O projeto estético e ideológico do modernismo brasileiro
1. CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, EDUCAÇÃO E LETRAS
CAMPUS DE MARECHAL RONDON
LITERATURA BRASILEIRA II
O PROJETO ESTÉTICO E IDEOLÓGICO DO MODERNISMO
PROF. PAULO KONZEN
2. MODERNISMO BRASILEIRO:
O CONTEXTO HISTÓRICO
Nas primeiras décadas do século XX, o Brasil passou por uma rápida transformação econômica, social,
política e cultural, que se gestava há algum tempo. Isto porque a implantação do novo regime, que
havia acenado para mudanças que redefiniriam a conjuntura nacional, com a implantação da
democracia, a separação entre Estado e Igreja e a possibilidade do voto (ainda que com exceções),
prosseguia com a manutenção da política oligárquica, do coronelismo e das “relações federativas”, não
tornando favorável a participação popular na Primeira República.
VISCARDI, Cláudia Maria Ribeiro. O teatro das oligarquias: uma revisão da política do “café com leite”. Belo Horizonte: ComArte, 2001, p. 11.
As diversas transformações tiveram início ainda no Império, com a abolição da escravatura e a
passagem para relações capitalistas de produção, as quais propiciaram a ampliação do mercado
interno e da divisão social do trabalho, sendo motivada pelo processo de urbanização e pela vinda dos
imigrantes europeus.
LINHARES, Maria Yedda Linhares (Org.). História geral do Brasil. 9. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1990, p. 183.
Paralelamente, deslocam-se ou marginalizam-se os antigos escravos em diversos locais do país, o que,
por consequência, aumenta as fileiras da pequena classe média, da classe operária e do
subproletariado.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 8. ed. São Paulo: Edusp, 2000, p. 32.
3. MODERNISMO BRASILEIRO:
O CONTEXTO HISTÓRICO
Separam-se, cada vez mais, as estruturas da vida pública nacional: de um lado, arranjos políticos
manejados pelas oligarquias rurais, e de outro, os novos extratos sócio-econômicos não representados
pelo poder oficial. Desse quadro, emergem diversos movimentos sociais e urbanos, em tempos e lugares
diferentes, os quais expressavam a insatisfação com a nova ordem: Cangaço, Canudos, Contestado,
Movimento Operário, Revolta da Vacina, Revolta da Chibata, Revolta do Forte de Copacabana, Coluna
Prestes e o surgimento do Partido Comunista Brasileiro. No conjunto, estas manifestações testemunhavam
o estado geral de uma nação que se desenvolvia à custa de graves desequilíbrios, construindo-se como
respostas do povo contra a situação de miséria e opressão em que vivia.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 2. ed. São Paulo: Cultrix, 1974, p. 341.
No âmbito cultural, embora as preferências estéticas fossem pelo eclético e europeizado, desde a primeira
década do século XX já era possível detectar um anseio de renovação em alguns espíritos vanguardistas e
inconformados, de diversos setores da sociedade, que discordavam dos valores antigos e tradicionais. Essa
fase de transição foi periodizada estilisticamente como “sincretismo” e encerra todos os germes que irão
desenvolver-se no modernismo. Nesse período, destaca-se a valorização do Brasil do interior através de
Euclides da Cunha e Monteiro Lobato. Nesse momento, já se revelava um processo de afirmação da
identidade nacional brasileira, uma tentativa de construção sociocultural na qual o povo brasileiro se
reconhecesse. Em substituição aos tais valores conservacionistas, surge uma “tendência dinâmica”,
propondo uma superação constante, baseada na ideia de “modernidade”.
COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. São Paulo: Global; Rio de Janeiro:
Fundação Biblioteca Nacional/ABL, 2001, p. 1083.
4. UMA CULTURA BRASILEIRA
No movimento modernista brasileiro, apoiado nas vanguardas
europeias, os autores defendiam a identidade nacional,
propondo uma revisão do fazer literário: reivindicavam um
sistema gramatical brasileiro, uma ruptura com a dicção retórica
portuguesa. Seus princípios consistiam na ideia de uma cultura
popular como bem a ser preservado e vetor determinante de
nossa identidade. O modernismo brasileiro afirmou-se
sobretudo como movimento “abrasileirador” da cultura.
