatos e capazes de exercerem influência perante o
eleitorado constitui crime eleitoral e sujeita o infrator à
pena de detenção de dois meses a um ano.
Também é crime caluniar, difamar ou injuriar
alguém na propaganda eleitoral, imputando-lhe
falsamente fato ofensivo à sua reputação, dignidade ou
decoro.
O TSE adverte: A Compra de voto é crime. Um
detalhe importante está previsto na Lei eleitoral: a compra
de votos é crime para quem compra e para quem vende.
De acordo com art. 299 do Código Eleitoral, "dar, oferecer,
prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem,
dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem, para obter
ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção,
ainda que a oferta não seja aceita", será punido com pena
de reclusão de quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-
multa.
O art.41 – A da Lei das Eleições (9.504/97) também
prevê a cassação do registro ou do diploma do candidato
que "doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor, com
o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de
qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública,
desde o registro da candidatura até o dia da eleição".
Além de legitimar o processo eleitoral com o
exercício soberano do voto, o eleitor também pode e deve
atuar como fiscal da democracia.
De acordo com o art.356 do Código Eleitoral, "todo
cidadão que tiver conhecimento de infração penal desde
Código deverá comunicá-lo ao Juiz Eleitoral da Zona
onde a mesma se verificou".
Da Redação, Diário do Amapá (AP) - 19/3/2006
TEXTO 10
OLHOS ABERTOS PARA ELES
Um dos aspectos das eleições vindouras é que
ela, na verdade, ganhou celeridade em meados do ano
passado, quando veio à tona o esquema a que
denominaram mensalão – suposto pagamento de
mesada a deputados da base aliada.
De lá para cá, a oposição, num primeiro momento,
explorou o quanto pôde o episódio, chegando a imaginar,
num dado momento, que o Partido dos Trabalhadores e
seu mais ilustre membro, ora no Planalto Central,
estavam no chão. A leitura mostrou-se equivocada e, tão
logo percebeu isso, segundo dados medidos por vários
institutos de pesquisa, o PT e o presidente Lula partiram
para o contra-ataque, usando as armas próprias de quem
está com a pena nas mãos para jogar política e
eleitoralmente. E tirar proveito disso.
O primeiro grande ato do governo nesse sentido
foi a deflagração da operação tapa-buracos das rodovias
federais, ao qual se seguiram outros próprios de quem
entrou no embalo do processo eleitoral, tal como se viu em
Manaus e em Coari, na semana passada, a tal ponto de,
mesmo admitindo que não é candidato, o presidente Lula,
do Amazonas, mandou um recado para a oposição,
dizendo que a derrotaria. Oficialmente, claro, o
presidente ainda não é candidato. Mas age como se
fosse. Só não ver quem não quer.
Nesse aspecto, a bem da verdade, ele não está só.
Faz-se acompanhar de uma série de outros pré-
candidatos a um cargo eletivo em outubro, o que também
obrigou a Justiça Eleitoral a entrar em campo mais cedo.
Por isso, ontem, em primeira mão, informamos que a
comissão que fiscalizará a propaganda eleitoral já está
praticamente pronta. À frente dela, figurarão os juízes
Rosselberto Himenes e Paulo Afonso da Costa Freire.
Trabalhando com mais dois auxiliares, mesmo
numa sala equipada com o que há de mais moderno em
termos de tecnologia da informação, eles, por mais que
se esforcem, encontrarão dificuldades para dar conta da
empreitada. É nesse ponto que o cidadão eleitor
consciente, bem como os segmentos organizados da
sociedade podem produzir uma substancial diferença.
Afinal, está provado que não basta a regra na
forma de lei. Os políticos são useiros e vezeiros em burlar
a legislação eleitoral, jogando, no mais das vezes, com a
situação desfavorável dos eleitores mais desavisados
para, a qualquer custo, chegar aonde querem. Uma vez
lá, infelizmente, esses mesmos políticos continuam
aprontando das suas. Portanto olhos bem abertos para
eles. A democracia agradecerá.
Editorial, A Crítica (AM) - 7/6/2006
TEXTO 11
PUNIÇÃO RIGOROSA
Para o presidente do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), ministro Carlos Velloso, passou da hora de adotar
medidas de extremo rigor na fiscalização das campanhas
e no exame da contabilidade dos gastos eleitorais
apresentada pelos partidos, bem como na dura punição
dos infratores.
O ministro está indignado com a extensão das
evidências do funcionamento do caixa 2, comportamento
criminoso disseminado na atuação da maioria dos
partidos brasileiros. Velloso afirmou que vai sugerir aos
demais componentes do TSE a adoção de medidas
drásticas para eliminar o desvio ético que avilta a
democracia.
Um dos aspectos salientados pelo ministro é a
saída estratégica da renúncia dos mais contaminados
pelo crime eleitoral. A legislação em vigor permite que
eles se candidatem já na eleição seguinte, mas é
definitiva a convicção que tal instrumento deve ser
suprimido.
9  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782
A expressão usada pelo ministro Carlos Velloso
para definir os que agem dessa forma, evitando a perda
dos direitos políticos pela cassação do mandato, é
emblemática da disposição de cortar pela raiz: "Temos
que impedir esses caras-de-pau de voltar".
Pena que a medida não tenha sido tomada antes,
para banir de vez os notórios renunciantes do Congresso
anterior.
O Estado do Paraná (PR) - 10/8/2005
TEXTO 12
INTIMIDAÇÃO E MÁ-FÉ
Bispos da Igreja Universal do Reino de Deus
desencadeiam, contra os jornais "Extra", "O Globo", "A
Tarde" e esta Folha, uma campanha movida pelo
sectarismo, pela má-fé e por claro intuito de intimidação.
Em dezembro, a Folha publicou reportagem da
jornalista Elvira Lobato descrevendo as milionárias
atividades do bispo Edir Macedo. Logo surgiram, nos
mais diversos lugares do país, ações judiciais movidas
por adeptos da Igreja Universal que se diziam ofendidos
pelo teor da reportagem.
Na maioria das petições à Justiça, a mesma
terminologia, os mesmos argumentos e situações se
repetiam numa ladainha postiça. O movimento tinha tudo
de orquestrado a partir da cúpula da igreja, inspirando-
se mais nos interesses econômicos do seu líder do que no
direito legítimo dos fiéis a serem respeitados em suas
crenças.
Magistrados notaram rapidamente o primarismo
dessa milagrosa multiplicação das petições, condenando
a Igreja Universal por litigância de má-fé. Prosseguem,
entretanto, as investidas da organização.
Não contentes em submeter a repórter Elvira
Lobato a uma impraticável sequência de depoimentos
nos mais inacessíveis recantos do país, os bispos se
valeram da rede de televisão que possuem para expor a
pessoa da jornalista, no afã de criar constrangimentos ao
exercício de sua atividade profissional.
É ponto de honra desta Folha sempre ter repelido
o preconceito religioso. A liberdade para todo tipo de
crença é um patrimônio da cultura nacional e um direito
consagrado na Constituição. A pretexto de exercê-lo,
porém, os tartufos que comandam essa facção religiosa
mal disfarçam o fundamentalismo comercial que os
move. Trata-se de enriquecimento rápido e suspeito – e de
impedir que a opinião pública saiba mais sobre os fatos.
Não é a liberdade para esta ou aquela fé religiosa
que está sob ataque, mas a liberdade de expressão e o
direito dos cidadãos à verdade.
(Folha On-line)
TEXTO 13
CAMINHO DA PAZ
A morte do presidente da Autoridade Nacional
Palestina (ANP), Yasser Arafat - fim de capítulo de 40 anos
na história do conflito entre palestinos e israelenses -,
abre nova etapa nos relacionamentos na região. Qual, só
o tempo será capaz de responder. A intransigência
sempre foi uma barreira espessa de cerração que
impediu ver, entre as alternativas imaginadas em hora de
boa reflexão pelas lideranças dos dois lados, se existia
mesmo uma possibilidade do tão decantado caminho da
paz. Ou se ainda existe.
Ao assinar os acordos de Oslo, em 1993, Arafat,
Yitzak Rabin e Shimon Peres tangenciaram o que parecia
o início do fim da violência no cotidiano da região.
Chegaram mesmo a dividir o Prêmio Nobel da Paz no ano
seguinte, quando ainda era possível sonhar que a
coexistência entre Israel e um futuro Estado palestino,
independente e autodeterminado, era uma questão de
acertos.
Ainda não foi daquela vez. Em 2000, a teimosia, a
memória das divergências, das batalhas cotidianas e as
diferenças em relação ao destino de Jerusalém e à volta
dos refugiados palestinos impediram a assinatura de um
acordo final em Camp David. Uma brilhante
oportunidade perdida. O mundo vivia sob o signo da pax
americana de Bill Clinton, que abrira um parêntese entre
a disposição guerreira dos dois Bush, pai e filho.
A ONU ainda tentou patrocinar junto à União
Europeia, Estados Unidos e Rússia a solução zen-budista
do ''Mapa do Caminho'', um plano de paz que apontava
para a criação do Estado Palestino em 2005. Mas o mundo
já era outro. Vivia o day-after do 11 de setembro.
Chamado de ''mestre do terror'' pelos israelenses e
acusado de ter perdido o controle sobre o terrorismo
praticado por palestinos, Arafat viu-se doente e confinado
aos escombros de seu quartel-general em Ramallah,
onde passou os últimos dois anos e meio. A paz havia
entrado pelo tubo das águas servidas da violência.
E agora, depois da morte de Arafat, o que vem?
Tudo é possível. Inclusive, a paz.
Ou, talvez, uma onda de ataques suicidas contra
alvos israelenses, enquanto não surge a nova liderança
capaz de chamar os ânimos à razão.
Um governo de transição já divide o espólio de
responsabilidades de Arafat. Mahmoud Abbas,
moderado - participou juntamente com Arafat das
negociações em Oslo -, assume a presidência e
secretário-geral da Organização para a Libertação da
Palestina (OLP). Abbas tem defendido o fim dos ataques
de militantes e a retomada do processo de paz. Também
moderado, o atual presidente do Parlamento, Rawhi
Fatuh, dirigirá a Autoridade Nacional Palestina (ANP) até
a realização de eleições, previstas para daqui a 60 dias.
E há o contrapeso da influência e liderança radical de
Farouk Kaddoumi, um linha-dura que acredita na guerra
como solução final. Vai chefiar a Fatah, facção política da
OLP.
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Pode ser aí a casa do perigo. A morte de Arafat,
visto por Bush e pelo governo de Israel como o maior
obstáculo ao fim dos conflitos na região, abre uma
perspectiva de ouro para a paz. No lado palestino, tudo
vai depender da habilidade e da precisão com que os
líderes interinos consigam trabalhar os ânimos da
população, exacerbados pela emoção da perda do líder
carismático. Têm de ter pulso, autoridade e disposição
para conter os extremismos que levam à violência. No
lado de Israel, a paz pode ser apressada se Ariel Sharon
conseguir interromper a construção de assentamentos de
colonos judeus em terras ocupadas na Cisjordânia, desde
a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
São desafios imensos. De boa vontade e ação. A
convivência com Israel tem que estar na pauta de
trabalhos do governo palestino de transição. É a
prioridade a ser abonada pela autoridade moral da ONU,
e ter sua efetividade assegurada pelo governo dos
Estados Unidos e pelos líderes da Comunidade Europeia.
O resto é promessa de violência, que passa ao largo do
caminho da paz.
O que faltar em ação e boa-vontade, pode ser
completado pela ONU, pelo presidente dos Estados
Unidos e líderes da União Europeia, a quem compete
assegurar a transição do governo.
(JB On-Line)
TEXTO 14
CONSTITUIÇÃO REVISTA E RECONTADA
Exposição no Museu da República inclui linguagem
em libras e rampas para deficientes.
Uma mostra interativa e acessível a todos, inclusive
deficientes físicos, visuais e auditivos. Assim é a
exposição "Constituição de 1988: a voz e a letra do
cidadão", sobre os 20 anos da Constituição brasileira que
foi inaugurada neste fim de semana no Museu da
República, no Catete. A mostra inclui linguagem em
libras, rampas e recursos em áudio e vídeo. A concepção
do cenógrafo Marcelo Pinto Vieira e do arquiteto Markito
Fonseca preza pela interatividade e inclui gavetas de
onde visitantes podem retirar fac-símile de documentos,
fotos e recortes de jornais. A proposta é fazer o público
refletir sobre os 20 anos da Constituição do Brasil.
Para tornar o material atraente aos visitantes, as
seis salas do andar térreo do Palácio do Catete passaram
a formar um longo percurso. Na primeira sala é possível
encontrar as seis Cartas Magnas (1824, 1891, 1934, 1937,
1946, 1967) anteriores à de 1988, cedidas pelo Arquivo
Nacional. Ao entrar neste ambiente, o público tem a
impressão de estar entrando num livro interativo. Ao
redor, imagens históricas. E, no final do percurso, o
público pode deixar sua contribuição para mudanças e
reformas na Constituição atual.
– A exposição prevê um caminho que conte uma
história. A primeira parte é como se fosse um livro de
recortes, de origami, para ser manuseado – explica
Marcelo Pinto.
Entre os destaques da exposição estão um
conjunto de charges assinadas por Henfil, cedidas pelo
filho do cartunista, além de pinturas assinadas por nomes
como Rubens Gerchman, José Roberto Aguilar e obras
gráficas de Millôr e Glauco Rodrigues. Artigos de jornal
assinados por Dom Pedro I sobre a Assembleia
Constituinte de 1824 e a primeira Carteira de Trabalho do
país, a n° 1, de Getúlio Vargas, também estão expostos.
– O conceito prioritário que embasa todo o
trabalho está previsto na Constituição de 1988, como em
todas as demais, ainda que pareça utópico: a igualdade,
a isonomia, entre os brasileiros. O conjunto de atividades
que aqui apresentamos tem que estar disponível a todos,
beneficiar todos os tipos de visitantes nele interessados.
Isso só se torna realidade se os portadores de diferentes
deficiências puderem participar de tudo – destaca a
diretora do Museu da República, a museóloga Magaly
Cabral.
O acervo utilizado na exposição é
predominantemente o que foi produzido e acumulado
durante o processo constituinte de 1985/1988. Ao todo, são
mais de 19 mil itens. Há um farto material audiovisual
com depoimentos de parlamentares, ex-constituintes,
personagens de trajetória pública reconhecida e,
também, cidadãos brasileiros.
Conceito aprovado
A professora Lúcia Santos, de 46 anos, levou a
filha Carla, de 15 anos, para conhecer um pouco mais de
perto a história do país.
– A proposta da exposição é bem interessante. A
gente tem a possibilidade de interagir com documentos
importantes. Foge das tradicionais e chatas mostras.
Aqui, a gente consegue ter contato com documentos
históricos, fotos e charges de uma forma divertida –
ressalta a professora.
A presidente do Museu da Imagem e do Som Rosa
Maria Araújo também visitou a exposição.
– Fiquei extremamente comovida com a
exposição, principalmente ao atravessar a cortina que
reproduz o comício das Diretas Já na Candelária. Esta
Constituição é a da minha geração, que passou a
juventude na ditadura militar –, disse Rosa Maria Araújo,
que é historiadora e em 1988 voltava ao Brasil após viver
um período nos Estados Unidos.
– Também me emocionou muito o tributo que a
mostra faz ao Henfil. Ele talvez tenha sido um dos
primeiros a levantar essa indignação – destacou.
Ao final do circuito da exposição, no módulo que
pede ao visitante para expressar sua opinião, Rosa Maria
registrou dois pedidos: – Não pode mais haver fome no
Brasil. Quero morrer vendo o Brasil alfabetizado.
O depoimento da presidente do MIS, como todos
os demais serão transformados em livro.
O panorama multidisciplinar, que se estenderá
até outubro de 2009, contará com dois seminários e o ciclo
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Cidadania em Debate, sempre nos últimos domingos de
cada mês nos jardins do Museu da República. O público
também terá acesso ao Balcão de Direitos, formado por
um advogado e três estagiários, que estarão disponíveis
para atender juridicamente, e gratuitamente, quem
precisar de orientações quanto às pequenas causas
judiciais.
O Museu da República fica na Rua do Catete, 153.
A visita pode ser feita de terça a sexta, das 12h às 17h, ou
aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 18h. O
ingresso custa R$ 6,00, mas a entrada é franca às
quartas-feiras e domingos.
JB On-Line – A Redação
17 de julho de 2008 : 01h00m
TEXTO 15
SOBRE A LIBERDADE DE IMPRENSA
Nildo Lima*
A liberdade de imprensa é um dos pilares do
sistema democrático no mundo moderno; entretanto,
ponderações hão de ser feitas para as grandes redes de
comunicação que atuam por meio da televisão, rádios,
jornais e revistas. Pois, por fazer parte da sociedade e,
pelos interesses meramente econômicos, não existe o
compromisso com a verdade; mas, tão somente com as
suas conveniências econômicas. Exemplos existem
muitos pelo mundo afora. Quem ousou criticar a política
americana no episódio do Trade Center?!... – Foram
poucos neste universo de meu Deus e, certamente
sofreram retaliações. Quem ousa criticar de frente
qualquer governo local instalado?!... – Pouquíssimos!
Assim mesmo, os que fazem as críticas; ou as fazem
porque estão na oposição, na disputa do espaço
econômico; ou as fazem porque estão se utilizando da
estratégia da chantagem para possível negociação em
benefício próprio. Portanto, esta liberdade de imprensa
que temos, ou está a benefício do grande capital das
grandes corporações privadas - que financiam com suas
propagandas o sistema de comunicações como um todo -
, ou a serviço de determinados grupos políticos
dominantes, e, em pequeníssima escala, daqueles que se
contrapõem a tais grupos políticos. Poucos são os que
fazem, hoje, a imprensa sem os pecados do interesse
próprio e, por amor às causas sociais. Portanto, esta
liberdade de imprensa é a liberdade para a manipulação
da sociedade aos interesses que não são os da
população, mas tão somente dos empresários das
comunicações - por não observar o princípio da
veracidade da informação -; é a liberdade para os pré-
julgamentos precipitados - como está ocorrendo com o
casal Nardoni e, que ocorreu com tantas outras pessoas e
instituições vítimas da liberalidade inescrupulosa -; é a
liberdade para os linchamentos – que no momento é
forçoso exemplificarmos novamente, o que está ocorrendo
com o casal Nardoni -; é a liberdade para as
conveniências e as mentiras que, espalhadas ao tempo
não tem quem consiga desfazê-las. Entretanto, com todas
estas mazelas, a “Liberdade de Imprensa” é de
fundamental importância para o processo democrático de
qualquer país que tenha como princípio o respeito ao
cidadão e às liberdades individuais. Por isto não deverá
haver nenhum mecanismo de controle a não ser tão
somente o controle do judiciário que garanta a todo
indivíduo, - que seja ofendido em sua honra, por calúnias
e/ou difamações -, a devida reparação dos danos que lhe
houverem causado na justa medida da extensão dos
mesmos.
