O documento descreve o sucesso do Primeiro Dia Internacional do Fascínio das Plantas em Portugal, com mais de 60 instituições realizando atividades em mais de 20 cidades para educar o público sobre a importância das plantas. As atividades incluíram seminários, visitas a jardins e estufas, e experimentos práticos com plantas. Milhares de pessoas participaram neste evento que celebrou o fascínio das plantas.
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Publication in the journal APH nº109
1. Ainda… em Notícia
Dia Internacional
do Fascínio das Plantas
O Dia do Fascínio das Plantas foi uma para melhor esclarecimento sobre o papel de todos estes in-
iniciativa da EPSO (European Society of Plant tervenientes. O Dia do Fascínio das Plantas representou um
grande passo nesse sentido, tendo sido abertas as portas de
Biologists), que despertou desde o início o interes-
muitas instituições às comunidades que as rodeiam.
se da APH em se associar a uma grande iniciati- Através da APH, mobilizaram-se por todo o país equipas
va internacional, partilhando com a sociedade o integradas que organizaram atividades diversificadas para
fascinante mundo das plantas! pessoas de diferentes faixas etárias.
Solicitámos ao coordenador nacional do evento, Nelson
Temas sobre os quais diariamente ouvimos falar e que Saibo (ITQB-IBET, Oeiras e SPFV), assim como aos respon-
tanto nos preocupam, tais como por exemplo, a produção ali- sáveis/dinamizadores das iniciativas da APH pelo país fora
mentar e a escassez de recursos naturais (ex. água, solo), as (Bragança, Braga, Coimbra, Paiã e Faro) que relatassem o
alterações climáticas e a sustentabilidade do setor agrícola e que se passou nesse dia. Os depoimentos comprovam que
a biodiversidade são tópicos que têm vindo a ser estudados valeu a pena este dia e justificam uma repetição em 2013.
por cientistas. Importa divulgar junto das populações a forma A APH congratula-se por ter conseguido mobilizar tanta
como a comunidade científica e técnica está a trabalhar para gente por todo o país e agradece aos participantes a sua
a resolução de todos estes problemas. disponibilidade!
É cada vez mais importante haver uma ligação entre a
Maria Elvira Ferreira
ciência, a indústria, as associações e a sociedade em geral
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2. Primeiro Dia Internacional do Fascínio das Plantas
- um grande sucesso em Portugal
O progresso e modernização das fileiras agrícola e flores-
tal dependem do progresso ao nível do conhecimento e das
tecnologias relacionadas com as plantas. Saber como es-
tas funcionam, como interagem com o meio ambiente que
as rodeia, como crescem ou produzem da melhor forma e
qualidade, como resistem a condições climáticas adversas
ou como respondem à rega e fertilização, são aspetos fun-
damentais para otimizar a sua produção. Isto é ainda mais
relevante, se considerarmos que enfrentamos um grande
desafio. Ao mesmo tempo que necessitamos de aumentar
produção agrícola, as condições ambientais são cada vez
mais adversas e os meios de cultivo mais caros. Além disso,
crescem as restrições de carácter ambiental e a obrigatorie-
dade de se produzir com maior sustentabilidade (ex. ao nível
da pegada hídrica e de carbono). Figura 1 - Locais e número de instituições em que decorreram atividades
no Dia do Fascínio das Plantas, em Portugal.
Tudo isto representa um desafio para produtores, indus-
triais, investigadores, etc., ligados ao setor, obrigando ao de-
(www.plantday12.eu/portugal.htm). Entre estas instituições
senvolvimento de inovação na produção agrícola e florestal.
contaram-se universidades, institutos politécnicos, esco-
É assim essencial estudar e compreender cada vez melhor
las do ensino pré-primário, básico e secundário, centros
“o mundo fascinante das plantas”, desde os seus genes até
de investigação, associações, jardins botânicos, centros
ao organismo integrado no meio ambiente, passando pelo
de arte, direções regionais de agricultura e pescas, esta-
obtenção e melhoramento de novas variedades, otimização
ções de melhoramento e empresas. O número de institui-
de técnicas de cultivo, e também pelo desenvolvimento de
ções Portuguesas que organizarem atividades no âmbito
estratégias de proteção do ambiente e do uso mais susten-
do Dia do Fascínio das Plantas foi superior a 60, tendo,
tável de recursos escassos como a água. A sobrevivência,
no seu conjunto, realizado cerca de 64 atividades diferen-
estabilidade e prosperidade das gerações presentes e vin-
tes. Entre as atividades realizadas tivemos muitos semi-
douras dependem do sucesso da inovação relacionada com
nários e “workshops” (ex. estudo das plantas, plantas aro-
o mundo das plantas.
