O documento discute como viver a Eucaristia a partir da perspectiva dos discípulos de Emaús. Apresenta cinco aspectos principais: 1) a perda, sentimento comum a todos; 2) a presença de Jesus; 3) o convite de Jesus; 4) a comunhão com Jesus; 5) a missão de testemunhar o encontro com Jesus.
2. No entanto, podemos interrogar-nos se todos estes momentos, inclusive a Eucaristia, são capazes de moldar a nossa vida quotidiana. Será que sabemos participar na Eucaristia? Não caímos, porventura, na rotina? Finalmente, será que a Eucaristia – tal como deveria ser - nos transmite vida, uma vida capaz de ultrapassar a morte? Eu vim para que tenham Vida, Vida em abundância
3. Participamos todos os dias, ou semanalmente, na Eucaristia e comungamos. Pedimos perdão, rezamos o credo e outras orações, pedindo a Deus que o nosso dia possa dar bons frutos. Talvez, todos os dias costumamos ler alguma reflexão que alimenta a nossa vida espiritual. Introdução
4. 50 - EM NOME DO PAI Em nome do Pai, em Nome do Filho, Em Nome do Espírito Santo, estamos aqui. (2x) Para louvar e agradecer, Bendizer e adorar, Estamos, aqui, senhor, Ao Teu dispor! Para louvar e agradecer, Bendizer e adorar, E aclamar Deus Trino de Amor!
5. Em cada Eucaristia, finalmente, somos enviados ao mundo, em missão, para renovarmos a face da terra. Por isso, a Eucaristia, resume a vida que somos chamados a viver em Nome de Deus. Em cada Eucaristia, de coração contrito, rezamos o Kyrie Eleison. Escutamos a Palavra de Deus e a homilia, professamos a nossa fé, oferecemos a Deus a nossa vida e recebemos, de Deus, o Corpo e o Sangue de Jesus.
6. Os dois discípulos de Emaús: do ressentimento à gratidão Nos deixaremos ajudar pelos dos dois discípulos de Emaús. Uma história que fala de perda, presença, convite, comunhão e missão , os cinco aspectos principais da celebração eucarística. Os dois discípulos fizeram uma caminhada espiritual que vai do ressentimento à gratidão, ou seja, de um coração endurecido a um coração agradecido.
7. Leitura do Evangelho 13 Nesse mesmo dia, dois dos discípulos iam a caminho de uma aldeia chamada Emaús, que ficava a cerca de duas léguas de Jerusalém; 14 e conversavam entre si sobre tudo o que acontecera. (Lc 24-13-14) PERDA É este o primeiro ponto. Resume os sentimentos com que participamos na Eucaristia.
8. Tinham encontrado Alguém que mudara as suas vidas, Alguém que interrompera de forma radical as suas rotinas diárias e imprimira uma nova vitalidade a sua existência. Com Ele, descobriram o perdão, o amor, uma vida mais forte do que a morte … Por isso, deixaram a sua aldeia e seguiram-no. O encontro com Jesus de Nazaré tornara tudo novo
9. Caminham lado a lado. Pela sua postura, vê-se que não estão felizes. Caminham lentamente, de ombros encurvados, olhando no chão. Embora sigam o mesmo caminho, parecem não ter destino. Regressam à casa, simplesmente porque não têm outro lugar para onde ir. Um regresso cheio de vazio, desilusão e desespero. Dois homens desiludidos
10. Quando nascemos, perdemos a segurança do ventre materno; quando fomos para a escola, perdemos a segurança da vida familiar; quando arranjámos o trabalho, perdemos a liberdade da juventude; quando casámos ou fomos ordenados, perdemos a alegria de optar; por fim, quando envelhecemos, perdemos a nossa boa aparência, a saúde, os amigos, a nossa independência física e, quando morremos, perdemos absolutamente tudo! A palavra «perda» exprime bem a dor. Mas … quem perder a sua vida neste mundo … guarda-a para a Vida eterna
11.
