O poema expressa a solidão do eu lírico e sua busca por respostas e orientação em meio a dúvidas existenciais. Ele questiona quem pode apontar o caminho certo e trazer luz em meio à escuridão que enfrenta, já que perdeu suas virtudes e se sente encurralado por falsos profetas. O eu lírico pede que alguém estenda a mão amiga de que tanto precisa para que possa enfrentar seus medos e assegurar seu lugar ao sol, recuperando sua outra face.
2. HAMILTON
Quem se arrisca dizer
se vivo na dor ou prazer,
na era da solidão,
sem previsão de sonhos
percorridos em minha mente.
Aonde fica a fonte dos desejos,
aonde busco os meus diamantes,
que ora garimpo em jazidas opacas.
Quem vem me dizer,
apontar - me o caminho certo,
sem que tenha de passar pela
escuridão ou labirintos profanos.
3. HAMILTON
Cadê o meu Anjo de Luzes,
nem mesmo sei quem sou,
pois minha máscara,
não deixa olhar no horizonte.
Minha sinfonia de virtudes se foram,
caíram pelas quantas no meio da
estrada, alma encurralada, cheia
de defeitos, empreguinada de
falsos profetas.
Seja quem for, não me venha com
idéias ou ideais conflitantes,
que seja aquele real e verdadeiro,
que seja limpo e cristalino,
só assim poderei fazer a real
varredura das ilusões adquiridas.
4. HAMILTON
Não Venha de onde vier,
estou aqui,
para encarar de frente,
quero, exorcizar - me
dos maus agouros
e assegurar o meu lugar ao sol.
Quem será,
que estenderás,
a mão que tanto procuro,
o ombro amigo,
parece que ninguém mais
preocupa comigo,
por favor,
devolvam - me a outra face.