Os documentos abordam a resignação como uma virtude importante de aceitação paciente dos sofrimentos e dificuldades da vida. A resignação é baseada na fé em Deus e na compreensão de que o sofrimento ajuda na evolução espiritual, servindo para expiar erros do passado ou evitar novos tropeços. Quando enfrentados com resignação, os problemas terrenos perdem intensidade, nos ensinando lições valiosas.
2. “Deveis considerar-vos felizes por sofrer, porque
as vossas dores neste mundo são as dívidas de
vossas faltas passadas, e essas dores, suportadas
pacientemente na Terra, vos poupam séculos de
sofrimento na vida futura.”
(Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 5, Item 12)
3. Virtude esquecida e pouco trabalhada, a resignação é a
base para nossa paz com Deus.
“a obediência é o consentimento da razão; a resignação
é o consentimento do coração”
(O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. IX, item 8)
“a rocha garante a vida no vale por resignar-se à solidão”
“a resignação tem o poder de amenizar o impacto
causado pelo sofrimento”
(André Luiz - Agenda cristã)
4. Resignação:
Submissão aliada à constância e paciência
em face dos infortúnios, coragem para
suportar os rigores dos infortúnios,
constância numa situação sem que se reaja
contra ela, ou sem que se lamente dela.
Disposição para obedecer, para
aceitar uma situação de subordinação.
5. A resignação implícita nas Bem-
Aventuranças de Jesus e mais esclarecidas
pelo espiritismo não está em desacordo com
as definições acima.
Resignar-se é submeter-se, voluntariamente,
às leis de Deus, por reconhecer que sendo
Ele o absoluto na perfeição, causa de tudo
que existe; não comete erros ou enganos e
Suas leis sábias e amorosas são as que nos
levam à felicidade.
6. Aceitação passiva ou submissão racional,
lógica e ativa de quem se sente seguro e
confiante no Pai e Criador?
RESIGNAÇÃO ≠ CONFORMISMO
se acomoda às circunstâncias, seja
por preguiça, indolência, orgulho
ou, até mesmo, por ignorância
procura se adequar sempre aos desígnios
divinos e às lições de Jesus, sem deixar de
se melhorar, melhorando a vida em torno
de si e daqueles com quem vive
7. Mas a resignação não é possível sem uma
fé sólida e esclarecida. Quanto mais
robusta a fé, maior o sentimento da
resignação.
Essa é uma das muitas contribuições da
Doutrina Espírita. Além de esclarecer
consolando e consolar esclarecendo, ela
nos ensina a voltar os olhos para o futuro,
acalentando-nos com as bençãos da
esperança na vida futura – a vida
espiritual – nossa herança divina.
8. Embora possamos sentir dor e não sofrer, os
termos são, na maioria das vezes, interpretados
como sinónimos.
Mas, quais são os tipos
de dor que, de acordo
com a Doutrina Espírita,
o ser humano está sujeito?
1. Dor-Expiação
2. Dor-Auxílio
3. Dor-Evolução
9. DOR-EXPIAÇÃO
Os erros humanos decorrentes da cólera incontrolável,
do egoísmo obsessivo, das viciações inconsequentes,
da sexualidade irresponsável, da maldade
premeditada, são os vetores responsáveis pelos
débitos morais que se acumulam nos bancos
imperecíveis da nossa memória espiritual.
Tal condição anómala é a responsável pelo
desencadeamento, na criatura encarnada, de
manifestações degenerativas do organismo físico (mal-
formações congénitas, cancros, etc.) tanto quanto de
perturbações mentais, ao mesclar crises de intenso
remorso com depressões profundas e manifestações
esquizofrénicas de difícil solução.
10. André Luís: "analisamos a dor-expiação que
vem de dentro para fora, marcando a
criatura no caminho dos séculos, detendo-a
em complicados labirintos de aflição, para
regenerá-la, perante a Justiça... “
Infelizmente a dor-expiação constitui-se
contingência assídua em nossa
programação encarnatória, porquanto nos
revelamos carentes de maiores aquisições
evangélicas, exceção feita àqueles que já
superaram as más tendências e se mostram
familiarizados com as práticas da justiça, do
amor e da caridade.
11. DOR-AUXÍLIO
A reencarnação é um desafio expressivo
enfrentado com certa preocupação pelos
espíritos medianamente evoluídos.
No que pese às boas intenções, às vezes, tais
espíritos, quando encarnados, se deixam
empolgar pelos atrativos mundanos e,
invigilantemente, sofrem desvios dos
planos previamente traçados no Mundo
Maior, não suportando as provações
retificadoras ou assumindo atitudes
infelizes passíveis de precipitarem o
fracasso da experiência terrena.
12. Todavia, deixamos do outro lado da vida,
aqueles espíritos bondosos que nos são
caros e interessados em nossa proteção.
Por isso, diante da ameaça de tropeços
lamentáveis, em certas ocasiões, somos
beneficiados pelo amparo de exceção, ou
seja, providências aparentemente drásticas,
mas cabíveis nos esquemas traçados pelos
benfeitores desencarnados em nosso
próprio benefício.
13. O enfarte, a trombose, o cancro
penosamente suportado, a senilidade
prematura e outras calamidades da vida
orgânica constituem, por vezes, dores-
auxílio, para que a alma se recupere de
certos enganos em que haja incorrido na
existência do corpo denso, habilitando-se
através de longas reflexões e benéficas
disciplinas, para o ingresso respeitável na
Vida Espiritual.