máticas, evolução das plantas), atividades em laboratório
Tendo em consideração que cada vez mais é necessário
(ex. extração de DNA e/ou pigmentos, cromatografia de pig-
alertar e consciencializar a sociedade em geral (crianças, jo-
mentos, observação de tecidos vegetais), atividades ao ar
vens e menos jovens) para a importância das plantas, a sua
livre (ex. visitas guiadas quer a estufas quer ao campo, ex-
utilidade (alimentação, medicamentos, vestuário, ambiente,
posição de plantas, extração de aromas), concursos à volta
lazer, etc.), bem como para a necessidade e a relevância
das plantas (ex. pintura, desenho, fotografia, escrita) e plan-
da sua investigação, a EPSO (“European Society of Plant
tas com arte (ex. projeto da biosfera, ultrastruturas vegetais
Biologists”), sentiu que seria essencial existir o Dia do Fas-
impressas em cortinados ou pratos, teatro com plantas). Os
cínio das Plantas. Todos os que trabalham com as plantas
números atingidos em Portugal foram ainda mais surpre-
sabem como estas são fascinantes em todos os aspetos e
endentes se pensarmos que fomos o primeiro país a nível
foi isso que a EPSO quis lembrar a todos no dia 18 de maio
mundial com o maior número de atividades realizadas e o
de 2012. O principal objetivo desta iniciativa foi celebrar o
segundo país no mundo com mais instituições participantes,
fascínio das plantas e da sua diversidade e chamar a aten-
ultrapassado apenas pelo Reino Unido. Centenas de milha-
ção da população em geral que a investigação em plantas é
res de pessoas ouviram falar desta comemoração que foi
essencial para a paisagem social, ambiental e económica do
também amplamente divulgada pelos órgãos de comunica-
planeta, agora e no futuro. Procurou-se também que o dia
ção social, como televisões, rádios e jornais.
18 de maio fosse um dia de festa para todos os que lidam
O Dia do Fascínio das Plantas deu a oportunidade ao
com as plantas no seu dia-a-dia, envolvendo o maior número
nível Mundial de juntarmos diversas instituições de ensino
possível de pessoas nesta celebração. Um pouco por todo o
e investigação como o ITQB-IBET (Oeiras), associações do
mundo e também em Portugal foram preparadas para este
setor como a Associação Portuguesa de Horticultura (APH)
dia muitas atividades em que todos, dos netos aos avós, pu-
ou a Sociedade Portuguesa de Fisiologia Vegetal (SPFV),
deram participar e ficar também fascinados com a vida das
agências para a cultura científica e tecnológica como o Ciên-
plantas e tudo aquilo que as plantas têm para nos oferecer.
cia Viva e várias empresas em volta de um desígnio comum:
Esta foi ainda uma oportunidade dos investigadores desta
alertar para a importância das plantas, para a necessidade e
área partilharem os resultados mais recentes do seu trabalho
utilidade de as conhecermos melhor através da atividade de
e tudo aquilo que esperam vir a conseguir.
cientistas e técnicos, garantido um futuro mais sustentável
O Dia do Fascínio das Plantas teve um grande su-
para as gerações presentes e vindouras.
cesso e foi comemorado um pouco por todo o mundo. Os
Esperamos que este dia, o qual será novamente comemo-
números oficiais indicam que 39 países estiveram envol-
rado a 18 de maio de 2013, tenha cada vez mais sucesso,
vidos com 588 instituições participantes que realizaram
com um número ainda maior de instituições participantes,
577 eventos. Em Portugal, a participação foi fantástica e
realizando mais atividades e com um número de pessoas
mais do que 20 cidades, um pouco por todo país (fig. 1),
envolvidas mais alargado.
tiveram instituições envolvidas, cada uma realizando vá-
rias atividades relacionadas com o mundo das plantas Nelson J.M. Saibo, J. Miguel Costa e Joana Lobo Antunes
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3. Bragança e Braga
Em Bragança, numa organização
conjunta do Instituto Politécnico de Bra-
gança e da Associação Portuguesa de
Horticultura decorreram ao longo do dia
diferentes atividades, entre as quais se
destaca, pela maior visibilidade e impac-
to, a distribuição de 20000 plantas a es-
tudantes de diferentes níveis de ensino
e população em geral, com mensagens
alusivas à importância das plantas. As
plantas foram distribuídas em três lo-
cais diferentes da cidade e incluíram
animação, com a participação das tunas
académicas, jogos alusivos às plantas e
aconselhamento sobre as propriedades
benéficas das plantas como componen-
tes da dieta alimentar.
