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Estatísticas do IBGE sobre judeus no Brasil: um
panorama dos censos demográficos de 1940 a 2010
René Decol
Janeiro de 2013
1
Introdução
O objetivo deste trabalho é analisar os dados dos censos demográficos nacionais
do IBGE referentes aos judeus. Os dados assim produzidos estão disponíveis nos
arquivos dos censos e nos chamados microdados que passaram a ser
disponibilizados a partir do censo 1991. Com o avanço dos computadores, estes
dados agora podem ser tabulados para subgrupos populacionais de forma a
comtemplar análises em escala micro antes impossíveis. A partir da literatura
sobre a sócio-demografia dos judeus na diáspora, partiu-se da hipótese que este
grupo tem uma estrutura etária mais envelhecida e padrões de fecundidade mais
baixos do que a população em geral (1). Também se partiu da premissa que judeus
constituem um grupo eminentemente urbano, de classe média, com níveis
educacionais mais altos e uma concentração muito específica em algumas carreiras
e profissões tradicionais (2). Todas estas hipóteses foram confirmadas pelos
dados.
1. Fontes de estatísticas judaicas
Existem duas fontes de estatísticas demográficas judaicas: os censos demográficos
oficiais e as pesquisas de agências e instituições comunitárias. Nem todos os
recenseamentos oficiais coletam estatísticas de religião, enquanto, por outro lado,
onde quer que tenha sido organizado, um órgão estatístico judaico privado
mostrou-se um substituto precário para os censos oficiais. As estatísticas
demográficas judaicas, portanto, são incompletas e deficientes por natureza (3).
Por razões diversas, nem todos os países coletam dados estatísticos sobre religião.
Onde isto acontece, em geral o instrumento utilizado são os censos demográficos
decenais. Seu objetivo é enumerar os membros de cada grupo ou denominação
religiosa. A questão concernente à religião aparece na forma de um item separado
no questionário e é dirigida a cada indivíduo, ao qual pede-se que declare sua
religião com suas próprias palavras, não importando se frequenta uma igreja ou
2
templo, se pertence a alguma instituição religiosa, ou se observa seus
regulamentos. Este método baseado na auto-identificação também não permite
distinguir os que já nasceram em uma família praticante daqueles que se
converteram – formalmente ou não – depois de adultos.
2. A pergunta sobre religião nos censos brasileiros
O Brasil realiza censos decenais desde o Império. No entanto, nem todos os
levantamentos incluíram uma pergunta sobre religião, que aparece de forma
sistemática a partir do censo de 1940 e que prossegue até hoje, constituindo-se em
uma série histórica de alta qualidade e de resultados confiáveis.
A enumeração da categoria específica “judeus” aparece pela primeira vez também
no censo de 1940. Neste levantamento foram enumeradas dez categorias: além de
judeus, foram publicados dados para católicos, protestantes, espíritas, positivistas,
ortodoxos, maometanos, budistas, xintoístas e sem religião. Estas categorias da
variável religião se mantiveram basicamente as mesmas até o censo de 1960. Em
1970 a pergunta foi do tipo fechada, sendo que apenas seis categorias foram
previstas a priori: católicos, evangélicos, espíritas, outras, sem religião e sem
declaração. No censo de 1980 a pergunta voltou a ser aberta, tendo sido publicados
dados para nove categorias religiosas.
O censo de 1991 inicia uma fase em que o IBGE procura ampliar ao máximo o
espectro dos grupos religiosos. A partir de então são tabulados resultados para
dezenas de denominações religiosas diferentes. De acordo com recomendações
internacionais, cada grande grupo religioso foi dividido em subgrupos, cada um
sendo enumerado separadamente. O censo 2010 enumerou dados para nada
menos do que 148 denominações diferentes. As publicações finais incluem apenas
os grandes grupos mais tradicionais, mas existe a possibilidade da análise dos
microdados para cada um dos grupos religiosos discriminados pelo IBGE. É o caso,
por exemplo, de judeus, budistas, muçulmanos, além de uma grande variedade de
3
denominações protestantes e evangélicas. Acatando orientações internacionais, os
dados também contemplam os sem-religião, um grupo que cresce no mundo todo.
3. População judaica nuclear e estendida
A ampla discussão sobre qual deve ser o critério para se definir quem é judeu, do
ponto de vista religioso, sociológico ou outro qualquer não cabe no âmbito deste
trabalho. De um ponto de vista operacional a maneira mais razoável de resolver o
problema é através do método da auto-identificação. Assim, de um ponto de vista
meramente operacional, no âmbito deste trabalho judeu é quem assim se
identificou quando indagado pelo recenseador. (Ou quem assim foi identificado
pelo respondente, já que por ser uma pesquisa domiciliar, o censo entrevista uma
única pessoa por domicílio, que responde por todas as demais).
As questões metodológicas envolvidas nesta forma de definir quem é judeu levou
especialistas a criar alguns conceitos úteis. Assim, população judaica nuclear é
por definição o grupo formado por todos que se identificam como judeus (por
exemplo, quando indagados em uma pesquisa ou levantamento populacional). É
evidente que esta definição reflete percepções subjetivas, e que se sobrepõe,
embora não seja coincidente, com a definição da lei judaica que define como judeu
aquele que é filho de mãe judia.
A população judaica estendida, por sua vez, inclui a soma de (a) a população
judaica nuclear; e (b) todos os não-judeus que convivem em domicílios com pelo
menos uma pessoa de religião judaica (isto é, pelo menos uma pessoa que pertence
ao conceito nuclear) e que em geral têm relação de parentesco direto (como filhos,
marido/esposa). Este trabalho utiliza o conceito de população nuclear, fazendo, no
entanto, estimativas para a população estendida.
4
4. Brasil: o contexto dos grandes grupos religiosos
A identidade religiosa tem passado por uma grande transformação no Brasil. O que
se nota é um aumento da diversidade, com um crescimento no número de
denominações, a queda da participação relativa de católicos, e o aumento
significativo do número de evangélicos, de pessoas sem religião, e de um número
crescente de minorias agregadas na categoria “outros”. Estas mudanças fazem
parte de um processo amplo de mudanças estruturais tão amplas quanto
urbanização, a industrialização, a universalização da educação e das comunicações.
As mudanças da identidade religiosa dos brasileiros pode ser avaliada na tabela 1.
Como se vê, os católicos praticamente deixaram de crescer de 1991 em diante,
enquanto os demais grupos mantiveram um processo de expansão que já vinha de
muito antes. “Outros”, o grupo que agrega as diversas minorias religiosas do país,
que nem chegava a um milhão de pessoas em 1940, chegou a 2010 com um
expressivo contingente de mais de 18 milhões, quase 10% da população total. Já
evangélicos, com 35 milhões, formam o segundo maior contingente, seguidos pelos
outros, e pelos sem-religião. Vale ressaltar que o número de categorias dentro dos
grupos evangélicos e outros vem crescendo de forma expressiva. Uma tabela que
contemplasse todas as subdivisões religiosas brasileiras seria mais realista, do
ponto de vista de comunicar a crescente diversificação, mas tornaria a sua leitura
mais difícil.
Tabela 1. Brasileiros por grandes grupos religiosos, 1940-2010
(em milhões de pessoas)
1940 1970 1991 2010
Católicos 39,2 85,5 121,8 122,7
Evangélicos 1,1 4,8 13,2 34,6
Sem religião 0,1 0,7 6,9 15,3
Outros 0,8 2,1 4,3 18,1
Total 41,2 93,1 146,8 190,8
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
5
Gráfico 1. Brasil: os maiores grupos religiosos
Em termos proporcionais 64,3% dos brasileiros se identificaram como católicos
em 2010, mas a proporção do maior grupo religioso no conjunto do país vem
caindo sistematicamente desde os anos 1940. Já vai longe o tempo em que se
poderia dizer que os católicos são a “enorme maioria” da população brasileira. Isto
era verdade na metade do século 20, mas é cada vez menos. Os católicos, é claro,
ainda são maioria. Mas os não-católicos (incluídos os sem-religião) agora somam
mais de um terço da população brasileira (tabela 2). E a julgar pela evolução
registrada neste período, não está longe o dia em que católicos serão apenas mais
um grupo a fazer parte do caldeirão multi-religioso brasileiro.
Tabela 2. Brasileiros por grandes grupos religiosos,
1940 - 2010 (em percentagem)
1940 1970 1991 2010
Católicos 95,1 91,8 83,0 64,3
Evangélicos 2,7 5,2 9,0 18,1
Sem religião 0,2 0,8 4,7 8,0
Outros 1,9 2,3 2,9 9,5
Total 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
0
50
100
150
200
250
1940 1970 1991 2010
Católicos
Evangélicos
Sem religião
Outros
Total
6
Este processo de diversificação e afastamento do catolicismo acontece em todas as
regiões do Brasil, embora em ritmos diferenciados. É o Rio de Janeiro a unidade da
Federação onde este processo está mais avançado. No estado fluminense o declínio
dos católicos já é um processo consolidado desde o censo de 1991. Ali, a identidade
católica foi afirmada por 7,3 milhões de pessoas no último censo, 1,2 milhões a
menos do que em 1991 (tabela 3).
Tabela 3. Rio de Janeiro: população por grandes grupos religiosos,
1940-2010 (em milhões de pessoas)
1940 1970 1991 2010
Católicos 3,3 7,7 8,5 7,3
Evangélicos 0,1 0,6 1,6 4,0
Sem religião 0,0 0,2 1,8 2,5
Outros 0,2 0,4 0,8 2,2
Total 3,6 9,0 12,7 16,0
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
Em termos de participação no total, os católicos somavam em 2010 menos da
metade (45,6%) do conjunto da população fluminense. Evangélicos (25,2%), os
sem-religião (15,6%) e as demais minorias já somam 54,5% do total (veja tabela
4).
Tabela 4. Rio de Janeiro: população por grandes grupos
religiosos, 1940-2010 (em percentagem)
1940 1970 1991 2010
Católicos 91,7 85,6 66,9 45,6
Evangélicos 2,8 6,7 12,6 25,2
Sem religião (*) 2,2 14,2 15,6
Outros 5,6 4,4 6,3 13,6
Total 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
(*) Menos de 0,1%
7
Gráfico 2. Rio de Janeiro: os maiores grupos religiosos
5. Os judeus nos censos demográficos do IBGE
Quando colocados ao longo de uma série temporal, os dados sobre judeus no Brasil
revelam uma consistência notável ao longo de todo o período que vai do censo de
1940 até o mais recente, o de 2010. Estes dados mostram que o grupo teria
crescido de 1940 a 1980, ainda sob efeito das últimas correntes migratórias.
Desde então seu tamanho teria se estabilizado em algo em torno de 90 mil pessoas.
Com algumas oscilações, este total teria verificado então um pequeno crescimento,
chegando ao censo de 2010 com pouco mais de 106 mil pessoas (tabela 5). Pelo
menos em termos do conceito de população nuclear estes números são
consistentes com as estimativas da própria comunidade. Embora os censos
brasileiros não tenham sido desenhados como pesquisas específicas sobre religião,
sua repetição ao longo do tempo tende a dar consistência à série histórica,
compensando as eventuais indeterminações de cada levantamento em particular.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1940 1970 1991 2010
Católicos
Evangélicos
Sem religião
Outros
Total
8
Assim, não é nenhuma surpresa que em termos de distribuição regional, Sul e
Sudeste sejam as regiões que se destacam como sede de comunidades mais
robustas do ponto de vista demográfico. Estão localizadas nestas regiões afinal os
principais portos de desembarque de imigrantes estrangeiros no Brasil, e também
as três grandes metrópoles (São Paulo, Rio e Porto Alegre) que se tornaram
historicamente os principais polos de destino e aglutinação da imigração judaica.
Embora o censo de 2010 tenha encontrado um crescimento acentuado nas regiões
Nordeste, Norte e Centro-Oeste, há razões para se olhar com cautela este
movimento, que pode resultar de margem de erro maior dos dados nessas regiões.
Outra hipótese é que este crescimento seja reflexo do fenômeno de reconversão
(formal ou informal) dos que se consideram descendentes de cristãos novos (bnei
hanussim), um fenômeno cultural importante no Brasil contemporâneo.