12. É verdade, algumas dessas perdas trágicas estão longe de nós: pertencem ao mundo dos jornais, da televisão … pertencem aos outros, mas poderiam ser as nossas, enfim, somos pessoas como as outras, pois cada um tem as suas perdas. Pessoas como outras
13. A perda dos sonhos Perdi a capacidade de sonhar. Pensava em ser uma pessoa querida e profundamente amada, queria ser generoso, fazer o bem, ajudar os outros … mas, falhei, sinto-me perdido, desnorteado. Sim, perdi a capacidade de sonhar, nem sei como! Há perdas que tocam a minha, a tua, a nossa vida pessoal:
14. Perda de fé Arrefeci, perdi a capacidade de perseverar, de aproximar-me de Deus. Os sofrimentos da vida me fizeram perder a confiança em Deus. A oração e os sacramentos, o conhecimento do amor de Deus, perderam a força que tinham antigamente.
15. Perda de espírito Tornei-me um pessoas preocupada e ansiosa, agarrada às poucas coisas que tenho, vivo o dia-a-dia sem mudar nada … esta falta de espírito é que, muitas vezes, mais me custa reconhecer e confessar.
16. … eu perdi, nós perdemos. Enquanto caminhamos, podemos descobrir que muitas – se não a maior parte – dessas perdas, também, fazem parte da nossa vida. Todos perdemos
17. Perda de entusiasmo Jesus era uma presença viva na minha vida, era o amigo mais íntimo, o meu conselheiro e guia. E agora? Já não penso muito n’Ele, já não tenho vontade de rezar, meditar, falar com Ele. Custa-me reconhecer que perdi o antigo entusiasmo, o fervor pela vida espiritual …
18. Que fazer das nossas perdas? Estamos a ocultá-las? Tentamos ignorá-las, afastá-las como se não fosses companheiras de viagem? A nada serve convencer-nos de que são pequenas comparadas com os nossos ganhos! A nada serve dar a culpa aos outros, à sociedade… Não podemos fugir
19. Chorar as nossas perdas Sim, podemos chorar pelas nossas perdas. Chorando, as perdas são algo de verdadeiramente nosso. Chorar, derramar lágrimas, manifestar o nosso profundo desgosto significa permitir que as nossas perdas desfaçam os nossos sentimentos de segurança e nos conduzam à dolorosa verdade da nossa fragilidade. Entramos, assim, no abismo da nossa própria vida, em que nada é firme, claro ou óbvio, em que tudo se encontra em constante mudança e transformação. O que fazer?
20. No meio da nossa dor ressoa uma voz, estranha e chocante, que sempre nos surpreende. É a voz d’Aquele que proclama «Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.» Esta voz diz-nos que as nossas «perdas» escondem uma «bênção». Bem-aventurados os que choram
21. A fragilidade abre o caminho de esperança A dolorosa consciência da nossa fragilidade, das nossas perdas, abre o caminho da esperança. O coração despedaçado e contrito torna-nos capazes de ouvir os gemidos e as lamentações da humanidade sofredora.
22. Ele não disse: «bem-aventurados os que consolam» Ele disse «bem-aventurados os que choram»! As nossas lágrimas são abençoadas! Trazem o dom escondido de uma bem-aventurança. Começam assim a dar-se os primeiros passos de dança … Em certo sentido, os gritos que se elevam das nossas perdas anunciam os nossos cânticos de gratidão e de louvor.
23. 52. DEIXA A LUZ DO CÉU ENTRAR 1. Tu anseias eu bem sei a salvação, Tens desejo de banir a escuridão, Abre, pois de par em par o coração E deixa a luz do Céu entrar. Deixa a luz do Céu entrar (2x) Abro bem as portas do teu coração E deixa a luz do Céu entrar. 2. Cristo, a Luz do Céu, em ti quer habitar, Para as trevas do pecado dissipar, Teu caminha e coração iluminar E deixa a luz do Céu entrar.