Este documento discute a importância da neurociência no processo de aprendizagem de indivíduos e profissionais. Primeiramente, aborda como a neurociência fornece uma visão mais ampla sobre como o cérebro aprende, e como isso pode ajudar educadores a melhorar suas estratégias de ensino. Também discute a percepção, os cinco sentidos e a consciência, e como esses fatores influenciam a aprendizagem. Por fim, refere-se às organizações como locais onde pessoas podem expandir suas capacidades de aprendizado
2. PRISCILA STUANI
DOMÍNIO PESSOAL: O QUE É PRECISO
DESCOBRIR ANTES DE APRENDER
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como
exigência parcial para a obtenção do título de
Especialista do Curso NEUROCIÊNCIA aplicada à
Educação da Universidade Anhembi Morumbi, sob a
orientação da Prof.ª Glaucia Piva.
São Paulo
2017
3. RESUMO
A necessidade de aprender cada vez mais não é um fato novo na atual sociedade
hiperconectada que busca diminuir distância e provocar reflexões sobre a necessidade de
"aprender a aprender".
Aprendizado é um processo contínuo, incessante e nos acompanha durante toda a vida. A
conscientização destes fatos deve provocar novas formas de trabalhar o processo de ensino e
aprendizagem, respeitando a velocidade de aprendizado de cada indivíduo, suas limitações e,
acima de tudo, o despertar da necessidade de criar novos métodos que contribuam tanto
quanto para o desenvolvimento do indivíduo.
O objetivo deste artigo é mostrar a contribuição da NEUROCIÊNCIA no desenvolvimento do
processo de aprendizagem das pessoas e demonstrar a importância a partir do entendimento
que o indivíduo tem sobre os diferentes aspectos que facilitam o seu aprendizado. Uma pessoa
devidamente esclarecida, ou seja, que tenha consciência sobre o produto do seu aprendizado,
desenvolverá seu trabalho de maneira diferenciada, estimulando assim o seu domínio pessoal,
importante característica que faz com que um profissional siga em frente na sua incessante
jornada pelo aprendizado. Pesquisas recentes na área da NEUROCIÊNCIA possibilitam que
educadores conheçam os mecanismos de desenvolvimento do órgão responsável pela
aprendizagem, ou seja, o Sistema Nervoso.
A conclusão do presente artigo apresentará exemplos de como um profissional pode estimular
o seu domínio pessoal, bem como os benefícios que esse comportamento pode trazer tanto
para ele quanto para a organização onde o mesmo está inserido.
Palavras-chave: NEUROCIÊNCIA. Comportamento. Desempenho. Aprendizado. Domínio
pessoal.
4. ABSTRACT
The need to learn more and more is not a new fact in today's hyperconnected society
that seeks to decrease distance and provoke reflections on the need to "learn to learn."
Learning is a continuous, incessant process and accompanies us throughout our lives.
Awareness of these facts should lead to new ways of working the teaching and learning
process, respecting the speed of learning of each individual, their limitations and above all,
the awakening of the need to create new methods that contribute as much to the development
of the individual.
The objective of this article is to show the contribution of NEUROSCIENCE to the
development of the process of learning of the people and to demonstrate the importance of the
understanding that the individual has on the different aspects that facilitate their learning. A
properly informed person, that is, who is aware of the product of his learning, will develop his
work in a differentiated way, thus stimulating his personal dominance, important
characteristic that makes a professional go ahead in his incessant journey through learning.
Recent research in the area of NEUROSCIENCE allows educators to know the mechanisms
of development of the organ responsible for learning, ie the Nervous System.
The conclusion of this article will present examples of how a professional can
stimulate his personal domain, as well as the benefits that this behavior can bring both him
and the organization where it is inserted.
Key-words: Neuroscience. Behavior. Performance. Learning. Personal domain.