Tabela 5. População de religião judaica por regiões
nas datas dos censos
Região 1940 1980 1991 2000 2010
Sudeste 43.476 75.493 70.960 70.385 79.526
Sul 7.768 10.982 10.614 10.010 12.954
Nordeste 2.180 2.600 1.693 3.057 7.293
Norte 1.562 1.394 2.308 2.060 4.423
Centro-Oeste 80 1.326 841 1.312 2.557
Total 55.563 91.795 86.416 86.825 106.753
106.753Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
Quando se trabalha com dados de uma minoria com características tão específicas
como os judeus, é importante fazer o controle de algumas variáveis. Sabe-se, por
exemplo, que os judeus são um grupo altamente urbano. Por isso seria altamente
improvável encontrar judeus no rural brasileiro. De fato, os censos de 1980 em
diante mostram relativamente poucos judeus vivendo fora das regiões urbanas. A
exceção é o caso do censo de 1960, levantamento no entanto que se notabilizou
por ser o mais falho de toda a série histórica brasileira. Já o censo 2010 registrou a
presença de quase dois mil indivíduos em zonas rurais (veja tabela 6). Este
9
crescimento de judeus rurais no censo 2010, no entanto, pode ser apenas um
reflexo das profundas transformações no rural brasileiro, com o declínio da
pequena propriedade e o florescimento do agronegócio. Se a presença de judeus no
rural tradicional é inconsistente com a existência de uma comunidade judaica
moderna, o mesmo não pode ser dito em relação às novas características que o
meio rural tem experimentado no Brasil de hoje.
Tabela 6. População judaica no Brasil nas datas dos censos, por situação
de domicílio urbano/rural
1940 1950 1960 1980 1991 2000 2010
IBGE total 55.563 69.955 96.199 91.795 86.417 86.825 106.753
Urbana 86.038 89.969 85.821 86.316 104.768
Rural 10.161 1.826 596 509 1.985
Total ajustado 56.000 70.000 86.000 90.000 93.000 96.000 100.000
Fontes: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
6. Distribuição espacial
Quando se analisa a distribuição espacial dos judeus no Brasil em termos das
grandes regiões geográficas nota-se que de 1940 a 1980 houve concentração na
região Sudeste, com diminuição da participação das demais regiões. Juntas as
regiões Sudeste e Sul reúnem cerca de 90% de todos os judeus brasileiros (veja
tabela 9). Novamente, o crescimento das demais regiões por ocasião do censo 2010
é algo que deve ser visto com cautela.
Tabela 7. Judeus por grandes regiões nas datas dos censos
(em percentagem)
Região 1940 1980 2010
Sudeste 78,2 82,2 74,5
Sul 14,0 12,0 12,1
Nordeste 3,9 2,8 6,8
Norte 2,8 1,5 4,1
Centro-Oeste 0,1 1,4 2,4
Total 100,0 100,0 100,0
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
10
Quando se investiga o crescimento por regiões em termos de números absolutos o
crescimento excessivo das regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste se torna ainda
mais evidente, como se vê na tabela 8. Estas regiões, de fato, teriam crescido algo
em torno de 100%, enquanto a região Sudeste teria crescido apenas 13%.
Tabela 8. Judeus por regiões, 2000-2010
Região 2000 2010 Diferença
2010/2000
Sudeste 70.385 79.526 13%
Sul 10.010 12.954 29%
Nordeste 3.057 7.293 139%
Norte 2.060 4.423 115%
Centro-Oeste 1.312 2.557 95%
Total 86.825 106.753 23%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
A distribuição altamente concentrada nas regiões mais desenvolvidas do país,
Sudeste e Sul, reflete na verdade uma alta concentração em termos urbanos. As
maiores comunidades, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, que já chegaram a
reunir 83% de todos os judeus brasileiros na data do censo de 1980, chegaram a
2010 com algo em torno de 68% (tabela 9). Embora tenha havido alguma
desconcentração nas metrópoles, este padrão é típico da diáspora, onde grande
parte dos judeus vive nas grandes cidades, onde estão concentrados o comércio, os
serviços e sobretudo as principais instituições da comunidade.
Tabela 9. População de religião judaica por municípios escolhidos
Municípios 1940 1950 1980 1991 2000 2010
São Paulo (a) 17.219 22.808 41.308 38.843 37.500 43.611
Rio de Janeiro (b) 19.743 25.222 27.699 24.754 23.862 21.755
Porto Alegre (c) 4.331 5.557 7.051 7.118 6.627 6.658
Subtotal (a)+(b)+(c) 41.293 53.587 76.058 70.715 67.989 72.024
Brasil 55.563 69.955 91.795 86.416 86.825 106.753
(a)+(b)+(c) como % / Brasil 74,3% 76,6% 82,9% 81,8% 78,3% 67,5%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
11
Sendo o estado de São Paulo a unidade que concentra a maior proporção de judeus
de toda Federação, é interessante avaliar como os judeus estão distribuídos
através de sua vasta rede urbana. A capital do estado concentra uma grande fatia
dos judeus paulistas, como se vê na tabela 10. Campinas, Santos e Santo André são
as maiores comunidades do interior, embora ao longo do tempo tenha havido
alguma variação em termos do tamanho destas comunidades. É interessante
observar, no entanto, que o número de judeus em cidades agregadas na categoria
outros cresceu significativamente, o que faz supor que judeus tenham participado
do processo de desconcentração metropolitana que tem afetado o conjunto da
população do estado de São Paulo.
Tabela 10. População de religião judaica no Estado de São Paulo, por
municípios escolhidos, nas datas dos censos
Município 1940 1980 1991 2010
São Paulo 17.219 41.308 38.842 43.611
Campinas 182 454 578 628
Santos 765 594 483 471
Santo André 222 408 465 357
São Caetano do Sul 157 368 36
Cotia 26 248 330
São Jose dos Campos 56 89 200 4
São Bernardo do Campo 88 166 118
Suzano 53 105 10
Outros 1.935 1.392 1.416 5.408
Total UF SP 20.379 44.569 42.871 50.973
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
Quando se examina a distribuição pelos estados brasileiros, afora a concentração
em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, os estados do Paraná, Minas
Gerais, Pernambuco e Bahia aparecem como aqueles que concentram as
comunidades mais importantes. A fim de se verificar a consistência dos dados,
pode ser interessante também comparar a razão de sexo (a relação entre o número
de homens e de mulheres, que em uma população “normal” dever estar em torno
de 1,0), um indicador que tem a propriedade de evidenciar problemas na coleta
das informações. Em estados como Piauí e Alagoas a razão de sexo aparece elevada
12
(veja tabela 11), fazendo supor que os dados dos estados onde estão as menores
comunidades carreguem coeficientes de indeterminação ainda maiores. Para a
maior parte das Unidades da Federação, no entanto, a razão de sexo se situa em
torno de 1,0 – indicando que pelo menos sob o ponto de vista da composição por
sexo os dados não apresentam discrepâncias muito evidentes.
Tabela 11. Judeus por UF e sexo, 2010
Sexo
UF Masc Fem Total Razão
de sexoSão Paulo 25.708 25.261 50.969 1,0
Rio de Janeiro 11.861 12.467 24.328 1,0
Rio Grande do Sul 3.758 4.047 7.805 0,9
Paraná 1.992 2.120 4.112 0,9
Minas Gerais 1.819 1.534 3.353 1,2
Pernambuco 1.122 1.286 2.408 0,9
Bahia 1.283 987 2.270 1,3
Pará 981 987 1.968 1,0
Amazonas 855 841 1.696 1,0
Distrito Federal 572 531 1.103 1,1
Santa Catarina 609 427 1.036 1,4
Espírito Santo 476 400 876 1,2
Goiás 442 359 801 1,2
Paraíba 304 322 626 0,9
Mato Grosso do Sul 204 212 416 1,0
Rio Grande do Norte 178 142 320 1,3
Alagoas 179 130 309 1,4
Mato Grosso 110 127 237 0,9
Piauí 150 80 230 1,9
Sergipe 81 102 183 0,8
Rondônia 72 94 166 0,8
Tocantins 89 74 163 1,2
Total 53.600 53.151 106.751 1,0
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
A concentração espacial em alguns estados reflete, na verdade, a alta concentração
da população judaica em um pequeno número de municípios entre a enorme rede
urbana brasileira. Mesmo que a princípio muitos judeus tenham se estabelecido
em cidades do interior, o maior dinamismo econômico das capitais, assim como a
presença de comunidades mais robustas, teria com o tempo atraído grande parte
da comunidade em direção aos principais centros. A tabela 12 apresenta esta
13
distribuição, onde se destacam os municípios de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto
Alegre como aqueles que concentram as maiores comunidades judaicas do país.
Tabela 12. Judeus pelos municípios com maior número de judeus
Sexo
Total
Razão de sexo
sexo sexoMunicípio Masculino Feminino
1 São Paulo 21.593 22.018 43.611 1,0
2 Rio de Janeiro 10.436 11.319 21.755 0,9
3 Porto Alegre 3.097 3.561 6.658 0,9
4 Curitiba 1.536 1.648 3.184 0,9
5 Belém 594 752 1.346 0,8
6 Belo Horizonte 615 685 1.300 0,9
7 Recife 537 749 1.286 0,7
8 Manaus 572 611 1.183 0,9
9 Brasília 572 531 1.103 1,1
10 Salvador 558 452 1.010 1,2
11 Campinas 306 322 628 1,0
12 Niterói 305 306 611 1,0
13 Santos 233 238 471 1,0
14 Jaboatão dos Guararapes 277 185 462 1,5
15 Santo André 186 171 357 1,1
16 Florianópolis 207 143 350 1,4
17 Cotia 214 116 330 1,8
18 Teresópolis 107 206 313 0,5
19 Santana do Parnaíba 178 128 306 1,4
20 Vitória 141 127 268 1,1
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
Na lista dos vinte municípios onde estão as maiores comunidades é possível notar
alguns destinos tradicionais de veraneio, ou de sede de segundas residências
(como Teresópolis, por exemplo), que podem ter se tornado destino de judeus
aposentados. Por outro lado aparecem também novos polos de dinamismo
comercial, como é o caso de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco.
Quando se comparam os resultados dos censos 2010 e 2000 por municípios,
chama a atenção, novamente, um crescimento muito expressivo das comunidades
de Curitiba, Belém, Salvador, Manaus, Brasília e Campinas. Enquanto o crescimento
de Curitiba parece refletir o dinamismo da comunidade da capital paranaense, nas
demais cidades este crescimento deve ser cotejado com os resultados já
mencionados anteriormente (tabela 13).
14
Tabela 13. Municípios com maior número de judeus, 2000-2010
Município 2000 2010 Diferença
1 São Paulo 37.500 43.611 16%
2 Rio 23.862 21.755 -9%
3 Porto Alegre 6.627 6.658 0%
4 Curitiba 1.774 3.184 79%
5 Belo Horizonte 1.714 1.300 -24%
6 Recife 1.173 1.286 10%
7 Belém 900 1.346 50%
8 Salvador 697 1.010 45%
9 Manaus 627 1.183 89%
10 Brasília 624 1.103 77%
11 Niterói 517 611 18%
12 Santos 413 471 14%
13 Campinas 364 628 73%
14 Santo André 311 357 15%
15 Petrópolis 295 136 -54%
16 S. Bernardo do Campo 251 118 -53%
17 Barueri 245 140 -43%
18 Vitória 202 268 33%
19 Goiânia 198 234 18%
20 Fortaleza 193 246 27%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
15
7. Características sócio-demográficas
A tabela 14 apresenta a distribuição por faixa etária e sexo da população judaica na
data do censo de 2010, e para efeito de comparação, da população brasileira na
mesma data. Nota-se que os judeus mostram uma estrutura etária bem mais
envelhecida, com grupos relativamente mais numerosos em todas as faixas acima
dos 40 anos. Já a população brasileira é proporcionalmente maior nas faixas mais
jovens.
Tabela 14. População por grupos de idade e sexo, 2010
Grupo etário Judeus Brasil
Masculino Feminino Masculino Feminino
0 a 4 5,4% 5,1% 7,5% 7,0%
5 a 9 5,6% 5,3% 8,2% 7,5%
10 a 14 6,3% 6,0% 9,3% 8,7%
15 a 19 5,7% 5,4% 9,2% 8,7%
20 a 24 6,9% 5,8% 9,2% 8,8%
25 a 29 5,9% 6,2% 9,1% 8,9%
30 a 34 6,9% 6,4% 8,3% 8,2%
35 a 39 6,4% 7,0% 7,2% 7,3%
40 a 44 7,6% 7,4% 6,8% 6,9%
45 a 49 7,2% 7,4% 6,1% 6,3%
50 a 54 8,6% 6,4% 5,2% 5,5%
55 a 59 5,6% 6,3% 4,2% 4,5%
60 a 64 6,0% 6,1% 3,2% 3,6%
65 a 69 4,0% 3,9% 2,4% 2,7%
70 a 74 4,0% 4,3% 1,8% 2,1%
75 a 79 3,0% 4,0% 1,2% 1,5%
80+ 5,0% 6,8% 1,2% 1,8%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
As diferenças entre a estrutura por sexo e idade das populações judaica e brasileira
em geral pode ser observada nas pirâmides populacionais dos gráficos 3 e 4.
