SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 47
Disciplina de reumatologia
Caso clínico l


Paciente do sexo feminino, 49 anos, 63 kg, 1,65 m, com
queixa de dor lombar e abdominal há cinco anos, com
piora há dois anos. Há nove meses havia sido
submetida à cirurgia para tratamento de hérnia de
disco lombar, com melhora discreta do quadro álgico
Caso clínico l


Na consulta inicial, queixava-se de dor lombar, com
irradiação para a região inguinal esquerda, contínua,
com intensidade da dor avaliada pela escala analógica
visual (EAV) igual a 8. Em uso de fórmula por via oral,
contendo fluoxetina, meloxicam e amitriptilina há
aproximadamente um ano
Caso clínico l


Ao exame apresentava dor à palpação do músculo
psoas e dor à rotação com flexão da coluna lombar;
palpação de discos intervertebrais e facetas articulares,
normais. Exame neurológico sem alterações.
Manobra do Psoas




Psoas – pede-se ao paciente que se deite sobre o lado não afetado e estenda sua outra perna
contra a resistência da mão do examinador. Quando positivo (dor durante a manobra), sugere
processo inflamatório adjacente ao músculo psoas.
Caso clínico l



A hipótese diagnóstica elaborada foi de síndrome
dolorosa miofascial do psoas. Para confirmação
diagnóstica foi indicada infiltração anestésica do
músculo guiada por radioscopia.O procedimento foi
realizado em centro cirúrgico, sob sedação com
midazolam e fentanil, com técnica asséptica, guiada por
radioscopia
Caso clínico l



Feito botão anestésico com lidocaína a 2% sem
adrenalina, punção única com agulha 22G, ao nível do
espaço entre a terceira e a quarta vértebras lombares. A
medicação utilizada consistiu de ropivacaína a 0,2% (6
mL) e depomedrol (80 mg).
Caso clínico l




O procedimento transcorreu sem intercorrências.
Imediatamente a paciente apresentou alivio completo
da dor, recebendo alta hospitalar em duas horas. O
diagnóstico de síndrome de dor miofascial do músculo
psoas foi confirmado.
l
Caso clínico ll
O.M.L. 43ª,sexo feminino,refere dor intensa em região periescapular esquerda
com irradiação da dor pelo membro superior. Ao exame apresenta dor
importante à palpação de uma área não superior a 5 mm de diâmetro no
músculo supra espinhal. O local apresenta contratura muscular.A palpação
provoca uma reação do paciente, de retirada, chamada de sinal do pulo (jump
sign).A ultrassonografia do ombro sugere alterações do manguito rotador.




    Trigger-point
Caso clínico lll
K.L.P. 53 anos, masculino, refere intensa dor no processo xifóide do esterno, a
dor à digitopressão do apêndice xifóide reproduz a dor, a qual é intermitente e
costuma piorar com a alimentação volumosa, com levantamento de excesso de
peso, com inclinação, curvatura ou movimento de rotação da coluna dorso-
lombar.
Conceito,manifestações
clínicas,tratamento
Conceito

A síndrome miofascial é uma síndrome dolorosa regional caracterizada por dor
muscular e tendínea,originada em um “ponto gatilho” (trigger-point) sendo a
causa mais frequente de lombalgias, cefaleias tensionais e dor orofacial.


Os pontos-gatilho são centrais e fundamentais para o diagnóstico da síndrome
miofascial.Diversas interpretações e definições destes pontos-gatilhos tem
dado origem a dificuldades diagnósticas, de tal forma que existe hoje um
consenso das características que eles devem possuir:
Características dos trigger-points

1-Dor importante à palpação de uma área não superior a 5 mm de diâmetro no
músculo
2-O ponto palpável está em área de contratura muscular
3-O ponto-gatilho provoca uma contração ou fasciculação a distância quando
palpado
4-A palpação altera a sensibilidade na zona de dor referida, seja por aumento
ou diminuição da mesma.
5- A palpação provoca uma reação do paciente, quase que esterotipada,de
retirada, defesa ou reconhecimento da dor, chamada de sinal do pulo (jump
sign)
Síndrome Miofascial-características
Dor a palpação                  Melhora com agulhamento
                                do ponto-gatilho
Mudança na intensidade da
dor localmente ou à distância   Sintomas associados
na palpação                     Otológicos
Dor na zona referida            Parestesias
Dor surda constante             Alterações funcionais
Irradiação igual no mesmo       gastrintestinais
paciente e interpacientes       Fatores contributórios
Dermografismo
1-Músculos da região cervical posterior                              8-Músculos glúteos,tensor da fáscia lata e piriforme
2-Músculos esterno-cleido-mastoideo e escaleno                       9-Retofemoral e vasto medial
3-Trapézio                                                           10-Músculos extensores e flexores do ante-braço
4-Infraespinhoso                                                     11-Músculos peitorais (maior e menor)
5-Supraespinhoso                                                     12-Músculos do pé (interósseos)
6-Elevador da escápula,rombóide e musculatura paravertebral dorsal   13- Músculos da panturrilha
7-Musculatura paravertebral lombar e quadrado lombar
Tratamento
1-Acupuntura
2-Massagem
3-Agentes tópicos
4-Agulhamento dos pontos-gatilho
5-Tratamento medicamentoso->antidepressivos, Anti-
inflamatórios e analgésicos, relaxantes musculares e
anticonvulsivantes.
6-Reabilitação
7-Suporte psicológico
Um caso de dores difusas
Relato do caso

