O documento discute a aplicação do conceito de paisagem no ensino de geografia na educação básica. Apresenta brevemente a evolução do conceito de paisagem ao longo da história e como é abordado de forma superficial nos livros didáticos. Também descreve experiências realizadas pelo projeto "Um olhar geográfico sobre a cidade de Belém" na Escola Deodoro de Mendonça, que buscam fugir do método tradicional de ensino e promover uma interação entre professores e alunos.
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
Estudo da paisagem na educação básica
1. professor é o detentor e transmissor de todo o conhecimento e de verdades inquestionáveis,
e o aluno, o mero receptor desse conhecimento, sem que haja interação entre as duas partes.
Deste modo, as atividades desenvolvidas pelo referido projeto na Escola Deodoro
de Mendonça, buscam uma forma de conceber o processo educativo fugindo da “relação
Paisagem e ensino de geografia na educação básica professor – aluno – quadro – giz”, através de palestras, oficinas, trabalhos de campo e etc.,
Joana Celia Moraes Rodrigues1
e este ensaio é fruto da primeira parcela a ser colhida do trabalho desenvolvido com esses
Universidade Federal do Pará alunos.
joanageografa@hotmail.com
Objetiva-se iniciar uma discussão que há muito necessita ser travada, a da aplicação
Indiara da Silva Oliveira2 do estudo da paisagem na educação básica. Não só da paisagem, como dos demais concei-
Universidade Federal do Pará
indiaraso@yahoo.com.br tos/categorias da geografia, e depois analisar a forma como isto vem se dando no contexto
Márcia Aparecida Silva Pimentel3 das escolas publicas do país. Assim, este ensaio está divido em três partes imprescindíveis.
Universidade Federal do Pará No primeiro tópico se estabelece uma breve apresentação acerca da conceituação da pai-
mapimentel@ufpa.br
sagem ao longo da história. No segundo, discute-se a inserção da paisagem no contexto
do ensino de geografia na Educação Básica. No terceiro tópico, apresenta-se a experiência
do referendado projeto na escola Deodoro de Mendonça, por intermédio do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID.
Introdução
“As paisagens trazem a marca das culturas e, Algumas considerações acerca da conceituação da paisagem
ao mesmo tempo, as influenciam” (Augustin Berque)
A geografia adquiriu status de ciência no século XIX, porém o conceito de paisagem
A importância do estudo da paisagem reside no fato de que “se, de um lado, as é anterior à organização da ciência geográfica. Em Portugal, a palavra paisagem, apareceu
formas visíveis da paisagem podem dirigir as transformações sociais ou limitar as alterna- pela primeira vez em 1608, na Itália paessaggio surgiu também no século XVII, na Espanha
tivas de organização do território, de outro lado, as modificações da estrutura social criam paisaje é de 1708 e o registro mais antigo das línguas latinas é de 1551, do francês paysage,
sempre novas necessidades, sugerem novas formas e redefinem os valores da paisagem segundo Myanaki (2003) apud Holzer (1999, In ROSENDAHL & CORRÊA, 199,P.153).
visível” (LEITE, 1994). Um processo educativo que deseje transformar seus educandos em Os termos paysage, paesaggio, paisaje e paisagem são contemporâneos ao momento
cidadãos conscientes, atuantes, questionadores e agentes da construção da paisagem, deve em que a paisagem, como gênero da pintura, começa a ser explorada por artistas, portanto,
empreender esforços na direção do conhecimento e apreensão da paisagem (MYANAKI, muito mais próximo das artes plásticas do que da geografia.
2003). É essa a intenção do Projeto “Um olhar geográfico sobre a cidade de Belém” em sua É do século XIX o maior numero de expedições multidisciplinares enviadas ao Brasil
atuação na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Deodoro de Mendonça. O com o objetivo de investigar e conhecer detalhadamente o Novo Mundo. Essas expedições
projeto tem no estudo da paisagem, desenvolvido nas turmas do Projeto Aceleração ¹, a eram compostas por cientistas, profissionais de varias áreas e artistas.
possibilidade de contribuir de forma positiva na formação do alunado, como cidadãos Os artistas eram os responsáveis pelo registro das paisagens, flora, fauna e di-
críticos e conscientes da realidade que os cerca, a partir da prática educativa, fugindo do versidade da população brasileira, num momento em que a fotografia ainda não era uma
método estipulado pela Pedagogia Tradicional, que ainda se faz presente nas escolas, onde o tecnologia amplamente disponível.