16
Gráfico 3. População judaica por
grupos de idade e sexo
Gráfico 4. População brasileira por
grupos de idade e sexo
-10,00% -5,00% 0,00% 5,00% 10,00%
0 a 4
5 a 9
10 a 14
15 a 19
20 a 24
25 a 29
30 a 34
35 a 39
40 a 44
45 a 49
50 a 54
55 a 59
60 a 64
65 a 69
70 a 74
75 a 79
80+
-10,00% -5,00% 0,00% 5,00% 10,00%
0 a 4
5 a 9
10 a 14
15 a 19
20 a 24
25 a 29
30 a 34
35 a 39
40 a 44
45 a 49
50 a 54
55 a 59
60 a 64
65 a 69
70 a 74
75 a 79
80+
17
Em termos de estrutura etária das três maiores comunidades do país, nota-se que
as Rio de Janeiro e Porto Alegre apresentam perfil irregular, típico de populações
pequenas, com contingentes cada vez mais escassos nas faixas etárias
reprodutivas, o que torna a reprodução precária. Já a distribuição etária em São
Paulo pouco difere da distribuição para os judeus do Brasil como um todo (veja
gráfico 5).
Gráfico 5. Pirâmides etárias das três maiores concentrações urbanas de
judeus no Brasil, 2010
São Paulo Rio de Janeiro Porto Alegre
Em termos raciais, é importante ressaltar que a identidade dos brasileiros tem
sofrido mudanças importantes neste quesito: tem crescido muito a proporção de
brasileiros que se identificam como sendo “pretos” ou “pardos”, e
consequentemente, diminuído o número relativo dos que se dizem “brancos”. Esta
mudança pode estar relacionada às políticas, formais ou não, de valorização de
minorias.
É sob esta luz que devem ser vistos os dados da tabela 15. A presença de judeus
pretos, amarelos e pardos deve ser entendido, em parte, como resultado desses
“deslizamentos” da identidade racial e religiosa.
-2.000 -1.000 0 1.000 2.000
0 a 4
5 a 9
10 a 14
15 a 19
20 a 24
25 a 29
30 a 34
35 a 39
40 a 44
45 a 49
50 a 54
55 a 59
60 a 64
65 a 69
70 a 74
75 a 79
80+
-2.000 -1.000 0 1.000 2.000
0 a 4
10 a 14
20 a 24
30 a 34
40 a 44
50 a 54
60 a 64
70 a 74
80+
-2.000 -1.000 0 1.000 2.000
0 a 4
10 a 14
20 a 24
30 a 34
40 a 44
50 a 54
60 a 64
70 a 74
80+
18
Tabela 15. Judeus e brasileiros por cor ou raça, 2010
Judeus
Total
Brasil
TotalMasc Fem Masc Fem
Branca 87,2% 89,4% 88,3% 46,5% 48,5% 47,5%
Preta 2,0% 1,2% 1,6% 8,0% 7,1% 7,5%
Amarela 0,4% 0,5% 0,5% 1,0% 1,2% 1,1%
Parda 10,3% 8,8% 9,5% 44,1% 42,8% 43,4%
Indígena 0,1% 0,1% 0,1% 0,4% 0,4% 0,4%
Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0
%
100,0% 100,0%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
O crescimento de outras identidades raciais para judeus ao longo do último
intervalo censitário pode ser observado na tabela 16, e comparado com as
mudanças para a população brasileira como um todo.
Tabela 16. Por cor ou raça, 2000-2010
Judeus Brasil
2000 2010 2000 2010
Branca 96,4% 88,3% 53,7% 47,5%
Preta 0,4% 1,6% 6,2% 7,5%
Amarela 0,1% 0,5% 0,5% 1,1%
Parda 2,6% 9,5% 38,5% 43,4%
Indígena 0,1% 0,1% 0,4% 0,4%
Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
Como se vê na tabela 17, cresceu bastante o número dos judeus que se
identificaram como sendo não brancos. Ainda assim, estes grupos representam
uma percentagem muito pequena. Em alguns casos, como o crescimento dos que se
identificaram como de raça “amarela” pode ter origem em algum ruído causado
pela proximidade das questões sobre religião e identidade indígena.
19
Tabela 17. Judeus, por cor ou raça, 2000-2010
2000 2010 Diferença
Branca 83.702 94.269 13%
Preta 320 1.691 428%
Amarela 43 492 1.044%
Parda 2.267 10.191 350%
Indígena 39 111 185%
Total 86.825 106.754 23%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
Sabe-se que os principais fluxos migratórios que trouxeram judeus para o Brasil
ocorreram, principalmente, no entre-guerras e depois da Segunda Guerra Mundial
(4). Portanto, grande parte dos migrantes que chegaram neste período já havia
falecido por ocasião do último censo. Por isso, o censo de 1980 pode ser bastante
útil para avaliar as principais correntes, em termos de nacionalidades, que
trouxeram judeus ao Brasil. Com este objetivo é possível cruzar as variáveis
religião e país onde o entrevistado nasceu, para a população de religião judaica.
Para aqueles que nasceram em outro país que não o Brasil a tabela 18 apresenta as
principais origens. Como se vê, a Polônia era em 1980 o país mais mencionado,
com mais de 27% das respostas, seguindo-se Romênia, Alemanha, Egito e Israel.
20
Tabela 18. Judeus nascidos fora do Brasil, por país de
nascimento, na data do censo de 1980
País Números
absolutos
%
1 Polônia 7.684 27,3%
2 Romênia 3.281 11,7%
3 Alemanha 2.727 9,7%
4 Egito 2.222 7,9%
5 Israel 1.835 6,5%
6 União Soviética 1.786 6,3%
7 Argentina 1.459 5,2%
8 Líbano 937 3,3%
9 Hungria 893 3,2%
10 Itália 536 1,9%
11 Síria 491 1,7%
12 Áustria 445 1,6%
13 Turquia 442 1,6%
14 Uruguai 436 1,6%
15 França 430 1,5%
16 Estados Unidos 383 1,4%
17 Grécia 273 1,0%
18 Iugoslávia 263 0,9%
19 Tchecoslováquia 222 0,8%
20 Bélgica 180 0,6%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
É claro que estes grupos remanescentes de imigrantes pioneiros está em declínio,
como se pode confirmar na tabela 19 onde se comparam os dados do censo 1991
com os dados do censo de 1980.
21
Tabela 19. Judeus pelos países de nascimento mais frequentes,
nas datas dos censos de 1980 e 1991
País 1980 1991 Diferença
1980-91
1 Polônia 7.684 4.219 45,1%
2 Romênia 3.281 2.030 38,1%
3 Alemanha 2.727 1.691 38,0%
4 Egito 2.222 1.504 32,3%
5 Israel 1.835 1.443 21,4%
6 URSS 1.786 1.076 39,8%
7 Argentina 1.459 1.340 8,2%
8 Líbano 937 826 11,8%
9 Hungria 893 487 45,5%
10 Itália 536 337 37,1%
Total 28.892 19.286 35,6%
Dez principais como % 80,9% 77,5%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
O declínio do número de indivíduos que nasceram em países como Polônia,
Romênia e Alemanha é ainda mais expressivo se completarmos a série histórica,
incluindo os censos 2000 e 2010, como se vê na tabela 20.
Tabela 20. Judeus no Brasil, por país de nascimento, 1980-2010
País 1980 1991 2000 2010
1 Polônia 7.684 4.219 2.266 1.198
2 Romênia 3.281 2.030 1.232 807
3 Alemanha 2.727 1.691 1.046 497
4 Egito 2.222 1.504 1.220 1.195
5 Israel 1.835 1.443 1.270 1.110
6 URSS (*) 1.786 1.076 488 191
7 Argentina 1.459 1.340 1.234 925
8 Líbano 937 826 655 304
9 Hungria 893 487 341 204
10 Itália 536 337 169 238
Total 28.892 19.286 9.921 6.669
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
(*) Depois de 2000, Rússia e Lituânia.
Em termos de distribuição espacial dentro do município de São Paulo, a tabela 31
mostra os resultados do censo do ano 2000. (O IBGE ainda não divulgou os
22
resultados do censo 2010 neste nível de desagregação). Como se vê, a distribuição
espacial no interior da capital paulista repete um padrão comum aos judeus da
diáspora: uma grande concentração em torno do centro comercial, com 86% do
total residindo em apenas dez distritos: Santa Cecília, Jardim Paulista, Consolação,
Pinheiros, Perdizes, Bom Retiro, Itaim, Moema, Vila Mariana e Alto de Pinheiros.
Ressalte-se ainda que apenas três desses bairros, Santa Cecília, Jardim Paulista e
Consolação, concentram nada menos do que 48% de toda população judaica do
Município de São Paulo.
Tabela 21. Município de São Paulo: judeus por distritos, censo 2000
Bairro Números
absolutos
% % acum
Santa Cecília 5.849 17% 17%
Jardim Paulista 5.591 16% 33%
Consolação 5.172 15% 48%
Pinheiros 3.051 9% 57%
Perdizes 2.684 8% 64%
Bom Retiro 2.144 6% 70%
Itaim Bibi 2.095 6% 76%
Moema 1.543 4% 81%
Vila Mariana 1.016 3% 84%
Alto de Pinheiros 847 2% 86%
Morumbi 804 2% 89%
Campo Belo 757 2% 91%
Bela Vista 686 2% 93%
Saúde 527 2% 94%
Santo Amaro 380 1% 95%
Santana 304 1% 96%
Butantã 253 1% 97%
Lapa 233 1% 98%
República 203 1% 98%
Casa Verde 175 1% 99%
Liberdade 138 0% 99%
Tucuruvi 112 0% 99%
Campo Grande 103 0% 100%
Tremembé 103 0% 100%
Total 34.770 100%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
23
8. Educação
É no quesito educação que esperamos encontrar as maiores diferenças entre a
população judaica e o conjunto da população brasileira. Afinal, a importância da
educação formal é uma das características da cultura judaica, e muitos dos judeus
que chegaram ao Brasil vindos do leste europeu ainda trazem na lembrança as
cotas e outros mecanismos destinados a restringir o acesso dos judeus à educação
superior. O censo brasileiro utiliza um conjunto de perguntas para avaliar o nível
educacional da população. Uma das perguntas é dirigida a todos aqueles que
frequentam algum tipo de curso por ocasião da entrevista censitária. O resultado
desta questão aparecer na tabela 22. Quando se compara somente aqueles que
estavam frequentando algum curso por ocasião da entrevista censitária, judeus
mostram uma distribuição bastante concentrada nos padrões mais altos: enquanto
a proporção dos que frequentavam ensino superior era de pouco mais de 10% na
população em geral, entre judeus a proporção era bem maior, de quase 27%.
Inversamente, enquanto 15% dos que frequentam escola na população em geral
estavam no Ensino Médio, entre judeus a percentagem era de pouco mais de 11%.
Tabela 22. Curso que frequenta
Judeus Brasil
Creche 5,0% 3,7%
Pré-escola 7,8% 8,6%
Alfabetização 3,3% 4,8%
Alfab. de jovens 0,2% 1,5%
Fundamental 34,2% 48,6%
Supletivo do fund 1,7% 3,0%
Médio 11,4% 14,9%
Supletivo do médio 1,3% 2,9%
Superior 26,9% 10,4%
Especialização 3,9% 1,1%
Mestrado 2,6% 0,3%
Doutorado 1,6% 0,1%
Total 100,0% 100,0%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
24
Uma outra pergunta é dirigida a todos, e indaga o grau mais alto atingido na
educação. Os diferenciais, neste caso, são igualmente pronunciados: como mostra a
tabela 23, enquanto 58% dos brasileiros tem até sete anos de estudo (equivalente
a fundamental incompleto), esta proporção entre judeus é de apenas 24%. De fato,
a categoria em que os judeus aparecem mais concentrados é a dos 15 anos de
estudo ou mais (pelo menos o curso universitário completo): 48% dos homens e
44% das mulheres se encontram nesta situação, enquanto para brasileiros como
um todo as percentagens não chegam a 10%.
Tabela 23. Anos de estudo
Judeus Brasil
Masc Fem Total Masc Fem Total
Até 7 (fundamental) 24,3% 23,2% 23,7% 59,9% 55,6% 57,7%
8 a 10 anos (médio) 7,0% 8,6% 7,8% 14,7% 14,8% 14,8%
11 a 14 anos (univ incompl) 20,4% 24,0% 22,2% 18,8% 21,0% 19,9%
15 anos ou mais (completo) 47,8% 43,9% 45,8% 6,0% 8,0% 7,1%
Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
Muito já se discutiu sobre a concentração dos judeus em algumas profissões
tradicionais. Não é surpresa portanto que quando indagados a respeito do tipo de
curso concluído, judeus se destaquem na medicina, engenharia, administração e
direito (tabela 24). A percentagem de judeus nestas carreiras específicas chega a
mais de 8%, no caso de engenharia, enquanto para a população em geral este
índice não chega nem a 0,01%.
