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Infância
● O quintal da casa, na Estrada do Encanamento, 724, no bairro Casa
Amarela, no Recife (PE), foi o espaço de alfabetização de Paulo Freire.
Ali, aprendeu a ler e também a escrever, utilizando os gravetos que
encontrava pelo chão. À sombra das mangueiras, sua mãe o ensinou a ler
as palavras que o permitiriam ler o mundo à sua volta.
● Talvez um prenúncio daquele que seria o mais revolucionário método de
alfabetização proposto no século XX, criado por Paulo Freire na década
de 1960, que tinha a realidade do aluno como ponto de partida para a
aprendizagem permanente
Juventude e Universidade
● A crise econômica de 1929 produziu reflexos muito acentuados no
Nordeste. Em busca de melhores condições de vida, seu pai levou a
família para a cidadezinha de Jaboatão dos Guararapes, a 18 km do
Recife.
● Nos campos de futebol de Jaboatão, ele mantinha contato com a camada
mais pobre da cidade, jogando peladas com meninos camponeses e filhos
de operários que moravam em morros e brincavam em córregos. Com
eles, Paulo Freire descobriu uma forma diferente de pensar e de se
expressar – era a linguagem popular, à qual ele sempre privilegiou
usando-a mais tarde como educador.
Juventude e Universidade
● Aos 22 anos, Paulo Freire ingressa na Faculdade de Direito do Recife.
Naquela época, o curso de direito era a única alternativa na área de
ciências humanas.
● Em 1947, Paulo Freire assume o cargo de Diretor do Setor de Educação
do SESI do Recife - Serviço Social da Indústria, onde travou contato com
a questão da educação de adultos/trabalhadores e percebeu a
necessidade de executar um trabalho direcionado à alfabetização.
Estudando as relações entre alunos, mestres e pais de alunos do SESI,
Paulo Freire conheceu a realidade dos trabalhadores e as particularidades
da sua linguagem.
Juventude e Universidade
● Dedicou-se a estudar a linguagem do povo, consolidando seus trabalhos
em educação popular. Sua primeira experiência como professor
universitário foi na Escola de Serviço Social, lecionando Filosofia da
Educação.
● Doutorou-se em Filosofia e História da Educação em 1959, com a tese
”Educação e Atualidade Brasileira”. No início dos anos 60 engajou-se nos
movimentos de educação popular.
O exílio
● Paulo Freire vive intensamente seu tempo e o ambiente histórico-político
entre a Revolução de 30 e o Golpe Militar de 64. É nesse período que
nasce e se consolida a essência de sua obra. Suas pedagogias nascem
de suas práticas, da totalidade de suas experiências de vida.
● Em setembro de 1964, com 43 anos, Paulo Freire partiu para a Bolívia
levando na bagagem uma trajetória de experiências singulares na
alfabetização de adultos, de grande alcance social, que rapidamente
conquistaram atenção e respeito por parte de governos, educadores e
intelectuais de todo o mundo. Lecionou nos Estados Unidos,
permanecendo inicialmente 10 meses em Harvard. Nesse período,
escreve dois de seus livros mais conhecidos: Educação Como Prática da
Liberdade e Pedagogia do Oprimido.
● No processo de aprendizado, o alfabetizando ou a alfabetizanda é
estimulado(a) a articular sílabas, formando palavras, extraídas da sua
realidade, do seu cotidiano e das suas vivências. Nesse sentido, vai além
das normas metodológicas e lingüísticas, na medida em que propõe aos
homens e mulheres alfabetizandos que se apropriem da escrita e da
palavra para se politizarem, tendo uma visão de totalidade da linguagem e
do mundo.
Método
1) Etapa de Investigação: aluno e professor buscam, no universo vocabular
do aluno e da sociedade onde ele vive, as palavras e temas centrais de sua
biografia.
2) Etapa de Tematização: aqui eles codificam e decodificam esses temas,
buscando o seu significado social, tomando assim consciência do mundo
vivido.
3) Etapa de Problematização: aluno e professor buscam superar uma
primeira visão mágica por uma visão crítica do mundo, partindo para a
transformação do contexto vivido.
Método em três etapas:
● Quando Freire fala em pedagogia, ele não está falando apenas das
relações que se estabelecem na escola e na sala de aula. A sua
pedagogia está relacionada a todo esse contexto de opressão social e de
falta de democracia que estamos apontando. Toda educação é política,
assim como toda política é educativa. Não existe neutralidade. Portanto, o
seu método dialógico, problematizador, não é apenas um método ou uma
teoria pedagógica, mas uma práxis que propõe a libertação da opressão
que predomina na nossa sociedade: “Ninguém liberta ninguém, ninguém
se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão.”
(FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.)
Pedagogia do Oprimido
● Paulo Freire caracteriza duas concepções opostas de educação: a
concepção “bancária” e a concepção “problematizadora”. Na primeira, o
educador sabe tudo e o educando pouco sabe ou nada sabe; o saber é
uma doação dos que se julgam sábios aos que nada sabem, que se
tornam, afinal meros objetos. “A educação torna-se um ato de depositar,
como nos bancos.”