5. O PROJETO MODERNISTA
A ideia de destruição proposta pelos modernistas tinha como objetivo,
em um primeiro momento, o rompimento com estéticas passadas, em
especial a parnasiana: a ênfase oratória, a eloquência, o culto da rima
rica, da linguagem classicizante e lusitanizante. A proposta inicial do
movimento consistia numa ruptura das subordinações acadêmicas;
destruição do espírito conservador e conformista; demolição de tabus e
preconceitos e defesa do direito à pesquisa estética, atualização da
inteligência artística e estabilização de uma consciência criadora
nacional. Os modernistas valorizaram a incorporação de gírias e de
sintaxe irregular, a aproximação da linguagem oral de vários segmentos
da sociedade, a reconstrução da cultura brasileira e a revisão crítica da
história e das tradições culturais do país.
6. O NACIONALISMO
O nacionalismo surge no horizonte do grupo modernista apenas
em 1924. O ataque ao “passadismo” é substituído pela ênfase na
elaboração de uma cultura nacional. Os ideais passam a ser
ideológicos, discutindo o nacional e o popular em nossa literatura.
Celebram o primitivismo, isto é, nossas origens indígenas e não
europeias, apoiando-se no folclore, nos aspectos míticos e lendários
da cultura popular. Os autores do Modernismo buscaram no índio e
no negro os elementos primordiais da cultura brasileira, além de
buscar retratar a mistura de culturas e raças existentes no país.
Contudo, o nacionalismo modernista não se caracteriza pelo
ufanismo romântico. Assume agora uma perspectiva crítica, um tom
anárquico e desabusado.
COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. São Paulo: Global;
Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional/ABL, 2001, p. 1089-1092.
7. A SEMANA DE ARTE MODERNA
Na década de 1920, a cidade de São Paulo era
considerada a cidade mais moderna de todo o Brasil.
Moderna em todos os sentidos, tanto nos aspectos
positivos, quanto nos aspectos negativos da
modernidade. Já nessa época mostrava uma grande
desigualdade: de um lado os grandes proprietários de
indústrias, a alta sociedade cafeeira, símbolos da
riqueza, e de outro os operários, os imigrantes, símbolos
da miséria e da exploração. Influenciadas pelas
vanguardas europeias e pelo Modernismo português, as
manifestações modernas no Brasil começam a aparecer
muito antes da Semana de Arte Moderna de 1922.
8. ANTECEDENTES DA SEMANA DE 22
Entre os principais antecedentes da Semana estão: a volta de
Oswald de Andrade da Europa, onde entrou em contato com
as inovações propostas pelos movimentos de vanguarda,
principalmente com o Futurismo de Marinetti; a primeira
exposição dos quadros expressionistas de Lasar Segall; a
fundação da Revista Orpheu, símbolo do Modernismo em
Portugal; a publicação de vários livros dos autores que
participariam mais tarde da Semana de 22 e o grande estopim
e a grande mola propulsora do Modernismo, segundo muitos
estudiosos: a exposição da pintora Anita Malfatti, que
recebeu uma forte crítica de Monteiro Lobato, no artigo
intitulado “Paranóia ou Mistificação?”.
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15. OS GRUPOS MODERNISTAS
Os principais movimentos ou correntes do modernismo brasileiro :
MOVIMENTO PAU-BRASIL
MOVIMENTO VERDE-AMARELO
MOVIMENTO ANTROPOFÁGICO
Após a realização da Semana de Arte Moderna, muitos dos artistas e escritores da
época reuniram-se em torno de projetos coletivos, tais como as revistas de
divulgação das ideias modernistas:
REVISTA KLAXON
REVISTA DE ANTROPOFAGIA
REVISTA VERDE
TERRA ROXA E OUTRAS TERRAS
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20. A LITERATURA COLONIAL
Europeus de diversas nacionalidades que aqui estiveram deixaram documentos
importantes sobre o Brasil de então. Além da Carta do Descobrimento de Pero Vaz
Caminha, destaca-se também "Duas Viagens ao Brasil" (1557), do alemão Hans
Staden, que descreve pormenorizadamente o modo de vida dos Tupinambás, dos
quais o autor foi prisioneiro em 1554. Outros textos importantes são "Viagem à
Terra do Brasil", de Jean de Léry e "As Singularidades da França-Antártica", de
André Thevet, que documentam a tentativa de colonização francesa na baía da
Guanabara. Os jesuítas também produziram obras sobre o período, como as
"Cartas", de Manuel da Nóbrega e José de Anchieta.
Esse conjunto de textos permitiu o conhecimento de diversos fatos históricos
da época. Em sua totalidade, as obras documentam diversos aspectos da
implantação do processo colonial em território brasileiro. Nesse sentido, sua
importância é indiscutível: trata-se do relato dos acontecimentos pela perspectiva
privilegiada de participantes ou testemunhas oculares.