As atividades desenvolvidas incluíram
a participação de um número elevado
de jovens o que fez com que o Dia do
Fascínio das Plantas fosse um autên-
tico dia de festa das plantas na cidade
de Bragança.
Ainda nesse dia a APH participou na
atividade “Cheirar, provar e analisar
azeite” que decorreu na Universidade
do Minho, em Braga e que incluiu três
sessões práticas sobre aspetos rela-
cionados com o azeite, com cerca de
25 pessoas cada.
José Alberto Pereira
Coimbra-Bencanta
A Escola Superior Agrária de Coim- rias do Concelho de Coimbra, Colégio nhecimentos sobre algumas espécies,
bra/Instituto Politécnico (ESAC/IPC) em São Martinho e Escola Secundária de promovido pelos alunos da AEESAC;
parceria com a Associação de Estudante D. Duarte, da Escola Básica dos 2.º e o percurso interpretativo com deslo-
da Escola Superior Agrária de Coimbra 3.º Ciclos Dr. Guilherme Correia de Car- cação a locais históricos da ESAC e o
(AEESAC) foi um dos locais do mundo valho do Concelho de Seia e ainda al- reconhecimento de espécies florestais/
onde se celebrou o primeiro Dia Inter- guns elementos da Academia dos Mais ornamentais; a rota das aromáticas com
nacional do Fascínio das Plantas. As Adultos (S. Martinho do Bispo-Coimbra). identificação de espécies aromáticas,
portas da ESAC “abriram-se” para rece- Este dia aberto contou com a realização condimentares e medicinais e, ainda, a
ber cerca de uma centena de participan- de algumas atividades de campo como realização de estacarias nos viveiros flo-
tes oriundos de duas escolas secundá- o peddy-paper para aquisição de co- restais. Este dia contou, também, com a
visita guiada à exposição “As plantas no
nosso dia-a-dia” exibindo espécies ve-
getais que contribuem para a alimenta-
ção (milho, trigo, arroz, oliveira, videira),
para o vestuário (linho, algodão) e para
outros usos (papel, cortiça, biodiesel).
Para finalizar, os participantes tiveram
oportunidade de degustar bolo de urtiga
e bolo de beldroega, confecionados pelo
mestre António Neves do IPC e gelado
de natas com frutos vermelhos, feito por
elementos da AEESAC. No regresso a
casa todos puderam levar consigo um
vaso com manjericos para dar as boas
vindas aos Santos Populares que se
aproximavam.
Para a ESAC foi uma honra poder
associar este evento às comemorações
dos seus 125 anos de Ensino Superior
Agrícola em Portugal, pelo que agrade-
ce a oportunidade que a APH lhe propor-
cionou. As plantas, com as suas formas,
cores e estilos de vida infinitamente va-
riados, estão ao nosso lado e são fun-
damentais para a nossa sobrevivência.
Para elas e por tudo aquilo que nos pro-
porcionam o nosso bem-hajam!
Rosa Guilherme e Bruno Azenha
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4. Coimbra-Loreto
A Direção Regional de Agricultura e
Pescas do Centro (DRAPCentro), Dire-
ção de Serviços de Agricultura e Pes-
cas/Divisão de Produção Agrícola, con-
gratula-se pela realização do evento,
que ocorreu na Unidade Experimental
do Loreto, sita em Coimbra, com cerca
de uma centena de participantes, dos
12 aos 16 anos, que se mostraram mui-
to interessados nos temas abordados
relativos às plantas hortícolas, aromáti-
cas e condimentares. Aos participantes
foi transmitida a noção de horticultura
e de plantas hortícolas (da semente
ao fruto), bem como as principais téc-
nicas de produção deste tipo de cul-
turas, quer ao ar livre quer em estufa.
Usufruíram, também, da oportunidade
de realizar sementeiras e de envasar
algumas espécies. A identificação das
espécies hortícolas mais importantes
na Região Centro foi dada a conhecer
através da visita guiada à horta peda-
gógica. No final, os participantes foram
brindados com a oferta de um vaso
contendo algumas das plantas com as
quais contactaram, assim como uma
lembrança da APH.