Entretanto, o controle judicial tem suas limitações
e, também, por ser constituído por indivíduos humanos
que interiorizam por condicionamento tudo que é
irradiado do ecossistema social onde vivem; são levados
a cometerem injustiças e, a fortalecerem toda uma ordem
de vícios que acomete a sociedade assente em
determinado Estado. É o que nos demonstra hoje, o
julgamento dos habeas corpus requerido para o casal
Nardoni – abstraindo-nos da culpabilidade ou não do
casal que resta ser provada, na regra do bom Direito -,
cujos Desembargadores foram unânimes e não os
concedeu alegando a comoção social. Comoção social
esta que, reconhecidamente foi gerada pela imprensa
sensacionalista que colocou sua audiência acima do
humanismo e, dos direitos individuais do cidadão onde
cada repórter ou apresentador de televisão se acha com
o direito de prejulgar e, com isto, induzindo a população
e condicionando toda opinião pública naquilo que
pensam ou que mais lhes favorece na disputa da
audiência com os demais meios de comunicações – o que
importa não é a desgraça alheia, o que importa é que tal
desgraça lhes possa mais beneficiá-los em seus
interesses, que são os de lucro na venda das imagens de
seus patrocinadores nas pequenas chamadas e nos
intervalos comerciais. Apesar de tudo, o controle pelo
judiciário há de continuar existindo, mas, nos é provado
ser insuficiente. Então, só enxergo uma solução - que não
é a da censura, muito pelo contrário -, que é “o da maior
liberdade possível” e, cuja potencialidade reside no
próprio Estado. O qual, para tanto, deverá fortalecer seus
meios de comunicações, em todos os sentidos, incluindo
todas as suas instituições, abrangendo todos os Poderes
da União (Executivo, Legislativo e Judiciário), inclusive
das Forças Armadas, no caso do Brasil, que muito têm o
que falar para a sociedade brasileira, como instituição
sólida e guardiã da democracia e da soberania nacional
por força de dispositivos constitucionais, inclusive sobre
as causas dos êxitos e dos equívocos do sistema quando
estavam à frente dos destinos da Nação, a fim de que seja
a sociedade bem informada para as justas ponderações
que, verdadeiramente, servirão de balança para os justos
julgamentos.
Destarte, o Estado deverá ampliar seus meios
próprios de comunicações (redes de televisão, rádios e
informativos), que são mantidos com os recursos públicos
sem o risco das conveniências isoladas promovidas pelo
grande capital privado. Deverá, ainda, massificar as
concessões de televisão e, rádios para as organizações
da sociedade civil, possibilitando assim, a chance para
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que a responsabilidade dos editores e profissionais de
comunicações seja aumentada significativamente, face
às sujeições às contraposições e conflitos dos múltiplos
interesses que propiciam ao cidadão comum à
oportunidade de enxergá-los.
Isto é o que se espera nos estados democráticos:
“A Liberdade de Imprensa em Todos os Sentidos”. Não a
liberdade para os linchamentos e a liberdade para as
calúnias, mentiras e difamações.
* Bacharel em Ciências Administrativas. Pós-graduado
em Políticas Públicas e Gestão de Serviços Sociais.
Consultor em Administração Pública.
IV – NOTÍCIAS
Transmissoras de uma nova informação sobre
acontecimentos, objetos ou pessoas, as notícias
apresentam-se como unidades informativas completas,
que contêm todos os dados necessários para que o leitor
compreenda a informação, sem necessidade ou de
recorrer a textos anteriores (por exemplo, não é
necessário ter lido os jornais do dia anterior para
interpretá-la), ou de ligá-la a outros textos contidos na
mesma publicação ou em publicações similares.
É comum que esse texto use a técnica da
pirâmide invertida: começa pelo fato mais importante
para finalizar com os detalhes. Consta de três partes
claramente definidas: o título, a introdução e o
desenvolvimento. O título cumpre uma dupla função:
sintetizar o tema central e atrair a atenção do leitor. Os
manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do El País,
1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam
treze palavras. A introdução contém o principal da
informação, sem chegar a ser um resumo de todo o texto.
No desenvolvimento, incluem-se os detalhes que não
aparecem na introdução.
A notícia é redigida na terceira pessoa. O relator
deve manter-se à margem do que conta, razão pela qual
não é permitido o emprego da primeira pessoa do
singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir o
eu e o nós, também não deve recorrer aos possessivos
(por exemplo, não se referirá à Argentina ou a Buenos
Aires com expressões tais como nosso país ou minha
cidade).
Esse texto se caracteriza por sua exigência de
objetividade e veridicidade: somente apresenta os dados.
Quando o jornalista não consegue comprovar de forma
fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a
certas fórmulas para salvar sua responsabilidade parece,
não está descartado que. Quando o redator menciona o
que foi dito por alguma fonte, recorre ao discurso direto,
como, por exemplo: O ministro afirmou: “O tema dos
aposentados será tratado na Câmara dos Deputados
durante a próxima semana”.
O estilo que corresponde a este tipo de texto é o
formal. Nesse tipo de texto, são empregados,
principalmente, orações enunciativas, breves, que
respeitam a ordem sintática canônica. Apesar das
notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz
ativa, também é frequente o uso da voz passiva: Os
delinquentes foram perseguidos pela polícia; e das
formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi
feita por um patrulheiro.
A progressão temática das notícias gira em
torno das perguntas o quê? quem? como? quando? por
quê e para quê?.
TEXTO 01
CONHEÇA O NOVO RETRATO DA FAMÍLIA
BRASILEIRA
O retrato da família brasileira está mudando. Foi
o que revelou o resultado da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada ontem pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As
principais mudanças se concentram no trabalho e renda,
mas refletem diretamente no modo de vida dos cidadãos.
Outro dado é o de que a desigualdade no País está
diminuindo. Ainda assim, 10% da população ocupada
com os maiores rendimentos correspondem a 43,2% do
total das remunerações, demonstrando que a má
distribuição de renda perdura.
A renda individual dos brasileiros também
aumentou em 3,2%, passando de R$ 926, em 2006, para
R$ 956, em 2007. No Rio Grande do Sul, a renda média
mensal dos gaúchos fica em R$ 1.007. Esse indicador
atingiu maior nível desde 1999, mas ainda está 5% abaixo
da remuneração média recebida pelos trabalhadores
brasileiros em 1997 (R$ 1.011). O IBGE constatou, ainda,
que as mulheres continuam ganhando menos que os
homens, com 66,1% da remuneração média masculina.
A alta dos rendimentos refletiu no modo de vida
dos brasileiros. Com mais dinheiro no bolso, estão
comprando mais e vivendo mais. Cresceu também o
acesso a serviços como telefone, presente em 77% dos
domicílios, e a microcomputadores, encontrados em
26,6%. A população também está vivendo mais: de 2006
para 2007, o contingente da população de 40 anos ou
mais cresceu 4,2%, enquanto que o grupo mais jovem, de
zero a 14 anos, apresentou redução de 0,7%. A PNAD 2007
mostrou que havia 4,8 milhões de crianças e adolescentes
trabalhando no Brasil. Eles representavam 10,8% das
pessoas de 5 a 17 anos em 2007, pouco menos que os
11,5% do ano anterior. Fica evidente o reflexo negativo do
trabalho infantil, quando se examina a taxa de
escolarização: entre 2006 e 2007, no grupo de crianças e
adolescentes de 5 a 17 anos, ela subiu (de 93,5% para
94%), mas entre as crianças desse grupo etário que
trabalhavam, a taxa caiu de 81% para 80%.
Mais aquisições para o lar
A vida do casal Caspary, morador do bairro Vila
Rosa, em Novo Hamburgo, resume o espírito otimista da
economia brasileira. Entrevistados durante a pesquisa
em 2007, a doceira Marli Marlene – que engrossa a renda
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com serviços para ateliês de bolsas – e o marido, o
motorista Eloi José, ambos de 57 anos, conseguem
alcançar, mensalmente, um rendimento de R$ 2 mil. “De
um ano para outro, percebo que há melhorias, pois vendo
mais tortas e tenho mais serviço em casa, com as bolsas”,
comenta Marli, enquanto mostra orgulhosa o álbum de
fotografias de bolos decorados.
O incremento na renda já tem destino certo. No
ano passado, os Caspary compraram um televisor 29
polegadas para a casa que a família mantém no
município de Feliz, no Vale do Caí, para onde viajam a
lazer, especialmente aos fins de semana. “Nosso sonho é
viver lá no futuro”, adianta Marli, que neste ano também
comprou um refrigerador duplex de 470 litros para
combinar com a decoração da residência. Depois do
televisor e do refrigerador, a doceira planeja, agora,
comprar um rádio novo para o carro do casal. No que
depender de Caspary, revela a doceira, os projetos para
o dinheirinho extra são mais ambiciosos. “O sonho de Eloi
é ir a uma revenda de automóveis para escolher o carro
do ano.’’
Taxa de analfabetismo ainda é alta
A taxa de analfabetismo do Brasil continuou em
queda em 2007, passando de 10,4% para 10% da
população com 15 anos ou mais. No ano passado,
existiam cerca de 14,1 milhões de analfabetos no País
nessa faixa etária. Em 1992, a taxa era de 17,2%. Porém,
o Brasil continua atrás de países como Bolívia (9,7%),
Suriname (9,6%), Paraguai (6,3%), Argentina (2,4%) e
Chile (3,5%), segundo dados da Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O Nordeste apresenta a maior taxa dentre todas as
regiões (19,9%), enquanto a região Sul tem o índice mais
baixo (5,4%). Em 1992, o percentual era de 10,2%.
Estabilidade melhora renda do brasileiro
A economista Lisiane Fonseca da Silva,
professora de Economia do Centro Universitário Feevale,
explica que a melhoria do rendimento do brasileiro é
resultado da economia estável. Segundo ela, a inflação
não tem apresentado grandes taxas como em anos
passados, mantendo o poder de compra. Somados a esse
fator, o salário mínimo tem subido acima da inflação e
muitas famílias complementam o rendimento com
programas federais, como o Bolsa Família. “A maioria
dos dados que temos mostra que a classe baixa teve
melhora nas suas condições econômicas”, revela.
Qual o reflexo de tudo isso? A economista explica
que, com uma renda melhor e com o crédito flexibilizado,
os brasileiros passam a investir mais no consumo. “As
camadas mais baixas, na medida que têm maior renda,
tendem a investir em bens de consumo duráveis, como
eletrodomésticos e eletroeletrônicos, enquanto a classe
média, diante das necessidades básicas atendidas,
direcionam o consumo para serviços, como idas a
restaurantes e outras atividades de lazer”.
Dez anos atrás, recorda a economista, os
brasileiros ainda viviam os reflexos positivos da moeda
real de 1994. “Naquele ano, havia um amadurecimento do
processo, mas no final de 97, os brasileiros já viviam o
reflexos das crises internacionais, como Rússia e Ásia,
vindo a influenciar no rendimento nos anos seguintes.”
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TEXTO 02
UNIVERSIDADES PRIVADAS TÊM 76% DOS ALUNOS
Os dados da Pnad mostram que houve um
aumento da participação das universidades particulares.
No ano passado, três em cada quatro universitários (76%)
estudavam em instituições privadas. O número vem
crescendo: era de 74,1% em 2005 e de 75,5% em 2006.
De 2006 para 2007, as instituições privadas
aumentaram seu número de alunos de 4,4 milhões para
4,7 milhões. Segundo o IBGE, a abertura de vagas só não
foi maior em razão da maior fiscalização pelo Ministério
da Educação. No mesmo período, as públicas ampliaram
o contingente de alunos de 1,4 milhão para 1,5 milhão.
"Os dados indicam a participação da rede
privada nas regiões mais ricas", disse Adriana Beringuy,
técnica do IBGE.
O IBGE ressalta ainda que o aumento de vagas
nas universidades particulares tem relação ao
crescimento do sistema de financiamento de
mensalidades e também ao ProUni (programa federal de
bolsas a alunos). Apesar disso, o aumento do número de
alunos no ensino superior foi maior em 2006 do que em
2007.
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Folha de São Paulo
TEXTO 03
SHELL ESCOLHE UNICAMP PARA PROJETO VOLTADO
AO BIOCOMBUSTÍVEL
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
foi a instituição escolhida pela Shell Brasil para o
desenvolvimento de um projeto de Pesquisa e
Desenvolvimento em Biocombustíveis de 2ª geração a
partir da cana de açúcar e de seus resíduos.
O anuncio do convênio foi feito ontem, na reitoria
da universidade, pelo coordenador-geral da Unicamp,
professor Fernando Costa, e por Graeme Sweeney, vice-
presidente executivo de Combustíveis Futuros e CO2 da
Shell.
A Shell investirá na fase inicial do projeto que
deve durar quatro anos R$ 8 milhões. Com recursos deste
convênio será construído o Laboratório de
Biocombustíveis Avançados, numa área de 1,5 mil metros
quadrados, na Unicamp. Farão parte do projeto de quatro
14  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782
a cinco pesquisadores principais com três assistentes
cada um.
No Brasil a Shell atua na área de distribuição de
combustíveis e de exploração e é uma das empresas que
mais investe em pesquisa no mundo. A Globo Solutions é
uma divisão da Shell voltada para pesquisa e conta hoje
com aproximadamente dois mil pesquisadores e a
Unicamp passa a integrar este grupo.
A parceria foi negociada com o apoio da Agência
de Inovação Inova Unicamp e faz parte de um projeto
global da Shell que compreende mais cinco acordos da
empresa com Institutos de Pesquisa - o Instituto de
Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Massachusetts
(EUA); o Instituto de Microbiologia da Academia Chinesa
de Ciências (IMCAS), em Pequim, e o Instituto Qingdao
de Tecnologia em Bionenergia e Bioprocessos da
Academia Chinesa de Ciências (QIBEBT), em Qingdao
(China); o Centro de Excelência para Biocatálise,
Biotransformações e Manufatura Biocatalítica (CoEBio3),
baseado na Universidade de Manchester (Reino Unido), e
a Escola de Biociências da Universidade de Exeter (Reino
Unido). "Nada mais natural do que apoiar uma
universidade fortemente empenhada em desenvolver
novas tecnologias em busca de fontes energéticas mais
sustentáveis", afirma Vasco Dias, presidente da Shell no
Brasil.
O projeto será executado na Faculdade de
Engenharia Química da Unicamp (FEQ) com a
coordenação das professoras Maria Aparecida Silva e
Telma Teixeira Franco.
Na parte de biocombustíveis, a Agência Nacional
do Petróleo (ANP) tem uma Resolução de 2005 na qual os
projetos desenvolvidos neste segmento devem ser
apresentados e pré-aprovados por ela. A ideia foi
apresentada pela Shell no dia 19 de março para a
superintendência de pesquisa da ANP, que pré-aprovou a
ideia. No dia 30 de abril foi apresentada a proposta
concreta para a ANP. Em julho o projeto foi aprovado.
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www.cmconsultoria.com.br DCI
TEXTO 04
A DIFÍCIL PROVA DA EDUCAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tem um
destino para os lucros da exploração do petróleo
descoberto na camada do pré-sal: reparar a "dívida
histórica" do país com a educação. "Deus deu um sinal.
Mais uma chance para ao Brasil", disse Lula há pouco
mais de um mês, durante a inauguração da refinaria
Alunorte, controlada pela Vale. Não que o futuro da
educação brasileira esteja enterrado a cerca de 4 mil
metros, no fundo do mar, distante estimados US$ 600
bilhões de investimentos: o presidente olha para o futuro.
Mais precisamente, a partir de 2015. Se confirmada a
viabilidade de extração de petróleo em reservatórios que
se estendem ao longo de 800 quilômetros do litoral do
Espírito Santo até Santa Catarina, a produção saltará dos
atuais 14,4 bilhões barris de óleo equivalentes para algo
entre 70 bilhões e 107 bilhões e o país passaria da 24ª
posição entre os maiores produtores mundiais para o 8º
ou 9º lugar, desbancando Venezuela e Nigéria,
respectivamente.
Nesse contexto, o Ministério da Educação (MEC)
começa a elaborar planos de médio e longo prazos para
a utilização desses recursos. A primeira meta será tornar
obrigatória a pré-escola e a segunda, estender essa
exigência ao ensino médio. "Hoje, a obrigatoriedade só
vale para o ensino fundamental, de nove anos", diz o
ministro da Educação, Fernando Haddad. A terceira meta
é garantir para a maioria dos professores das escolas
públicas o acesso às universidades públicas, com o apoio
federal. "Em quarto lugar, queremos ampliar para 600 mil
as vagas disponíveis nas universidades públicas
federais, estaduais e municipais."
O esforço de ampliar o acesso às federais, aliás,
já está em curso: o número de vagas praticamente dobrou
nos últimos dois anos, de 113 mil para 227 mil vagas de
ingresso. "Até 2010, serão 280 mil", acrescenta o ministro.
A quinta meta é garantir educação profissional para os
jovens que não chegam à universidade, por meio da
expansão das escolas técnicas federais e do programa
Brasil Profissionalizado, por meio do qual o MEC quer
qualificar a oferta de educação profissional e tecnológica
de nível médio nas redes estaduais.
Antes de chegar às escolas públicas, entretanto,
esse dinheiro deverá lastrear o Fundo Soberano do Brasil
(FSB), cujo projeto de criação tramita na Câmara dos
Deputados, adianta o senador Aloísio Mercadante (PT). A
ideia é adotar modelo semelhante ao da Noruega, que em
1990 criou um fundo com recursos da exploração do
petróleo que, desde 2005, sustenta um fundo
governamental de pensão com um caixa de algo em torno
de US$ 370 bilhões. "No caso do Brasil, os resultados da
aplicação do FSB serão investidos em políticas públicas,
sobretudo na educação", explica Mercadante, que já se
comprometeu em assumir a relatoria do projeto do FSB
quando a matéria chegar ao Senado.
No Senado, a constituição de um fundo para
financiar a educação enfrentará concorrência. Um projeto
do senador Tasso Jereissati (PSDB), com endosso do
senador Cristovam Buarque (PDT), tem outros planos
para o dinheiro do pré-sal: criar o Fundo Nacional do
Petróleo para a Formação de Poupança e
Desenvolvimento da Educação Básica (Funped). Investir
em educação, avaliam os senadores, é a melhor opção
para recursos não renováveis.
"Devemos criar uma fonte permanente de riqueza
e educação, que é a mola mestra do desenvolvimento", diz
Buarque. A intenção, nesse caso, é "corrigir" o atual
critério de distribuição dos royalties e a participação
especial, de 10%, que os municípios grandes produtores
de petróleo têm sobre a receita bruta da produção,
explica. "Queremos nacionalizar os recursos do pré-sal,
compartilhando-os, por meio da educação, com todos os
Estados e municípios."
