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FOLCLORE
BRASILEIRO
CONCEITO,
LENDAS E
MITOS E
CURIOSIDADES
INTRODUÇÃO
A etimologia da palavra folclore nos leva aos dois termos em
inglês: Folk e lore, cujos significados são respectivamente: povo e
conhecimento. Traduzindo ao “pé-da-letra” seria algo como conhecimento
de um povo ou conhecimento popular.
O termo folclore teve origem em meados do século XIX. Cunhado
pelo arqueólogo inglês William John Thoms, que viveu entre 1803 e
1885, o termo foi usado pela primeira vez pelo cientista no dia 22 de
agosto de 1846 em um artigo publicado “na revista The Athenaeum (...)
William John Thoms estendeu a aplicabilidade do termo, fazendo
referências aos costumes, lendas, superstições dos tempos antigos”.
Entendemos folclore como o repertório de histórias populares (mitos
e lendas) de uma determinada sociedade, que são repassadas oralmente
de uma geração a outra ao longo da história de um povo.
O dicionário Aurélio apresenta três definições para folclore:
“1.Conjunto das tradições, conhecimentos ou crenças populares
expressas em provérbios, contos ou canções. 2.Conjunto das canções
populares de uma época ou região. 3.Estudo e conhecimento das
tradições de um povo, expressas nas suas lendas, crenças, canções e
costumes; demologia, demopsicologia”. (AURÉLIO, 2005).
A definição, o conceito mais sólido de folclore nos é dado pela Carta
do Folclore Brasileiro, aprovada em 1951. Segundo o documento:
“Folclore é o conjunto das criações culturais de uma comunidade,
baseado nas suas tradições expressas individual ou coletivamente,
representativo de sua identidade social. Constituem-se fatores de
identificação da manifestação folclórica: aceitação coletiva,
tradicionalidade, dinamicidade, funcionalidade. Ressaltamos que
entendemos folclore e cultura popular como equivalentes, em sintonia
com o que preconiza a UNESCO” (BRASIL, Carta do Folclore Brasileiro,
1951).
CONCEITO
Podemos definir o folclore como um conjunto de mitos e lendas que as
pessoas passam de geração para geração. Muitos nascem da pura
imaginação das pessoas, principalmente dos moradores das regiões do
interior do Brasil. Muitas destas histórias foram criadas para passar
mensagens importantes ou apenas para assustar as pessoas. O folclore
pode ser dividido em lendas e mitos. Muitos deles deram origem às festas
populares, que ocorrem pelos quatro cantos do país.
As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente
através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com
acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar
explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.
Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico.
Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da
natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este
objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam
como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre
perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e
personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar
sentido a vida e ao mundo.
LENDAS
A LENDA DO GUARANÁ
Conta a lenda que um casal de índios Maués, viviam juntos a muitos anos e ainda não tinham
filhos. Um dia, pediram a Tupã para dar-lhes uma criança. Tupã atendeu o desejo do casal e
deu-lhes um lindo menino, que cresceu cheio de graça e beleza e se tornou querido de toda a
tribo. No entanto, Jurupari, o Deus da escuridão e do mal, sentia muita inveja do menino e
decidiu matá-lo. Certo dia, quando o menino foi coletar frutos na floresta, Jurupari aproveitou
para se transformar numa serpente venenosa e matar o menino. Neste momento, fortes
trovões ecoaram por toda a aldeia, e relâmpagos luziam no céu em protesto. A mãe,
chorando em desespero ao achar seu filho morto, entendeu que os trovões eram uma
mensagem de Tupã. Em sua crença, Tupã dizia-lhe que deveria plantar os olhos da criança e
que deles nasceria uma nova planta, dando saborosos frutos, que fortaleceria os jovens e
revigoraria os velhos. E os índios, plantaram os olhos da criança e regavam todos os dias.
Logo mais, nesse lugarzinho onde foi enterrado os olhos do indiozinho, nasceu o Guaraná,
cujos frutos, negros como azeviche, envoltos por uma orla branca em sementes rubras, são
muito semelhantes aos olhos dos seres humanos.
LENDA DOS DIAMANTES
Segundo a lenda, um casal de índios vivia, juntamente com sua tribo, à beira de um rio da região
Centro-Oeste. Ele, um guerreiro poderoso e valente, chamava-se Itagibá, que significa “braço forte”.