João Moreira
Paiã
Este ano comemorou-se pela primei- por estes nas suas aulas de transfor- alunos do Curso Técnico de Processa-
ra vez o Dia do Fascínio das Plan- mação dos produtos alimentares, tais mento e Controlo da Qualidade Alimen-
tas. A Escola Profissional Agrícola D. como nas compotas, nas conservas, tar tivessem contacto com o trabalho no
Dinis-Paiã foi convidada pela Associa- nos queijos, nas manteigas, etc.. campo. Pela adesão e entusiasmo por
ção Portuguesa de Horticultura (APH) Foi uma forma muito interessante de eles demonstrado, considerou-se que a
a participar nesta comemoração, com permitir a partilha de saberes entre os atividade resultou em pleno.
uma palestra sobre o tema “Plantas alunos, para além de permitir que os Maria da Conceição Santos Monteiro
Aromáticas e Medicinais”, seguida de
um atelier relativo ao tema.
Participaram na palestra quatro tur-
mas do Curso Técnico de Produção
Agrária e uma turma do Curso Técnico
de Processamento e Controlo da Qua-
lidade Alimentar. A palestra esteve a
cargo da APH, na pessoa da Presiden-
te da Direção, e teve como principal
objetivo a divulgação da importância
deste tipo de plantas nas várias verten-
tes da sua utilização. O balanço desta
atividade foi muito positivo, dado o in-
teresse demonstrado pelos alunos du-
rante a apresentação, colocando ques-
tões e esclarecendo dúvidas.
Já no atelier, participou apenas
a turma do 3.º ano do Curso Técni-
co de Produção Agrária e a turma do
Curso Técnico de Processamento
e Controlo da Qualidade Alimentar.
Pretendeu-se que os alunos do Curso
Técnico de Produção Agrária ensinas-
sem aos colegas do outro curso como
se produzem e são cultivadas as plan-
tas aromáticas, muitas delas utilizadas
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5. Faro
A Associação Portuguesa de Horticul-
tura (APH) desafiou o Centro de Bem
Estar Infantil Nossa Senhora de Fátima
- CASCD Faro a comemorar o Dia do
Fascínio das Plantas, e em conjunto
desenvolveram diferentes atividades
com os alunos e respetivas famílias, em
que participaram cerca de 200 crianças
(0 -10 anos) e 80 pais.
Com a comemoração deste dia pre-
tendeu-se sensibilizar os alunos e as fa-
mílias para o mundo vegetal, para a sua
importância, diversidade e alguns dos
proveitos que delas podemos tirar.
As atividades propostas desenvolveram-
-se em torno do Fascínio das Plantas Aromá-
ticas e do Fascínio das Plantas Hortícolas.
No âmbito do tema Fascínio das
Plantas Aromáticas, propusemo-nos
partir à descoberta das plantas aromá-
ticas, conhecê-las, cheirá-las, tocá-las,
prová-las, saber para que servem e
como se podem utilizar, tendo para isso
organizado diferentes atividades:
• Conhecer as Plantas Aromáticas
Plantas disponíveis para ver, mexer e
cheirar;
• Confeção de bolachas e queques Todas as atividades decorreram no no das plantas aromáticas.
de alfazema; espaço exterior da escola, durante a O Dia do Fascínio das Plantas ter-
• Confeção e prova de Infusões de di- manhã e a tarde, distribuídas em ban- minou com um lanche aromático, onde
versas plantas aromáticas; cadas de trabalho, onde as crianças das todos os participantes se deliciaram com
diferentes salas passaram para realizar bolachas e queques de alfazema (reali-
• Preparação de ambientadores para
as propostas apresentadas. No final da zados ao longo do dia) e várias infusões
a casa, com base em plantas aromá-
ticas. tarde, os pais que quiseram aderir à ini- feitas no momento.
ciativa, juntaram-se às crianças, e em No final do dia, a opinião era unânime,
No âmbito do tema Fascínio das Plan- conjunto repetiram as atividades já reali- todos tinham gostado das atividades
tas Hortícolas, desafiámos a escola e as zadas durante o dia e construíram a sua propostas, estavam surpreendidos com
famílias a conhecerem as plantas hortí- mini-horta para levar para casa e cuidar as diferentes utilizações que as plantas
colas, construindo uma mini-horta portá- em família, envolvendo e difundindo a aromáticas podiam ter, e gostariam de
til, em garrafões de plástico, onde pode- mensagem por mais entes familiares. repetir a experiência.
rão acompanhar o desenvolvimento de Juntos plantaram ainda, um canteiro de Para o próximo Dia do Fascínio das
3 espécies diferentes de plantas (toma- cheiros no recinto escolar, para que to- Plantas cá estaremos!
te, melão e abóbora). Construíram-se 3 dos possam usufruir dos seus aromas e Margarida Costa
mini-hortas para cada sala. repetir ou criar novas atividades em tor-
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