15  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782
Nos primeiros 12 meses de funcionamento do
Funped, de acordo com o projeto, não haverá gastos
destinados à educação. Entre o primeiro e o quinto anos,
os gastos não poderão ser superiores a 20% do
rendimento auferido pelo fundo. Até o décimo ano, os
gastos anuais não poderão ser superiores a 50% desse
rendimento. A partir do décimo ano, todo o rendimento
poderia ser gasto em educação ou na redução da dívida
pública.
"Pretendemos construir um fundo suficientemente
sólido, capaz de garantir um fluxo constante de recursos
para a educação", argumentam os senadores em seu
projeto. "Isso é essencial para o planejamento de políticas
educacionais e evita o desperdício de escassos recursos
públicos."
Buarque é signatário de outro projeto de lei, que
destina uma parcela dos recursos do pré-sal para
investimentos na formação de professores e para a
adoção do horário integral nas escolas. "Não precisa
começar em todo o país. Com R$ 70 bilhões/ano, por
exemplo, dá para implantar em 250 cidades. Mas é
preciso que a União assuma a responsabilidade pela
educação", afirma o senador, conhecido crítico da
municipalização.
Buarque defende ainda a realização de um
grande debate nacional sobre a destinação dos recursos
da exploração do petróleo. Chegou a sugerir que o
Senado "tentasse provocar" o presidente para mobilizar
todo o país diante do que qualifica de a maior chance que
o Brasil já teve. O senador entende que todas as "forças"
do país devem participar do debate, como ex-presidentes
da República e das casas do Congresso. Nessa lista, quer
ainda presidentes de partidos políticos, dirigentes de
sindicatos patronais e de trabalhadores, além de
intelectuais, entre outros que possam contribuir.
Ainda sem os recursos do pré-sal, o Brasil busca
meios e modos de ampliar os investimentos em educação
dos atuais 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para um
patamar acima dos 6% recomendados pela Unesco para
países em desenvolvimento. "O que o país investe em
educação, como proporção do PIB, representa um
custo/aluno mensal de menos de R$ 150. Isso não é
suficiente. Qualquer escola privada tem uma
mensalidade, no mínimo, duas vezes superior a essa",
compara Haddad.
É certo que o orçamento do MEC já avançou de R$
21 bilhões, em 2003, para os R$ 48 bilhões previstos no
próximo ano. Há cerca de um ano, o MEC pôs em curso o
Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que,
segundo o ministro, deve agregar 0,7% do PIB em termos
de investimento público nos próximos anos. O governo
conta também com o fim da Desvinculação da Receita da
União (DRU) para a educação, previsto para ocorrer até
2011, aprovado pelo Senado e já sob avaliação da
Câmara dos Deputados. Aprovada, a medida permitirá
repor no orçamento do MEC R$ 7,5 milhões por ano. "Será
um esforço adicional, que representará entre 0,2% e 0,3%
do PIB", calcula o ministro.
O problema é que a "dívida histórica" com a
educação já pôs o Brasil à beira da falência em matéria
de conhecimento: no ranking do Programa Internacional
de Avaliação de Alunos (Pisa), da Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE),
que examinou o desempenho de alunos de 57 países, os
brasileiros ficaram no 53º lugar em matemática, 52º em
ciências e 48º em leitura.
"O ensino fundamental e médio não proporciona
o conhecimento mínimo de português nem de matemática
necessários para uma cidadania ativa, muito menos para
uma participação produtiva em um mercado de trabalho
com base em tecnologia", diagnosticou o Banco Mundial
(Bird) no relatório "Knowledge and Innovation for
Competitiveness in Brazil", publicado no início do ano,
cuja versão em português foi editada pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI) neste mês. O Bird conclui que
grande parte dos esforços das empresas no treinamento
de trabalhadores é dirigida para preencher lacunas
básicas do sistema de ensino formal e, se o país não
investir rapidamente na melhora da qualidade da
educação, "continuará a ser essencialmente um
fornecedor de commodities nos mercados mundiais".
As estatísticas da educação - que serviram de
base para o estudo do Bird - fazem que a tarefa de
melhorar a qualidade do sistema de ensino pareça
hercúlea: a média de escolaridade dos brasileiros com 15
anos ou mais ainda é de 4,3 anos de estudos, enquanto
chega a 10,5 anos na Coreia do Sul e a 6,2 anos na China.
Outro indicador: o período médio de permanência dos
alunos brasileiros em sala de aula é de 19,1 horas por
semana, bem abaixo das 30,3 horas da Coreia do Sul.
"Todos os elos da cadeia estão comprometidos", afirma
Naércio Menezes, economista especializado em
educação, da Faculdade de Economia e Administração
da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e do Ibmec.
O Brasil emprega 1,5 milhão de professores -
cujos salários consomem 75% dos gastos com educação -
na proporção de um para 22,4 alunos no ensino
fundamental e de um para 17,5 por alunos no ensino
médio. Esses números se assemelham aos da China,
ainda que sejam muito superiores aos dos países da
OCDE. Mas, se o Brasil pretende melhorar a
aprendizagem de português e de matemática, terá de
reduzir o número de alunos em salas de aula. O problema
mais grave é que o índice de absenteísmo é alto e
endêmico, com repercussão negativa na qualidade da
educação. "A lei permite as faltas e, se o professor
ultrapassar o limite autorizado, pode apresentar atestado
médico", lembra Menezes.
Algo em torno de 34% desses professores não têm
nível universitário e só 21% possuem título de mestre.
Nada aparentemente tão grave, não fosse a baixa
qualidade dos cursos de pedagogia que, segundo
Menezes, não "privilegiam" a prática. "Gasta-se um tempo
enorme no debate sobre ideias da educação. Não se
ensina a lidar com a avaliação nem se oferecem métodos
de transmissão do conhecimento básico. Não há um
currículo estruturado e o professor não sabe o que
16  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782
ensinar." Isso ajuda a explicar a taxa de 28% de
repetência no ensino fundamental, das mais altas do
mundo, que custa aos cofres públicos US$ 600 milhões
anuais. Na Argentina, o porcentual de repetência é de
10%; na Índia, de 4%.
O aluno brasileiro nem sequer pode proteger-se
da baixa qualificação ou da ausência do professor.
"Apesar de o governo gastar milhões em livros didáticos,
o aluno não pode levá-los para casa. Sem o livro, ele não
tem a quem recorrer", diz o ex-deputado Paulo Delgado,
que presidiu a Comissão de Educação da Câmara,
integra o Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae) no Rio
e o Conselho Temático Permanente de Educação da CNI.
É certo que as dificuldades de aprendizagem
começam em casa: os pais que não tiveram oportunidade
de estudar não entendem o significado de uma educação
de qualidade e os filhos vão para a escola sem nenhuma
motivação. Os pais vêem a escola como creche, refeitório
ou garantia de recebimento do dinheiro do Bolsa Família.
"O que deveria ser secundário supera o prioritário",
observa Delgado. "A expectativa do professor, da escola
e da família não coincide com a expectativa do aluno."
Frustram-se, assim, dois componentes que ele considera
básicos na educação: a "estudiosidade", ou o prazer em
aprender, e a "praticidade", já que o aluno não associa a
educação com seu futuro profissional. "É a educação de
qualidade que viabilizará a exploração do petróleo da
camada pré-sal e não ao contrário."
Delgado lamenta que o governo não se reporte ao
MEC quando, por exemplo, arquiteta um Plano de
Aceleração do Crescimento (PAC). "As decisões
econômicas antecedem a preocupação com as bases
educacionais. Decidimos como um país rico e
percebemos que somos carentes no meio do caminho.
Não há decisões realistas sem base na educação."
Diante desse quadro, os recursos do petróleo do
pré-sal podem até ajudar o Brasil a atingir o mesmo nível
de investimentos de Portugal em educação, avalia Aloísio
Araújo, da Escola de Pós-Graduação em Economia da
Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Instituto Nacional
de Matemática Pura e Aplicada (Impa). "O petróleo é uma
riqueza que não se renova. Precisa dar retorno no futuro."
Em sua opinião, o destino desses recursos deveria ser a
educação infantil, que garantiria "uma alta taxa de
retorno". Araújo argumenta que as crianças que iniciam
os estudos na pré-escola têm desempenho educacional
melhor. No entanto, "o pré-sal é para daqui a 15 anos" e
existem sérios problemas de gestão que precisam ser
urgentemente equacionados. "É necessário adotar um
sistema de pagamento diferenciado [dos professores],
por resultados", sugere. "A meritocracia tem que imperar."
O Estado de São Paulo, por exemplo, pretende
adotar um projeto de remuneração por desempenho. Os
cerca de 300 mil funcionários da Secretaria da Educação
terão recompensa no salário se os alunos melhorarem a
aprendizagem. O parâmetro de aferição será o Índice de
Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp),
lançado em maio, e o número de faltas. Se as metas forem
alcançadas, os professores e diretores, entre outros,
receberão o bônus equivalente a 20% dos 12 salários
mensais, ou seja, 2,4 salários a mais no fim do ano. Se a
escola atingir 50% da meta, o bônus será de 50% e assim
sucessivamente. Os que superarem a meta serão
premiados no limite de até 2,9 salários. O governo estima
que a nova política de remuneração lhe custará, pelo
menos, R$ 500 milhões.
"O difícil é excluir o bônus quando o desempenho
cai", adverte Armando Castelar Pinheiro, analista da
Gávea Investimentos e professor do Instituto de Economia
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O Rio,
ele lembra, já tentou pôr em prática um modelo
semelhante, mas teve de enfrentar o sindicato dos
professores quando reduziu o benefício. "O bônus era
entendido como se fosse parte do salário", explica. Se o
prêmio fosse conferido pelo governo federal - e não pelos
Estados ou municípios aos quais os professores estão
vinculados - seria mais fácil caracterizá-lo como
recompensa, afirma. Para Pinheiro, a entrega do prêmio
deveria ser feita em grande estilo, de forma a transformar
os campeões da educação numa espécie de celebridade,
valorizando o professor aos olhos da sociedade e
fomentando a demanda pelo saber nas famílias mais
pobres.
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Jornal Valor Econômico
TEXTO 05
CEOS NO BRASIL ERRAM NA HORA
DE GERENCIAR AS PESSOAS
Que os CEOs aprenderam a valorizar as pessoas
na empresa, não é novidade. Mas, apesar disso, 90% dos
profissionais acreditam que suas empresas têm muito o
que mudar na forma como gerenciam essas pessoas. É o
que mostra estudo realizado entre os meses de junho e
julho deste ano pela Gallup Consultoria. Na pesquisa,
que ouviu 70 CEOs que atuam em unidades de
corporações no Brasil, 77% deles disseram que
consideram "fácil mensurar o impacto das pessoas" na
empresa. O que chama atenção é que 39% dos que
responderam discordam disso e 19% dizem que "há muito
pouco o que mudar na gestão das pessoas" na
organização.
Com a abordagem da pergunta, ficou claro que a
preocupação com pessoas deixou de ser retórica, acredita
o vice-presidente da Gallup Brasil, Gustavo Oliveira,
responsável pelo estudo. O que surpreende é que, mesmo
assim, as companhias ainda não conseguiram gerenciar
as pessoas da forma que consideram ideal. Até entre os
94% dos CEOs de empresas que disseram fazer pesquisa
de opinião com funcionários, 39% avaliam o retorno
17  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782
dessas ações como ruim ou péssimo. "Isso mostra que eles
não acham que suas empresas estão fazendo a coisa
certa", diz.
As prioridades em ações para mudar esse
cenário, segundo a pesquisa, são iniciativas de liderança,
motivação e retenção de talentos. São todos itens que
giram em torno do gerenciamento feito pelos líderes. "São
eles que promovem o engajamento da força de trabalho",
diz. Na opinião dos CEOs, o nível que mais sofre com a
falta de talentos - e que portanto tem de lidar melhor com
as estratégias de retenção - é o gerencial: 67% dos
entrevistados disseram que faltam pessoas para esse
posto, contra 51% da diretoria e 53% do operacional.
De acordo com Oliveira, que conduziu a pesquisa,
também salta aos olhos que os CEOs não vêem os
benefícios dos projetos conduzidos pelos departamentos
de RH. "Isso significa que a tendência é que os futuros
projetos sofram transformações para serem mais
pragmáticos", avalia. Entretanto, as pessoas serão foco
este ano, principalmente porque 50% imaginam que suas
empresas também terão resultados melhores em 2008 do
que no ano anterior. "E 84% afirmam que o crescimento
será principalmente orgânico, o que torna o papel das
pessoas ainda mais determinante", conclui Oliveira.
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Fonte: Valor Econômico
TEXTO 06
A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO
À EDUCAÇÃO SUPERIOR
A democratização do acesso à educação superior
nos últimos anos foi destacada nesta quinta-feira, pelo
ministro da Educação, Fernando Haddad. Em entrevista
ao programa Bom Dia, Ministro, produzido pela
Secretaria de Imprensa da Presidência da República,
Haddad citou a ampliação dos investimentos na
expansão das universidades federais e o Programa
Universidade para Todos (ProUni), que já ofereceu 385 mil
vagas em cursos superiores a estudantes sem recursos
para pagar uma instituição particular.
"Só com o programa de expansão e
reestruturação das universidades federais, teremos mais
R$ 2 bilhões até 2012", salientou.
O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação
e Expansão das Universidades Federais (Reuni) deve
dobrar o número de vagas em instituições públicas no
próximo ano. A intenção é que 30% da população de
jovens - de 18 a 24 anos - esteja matriculada em cursos
superiores em 2010. Atualmente, o percentual é de 11%.
Para cumprir a meta, Haddad citou, além do
Reuni e do ProUni, a expansão da rede federal de
educação profissional e tecnológica, a Universidade
Aberta do Brasil (UAB) e o Fundo de Financiamento ao
Estudante do Ensino Superior (Fies).
As recentes mudanças no fundo facilitam o
empréstimo e o pagamento de bolsas de estudo em
instituições particulares. Ainda este ano, serão oferecidas
120 mil bolsas pelo programa.
Os investimentos em educação superior devem ter
reflexos na educação básica, já que grande parte dos
recursos vai para a formação de professores do ensino
fundamental e médio. Ao falar sobre o custo por aluno nas
escolas públicas, Haddad defendeu um acréscimo de
recursos.
"Evoluímos muito, mas investimos apenas R$ 150
por mês para os alunos da educação básica e sabemos
que isso ainda é pouco", disse.
Haddad falou também sobre a expansão da rede
federal de educação profissional e tecnológica. Ao longo
de 93 anos de funcionamento, ela contava com 140
escolas. Até 2010, esse número deve chegar a 354. "A
orientação do governo federal é levar escolas técnicas ou
expansões das universidades federais a todas as cidades
com potencial para se tornarem pólos regionais",
esclareceu.
A expansão do acesso à educação superior e ao
ensino profissionalizante faz parte, segundo Haddad, de
um contexto geral de evolução qualitativa da educação
brasileira.
Com a criação do Fundo da Educação Básica
(Fundeb), a complementação da União para essa etapa
do ensino passou de R$ 500 milhões em 2003 para R$ 5
bilhões, valor que será investido em 2009. "Este ano,
tivemos um orçamento de R$ 3,2 bilhões, o que já é seis
vezes mais do que a União investia em 2003". Para
garantir que não haja retrocesso, o ministro defendeu a
manutenção, pelos futuros governantes, do compromisso
de fazer tanto ou mais do que está sendo feito. "Todos os
27 governadores e 5.563 prefeitos aderiram ao plano de
metas do compromisso Todos pela Educação. Não
podemos abortar esse processo de melhora", disse.
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Redação Terra / Terra - Educação
TEXTO 07
EXAME DA OAB: REPROVAÇÃO EM MASSA
CONTINUA
A Comissão de Estágio e Exame de Ordem da
OAB SP divulgou, no dia 14 de novembro, a lista de
aprovados no Exame de Ordem 136. Foram aprovados,
para o exercício da advocacia, o total de 2.918
candidatos, o equivalente a 18,23%. Ao todo, se
inscreveram 16.594 bacharéis, sendo que 16.004
realizaram a primeira fase, no dia 14 de setembro, na
qual foram habilitados 5.516 candidatos, equivalente a
34,51%, para a segunda fase do exame.
A segunda fase ocorreu no dia 19 de outubro e
abrangeu prova prático-profissional, consistindo em
redação de peça profissional, privativa de Advogado; e
cinco questões práticas, sob a forma de situações-
18  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782
problema. Tanto a peça profissional, quanto as questões
práticas versaram sobre a área do Direito escolhida pelo
candidato na ficha de inscrição.
Os candidatos podem recorrer no prazo de três
dias úteis, a partir da data de divulgação dos resultados,
utilizando o Sistema Eletrônico de Interposição de
Recursos, no endereço eletrônico www.oabsp.org.br. De
acordo com o Edital, a "impressão do recurso deverá ser
efetuada somente após a inclusão, pelo candidato, de
todas as suas razões, referentes a todas as questões
impugnadas. Após a impressão, o sistema não permitirá
ao candidato a alteração e/ou adição de outras razões
recursais". Se o recurso for admitido, a prova será revista
por uma comissão de 3 membros.
O candidato aprovado terá direito a um
certificado emitido após a divulgação do resultado final e
mediante a comprovação da conclusão do curso de
graduação em Direito conferida até dia da realização da
prova prático-profissional e, ainda, a prova da respectiva
colação de grau, que poderá ser superveniente,
acompanhadas de cópia da cédula de identidade e, se
for o caso, de seu título de eleitor, cujos dados deverão
corresponder àqueles informados no momento da
inscrição, sob pena de anulação de todos os atos
praticados, inclusive das avaliações obtidas.
http://www.expressodanoticia.com.br/index.php
TEXTO 08
GOVERNO CONCEDE ANISTIA POLÍTICA AO EX-
PRESIDENTE JOÃO GOULART
Este é o primeiro caso de ex-presidente que recebe
anistia política. Jango viu o 'ocaso do Estado de Direito'
no país, diz Lula em mensagem.
O ex-presidente da República João Goulart e
sua viúva, Maria Teresa Goulart, tiveram seus pedidos de
anistia política julgados neste sábado (15) e concedidos,
por unanimidade, durante encontro, em Natal (RN), da
Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.
Participaram do evento várias autoridades. Entre
elas o ministro da Justiça, Tarso Genro, e os presidentes
da Câmara, Arlindo Chinaglia, e do Senado Federal,
Garibaldi Alves.
Este é o primeiro caso de um ex-presidente da
República que recebe anistia política. O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva recebeu anistia em 1994, ou seja,
antes de tomar posse no comando do Executivo. Ele ficou
preso por um mês em 1980.
João Goulart, ou Jango, como era conhecido, foi
deposto pelo golpe militar de 1964. Ele foi afastado da
presidência após a tomada de poder pelos militares
e refugiou-se no Uruguai. Também passou pela
Argentina, onde morreu em 1976, na cidade de Mercedes,
vítima de um ataque cardíaco.