6. INTRODUÇÃO
Com a chegada da NEUROCIÊNCIA na educação os professores passaram a ter uma
visão mais ampla sobre o que está por trás do processo de aprendizado do indivíduo, bem
como suas dificuldades. A Neuroeducação atua como um veículo importante na orientação
dos educadores no exercício da sua atividade docente que é responsável pelo processo de
ensino-aprendizagem. É por meio deste entendimento que se torna possível aplicar estratégias
que visam atender às necessidades do aprendente.
Por entender a importância do cérebro no processo de aprendizagem considera-se,
aqui, as contribuições da NEUROCIÊNCIA na formação do indivíduo a fim de potencializar
os processos cognitivos, moral e emocional.
A NEUROCIÊNCIA traz para o ambiente de aprendizagem o conhecimento sobre a
memória, o comportamento, o esquecimento, o tempo, o sono, a atenção, o medo, o humor, a
afetividade, o movimento, os sentidos, a linguagem, as interpretações das imagens que
fazemos mentalmente, a percepção que o indivíduo tem sobre si e como o conhecimento é
incorporado e consolidado.
Além do foco da NEUROCIÊNCIA sobre o processo de ensino para a criança,
destaca-se a importância de os profissionais inteirarem-se sobre comportamento,
aprendizagem e desenvolvimento. Sabe-se que a conduta está ligada à falta de orientação, em
algumas situações. Para tanto, faz-se necessário comentar que o feedback modifica o
comportamento da pessoa, dando-lhe a possibilidade de corrigir rotas.
Este artigo pretende se aprofundar nas questões que podem promover o
autoconhecimento, neste caso, do profissional que aprende, para que ele tome consciência do
papel que exerce na organização em que atua e em sua motivação pelo aprendizado e
evolução profissional.
Na pesquisa bibliográfica foram consultadas várias literaturas relativas ao assunto em
estudo, artigos publicados na internet e que possibilitaram que este trabalho tomasse forma
para ser aprofundado, tais como Scientific Electronic Library Online, EBSCO Information
Service e Portal de Periódicos FCLAr – Unesp.
7. Segundo Marconi e Lakatos (1992), a pesquisa bibliográfica é o levantamento de toda
a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas ou impresso. A
sua finalidade é fazer com que o pesquisador entre em contato direto com todo o material
escrito sobre determinado assunto, auxiliando o cientista na análise de suas pesquisas ou na
manipulação de suas informações. Ela pode ser considerada como o primeiro passo de toda
pesquisa científica.
8. APRENDIZAGEM
Existe uma grande preocupação, no que diz respeito ao processo de aprendizado que
transcorre nas escolas. Essa preocupação é fundamental, mas, o presente estudo busca
entender qual é o papel das empresas, no que concerne à como seus profissionais aprendem.
A aprendizagem ocorre quando um indivíduo alcança a compreensão sobre um
determinado assunto e é capaz de dar sentido àquela informação por meio da transformação
de suas palavras e atitudes. Ao aprender algo, ele é capaz de utilizá-lo em conjunto às
habilidades que já foram consolidadas na memória e de fazer algo novo com aquele
conhecimento.
Segundo Roberto Lent (2016) “somos literalmente aquilo que recordamos”, em outras
palavras, o termo memória se refere ao processo de aquisição, consolidação, conservação e
evocação. A evocação recebe também as denominações expressão, recuperação e lembrança.
Considerando que o profissional seja avaliado pelo seu desempenho, ou seja, por um
conjunto de critérios pré determinado pela organização, vale ressaltar que essas avaliações
costumam esconder elementos ligados ao esforço, ao investimento de tempo e energia que
cada profissional investe em suas tarefas durante seu dia a dia..
Do ponto de vista do instrutor de cursos online, por exemplo, a rotina de estudos para
a elaboração de um novo curso é intensa e não fica claro o que de fato está sendo avaliado,
além das notas que os alunos dão referente aos cursos. Deste modo, não é possível identificar
os critérios que compõem a avaliação do instrutor. Para a organização, quantidade de cursos é
mais importante do que o resultado das avaliações que os cursos recebem durante o tempo em
que o curso fica ativo na plataforma? Esse é um dos questionamentos que vem à mente dos
instrutores.