Ela, uma jovem e bela moça, tinha o nome de Potira, que quer dizer “flor”. Viviam os dois muito
felizes, quando sua tribo foi atacada por outros selvagens da vizinhança. Começou a guerra e Itagibá
teve que acompanhar os outros guerreiros que
iam lutar contra o inimigo. Quando se despediram, Potira não deixou cair uma só lágrima, mas seguiu,
com o olhar muito triste, o marido que se afastava em sua canoa que descia o rio. Todos os dias,
Potira, com muita saudade, ia para a margem do rio, esperar o esposo. Passou-se muito tempo.
Quando os guerreiros da tribo regressaram à sua taba, Itagibá não estava entre eles. Potira soube,
então, que seu marido morreu lutando bravamente. Ao receber essa notícia, a jovem índia chorou
muito. E passou o resto da vida a chorar. Tupã, o deus dos indíos, ficou com dó e transformou as
lágrimas de Potira em diamantes, que se misturaram com a areia do rio. É por isso, dizem, que os
diamantes são encontrados entre os cascalhos e areias do rio. Os diamantes são as lágrimas de
saudade e de amor da índia Potira.
A LENDA DA LUA
Naquele tempo não existiam estrelas ou lua. E a noite era tão escura que todos se encolhiam dentro de
casa com medo dela. Na tribo, só uma índia não tinha medo. Ela era uma índia clara e muito bonita,
mas era diferente das outras. E por ser diferente, nenhum índio queria namorar com ela, e as índias
não conversavam com ela. Sentindo-se só, começou a andar pelas noites. Todos ficavam surpresos
com aquilo, e quando ela voltava, dizia a todos que não havia perigo. Mas havia outra índia, feia e
escura, que ficou com inveja da índia clara. E por isso, tentou sair uma noite também. Mas não
conseguiu enxergar na escuridão e tropeçou nas pedras, cortou os pés nos gravetos e se assustou com
os morcegos. Cheia de raiva, foi conversar com a cascavel. – Cascavel, quero que morda o calcanhar
da índia branca para que ela fique escura, feia e velha, e que ninguém mais goste dela. Na mesma
hora, a cascavel se pôs a esperar a índia clara. Quando ela passou, deu o bote. Mas a índia tinha os
pés calçados com duas conchas e os dentes da cobra se quebraram. A cobra começou a amaldiçoá-la e
a índia perguntou porque ia fazer aquilo com ela. A cascavel respondeu: – Porque a índia escura
mandou. Ela não gosta de você e quer que você fique escura, feia e velha. A índia branca ficou muito
triste com tudo aquilo. Não poderia viver com pessoas que não gostassem dela. E não aguentava mais
ser diferente dos outros índios, tão branca e sem medo do escuro. Então, fez uma linda escada de
cipós e pediu para que sua amiga coruja a amarasse no céu. Subiu tanto, que ao chegar ao céu estava
exausta. Então dormiu numa nuvem e se transformou num belíssimo astro redondo e iluminado. Era a
lua. A índia escura olhou para ela e ficou cega. Foi se esconder com a cascavel em um buraco. E os
índios adoraram a lua, que iluminava suas noites, e sonharam em construir outra escada para poder ir
ao céu encontrar a bela índia.
A LENDA DO SOL
Existia apenas escuridão na Terra e só as estrelas pequenas é que brilhavam!
Mas havia tambem uma indiazinha que se chamava Lilandra e gostava de dançar em
homenagem àquela estrelinha tão fraquinha e rosada que aparecia no céu.
Muitos índios não entendiam porque ela fazia aquilo. Eles achavam que ela estava
provocando a ira dos deuses que davam comida e abrigo para a aldeia.
Uma reunião foi feita, inclusive com seus pais, e decidiram que se ela dançasse de novo seria
severamente punida, pois ela estava colocando em risco toda a aldeia.
De nada adiantou alertá-la, pois ela continuava dançando e ainda dizia:
- Sabe...? Um dia aquela estrelinha será muito forte e vai iluminar todo mundo!
Isso irritou muito o chefe da tribo que decidiu puní-la afastando-a da aldeia.
Ela foi andando, e chorava muito.
No meio da floresta ela parou, perto de um riacho. Seus olhos ainda lacrimejados. Olhou para
a água e viu o reflexo da estrelinha.
Com uma tristeza enorme, ela pulou de encontro ao reflexo e nunca mais submergiu daquele
riacho.
A noite começou a virar dia.
Os índios, assustados, cantavam e dançavam para seus deuses, procurando a salvação.
Aos poucos, caíam... Pois estavam morrendo de calor e de sede.
Aquela estrelinha agora tinha um brilho täo forte que os índios que olharam para ela ficavam
cegos.
Essa tribo desapareceu completamente...