M.T.S, 23 anos, sexo feminino refere que há 4 anos iniciou
quadro de dor musculoesquelética difusa em praticamente
todo o corpo, que piora com temperaturas baixas, esforço
físico e tensão emocional, acompanhada desde o início de
fadiga esquecimentos e distúrbios do sono. Este, não
reparador.
Diagnóstico?
O que é a Fibromialgia?
É uma síndrome clínica de evolução crônica
caracterizada por:
DOR músculo-esquelética DIFUSA acompanhada de FADIGA , DISTÚRBIOS
DO SONO e a presença de DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS (ansiedade,
depressão, além de numerosas queixas somáticas)atribuída à amplificação da
percepção da dor por sensibilização central.

Há outros sintomas associados:
• Intestino irritável
• Alterações do humor
• Pernas inquietas
• Cefaléia
Fibromialgia
Conceito de Dor Difusa
O Papel da Sensibilização Central
Qual a etiologia da fibromialgia?
Fisiopatologia da fibromialgia
Fisiopatologia da Fibromialgia:
     Sensibilização do SNC


        Normal                  Fibromialgia




 redução do fluxo sanguíneo no tálamo e núcleo caudado
Observação



Muitos estudos tem demonstrado que pacientes com
FIBROMIALGIA não detectam estímulos elétricos, de
pressão ou térmicos abaixo dos níveis normais, mas o ponto
em que estes estímulos passam a causar dor é muito baixo.
 (Arroyo & Cohen, 1993; Lautenbacher et al., 1994)
Epidemiologia
Quadro clínico da Fibromialgia
Fibromialgia e Comorbidades
Comorbidades...
Dor lombar crônica: 67% (12–33%)
Síndrome do intestino irritável: 59% (15–20%)
Distúrbio do humor: 29% (10–15%)
Distúrbio de ATM: 24% (3.7–12%)
Cefaléia tensional crônica: 23% (2–3%)
Síndrome da fadiga crônica: 18% (1%)
Fibromialgia - Diagnóstico
Diferencial
Como diagnosticar?
Critérios do American College of
Rheumatology (ACR)
Fibromialgia: prognóstico
Tratamento
Tratamento da Fibromialgia

Educação                  Anticonvulsivantes
Exercício aeróbico        Antidepressivos
Terapia cognitiva         Analgésicos
Educação do paciente      Opióides fracos
Alongamento e             Outros
fortalecimento muscular
Hidroterapia
Tratamento
Atividade Física
Modula a dor
Aumenta serotonina,GH IGF1
Regulação sist.nervoso autonômico
Hipotálamo-hipófise-adrenal
Educação
Explicar a fisiopatologia.
Explicar o papel dos aspectos emocionais.
Reassegurar a benignidade.
Explicar os fatores perpetuantes
Ser otimista.
Terapia cognitivo-comportamental
Princípios gerais do tratamento
farmacológico
Terapia individualizada



Predisposição a efeitos colaterais


Mais de uma medicação é a regra


Foco do Tratamento Farmacológico:
MELHORAR QUALIDADE DO SONO
CONTROLE DA DOR E DOS SINTOMAS
EQUILÍBRIO EMOCIONAL
MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA
FIBROMIALGIA: TRATAMENTO
Antidepressivos tricíclicos: diminuem a recaptação de serotonina e
noradrenalina. Pode também inibir os receptores NMDA (n-metil-d-aspartato).
amitriptilina12,5-25mg
ciclobenzaprina5-10mg.
Neuromoduladores:
gabapentina 600mg
Pregabalina 150mg
FIBROMIALGIA: TRATAMENTO
Inibidores seletivos da recaptação da serotonina. Ex:
fluoxetina 20-40mg. Utilizar principalmente quando houver
depressão concomitante.