Tabela 24. Tipo de curso mais elevado concluído,
por tipos selecionados
(em % do conjunto da população)
Judeus Brasil
Medicina 6,86% 0,35%
Engenharia 8,11% 0,00%
Administração 4,51% 0,01%
Direito 3,88% 0,02%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
25
9. Trabalho e renda
No que diz respeito a trabalho e renda, também são pronunciadas as
especificidades dos judeus. Sabe-se que os judeus costumam ocupar estratos
sociais típicos de uma classe média urbana que dá grande importância à educação
e à mobilidade social (5). É o que se vê no caso do Brasil, como se vê na tabela 25,
onde judeus estão proporcionalmente mais concentrados nas categorias de
empregador e trabalhador por conta própria, enquanto a população como um todo
está proporcionalmente mais concentrada nas categorias de empregado (com e
sem carteira de trabalho).
Tabela 25. Posição na ocupação
Judeus Brasil
Masc Fem Masc Fem
Empregado 35,6% 39,6% 48,0% 46,1%
Militar 0,4% 0,1% 1,0% 0,1%
Funcionário público 5,8% 6,1% 3,3% 7,3%
Empreg. s/ carteira 8,8% 12,0% 18,6% 24,3%
Conta própria 36,1% 33,2% 25,6% 18,0%
Empregador 12,5% 6,8% 2,4% 1,6%
Não remunerado 0,9% 2,2% 1,2% 2,6%
Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
A literatura sociológica costuma destacar também o fato de que judeus costumam
ocupar de forma pronunciada alguns nichos ocupacionais. Isto transparece muito
bem nos dados do IBGE em termos dos chamados grandes grupos de ocupação do
trabalho. Neste sentido, como se vê na tabela 26, os dados evidenciam que judeus
estão proporcionalmente mais concentrados em algumas categorias bem
específicas: principalmente entre autoridades, dirigentes e gerentes, e
profissionais das ciências e das artes.
26
Tabela 26. Grandes grupos de ocupação do trabalho principal
Judeus Brasil
Categoria Masc Fem Masc Fem
Branco 41,3% 60,2% 51,1% 71,3%
Autoridades públicas, dirigentes e gerentes 16,7% 8,0% 2,3% 1,0%
Profissionais das ciências e artes 22,1% 17,3% 2,2% 2,3%
Técnicos de nível médio 7,2% 5,4% 3,1% 3,0%
Trabalhadores de serviços administrativos 2,5% 3,3% 2,6% 3,7%
Trabalhadores dos serviços e vendedores 4,9% 4,1% 9,9% 12,9%
Trabalhadores agropecuários, florestais, de caça e pesca 0,5% 0,1% 10,8% 2,9%
Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais 2,1% 0,5% 14,7% 2,6%
Trabalhadores de reparação e manutenção 0,3% 0,0% 1,8% 0,0%
Membros das forças armadas, policiais e militares 0,2% - 0,6% 0,0%
Ocupações mal especificadas 2,2% 1,1% 0,8% 0,3%
Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
Em termos de renda, as diferenças entre um grupo típico de classe média urbana, e
que aproveitou com apetite as oportunidades abertas pela educação num país cuja
transição rural/urbana ainda não se completou, só poderiam ser pronunciadas,
como mostra a tabela 27: enquanto 75% da população brasileira em geral recebe
até três salários mínimos por mês, entre judeus, ao contrário, predominam as
categorias mais altas: quase 70% tem renda superior a três salários mínimos.
Tabela 27. Pessoas com mais de 10 anos de idade ocupadas por classe
de rendimento do trabalho
(em salários mínimos)
Renda Judeus Brasil
Até 1 6,7% 31,2%
Mais de 1 a 2 13,4% 34,0%
Mais de 2 a 3 7,7% 10,9%
Mais de 3 a 5 12,9% 8,3%
Mais de 5 a 10 25,6% 6,0%
Mais de 10 a 20 18,7% 2,0%
Mais de 20 12,7% 0,8%
Total 100,0% 100,0%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
A diferença pronunciada nestes padrões de distribuição de renda pode ser
observada no gráfico 6.
27
Gráfico 6. Pessoas com mais de 10 anos de idade ocupadas por
classe de rendimento do trabalho, Brasil e judeus
(em salários mínimos)
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
Até 1 Mais de
1 a 2
Mais de
2 a 3
Mais de
3 a 5
Mais de
5 a 10
Mais de
10 a 20
Mais de
20
Brasil
Judeus
28
10. População nuclear e população estendida
Os dados examinados até agora referem-se ao conceito de população nuclear. Com
base nos resultados dos últimos censos, no entanto, é possível estimar a população
judaica estendida, além do número de judeus e de pessoas por domicílio (tabela
28). A população judaica estendida, neste caso, é calculada como sendo o subgrupo
populacional de todas as pessoas que moram em domicílios onde haja pelo menos
uma pessoa de religião judaica. Por este critério a população estendida é algo cerca
de 40% maior do que a população nuclear. Assim, por este critério mais
abrangente a população judaica brasileira teria um volume de cerca de 150 mil
pessoas. Já o número de judeus por domicílio declinou de 3,2 em 1980 para 2,7 em
2010, evidenciando queda na fecundidade. Já bem mais baixa que a fecundidade
geral, mesmo entre judeus a fecundidade não deixou de registrar declínio nas
últimas décadas.
Tabela 28. População judaica estendida e nuclear, 1980-2010
1980 1991 2000 2010
Domicílios com Judeus 28.790 30.610 31.497 39.178
Judeus (nuclear) (a) 91.795 86.417 86.825 106.753
Judeus (pop. estendida) (b) 132.191 117.296 119.430 148.134
Pop estendida/nuclear (b)/(a) 69% 74% 73% 72%
Judeus p/ domicílio 3,2 2,8 2,8 2,7
Pessoas p/ domicílio 4,6 3,8 3,8 3,8
Fonte: IBGE, censos 1980-2010
O conceito de população judaica estendida poder ser compreendido como o
universo demográfico mais amplo onde está inserida a população judaica nuclear.
Assim, faz sentido comparar a estrutura por sexo e idade dos dois conceitos, como
se faz na tabela 29.
29
Tabela 29. Brasil: população judaica, nuclear e estendida, 2010
Nuclear (1) Estendida (2) Relação (2)/(1)
Masc Fem Masc Fem Masc Fem
0 a 4 2.913 2.725 4.178 3.751 43% 38%
5 a 9 2.978 2.809 4.039 3.988 36% 42%
10 a 14 3.402 3.194 4.713 4.450 39% 39%
15 a 19 3.071 2.880 4.361 4.176 42% 45%
20 a 24 3.688 3.080 5.341 4.872 45% 58%
25 a 29 3.150 3.269 4.835 5.290 53% 62%
30 a 34 3.672 3.401 5.056 6.049 38% 78%
35 a 39 3.423 3.733 4.553 5.791 33% 55%
40 a 44 4.058 3.955 5.190 6.011 28% 52%
45 a 49 3.884 3.949 4.897 6.550 26% 66%
50 a 54 4.606 3.396 5.792 5.475 26% 61%
55 a 59 2.991 3.360 3.754 4.918 26% 46%
60 a 64 3.192 3.268 3.806 4.324 19% 32%
65 a 69 2.148 2.091 2.459 2.776 14% 33%
70 a 74 2.132 2.294 2.398 2.876 12% 25%
75 a 79 1.634 2.152 1.814 2.438 11% 13%
80+ 2.660 3.596 2.921 4.291 10% 19%
Total 53.602 53.152 70.107 78.026 31% 47%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
O resultado desta comparação é ilustrado no gráfico 7 onde é possível observar as
áreas relativas aos conceitos de população nuclear e estendida, para homens e
mulheres, para cada um dos grupos etários.
Gráfico 7. Brasil: população judaica, nuclear e estendida, 2010
-8000 -6000 -4000 -2000 0 2000 4000 6000 8000
0 a 4
5 a 9
10 a 14
15 a 19
20 a 24
25 a 29
30 a 34
35 a 39
40 a 44
45 a 49
50 a 54
55 a 59
60 a 64
65 a 69
70 a 74
75 a 79
80+
30
Quando a comparação entre os dois conceitos é feita ao nível de município, e por
sexo, é possível observar que a relação entre população estendida e nuclear é
maior entre mulheres, por uma margem de 30% em São Paulo, 50% no Rio de
Janeiro, e de 35% em Porto Alegre. Em outras palavras, na população estendida há
mais não-judeus entre mulheres do que entre homens; em termos de Brasil, por
um fator que chega a 47% para mulheres e 31% para homens (tabela 30).
Tabela 30. Brasil: população judaica, nuclear e estendida,
por municípios selecionados, 2010
Nuclear (2) Estendida (1) Relação (1)/(2)
Masc Fem Masc Fem Masc Fem
São Paulo 21.591 22.017 25.182 28.702 17% 30%
Rio de Janeiro 10.437 11.318 13.952 16.946 34% 50%
Porto Alegre 3.097 3.563 3.740 4.820 21% 35%
Brasil 53.602 53.152 70.107 78.026 31% 47%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
Estes resultados são ilustrados através das pirâmides populacionais no gráfico 8.
Gráfico 8. Pirâmides etárias das três maiores concentrações urbanas de
judeus no Brasil, população nuclear e estendida, 2010
São Paulo Rio de Janeiro Porto Alegre
-2.000 -1.000 0 1.000 2.000
0 a 4
5 a 9
10 a 14
15 a 19
20 a 24
25 a 29
30 a 34
35 a 39
40 a 44
45 a 49
50 a 54
55 a 59
60 a 64
65 a 69
70 a 74
75 a 79
80+
-2.000 -1.000 0 1.000 2.000
0 a 4
5 a 9
10 a 14
15 a 19
20 a 24
25 a 29
30 a 34
35 a 39
40 a 44
45 a 49
50 a 54
55 a 59
60 a 64
65 a 69
70 a 74
75 a 79
80+
-2.000 -1.000 0 1.000 2.000
0 a 4
5 a 9
10 a 14
15 a 19
20 a 24
25 a 29
30 a 34
35 a 39
40 a 44
45 a 49
50 a 54
55 a 59
60 a 64
65 a 69
70 a 74
75 a 79
80+
31
Uma característica importante da população estendida é sua composição em
termos de relação com o responsável pelo domicílio. Como se vê na tabela 31,
quando se analisa separadamente os filhos, cerca de 25% são não-judeus. Já nas
demais relações de parentesco a proporção de não-judeus varia de 29% (para
cônjuges) até 49% (sogro ou sogra).
Tabela 31. Judeus e não-judeus convivendo em domicílios, por relação
com responsável pelo domicílio, 2010
Relação de parentesco ou
convivência com o responsável
pelo domicílio
Religião Em %
Não-
judeus
Judeus Total Não-
judeus
Judeus
Pessoa responsável pelo domicílio 9.042 42.777 51.819 17% 83%
Cônjuge ou comp. de sexo diferente 9.473 22.655 32.128 29% 71%
Cônjuge ou comp. do mesmo sexo 153 75 228 67% 33%
Filho do responsável e do cônjuge 9.037 24.733 33.770 27% 73%
Filho somente do responsável 2.770 8.909 11.679 24% 76%
Enteado 654 539 1.193 55% 45%
Genro ou nora 475 420 895 53% 47%
Pai, mãe, padrasto ou madrasta 673 1.738 2.411 28% 72%
Sogro 270 283 553 49% 51%
Neto 1.004 1.336 2.340 43% 57%
Bisneto 5 28 33 15% 85%
Irmão ou irmã 709 960 1.669 42% 58%
Avô ou avó 69 60 129 53% 47%
Outro parente 1.574 645 2.219 71% 29%
Agregado 500 175 675 74% 26%
Convivente 1.079 678 1.757 61% 39%
Pensionista 35 46 81 43% 57%
Empregado doméstico 3.690 118 3.808 97% 3%
Parente do empregado doméstico 168 0 168 100% 0%
Individuo em domicílio coletivo 0 580 580 0% 100%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
32
Quando se analisa a distribuição regional dos dois conceitos populacionais nota-se
que enquanto o componente não-judeu do grupo estendido varia em torno de 25%
no Sudeste e Sul, nas demais regiões esta proporção é maior, sendo de 35% na
Centro-Oeste, 38% no Norte, e 41% no Nordeste. O que evidencia que há mais
interação entre judeus e não-judeus nestas regiões.
Tabela 32. Judeus e não-judeus convivendo em domicílios,
por região geográfica e religião, 2010
Região Não-
judeus
Judeus Total Não-
judeus/
Total
Norte 2.657 4.423 7.080 38%
Nordeste 5.164 7.293 12.457 41%
Sudeste 27.944 79.526 107.470 26%
Sul 4.270 12.954 17.224 25%
Centro-Oeste 1.347 2.557 3.904 35%
Total 41.382 106.753 148.135 28%
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
11. Referências
(1) Henrique Rattner, Tradição e mudança: a comunidade judaica em São Paulo.