Os desenhos e pinturas realizadas por esses artistas compunham, em parte, o
1. Graduando em Geografia pela Universidade Federal do Pará, bolsista do Programa Institucional de Bolsa de material cientifico produzido pelos pesquisadores, naturalistas e viajantes. É assim que a
Iniciação à Docência-PIBID.
pintura da paisagem esteve junto da investigação cientifica. Não raro, os geógrafos dessa
2. Graduando em Geografia pela Universidade Federal do Pará, bolsista do Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência-PIBID. época, também desenhavam e pintavam. Já no século XX, Pierre Deffontaines (1894-1978)
3. Profª. Drª da Faculdade de Geografia e Cartografia – UFPA, coordenadora do Projeto “Um olhar geográfico realizou mais de 3000 desenhos de paisagens (MYANAKI, 2003 apud HERODOTE: REVUE
sobre a cidade de Belém – PIBID. DE GÉGRAPHIE ET DE GÉOPOLITIQUE, 1987, p. 66).
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2. A Geografia firma-se como ciência organizada principalmente a partir dos tra- atender as suas necessidades. Já por paisagem natural, compreende-se o aspecto visível
balhos de intelectuais alemães como Ritter e Humboldt. E é do alemão que vem o termo daquela natureza “natural”, ou seja, aquela porção de natureza ao qual não sofreu ainda
landschaft, um vocábulo medieval, mais antigo que paysage e que significa natureza como nenhuma intervenção humana.
evento visual, total e unido, uma associação entre sitio e habitantes. Portanto, um termo Entretanto, segundo o referido geógrafo, se no passado havia paisagem natural,
mais abrangente e complexo a partir do qual a ciência acadêmica formulou o conceito hoje essa modalidade de paisagem praticamente já não existe. Se um lugar não é fisica-
de paisagem geográfica, que até o inicio do século XX esteve no centro das investigações mente tocado pela força do homem, ele é, todavia, objeto de preocupações e de intenções
geográficas e chegou a ser considerado como objeto da geografia. econômicas ou políticas. Tudo hoje se situa no campo de interesse da historia, sendo desse
O conceito de paisagem como o de espaço que se observa de um golpe de vista, foi modo, social (SANTOS, 2008).
adaptado pelos geógrafos como sendo uma área fisicamente e culturalmente reconhecível Além de Milton Santos, outros renomados geógrafos se destacaram na conceituação
e com algum grau de homogeneidade, podendo ser cartografável e com extensão além de da paisagem; como George Bertrand e Aziz Nacib Ab’Sáber. Ab’Saber conceitua a paisa-
onde a vista alcança. Este seria o conceito de paisagem geográfica adotado pela ciência gem como produto e herança das sociedades que, historicamente, a ocuparam enquanto
acadêmica no século XIX. território de atuação (AB’SABER, 2003). Já para Bertand (1971) a paisagem não é a simples
Mas a geografia como ciência tem uma historia de transformações e re-elaboração adição de elementos geográficos. É o resultado da combinação dinâmica, portanto instá-
do seu objeto de estudo e a noção de paisagem passou a ser insatisfatória no século XX, vel, de elementos f ísicos, biológicos e antrópicos que, reagindo dialeticamente uns sobre
quando outros conceitos como região, território, espaço e lugar tomam o centro das os outros, fazem da paisagem um conjunto único e indissociável, em perpétua evolução.
discussões e investigações geográficas, deixando a paisagem à margem dessas discussões Não se trata somente da paisagem “natural”, mas da paisagem total, integrando todas as
até por volta da década de 1970, quando será retomada dentro da ciência geográfica no implicações da ação antrópica. A paisagem é uma entidade global, portanto, todos os seus
contexto da chamada Geografia Cultural, instituída por Carl Ortwin Sauer, de acordo com componentes participam de uma dinâmica comum, definida pelo sistema geral de evolução.