Inibidores seletivos da recaptação da serotonina,
norepinefrina. Ex: duloxetina 30-60mg.


Antiparkinsoniano, pramipexol Síndrome das pernas
inquietas
Cuidado com este perfil de paciente….
Cuidado para não ser um médico
assim…
Dores musculoesqueléticas

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Apresentacao eritroblastose fetal
Apresentacao eritroblastose fetalApresentacao eritroblastose fetal
Apresentacao eritroblastose fetalFernanda Marinho
 
Semiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva Muñoz
Semiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva MuñozSemiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva Muñoz
Semiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva MuñozRilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Síndromes Abdominais
Síndromes AbdominaisSíndromes Abdominais
Síndromes Abdominaisdapab
 
Exame físico do Tórax
Exame físico do TóraxExame físico do Tórax
Exame físico do Tóraxpauloalambert
 
Vírus, procariontes, eucariontes e revestimentos celulares
Vírus, procariontes, eucariontes e revestimentos celularesVírus, procariontes, eucariontes e revestimentos celulares
Vírus, procariontes, eucariontes e revestimentos celularesCésar Milani
 
Hipertensao arterial infanc_e_adolesc sbp 2019
Hipertensao arterial infanc_e_adolesc sbp 2019Hipertensao arterial infanc_e_adolesc sbp 2019
Hipertensao arterial infanc_e_adolesc sbp 2019gisa_legal
 
Semiologia do recém nascido
Semiologia do recém nascidoSemiologia do recém nascido
Semiologia do recém nascidoLaped Ufrn
 
Icterícia Neonatal
Icterícia NeonatalIcterícia Neonatal
Icterícia Neonatalblogped1
 
Estadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de TannerEstadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de Tannerblogped1
 
Acidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosAcidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosIsmael Costa
 
Tipos de estudos epidemiológicos
Tipos de estudos epidemiológicosTipos de estudos epidemiológicos
Tipos de estudos epidemiológicosArquivo-FClinico
 
SINDROMES CORONARIANAS AGUDAS
SINDROMES CORONARIANAS AGUDASSINDROMES CORONARIANAS AGUDAS
SINDROMES CORONARIANAS AGUDASMaycon Silva
 

Was ist angesagt? (20)

Apresentacao eritroblastose fetal
Apresentacao eritroblastose fetalApresentacao eritroblastose fetal
Apresentacao eritroblastose fetal
 
Abdome agudo
Abdome agudoAbdome agudo
Abdome agudo
 
Semiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva Muñoz
Semiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva MuñozSemiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva Muñoz
Semiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva Muñoz
 
Síndromes Abdominais
Síndromes AbdominaisSíndromes Abdominais
Síndromes Abdominais
 
Figado e Vias Biliares
Figado e Vias BiliaresFigado e Vias Biliares
Figado e Vias Biliares
 
Exame físico do Tórax
Exame físico do TóraxExame físico do Tórax
Exame físico do Tórax
 
.pdf
.pdf.pdf
.pdf
 
Vírus, procariontes, eucariontes e revestimentos celulares
Vírus, procariontes, eucariontes e revestimentos celularesVírus, procariontes, eucariontes e revestimentos celulares
Vírus, procariontes, eucariontes e revestimentos celulares
 
Hipertensao arterial infanc_e_adolesc sbp 2019
Hipertensao arterial infanc_e_adolesc sbp 2019Hipertensao arterial infanc_e_adolesc sbp 2019
Hipertensao arterial infanc_e_adolesc sbp 2019
 
Semiologia do recém nascido
Semiologia do recém nascidoSemiologia do recém nascido
Semiologia do recém nascido
 
Propedeutica abdominal
Propedeutica abdominalPropedeutica abdominal
Propedeutica abdominal
 
Semiologia pediátrica
Semiologia pediátrica Semiologia pediátrica
Semiologia pediátrica
 
Sinais Vitais
Sinais VitaisSinais Vitais
Sinais Vitais
 
Icterícia Neonatal
Icterícia NeonatalIcterícia Neonatal
Icterícia Neonatal
 
Estadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de TannerEstadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de Tanner
 
Acidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosAcidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentos
 
Tipos de estudos epidemiológicos
Tipos de estudos epidemiológicosTipos de estudos epidemiológicos
Tipos de estudos epidemiológicos
 
Queimaduras
QueimadurasQueimaduras
Queimaduras
 
Laparotomia e fechamento
Laparotomia e fechamentoLaparotomia e fechamento
Laparotomia e fechamento
 