21. A RELEITURA MODERNISTA DA
IDENTIDADE NACIONAL
A primeira geração do Modernismo vai se debruçar sobre os
textos do século 16 para propor uma nova noção de
nacionalismo, que questionava satiricamente os padrões
culturais europeus seguidos no Brasil.
A carta de Pero Vaz de Caminha é ironizada no capítulo 9
(Carta prás Icamiabas) do "Macunaíma", de Mário de
Andrade.
No livro "Pau-Brasil", Oswald de Andrade compôs vários
poemas com frases extraídas dos autores do século 16, de modo
a criar uma versão paródica do modo tradicional de narrar a
história do Brasil.
22. O primeiro momento modernista, devido ao seu caráter
anárquico e sentido destruidor, é o mais radical de todos os três
momentos desse movimento. Isso se dá devido à necessidade de
ruptura com a tradição acadêmica da época. Para conseguir isso
e para manifestar todas as ideias modernistas que as revistas e
os manifestos propunham, os modernistas, no campo da
literatura, fizeram uso de muitos recursos de linguagem:
liberdade formal, aproximação da linguagem poética com a da
prosa, metalinguagem, valorização do cotidiano etc. Além da
nova linguagem, o primeiro momento modernista também é
caracterizado pelo nacionalismo exacerbado; pela procura de
uma "língua nacional", ou seja, a língua falada pelo povo nas
ruas; pela reescritura de textos do passado, na forma de paródia;
e pela incorporação do humor e irreverência. Dentre todas essas
características, o humor e a irreverência foram as grandes
marcas da literatura desse primeiro momento modernista.
23. O Movimento Pau-Brasil, criado por Oswald
de Andrade e Tarsila do Amaral, tinha
como objetivo a redescoberta e
revalorização da cultura primitiva brasileira.
Oswald queria uma poesia de exportação,
daí o nome Pau-Brasil, nome do primeiro
produto exportado pelo Brasil.
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26. DO MANIFESTO AO LIVRO
Na obra Pau-Brasil, Oswald de Andrade põe em prática as
ideias do manifesto de mesmo nome. Na primeira parte do livro,
intitulada "História do Brasil", Oswald recupera com
surpreendente vigor poético documentos de nossa literatura de
informação. Na segunda, "Poemas da colonização", ele revê
momentos de nossa fase colonial em poemas com grande poder
de síntese. O autor relata ainda a paisagem brasileira, cenas do
cotidiano e faz poesia metalinguística. Se utiliza largamente do
verso livre e de uma linguagem extremamente simples,
aproximando-se do coloquial.
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41. Os quadros das próximas páginas fazem parte da
chamada galeria antropofágica de Tarsila do
Amaral. É com o quadro Abaporu, que tem início
o Movimento Antropofágico. Segundo a própria
artista, a ideia do movimento surgiu quando ela
resolveu dar esse quadro de presente ao então
marido Oswald de Andrade. O movimento tinha
como objetivo “devorar” a cultura estrangeira, para
reelaborá-la com autonomia.
GALERIA ANTROPOFÁGICA
42. Abaporu: termo indígena que significa “aquele que come
gente”,“antropófago”. De acordo com a crença indígena, comer o inimigo
significava assimilar suas qualidades.
49. A primeira fase, conhecida como
heróica, compreende o período de
1922 a 1930.
50. A segunda fase se estende de 1930 a 1945 e é
conhecida como a fase da consolidação das
conquistas anteriores. Essa fase subdivide-se
em dois grupos: na poesia destacam-se Carlos
Drummond de Andrade, Cecília Meireles e
Vinícius de Moraes; e a prosa é representada,
entre outros autores, por José Lins do Rego,
Graciliano Ramos e Jorge Amado.
51. A terceira fase, de 1945 em diante, é
conhecida como a fase da reflexão e
da universalidade temática. Os
principais autores desse período são:
Guimarães Rosa, Clarice Lispector e
João Cabral de Melo Neto.
52. Os principais autores da geração
heróica: Oswald de Andrade, Manuel
Bandeira, Raul Bopp, Alcântara
Machado e Mário de Andrade.
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62. DESCOBRIMENTO
Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.
Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus!
Muito longe de mim
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.
Esse homem é brasileiro que nem eu.