Então será que o indivíduo que tem pouco empenho está relacionado com o senso de
percepção dele? Ora, uma vez que o instrutor foque apenas em atingir um determinado
número de cursos, sem saber exatamente pelo que ele é avaliado, pode fazer com que seu
empenho seja menor.
De acordo com Roberto Lent (2016), a percepção do mundo que nos cerca e de certos
aspectos do meio orgânico interno depende da atividade dos sistemas sensoriais, os quais,
continuamente, alimentam o sistema nervoso central com uma grande variedade de
informações sobre ele.
9. Ao falar sobre percepção é importante mencionar os cinco sentidos. O sistema
sensorial é constituído pelos receptores sensoriais, pelos neurônios aferentes e pelas partes do
cérebro envolvidas no processamento da informação. Os sentidos são os meios através dos
quais os seres vivos percebem e reconhecem outros organismos e as características do meio
ambiente em que se encontram, isto é, são as traduções do mundo físico para a mente. Ainda
segundo Lent (2016), os sentidos são: visão, onde se observa que as células fotorreceptoras se
associam a células de outras origens embrionárias para formar olhos, órgão especializados em
extrair da luz incidente informação sobre a variação da intensidade luminosa no espaço e
tempo, olfação onde na maioria das espécies os estímulos odoríferos desempenham papéis
importantes em diversas funções fundamentais tais como alimentação, acasalamento,
reprodução e organização social, , gustação que desempenha papel fundamental na
alimentação, audição desempenha papel fundamental, junto com a fonação, na comunicação
entre indivíduos da mesma espécie, e o equilíbrio, quando o sistema vestibular envia para o
sistema nervoso central sobre a direção da gravidade e sobre o movimento da cabeça. Essa
informação é combinada com a informação visual e somestésica para gerar a percepção que o
indivíduo tem do seu próprio corpo e das forças que nele atuam.
Os benefícios trazidos pela NEUROCIÊNCIA têm orientado educadores e professores
na utilização do conhecimento dos neurônios e apresentam o estudo do cérebro como um dos
elementos essenciais no processo de ensino aprendizagem.
Não é possível deixlar de mencionar a importância da consciência que o educador
precisa desenvolver sobre si. Segundo Roberto Lent (2016), distinguir e compreender o que
de fato significa consciência é fundamental porque quando se trata de ciência é importante
definir antes de abordar uma questão.
Consciência, então além do processo de cognição ou de “tomada de conhecimento
da própria atividade psíquica é a condição de ser “capaz de pensamento, volição,
percepção, conhecer ou sentir subjetivamente”, ter a intencionalidade e deliberação e
estar atento ou sensível interiormente. (Lent, R, 2016)
A partir disso, inclui-se o papel das organizações que precisam expandir sua
capacidade de criar seu futuro, bem como dar subsídio para quem trabalha com ela também se
desenvolver.
10. PERCEPÇÃO
Lent (2016) versa que a percepção do mundo que nos cerca e de certos aspectos do
meio orgânico interno depende da atividade dos sistemas sensoriais.
Ao falar sobre percepção é importante mencionar os cinco sentidos. O sistema
sensorial é constituído pelos receptores sensoriais, pelos neurônios aferentes e pelas partes do
cérebro envolvidas no processamento da informação. Os sentidos são os meios através dos
quais os seres vivos percebem e reconhecem outros organismos e as características do meio
ambiente em que se encontram - ou seja, são as traduções do mundo físico para a mente.
Segundo Roberto Lent (2016), os sentidos são: visão, onde se observa que as células
fotorreceptoras se associam a células de outras origens embrionárias para formar olhos, órgão
especializados em extrair da luz incidente informação sobre a variação da intensidade
luminosa no espaço e tempo, olfação onde na maioria das espécies os estímulos odoríferos
desempenham papéis importantes em diversas funções fundamentais tais como alimentação,
acasalamento, reprodução e organização social, , gustação que desempenha papel fundamental
na alimentação, audição desempenha papel fundamental, junto com a fonação, na
comunicação entre indivíduos da mesma espécie, e o equilíbrio, quando o sistema vestibular
envia para o sistema nervoso central sobre a direção da gravidade e sobre o movimento da
cabeça.