● Já na educação problematizadora, educador e educando integram um
mesmo processo, estabelecendo-se uma relação dialógico-dialética, na
qual ambos aprendem juntos. Aqui prevalece o diálogo, a troca de
informações, educador e educando interagem saberes, produzem
conhecimento.
Pedagogia para libertação
Educação e Política
● Paulo Freire optou por uma pedagogia política centrada na liberdade e na
autonomia do ser, propondo a politização da educação. Ao avaliar que o
processo do conhecimento acontece quando o indivíduo, ao se
reconhecer humano, é estimulado a refletir sobre os seus problemas na
vida cotidiana,
● O trabalho pedagógico político de Paulo Freire movimenta-se para o
homem excluído das ações políticas, julgado,pelos poderosos como
incapaz de definir sua existência. Aliando educação e política, fazendo-as
caminhar juntas no seu trabalho de acompanhamento pedagógico de
homens e mulheres iletrados, em várias partes do mundo.
Reflexões
“O homem não pode participar ativamente na história, na sociedade, na
transformação da realidade se não for ajudado a tomar consciência da
realidade e da sua própria capacidade para a transformar. (...) Ninguém luta
contra forças que não entende, cuja importância não meça, cujas formas e
contornos não discirna; (...) Isto é verdade se se refere às forças da natureza
(...) isto também é assim nas forças sociais (...). A realidade não pode ser
modificada senão quando o homem descobre que é modificável e que ele o
pode fazer.“
(FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987).
Reflexões
“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição
que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e
quem lucra com esse trabalho.”
(Educação na Cidade, 1991.)
“Desrespeitando os fracos, enganando os incautos, ofendendo a vida,
explorando os outros, discriminando o índio, o negro, a mulher, não estarei
ajudando meus filhos a ser sérios, justos e amorosos da vida e dos outros.”
(Pedagogia da Indignação, 2000.)
Últimas palavras escritas por Paulo Freire. Referia-se ao índio Galdino, assassinado por um grupo de adolescentes,
em Brasília, 1997.
“O coração de imensa fraternidade, amor e paixão por todas as gentes e pelas
causas do planeta solidário, cessou de movimentar no dia 2 de maio de 1997.
Um infarto silenciou Paulo Freire aos 75 anos de idade, mas não encerrou sua
obra. Ele deixou um legado de imensa contribuição para a educação. Será
para sempre um mestre, um expressivo homem de todos os tempos.”
Referências
● http://www.paulofreire.org/
● http://www.paulofreire.ufpb.br/
● http://www.projetomemoria.art.br/

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Paulo freire

  • 1.
  • 2. Infância ● O quintal da casa, na Estrada do Encanamento, 724, no bairro Casa Amarela, no Recife (PE), foi o espaço de alfabetização de Paulo Freire. Ali, aprendeu a ler e também a escrever, utilizando os gravetos que encontrava pelo chão. À sombra das mangueiras, sua mãe o ensinou a ler as palavras que o permitiriam ler o mundo à sua volta. ● Talvez um prenúncio daquele que seria o mais revolucionário método de alfabetização proposto no século XX, criado por Paulo Freire na década de 1960, que tinha a realidade do aluno como ponto de partida para a aprendizagem permanente
  • 3. Juventude e Universidade ● A crise econômica de 1929 produziu reflexos muito acentuados no Nordeste. Em busca de melhores condições de vida, seu pai levou a família para a cidadezinha de Jaboatão dos Guararapes, a 18 km do Recife. ● Nos campos de futebol de Jaboatão, ele mantinha contato com a camada mais pobre da cidade, jogando peladas com meninos camponeses e filhos de operários que moravam em morros e brincavam em córregos. Com eles, Paulo Freire descobriu uma forma diferente de pensar e de se expressar – era a linguagem popular, à qual ele sempre privilegiou usando-a mais tarde como educador.
  • 4. Juventude e Universidade ● Aos 22 anos, Paulo Freire ingressa na Faculdade de Direito do Recife. Naquela época, o curso de direito era a única alternativa na área de ciências humanas. ● Em 1947, Paulo Freire assume o cargo de Diretor do Setor de Educação do SESI do Recife - Serviço Social da Indústria, onde travou contato com a questão da educação de adultos/trabalhadores e percebeu a necessidade de executar um trabalho direcionado à alfabetização. Estudando as relações entre alunos, mestres e pais de alunos do SESI, Paulo Freire conheceu a realidade dos trabalhadores e as particularidades da sua linguagem.
  • 5. Juventude e Universidade ● Dedicou-se a estudar a linguagem do povo, consolidando seus trabalhos em educação popular. Sua primeira experiência como professor universitário foi na Escola de Serviço Social, lecionando Filosofia da Educação. ● Doutorou-se em Filosofia e História da Educação em 1959, com a tese ”Educação e Atualidade Brasileira”. No início dos anos 60 engajou-se nos movimentos de educação popular.