Por ter recebido o status de anistiada política, a
viúva de João Goulart, Maria Tereza, receberá R$ 100 mil
em indenização do Estado. Já devido ao processo do ex-
presidente da República, ela receberá mais R$ 5,4 mil por
mês de indenização.
Mensagem do presidente Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está
participando da reunião do G20 em Washington (Estados
Unidos) não compareceu ao evento, mas enviou uma
mensagem, que foi lida no local. Segundo ele, a
concessão da anistia política a João Goulart marca um
"pedido oficial" de desculpas do Estado brasileiro.
"Mais que isso, este ato representa a renovação
do compromisso público firmado por nossa sociedade em
1988, de avançar na consolidação de um projeto de nação
calçado na liberdade , na valorização da diferença e na
preservação da vida acima de qualquer outro valor", disse
Lula em sua mensagem.
O presidente disse ainda que o evento
homenageia um "grande líder da nação". "Nunca será
demais destacar o papel heróico de Jango para o povo
brasileiro, uma vez que ele representa como poucos o
ideal de um Brasil mais justo, mais igualitário e mais
democrático. Infatigável defensor da pátria e das
reformas de base, Jango viu o ocaso do Estado de Direito
no Brasil, que o obrigou ao exílio, do qual retornou sem
vida, para ser sepultado em sua amada terra natal",
avaliou.
OAB
Também presente à cerimônia em Natal, o
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB), Cezar Britto, disse que a sessão da Comissão de
Anistia representou um "momento histórico" pois foi a
primeira vez, segundo ele, que o Estado oficialmente
reconhece que errou no que se refere ao golpe militar.
"É a primeira vez que o Estado pede desculpas por
ter quebrado a via democrática e ter rasgado a
Constituição brasileira. Este é um momento que ficará em
nossa lembrança para que não possamos nunca mais
repetir aquilo que aconteceu: para que não possamos
nunca mais repetir o Estado Policial e a ditadura militar",
avaliou ele.
http://g1.globo.com/Noticias/Politica
TEXTO 09
OBAMA E MCCAIN SE ENCONTRAM EM CHICAGO E
PEDEM "ERA DE REFORMAS"
O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack
Obama, se encontrou nesta segunda-feira com o rival da
corrida presidencial, o republicano John McCain, na sede
dos trabalhos da sua equipe de transição, em Chicago.
Obama disse que os dois teriam "uma boa conversa sobre
como trabalhar juntos para consertar o país".
"Neste decisivo momento da história, nós
acreditamos que americanos de todos os partidos querem
19  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782
e precisam de líderes que se unam e mudem os maus
hábitos de Washington para solucionar os comuns e
urgentes desafios de nossos tempos", afirmaram Obama
e McCain em um pronunciamento conjunto, divulgado à
imprensa ao fim da reunião.
"Foi neste espírito que tivemos uma produtiva
conversa sobre a necessidade de iniciar uma nova era de
reformas na qual dominamos excessos de governo e o
bipartidarismo amargo de Washington para restaurar a
confiança no governo e devolver prosperidade e
oportunidade a toda família americana trabalhadora",
afirmara.
Entre os desafios nos quais ambos pretendem
atuar estão a crise financeira, a crise energética e a
segurança nacional.
O deputado democrata Rahm Emanuel, que
assumirá a chefia de gabinete de Obama na Casa
Branca, e o senador republicano Lindsey Graham
participaram do encontro.
McCain deu sinais de disposição em cooperar
com Obama já em seu primeiro discurso após a
confirmação da derrota, ainda no último dia 4, data
oficial da votação. "Eu prometo a ele [o presidente eleito]
esta noite fazer tudo em meu poder para ajudá-lo a nos
liderar através dos muitos desafios que vamos encarar."
Obama, que renunciou à sua cadeira no Senado
neste domingo (16), tem conversado com seus antigos
rivais políticos para garantir um governo de cooperação
bipartidária. Ele afirmou em entrevista ao programa "60
Minutes", da rede CBS, que escolherá ao menos um
membro do Partido Republicano para integrar o seu
gabinete.
Outro ex-rival de Obama cotado para participar
do governo é a senadora democrata Hillary Clinton. Os
dois se enfrentaram nas primárias do partido e, agora,
Hillary poderá assumir o cargo de secretária de Estado.
Especialistas, porém, alertam para o fato de que,
se Hillary realmente for escolhida, levará consigo críticas
feitas ao marido, o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001).
Segundo o jornal "Sunday Telegraph", com Hillary, a
minoria republicana no Congresso poderá tentar lembrar
a população de polêmicas envolvendo a construção da
fundação e da biblioteca presidencial feitas em nome de
Clinton.
Uma dessas polêmicas seria a lista secreta de
doadores que, conforme os críticos, inclui vários nomes
estrangeiros, principalmente dos países ricos em petróleo
do Golfo.
(Folha On-line)
TEXTO 10
IBOPE PASSARÁ A MEDIR AUDIÊNCIA DA
INTERNET NO TRABALHO
O Ibope/NetRatings passa a medir, em janeiro, a
audiência das páginas da web visitadas em ambientes
corporativos no Brasil. Hoje, essa medição é feita apenas
com base nos acessos domiciliares e nos locais públicos.
Os dados devem ser disponibilizados ao mercado a partir
do segundo trimestre do ano que vem, depois de um
período de testes. O Ibope aponta que o País tem hoje
cerca de 40 milhões de internautas ativos. No ambiente
domiciliar, foram contabilizados, em agosto, 24,3 milhões
de internautas ativos, que gastaram 23,5 horas de seu
tempo navegando.
De posse dos números agregados, a expectativa
é que se tenha uma visão mais ampla e real do
comportamento do usuário brasileiro de Internet,
possibilitando melhor planejamento das empresas para
as suas estratégias de publicidade e marketing. Este ano,
até agosto, o meio recebeu cerca de R$ 450 milhões do
mercado publicitário, o que significa 3,37% do total
investido em mídia. Os números representam um
crescimento de 45% em relação ao mesmo período do ano
passado.
Segundo a CEO do Ibope/NetRatings, Fábia Juliasz, será
empregada na medição corporativa a mesma
metodologia do painel domiciliar. "Vamos somar as duas
medições", diz Fábia. Ao mesmo tempo será possível
analisar as diferenças na forma de uso em cada
ambiente. "Haverá uma visão muito mais ampla sobre o
que o usuário prefere no ambiente domiciliar e no
corporativo." Medição semelhante já é feita pela
Nielsen/NetRatings - sócia do Ibope/NetRatings - em
mercados como o dos Estados Unidos, da Alemanha, da
Inglaterra e do Japão.
De acordo com o presidente internacional da
Nielsen Online, Jonathan Carsen, os clientes brasileiros
terão diversos benefícios com o novo serviço. "Como parte
significativa do uso da Internet no país ocorre no local de
trabalho, teremos um retrato mais completo desse
universo", afirma. Segundo ele, os números de audiência
em algumas categorias, como notícias e finanças, terão
aumento significativo. "Constatamos em outros países
que os usuários visitam esses locais com frequência
durante as horas de trabalho", diz Carsen.
Ele afirma ainda que o uso da banda larga é mais
frequente no ambiente corporativo, e que a pesquisa
poderá fornecer dados mais aprofundados sobre o uso de
meios de valor agregado, como os vídeos. "Poderemos
ainda fornecer melhores medidas de fidelidade,
comparando a duplicação de visitas no ambiente
corporativo e no domiciliar."
Segundo Carsen, em outros mercados onde foi
lançada essa tecnologia pode-se notar que os grandes
clientes foram beneficiados ao perceber de uma maneira
mais ampla o comportamento do usuário de Internet.
"Estamos confiantes de que esse será o caso no Brasil",
afirma.
Para Paulo Castro, conselheiro do Interactive Advertising
Bureau (IAB) e diretor geral do Terra Brasil, ter mais
conhecimento sobre a audiência é essencial para dar
mais informações ao mercado e defender melhor os
investimentos publicitários. "O mercado online cresceu
mais de 40% nos três primeiros trimestres do ano e deve
manter o crescimento a taxas de 30% pelos próximos
cinco anos", diz Castro. "As vendas de computadores e o
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Apostila de leitura

  • 2. 2  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 APRESENTAÇÃO Caros alunos, Este é um dos materiais de apoio que usei por um bom tempo no meu curso em São Luís, MA, chamado Oficina dos Concursos. Nele, você vai encontrar uma série de informações básicas sobre Tipologias e Gêneros Textuais. O principal objetivo desta apostila é oferecer aos alunos, concurseiros de todo o Brasil, subsídios textuais e metatextuais para se familiarizarem com os principais tipos de textos que ocorrem nas provas dos concursos organizados pelas principais bancas do país. Além de informações sobre textos, há um bom volume de material informativo que pode e deve ser levado em consideração. Há no final da apostila uma série de Mapas Conceituais extraídos do material eletrônico da Editora Moderna, de autoria de Maria J. Abaurre, os quais ajudarão a esclarecer ainda mais o conhecimento sobre textos. Por fim, há um quadro comparativo de tipologias textuais que compara as três principais tipologias textuais: Descrição Narração e Dissertação. Aproveitem o material. É gratuito. E bons estudos! Fraternalmente, Professor Adeildo Júnior
  • 3. 3  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 I – ANÁLISE, COMPREESÃO E INTERPRETAÇÃO A análise, a compreensão e a interpretação de um texto envolvem o conhecimento de seus elementos estruturais, ou seja, o domínio de determinadas categorias (conceitos) do texto. O domínio desses conceitos básicos possibilita ao leitor uma análise mais rigorosa, com observações críticas mais bem fundamentadas. A descrição desses elementos estruturais do texto deve fornecer matéria para uma argumentação, uma linha de raciocínio em que o leitor principiante na análise textual fundamente a defesa de um ponto de vista crítico ou precise responder a questões mais aprofundadas sobre o texto e os elementos que o estruturam. Sem essa linha de argumentação, em torno de uma ideia central a ser desenvolvida, a descrição dos elementos estruturais do texto tenderá a se desarticular. A análise textual pressupõe essa articulação, e a descrição só terá sentido crítico se for feita em sua função. Analisar um texto é, pois, correlacionar, em torno de um núcleo central de ideias, a organização de seus elementos estruturais, conforme as necessidades da argumentação. Analisar pressupõe argumentar, defender o ponto de vista crítico que é a sua razão de ser. Para essa defesa, é necessário que se busque uma comprovação do que se afirma. Daí a importância de uma descrição mais rigorosa do texto. Subsidiariamente, pode-se valer da bibliografia existente sobre a obra, seu autor, seu estilo jornalístico ou sua tendência literária. Esta matéria, entretanto, deve aparecer em função da análise que está em curso e não o inverso. A análise textual pressupõe dois movimentos: a desmontagem do texto (a análise propriamente dita, no sentido literal dessa palavra) e a sua articulação em torno de um seu princípio configurador (uma estrutura, um tema) capaz de explicar o sentido de sua construção. Essa articulação tem em vista uma síntese, isto é, uma visão de conjunto do texto analisado: “Análise e interpretação representam os dois momentos fundamentais do estudo do texto, isto é, os que se poderiam chamar respectivamente o ‘momento da parte’ e o ‘momento do todo’, completando o círculo hermenêutico, ou interpretativo, que consiste em entender o todo pela parte e a parte pelo todo, a síntese pela análise e a análise pela síntese.”1 Diante de tudo isso, com o objetivo de estreitar o contato do leitor principiante com a informação e com a análise textual, apresentamos a seguir uma orientação para a construção de uma leitura inteligentemente conduzida. São conceitos e técnicas de leitura, que ajudarão a descortinar o texto e a criar um hábito de 1 Candido, Antonio. O estudo analítico do poema. São Paulo, FFLCH/Universidade de São Paulo, s.d. p. 20. leitura e análise iluminados pela razão. Além disso, há uma coletânea dos mais variados gêneros textuais. A seleção obedeceu a um critério simples, porém rigoroso: as tipologias textuais escolhidas basearam-se nas que mais ocorrem em provas de concursos públicos organizados pela Fundação Carlos Chagas (FCC), Escola de Administração Fazendária (ESAF), Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (CESPE-UnB), entre outras instituições. Os textos estão apresentados de acordo com os gêneros de que fazem parte. Antes, porém, de cada coletânea, há um esclarecimento a respeito do que são e de como se caracterizam as várias modalidades textuais apresentadas: editoriais, artigos, notícias e cônicas. Desse modo, esperamos contribuir para o desenvolvimento das habilidades de cada leitor, tornando-o não só capaz de ler melhor, mas também (e, sobretudo) livre para compreender o mundo que o cerca e interagir com este mundo como cidadão consciente de que ler liberta. II – OS TEXTOS JORNALÍSTICOS Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu portador (jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da função informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no momento em que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da atualidade, condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as novidades produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais variados temas. Apesar dessa característica fugacidade, muitos desses temas têm sua conotação de atualidade mantida, haja vista a permanência das discussões ou a continuidade das problemáticas sociais historicamente indissolúveis. De acordo com esse propósito, são agrupados em diferentes seções: informação nacional, informação internacional, informação local, sociedade, economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos. A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema abordado. Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns são os editoriais, as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as crônicas, as resenhas de obras e espetáculos. A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à medida que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publicitários aparecem não só nos periódicos como também em outros meios amplamente conhecidos como os cartazes, folhetos,
  • 4. 4  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 folders, outdoors, etc.; por isso, eles não entrarão nessa coletânea. Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer de suas seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os quais destacam-se: a legibilidade de sua tipografia, apurada diagramação, ilustrações gráficas adequadas e complementares das informações (tabelas, fotografias, gráficos, esquemas, etc.). É conveniente a observação ainda de como os textos jornalísticos são distribuídos na publicação para melhor conhecer a ideologia da mesma. Essencialmente, a primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior das folhas dos jornais trazem informações que devem ser destacadas. Esta localização antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conteúdo desses textos. O corpo da letra dos títulos também é um elemento indicativo do posicionamento adotado pela redação. III - EDITORIAIS Os editoriais são textos de um jornal em que o conteúdo expressa a opinião da empresa, da direção ou da equipe de redação, sem a obrigação de se ater a nenhuma imparcialidade ou objetividade. Geralmente, grandes jornais reservam um espaço predeterminado para os editoriais em duas ou mais colunas logo nas primeiras páginas internas. Os boxes (quadros) dos editoriais são normalmente demarcados com uma borda ou tipologia diferente para marcar claramente que aquele texto é opinativo, e não informativo. Editoriais maiores e mais analíticos são chamados de artigos de fundo. O profissional da redação encarregado de redigir os editoriais é chamado de editorialista. Na chamada "grande imprensa", os editoriais são apócrifos — isto é, nunca são assinados por ninguém em particular. A opinião de um veículo, entretanto, não é expressada exclusivamente nos editoriais, mas também na forma como organiza os assuntos publicados, pela qualidade e quantidade que atribui a cada um (no processo de Edição jornalística). Em casos em que as próprias matérias do jornal são imbuídas de uma carga opinativa forte, mas não chegam a ser separados como editoriais, diz-se que é Jornalismo de Opinião. TEXTO 01 COM TODAS AS LETRAS Sabe-se de uma reforma agrária na Grécia, há 26 séculos, quando o legislador Sólon extinguiu a hipoteca de terras e anistiou as dívidas dos camponeses. Há 21 séculos, em Roma, os irmãos Graco promulgaram a lex agraria, que estabelecia o máximo de terra que cada um podia ter. Na China, há 16 séculos, Tao Wu-ti assentou 460.000 camponeses, o que aumentou a produção de alimentos e expandiu a agricultura império afora. Na idade moderna, sabemos da reforma agrária trazida pela Revolução Francesa (1789), do fim dos latifúndios no Japão (1949), Bolívia (1953), Cuba (1959). E aqui, depois de exemplos que vêm de dois milênios, para nossa vergonha perante as nações, no país com maior área agriculturável do planeta, quem luta por reforma agrária é tratado como criminoso. Em pleno século 21. Tal é a situação que vivemos, e se agrava no Rio Grande do Sul, onde nada menos que o Conselho Superior do Ministério Público estadual aprovou há seis meses documento que equivale a uma declaração de guerra ao MST, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra. Isto ocorre num Estado em que a direita assanha garras e dentes, enquanto o governo enfrenta a maior crise de sua história recente, em meio a uma catadupa de denúncias de corrupção. A governadora Yeda Crusius, acuada, isola-se no Palácio Piratini e, conforme mostra a reportagem de Maurício Macedo, responde com violência a toda manifestação de repúdio a seu desgoverno – com tropas da Brigada Militar, comandada pelo coronel Paulo Mendes, que o povo chama de “capitão Nascimento dos pampas”, ou também, sintomaticamente, de “pittbull da Yeda”. Assim, nosso colunista João Pedro Stedile, membro do MST, encontra fortes razões para dizer, com todas as letras, que “o fascismo renasce nos pampas”. O bravo povo gaúcho não merece. Como não merecem os xavantes, no Mato Grosso, o tratamento que brancos despidos de todo senso de humanidade lhes dedicam. A outra reportagem de destaque neste número, de João de Barros, narra a saga dos xavantes que, expulsos de suas terras, voltaram e agora enfrentam a ameaça de perder tudo de novo. E só basta às autoridades cumprir as decisões da Justiça. (Caros Amigos. Editorial - Ano XII - Número 136 Julho 2008) TEXTO 02 POLÍCIA É CIVIL “Uma brutalidade inaceitável”, reagiu o governador paulista, José Serra, ao saber que 6 PMs lincharam um garoto de 15 anos em Bauru. A selvageria desses maus policiais, nos últimos 2 anos e apenas em São Paulo e Rio de Janeiro, ceifou quase 3.500 vidas – números bélicos. Já escandaliza até meios conservadores – um de seus arautos, O Estado de S. Paulo clama que “o banditismo dentro da polícia precisa ser cortado pela raiz” (editorial de 12/5/2008). De Bauru, nossos repórteres trouxeram a matéria “Assassinos Fardados à Solta”. Nela, Fermino Fechio, ouvidor nacional da SEDH (Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República), diz: “histórica e cientificamente, polícia é uma instituição de natureza civil”. A favor da desmilitarização da polícia, Fechio aponta que em vários Estados a PM tem o mesmo regulamento disciplinar do exército.