SINDROMES CORONARIANAS AGUDAS
SINDROMES CORONARIANAS AGUDASSINDROMES CORONARIANAS AGUDAS
SINDROMES CORONARIANAS AGUDAS
 

Andere mochten auch

Amputação bilateral de extremidades inferiores após acidente
Amputação bilateral de extremidades inferiores após acidenteAmputação bilateral de extremidades inferiores após acidente
Amputação bilateral de extremidades inferiores após acidenteadrianomedico
 
Ponto gatilho e dor referida.
Ponto gatilho e dor referida.Ponto gatilho e dor referida.
Ponto gatilho e dor referida.Cleusa Kochhann
 
Estação Aula Prática (Troca de dispositivo de proteção de traqueostomia))
Estação Aula Prática (Troca de dispositivo de proteção de traqueostomia))Estação Aula Prática (Troca de dispositivo de proteção de traqueostomia))
Estação Aula Prática (Troca de dispositivo de proteção de traqueostomia))cuidadoaoadulto
 
Tratamiento para el Sindrome de Dolor Miofascial
Tratamiento para el Sindrome de Dolor MiofascialTratamiento para el Sindrome de Dolor Miofascial
Tratamiento para el Sindrome de Dolor MiofascialAnakaren Mtz Ubando
 
Uso de ansioliticos na odontologia 2010
Uso de ansioliticos na odontologia 2010Uso de ansioliticos na odontologia 2010
Uso de ansioliticos na odontologia 2010Lucas Almeida Sá
 
Noções de Exame Neurológico - Parte II - Profa. Rilva
Noções de Exame Neurológico - Parte II - Profa. RilvaNoções de Exame Neurológico - Parte II - Profa. Rilva
Noções de Exame Neurológico - Parte II - Profa. RilvaRilva Lopes de Sousa Muñoz
 
RF NERVOS PERIFÉRICOS.pptx
RF NERVOS PERIFÉRICOS.pptxRF NERVOS PERIFÉRICOS.pptx
RF NERVOS PERIFÉRICOS.pptxsobramid
 
Circuito de treinamento para Boxe e MMA
Circuito de treinamento para Boxe e MMACircuito de treinamento para Boxe e MMA
Circuito de treinamento para Boxe e MMAeneck
 
Tendinios muscualres
Tendinios muscualresTendinios muscualres
Tendinios muscualresrenatanribas
 
As doenças reumáticas e seu impacto na saúde
As doenças reumáticas e seu impacto na saúdeAs doenças reumáticas e seu impacto na saúde
As doenças reumáticas e seu impacto na saúdepauloalambert
 
Trabalho de acupuntura lombociatalgia
Trabalho de acupuntura  lombociatalgiaTrabalho de acupuntura  lombociatalgia
Trabalho de acupuntura lombociatalgiaFatima Borges Silva
 
Entendendo o Core. Grazzi Favarato
 Entendendo o Core. Grazzi Favarato Entendendo o Core. Grazzi Favarato
Entendendo o Core. Grazzi FavaratoGrazzi Favarato
 

Andere mochten auch (20)

Pontos gatilho
Pontos gatilhoPontos gatilho
Pontos gatilho
 
Amputação bilateral de extremidades inferiores após acidente
Amputação bilateral de extremidades inferiores após acidenteAmputação bilateral de extremidades inferiores após acidente
Amputação bilateral de extremidades inferiores após acidente
 
Ponto gatilho e dor referida.
Ponto gatilho e dor referida.Ponto gatilho e dor referida.
Ponto gatilho e dor referida.
 
CONTRATURAS
CONTRATURASCONTRATURAS
CONTRATURAS
 
Dm pm
Dm pmDm pm
Dm pm
 
Estação Aula Prática (Troca de dispositivo de proteção de traqueostomia))
Estação Aula Prática (Troca de dispositivo de proteção de traqueostomia))Estação Aula Prática (Troca de dispositivo de proteção de traqueostomia))
Estação Aula Prática (Troca de dispositivo de proteção de traqueostomia))
 
Acunpuntura
AcunpunturaAcunpuntura
Acunpuntura
 
Modulo 05
Modulo 05Modulo 05
Modulo 05
 
Completa
CompletaCompleta
Completa
 
Tratamiento para el Sindrome de Dolor Miofascial
Tratamiento para el Sindrome de Dolor MiofascialTratamiento para el Sindrome de Dolor Miofascial
Tratamiento para el Sindrome de Dolor Miofascial
 
Uso de ansioliticos na odontologia 2010
Uso de ansioliticos na odontologia 2010Uso de ansioliticos na odontologia 2010
Uso de ansioliticos na odontologia 2010
 
Noções de Exame Neurológico - Parte II - Profa. Rilva
Noções de Exame Neurológico - Parte II - Profa. RilvaNoções de Exame Neurológico - Parte II - Profa. Rilva
Noções de Exame Neurológico - Parte II - Profa. Rilva
 
