Investigação com os egressos da licenciatura em música da uergs
A dança pictórica
1.
A DANÇA PICTÓRICA
Alex Sandro Gonzaga (UERGS)
Orientadora Profª Dra. Cristina Rolim Wolffenbüttel (UERGS)
INTRODUÇÃO
A pesquisa investiga o processo de construção do corpo (dança), associado à palavra falada (música). ao potencializar o imaginário criativo do
aluno, através do desenho livre, dos alunos de 3º, 4º e 5º anos da rede pública de ensino, das cidades de Sapucaia do Sul, Canoas e
Montenegro. A pesquisa aponta a via alternativa de construção do processo imaginário, que resulta na desenvoltura de uma concepção de
desenho sugestionado e que permite ao aluno oscilar as possibilidades de criação e experimentar novas compreensões de si e do meio.
METODOLOGIA
A pesquisa iniciou no primeiro semestre de 2012, através da coleta dos dados empíricos,
quando foram observados estudantes em processo de construção de desenho livre. Ao
perceber a dificuldade dos mesmos em materializar a estrutura do que estavam
pensando, também se confirma a dificuldade em tematizar os desenhos. Assim, a
produção pictórica estava restrita ao seu cotidiano social, geralmente, constituído de
futebol e pracinha. Estes acontecimentos originaram questionamentos, tais como, será
que o aluno lembra, somente, de um fragmento de memória sistemático e repetitivo?
Tomando como base este questionamento, bem como o referencial teórico ora descrito,
iniciei uma pesquisa-ação, na qual elaboro um processo de construção de movimento de
corpo, associado ao exercício da palavra falada. A pesquisa-ação, de acordo com Tripp
(2005), é uma estratégia para o desenvolvimento de professores e pesquisadores de
modo que eles possam utilizar suas pesquisas para aprimorar seu ensino e, em
decorrência, o aprendizado de seus alunos.
RESULTADOS
Percebeu-se significativa diferença em todos os grupos que tiveram atividades com dança e
exercício da palavra falada. Observou-se uma ampliação da expressividade através do
desenho. Apresentam-se, ao lado, estas expressões através do desenho.
Esta atividade foi desenvolvida em aula sem as propostas de dança e canto e outro com os
elementos associados, de modo a verificar-se as diferenças. Utilizou-se a música “Buquê de
flores” do grupo “Exalta samba”, associado a movimentos de amplitude e deslocamento, até
que interrompemos e pedimos que fossem à prancheta de desenho, resultando no segundo
desenho.Os estudantes demonstraram desejo de expressar graficamente experiência vivida.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília. Ministério da Educação e do Desporto, 1996.
KATZ, H. T. Um, dois, três. A dança é o pensamento do corpo. Belo Horizonte: FID, 2005.
LAKOFF, G.; JOHNSON, M. Philosophy in the flesh: the embodied mind and its challenge to western thought. New York: Basic Books, 1999.
LE BOULCH, Jean. Educação psicomotora. Porto Alegre: Artes Médicas, 1982. 2°. ed. Tradução: Jeni Wolff.
PIAGET, J. Formação do símbolo na criança; imitação, jogo e sonho: imagem e representação. Rio de Janeiro: LTC, 1964.
TRIPP, David. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. In: Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 443-466, set./dez. 2005.
CONCLUSÃO
A dança pictórica prioriza aguçar a capacidade de raciocínio da criança e, para isso, utiliza elementos lúdicos que se entrelaçam no processo de
interpretação de uma música, bem como no gestual de dança e nas inúmeras possibilidades que estão contidas num processo de criação de dança.
Nisso, se percebe que na dança pictórica o corpo da criança é quem predefine o que o lápis irá materializar, ou seja, a dança antecipa o que o
potencial imaginário irá expressar. Tendo por base os dados preliminares desta investigação, entende-se a potencialidade da dança pictórica e, por
conseguinte, as possibilidades de interlocução nos espaços escolares, com vistas à construção de conhecimento e à escolarização como um todo.
REFERENCIAL TEÓRICO
Piaget (1964): pensar é fruto de construções sucessivas e com elaborações constantes de novas estruturas, de modo que o pressuposto teórico
influencia a pesquisa e adota o conceito que é necessário oferecer ao aluno novas possibilidades de explorar o seu pensar.
Le Boulch (1982): conceito de psicomotricidade na escola. A interiorização torna possível uma dissociação de movimentos que permite um maior
controle das práxis.
Katz (2005): cada vez que um mesmo movimento é realizado, o mapa neuronal já não é o mesmo, pois este acontece no tempo/espaço do
acontecimento real.
Lakoff e Johnson (1999): todas as informações que chegam ao corpo via percepção são sensório-motoras, de modo que se formam redes
neuronais, um criterioso trabalho de seleção de informação em rede pela capacidade de neuroplasticidade do cérebro.
LDB nº 9.394/96: Art. 29, que prioriza o processo de psicomotricidade na escola.
OBJETIVOS
• Investigar estudantes com dificuldades de
expressar seu universo imaginário, através da
psicomotricidade fina.
• Potencializar o grau intelectivo do estudantes,
através do processo lúdico, obtido com a música
e a dança.
• Melhorar as codificações artísticas de vivências,
através do desenho.
Tripp (2005)
Grupo de Pesquisa “Arte: criação, interdisciplinaridade e educação” (CNPq/UERGS)