  • 5. 5  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 Mais que isso, podemos dizer: como a ideologia é militar, há que existir inimigos; e como não estamos em guerra, aqui mesmo está o inimigo, um inimigo difuso, que acaba se confundindo com o povo – o pobre, o negro, os desvalidos, os sem-voz. No Rio, a matança já era tal no meio da década passada, que um general golpista de 64, Carlos Alberto da Fontoura, dizia na época que tinha “mais medo da polícia do que do ladrão”. Com certeza referia-se à PM, aliás resquício da ditadura. Para o bem geral, entre as reformas de que o país precisa, urge mais esta: a desmilitarização da polícia. Outro repórter acompanhou as peripécias de uma “mula” que foi buscar drogas no Paraguai, enquanto um quarto explica como funciona a guilhotina que decepa dedos no carro Fox – assunto do qual a mídia grande fugiu. No Rio, ouvimos Ney Matogrosso, maravilhoso no palco, gentil na entrevista: abriu-nos a alma. Um deleite mesmo para os que não se consideram seus fãs. Um viva para Roberto Freire, jornalista, escritor, que se foi a 23 de maio aos 81 anos. Co-fundador de Caros Amigos, honrou-nos com sua sabedoria até 1998, quando se afastou por divergências ideológicas com Sérgio de Souza. (Caros Amigos. Editorial - Ano XII - Número 135 Julho 2008) TEXTO 03 DOIS JEITOS DE TRATAR OS POBRES Na maior cidade do hemisfério sul, desenrola-se uma política perversa que o eufemismo oficialista classifica de “revitalização do centro”. Consiste em identificar locais habitados pela pobreza no chamado centro “expandido”, em cortiços, favelas, ocupações, loteamentos “irregulares”. E, então, promover a “limpeza social”, mediante ações disfarçadas em legalidade ou simplesmente truculentas, empurrando os pobres cada vez mais para os confins da metrópole, onde se repetirá o ciclo – loteamento irregular, ocupação à beira de mananciais, de encostas, até nova expulsão. Não tem ocorrido ao atual “establishment” municipal revitalizar o centro de São Paulo revitalizando os pobres, dando-lhes a chance de ascender a melhores condições de vida e de permanecer onde estão. Eis o tema de nossa reportagem principal. No extremo oposto desse tipo de atitude diante de nossos semelhantes, vamos encontrar a ação do principal entrevistado do mês, o neurocientista Miguel Nicolelis, autor de recente proeza que aturdiu o mundo: mostrou que a “força do pensamento” pode mover um robô no outro lado do mundo. Ele escolheu justo a região mais pobre do país, o Nordeste, para cravar o primeiro instituto de ciências com o qual pretende iniciar uma rede que atenderá mais de 1 milhão de crianças. Fanático pelo Palmeiras, por futebol e pelo Brasil, demonstra a simplicidade dos verdadeiros gênios. Também não registramos memória, em nossa redação, de um entrevistado ou entrevistada que tenha se emocionado a ponto de chorar – o que aconteceu quando ele falou dos brasis que estão acontecendo e ninguém dá notícia, ou das crianças que seu instituto acolhe e só precisam de carinho e atenção para despontar, sem medo de fazer perguntas, a montar robôs, a olhar no telescópio, a medir a lua de Júpiter. A ciência, avisa Nicolelis, é uma questão de soberania nacional. Promove transformação social. Estamos desde fevereiro sem a seção De Repente, do nosso Nicodemus Pessoa, que se encontra em tratamento de saúde e a quem desejamos pronto restabelecimento. (Caros Amigos. Editorial - Ano XII - Número 134 Julho 2008) TEXTO 04 FOI-SE NOSSO SERJÃO Márcia, a “menina” mais velha dentre os sete filhos de Serjão, disse a um de nós que se acercou do esquife, onde jazia o corpo solene, imponente: “Morreu nosso pai, seu também – todos os que estão aqui, de quem ele não foi pai?” Então, de todos nós ali morria-nos também um pai, e felizes aqueles que encontram esse segundo pai, que nos lapida ou corrige o caráter, orienta na profissão e na vida, no fazer diário e principalmente na exemplaridade. A todos os que lamentam a precoce partida, ocorre a observação, obrigatória: a gentil elegância. Escreve o caçula da redação Vinícius Souto, 19 anos: “Atencioso quando se despedia em direção ao almoço, atravessava a redação dizendo os nomes dos presentes, um a um, sem esquecer ninguém.” O quase setentão Woile Guimarães, de antigas batalhas, relembra “a dedicação que dava aos jovens, estagiários, estudantes”, um deles, recém-formado, Caio Bruno, a testemunhar como, apesar do “caminhão de trabalhos”, o recebeu com paciência e atenção. “Serjão respeitava o momento de quem falava com ele”, observa o poeta e jornalista Hélio Alcântara. A importância de Sérgio de Souza para o jornalismo brasileiro é discreta como sua figura, incomensurável como o tamanho de sua dignidade. Dá- se naquele mister quase anônimo do editor, do editor de texto, do lápis preto número 2 com que circulava palavras desnecessárias, da conversa com o autor, “certeiro nos comentários e nas sacadas que norteavam os repórteres perdidos”, segundo o olhar do menino Vinícius, até que surgia o texto final, impecável. Inquieto, inventor, de finíssima irreverência, sua última criação foi o “Anticurso Caros Amigos de Jornalismo – Como não enriquecer na profissão”, evento que, divertindo e instruindo jovens, parte para a terceira edição e cujo título dispensa explicações. Reservado, sempre evitou “aparecer”. Nem sequer assinava este editorial. Nossos leitores, porém, vão
  • 6. 6  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 ganhar um presente: uma edição especial, para abril, do nosso sempre capitão. E honramos sua memória nos esforçando para seguir fazendo o jornalismo que, como ele defendeu, pretende contribuir para uma sociedade melhor, porque, nos ensinou, “se não houver tal ambição, é melhor cuidar de outro trabalho”. (Caros Amigos. Editorial - Ano XII - Número 133 Julho 2008) TEXTO 05 BRIGA DE CACHORRO GRANDE Fidel sai da briga direta, a igreja de Edir Macedo e a Folha dos Frias trombam, Luis Nassif está em guerra com a Veja, a fronteira Venezuela-Colômbia ferve. Sobre o gesto de Fidel, que em sua coluna escreve sobre Lula, falam Emir Sader e Aleida Guevara, a filha do Che entrevistada em Madri por Júnea Assir. Luiz Eduardo Greenhalg diz quais são as implicações jurídicas contidas nas ações que a Igreja Universal do Reino de Deus move contra a Folha de S. Paulo. Luis Nassif é o entrevistado explosivo da edição, respondendo por que criou uma série de matérias em seu blog colocando a revista Veja, sua direção e certos de seus colunistas na incômoda posição de “assassinos de reputações”. Pau puro! O jornalista Carlos Azevedo traz da Venezuela a impressão de que a fronteira do país com a Colômbia está registrando uma temperatura política capaz de romper os termômetros. Em Berlim, a jornalista Meyre Anne Brito foi ao festival de cinema – que premiou o fi lme brasileiro Tropa de Elite com o Urso de Ouro – para ver documentários do Programa Especial War at Home, todos com um olhar sobre a guerra do Vietnã. Eduardo Suplicy desfilou na campeã Vai-Vai do Carnaval paulista deste ano, e agora conta feliz como foi o rebolado geral. Temos uma novidade: o linguista Marcos Bagno, da explosiva entrevista da edição passada, estreia sua seção, Falar Brasileiro, e já entra descendo a lenha em um dos tradicionais gramáticos brasileiros que está lançando uma coleção de fascículos “ensinando” o português. José Arbex Jr. entrevista Valério Arcary, historiador e membro da direção nacional do PSTU, sobre o futuro político da América Latina. O repórter Léo Arcoverde, que é do Rio Grande do Norte e está em São Paulo há poucos meses, quis conhecer o povo que vive na região mais populosa da cidade, a zona leste, e escolheu, para isso, a linha de ônibus mais longa de todas, onde as pessoas gastam 4 horas por dia, sentadas ou de pé. Tudo isso, e mais um bocado, sob o olhar de Exu, que o repórter Marcos Zibordi garante não ser ligado ao demo. (Caros Amigos. Editorial - Ano XII - Número 132 Julho 2008) TEXTO 06 MEXIDAS EM NOSSA CABEÇA E CORAÇÃO A entrevista de capa desta edição talvez seja a mais desconcertante de todas as que fizemos até agora. Provoca distúrbio mental em quem acha que conhece a língua que falamos. Que há muito tempo não é o português, é o português brasileiro. “Já passou da hora da gente aceitar como corretas, bonitas e elegantes, formas que são usadas no Brasil há mais de 150 anos e que os gramáticos continuam dizendo que está errado”, diz o entrevistado. Mais bordoada: “A mídia tenta perpetuar o português falado em Portugal no século 19”. Outra de muitas: “Isso de dizer ‘cheguei a São Paulo’ é lá em Portugal; no português brasileiro é ‘cheguei em São Paulo’”. Ele abomina os “consultórios gramaticais” dos jornalões e revistas, assinados pelos que chama de “comandos paragramaticais”. Seu nome é Marcos Bagno, professor e um dos 3.000 membros da Associação Brasileira de Linguística. É ler e se deliciar, além de se espantar. Trazemos também duas reportagens especiais: a viagem de Sérgio Kalili ao Iraque, acompanhando o senador Eduardo Suplicy, em missão oficial, e secreta, do governo brasileiro. A outra reportagem é sobre a violenta realidade cearense, com seu recorde de assassinatos, contada cruamente por Léo Arcoverde. E publicamos a última conversa-entrevista, entre amigos, de Paulo Patarra, o jornalista que criou a revista Realidade. Foi feita dia 22 de dezembro passado, no Hospital do Servidor Público do Estado, em São Paulo, onde ele estava internado na ala de Cuidados Paliativos. Sofreu, muito, as dores do câncer que o mataria um mês depois, o que não evitou, porém, que encarasse sua situação com a presença de espírito, o humor e a picardia que não o abandonaram e faziam parte do grande jornalismo que protagonizou. Além da virtude que foi sua marca, a generosidade. A foto abaixo, de Amancio Chiodi, é da missa que Frei Betto promoveu em homenagem a Patarra, na Igreja de São Domingos, dia 24 de janeiro último. (Caros Amigos. Editorial - Ano XII Número 131 Julho 2008) TEXTO 07 FELIZ ANO NOVO? Esperamos que sim. Apesar dos pesares. É que todo ano que entra, as pessoas se deixam levar pela tradição e auguram umas às outras tempos felizes, como se, de repente, todos fizessem parte de uma mesma e fraterna coletividade. Tudo bem que pelo menos em um ou dois dias do ano aconteça isso, mas, e os outros 363? Pois é a propósito desses outros 363 dias que precisamos aqui expor o que pode significar, para Caros Amigos, este ano-novo. Desde o começo, onze anos atrás, tem sido difícil manter nossa modesta estrutura, já que nascemos
  • 7. 7  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 com um capital mínimo, se é que aquilo podemos chamar de capital. E viemos, a duras penas, conseguindo tocando o barco, à custa de empréstimos bancários e de amigos, sem contar um dado vital que já foi exposto neste espaço: a impressionante cumplicidade dos colaboradores que assinam os artigos, seções e colunas que todo mês preenchem – com a maior qualidade – as páginas da revista. Há anos, todos eles (à exceção de três, que não podem prescindir de uma remuneração – pequena – mensal) comparecem com seus trabalhos, pontualmente. A situação que temos vivido se estabeleceu por razões explicáveis: a receita de publicidade nas páginas de Caros Amigos não cobre os nossos custos. É sabido que qualquer publicação jornalística periódica, seja de grandes ou pequenas editoras, garante seu sustento principalmente com o dinheiro dos anúncios, além da venda em bancas e de assinaturas. É uma regra, às vezes ingrata. E que não temos conseguido o número mínimo de anúncios necessário para ir para frente, desenvolver os muitos planos que temos na gaveta. Fazemos essa colocação seguindo nosso princípio jornalístico aberto, sem peias e quase íntimo com o leitor. É preocupante o cenário que temos pela frente em 2008, mas continuaremos brigando, como temos feito até aqui. (Caros Amigos. Editorial - Ano XII - Número 130 Julho 2008) TEXTO 08 LEITURA NO BRASIL É UMA "VERGONHA", DIZ "THE ECONOMIST" A aversão dos brasileiros aos livros virou assunto da última edição da influente revista britânica "The Economist". Para a publicação, a situação precária das bibliotecas públicas e o baixo índice de leitura dos brasileiros constituem "motivo para vergonha nacional", juntamente com o crime e com as taxas de juros. Leia abaixo uma tradução do texto "Um país de não-leitores" publicado pela "The Economist". "Muitos brasileiros não sabem ler. Em 2000, um quarto da população com 15 anos ou mais eram analfabetos funcionais. Muitos simplesmente não querem. Apenas um adulto alfabetizado em cada três lê livros. O brasileiro médio lê 1,8 livros não-acadêmicos por ano – menos da metade do que se lê nos EUA ou na Europa. Em uma pesquisa recente sobre hábitos de leitura, os brasileiros ficaram em 27º em um ranking de 30 países, gastando 5,2 horas por semana com um livro. Os argentinos, vizinhos, ficaram em 18º. Em um raro acordo, governo, empresas e ONGs estão todos se esforçando para mudar isso. No dia 13 de março, o governo lançou o Plano Nacional de Livros e Leitura. A medida busca impulsionar a leitura, por meio da abertura de bibliotecas e do financiamento de editoras, entre outras coisas. A ONG Instituto Brasileiro de Leitura traz livros para as pessoas: a entidade instalou bibliotecas circulantes em duas estações do metrô na cidade de São Paulo, e planeja outra em uma escola de samba. Está se tornando comum ver personagens nas novelas da TV lendo. Os cínicos lembram que a Rede Globo, maior emissora de TV do país, também publica livros, jornais e revistas. Um fator que desencoraja a leitura é os livros serem tão caros. Na Bienal do Livro de São Paulo, nesta semana, "O Código Da Vinci" estava à venda por R$ 32 – mais de 10% no salário mínimo do país. A maioria dos livros tem tiragens baixas, puxando para cima os preços. Mas a indiferença dos brasileiros pelos livros tem raízes mais profundas. Séculos de escravidão levaram os líderes do país a negligenciar a educação. A escola primária só se tornou universal na década de 90. O rádio era uma presença constante já nos anos 30; as bibliotecas e as livrarias ainda não conseguiram emplacar. "A experiência eletrônica chegou antes da experiência escrita", disse Marino Lobello, da Câmara Brasileira do Livro, um órgão da indústria. Tudo isso significa que o mercado de livros brasileiro tem o maior potencial de crescimento no mundo ocidental, lembra Lobello. Essa ideia tem atraído editoras estrangeiras, tais como a espanhola Prisa-Santillana, que comprou uma casa editorial local no ano passado. Editoras evangélicas americanas miram o mercado de livros religiosos, que superam as vendas de livros de ficção no Brasil. Mas a leitura é um hábito difícil de formar. Os brasileiros compraram menos livros em 2004 --289 milhões, incluindo livros didáticos distribuídos pelo governo-- do que em 1991. No ano passado, o diretor da Biblioteca Nacional se demitiu após um mandato controverso. Ele se queixou de ter menos bibliotecários do que precisava e de que as traças já haviam roído muito do acervo. Juntamente com o crime e com as taxas de juros, isso é motivo para vergonha nacional." (Folha On-line) TEXTO 09 PROPAGANDA ELEITORAL LIBERADA NA NET Esta semana, o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE) informou que, de acordo com a Legislação Eleitoral, a manutenção de página pessoal na Internet não caracteriza propaganda extemporânea, desde que nela não haja pedido de voto, menção ao número do candidato ou ao de seu partido ou qualquer outra referência à eleição. Nas páginas de provedores de serviços de acesso a Internet não será admitido nenhum tipo de propaganda eleitoral, em qualquer período. Ainda segundo a legislação, é proibida a veiculação de propaganda eleitoral em bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do Poder Público e nos bens de uso comum (tais como cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, igrejas, ginásios e estádios).
  • 8. 8  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 Entretanto, é permitida a fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados nos postes de iluminação pública, viadutos, passarelas e pontes, desde que não lhes cause dano, dificulte ou impeça o seu uso e o bom andamento do tráfego. Divulgar na propaganda eleitoral fatos sabidamente inverídicos em relação a partidos ou candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado constitui crime eleitoral e sujeita o infrator à pena de detenção de dois meses a um ano. Também é crime caluniar, difamar ou injuriar alguém na propaganda eleitoral, imputando-lhe falsamente fato ofensivo à sua reputação, dignidade ou decoro. O TSE adverte: A Compra de voto é crime. Um detalhe importante está previsto na Lei eleitoral: a compra de votos é crime para quem compra e para quem vende. De acordo com art. 299 do Código Eleitoral, "dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita", será punido com pena de reclusão de quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias- multa. O art.41 – A da Lei das Eleições (9.504/97) também prevê a cassação do registro ou do diploma do candidato que "doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição". Além de legitimar o processo eleitoral com o exercício soberano do voto, o eleitor também pode e deve atuar como fiscal da democracia. De acordo com o art.356 do Código Eleitoral, "todo cidadão que tiver conhecimento de infração penal desde Código deverá comunicá-lo ao Juiz Eleitoral da Zona onde a mesma se verificou". Da Redação, Diário do Amapá (AP) - 19/3/2006 TEXTO 10 OLHOS ABERTOS PARA ELES Um dos aspectos das eleições vindouras é que ela, na verdade, ganhou celeridade em meados do ano passado, quando veio à tona o esquema a que denominaram mensalão – suposto pagamento de mesada a deputados da base aliada. De lá para cá, a oposição, num primeiro momento, explorou o quanto pôde o episódio, chegando a imaginar, num dado momento, que o Partido dos Trabalhadores e seu mais ilustre membro, ora no Planalto Central, estavam no chão. A leitura mostrou-se equivocada e, tão logo percebeu isso, segundo dados medidos por vários institutos de pesquisa, o PT e o presidente Lula partiram para o contra-ataque, usando as armas próprias de quem está com a pena nas mãos para jogar política e eleitoralmente. E tirar proveito disso. O primeiro grande ato do governo nesse sentido foi a deflagração da operação tapa-buracos das rodovias federais, ao qual se seguiram outros próprios de quem entrou no embalo do processo eleitoral, tal como se viu em Manaus e em Coari, na semana passada, a tal ponto de, mesmo admitindo que não é candidato, o presidente Lula, do Amazonas, mandou um recado para a oposição, dizendo que a derrotaria. Oficialmente, claro, o presidente ainda não é candidato. Mas age como se fosse. Só não ver quem não quer. Nesse aspecto, a bem da verdade, ele não está só. Faz-se acompanhar de uma série de outros pré- candidatos a um cargo eletivo em outubro, o que também obrigou a Justiça Eleitoral a entrar em campo mais cedo. Por isso, ontem, em primeira mão, informamos que a comissão que fiscalizará a propaganda eleitoral já está praticamente pronta. À frente dela, figurarão os juízes Rosselberto Himenes e Paulo Afonso da Costa Freire. Trabalhando com mais dois auxiliares, mesmo numa sala equipada com o que há de mais moderno em termos de tecnologia da informação, eles, por mais que se esforcem, encontrarão dificuldades para dar conta da empreitada. É nesse ponto que o cidadão eleitor consciente, bem como os segmentos organizados da sociedade podem produzir uma substancial diferença. Afinal, está provado que não basta a regra na forma de lei. Os políticos são useiros e vezeiros em burlar a legislação eleitoral, jogando, no mais das vezes, com a situação desfavorável dos eleitores mais desavisados para, a qualquer custo, chegar aonde querem. Uma vez lá, infelizmente, esses mesmos políticos continuam aprontando das suas. Portanto olhos bem abertos para eles. A democracia agradecerá. Editorial, A Crítica (AM) - 7/6/2006 TEXTO 11 PUNIÇÃO RIGOROSA Para o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Velloso, passou da hora de adotar medidas de extremo rigor na fiscalização das campanhas e no exame da contabilidade dos gastos eleitorais apresentada pelos partidos, bem como na dura punição dos infratores. O ministro está indignado com a extensão das evidências do funcionamento do caixa 2, comportamento criminoso disseminado na atuação da maioria dos partidos brasileiros. Velloso afirmou que vai sugerir aos demais componentes do TSE a adoção de medidas drásticas para eliminar o desvio ético que avilta a democracia. Um dos aspectos salientados pelo ministro é a saída estratégica da renúncia dos mais contaminados pelo crime eleitoral. A legislação em vigor permite que eles se candidatem já na eleição seguinte, mas é definitiva a convicção que tal instrumento deve ser suprimido.