Ática, 1977.
(2) Simon Kuznets, Economic Structure and Life of the Jews. Em The Jews: Their
History, Culture, and Religion, Luis Finkelstein (org), Vol III. Harper &
Brothers, 1949, p. 1597-1665.
(3) Uriah Zevi Engelman, Sources of Jewis Statistics. Em The Jews: Their History,
Culture, and Religion, Luis Finkelstein (org), Vol I. Harper & Brothers, 1949,
p. 1172-1197.
(4) Jacob Lestschinsky, Jewish Migrations, 1840-1946. Em The Jews: Their
History, Culture, and Religion, Luis Finkelstein (org), Vol I. Harper &
Brothers, 1949, p. 1198-1238.
(5) Nathan Reich, The Economic Stucture of Modern Life. Em The Jews: Their
History, Culture, and Religion, Luis Finkelstein (org), Vol I. Harper &
Brothers, 1949, p. 1239-1266.

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Censo Judaico

  • 1. Estatísticas do IBGE sobre judeus no Brasil: um panorama dos censos demográficos de 1940 a 2010 René Decol Janeiro de 2013
  • 2. 1 Introdução O objetivo deste trabalho é analisar os dados dos censos demográficos nacionais do IBGE referentes aos judeus. Os dados assim produzidos estão disponíveis nos arquivos dos censos e nos chamados microdados que passaram a ser disponibilizados a partir do censo 1991. Com o avanço dos computadores, estes dados agora podem ser tabulados para subgrupos populacionais de forma a comtemplar análises em escala micro antes impossíveis. A partir da literatura sobre a sócio-demografia dos judeus na diáspora, partiu-se da hipótese que este grupo tem uma estrutura etária mais envelhecida e padrões de fecundidade mais baixos do que a população em geral (1). Também se partiu da premissa que judeus constituem um grupo eminentemente urbano, de classe média, com níveis educacionais mais altos e uma concentração muito específica em algumas carreiras e profissões tradicionais (2). Todas estas hipóteses foram confirmadas pelos dados. 1. Fontes de estatísticas judaicas Existem duas fontes de estatísticas demográficas judaicas: os censos demográficos oficiais e as pesquisas de agências e instituições comunitárias. Nem todos os recenseamentos oficiais coletam estatísticas de religião, enquanto, por outro lado, onde quer que tenha sido organizado, um órgão estatístico judaico privado mostrou-se um substituto precário para os censos oficiais. As estatísticas demográficas judaicas, portanto, são incompletas e deficientes por natureza (3). Por razões diversas, nem todos os países coletam dados estatísticos sobre religião. Onde isto acontece, em geral o instrumento utilizado são os censos demográficos decenais. Seu objetivo é enumerar os membros de cada grupo ou denominação religiosa. A questão concernente à religião aparece na forma de um item separado no questionário e é dirigida a cada indivíduo, ao qual pede-se que declare sua religião com suas próprias palavras, não importando se frequenta uma igreja ou
  • 3. 2 templo, se pertence a alguma instituição religiosa, ou se observa seus regulamentos. Este método baseado na auto-identificação também não permite distinguir os que já nasceram em uma família praticante daqueles que se converteram – formalmente ou não – depois de adultos. 2. A pergunta sobre religião nos censos brasileiros O Brasil realiza censos decenais desde o Império. No entanto, nem todos os levantamentos incluíram uma pergunta sobre religião, que aparece de forma sistemática a partir do censo de 1940 e que prossegue até hoje, constituindo-se em uma série histórica de alta qualidade e de resultados confiáveis. A enumeração da categoria específica “judeus” aparece pela primeira vez também no censo de 1940. Neste levantamento foram enumeradas dez categorias: além de judeus, foram publicados dados para católicos, protestantes, espíritas, positivistas, ortodoxos, maometanos, budistas, xintoístas e sem religião. Estas categorias da variável religião se mantiveram basicamente as mesmas até o censo de 1960. Em 1970 a pergunta foi do tipo fechada, sendo que apenas seis categorias foram previstas a priori: católicos, evangélicos, espíritas, outras, sem religião e sem declaração. No censo de 1980 a pergunta voltou a ser aberta, tendo sido publicados dados para nove categorias religiosas. O censo de 1991 inicia uma fase em que o IBGE procura ampliar ao máximo o espectro dos grupos religiosos. A partir de então são tabulados resultados para dezenas de denominações religiosas diferentes. De acordo com recomendações internacionais, cada grande grupo religioso foi dividido em subgrupos, cada um sendo enumerado separadamente. O censo 2010 enumerou dados para nada menos do que 148 denominações diferentes. As publicações finais incluem apenas os grandes grupos mais tradicionais, mas existe a possibilidade da análise dos microdados para cada um dos grupos religiosos discriminados pelo IBGE. É o caso, por exemplo, de judeus, budistas, muçulmanos, além de uma grande variedade de
  • 4. 3 denominações protestantes e evangélicas. Acatando orientações internacionais, os dados também contemplam os sem-religião, um grupo que cresce no mundo todo. 3. População judaica nuclear e estendida A ampla discussão sobre qual deve ser o critério para se definir quem é judeu, do ponto de vista religioso, sociológico ou outro qualquer não cabe no âmbito deste trabalho. De um ponto de vista operacional a maneira mais razoável de resolver o problema é através do método da auto-identificação. Assim, de um ponto de vista meramente operacional, no âmbito deste trabalho judeu é quem assim se identificou quando indagado pelo recenseador. (Ou quem assim foi identificado pelo respondente, já que por ser uma pesquisa domiciliar, o censo entrevista uma única pessoa por domicílio, que responde por todas as demais). As questões metodológicas envolvidas nesta forma de definir quem é judeu levou especialistas a criar alguns conceitos úteis. Assim, população judaica nuclear é por definição o grupo formado por todos que se identificam como judeus (por exemplo, quando indagados em uma pesquisa ou levantamento populacional). É evidente que esta definição reflete percepções subjetivas, e que se sobrepõe, embora não seja coincidente, com a definição da lei judaica que define como judeu aquele que é filho de mãe judia. A população judaica estendida, por sua vez, inclui a soma de (a) a população judaica nuclear; e (b) todos os não-judeus que convivem em domicílios com pelo menos uma pessoa de religião judaica (isto é, pelo menos uma pessoa que pertence ao conceito nuclear) e que em geral têm relação de parentesco direto (como filhos, marido/esposa). Este trabalho utiliza o conceito de população nuclear, fazendo, no entanto, estimativas para a população estendida.
  • 5. 4 4. Brasil: o contexto dos grandes grupos religiosos A identidade religiosa tem passado por uma grande transformação no Brasil. O que se nota é um aumento da diversidade, com um crescimento no número de denominações, a queda da participação relativa de católicos, e o aumento significativo do número de evangélicos, de pessoas sem religião, e de um número crescente de minorias agregadas na categoria “outros”. Estas mudanças fazem parte de um processo amplo de mudanças estruturais tão amplas quanto urbanização, a industrialização, a universalização da educação e das comunicações. As mudanças da identidade religiosa dos brasileiros pode ser avaliada na tabela 1. Como se vê, os católicos praticamente deixaram de crescer de 1991 em diante, enquanto os demais grupos mantiveram um processo de expansão que já vinha de muito antes. “Outros”, o grupo que agrega as diversas minorias religiosas do país, que nem chegava a um milhão de pessoas em 1940, chegou a 2010 com um expressivo contingente de mais de 18 milhões, quase 10% da população total. Já evangélicos, com 35 milhões, formam o segundo maior contingente, seguidos pelos outros, e pelos sem-religião. Vale ressaltar que o número de categorias dentro dos grupos evangélicos e outros vem crescendo de forma expressiva. Uma tabela que contemplasse todas as subdivisões religiosas brasileiras seria mais realista, do ponto de vista de comunicar a crescente diversificação, mas tornaria a sua leitura mais difícil. Tabela 1. Brasileiros por grandes grupos religiosos, 1940-2010 (em milhões de pessoas) 1940 1970 1991 2010 Católicos 39,2 85,5 121,8 122,7 Evangélicos 1,1 4,8 13,2 34,6 Sem religião 0,1 0,7 6,9 15,3 Outros 0,8 2,1 4,3 18,1 Total 41,2 93,1 146,8 190,8 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
  • 6. 5 Gráfico 1. Brasil: os maiores grupos religiosos Em termos proporcionais 64,3% dos brasileiros se identificaram como católicos em 2010, mas a proporção do maior grupo religioso no conjunto do país vem caindo sistematicamente desde os anos 1940. Já vai longe o tempo em que se poderia dizer que os católicos são a “enorme maioria” da população brasileira. Isto era verdade na metade do século 20, mas é cada vez menos. Os católicos, é claro, ainda são maioria. Mas os não-católicos (incluídos os sem-religião) agora somam mais de um terço da população brasileira (tabela 2). E a julgar pela evolução registrada neste período, não está longe o dia em que católicos serão apenas mais um grupo a fazer parte do caldeirão multi-religioso brasileiro. Tabela 2. Brasileiros por grandes grupos religiosos, 1940 - 2010 (em percentagem) 1940 1970 1991 2010 Católicos 95,1 91,8 83,0 64,3 Evangélicos 2,7 5,2 9,0 18,1 Sem religião 0,2 0,8 4,7 8,0 Outros 1,9 2,3 2,9 9,5 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE 0 50 100 150 200 250 1940 1970 1991 2010 Católicos Evangélicos Sem religião Outros Total
  • 7. 6 Este processo de diversificação e afastamento do catolicismo acontece em todas as regiões do Brasil, embora em ritmos diferenciados. É o Rio de Janeiro a unidade da Federação onde este processo está mais avançado. No estado fluminense o declínio dos católicos já é um processo consolidado desde o censo de 1991. Ali, a identidade católica foi afirmada por 7,3 milhões de pessoas no último censo, 1,2 milhões a menos do que em 1991 (tabela 3). Tabela 3. Rio de Janeiro: população por grandes grupos religiosos, 1940-2010 (em milhões de pessoas) 1940 1970 1991 2010 Católicos 3,3 7,7 8,5 7,3 Evangélicos 0,1 0,6 1,6 4,0 Sem religião 0,0 0,2 1,8 2,5 Outros 0,2 0,4 0,8 2,2 Total 3,6 9,0 12,7 16,0 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Em termos de participação no total, os católicos somavam em 2010 menos da metade (45,6%) do conjunto da população fluminense. Evangélicos (25,2%), os sem-religião (15,6%) e as demais minorias já somam 54,5% do total (veja tabela 4). Tabela 4. Rio de Janeiro: população por grandes grupos religiosos, 1940-2010 (em percentagem) 1940 1970 1991 2010 Católicos 91,7 85,6 66,9 45,6 Evangélicos 2,8 6,7 12,6 25,2 Sem religião (*) 2,2 14,2 15,6 Outros 5,6 4,4 6,3 13,6 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (*) Menos de 0,1%
  • 8. 7 Gráfico 2. Rio de Janeiro: os maiores grupos religiosos 5. Os judeus nos censos demográficos do IBGE Quando colocados ao longo de uma série temporal, os dados sobre judeus no Brasil revelam uma consistência notável ao longo de todo o período que vai do censo de 1940 até o mais recente, o de 2010. Estes dados mostram que o grupo teria crescido de 1940 a 1980, ainda sob efeito das últimas correntes migratórias. Desde então seu tamanho teria se estabilizado em algo em torno de 90 mil pessoas. Com algumas oscilações, este total teria verificado então um pequeno crescimento, chegando ao censo de 2010 com pouco mais de 106 mil pessoas (tabela 5). Pelo menos em termos do conceito de população nuclear estes números são consistentes com as estimativas da própria comunidade. Embora os censos brasileiros não tenham sido desenhados como pesquisas específicas sobre religião, sua repetição ao longo do tempo tende a dar consistência à série histórica, compensando as eventuais indeterminações de cada levantamento em particular. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 1940 1970 1991 2010 Católicos Evangélicos Sem religião Outros Total