Myanaki (2003). Este teórico é considerado o precursor da conceituação da paisagem, em Tais conceituações denotam a multiplicidade de formas de se conceituar a paisagem,
duas tipologias, sendo elas; paisagem natural e paisagem cultural e/ou artificial. sobretudo, a partir do olhar geográfico, e, além disso, exprimem o quanto este conceito
São notórias as modificações pelas quais a ciência geográfica passou, assim como, tem sido discutido ao longo da história.
o fato de o conceito de paisagem ter acompanhado o ritmo dessas transformações. Deste
modo, o conceito de paisagem irá se modificar conforme as abordagens por quais perpassa. A paisagem no contexto do ensino de geografia
Assim, sob égide da chamada Geografia Marxista pelo geógrafo Milton Santos, a
Apesar de se tratarem da mesma área de conhecimento, há diferenças entre a
paisagem será conceituada como
Geografia como ciência e o conteúdo de Geografia desenvolvido no ensino fundamental.
tudo que nos vemos, o que a nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser definida como No contexto do ensino fundamental, a formação do educando é um referencial forte que
o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. É formada não apenas de volumes mais impede a simples transferência de métodos da ciência geográfica (MYANAKI, 2003).
também de cores, movimentos, odores, sons etc. Tal problemática é facilmente identificável no contexto das escolas publicas, sobretudo
na cidade de Belém (PA), mais precisamente na escola Deodoro de Mendonça, onde se
E ainda,
tem atuado por intermédio do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
A paisagem é um conjunto heterogêneo de formas naturais e artificiais; é formada por -PIBID - com as turmas do Projeto Aceleração do Governo do Estado. Esta problemática,
frações de ambas, seja quanto ao tamanho, volume, cor, utilidade ou por qualquer outro na maioria dos casos consiste na forma como os livros didáticos são elaborados e tratam os
critério. A paisagem é sempre heterogênea. A vida em sociedade supõe uma multiplicidade conteúdos, sobretudo ao que condiz a categoria paisagem, ou mesmo na própria formação
de funções, e quanto maior o numero destas, maior a diversidade de formas e de atores.
do professor de Geografia.
Quanto mais complexa a vida social, tanto mais nos distanciamos de um mundo natural e
nos endereçamos a um mundo artificial. (SANTOS, 2008).
De acordo com Myanaki (2003), em sua dissertação de mestrado, foi verificado na
prática do magistério e confirmado através de pesquisas acadêmicas realizadas, é comum
Deste modo, compreende-se como paisagem cultural e/ou artificial a aparência do o conceito de paisagem receber tratamento superficial ou mesmo equivocado nos livros
espaço geográfico, ou seja, aquilo que é visível, fruto da intervenção humana na natureza didáticos. O trabalho de campo desenvolvido durante essa pesquisa detectou uma maioria
por meio do trabalho, o conjunto dos objetos construídos pelo homem em sociedade para de adolescentes e adultos que entendem que paisagem é sinônimo de beleza e natureza, sem
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3. distinguir paisagem como gênero da pintura de paisagem geográfica (MYANAKI, 2003). E Experiência com os alunos da Escola Deodoro de Mendonça
ainda, conforme os dizeres da referida autora
As atividades realizadas pelo projeto “Um olhar geográfico sobre a cidade de Belém”
Na perspectiva dos jovens no ensino fundamental é comum a noção de paisagem se confundir na referida escola por intermédio do PIBID, busca uma tentativa de fuga do tradicionalismo
com o conceito de natureza. Se paisagem é um conceito que implica a existência humana, que ainda se faz presente no ensino publico atualmente, onde o papel do professor é o de
então a ação de enquadrar e olhar a paisagem é uma forma de intervenção cultural que
mero “transmissor de conhecimentos e/ou de conteúdos”, como o estipulado pela Pedagogia
anula a idéia de paisagem natural como é apresentada nos livros didáticos. A paisagem que
não foi tocada pelo olhar humano é natureza e não paisagem, como afirma o neurologista
Tradicional. Para tal, busca-se a realização de atividades como oficinas, palestras, trabalhos
Oliver Sachs “[...] tudo o que vejo é modificado pelo conhecimento, pelos desejos, pela alma de campo etc., com o intuito de ultrapassar essa concepção de professor como transmissor
[...]. (MYANAKI, 2003). de conhecimentos e de verdades inquestionáveis, além de tornar a relação ensino – apren-
dizagem uma troca de experiências por meio da interação entre professores e alunos, onde
Assim é nítido perceber que a paisagem tem sido abordada sob a ótica do senso ambas as partes têm papel fundamental no processo educativo.