Os benefícios trazidos pela NEUROCIÊNCIA têm orientado educadores e professores
na utilização do conhecimento dos neurônios e apresentam o estudo do cérebro como um dos
elementos essenciais no processo de ensino aprendizagem.
Consciência, então além do processo de cognição ou de “tomada de conhecimento
da própria atividade psíquica é a condição de ser “capaz de pensamento, volição,
percepção, conhecer ou sentir subjetivamente”, ter a intencionalidade e deliberação e
estar atento ou sensível interiormente.” ( Lent, Roberto - 2016)
A partir disso, inclui-se o papel das organizações que precisam expandir sua
capacidade de criar seu futuro, bem como dar subsídio para quem trabalha com ela também se
desenvolver.
Sendo assim, até que ponto o empenho está relacionado com a percepção?
A fim de demonstrar que as nossas relações com o mundo não são forças separadas,
mas, sim, relacionadas entre si, expõe-se, a seguir, o conceito das organizações que aprendem.
Senge (1998), refere-se às organizações como o local em que as pessoas expandem a
11. capacidade de criar resultados (que elas realmente esperam), estimulam padrões de
pensamento novos e abrangentes para que todos possam aprender juntos e continuamente.
AS 5 DISCIPLINAS
Muitos profissionais podem ter boas experiências ao trabalharem com outros que eram
extremamente engajados e unidos, mas, certamente, o grupo não iniciou extraordinário,
tornou-se extraordinário. Segundo Senge (1998), o que pode tornar essas equipes imbatíveis é
o ambiente que a empresa propícia para o aprendizado dos seus profissionais.
O autor defende as cinco novas “tecnologias componentes” que estão gradualmente
convergindo para inovar as organizações que aprendem. Cada uma delas, mesmo que atuem
em momentos diferentes, fazem parte da cultura que faz uma empresa capaz de aprender, a
saber:
Pensamento Sistêmico
Entender o ciclo das coisas, estar ciente do que o cenário atual pode gerar de
resultados porque todos eles estão conectados em um mesmo padrão. Consequentemente, um
tem influência sobre o outro. Senge (1998) defende que o pensamento sistêmico é um quadro
de referência conceitual, um conjunto de conhecimento e ferramentas desenvolvido, ao longo
dos últimos 50 anos, para esclarecer os padrões como um todo e nos ajudar a ver como eles
podem ser modificados.
Domínio Pessoal
Domínio pessoal é a disciplina de constantemente esclarecer e aprofundar nossa visão
pessoal, de concentrar nossas energias, de desenvolver paciência e de ver a realidade
objetivamente. No entanto, são poucas as empresas que buscam estimular o domínio pessoal
de seus profissionais, gerando desperdício de recursos, visto que os profissionais não estão
engajados em desenvolver o seu próprio domínio pessoal e assim não esclarecem as coisas
que realmente são importantes para eles.
Modelos Mentais
Eles são pressupostos profundamente arraigados, generalizações ou até mesmo
imagens que influenciam nossa forma de ver o mundo e de como agimos sobre ele. O trabalho
com modelos mentais começa por virar o espelho para dentro; aprender a desenterrar nossas
12. imagens internas sobre o mundo para levá-las à superfície e mantê-las sob rigorosa análise.
Isso inclui desenvolver a capacidade de realizar conversas ricas em aprendizados, que
equilibrem indagações e argumentações onde as pessoas possam expor de forma eficaz seus
próprios pensamentos e estejam dispostas a serem influenciadas por outras pessoas.
Construção de uma visão compartilhada
Quando existe uma visão genuína, as pessoas dão tudo de si e aprendem, mas não
porque são obrigadas, porque querem e se sentem conectadas com algo que faz sentido para
elas. A prática da visão compartilhada está relacionada com as habilidades de descobrir
“imagens de futuro” compartilhadas que estimulam o compromisso genuíno e o
envolvimento, ao invés de apenas aceitar.