14. DOR-EVOLUÇÃO
O que caracteriza a dor-evolução é o confronto
com os vetores desarmonizantes que nos
atingem de fora para dentro, mas que servem
para estimular a paciência, a resignação, a fé, o
perdão e a capacidade de luta.
15. é o convívio com o parente difícil; a paciência a
ser requisitada diante do cônjuge
incompreensivo; a dificuldade em educar e
encaminhar para o bem o filho rebelde; as
pressões exercidas pela chefia no trabalho
profissional; a ameaça de perda do emprego
honesto que nos sustenta; a traição de alguém
muito amado em quem depositávamos irrestrita
confiança; a perda precoce de um ente querido e
assim por diante.
São problemas comuns à maioria das pessoas,
mas que nos deixam marcados pela dor
dilacerante e pelas lágrimas sentidas.
16. AS TRÊS DORES
Dor Expiação >>> PASSADO
Dor Auxílio >>> PRESENTE
Dor Evolução >>> FUTURO
17. As provações, quando enfrentadas com a
devida resignação e confiança no auxílio do
Pai Maior, não passam de convites da própria
vida ofertados em prol do nosso
aprimoramento íntimo.
A resignação tem o poder de anular o
impacto do sofrimento. (André Luiz)
18. “O Evangelho segundo o Espiritismo”, em
suas considerações sobre os motivos para a
resignação, afirma:
“O resultado da maneira espiritual de encarar a
vida é a diminuição de importância das coisas
mundanas, a moderação dos desejos humanos,
fazendo o homem contentar-se com a sua posição,
sem invejar a dos outros, e sentir menos os seus
revezes e decepções. Ele adquire, assim, uma calma
e uma resignação tão úteis à saúde do corpo como
à da alma.”
19. DEVEMOS 100, PAGAMOS APENAS 1
Os Espíritos nos orientam que a
resignação ao sofrimento equivale
ao seguinte raciocínio:
>> suponha que tenhamos uma dívida de
€100,00, que deve ser quitada num prazo X.
Na contabilidade divina surge a seguinte operação: se
me pagares apenas €1,00, eu quitarei a dívida toda.
Quem, que se julga honesto e responsável, não se
apressaria em desembolsar €1,00 e ficar livre de toda a
dívida?
Assim é que procede a divindade para cada um de
nós. O nosso pagamento é sempre inferior àquilo que
deveríamos realmente pagar.
20. VONTADE DE DEUS EM PRIMEIRO LUGAR
Nas grandes crises pelas quais passamos,
quando colocamos a vontade de Deus acima da
nossa, o sofrimento torna-se mais leve, mais
suave, enaltecendo os ensinamentos de Jesus
que diz que o seu jugo é suave e o seu fardo
leve.
Ele, o nosso irmão maior, nos dá força para
continuarmos no caminho da fé, apesar das
asperezas do caminho.
É por isso que os Espíritos superiores sempre
nos alertam: "Em tudo o que fizer, pensa em
Deus primeiro".
21. VISÃO ESPIRITUAL DO PROBLEMA
Quando olhamos os nossos problemas terrenos de
um ponto de vista espiritual, eles começam a perder
a sua intensidade, o seu valor relativo. Esta
observação equivale a subirmos a uma montanha e
de lá olharmos para baixo: tudo parece em tamanho
diminuto.
Assim podemos passar por todos o tipos de
dificuldade, e continuaremos
calmos, pacientes, inclusive,
gratos a Deus pelo sofrimento.
22. São, pois vários os motivos que podem levar o
homem à resignação nos sofrimentos e
dificuldades da vida. Resumindo-os:
Confiança em Deus e na Sua sabedoria e amor
Compreender e aceitar a imortalidade do
Espírito
Aceitar e compreender a lei das vidas
sucessivas – necessidade dificuldades da vida
material para que essa evolução intelectual e
moral se processe.
23. Aceitar e compreender a lei de ação e reação,
através da qual vamos corrigindo nossos
equívocos e omissões, conhecendo as causas dos
nossos sofrimentos pelos efeitos que sentimos e
recebemos, no uso da nossa inteligência e
raciocínios, aprendendo assim a evitar as causas
que os provocam.
Compreender e aceitar que o homem é um ser
em trânsito na Terra, onde faz sua evolução, e
que depende de cada um sofrer mais ou menos,
de acordo com o respectivo entendimento
acerca das leis divinas e da sua aplicação no seu
sentir, pensar e agir.
24. Com a revolta diante das aflições da vida,
não alcançaremos a vitória espiritual
sobre nós mesmos, correndo o risco de
termos que repetir essas experiências,
talvez em condições mais difíceis, em
futuras existências. Porém, com a
resignação, nossas dores serão como os
primeiros avisos de que nossa alegria
espiritual está a caminho.
25. Considerando que tudo se resume numa
única palavra – aceitação – Emmanuel
conclui que devemos:
“confiar em Deus nos dias de céu azul, mas
igualmente confiar em Sua Divina Providência
nas horas da tempestade. Acolher a dor como
sendo a preparação da alegria. Atravessar a
provação, entesourando experiência. Observar
as leis da vida e acatá-las, compreendendo que a
dificuldade é instrução imprescindível”
26. “Oração da Serenidade”
serenidade para aceitarmos as coisas
que não podemos modificar;
coragem para modificarmos aquelas
que podemos;
e sabedoria para distinguir uma da
outra.