comum na educação básica, e isso se reflete como uma grave deficiência ao que se remete A escolha da paisagem como tema deste ensaio, consiste no fato de essa categoria
a alfabetização geográfica, não só no que condiz a categoria paisagem como também as ser o ponto de partida do referido projeto, haja vista que o mesmo constitui-se em “Um
demais categorias de análise dessa ciência. Essa preocupação foi alvo de pesquisa realizada olhar geográfico sobre a cidade de Belém”, e esse é olhar se dar a partir da paisagem.
pela professora Lana de Sousa Cavalcanti (1998), onde foi constatado que tanto os profes- Num primeiro momento, algumas categorias de analise em geografia foram
sores das series iniciais quanto o alunado apresentam dificuldades quanto à formulação de discutidas com o publico alvo do referido projeto (os alunos do Projeto Aceleração) por
conceitos referentes a essas categorias, não conseguindo representá-las de forma condizente intermédio de uma oficina ministrada na escola. A partir disto, foi realizado um trabalho
com o estipulado na Geografia. de campo com o alunado, para observar in locu a dinâmica da paisagem, assim como as
Ao que se remete ao estudo da categoria paisagem no ensino fundamental, a referida profundas transformações por quais Belém passou desde sua fundação, no centro histó-
autora revela que “a imagem da paisagem sugerida pelos alunos, na pesquisa de campo, é a rico da cidade (Fotos 1 e 2). Posteriormente, foi proposto aos alunos que representassem
de uma vista, uma estampa de um lugar bonito. As professoras entrevistadas, sobretudo as através de desenhos duas formas de apresentação da paisagem da cidade, uma retratando
da 1ª fase, compartilham dessa imagem, pois também fizeram associação entre paisagem e a paisagem contemporânea e outra retratando como a cidade se apresentava no passado,
lugar bonito ou uma vista bonita. Um outro elemento importante de suas representações a partir das rugosidades contidas na paisagem (Figuras 1 e 2).
diz respeito à referencia mais forte ao que se poderia denominar de paisagem natural (as-
sociação entre paisagem e natureza) do que à paisagem cultural. É interessante notar que os
alunos não fizeram distinção entre esses dois tipos de paisagem e enfatizaram justamente
a paisagem natural,praticamente desaparecida na atualidade e, além disso, pouco presente
nas suas “vidas urbanas”. Parece que esse conceito fica associado a algo distante de seus
lugares, de suas vidas, de suas realidades, pertencendo mais a um mundo de sonho, místico,
sagrado. Esse paradoxo,no entanto, encaixa-se bem nas características convencionais do
ensino: é tão formal e tão estático que a paisagem é “transmitida” como conteúdo de ensino,
não como algo vivo e construído pelo homem, mas como conceito, não importando a sua
correspondência com o real. Por essa razão pode-se dar ênfase a paisagens naturais, apesar
de tão distante da experiência dos alunos e professores. Mas, caberia ao ensino trazer a
“paisagem” para o universo do aluno, para o lugar vivido por ele, o que quer dizer trazer
a paisagem conceitualmente como instrumento que o ajude a compreender o mundo em
que vive” (CAVALCANTI, 1998).
Foto 1: Alunos em trabalho de campo no centro histórico da cidade de Belém – Pa; Foto 2: Alunos
Com base nos pressupostos acima citados, verifica-se que a problemática do estudo resolvendo atividade referente a paisagem da cidade, durante o trabalho de campo.
da paisagem na educação básica, constitui-se em uma questão de método de ensino e de Fonte: Joana Rodrigues (24/11/2010).
tendência pedagógica a ser seguida pelo professor de Geografia.