  • 9. 9  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 A expressão usada pelo ministro Carlos Velloso para definir os que agem dessa forma, evitando a perda dos direitos políticos pela cassação do mandato, é emblemática da disposição de cortar pela raiz: "Temos que impedir esses caras-de-pau de voltar". Pena que a medida não tenha sido tomada antes, para banir de vez os notórios renunciantes do Congresso anterior. O Estado do Paraná (PR) - 10/8/2005 TEXTO 12 INTIMIDAÇÃO E MÁ-FÉ Bispos da Igreja Universal do Reino de Deus desencadeiam, contra os jornais "Extra", "O Globo", "A Tarde" e esta Folha, uma campanha movida pelo sectarismo, pela má-fé e por claro intuito de intimidação. Em dezembro, a Folha publicou reportagem da jornalista Elvira Lobato descrevendo as milionárias atividades do bispo Edir Macedo. Logo surgiram, nos mais diversos lugares do país, ações judiciais movidas por adeptos da Igreja Universal que se diziam ofendidos pelo teor da reportagem. Na maioria das petições à Justiça, a mesma terminologia, os mesmos argumentos e situações se repetiam numa ladainha postiça. O movimento tinha tudo de orquestrado a partir da cúpula da igreja, inspirando- se mais nos interesses econômicos do seu líder do que no direito legítimo dos fiéis a serem respeitados em suas crenças. Magistrados notaram rapidamente o primarismo dessa milagrosa multiplicação das petições, condenando a Igreja Universal por litigância de má-fé. Prosseguem, entretanto, as investidas da organização. Não contentes em submeter a repórter Elvira Lobato a uma impraticável sequência de depoimentos nos mais inacessíveis recantos do país, os bispos se valeram da rede de televisão que possuem para expor a pessoa da jornalista, no afã de criar constrangimentos ao exercício de sua atividade profissional. É ponto de honra desta Folha sempre ter repelido o preconceito religioso. A liberdade para todo tipo de crença é um patrimônio da cultura nacional e um direito consagrado na Constituição. A pretexto de exercê-lo, porém, os tartufos que comandam essa facção religiosa mal disfarçam o fundamentalismo comercial que os move. Trata-se de enriquecimento rápido e suspeito – e de impedir que a opinião pública saiba mais sobre os fatos. Não é a liberdade para esta ou aquela fé religiosa que está sob ataque, mas a liberdade de expressão e o direito dos cidadãos à verdade. (Folha On-line) TEXTO 13 CAMINHO DA PAZ A morte do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Yasser Arafat - fim de capítulo de 40 anos na história do conflito entre palestinos e israelenses -, abre nova etapa nos relacionamentos na região. Qual, só o tempo será capaz de responder. A intransigência sempre foi uma barreira espessa de cerração que impediu ver, entre as alternativas imaginadas em hora de boa reflexão pelas lideranças dos dois lados, se existia mesmo uma possibilidade do tão decantado caminho da paz. Ou se ainda existe. Ao assinar os acordos de Oslo, em 1993, Arafat, Yitzak Rabin e Shimon Peres tangenciaram o que parecia o início do fim da violência no cotidiano da região. Chegaram mesmo a dividir o Prêmio Nobel da Paz no ano seguinte, quando ainda era possível sonhar que a coexistência entre Israel e um futuro Estado palestino, independente e autodeterminado, era uma questão de acertos. Ainda não foi daquela vez. Em 2000, a teimosia, a memória das divergências, das batalhas cotidianas e as diferenças em relação ao destino de Jerusalém e à volta dos refugiados palestinos impediram a assinatura de um acordo final em Camp David. Uma brilhante oportunidade perdida. O mundo vivia sob o signo da pax americana de Bill Clinton, que abrira um parêntese entre a disposição guerreira dos dois Bush, pai e filho. A ONU ainda tentou patrocinar junto à União Europeia, Estados Unidos e Rússia a solução zen-budista do ''Mapa do Caminho'', um plano de paz que apontava para a criação do Estado Palestino em 2005. Mas o mundo já era outro. Vivia o day-after do 11 de setembro. Chamado de ''mestre do terror'' pelos israelenses e acusado de ter perdido o controle sobre o terrorismo praticado por palestinos, Arafat viu-se doente e confinado aos escombros de seu quartel-general em Ramallah, onde passou os últimos dois anos e meio. A paz havia entrado pelo tubo das águas servidas da violência. E agora, depois da morte de Arafat, o que vem? Tudo é possível. Inclusive, a paz. Ou, talvez, uma onda de ataques suicidas contra alvos israelenses, enquanto não surge a nova liderança capaz de chamar os ânimos à razão. Um governo de transição já divide o espólio de responsabilidades de Arafat. Mahmoud Abbas, moderado - participou juntamente com Arafat das negociações em Oslo -, assume a presidência e secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Abbas tem defendido o fim dos ataques de militantes e a retomada do processo de paz. Também moderado, o atual presidente do Parlamento, Rawhi Fatuh, dirigirá a Autoridade Nacional Palestina (ANP) até a realização de eleições, previstas para daqui a 60 dias. E há o contrapeso da influência e liderança radical de Farouk Kaddoumi, um linha-dura que acredita na guerra como solução final. Vai chefiar a Fatah, facção política da OLP.
  • 10. 10  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 Pode ser aí a casa do perigo. A morte de Arafat, visto por Bush e pelo governo de Israel como o maior obstáculo ao fim dos conflitos na região, abre uma perspectiva de ouro para a paz. No lado palestino, tudo vai depender da habilidade e da precisão com que os líderes interinos consigam trabalhar os ânimos da população, exacerbados pela emoção da perda do líder carismático. Têm de ter pulso, autoridade e disposição para conter os extremismos que levam à violência. No lado de Israel, a paz pode ser apressada se Ariel Sharon conseguir interromper a construção de assentamentos de colonos judeus em terras ocupadas na Cisjordânia, desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. São desafios imensos. De boa vontade e ação. A convivência com Israel tem que estar na pauta de trabalhos do governo palestino de transição. É a prioridade a ser abonada pela autoridade moral da ONU, e ter sua efetividade assegurada pelo governo dos Estados Unidos e pelos líderes da Comunidade Europeia. O resto é promessa de violência, que passa ao largo do caminho da paz. O que faltar em ação e boa-vontade, pode ser completado pela ONU, pelo presidente dos Estados Unidos e líderes da União Europeia, a quem compete assegurar a transição do governo. (JB On-Line) TEXTO 14 CONSTITUIÇÃO REVISTA E RECONTADA Exposição no Museu da República inclui linguagem em libras e rampas para deficientes. Uma mostra interativa e acessível a todos, inclusive deficientes físicos, visuais e auditivos. Assim é a exposição "Constituição de 1988: a voz e a letra do cidadão", sobre os 20 anos da Constituição brasileira que foi inaugurada neste fim de semana no Museu da República, no Catete. A mostra inclui linguagem em libras, rampas e recursos em áudio e vídeo. A concepção do cenógrafo Marcelo Pinto Vieira e do arquiteto Markito Fonseca preza pela interatividade e inclui gavetas de onde visitantes podem retirar fac-símile de documentos, fotos e recortes de jornais. A proposta é fazer o público refletir sobre os 20 anos da Constituição do Brasil. Para tornar o material atraente aos visitantes, as seis salas do andar térreo do Palácio do Catete passaram a formar um longo percurso. Na primeira sala é possível encontrar as seis Cartas Magnas (1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967) anteriores à de 1988, cedidas pelo Arquivo Nacional. Ao entrar neste ambiente, o público tem a impressão de estar entrando num livro interativo. Ao redor, imagens históricas. E, no final do percurso, o público pode deixar sua contribuição para mudanças e reformas na Constituição atual. – A exposição prevê um caminho que conte uma história. A primeira parte é como se fosse um livro de recortes, de origami, para ser manuseado – explica Marcelo Pinto. Entre os destaques da exposição estão um conjunto de charges assinadas por Henfil, cedidas pelo filho do cartunista, além de pinturas assinadas por nomes como Rubens Gerchman, José Roberto Aguilar e obras gráficas de Millôr e Glauco Rodrigues. Artigos de jornal assinados por Dom Pedro I sobre a Assembleia Constituinte de 1824 e a primeira Carteira de Trabalho do país, a n° 1, de Getúlio Vargas, também estão expostos. – O conceito prioritário que embasa todo o trabalho está previsto na Constituição de 1988, como em todas as demais, ainda que pareça utópico: a igualdade, a isonomia, entre os brasileiros. O conjunto de atividades que aqui apresentamos tem que estar disponível a todos, beneficiar todos os tipos de visitantes nele interessados. Isso só se torna realidade se os portadores de diferentes deficiências puderem participar de tudo – destaca a diretora do Museu da República, a museóloga Magaly Cabral. O acervo utilizado na exposição é predominantemente o que foi produzido e acumulado durante o processo constituinte de 1985/1988. Ao todo, são mais de 19 mil itens. Há um farto material audiovisual com depoimentos de parlamentares, ex-constituintes, personagens de trajetória pública reconhecida e, também, cidadãos brasileiros. Conceito aprovado A professora Lúcia Santos, de 46 anos, levou a filha Carla, de 15 anos, para conhecer um pouco mais de perto a história do país. – A proposta da exposição é bem interessante. A gente tem a possibilidade de interagir com documentos importantes. Foge das tradicionais e chatas mostras. Aqui, a gente consegue ter contato com documentos históricos, fotos e charges de uma forma divertida – ressalta a professora. A presidente do Museu da Imagem e do Som Rosa Maria Araújo também visitou a exposição. – Fiquei extremamente comovida com a exposição, principalmente ao atravessar a cortina que reproduz o comício das Diretas Já na Candelária. Esta Constituição é a da minha geração, que passou a juventude na ditadura militar –, disse Rosa Maria Araújo, que é historiadora e em 1988 voltava ao Brasil após viver um período nos Estados Unidos. – Também me emocionou muito o tributo que a mostra faz ao Henfil. Ele talvez tenha sido um dos primeiros a levantar essa indignação – destacou. Ao final do circuito da exposição, no módulo que pede ao visitante para expressar sua opinião, Rosa Maria registrou dois pedidos: – Não pode mais haver fome no Brasil. Quero morrer vendo o Brasil alfabetizado. O depoimento da presidente do MIS, como todos os demais serão transformados em livro. O panorama multidisciplinar, que se estenderá até outubro de 2009, contará com dois seminários e o ciclo
  • 11. 11  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 Cidadania em Debate, sempre nos últimos domingos de cada mês nos jardins do Museu da República. O público também terá acesso ao Balcão de Direitos, formado por um advogado e três estagiários, que estarão disponíveis para atender juridicamente, e gratuitamente, quem precisar de orientações quanto às pequenas causas judiciais. O Museu da República fica na Rua do Catete, 153. A visita pode ser feita de terça a sexta, das 12h às 17h, ou aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 18h. O ingresso custa R$ 6,00, mas a entrada é franca às quartas-feiras e domingos. JB On-Line – A Redação 17 de julho de 2008 : 01h00m TEXTO 15 SOBRE A LIBERDADE DE IMPRENSA Nildo Lima* A liberdade de imprensa é um dos pilares do sistema democrático no mundo moderno; entretanto, ponderações hão de ser feitas para as grandes redes de comunicação que atuam por meio da televisão, rádios, jornais e revistas. Pois, por fazer parte da sociedade e, pelos interesses meramente econômicos, não existe o compromisso com a verdade; mas, tão somente com as suas conveniências econômicas. Exemplos existem muitos pelo mundo afora. Quem ousou criticar a política americana no episódio do Trade Center?!... – Foram poucos neste universo de meu Deus e, certamente sofreram retaliações. Quem ousa criticar de frente qualquer governo local instalado?!... – Pouquíssimos! Assim mesmo, os que fazem as críticas; ou as fazem porque estão na oposição, na disputa do espaço econômico; ou as fazem porque estão se utilizando da estratégia da chantagem para possível negociação em benefício próprio. Portanto, esta liberdade de imprensa que temos, ou está a benefício do grande capital das grandes corporações privadas - que financiam com suas propagandas o sistema de comunicações como um todo - , ou a serviço de determinados grupos políticos dominantes, e, em pequeníssima escala, daqueles que se contrapõem a tais grupos políticos. Poucos são os que fazem, hoje, a imprensa sem os pecados do interesse próprio e, por amor às causas sociais. Portanto, esta liberdade de imprensa é a liberdade para a manipulação da sociedade aos interesses que não são os da população, mas tão somente dos empresários das comunicações - por não observar o princípio da veracidade da informação -; é a liberdade para os pré- julgamentos precipitados - como está ocorrendo com o casal Nardoni e, que ocorreu com tantas outras pessoas e instituições vítimas da liberalidade inescrupulosa -; é a liberdade para os linchamentos – que no momento é forçoso exemplificarmos novamente, o que está ocorrendo com o casal Nardoni -; é a liberdade para as conveniências e as mentiras que, espalhadas ao tempo não tem quem consiga desfazê-las. Entretanto, com todas estas mazelas, a “Liberdade de Imprensa” é de fundamental importância para o processo democrático de qualquer país que tenha como princípio o respeito ao cidadão e às liberdades individuais. Por isto não deverá haver nenhum mecanismo de controle a não ser tão somente o controle do judiciário que garanta a todo indivíduo, - que seja ofendido em sua honra, por calúnias e/ou difamações -, a devida reparação dos danos que lhe houverem causado na justa medida da extensão dos mesmos. Entretanto, o controle judicial tem suas limitações e, também, por ser constituído por indivíduos humanos que interiorizam por condicionamento tudo que é irradiado do ecossistema social onde vivem; são levados a cometerem injustiças e, a fortalecerem toda uma ordem de vícios que acomete a sociedade assente em determinado Estado. É o que nos demonstra hoje, o julgamento dos habeas corpus requerido para o casal Nardoni – abstraindo-nos da culpabilidade ou não do casal que resta ser provada, na regra do bom Direito -, cujos Desembargadores foram unânimes e não os concedeu alegando a comoção social. Comoção social esta que, reconhecidamente foi gerada pela imprensa sensacionalista que colocou sua audiência acima do humanismo e, dos direitos individuais do cidadão onde cada repórter ou apresentador de televisão se acha com o direito de prejulgar e, com isto, induzindo a população e condicionando toda opinião pública naquilo que pensam ou que mais lhes favorece na disputa da audiência com os demais meios de comunicações – o que importa não é a desgraça alheia, o que importa é que tal desgraça lhes possa mais beneficiá-los em seus interesses, que são os de lucro na venda das imagens de seus patrocinadores nas pequenas chamadas e nos intervalos comerciais. Apesar de tudo, o controle pelo judiciário há de continuar existindo, mas, nos é provado ser insuficiente. Então, só enxergo uma solução - que não é a da censura, muito pelo contrário -, que é “o da maior liberdade possível” e, cuja potencialidade reside no próprio Estado. O qual, para tanto, deverá fortalecer seus meios de comunicações, em todos os sentidos, incluindo todas as suas instituições, abrangendo todos os Poderes da União (Executivo, Legislativo e Judiciário), inclusive das Forças Armadas, no caso do Brasil, que muito têm o que falar para a sociedade brasileira, como instituição sólida e guardiã da democracia e da soberania nacional por força de dispositivos constitucionais, inclusive sobre as causas dos êxitos e dos equívocos do sistema quando estavam à frente dos destinos da Nação, a fim de que seja a sociedade bem informada para as justas ponderações que, verdadeiramente, servirão de balança para os justos julgamentos. Destarte, o Estado deverá ampliar seus meios próprios de comunicações (redes de televisão, rádios e informativos), que são mantidos com os recursos públicos sem o risco das conveniências isoladas promovidas pelo grande capital privado. Deverá, ainda, massificar as concessões de televisão e, rádios para as organizações da sociedade civil, possibilitando assim, a chance para
  • 12. 12  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 que a responsabilidade dos editores e profissionais de comunicações seja aumentada significativamente, face às sujeições às contraposições e conflitos dos múltiplos interesses que propiciam ao cidadão comum à oportunidade de enxergá-los. Isto é o que se espera nos estados democráticos: “A Liberdade de Imprensa em Todos os Sentidos”. Não a liberdade para os linchamentos e a liberdade para as calúnias, mentiras e difamações. * Bacharel em Ciências Administrativas. Pós-graduado em Políticas Públicas e Gestão de Serviços Sociais. Consultor em Administração Pública. IV – NOTÍCIAS Transmissoras de uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou pessoas, as notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a informação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo, não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações similares. É comum que esse texto use a técnica da pirâmide invertida: começa pelo fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três partes claramente definidas: o título, a introdução e o desenvolvimento. O título cumpre uma dupla função: sintetizar o tema central e atrair a atenção do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do El País, 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze palavras. A introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser um resumo de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes que não aparecem na introdução. A notícia é redigida na terceira pessoa. O relator deve manter-se à margem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir o eu e o nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo, não se referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como nosso país ou minha cidade). Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veridicidade: somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue comprovar de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a certas fórmulas para salvar sua responsabilidade parece, não está descartado que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte, recorre ao discurso direto, como, por exemplo: O ministro afirmou: “O tema dos aposentados será tratado na Câmara dos Deputados durante a próxima semana”. O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal. Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar das notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita por um patrulheiro. A progressão temática das notícias gira em torno das perguntas o quê? quem? como? quando? por quê e para quê?. TEXTO 01 CONHEÇA O NOVO RETRATO DA FAMÍLIA BRASILEIRA O retrato da família brasileira está mudando. Foi o que revelou o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As principais mudanças se concentram no trabalho e renda, mas refletem diretamente no modo de vida dos cidadãos. Outro dado é o de que a desigualdade no País está diminuindo. Ainda assim, 10% da população ocupada com os maiores rendimentos correspondem a 43,2% do total das remunerações, demonstrando que a má distribuição de renda perdura. A renda individual dos brasileiros também aumentou em 3,2%, passando de R$ 926, em 2006, para R$ 956, em 2007. No Rio Grande do Sul, a renda média mensal dos gaúchos fica em R$ 1.007. Esse indicador atingiu maior nível desde 1999, mas ainda está 5% abaixo da remuneração média recebida pelos trabalhadores brasileiros em 1997 (R$ 1.011). O IBGE constatou, ainda, que as mulheres continuam ganhando menos que os homens, com 66,1% da remuneração média masculina. A alta dos rendimentos refletiu no modo de vida dos brasileiros. Com mais dinheiro no bolso, estão comprando mais e vivendo mais. Cresceu também o acesso a serviços como telefone, presente em 77% dos domicílios, e a microcomputadores, encontrados em 26,6%. A população também está vivendo mais: de 2006 para 2007, o contingente da população de 40 anos ou mais cresceu 4,2%, enquanto que o grupo mais jovem, de zero a 14 anos, apresentou redução de 0,7%. A PNAD 2007 mostrou que havia 4,8 milhões de crianças e adolescentes trabalhando no Brasil. Eles representavam 10,8% das pessoas de 5 a 17 anos em 2007, pouco menos que os 11,5% do ano anterior. Fica evidente o reflexo negativo do trabalho infantil, quando se examina a taxa de escolarização: entre 2006 e 2007, no grupo de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, ela subiu (de 93,5% para 94%), mas entre as crianças desse grupo etário que trabalhavam, a taxa caiu de 81% para 80%. Mais aquisições para o lar A vida do casal Caspary, morador do bairro Vila Rosa, em Novo Hamburgo, resume o espírito otimista da economia brasileira. Entrevistados durante a pesquisa em 2007, a doceira Marli Marlene – que engrossa a renda