Mário de Andrade
63. MÁRIO DE ANDRADE:
PERSONALIDADE DO MODERNISMO BRASILEIRO
Se um movimento deve a uma grande personalidade parte significativa de
seu êxito, é inegável que, no caso do Modernismo, tanto na fase
demolidora e heróica como também em seu período mais construtivo,
essa personalidade dirigente foi a de Mário de Andrade, que, no conto, na
epopeia do Macunaíma, na poesia, na crítica e teoria literárias, na
linguagem, nos estudos folclóricos, para não referir os vários outros
setores onde sua ação se fez sentir, deixou o sinete de sua capacidade
criadora e inovadora em conquistas definitivas para a inteligência
brasileira, conquistas tão importantes como realizações positivas quanto
como lições e exemplos da genuína e correta atitude do espírito brasileiro,
de agora em diante, no que concerne à literatura, seja no aspecto temático
ou formal, na inspiração ou na técnica.
(COUTINHO, Afrânio. Introdução à literatura no Brasil. RJ: Civilização Brasileira, 1978, p. 281-282).
66. O LEGADO MODERNISTA
Ainda que não se possa desprezar a importância de escritores
e pensadores do início do século, como João do Rio, Lima
Barreto, Euclides da Cunha, dentre outros, coube na verdade
aos modernistas de São Paulo, como Oswald e Mário de
Andrade, do Nordeste, como Gilberto Freyre e Jorge de Lima e
do Sul, como Augusto Meyer e Raul Bopp, promover uma
reorientação de toda a cultura brasileira, no sentido de
aproximá-la de uma compreensão mais factual da realidade
histórica, sociológica e antropológica.
MORICONI, Ítalo. Como e por que ler a poesia brasileira do século XX. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2002, p. 31-32.
67. O LEGADO MODERNISTA
O uso de diferentes registros pode ser identificado como
elemento importante do ideário modernista, marcado pela
reação estético-literária ao conservadorismo e à estagnação que
perduravam na grande maioria das obras literárias desde o final
do século 19, sacralizando o culto da forma e os purismos
linguísticos. Em muitos dos escritos modernistas, pelo emprego
de recursos corrosivos como a paródia e a ironia, o ataque era
dirigido à noção de linguagem que, tanto na prosa como na
poesia, era a do intelectual para o intelectual, desprezando
muitas vezes a fala popular, o folclore ou qualquer outra forma de
manifestação cultural menos erudita.
(COUTINHO, Afrânio. Introdução à literatura no Brasil. RJ: Civilização Brasileira, 1978, p. 281-282).
68. É importante ressaltar aquelas características de contestação do
modernismo que libertaram os escritores brasileiros de uma
imemorial e voluntária subordinação aos cânones clássicos de
Portugal, permitindo-lhes adotar uma linguagem mais livre, mais
solta, mais natural, de inspiração regional e popular, o que
representou sem dúvida um enriquecimento e uma libertação para
a nossa língua literária, tornando realidade aquilo que os
românticos apenas tentaram fazer. Como movimento, o
modernismo se apresenta como concepção de vida, gerando um
estilo novo de enfrentar a realidade brasileira, fosse nos processos
de dominá-la, fosse nas formas de representá-la artisticamente.
(COUTINHO, Afrânio. Introdução à literatura no Brasil. RJ: Civilização Brasileira, 1978, p. 278).
O LEGADO MODERNISTA
69. O LEGADO MODERNISTA
A busca por padrões autônomos e formas autênticas que
representassem a criação estética nacional não se restringiu
ao âmbito artístico. Ela se deu igualmente no pensamento
social, segundo o qual os intelectuais procuraram criar
novos modos de tratar e compreender a cultura e a história
do Brasil, estabelecendo novas interpretações e valores para
a identidade nacional e dando início à consolidação do
pensamento sociológico brasileiro. Já o ano de 1930 inicia
um período de intensa fermentação política, social e
cultural. É na primeira metade dessa década que nascem as
primeiras tentativas de interpretação de conjunto da
história, da economia e da sociedade brasileira.
70. O LEGADO MODERNISTA
Ainda na década de 1930, a prosa literária, por meio do
romance e no conto, retrata a decadência da aristocracia
rural, a formação do proletariado urbano, a luta do
trabalhador, o êxodo rural, as cidades em rápida
transformação. Cenários estes que serviram de base para a
expansão e proliferação dos ensaios de interpretação do
país, de Gilberto Freyre, Paulo Prado, Sérgio Buarque de
Holanda e Caio Prado Júnior. Todos assentados na índole
modernista em busca da síntese explicativa dos múltiplos
aspectos da vida social brasileira e de seu desenvolvimento
histórico, em suma, de sua brasilidade.
COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. São Paulo: Global;
Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional/ABL, 2001, p. 1092-1093.