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4. Figura 2: Desenho produzido pela aluna Karoline Bianchi da turma 04 do Projeto Aceleração da
Escola Deodoro de Mendonça, representando distintas paisagens da cidade de Belém,
uma paisagem passada e outra contemporânea.
Figura 1: Desenho produzido pela aluna Beatriz Caroline B.Rosa da turma 03 do Projeto
Aceleração da Escola Deodoro de Mendonça, representando distintas paisagens da cidade de
Belém, uma paisagem passada e outra contemporânea.
Num segundo momento, foi realizada uma atividade de campo na Ilha de Cotijuba,
Distrito de Belém-Pa, com o intuito de mostrar a cidade de outro ângulo, diferentemente
da forma como eles comumente a vêem, a fim de captar como esses alunos vêem a cidade
de dentro e de fora, fato facilitado pelo registro fotográfico. Assim, ao longo da atividade
de campo, foi desenvolvido um questionário por eles, onde se tinha varias questões rela-
cionadas à cidade e a ilha, contrastando ambas a partir da paisagem e do modo de vida.
Além disso, foi realizada uma trilha ecológica, objetivando mostrar as diferentes paisagens
da Ilha de Cotijuba, instigando os diferentes olhares do alunado sobre a cidade e a Ilha em
questão (Foto 3 e 4).
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5. BERTRAND, G. Paisagem e geografia f ísica global. Esboço metodológico. Caderno de
Ciências da Terra, São Paulo, n. 13, p. 1-27, 1971.
CARLOS, A. F. A.(Org.). A Geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2005.
CAVALCANTI, L. S. Geografia: escola e construção de conhecimento. Campinas-SP:
Papirus, 1998.
GUERRA, A. J. T. et all. Geomorfologia ambiental. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
LUCKESI, C. C. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1994.
MYANAKI, J. A paisagem no ensino de Geografia: uma estratégia didática a partir da
arte. (Dissertação de mestrado). São Paulo, 2003.
PONTUSCHKA, N. N. et all. Para ensinar e aprender Geografia. São Paulo: Cortez,
Foto 3: Alunos em atividade de campo na Ilha de Cotijuba, Distrito de Belém-Pa. Foto 4: Alunos 2007.
fazendo trilha durante a atividade de campo. Fonte: Joana Rodrigues (24/11/2010).
SANTOS, M. Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos teóricos e metodológi-
cos da Geografia. São Paulo: Edusp, 2008.
Considerações SANTOS, M. Pensando o espaço do homem. São Paulo: Edusp, 2007.
Ao discorrer sobre essa temática percebe-se a necessidade imediata da reflexão ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: ArtMede, 1998.
sobre a forma como as categorias da ciência geográfica vem sendo ensinada na sala de aula,
mais precisamente o estudo da paisagem no ensino fundamental, haja vista que esta se
constitui no ponto de partida para a compreensão do espaço geográfico, objeto da Geografia.
É nítida a deficiência a qual perpassa o estudo da paisagem atualmente, sobretu-
do pela forma como esta é repassada nos livros didáticos. Por essa razão, pretende-se a
partir desse ensaio avançar nas discussões acerca dessa temática, e contribuir a partir da
experiência com os alunos da aceleração para o aperfeiçoamento da prática educativa e da
forma de trabalhar com a categoria paisagem na educação básica, levando em considera-
ção as diferenças entre a Geografia desenvolvida na academia e o conteúdo de geografia
desenvolvido na sala de aula do ensino fundamental. Para isso é necessário esclarecer a
polissemia do conceito de paisagem, para que possa ser possível ao aluno identificar a
diferença da paisagem geográfica da paisagem como gênero de pintura, referente à idéia
de “lugar belo, bucólico”.
Espera-se que ao se olhar para a paisagem geográfica o aluno da educação básica
possa apreendê-la como tal, vendo desta forma, mais que um conjunto de objetos des-
conexos, sem relação entre si e com ele próprio, apreendendo a paisagem como ela é em
essência, na sua totalidade.
REFERÊNCIAS
AB’SABER, A. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas.
São Paulo, Ateliê Editorial, 2003. p. 160.
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