Lilandra ainda está com o Sol! É só fechar os olhos quando o Sol estiver bem forte e sentirá
alguém passando por volta dele... ela estará lá sempre, para proteger aquela estrelinha que
nos dá luz e calor!
ALGUMAS OUTRAS LENDAS, MITOS E
CONTOS FOLCLÓRICOS DO BRASIL
BOITATÁ
Representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e matar
aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros
do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560.
Na região nordeste, o boitatá é conhecido como "fogo que corre".
BOTO
Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na região amazônica. Ele é representado por um homem jovem,
bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas. Após a conquista, leva as jovens para a beira de um
rio e as engravida. Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se em um
boto.
CURUPIRA
Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por
um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a
natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.
LOBISOMEM
Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite
de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia.
Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em
seu coração seria capaz de matá-lo.
MÃE-D'ÁGUA
Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãe-d'água : a sereia. Este
personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os
homens e levá-los para o fundo das águas.
CORPO-SECO
É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi
muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua
morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.
PISADEIRA
É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de
ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio.
MULA-SEM-CABEÇA
Surgido na região interior, conta que uma mulher teve um romance com um padre. Como castigo, em todas as
noites de quinta para sexta-feira é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto
solta fogo pelas narinas.
MÃE-DE-OURO
Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em
alguns mitos como sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de
uma mulher bonita que habita cavernas e após atrair homens casados, os faz largar suas famílias.
SACI-PERERÊ
O saci-pererê é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e
com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso.
Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.
COMADRE FLORZINHA
É uma fada pequena que vive nas florestas do Brasil. Vaidosa e maliciosa possui cabelos compridos e enfeitados
com flores coloridas. Vive para proteger a fauna e a flora. Junto com suas irmãs, vivem aplicando sustos e
travessuras nos caçadores e pessoas que tentam desmatar a floresta.
CURIOSIDADES
- É comemorado com eventos e festas, no dia 22 de Agosto, aqui no Brasil, o Dia do Folclore.
- Em 2005, foi criado do Dia do Saci, que deve ser comemorado em 31 de outubro. Festas folclóricas
ocorrem nesta data em homenagem a este personagem. A data, recém criada, concorre com a forte
influência norte-americana em nossa cultura, representanda pela festa do Halloween - Dia das
Bruxas.
- Nem tudo é folclore. Para ser considerada uma legítima representação folclórica, é necessario que
se enquadre em algumas características: ter origem anônima, ser antiga e popular, tradicional numa
determinada região (sendo praticada e divulgada por muitas pessoas) e ter se espalhado através
da transmissão oral (famoso boca a boca).
- Muitas festas populares, que ocorrem no mês de Agosto, possuem temas folclóricos como
destaque e também fazem parte da cultura popular.

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Folcore

  • 2. INTRODUÇÃO A etimologia da palavra folclore nos leva aos dois termos em inglês: Folk e lore, cujos significados são respectivamente: povo e conhecimento. Traduzindo ao “pé-da-letra” seria algo como conhecimento de um povo ou conhecimento popular. O termo folclore teve origem em meados do século XIX. Cunhado pelo arqueólogo inglês William John Thoms, que viveu entre 1803 e 1885, o termo foi usado pela primeira vez pelo cientista no dia 22 de agosto de 1846 em um artigo publicado “na revista The Athenaeum (...) William John Thoms estendeu a aplicabilidade do termo, fazendo referências aos costumes, lendas, superstições dos tempos antigos”. Entendemos folclore como o repertório de histórias populares (mitos e lendas) de uma determinada sociedade, que são repassadas oralmente de uma geração a outra ao longo da história de um povo. O dicionário Aurélio apresenta três definições para folclore: “1.Conjunto das tradições, conhecimentos ou crenças populares expressas em provérbios, contos ou canções. 2.Conjunto das canções populares de uma época ou região. 3.Estudo e conhecimento das tradições de um povo, expressas nas suas lendas, crenças, canções e costumes; demologia, demopsicologia”. (AURÉLIO, 2005). A definição, o conceito mais sólido de folclore nos é dado pela Carta do Folclore Brasileiro, aprovada em 1951. Segundo o documento: “Folclore é o conjunto das criações culturais de uma comunidade, baseado nas suas tradições expressas individual ou coletivamente, representativo de sua identidade social. Constituem-se fatores de identificação da manifestação folclórica: aceitação coletiva, tradicionalidade, dinamicidade, funcionalidade. Ressaltamos que entendemos folclore e cultura popular como equivalentes, em sintonia com o que preconiza a UNESCO” (BRASIL, Carta do Folclore Brasileiro, 1951).