Aprendizagem em equipe
Ela começa pelo diálogo, a capacidade dos membros de deixarem de lado as ideias
preconcebidas e participarem de um verdadeiro “pensar em conjunto”. A aprendizagem em
equipe é vital, pois a equipe, e não apenas o indivíduo, é a unidade de aprendizagem
fundamental nas organizações modernas. Eis o ponto chave: se as equipes não tiverem
capacidade de aprender, a organização também não a terá.
Espera-se que haja uma metanoia entre os educadores a fim de que eles possam
entender que além de ensinar eles precisam estar conscientes do seu processo de
aprendizagem. A Metanoia significa mudança de mentalidade (Senge, Peter - 1998). Para os
gregos, significava uma mudança ou alteração fundamental ou, mais literalmente,
transcendência (“meta” - acima ou além, como em “metafísica”) da mente (“noia” - da raiz
“nous”, de mente).
Ter claro o sentido de “metanóia” implica em entender o significado mais profundo de
“aprendizagem”, pois essa também envolve uma alteração fundamental ou movimento da
mente.
Foca-se muito na ensinagem através de escolas, mas, quando se fala em instituições
que aprendem o cenário muda. Ainda mais se essa instituição se dedica a criar cursos online.
O conhecimento técnico é a base do processo de aprendizado, mas quais são as disciplinas
que uma organização precisa desempenhar para criar um ambiente propício para o
aprendizado de seus educadores?
13. Se o educador apenas internaliza as informações ele deixa de perceber o mundo e sua
relação com ele. Afinal de contas, é por meio da aprendizagem que se amplia a capacidade de
criar, de fazer parte do processo gerativo da vida.
Entende-se que as cinco disciplinas apresentada por Peter M. Senge (1998) são
interligadas para que, de fato, uma organização aprenda, mas, tratando-se de uma questão
cultural, recomenda-se que a organização comece a estimular seus profissionais a
desenvolverem seu domínio pessoal. A partir do momento em que eles tomam consciência
sobre o seu papel, deixam de fazer algo porque foi solicitado, passando, naturalmente, a fazer
o que, realmente, precisa ser feito, buscando entender o que está além da visão.
Desta forma estarão mais dispostos a rever seus modelos mentais, construir uma visão
compartilhada, aprender em equipe e ter uma visão sistêmica.
EMPENHO VERSUS DESEMPENHO
As pessoas, constantemente, são analisadas e avaliadas por seu desempenho. Histórico
escolar, resultados de provas e trabalhos, apresentações orais são alguns exemplos de
avaliação. Mas existem outras grandezas escondidas nessas avaliações.
Importante destacar que, muitas vezes, o desempenho se sobrepõe ao empenho.
Segundo Bruno Rabin (2016), reconhecer a relação de causa e efeito entre empenho e
desempenho pode ser uma boa estratégia para a tomada de decisões de estudo a cada
momento. Ao mesmo tempo, vale a pena entender as circunstâncias em que essa causalidade
deixa de funcionar plenamente, para que seja possível atuar de maneira mais produtiva.
Como se pode observar, a partir da experiência vivenciada no Colégio de A a Z, uma
matriz pode organizar duas dimensões, relação empenho e desempenho, traduzindo quatro
cenários passíveis de intervenção. Obviamente, como todo esquema, a matriz serve apenas
como referência geral, não devendo estabelecer uma avaliação fixa sobre cada caso. Destaca-
se que a matriz se comporta de diferentes maneiras para um mesmo aluno, ao longo do tempo,
e de acordo com a disciplina considerada. Em linhas gerais, haveria quatro possíveis casos:
14. Figura 1: Matriz Empenho x Desempenho
Fonte: https://manualdoestudo.deaaz.com.br/page/2/
Essa matriz descreve o que deveríamos esperar (empenho baixo = desempenho baixo
/ empenho alto = desempenho alto), mas também indica duas situações atípicas (alunos que
se esforçam pouco e obtêm bons resultados / alunos que se esforçam muito e não conseguem
ter bom desempenho).