  • 6. O exílio ● Paulo Freire vive intensamente seu tempo e o ambiente histórico-político entre a Revolução de 30 e o Golpe Militar de 64. É nesse período que nasce e se consolida a essência de sua obra. Suas pedagogias nascem de suas práticas, da totalidade de suas experiências de vida. ● Em setembro de 1964, com 43 anos, Paulo Freire partiu para a Bolívia levando na bagagem uma trajetória de experiências singulares na alfabetização de adultos, de grande alcance social, que rapidamente conquistaram atenção e respeito por parte de governos, educadores e intelectuais de todo o mundo. Lecionou nos Estados Unidos, permanecendo inicialmente 10 meses em Harvard. Nesse período, escreve dois de seus livros mais conhecidos: Educação Como Prática da Liberdade e Pedagogia do Oprimido.
  • 7. ● No processo de aprendizado, o alfabetizando ou a alfabetizanda é estimulado(a) a articular sílabas, formando palavras, extraídas da sua realidade, do seu cotidiano e das suas vivências. Nesse sentido, vai além das normas metodológicas e lingüísticas, na medida em que propõe aos homens e mulheres alfabetizandos que se apropriem da escrita e da palavra para se politizarem, tendo uma visão de totalidade da linguagem e do mundo. Método
  • 8. 1) Etapa de Investigação: aluno e professor buscam, no universo vocabular do aluno e da sociedade onde ele vive, as palavras e temas centrais de sua biografia. 2) Etapa de Tematização: aqui eles codificam e decodificam esses temas, buscando o seu significado social, tomando assim consciência do mundo vivido. 3) Etapa de Problematização: aluno e professor buscam superar uma primeira visão mágica por uma visão crítica do mundo, partindo para a transformação do contexto vivido. Método em três etapas:
  • 9. ● Quando Freire fala em pedagogia, ele não está falando apenas das relações que se estabelecem na escola e na sala de aula. A sua pedagogia está relacionada a todo esse contexto de opressão social e de falta de democracia que estamos apontando. Toda educação é política, assim como toda política é educativa. Não existe neutralidade. Portanto, o seu método dialógico, problematizador, não é apenas um método ou uma teoria pedagógica, mas uma práxis que propõe a libertação da opressão que predomina na nossa sociedade: “Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão.” (FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.) Pedagogia do Oprimido
  • 10. ● Paulo Freire caracteriza duas concepções opostas de educação: a concepção “bancária” e a concepção “problematizadora”. Na primeira, o educador sabe tudo e o educando pouco sabe ou nada sabe; o saber é uma doação dos que se julgam sábios aos que nada sabem, que se tornam, afinal meros objetos. “A educação torna-se um ato de depositar, como nos bancos.” ● Já na educação problematizadora, educador e educando integram um mesmo processo, estabelecendo-se uma relação dialógico-dialética, na qual ambos aprendem juntos. Aqui prevalece o diálogo, a troca de informações, educador e educando interagem saberes, produzem conhecimento. Pedagogia para libertação
  • 11. Educação e Política ● Paulo Freire optou por uma pedagogia política centrada na liberdade e na autonomia do ser, propondo a politização da educação. Ao avaliar que o processo do conhecimento acontece quando o indivíduo, ao se reconhecer humano, é estimulado a refletir sobre os seus problemas na vida cotidiana, ● O trabalho pedagógico político de Paulo Freire movimenta-se para o homem excluído das ações políticas, julgado,pelos poderosos como incapaz de definir sua existência. Aliando educação e política, fazendo-as caminhar juntas no seu trabalho de acompanhamento pedagógico de homens e mulheres iletrados, em várias partes do mundo.
  • 12. Reflexões “O homem não pode participar ativamente na história, na sociedade, na transformação da realidade se não for ajudado a tomar consciência da realidade e da sua própria capacidade para a transformar. (...) Ninguém luta contra forças que não entende, cuja importância não meça, cujas formas e contornos não discirna; (...) Isto é verdade se se refere às forças da natureza (...) isto também é assim nas forças sociais (...). A realidade não pode ser modificada senão quando o homem descobre que é modificável e que ele o pode fazer.“ (FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987).
  • 13. Reflexões “Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.” (Educação na Cidade, 1991.) “Desrespeitando os fracos, enganando os incautos, ofendendo a vida, explorando os outros, discriminando o índio, o negro, a mulher, não estarei ajudando meus filhos a ser sérios, justos e amorosos da vida e dos outros.” (Pedagogia da Indignação, 2000.) Últimas palavras escritas por Paulo Freire. Referia-se ao índio Galdino, assassinado por um grupo de adolescentes, em Brasília, 1997.
  • 14. “O coração de imensa fraternidade, amor e paixão por todas as gentes e pelas causas do planeta solidário, cessou de movimentar no dia 2 de maio de 1997. Um infarto silenciou Paulo Freire aos 75 anos de idade, mas não encerrou sua obra. Ele deixou um legado de imensa contribuição para a educação. Será para sempre um mestre, um expressivo homem de todos os tempos.”

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