  • 9. 8 Assim, não é nenhuma surpresa que em termos de distribuição regional, Sul e Sudeste sejam as regiões que se destacam como sede de comunidades mais robustas do ponto de vista demográfico. Estão localizadas nestas regiões afinal os principais portos de desembarque de imigrantes estrangeiros no Brasil, e também as três grandes metrópoles (São Paulo, Rio e Porto Alegre) que se tornaram historicamente os principais polos de destino e aglutinação da imigração judaica. Embora o censo de 2010 tenha encontrado um crescimento acentuado nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, há razões para se olhar com cautela este movimento, que pode resultar de margem de erro maior dos dados nessas regiões. Outra hipótese é que este crescimento seja reflexo do fenômeno de reconversão (formal ou informal) dos que se consideram descendentes de cristãos novos (bnei hanussim), um fenômeno cultural importante no Brasil contemporâneo. Tabela 5. População de religião judaica por regiões nas datas dos censos Região 1940 1980 1991 2000 2010 Sudeste 43.476 75.493 70.960 70.385 79.526 Sul 7.768 10.982 10.614 10.010 12.954 Nordeste 2.180 2.600 1.693 3.057 7.293 Norte 1.562 1.394 2.308 2.060 4.423 Centro-Oeste 80 1.326 841 1.312 2.557 Total 55.563 91.795 86.416 86.825 106.753 106.753Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Quando se trabalha com dados de uma minoria com características tão específicas como os judeus, é importante fazer o controle de algumas variáveis. Sabe-se, por exemplo, que os judeus são um grupo altamente urbano. Por isso seria altamente improvável encontrar judeus no rural brasileiro. De fato, os censos de 1980 em diante mostram relativamente poucos judeus vivendo fora das regiões urbanas. A exceção é o caso do censo de 1960, levantamento no entanto que se notabilizou por ser o mais falho de toda a série histórica brasileira. Já o censo 2010 registrou a presença de quase dois mil indivíduos em zonas rurais (veja tabela 6). Este
  • 10. 9 crescimento de judeus rurais no censo 2010, no entanto, pode ser apenas um reflexo das profundas transformações no rural brasileiro, com o declínio da pequena propriedade e o florescimento do agronegócio. Se a presença de judeus no rural tradicional é inconsistente com a existência de uma comunidade judaica moderna, o mesmo não pode ser dito em relação às novas características que o meio rural tem experimentado no Brasil de hoje. Tabela 6. População judaica no Brasil nas datas dos censos, por situação de domicílio urbano/rural 1940 1950 1960 1980 1991 2000 2010 IBGE total 55.563 69.955 96.199 91.795 86.417 86.825 106.753 Urbana 86.038 89.969 85.821 86.316 104.768 Rural 10.161 1.826 596 509 1.985 Total ajustado 56.000 70.000 86.000 90.000 93.000 96.000 100.000 Fontes: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE 6. Distribuição espacial Quando se analisa a distribuição espacial dos judeus no Brasil em termos das grandes regiões geográficas nota-se que de 1940 a 1980 houve concentração na região Sudeste, com diminuição da participação das demais regiões. Juntas as regiões Sudeste e Sul reúnem cerca de 90% de todos os judeus brasileiros (veja tabela 9). Novamente, o crescimento das demais regiões por ocasião do censo 2010 é algo que deve ser visto com cautela. Tabela 7. Judeus por grandes regiões nas datas dos censos (em percentagem) Região 1940 1980 2010 Sudeste 78,2 82,2 74,5 Sul 14,0 12,0 12,1 Nordeste 3,9 2,8 6,8 Norte 2,8 1,5 4,1 Centro-Oeste 0,1 1,4 2,4 Total 100,0 100,0 100,0 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
  • 11. 10 Quando se investiga o crescimento por regiões em termos de números absolutos o crescimento excessivo das regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste se torna ainda mais evidente, como se vê na tabela 8. Estas regiões, de fato, teriam crescido algo em torno de 100%, enquanto a região Sudeste teria crescido apenas 13%. Tabela 8. Judeus por regiões, 2000-2010 Região 2000 2010 Diferença 2010/2000 Sudeste 70.385 79.526 13% Sul 10.010 12.954 29% Nordeste 3.057 7.293 139% Norte 2.060 4.423 115% Centro-Oeste 1.312 2.557 95% Total 86.825 106.753 23% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE A distribuição altamente concentrada nas regiões mais desenvolvidas do país, Sudeste e Sul, reflete na verdade uma alta concentração em termos urbanos. As maiores comunidades, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, que já chegaram a reunir 83% de todos os judeus brasileiros na data do censo de 1980, chegaram a 2010 com algo em torno de 68% (tabela 9). Embora tenha havido alguma desconcentração nas metrópoles, este padrão é típico da diáspora, onde grande parte dos judeus vive nas grandes cidades, onde estão concentrados o comércio, os serviços e sobretudo as principais instituições da comunidade. Tabela 9. População de religião judaica por municípios escolhidos Municípios 1940 1950 1980 1991 2000 2010 São Paulo (a) 17.219 22.808 41.308 38.843 37.500 43.611 Rio de Janeiro (b) 19.743 25.222 27.699 24.754 23.862 21.755 Porto Alegre (c) 4.331 5.557 7.051 7.118 6.627 6.658 Subtotal (a)+(b)+(c) 41.293 53.587 76.058 70.715 67.989 72.024 Brasil 55.563 69.955 91.795 86.416 86.825 106.753 (a)+(b)+(c) como % / Brasil 74,3% 76,6% 82,9% 81,8% 78,3% 67,5% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
  • 12. 11 Sendo o estado de São Paulo a unidade que concentra a maior proporção de judeus de toda Federação, é interessante avaliar como os judeus estão distribuídos através de sua vasta rede urbana. A capital do estado concentra uma grande fatia dos judeus paulistas, como se vê na tabela 10. Campinas, Santos e Santo André são as maiores comunidades do interior, embora ao longo do tempo tenha havido alguma variação em termos do tamanho destas comunidades. É interessante observar, no entanto, que o número de judeus em cidades agregadas na categoria outros cresceu significativamente, o que faz supor que judeus tenham participado do processo de desconcentração metropolitana que tem afetado o conjunto da população do estado de São Paulo. Tabela 10. População de religião judaica no Estado de São Paulo, por municípios escolhidos, nas datas dos censos Município 1940 1980 1991 2010 São Paulo 17.219 41.308 38.842 43.611 Campinas 182 454 578 628 Santos 765 594 483 471 Santo André 222 408 465 357 São Caetano do Sul 157 368 36 Cotia 26 248 330 São Jose dos Campos 56 89 200 4 São Bernardo do Campo 88 166 118 Suzano 53 105 10 Outros 1.935 1.392 1.416 5.408 Total UF SP 20.379 44.569 42.871 50.973 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Quando se examina a distribuição pelos estados brasileiros, afora a concentração em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, os estados do Paraná, Minas Gerais, Pernambuco e Bahia aparecem como aqueles que concentram as comunidades mais importantes. A fim de se verificar a consistência dos dados, pode ser interessante também comparar a razão de sexo (a relação entre o número de homens e de mulheres, que em uma população “normal” dever estar em torno de 1,0), um indicador que tem a propriedade de evidenciar problemas na coleta das informações. Em estados como Piauí e Alagoas a razão de sexo aparece elevada
  • 13. 12 (veja tabela 11), fazendo supor que os dados dos estados onde estão as menores comunidades carreguem coeficientes de indeterminação ainda maiores. Para a maior parte das Unidades da Federação, no entanto, a razão de sexo se situa em torno de 1,0 – indicando que pelo menos sob o ponto de vista da composição por sexo os dados não apresentam discrepâncias muito evidentes. Tabela 11. Judeus por UF e sexo, 2010 Sexo UF Masc Fem Total Razão de sexoSão Paulo 25.708 25.261 50.969 1,0 Rio de Janeiro 11.861 12.467 24.328 1,0 Rio Grande do Sul 3.758 4.047 7.805 0,9 Paraná 1.992 2.120 4.112 0,9 Minas Gerais 1.819 1.534 3.353 1,2 Pernambuco 1.122 1.286 2.408 0,9 Bahia 1.283 987 2.270 1,3 Pará 981 987 1.968 1,0 Amazonas 855 841 1.696 1,0 Distrito Federal 572 531 1.103 1,1 Santa Catarina 609 427 1.036 1,4 Espírito Santo 476 400 876 1,2 Goiás 442 359 801 1,2 Paraíba 304 322 626 0,9 Mato Grosso do Sul 204 212 416 1,0 Rio Grande do Norte 178 142 320 1,3 Alagoas 179 130 309 1,4 Mato Grosso 110 127 237 0,9 Piauí 150 80 230 1,9 Sergipe 81 102 183 0,8 Rondônia 72 94 166 0,8 Tocantins 89 74 163 1,2 Total 53.600 53.151 106.751 1,0 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE A concentração espacial em alguns estados reflete, na verdade, a alta concentração da população judaica em um pequeno número de municípios entre a enorme rede urbana brasileira. Mesmo que a princípio muitos judeus tenham se estabelecido em cidades do interior, o maior dinamismo econômico das capitais, assim como a presença de comunidades mais robustas, teria com o tempo atraído grande parte da comunidade em direção aos principais centros. A tabela 12 apresenta esta
  • 14. 13 distribuição, onde se destacam os municípios de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre como aqueles que concentram as maiores comunidades judaicas do país. Tabela 12. Judeus pelos municípios com maior número de judeus Sexo Total Razão de sexo sexo sexoMunicípio Masculino Feminino 1 São Paulo 21.593 22.018 43.611 1,0 2 Rio de Janeiro 10.436 11.319 21.755 0,9 3 Porto Alegre 3.097 3.561 6.658 0,9 4 Curitiba 1.536 1.648 3.184 0,9 5 Belém 594 752 1.346 0,8 6 Belo Horizonte 615 685 1.300 0,9 7 Recife 537 749 1.286 0,7 8 Manaus 572 611 1.183 0,9 9 Brasília 572 531 1.103 1,1 10 Salvador 558 452 1.010 1,2 11 Campinas 306 322 628 1,0 12 Niterói 305 306 611 1,0 13 Santos 233 238 471 1,0 14 Jaboatão dos Guararapes 277 185 462 1,5 15 Santo André 186 171 357 1,1 16 Florianópolis 207 143 350 1,4 17 Cotia 214 116 330 1,8 18 Teresópolis 107 206 313 0,5 19 Santana do Parnaíba 178 128 306 1,4 20 Vitória 141 127 268 1,1 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Na lista dos vinte municípios onde estão as maiores comunidades é possível notar alguns destinos tradicionais de veraneio, ou de sede de segundas residências (como Teresópolis, por exemplo), que podem ter se tornado destino de judeus aposentados. Por outro lado aparecem também novos polos de dinamismo comercial, como é o caso de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco. Quando se comparam os resultados dos censos 2010 e 2000 por municípios, chama a atenção, novamente, um crescimento muito expressivo das comunidades de Curitiba, Belém, Salvador, Manaus, Brasília e Campinas. Enquanto o crescimento de Curitiba parece refletir o dinamismo da comunidade da capital paranaense, nas demais cidades este crescimento deve ser cotejado com os resultados já mencionados anteriormente (tabela 13).
  • 15. 14 Tabela 13. Municípios com maior número de judeus, 2000-2010 Município 2000 2010 Diferença 1 São Paulo 37.500 43.611 16% 2 Rio 23.862 21.755 -9% 3 Porto Alegre 6.627 6.658 0% 4 Curitiba 1.774 3.184 79% 5 Belo Horizonte 1.714 1.300 -24% 6 Recife 1.173 1.286 10% 7 Belém 900 1.346 50% 8 Salvador 697 1.010 45% 9 Manaus 627 1.183 89% 10 Brasília 624 1.103 77% 11 Niterói 517 611 18% 12 Santos 413 471 14% 13 Campinas 364 628 73% 14 Santo André 311 357 15% 15 Petrópolis 295 136 -54% 16 S. Bernardo do Campo 251 118 -53% 17 Barueri 245 140 -43% 18 Vitória 202 268 33% 19 Goiânia 198 234 18% 20 Fortaleza 193 246 27% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
  • 16. 15 7. Características sócio-demográficas A tabela 14 apresenta a distribuição por faixa etária e sexo da população judaica na data do censo de 2010, e para efeito de comparação, da população brasileira na mesma data. Nota-se que os judeus mostram uma estrutura etária bem mais envelhecida, com grupos relativamente mais numerosos em todas as faixas acima dos 40 anos. Já a população brasileira é proporcionalmente maior nas faixas mais jovens. Tabela 14. População por grupos de idade e sexo, 2010 Grupo etário Judeus Brasil Masculino Feminino Masculino Feminino 0 a 4 5,4% 5,1% 7,5% 7,0% 5 a 9 5,6% 5,3% 8,2% 7,5% 10 a 14 6,3% 6,0% 9,3% 8,7% 15 a 19 5,7% 5,4% 9,2% 8,7% 20 a 24 6,9% 5,8% 9,2% 8,8% 25 a 29 5,9% 6,2% 9,1% 8,9% 30 a 34 6,9% 6,4% 8,3% 8,2% 35 a 39 6,4% 7,0% 7,2% 7,3% 40 a 44 7,6% 7,4% 6,8% 6,9% 45 a 49 7,2% 7,4% 6,1% 6,3% 50 a 54 8,6% 6,4% 5,2% 5,5% 55 a 59 5,6% 6,3% 4,2% 4,5% 60 a 64 6,0% 6,1% 3,2% 3,6% 65 a 69 4,0% 3,9% 2,4% 2,7% 70 a 74 4,0% 4,3% 1,8% 2,1% 75 a 79 3,0% 4,0% 1,2% 1,5% 80+ 5,0% 6,8% 1,2% 1,8% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE As diferenças entre a estrutura por sexo e idade das populações judaica e brasileira em geral pode ser observada nas pirâmides populacionais dos gráficos 3 e 4.