  • 13. 13  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 com serviços para ateliês de bolsas – e o marido, o motorista Eloi José, ambos de 57 anos, conseguem alcançar, mensalmente, um rendimento de R$ 2 mil. “De um ano para outro, percebo que há melhorias, pois vendo mais tortas e tenho mais serviço em casa, com as bolsas”, comenta Marli, enquanto mostra orgulhosa o álbum de fotografias de bolos decorados. O incremento na renda já tem destino certo. No ano passado, os Caspary compraram um televisor 29 polegadas para a casa que a família mantém no município de Feliz, no Vale do Caí, para onde viajam a lazer, especialmente aos fins de semana. “Nosso sonho é viver lá no futuro”, adianta Marli, que neste ano também comprou um refrigerador duplex de 470 litros para combinar com a decoração da residência. Depois do televisor e do refrigerador, a doceira planeja, agora, comprar um rádio novo para o carro do casal. No que depender de Caspary, revela a doceira, os projetos para o dinheirinho extra são mais ambiciosos. “O sonho de Eloi é ir a uma revenda de automóveis para escolher o carro do ano.’’ Taxa de analfabetismo ainda é alta A taxa de analfabetismo do Brasil continuou em queda em 2007, passando de 10,4% para 10% da população com 15 anos ou mais. No ano passado, existiam cerca de 14,1 milhões de analfabetos no País nessa faixa etária. Em 1992, a taxa era de 17,2%. Porém, o Brasil continua atrás de países como Bolívia (9,7%), Suriname (9,6%), Paraguai (6,3%), Argentina (2,4%) e Chile (3,5%), segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O Nordeste apresenta a maior taxa dentre todas as regiões (19,9%), enquanto a região Sul tem o índice mais baixo (5,4%). Em 1992, o percentual era de 10,2%. Estabilidade melhora renda do brasileiro A economista Lisiane Fonseca da Silva, professora de Economia do Centro Universitário Feevale, explica que a melhoria do rendimento do brasileiro é resultado da economia estável. Segundo ela, a inflação não tem apresentado grandes taxas como em anos passados, mantendo o poder de compra. Somados a esse fator, o salário mínimo tem subido acima da inflação e muitas famílias complementam o rendimento com programas federais, como o Bolsa Família. “A maioria dos dados que temos mostra que a classe baixa teve melhora nas suas condições econômicas”, revela. Qual o reflexo de tudo isso? A economista explica que, com uma renda melhor e com o crédito flexibilizado, os brasileiros passam a investir mais no consumo. “As camadas mais baixas, na medida que têm maior renda, tendem a investir em bens de consumo duráveis, como eletrodomésticos e eletroeletrônicos, enquanto a classe média, diante das necessidades básicas atendidas, direcionam o consumo para serviços, como idas a restaurantes e outras atividades de lazer”. Dez anos atrás, recorda a economista, os brasileiros ainda viviam os reflexos positivos da moeda real de 1994. “Naquele ano, havia um amadurecimento do processo, mas no final de 97, os brasileiros já viviam o reflexos das crises internacionais, como Rússia e Ásia, vindo a influenciar no rendimento nos anos seguintes.” Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br Ziptop TEXTO 02 UNIVERSIDADES PRIVADAS TÊM 76% DOS ALUNOS Os dados da Pnad mostram que houve um aumento da participação das universidades particulares. No ano passado, três em cada quatro universitários (76%) estudavam em instituições privadas. O número vem crescendo: era de 74,1% em 2005 e de 75,5% em 2006. De 2006 para 2007, as instituições privadas aumentaram seu número de alunos de 4,4 milhões para 4,7 milhões. Segundo o IBGE, a abertura de vagas só não foi maior em razão da maior fiscalização pelo Ministério da Educação. No mesmo período, as públicas ampliaram o contingente de alunos de 1,4 milhão para 1,5 milhão. "Os dados indicam a participação da rede privada nas regiões mais ricas", disse Adriana Beringuy, técnica do IBGE. O IBGE ressalta ainda que o aumento de vagas nas universidades particulares tem relação ao crescimento do sistema de financiamento de mensalidades e também ao ProUni (programa federal de bolsas a alunos). Apesar disso, o aumento do número de alunos no ensino superior foi maior em 2006 do que em 2007. Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br Folha de São Paulo TEXTO 03 SHELL ESCOLHE UNICAMP PARA PROJETO VOLTADO AO BIOCOMBUSTÍVEL A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) foi a instituição escolhida pela Shell Brasil para o desenvolvimento de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento em Biocombustíveis de 2ª geração a partir da cana de açúcar e de seus resíduos. O anuncio do convênio foi feito ontem, na reitoria da universidade, pelo coordenador-geral da Unicamp, professor Fernando Costa, e por Graeme Sweeney, vice- presidente executivo de Combustíveis Futuros e CO2 da Shell. A Shell investirá na fase inicial do projeto que deve durar quatro anos R$ 8 milhões. Com recursos deste convênio será construído o Laboratório de Biocombustíveis Avançados, numa área de 1,5 mil metros quadrados, na Unicamp. Farão parte do projeto de quatro
  • 14. 14  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 a cinco pesquisadores principais com três assistentes cada um. No Brasil a Shell atua na área de distribuição de combustíveis e de exploração e é uma das empresas que mais investe em pesquisa no mundo. A Globo Solutions é uma divisão da Shell voltada para pesquisa e conta hoje com aproximadamente dois mil pesquisadores e a Unicamp passa a integrar este grupo. A parceria foi negociada com o apoio da Agência de Inovação Inova Unicamp e faz parte de um projeto global da Shell que compreende mais cinco acordos da empresa com Institutos de Pesquisa - o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Massachusetts (EUA); o Instituto de Microbiologia da Academia Chinesa de Ciências (IMCAS), em Pequim, e o Instituto Qingdao de Tecnologia em Bionenergia e Bioprocessos da Academia Chinesa de Ciências (QIBEBT), em Qingdao (China); o Centro de Excelência para Biocatálise, Biotransformações e Manufatura Biocatalítica (CoEBio3), baseado na Universidade de Manchester (Reino Unido), e a Escola de Biociências da Universidade de Exeter (Reino Unido). "Nada mais natural do que apoiar uma universidade fortemente empenhada em desenvolver novas tecnologias em busca de fontes energéticas mais sustentáveis", afirma Vasco Dias, presidente da Shell no Brasil. O projeto será executado na Faculdade de Engenharia Química da Unicamp (FEQ) com a coordenação das professoras Maria Aparecida Silva e Telma Teixeira Franco. Na parte de biocombustíveis, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) tem uma Resolução de 2005 na qual os projetos desenvolvidos neste segmento devem ser apresentados e pré-aprovados por ela. A ideia foi apresentada pela Shell no dia 19 de março para a superintendência de pesquisa da ANP, que pré-aprovou a ideia. No dia 30 de abril foi apresentada a proposta concreta para a ANP. Em julho o projeto foi aprovado. Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br DCI TEXTO 04 A DIFÍCIL PROVA DA EDUCAÇÃO O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tem um destino para os lucros da exploração do petróleo descoberto na camada do pré-sal: reparar a "dívida histórica" do país com a educação. "Deus deu um sinal. Mais uma chance para ao Brasil", disse Lula há pouco mais de um mês, durante a inauguração da refinaria Alunorte, controlada pela Vale. Não que o futuro da educação brasileira esteja enterrado a cerca de 4 mil metros, no fundo do mar, distante estimados US$ 600 bilhões de investimentos: o presidente olha para o futuro. Mais precisamente, a partir de 2015. Se confirmada a viabilidade de extração de petróleo em reservatórios que se estendem ao longo de 800 quilômetros do litoral do Espírito Santo até Santa Catarina, a produção saltará dos atuais 14,4 bilhões barris de óleo equivalentes para algo entre 70 bilhões e 107 bilhões e o país passaria da 24ª posição entre os maiores produtores mundiais para o 8º ou 9º lugar, desbancando Venezuela e Nigéria, respectivamente. Nesse contexto, o Ministério da Educação (MEC) começa a elaborar planos de médio e longo prazos para a utilização desses recursos. A primeira meta será tornar obrigatória a pré-escola e a segunda, estender essa exigência ao ensino médio. "Hoje, a obrigatoriedade só vale para o ensino fundamental, de nove anos", diz o ministro da Educação, Fernando Haddad. A terceira meta é garantir para a maioria dos professores das escolas públicas o acesso às universidades públicas, com o apoio federal. "Em quarto lugar, queremos ampliar para 600 mil as vagas disponíveis nas universidades públicas federais, estaduais e municipais." O esforço de ampliar o acesso às federais, aliás, já está em curso: o número de vagas praticamente dobrou nos últimos dois anos, de 113 mil para 227 mil vagas de ingresso. "Até 2010, serão 280 mil", acrescenta o ministro. A quinta meta é garantir educação profissional para os jovens que não chegam à universidade, por meio da expansão das escolas técnicas federais e do programa Brasil Profissionalizado, por meio do qual o MEC quer qualificar a oferta de educação profissional e tecnológica de nível médio nas redes estaduais. Antes de chegar às escolas públicas, entretanto, esse dinheiro deverá lastrear o Fundo Soberano do Brasil (FSB), cujo projeto de criação tramita na Câmara dos Deputados, adianta o senador Aloísio Mercadante (PT). A ideia é adotar modelo semelhante ao da Noruega, que em 1990 criou um fundo com recursos da exploração do petróleo que, desde 2005, sustenta um fundo governamental de pensão com um caixa de algo em torno de US$ 370 bilhões. "No caso do Brasil, os resultados da aplicação do FSB serão investidos em políticas públicas, sobretudo na educação", explica Mercadante, que já se comprometeu em assumir a relatoria do projeto do FSB quando a matéria chegar ao Senado. No Senado, a constituição de um fundo para financiar a educação enfrentará concorrência. Um projeto do senador Tasso Jereissati (PSDB), com endosso do senador Cristovam Buarque (PDT), tem outros planos para o dinheiro do pré-sal: criar o Fundo Nacional do Petróleo para a Formação de Poupança e Desenvolvimento da Educação Básica (Funped). Investir em educação, avaliam os senadores, é a melhor opção para recursos não renováveis. "Devemos criar uma fonte permanente de riqueza e educação, que é a mola mestra do desenvolvimento", diz Buarque. A intenção, nesse caso, é "corrigir" o atual critério de distribuição dos royalties e a participação especial, de 10%, que os municípios grandes produtores de petróleo têm sobre a receita bruta da produção, explica. "Queremos nacionalizar os recursos do pré-sal, compartilhando-os, por meio da educação, com todos os Estados e municípios."
  • 15. 15  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 Nos primeiros 12 meses de funcionamento do Funped, de acordo com o projeto, não haverá gastos destinados à educação. Entre o primeiro e o quinto anos, os gastos não poderão ser superiores a 20% do rendimento auferido pelo fundo. Até o décimo ano, os gastos anuais não poderão ser superiores a 50% desse rendimento. A partir do décimo ano, todo o rendimento poderia ser gasto em educação ou na redução da dívida pública. "Pretendemos construir um fundo suficientemente sólido, capaz de garantir um fluxo constante de recursos para a educação", argumentam os senadores em seu projeto. "Isso é essencial para o planejamento de políticas educacionais e evita o desperdício de escassos recursos públicos." Buarque é signatário de outro projeto de lei, que destina uma parcela dos recursos do pré-sal para investimentos na formação de professores e para a adoção do horário integral nas escolas. "Não precisa começar em todo o país. Com R$ 70 bilhões/ano, por exemplo, dá para implantar em 250 cidades. Mas é preciso que a União assuma a responsabilidade pela educação", afirma o senador, conhecido crítico da municipalização. Buarque defende ainda a realização de um grande debate nacional sobre a destinação dos recursos da exploração do petróleo. Chegou a sugerir que o Senado "tentasse provocar" o presidente para mobilizar todo o país diante do que qualifica de a maior chance que o Brasil já teve. O senador entende que todas as "forças" do país devem participar do debate, como ex-presidentes da República e das casas do Congresso. Nessa lista, quer ainda presidentes de partidos políticos, dirigentes de sindicatos patronais e de trabalhadores, além de intelectuais, entre outros que possam contribuir. Ainda sem os recursos do pré-sal, o Brasil busca meios e modos de ampliar os investimentos em educação dos atuais 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para um patamar acima dos 6% recomendados pela Unesco para países em desenvolvimento. "O que o país investe em educação, como proporção do PIB, representa um custo/aluno mensal de menos de R$ 150. Isso não é suficiente. Qualquer escola privada tem uma mensalidade, no mínimo, duas vezes superior a essa", compara Haddad. É certo que o orçamento do MEC já avançou de R$ 21 bilhões, em 2003, para os R$ 48 bilhões previstos no próximo ano. Há cerca de um ano, o MEC pôs em curso o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que, segundo o ministro, deve agregar 0,7% do PIB em termos de investimento público nos próximos anos. O governo conta também com o fim da Desvinculação da Receita da União (DRU) para a educação, previsto para ocorrer até 2011, aprovado pelo Senado e já sob avaliação da Câmara dos Deputados. Aprovada, a medida permitirá repor no orçamento do MEC R$ 7,5 milhões por ano. "Será um esforço adicional, que representará entre 0,2% e 0,3% do PIB", calcula o ministro. O problema é que a "dívida histórica" com a educação já pôs o Brasil à beira da falência em matéria de conhecimento: no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que examinou o desempenho de alunos de 57 países, os brasileiros ficaram no 53º lugar em matemática, 52º em ciências e 48º em leitura. "O ensino fundamental e médio não proporciona o conhecimento mínimo de português nem de matemática necessários para uma cidadania ativa, muito menos para uma participação produtiva em um mercado de trabalho com base em tecnologia", diagnosticou o Banco Mundial (Bird) no relatório "Knowledge and Innovation for Competitiveness in Brazil", publicado no início do ano, cuja versão em português foi editada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) neste mês. O Bird conclui que grande parte dos esforços das empresas no treinamento de trabalhadores é dirigida para preencher lacunas básicas do sistema de ensino formal e, se o país não investir rapidamente na melhora da qualidade da educação, "continuará a ser essencialmente um fornecedor de commodities nos mercados mundiais". As estatísticas da educação - que serviram de base para o estudo do Bird - fazem que a tarefa de melhorar a qualidade do sistema de ensino pareça hercúlea: a média de escolaridade dos brasileiros com 15 anos ou mais ainda é de 4,3 anos de estudos, enquanto chega a 10,5 anos na Coreia do Sul e a 6,2 anos na China. Outro indicador: o período médio de permanência dos alunos brasileiros em sala de aula é de 19,1 horas por semana, bem abaixo das 30,3 horas da Coreia do Sul. "Todos os elos da cadeia estão comprometidos", afirma Naércio Menezes, economista especializado em educação, da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e do Ibmec. O Brasil emprega 1,5 milhão de professores - cujos salários consomem 75% dos gastos com educação - na proporção de um para 22,4 alunos no ensino fundamental e de um para 17,5 por alunos no ensino médio. Esses números se assemelham aos da China, ainda que sejam muito superiores aos dos países da OCDE. Mas, se o Brasil pretende melhorar a aprendizagem de português e de matemática, terá de reduzir o número de alunos em salas de aula. O problema mais grave é que o índice de absenteísmo é alto e endêmico, com repercussão negativa na qualidade da educação. "A lei permite as faltas e, se o professor ultrapassar o limite autorizado, pode apresentar atestado médico", lembra Menezes. Algo em torno de 34% desses professores não têm nível universitário e só 21% possuem título de mestre. Nada aparentemente tão grave, não fosse a baixa qualidade dos cursos de pedagogia que, segundo Menezes, não "privilegiam" a prática. "Gasta-se um tempo enorme no debate sobre ideias da educação. Não se ensina a lidar com a avaliação nem se oferecem métodos de transmissão do conhecimento básico. Não há um currículo estruturado e o professor não sabe o que