  • 3. CONCEITO Podemos definir o folclore como um conjunto de mitos e lendas que as pessoas passam de geração para geração. Muitos nascem da pura imaginação das pessoas, principalmente dos moradores das regiões do interior do Brasil. Muitas destas histórias foram criadas para passar mensagens importantes ou apenas para assustar as pessoas. O folclore pode ser dividido em lendas e mitos. Muitos deles deram origem às festas populares, que ocorrem pelos quatro cantos do país. As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais. Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido a vida e ao mundo.
  • 4. LENDAS A LENDA DO GUARANÁ Conta a lenda que um casal de índios Maués, viviam juntos a muitos anos e ainda não tinham filhos. Um dia, pediram a Tupã para dar-lhes uma criança. Tupã atendeu o desejo do casal e deu-lhes um lindo menino, que cresceu cheio de graça e beleza e se tornou querido de toda a tribo. No entanto, Jurupari, o Deus da escuridão e do mal, sentia muita inveja do menino e decidiu matá-lo. Certo dia, quando o menino foi coletar frutos na floresta, Jurupari aproveitou para se transformar numa serpente venenosa e matar o menino. Neste momento, fortes trovões ecoaram por toda a aldeia, e relâmpagos luziam no céu em protesto. A mãe, chorando em desespero ao achar seu filho morto, entendeu que os trovões eram uma mensagem de Tupã. Em sua crença, Tupã dizia-lhe que deveria plantar os olhos da criança e que deles nasceria uma nova planta, dando saborosos frutos, que fortaleceria os jovens e revigoraria os velhos. E os índios, plantaram os olhos da criança e regavam todos os dias. Logo mais, nesse lugarzinho onde foi enterrado os olhos do indiozinho, nasceu o Guaraná, cujos frutos, negros como azeviche, envoltos por uma orla branca em sementes rubras, são muito semelhantes aos olhos dos seres humanos. LENDA DOS DIAMANTES Segundo a lenda, um casal de índios vivia, juntamente com sua tribo, à beira de um rio da região Centro-Oeste. Ele, um guerreiro poderoso e valente, chamava-se Itagibá, que significa “braço forte”. Ela, uma jovem e bela moça, tinha o nome de Potira, que quer dizer “flor”. Viviam os dois muito
  • 5. felizes, quando sua tribo foi atacada por outros selvagens da vizinhança. Começou a guerra e Itagibá teve que acompanhar os outros guerreiros que iam lutar contra o inimigo. Quando se despediram, Potira não deixou cair uma só lágrima, mas seguiu, com o olhar muito triste, o marido que se afastava em sua canoa que descia o rio. Todos os dias, Potira, com muita saudade, ia para a margem do rio, esperar o esposo. Passou-se muito tempo. Quando os guerreiros da tribo regressaram à sua taba, Itagibá não estava entre eles. Potira soube, então, que seu marido morreu lutando bravamente. Ao receber essa notícia, a jovem índia chorou muito. E passou o resto da vida a chorar. Tupã, o deus dos indíos, ficou com dó e transformou as lágrimas de Potira em diamantes, que se misturaram com a areia do rio. É por isso, dizem, que os diamantes são encontrados entre os cascalhos e areias do rio. Os diamantes são as lágrimas de saudade e de amor da índia Potira. A LENDA DA LUA Naquele tempo não existiam estrelas ou lua. E a noite era tão escura que todos se encolhiam dentro de casa com medo dela. Na tribo, só uma índia não tinha medo. Ela era uma índia clara e muito bonita, mas era diferente das outras. E por ser diferente, nenhum índio queria namorar com ela, e as índias não conversavam com ela. Sentindo-se só, começou a andar pelas noites. Todos ficavam surpresos com aquilo, e quando ela voltava, dizia a todos que não havia perigo. Mas havia outra índia, feia e escura, que ficou com inveja da índia clara. E por isso, tentou sair uma noite também. Mas não conseguiu enxergar na escuridão e tropeçou nas pedras, cortou os pés nos gravetos e se assustou com os morcegos. Cheia de raiva, foi conversar com a cascavel. – Cascavel, quero que morda o calcanhar da índia branca para que ela fique escura, feia e velha, e que ninguém mais goste dela. Na mesma hora, a cascavel se pôs a esperar a índia clara. Quando ela passou, deu o bote. Mas a índia tinha os pés calçados com duas conchas e os dentes da cobra se quebraram. A cobra começou a amaldiçoá-la e a índia perguntou porque ia fazer aquilo com ela. A cascavel respondeu: – Porque a índia escura mandou. Ela não gosta de você e quer que você fique escura, feia e velha. A índia branca ficou muito triste com tudo aquilo. Não poderia viver com pessoas que não gostassem dela. E não aguentava mais ser diferente dos outros índios, tão branca e sem medo do escuro. Então, fez uma linda escada de cipós e pediu para que sua amiga coruja a amarasse no céu. Subiu tanto, que ao chegar ao céu estava exausta. Então dormiu numa nuvem e se transformou num belíssimo astro redondo e iluminado. Era a lua. A índia escura olhou para ela e ficou cega. Foi se esconder com a cascavel em um buraco. E os índios adoraram a lua, que iluminava suas noites, e sonharam em construir outra escada para poder ir ao céu encontrar a bela índia.