  • 17. 16 Gráfico 3. População judaica por grupos de idade e sexo Gráfico 4. População brasileira por grupos de idade e sexo -10,00% -5,00% 0,00% 5,00% 10,00% 0 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49 50 a 54 55 a 59 60 a 64 65 a 69 70 a 74 75 a 79 80+ -10,00% -5,00% 0,00% 5,00% 10,00% 0 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49 50 a 54 55 a 59 60 a 64 65 a 69 70 a 74 75 a 79 80+
  • 18. 17 Em termos de estrutura etária das três maiores comunidades do país, nota-se que as Rio de Janeiro e Porto Alegre apresentam perfil irregular, típico de populações pequenas, com contingentes cada vez mais escassos nas faixas etárias reprodutivas, o que torna a reprodução precária. Já a distribuição etária em São Paulo pouco difere da distribuição para os judeus do Brasil como um todo (veja gráfico 5). Gráfico 5. Pirâmides etárias das três maiores concentrações urbanas de judeus no Brasil, 2010 São Paulo Rio de Janeiro Porto Alegre Em termos raciais, é importante ressaltar que a identidade dos brasileiros tem sofrido mudanças importantes neste quesito: tem crescido muito a proporção de brasileiros que se identificam como sendo “pretos” ou “pardos”, e consequentemente, diminuído o número relativo dos que se dizem “brancos”. Esta mudança pode estar relacionada às políticas, formais ou não, de valorização de minorias. É sob esta luz que devem ser vistos os dados da tabela 15. A presença de judeus pretos, amarelos e pardos deve ser entendido, em parte, como resultado desses “deslizamentos” da identidade racial e religiosa. -2.000 -1.000 0 1.000 2.000 0 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49 50 a 54 55 a 59 60 a 64 65 a 69 70 a 74 75 a 79 80+ -2.000 -1.000 0 1.000 2.000 0 a 4 10 a 14 20 a 24 30 a 34 40 a 44 50 a 54 60 a 64 70 a 74 80+ -2.000 -1.000 0 1.000 2.000 0 a 4 10 a 14 20 a 24 30 a 34 40 a 44 50 a 54 60 a 64 70 a 74 80+
  • 19. 18 Tabela 15. Judeus e brasileiros por cor ou raça, 2010 Judeus Total Brasil TotalMasc Fem Masc Fem Branca 87,2% 89,4% 88,3% 46,5% 48,5% 47,5% Preta 2,0% 1,2% 1,6% 8,0% 7,1% 7,5% Amarela 0,4% 0,5% 0,5% 1,0% 1,2% 1,1% Parda 10,3% 8,8% 9,5% 44,1% 42,8% 43,4% Indígena 0,1% 0,1% 0,1% 0,4% 0,4% 0,4% Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0 % 100,0% 100,0% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE O crescimento de outras identidades raciais para judeus ao longo do último intervalo censitário pode ser observado na tabela 16, e comparado com as mudanças para a população brasileira como um todo. Tabela 16. Por cor ou raça, 2000-2010 Judeus Brasil 2000 2010 2000 2010 Branca 96,4% 88,3% 53,7% 47,5% Preta 0,4% 1,6% 6,2% 7,5% Amarela 0,1% 0,5% 0,5% 1,1% Parda 2,6% 9,5% 38,5% 43,4% Indígena 0,1% 0,1% 0,4% 0,4% Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Como se vê na tabela 17, cresceu bastante o número dos judeus que se identificaram como sendo não brancos. Ainda assim, estes grupos representam uma percentagem muito pequena. Em alguns casos, como o crescimento dos que se identificaram como de raça “amarela” pode ter origem em algum ruído causado pela proximidade das questões sobre religião e identidade indígena.
  • 20. 19 Tabela 17. Judeus, por cor ou raça, 2000-2010 2000 2010 Diferença Branca 83.702 94.269 13% Preta 320 1.691 428% Amarela 43 492 1.044% Parda 2.267 10.191 350% Indígena 39 111 185% Total 86.825 106.754 23% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Sabe-se que os principais fluxos migratórios que trouxeram judeus para o Brasil ocorreram, principalmente, no entre-guerras e depois da Segunda Guerra Mundial (4). Portanto, grande parte dos migrantes que chegaram neste período já havia falecido por ocasião do último censo. Por isso, o censo de 1980 pode ser bastante útil para avaliar as principais correntes, em termos de nacionalidades, que trouxeram judeus ao Brasil. Com este objetivo é possível cruzar as variáveis religião e país onde o entrevistado nasceu, para a população de religião judaica. Para aqueles que nasceram em outro país que não o Brasil a tabela 18 apresenta as principais origens. Como se vê, a Polônia era em 1980 o país mais mencionado, com mais de 27% das respostas, seguindo-se Romênia, Alemanha, Egito e Israel.
  • 21. 20 Tabela 18. Judeus nascidos fora do Brasil, por país de nascimento, na data do censo de 1980 País Números absolutos % 1 Polônia 7.684 27,3% 2 Romênia 3.281 11,7% 3 Alemanha 2.727 9,7% 4 Egito 2.222 7,9% 5 Israel 1.835 6,5% 6 União Soviética 1.786 6,3% 7 Argentina 1.459 5,2% 8 Líbano 937 3,3% 9 Hungria 893 3,2% 10 Itália 536 1,9% 11 Síria 491 1,7% 12 Áustria 445 1,6% 13 Turquia 442 1,6% 14 Uruguai 436 1,6% 15 França 430 1,5% 16 Estados Unidos 383 1,4% 17 Grécia 273 1,0% 18 Iugoslávia 263 0,9% 19 Tchecoslováquia 222 0,8% 20 Bélgica 180 0,6% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE É claro que estes grupos remanescentes de imigrantes pioneiros está em declínio, como se pode confirmar na tabela 19 onde se comparam os dados do censo 1991 com os dados do censo de 1980.
  • 22. 21 Tabela 19. Judeus pelos países de nascimento mais frequentes, nas datas dos censos de 1980 e 1991 País 1980 1991 Diferença 1980-91 1 Polônia 7.684 4.219 45,1% 2 Romênia 3.281 2.030 38,1% 3 Alemanha 2.727 1.691 38,0% 4 Egito 2.222 1.504 32,3% 5 Israel 1.835 1.443 21,4% 6 URSS 1.786 1.076 39,8% 7 Argentina 1.459 1.340 8,2% 8 Líbano 937 826 11,8% 9 Hungria 893 487 45,5% 10 Itália 536 337 37,1% Total 28.892 19.286 35,6% Dez principais como % 80,9% 77,5% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE O declínio do número de indivíduos que nasceram em países como Polônia, Romênia e Alemanha é ainda mais expressivo se completarmos a série histórica, incluindo os censos 2000 e 2010, como se vê na tabela 20. Tabela 20. Judeus no Brasil, por país de nascimento, 1980-2010 País 1980 1991 2000 2010 1 Polônia 7.684 4.219 2.266 1.198 2 Romênia 3.281 2.030 1.232 807 3 Alemanha 2.727 1.691 1.046 497 4 Egito 2.222 1.504 1.220 1.195 5 Israel 1.835 1.443 1.270 1.110 6 URSS (*) 1.786 1.076 488 191 7 Argentina 1.459 1.340 1.234 925 8 Líbano 937 826 655 304 9 Hungria 893 487 341 204 10 Itália 536 337 169 238 Total 28.892 19.286 9.921 6.669 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (*) Depois de 2000, Rússia e Lituânia. Em termos de distribuição espacial dentro do município de São Paulo, a tabela 31 mostra os resultados do censo do ano 2000. (O IBGE ainda não divulgou os
  • 23. 22 resultados do censo 2010 neste nível de desagregação). Como se vê, a distribuição espacial no interior da capital paulista repete um padrão comum aos judeus da diáspora: uma grande concentração em torno do centro comercial, com 86% do total residindo em apenas dez distritos: Santa Cecília, Jardim Paulista, Consolação, Pinheiros, Perdizes, Bom Retiro, Itaim, Moema, Vila Mariana e Alto de Pinheiros. Ressalte-se ainda que apenas três desses bairros, Santa Cecília, Jardim Paulista e Consolação, concentram nada menos do que 48% de toda população judaica do Município de São Paulo. Tabela 21. Município de São Paulo: judeus por distritos, censo 2000 Bairro Números absolutos % % acum Santa Cecília 5.849 17% 17% Jardim Paulista 5.591 16% 33% Consolação 5.172 15% 48% Pinheiros 3.051 9% 57% Perdizes 2.684 8% 64% Bom Retiro 2.144 6% 70% Itaim Bibi 2.095 6% 76% Moema 1.543 4% 81% Vila Mariana 1.016 3% 84% Alto de Pinheiros 847 2% 86% Morumbi 804 2% 89% Campo Belo 757 2% 91% Bela Vista 686 2% 93% Saúde 527 2% 94% Santo Amaro 380 1% 95% Santana 304 1% 96% Butantã 253 1% 97% Lapa 233 1% 98% República 203 1% 98% Casa Verde 175 1% 99% Liberdade 138 0% 99% Tucuruvi 112 0% 99% Campo Grande 103 0% 100% Tremembé 103 0% 100% Total 34.770 100% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
  • 24. 23 8. Educação É no quesito educação que esperamos encontrar as maiores diferenças entre a população judaica e o conjunto da população brasileira. Afinal, a importância da educação formal é uma das características da cultura judaica, e muitos dos judeus que chegaram ao Brasil vindos do leste europeu ainda trazem na lembrança as cotas e outros mecanismos destinados a restringir o acesso dos judeus à educação superior. O censo brasileiro utiliza um conjunto de perguntas para avaliar o nível educacional da população. Uma das perguntas é dirigida a todos aqueles que frequentam algum tipo de curso por ocasião da entrevista censitária. O resultado desta questão aparecer na tabela 22. Quando se compara somente aqueles que estavam frequentando algum curso por ocasião da entrevista censitária, judeus mostram uma distribuição bastante concentrada nos padrões mais altos: enquanto a proporção dos que frequentavam ensino superior era de pouco mais de 10% na população em geral, entre judeus a proporção era bem maior, de quase 27%. Inversamente, enquanto 15% dos que frequentam escola na população em geral estavam no Ensino Médio, entre judeus a percentagem era de pouco mais de 11%. Tabela 22. Curso que frequenta Judeus Brasil Creche 5,0% 3,7% Pré-escola 7,8% 8,6% Alfabetização 3,3% 4,8% Alfab. de jovens 0,2% 1,5% Fundamental 34,2% 48,6% Supletivo do fund 1,7% 3,0% Médio 11,4% 14,9% Supletivo do médio 1,3% 2,9% Superior 26,9% 10,4% Especialização 3,9% 1,1% Mestrado 2,6% 0,3% Doutorado 1,6% 0,1% Total 100,0% 100,0% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
  • 25. 24 Uma outra pergunta é dirigida a todos, e indaga o grau mais alto atingido na educação. Os diferenciais, neste caso, são igualmente pronunciados: como mostra a tabela 23, enquanto 58% dos brasileiros tem até sete anos de estudo (equivalente a fundamental incompleto), esta proporção entre judeus é de apenas 24%. De fato, a categoria em que os judeus aparecem mais concentrados é a dos 15 anos de estudo ou mais (pelo menos o curso universitário completo): 48% dos homens e 44% das mulheres se encontram nesta situação, enquanto para brasileiros como um todo as percentagens não chegam a 10%. Tabela 23. Anos de estudo Judeus Brasil Masc Fem Total Masc Fem Total Até 7 (fundamental) 24,3% 23,2% 23,7% 59,9% 55,6% 57,7% 8 a 10 anos (médio) 7,0% 8,6% 7,8% 14,7% 14,8% 14,8% 11 a 14 anos (univ incompl) 20,4% 24,0% 22,2% 18,8% 21,0% 19,9% 15 anos ou mais (completo) 47,8% 43,9% 45,8% 6,0% 8,0% 7,1% Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Muito já se discutiu sobre a concentração dos judeus em algumas profissões tradicionais. Não é surpresa portanto que quando indagados a respeito do tipo de curso concluído, judeus se destaquem na medicina, engenharia, administração e direito (tabela 24). A percentagem de judeus nestas carreiras específicas chega a mais de 8%, no caso de engenharia, enquanto para a população em geral este índice não chega nem a 0,01%. Tabela 24. Tipo de curso mais elevado concluído, por tipos selecionados (em % do conjunto da população) Judeus Brasil Medicina 6,86% 0,35% Engenharia 8,11% 0,00% Administração 4,51% 0,01% Direito 3,88% 0,02% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
  • 26. 25 9. Trabalho e renda No que diz respeito a trabalho e renda, também são pronunciadas as especificidades dos judeus. Sabe-se que os judeus costumam ocupar estratos sociais típicos de uma classe média urbana que dá grande importância à educação e à mobilidade social (5). É o que se vê no caso do Brasil, como se vê na tabela 25, onde judeus estão proporcionalmente mais concentrados nas categorias de empregador e trabalhador por conta própria, enquanto a população como um todo está proporcionalmente mais concentrada nas categorias de empregado (com e sem carteira de trabalho). Tabela 25. Posição na ocupação Judeus Brasil Masc Fem Masc Fem Empregado 35,6% 39,6% 48,0% 46,1% Militar 0,4% 0,1% 1,0% 0,1% Funcionário público 5,8% 6,1% 3,3% 7,3% Empreg. s/ carteira 8,8% 12,0% 18,6% 24,3% Conta própria 36,1% 33,2% 25,6% 18,0% Empregador 12,5% 6,8% 2,4% 1,6% Não remunerado 0,9% 2,2% 1,2% 2,6% Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE A literatura sociológica costuma destacar também o fato de que judeus costumam ocupar de forma pronunciada alguns nichos ocupacionais. Isto transparece muito bem nos dados do IBGE em termos dos chamados grandes grupos de ocupação do trabalho. Neste sentido, como se vê na tabela 26, os dados evidenciam que judeus estão proporcionalmente mais concentrados em algumas categorias bem específicas: principalmente entre autoridades, dirigentes e gerentes, e profissionais das ciências e das artes.