  • 16. 16  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 ensinar." Isso ajuda a explicar a taxa de 28% de repetência no ensino fundamental, das mais altas do mundo, que custa aos cofres públicos US$ 600 milhões anuais. Na Argentina, o porcentual de repetência é de 10%; na Índia, de 4%. O aluno brasileiro nem sequer pode proteger-se da baixa qualificação ou da ausência do professor. "Apesar de o governo gastar milhões em livros didáticos, o aluno não pode levá-los para casa. Sem o livro, ele não tem a quem recorrer", diz o ex-deputado Paulo Delgado, que presidiu a Comissão de Educação da Câmara, integra o Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae) no Rio e o Conselho Temático Permanente de Educação da CNI. É certo que as dificuldades de aprendizagem começam em casa: os pais que não tiveram oportunidade de estudar não entendem o significado de uma educação de qualidade e os filhos vão para a escola sem nenhuma motivação. Os pais vêem a escola como creche, refeitório ou garantia de recebimento do dinheiro do Bolsa Família. "O que deveria ser secundário supera o prioritário", observa Delgado. "A expectativa do professor, da escola e da família não coincide com a expectativa do aluno." Frustram-se, assim, dois componentes que ele considera básicos na educação: a "estudiosidade", ou o prazer em aprender, e a "praticidade", já que o aluno não associa a educação com seu futuro profissional. "É a educação de qualidade que viabilizará a exploração do petróleo da camada pré-sal e não ao contrário." Delgado lamenta que o governo não se reporte ao MEC quando, por exemplo, arquiteta um Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). "As decisões econômicas antecedem a preocupação com as bases educacionais. Decidimos como um país rico e percebemos que somos carentes no meio do caminho. Não há decisões realistas sem base na educação." Diante desse quadro, os recursos do petróleo do pré-sal podem até ajudar o Brasil a atingir o mesmo nível de investimentos de Portugal em educação, avalia Aloísio Araújo, da Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa). "O petróleo é uma riqueza que não se renova. Precisa dar retorno no futuro." Em sua opinião, o destino desses recursos deveria ser a educação infantil, que garantiria "uma alta taxa de retorno". Araújo argumenta que as crianças que iniciam os estudos na pré-escola têm desempenho educacional melhor. No entanto, "o pré-sal é para daqui a 15 anos" e existem sérios problemas de gestão que precisam ser urgentemente equacionados. "É necessário adotar um sistema de pagamento diferenciado [dos professores], por resultados", sugere. "A meritocracia tem que imperar." O Estado de São Paulo, por exemplo, pretende adotar um projeto de remuneração por desempenho. Os cerca de 300 mil funcionários da Secretaria da Educação terão recompensa no salário se os alunos melhorarem a aprendizagem. O parâmetro de aferição será o Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp), lançado em maio, e o número de faltas. Se as metas forem alcançadas, os professores e diretores, entre outros, receberão o bônus equivalente a 20% dos 12 salários mensais, ou seja, 2,4 salários a mais no fim do ano. Se a escola atingir 50% da meta, o bônus será de 50% e assim sucessivamente. Os que superarem a meta serão premiados no limite de até 2,9 salários. O governo estima que a nova política de remuneração lhe custará, pelo menos, R$ 500 milhões. "O difícil é excluir o bônus quando o desempenho cai", adverte Armando Castelar Pinheiro, analista da Gávea Investimentos e professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O Rio, ele lembra, já tentou pôr em prática um modelo semelhante, mas teve de enfrentar o sindicato dos professores quando reduziu o benefício. "O bônus era entendido como se fosse parte do salário", explica. Se o prêmio fosse conferido pelo governo federal - e não pelos Estados ou municípios aos quais os professores estão vinculados - seria mais fácil caracterizá-lo como recompensa, afirma. Para Pinheiro, a entrega do prêmio deveria ser feita em grande estilo, de forma a transformar os campeões da educação numa espécie de celebridade, valorizando o professor aos olhos da sociedade e fomentando a demanda pelo saber nas famílias mais pobres. Notícia disponibilizada no Portal - www.cmconsultoria.com.br Jornal Valor Econômico TEXTO 05 CEOS NO BRASIL ERRAM NA HORA DE GERENCIAR AS PESSOAS Que os CEOs aprenderam a valorizar as pessoas na empresa, não é novidade. Mas, apesar disso, 90% dos profissionais acreditam que suas empresas têm muito o que mudar na forma como gerenciam essas pessoas. É o que mostra estudo realizado entre os meses de junho e julho deste ano pela Gallup Consultoria. Na pesquisa, que ouviu 70 CEOs que atuam em unidades de corporações no Brasil, 77% deles disseram que consideram "fácil mensurar o impacto das pessoas" na empresa. O que chama atenção é que 39% dos que responderam discordam disso e 19% dizem que "há muito pouco o que mudar na gestão das pessoas" na organização. Com a abordagem da pergunta, ficou claro que a preocupação com pessoas deixou de ser retórica, acredita o vice-presidente da Gallup Brasil, Gustavo Oliveira, responsável pelo estudo. O que surpreende é que, mesmo assim, as companhias ainda não conseguiram gerenciar as pessoas da forma que consideram ideal. Até entre os 94% dos CEOs de empresas que disseram fazer pesquisa de opinião com funcionários, 39% avaliam o retorno
  • 17. 17  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 dessas ações como ruim ou péssimo. "Isso mostra que eles não acham que suas empresas estão fazendo a coisa certa", diz. As prioridades em ações para mudar esse cenário, segundo a pesquisa, são iniciativas de liderança, motivação e retenção de talentos. São todos itens que giram em torno do gerenciamento feito pelos líderes. "São eles que promovem o engajamento da força de trabalho", diz. Na opinião dos CEOs, o nível que mais sofre com a falta de talentos - e que portanto tem de lidar melhor com as estratégias de retenção - é o gerencial: 67% dos entrevistados disseram que faltam pessoas para esse posto, contra 51% da diretoria e 53% do operacional. De acordo com Oliveira, que conduziu a pesquisa, também salta aos olhos que os CEOs não vêem os benefícios dos projetos conduzidos pelos departamentos de RH. "Isso significa que a tendência é que os futuros projetos sofram transformações para serem mais pragmáticos", avalia. Entretanto, as pessoas serão foco este ano, principalmente porque 50% imaginam que suas empresas também terão resultados melhores em 2008 do que no ano anterior. "E 84% afirmam que o crescimento será principalmente orgânico, o que torna o papel das pessoas ainda mais determinante", conclui Oliveira. Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br Fonte: Valor Econômico TEXTO 06 A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À EDUCAÇÃO SUPERIOR A democratização do acesso à educação superior nos últimos anos foi destacada nesta quinta-feira, pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República, Haddad citou a ampliação dos investimentos na expansão das universidades federais e o Programa Universidade para Todos (ProUni), que já ofereceu 385 mil vagas em cursos superiores a estudantes sem recursos para pagar uma instituição particular. "Só com o programa de expansão e reestruturação das universidades federais, teremos mais R$ 2 bilhões até 2012", salientou. O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) deve dobrar o número de vagas em instituições públicas no próximo ano. A intenção é que 30% da população de jovens - de 18 a 24 anos - esteja matriculada em cursos superiores em 2010. Atualmente, o percentual é de 11%. Para cumprir a meta, Haddad citou, além do Reuni e do ProUni, a expansão da rede federal de educação profissional e tecnológica, a Universidade Aberta do Brasil (UAB) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). As recentes mudanças no fundo facilitam o empréstimo e o pagamento de bolsas de estudo em instituições particulares. Ainda este ano, serão oferecidas 120 mil bolsas pelo programa. Os investimentos em educação superior devem ter reflexos na educação básica, já que grande parte dos recursos vai para a formação de professores do ensino fundamental e médio. Ao falar sobre o custo por aluno nas escolas públicas, Haddad defendeu um acréscimo de recursos. "Evoluímos muito, mas investimos apenas R$ 150 por mês para os alunos da educação básica e sabemos que isso ainda é pouco", disse. Haddad falou também sobre a expansão da rede federal de educação profissional e tecnológica. Ao longo de 93 anos de funcionamento, ela contava com 140 escolas. Até 2010, esse número deve chegar a 354. "A orientação do governo federal é levar escolas técnicas ou expansões das universidades federais a todas as cidades com potencial para se tornarem pólos regionais", esclareceu. A expansão do acesso à educação superior e ao ensino profissionalizante faz parte, segundo Haddad, de um contexto geral de evolução qualitativa da educação brasileira. Com a criação do Fundo da Educação Básica (Fundeb), a complementação da União para essa etapa do ensino passou de R$ 500 milhões em 2003 para R$ 5 bilhões, valor que será investido em 2009. "Este ano, tivemos um orçamento de R$ 3,2 bilhões, o que já é seis vezes mais do que a União investia em 2003". Para garantir que não haja retrocesso, o ministro defendeu a manutenção, pelos futuros governantes, do compromisso de fazer tanto ou mais do que está sendo feito. "Todos os 27 governadores e 5.563 prefeitos aderiram ao plano de metas do compromisso Todos pela Educação. Não podemos abortar esse processo de melhora", disse. Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br Redação Terra / Terra - Educação TEXTO 07 EXAME DA OAB: REPROVAÇÃO EM MASSA CONTINUA A Comissão de Estágio e Exame de Ordem da OAB SP divulgou, no dia 14 de novembro, a lista de aprovados no Exame de Ordem 136. Foram aprovados, para o exercício da advocacia, o total de 2.918 candidatos, o equivalente a 18,23%. Ao todo, se inscreveram 16.594 bacharéis, sendo que 16.004 realizaram a primeira fase, no dia 14 de setembro, na qual foram habilitados 5.516 candidatos, equivalente a 34,51%, para a segunda fase do exame. A segunda fase ocorreu no dia 19 de outubro e abrangeu prova prático-profissional, consistindo em redação de peça profissional, privativa de Advogado; e cinco questões práticas, sob a forma de situações-
  • 18. 18  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 problema. Tanto a peça profissional, quanto as questões práticas versaram sobre a área do Direito escolhida pelo candidato na ficha de inscrição. Os candidatos podem recorrer no prazo de três dias úteis, a partir da data de divulgação dos resultados, utilizando o Sistema Eletrônico de Interposição de Recursos, no endereço eletrônico www.oabsp.org.br. De acordo com o Edital, a "impressão do recurso deverá ser efetuada somente após a inclusão, pelo candidato, de todas as suas razões, referentes a todas as questões impugnadas. Após a impressão, o sistema não permitirá ao candidato a alteração e/ou adição de outras razões recursais". Se o recurso for admitido, a prova será revista por uma comissão de 3 membros. O candidato aprovado terá direito a um certificado emitido após a divulgação do resultado final e mediante a comprovação da conclusão do curso de graduação em Direito conferida até dia da realização da prova prático-profissional e, ainda, a prova da respectiva colação de grau, que poderá ser superveniente, acompanhadas de cópia da cédula de identidade e, se for o caso, de seu título de eleitor, cujos dados deverão corresponder àqueles informados no momento da inscrição, sob pena de anulação de todos os atos praticados, inclusive das avaliações obtidas. http://www.expressodanoticia.com.br/index.php TEXTO 08 GOVERNO CONCEDE ANISTIA POLÍTICA AO EX- PRESIDENTE JOÃO GOULART Este é o primeiro caso de ex-presidente que recebe anistia política. Jango viu o 'ocaso do Estado de Direito' no país, diz Lula em mensagem. O ex-presidente da República João Goulart e sua viúva, Maria Teresa Goulart, tiveram seus pedidos de anistia política julgados neste sábado (15) e concedidos, por unanimidade, durante encontro, em Natal (RN), da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Participaram do evento várias autoridades. Entre elas o ministro da Justiça, Tarso Genro, e os presidentes da Câmara, Arlindo Chinaglia, e do Senado Federal, Garibaldi Alves. Este é o primeiro caso de um ex-presidente da República que recebe anistia política. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu anistia em 1994, ou seja, antes de tomar posse no comando do Executivo. Ele ficou preso por um mês em 1980. João Goulart, ou Jango, como era conhecido, foi deposto pelo golpe militar de 1964. Ele foi afastado da presidência após a tomada de poder pelos militares e refugiou-se no Uruguai. Também passou pela Argentina, onde morreu em 1976, na cidade de Mercedes, vítima de um ataque cardíaco. Por ter recebido o status de anistiada política, a viúva de João Goulart, Maria Tereza, receberá R$ 100 mil em indenização do Estado. Já devido ao processo do ex- presidente da República, ela receberá mais R$ 5,4 mil por mês de indenização. Mensagem do presidente Lula O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está participando da reunião do G20 em Washington (Estados Unidos) não compareceu ao evento, mas enviou uma mensagem, que foi lida no local. Segundo ele, a concessão da anistia política a João Goulart marca um "pedido oficial" de desculpas do Estado brasileiro. "Mais que isso, este ato representa a renovação do compromisso público firmado por nossa sociedade em 1988, de avançar na consolidação de um projeto de nação calçado na liberdade , na valorização da diferença e na preservação da vida acima de qualquer outro valor", disse Lula em sua mensagem. O presidente disse ainda que o evento homenageia um "grande líder da nação". "Nunca será demais destacar o papel heróico de Jango para o povo brasileiro, uma vez que ele representa como poucos o ideal de um Brasil mais justo, mais igualitário e mais democrático. Infatigável defensor da pátria e das reformas de base, Jango viu o ocaso do Estado de Direito no Brasil, que o obrigou ao exílio, do qual retornou sem vida, para ser sepultado em sua amada terra natal", avaliou. OAB Também presente à cerimônia em Natal, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, disse que a sessão da Comissão de Anistia representou um "momento histórico" pois foi a primeira vez, segundo ele, que o Estado oficialmente reconhece que errou no que se refere ao golpe militar. "É a primeira vez que o Estado pede desculpas por ter quebrado a via democrática e ter rasgado a Constituição brasileira. Este é um momento que ficará em nossa lembrança para que não possamos nunca mais repetir aquilo que aconteceu: para que não possamos nunca mais repetir o Estado Policial e a ditadura militar", avaliou ele. http://g1.globo.com/Noticias/Politica TEXTO 09 OBAMA E MCCAIN SE ENCONTRAM EM CHICAGO E PEDEM "ERA DE REFORMAS" O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, se encontrou nesta segunda-feira com o rival da corrida presidencial, o republicano John McCain, na sede dos trabalhos da sua equipe de transição, em Chicago. Obama disse que os dois teriam "uma boa conversa sobre como trabalhar juntos para consertar o país". "Neste decisivo momento da história, nós acreditamos que americanos de todos os partidos querem
  • 19. 19  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 e precisam de líderes que se unam e mudem os maus hábitos de Washington para solucionar os comuns e urgentes desafios de nossos tempos", afirmaram Obama e McCain em um pronunciamento conjunto, divulgado à imprensa ao fim da reunião. "Foi neste espírito que tivemos uma produtiva conversa sobre a necessidade de iniciar uma nova era de reformas na qual dominamos excessos de governo e o bipartidarismo amargo de Washington para restaurar a confiança no governo e devolver prosperidade e oportunidade a toda família americana trabalhadora", afirmara. Entre os desafios nos quais ambos pretendem atuar estão a crise financeira, a crise energética e a segurança nacional. O deputado democrata Rahm Emanuel, que assumirá a chefia de gabinete de Obama na Casa Branca, e o senador republicano Lindsey Graham participaram do encontro. McCain deu sinais de disposição em cooperar com Obama já em seu primeiro discurso após a confirmação da derrota, ainda no último dia 4, data oficial da votação. "Eu prometo a ele [o presidente eleito] esta noite fazer tudo em meu poder para ajudá-lo a nos liderar através dos muitos desafios que vamos encarar." Obama, que renunciou à sua cadeira no Senado neste domingo (16), tem conversado com seus antigos rivais políticos para garantir um governo de cooperação bipartidária. Ele afirmou em entrevista ao programa "60 Minutes", da rede CBS, que escolherá ao menos um membro do Partido Republicano para integrar o seu gabinete. Outro ex-rival de Obama cotado para participar do governo é a senadora democrata Hillary Clinton. Os dois se enfrentaram nas primárias do partido e, agora, Hillary poderá assumir o cargo de secretária de Estado. Especialistas, porém, alertam para o fato de que, se Hillary realmente for escolhida, levará consigo críticas feitas ao marido, o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001). Segundo o jornal "Sunday Telegraph", com Hillary, a minoria republicana no Congresso poderá tentar lembrar a população de polêmicas envolvendo a construção da fundação e da biblioteca presidencial feitas em nome de Clinton. Uma dessas polêmicas seria a lista secreta de doadores que, conforme os críticos, inclui vários nomes estrangeiros, principalmente dos países ricos em petróleo do Golfo. (Folha On-line) TEXTO 10 IBOPE PASSARÁ A MEDIR AUDIÊNCIA DA INTERNET NO TRABALHO O Ibope/NetRatings passa a medir, em janeiro, a audiência das páginas da web visitadas em ambientes corporativos no Brasil. Hoje, essa medição é feita apenas com base nos acessos domiciliares e nos locais públicos. Os dados devem ser disponibilizados ao mercado a partir do segundo trimestre do ano que vem, depois de um período de testes. O Ibope aponta que o País tem hoje cerca de 40 milhões de internautas ativos. No ambiente domiciliar, foram contabilizados, em agosto, 24,3 milhões de internautas ativos, que gastaram 23,5 horas de seu tempo navegando. De posse dos números agregados, a expectativa é que se tenha uma visão mais ampla e real do comportamento do usuário brasileiro de Internet, possibilitando melhor planejamento das empresas para as suas estratégias de publicidade e marketing. Este ano, até agosto, o meio recebeu cerca de R$ 450 milhões do mercado publicitário, o que significa 3,37% do total investido em mídia. Os números representam um crescimento de 45% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a CEO do Ibope/NetRatings, Fábia Juliasz, será empregada na medição corporativa a mesma metodologia do painel domiciliar. "Vamos somar as duas medições", diz Fábia. Ao mesmo tempo será possível analisar as diferenças na forma de uso em cada ambiente. "Haverá uma visão muito mais ampla sobre o que o usuário prefere no ambiente domiciliar e no corporativo." Medição semelhante já é feita pela Nielsen/NetRatings - sócia do Ibope/NetRatings - em mercados como o dos Estados Unidos, da Alemanha, da Inglaterra e do Japão. De acordo com o presidente internacional da Nielsen Online, Jonathan Carsen, os clientes brasileiros terão diversos benefícios com o novo serviço. "Como parte significativa do uso da Internet no país ocorre no local de trabalho, teremos um retrato mais completo desse universo", afirma. Segundo ele, os números de audiência em algumas categorias, como notícias e finanças, terão aumento significativo. "Constatamos em outros países que os usuários visitam esses locais com frequência durante as horas de trabalho", diz Carsen. Ele afirma ainda que o uso da banda larga é mais frequente no ambiente corporativo, e que a pesquisa poderá fornecer dados mais aprofundados sobre o uso de meios de valor agregado, como os vídeos. "Poderemos ainda fornecer melhores medidas de fidelidade, comparando a duplicação de visitas no ambiente corporativo e no domiciliar." Segundo Carsen, em outros mercados onde foi lançada essa tecnologia pode-se notar que os grandes clientes foram beneficiados ao perceber de uma maneira mais ampla o comportamento do usuário de Internet. "Estamos confiantes de que esse será o caso no Brasil", afirma. Para Paulo Castro, conselheiro do Interactive Advertising Bureau (IAB) e diretor geral do Terra Brasil, ter mais conhecimento sobre a audiência é essencial para dar mais informações ao mercado e defender melhor os investimentos publicitários. "O mercado online cresceu mais de 40% nos três primeiros trimestres do ano e deve manter o crescimento a taxas de 30% pelos próximos cinco anos", diz Castro. "As vendas de computadores e o