  • 6. A LENDA DO SOL Existia apenas escuridão na Terra e só as estrelas pequenas é que brilhavam! Mas havia tambem uma indiazinha que se chamava Lilandra e gostava de dançar em homenagem àquela estrelinha tão fraquinha e rosada que aparecia no céu. Muitos índios não entendiam porque ela fazia aquilo. Eles achavam que ela estava provocando a ira dos deuses que davam comida e abrigo para a aldeia. Uma reunião foi feita, inclusive com seus pais, e decidiram que se ela dançasse de novo seria severamente punida, pois ela estava colocando em risco toda a aldeia. De nada adiantou alertá-la, pois ela continuava dançando e ainda dizia: - Sabe...? Um dia aquela estrelinha será muito forte e vai iluminar todo mundo! Isso irritou muito o chefe da tribo que decidiu puní-la afastando-a da aldeia. Ela foi andando, e chorava muito. No meio da floresta ela parou, perto de um riacho. Seus olhos ainda lacrimejados. Olhou para a água e viu o reflexo da estrelinha. Com uma tristeza enorme, ela pulou de encontro ao reflexo e nunca mais submergiu daquele riacho. A noite começou a virar dia. Os índios, assustados, cantavam e dançavam para seus deuses, procurando a salvação. Aos poucos, caíam... Pois estavam morrendo de calor e de sede. Aquela estrelinha agora tinha um brilho täo forte que os índios que olharam para ela ficavam cegos. Essa tribo desapareceu completamente... Lilandra ainda está com o Sol! É só fechar os olhos quando o Sol estiver bem forte e sentirá alguém passando por volta dele... ela estará lá sempre, para proteger aquela estrelinha que nos dá luz e calor!
  • 7. ALGUMAS OUTRAS LENDAS, MITOS E CONTOS FOLCLÓRICOS DO BRASIL BOITATÁ Representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560. Na região nordeste, o boitatá é conhecido como "fogo que corre". BOTO Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na região amazônica. Ele é representado por um homem jovem, bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas. Após a conquista, leva as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se em um boto.
  • 8. CURUPIRA Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira. LOBISOMEM Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo. MÃE-D'ÁGUA Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãe-d'água : a sereia. Este
  • 9. personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas. CORPO-SECO É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada. PISADEIRA É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio. MULA-SEM-CABEÇA Surgido na região interior, conta que uma mulher teve um romance com um padre. Como castigo, em todas as
  • 10. noites de quinta para sexta-feira é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas. MÃE-DE-OURO Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e após atrair homens casados, os faz largar suas famílias. SACI-PERERÊ O saci-pererê é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas. COMADRE FLORZINHA É uma fada pequena que vive nas florestas do Brasil. Vaidosa e maliciosa possui cabelos compridos e enfeitados com flores coloridas. Vive para proteger a fauna e a flora. Junto com suas irmãs, vivem aplicando sustos e travessuras nos caçadores e pessoas que tentam desmatar a floresta.
  • 11. CURIOSIDADES - É comemorado com eventos e festas, no dia 22 de Agosto, aqui no Brasil, o Dia do Folclore. - Em 2005, foi criado do Dia do Saci, que deve ser comemorado em 31 de outubro. Festas folclóricas ocorrem nesta data em homenagem a este personagem. A data, recém criada, concorre com a forte influência norte-americana em nossa cultura, representanda pela festa do Halloween - Dia das Bruxas. - Nem tudo é folclore. Para ser considerada uma legítima representação folclórica, é necessario que se enquadre em algumas características: ter origem anônima, ser antiga e popular, tradicional numa determinada região (sendo praticada e divulgada por muitas pessoas) e ter se espalhado através da transmissão oral (famoso boca a boca). - Muitas festas populares, que ocorrem no mês de Agosto, possuem temas folclóricos como destaque e também fazem parte da cultura popular.