  • 27. 26 Tabela 26. Grandes grupos de ocupação do trabalho principal Judeus Brasil Categoria Masc Fem Masc Fem Branco 41,3% 60,2% 51,1% 71,3% Autoridades públicas, dirigentes e gerentes 16,7% 8,0% 2,3% 1,0% Profissionais das ciências e artes 22,1% 17,3% 2,2% 2,3% Técnicos de nível médio 7,2% 5,4% 3,1% 3,0% Trabalhadores de serviços administrativos 2,5% 3,3% 2,6% 3,7% Trabalhadores dos serviços e vendedores 4,9% 4,1% 9,9% 12,9% Trabalhadores agropecuários, florestais, de caça e pesca 0,5% 0,1% 10,8% 2,9% Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais 2,1% 0,5% 14,7% 2,6% Trabalhadores de reparação e manutenção 0,3% 0,0% 1,8% 0,0% Membros das forças armadas, policiais e militares 0,2% - 0,6% 0,0% Ocupações mal especificadas 2,2% 1,1% 0,8% 0,3% Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Em termos de renda, as diferenças entre um grupo típico de classe média urbana, e que aproveitou com apetite as oportunidades abertas pela educação num país cuja transição rural/urbana ainda não se completou, só poderiam ser pronunciadas, como mostra a tabela 27: enquanto 75% da população brasileira em geral recebe até três salários mínimos por mês, entre judeus, ao contrário, predominam as categorias mais altas: quase 70% tem renda superior a três salários mínimos. Tabela 27. Pessoas com mais de 10 anos de idade ocupadas por classe de rendimento do trabalho (em salários mínimos) Renda Judeus Brasil Até 1 6,7% 31,2% Mais de 1 a 2 13,4% 34,0% Mais de 2 a 3 7,7% 10,9% Mais de 3 a 5 12,9% 8,3% Mais de 5 a 10 25,6% 6,0% Mais de 10 a 20 18,7% 2,0% Mais de 20 12,7% 0,8% Total 100,0% 100,0% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE A diferença pronunciada nestes padrões de distribuição de renda pode ser observada no gráfico 6.
  • 28. 27 Gráfico 6. Pessoas com mais de 10 anos de idade ocupadas por classe de rendimento do trabalho, Brasil e judeus (em salários mínimos) 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% Até 1 Mais de 1 a 2 Mais de 2 a 3 Mais de 3 a 5 Mais de 5 a 10 Mais de 10 a 20 Mais de 20 Brasil Judeus
  • 29. 28 10. População nuclear e população estendida Os dados examinados até agora referem-se ao conceito de população nuclear. Com base nos resultados dos últimos censos, no entanto, é possível estimar a população judaica estendida, além do número de judeus e de pessoas por domicílio (tabela 28). A população judaica estendida, neste caso, é calculada como sendo o subgrupo populacional de todas as pessoas que moram em domicílios onde haja pelo menos uma pessoa de religião judaica. Por este critério a população estendida é algo cerca de 40% maior do que a população nuclear. Assim, por este critério mais abrangente a população judaica brasileira teria um volume de cerca de 150 mil pessoas. Já o número de judeus por domicílio declinou de 3,2 em 1980 para 2,7 em 2010, evidenciando queda na fecundidade. Já bem mais baixa que a fecundidade geral, mesmo entre judeus a fecundidade não deixou de registrar declínio nas últimas décadas. Tabela 28. População judaica estendida e nuclear, 1980-2010 1980 1991 2000 2010 Domicílios com Judeus 28.790 30.610 31.497 39.178 Judeus (nuclear) (a) 91.795 86.417 86.825 106.753 Judeus (pop. estendida) (b) 132.191 117.296 119.430 148.134 Pop estendida/nuclear (b)/(a) 69% 74% 73% 72% Judeus p/ domicílio 3,2 2,8 2,8 2,7 Pessoas p/ domicílio 4,6 3,8 3,8 3,8 Fonte: IBGE, censos 1980-2010 O conceito de população judaica estendida poder ser compreendido como o universo demográfico mais amplo onde está inserida a população judaica nuclear. Assim, faz sentido comparar a estrutura por sexo e idade dos dois conceitos, como se faz na tabela 29.
  • 30. 29 Tabela 29. Brasil: população judaica, nuclear e estendida, 2010 Nuclear (1) Estendida (2) Relação (2)/(1) Masc Fem Masc Fem Masc Fem 0 a 4 2.913 2.725 4.178 3.751 43% 38% 5 a 9 2.978 2.809 4.039 3.988 36% 42% 10 a 14 3.402 3.194 4.713 4.450 39% 39% 15 a 19 3.071 2.880 4.361 4.176 42% 45% 20 a 24 3.688 3.080 5.341 4.872 45% 58% 25 a 29 3.150 3.269 4.835 5.290 53% 62% 30 a 34 3.672 3.401 5.056 6.049 38% 78% 35 a 39 3.423 3.733 4.553 5.791 33% 55% 40 a 44 4.058 3.955 5.190 6.011 28% 52% 45 a 49 3.884 3.949 4.897 6.550 26% 66% 50 a 54 4.606 3.396 5.792 5.475 26% 61% 55 a 59 2.991 3.360 3.754 4.918 26% 46% 60 a 64 3.192 3.268 3.806 4.324 19% 32% 65 a 69 2.148 2.091 2.459 2.776 14% 33% 70 a 74 2.132 2.294 2.398 2.876 12% 25% 75 a 79 1.634 2.152 1.814 2.438 11% 13% 80+ 2.660 3.596 2.921 4.291 10% 19% Total 53.602 53.152 70.107 78.026 31% 47% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE O resultado desta comparação é ilustrado no gráfico 7 onde é possível observar as áreas relativas aos conceitos de população nuclear e estendida, para homens e mulheres, para cada um dos grupos etários. Gráfico 7. Brasil: população judaica, nuclear e estendida, 2010 -8000 -6000 -4000 -2000 0 2000 4000 6000 8000 0 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49 50 a 54 55 a 59 60 a 64 65 a 69 70 a 74 75 a 79 80+
  • 31. 30 Quando a comparação entre os dois conceitos é feita ao nível de município, e por sexo, é possível observar que a relação entre população estendida e nuclear é maior entre mulheres, por uma margem de 30% em São Paulo, 50% no Rio de Janeiro, e de 35% em Porto Alegre. Em outras palavras, na população estendida há mais não-judeus entre mulheres do que entre homens; em termos de Brasil, por um fator que chega a 47% para mulheres e 31% para homens (tabela 30). Tabela 30. Brasil: população judaica, nuclear e estendida, por municípios selecionados, 2010 Nuclear (2) Estendida (1) Relação (1)/(2) Masc Fem Masc Fem Masc Fem São Paulo 21.591 22.017 25.182 28.702 17% 30% Rio de Janeiro 10.437 11.318 13.952 16.946 34% 50% Porto Alegre 3.097 3.563 3.740 4.820 21% 35% Brasil 53.602 53.152 70.107 78.026 31% 47% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Estes resultados são ilustrados através das pirâmides populacionais no gráfico 8. Gráfico 8. Pirâmides etárias das três maiores concentrações urbanas de judeus no Brasil, população nuclear e estendida, 2010 São Paulo Rio de Janeiro Porto Alegre -2.000 -1.000 0 1.000 2.000 0 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49 50 a 54 55 a 59 60 a 64 65 a 69 70 a 74 75 a 79 80+ -2.000 -1.000 0 1.000 2.000 0 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49 50 a 54 55 a 59 60 a 64 65 a 69 70 a 74 75 a 79 80+ -2.000 -1.000 0 1.000 2.000 0 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49 50 a 54 55 a 59 60 a 64 65 a 69 70 a 74 75 a 79 80+
  • 32. 31 Uma característica importante da população estendida é sua composição em termos de relação com o responsável pelo domicílio. Como se vê na tabela 31, quando se analisa separadamente os filhos, cerca de 25% são não-judeus. Já nas demais relações de parentesco a proporção de não-judeus varia de 29% (para cônjuges) até 49% (sogro ou sogra). Tabela 31. Judeus e não-judeus convivendo em domicílios, por relação com responsável pelo domicílio, 2010 Relação de parentesco ou convivência com o responsável pelo domicílio Religião Em % Não- judeus Judeus Total Não- judeus Judeus Pessoa responsável pelo domicílio 9.042 42.777 51.819 17% 83% Cônjuge ou comp. de sexo diferente 9.473 22.655 32.128 29% 71% Cônjuge ou comp. do mesmo sexo 153 75 228 67% 33% Filho do responsável e do cônjuge 9.037 24.733 33.770 27% 73% Filho somente do responsável 2.770 8.909 11.679 24% 76% Enteado 654 539 1.193 55% 45% Genro ou nora 475 420 895 53% 47% Pai, mãe, padrasto ou madrasta 673 1.738 2.411 28% 72% Sogro 270 283 553 49% 51% Neto 1.004 1.336 2.340 43% 57% Bisneto 5 28 33 15% 85% Irmão ou irmã 709 960 1.669 42% 58% Avô ou avó 69 60 129 53% 47% Outro parente 1.574 645 2.219 71% 29% Agregado 500 175 675 74% 26% Convivente 1.079 678 1.757 61% 39% Pensionista 35 46 81 43% 57% Empregado doméstico 3.690 118 3.808 97% 3% Parente do empregado doméstico 168 0 168 100% 0% Individuo em domicílio coletivo 0 580 580 0% 100% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
  • 33. 32 Quando se analisa a distribuição regional dos dois conceitos populacionais nota-se que enquanto o componente não-judeu do grupo estendido varia em torno de 25% no Sudeste e Sul, nas demais regiões esta proporção é maior, sendo de 35% na Centro-Oeste, 38% no Norte, e 41% no Nordeste. O que evidencia que há mais interação entre judeus e não-judeus nestas regiões. Tabela 32. Judeus e não-judeus convivendo em domicílios, por região geográfica e religião, 2010 Região Não- judeus Judeus Total Não- judeus/ Total Norte 2.657 4.423 7.080 38% Nordeste 5.164 7.293 12.457 41% Sudeste 27.944 79.526 107.470 26% Sul 4.270 12.954 17.224 25% Centro-Oeste 1.347 2.557 3.904 35% Total 41.382 106.753 148.135 28% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE 11. Referências (1) Henrique Rattner, Tradição e mudança: a comunidade judaica em São Paulo. Ática, 1977. (2) Simon Kuznets, Economic Structure and Life of the Jews. Em The Jews: Their History, Culture, and Religion, Luis Finkelstein (org), Vol III. Harper & Brothers, 1949, p. 1597-1665. (3) Uriah Zevi Engelman, Sources of Jewis Statistics. Em The Jews: Their History, Culture, and Religion, Luis Finkelstein (org), Vol I. Harper & Brothers, 1949, p. 1172-1197. (4) Jacob Lestschinsky, Jewish Migrations, 1840-1946. Em The Jews: Their History, Culture, and Religion, Luis Finkelstein (org), Vol I. Harper & Brothers, 1949, p. 1198-1238. (5) Nathan Reich, The Economic Stucture of Modern Life. Em The Jews: Their History, Culture, and Religion, Luis Finkelstein (org), Vol I. Harper & Brothers, 1949, p. 1239-1266.