A presente matriz também serve como referência para entender o que pode motivar ou
desmotivar um educador frente aos resultados de seu trabalho.
Ora, se o empenho e desempenho do educador é alto, os alunos e empresa ficam bem
servidos. No entanto, assinala-se a situação onde o empenho é alto e o desempenho é baixo.
Em outras palavras, o educador se preparou, pesquisou, preparou aulas e mesmo assim as
avaliações do seu curso não foram boas para os alunos.
Quando se fala em Empenho alto/ Desempenho baixo trata-se de um caso atípico e
preocupante, pois refere-se aos profissionais que efetivamente se esforçam, investem muito
tempo nos estudos, mas não conseguem transformar esse empenho em bons resultados. Em
geral, quando esse quadro persiste por algum tempo, o desânimo começa a ganhar terreno, e
outros cursos de responsabilidade deste educador podem ter maus resultados.
15. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo longe de o tema ser esgotado, identificou-se, por meio da pesquisa, que as
organizações possuem um importante papel para o desenvolvimento dos seus profissionais,
inclusive do ponto de vista sobre como ele aprende. A partir do momento em que o educador
entende que há necessidade de estimular o domínio pessoal poderá aproveitar melhor as
oportunidades que a empresa lhe proporciona: condições de criar o pensamento sistêmico,
modelos mentais, construção de uma visão compartilhada e aprendizagem em equipe. Isso
pode funcionar, talvez, como um antídoto para lidar melhor com suas deficiências de
aprendizagem. Mas, antes, é importante detectá-las, pois, com o passar do tempo, essas
deficiências passam a ser ignoradas e se perdem.
Para evitar que essas deficiências sejam desconhecidas, recomenda-se que haja
encontros mensais, com duração de uma hora e trinta minutos para promover dinâmicas que
estimulem o educador a desenvolver o seu domínio pessoal, bem como a empatia e o
autoconhecimento.
Como dito por Max Gehringer (2008), “um emprego sempre está na dependência de
decisões que são tomadas pela empresa. Mas, uma carreira depende, principalmente, de
decisões pessoais.”
Sendo assim, recomenda-se que os instrutores tenham intencionalidade e lancem mão
de oportunidades de trabalho, considerando o impacto que isso pode trazer para a carreira do
outro. Tomar decisões, olhando apenas para um ou outro aspecto, indiscriminadamente, não
trará bons resultados à médio prazo para a carreira do outro.
Não é possível separar o comportamento humano de sua base biológica, entendendo
que o sistema nervoso é condição necessária para que o comportamento, os pensamentos e os
sentimentos ocorram, ainda que não seja condição suficiente para a emergência da
consciência e dos fenômenos comportamentais.
Todavia é importante ressaltar que o sistema nervoso é uma condição necessária para
que o comportamento, os pensamentos e sentimentos ocorram. A neurociência é marcada por
um único objetivo: tentar compreender o sistema nervoso.
16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SENGE, P.; A quinta disciplina, 1998. P. 39 – 47.
LENT, R.; Neurociência da mente e do comportamento, 2016. P. 139 – 158.
Magno, A.; Como profissionais criativos aprendem, 2017 – P. 56, 69.
Manual do estudo de a a z. A relação (nem sempre perfeita) entre empenho
e desempenho. Disponível em: <https://manualdoestudo.deaaz.com.br/page/2/>. Acesso em:
10 de dez. De 2017.
Portal de Periódicos FCLAr – UNESP. Neurociência cognitiva e desenvolvimento humano.
Disponível em: <http://seer.fclar.unesp.br/tes/article/view/9552>. Acesso em: 18 de dez. de
2017.
Atuação voluntária. Neurociência aplicada à educação. Disponível em:
<HTTP://WWW.ATUACAOVOLUNTARIA.ORG.BR/UPLOAD/NEUROCIENCIAS-
APLICADA-A-EDUCACAO-JULIANA-POMPEO-HELPA.PDF>. Acesso em: 18 de
dez. 2017.