Síndrome de Eagle
Síndrome de EagleSíndrome de Eagle
Síndrome de Eagle
 
RF NERVOS PERIFÉRICOS.pptx
RF NERVOS PERIFÉRICOS.pptxRF NERVOS PERIFÉRICOS.pptx
RF NERVOS PERIFÉRICOS.pptx
 
Circuito de treinamento para Boxe e MMA
Circuito de treinamento para Boxe e MMACircuito de treinamento para Boxe e MMA
Circuito de treinamento para Boxe e MMA
 
Tendinios muscualres
Tendinios muscualresTendinios muscualres
Tendinios muscualres
 
As doenças reumáticas e seu impacto na saúde
As doenças reumáticas e seu impacto na saúdeAs doenças reumáticas e seu impacto na saúde
As doenças reumáticas e seu impacto na saúde
 
Sindrome miofascial
Sindrome miofascialSindrome miofascial
Sindrome miofascial
 
Trabalho de acupuntura lombociatalgia
Trabalho de acupuntura  lombociatalgiaTrabalho de acupuntura  lombociatalgia
Trabalho de acupuntura lombociatalgia
 
Entendendo o Core. Grazzi Favarato
 Entendendo o Core. Grazzi Favarato Entendendo o Core. Grazzi Favarato
Entendendo o Core. Grazzi Favarato
 

Ähnlich wie Dores musculoesqueléticas

Avaliação da coluna lombar
Avaliação da coluna lombarAvaliação da coluna lombar
Avaliação da coluna lombarJunio Alves
 
Articulação de quadril
Articulação de quadrilArticulação de quadril
Articulação de quadrilAdriane Cunha
 
Discussão de casos partes moles
Discussão de casos partes molesDiscussão de casos partes moles
Discussão de casos partes molespauloalambert
 
aula coluna lombar e cervical 2015 (1).pptx
aula coluna lombar e cervical 2015 (1).pptxaula coluna lombar e cervical 2015 (1).pptx
aula coluna lombar e cervical 2015 (1).pptxMiltonRicardodeMedei
 
1333460315dor_lombar.pdf
1333460315dor_lombar.pdf1333460315dor_lombar.pdf
1333460315dor_lombar.pdfMisslenyHaruna
 
Sindrome PóS Laminectomia Failed Back Surgery Syndrome
Sindrome PóS Laminectomia   Failed Back Surgery SyndromeSindrome PóS Laminectomia   Failed Back Surgery Syndrome
Sindrome PóS Laminectomia Failed Back Surgery SyndromeMarcelo Benedet Tournier
 
1 s2.Artigo efetividade do kinesio taping na dor e uncapacidade na sindrome d...
1 s2.Artigo efetividade do kinesio taping na dor e uncapacidade na sindrome d...1 s2.Artigo efetividade do kinesio taping na dor e uncapacidade na sindrome d...
1 s2.Artigo efetividade do kinesio taping na dor e uncapacidade na sindrome d...Franklyn Alves
 
lombalgia.pdf
lombalgia.pdflombalgia.pdf
lombalgia.pdfzLazaro
 
dor viscerogenica ortopedia.pdf
dor viscerogenica ortopedia.pdfdor viscerogenica ortopedia.pdf
dor viscerogenica ortopedia.pdfBeatrizPadilha10
 
67665124-Tendinite-Da-Pata-de-Ganso.pdf
67665124-Tendinite-Da-Pata-de-Ganso.pdf67665124-Tendinite-Da-Pata-de-Ganso.pdf
67665124-Tendinite-Da-Pata-de-Ganso.pdfmennahen sylver
 
Dor lombar e dor irradiada para a perna
Dor lombar e dor irradiada para a pernaDor lombar e dor irradiada para a perna
Dor lombar e dor irradiada para a pernapauloalambert
 

Ähnlich wie Dores musculoesqueléticas (20)

Coluna lombar
Coluna lombarColuna lombar
Coluna lombar
 
Avaliação da coluna lombar
Avaliação da coluna lombarAvaliação da coluna lombar
Avaliação da coluna lombar
 
Coluna cervical
Coluna cervicalColuna cervical
Coluna cervical
 
Articulação de quadril
Articulação de quadrilArticulação de quadril
Articulação de quadril
 
Discussão de casos partes moles
Discussão de casos partes molesDiscussão de casos partes moles
Discussão de casos partes moles
 
Lesão medular
Lesão medularLesão medular
Lesão medular
 
Lesão medular
Lesão medularLesão medular
Lesão medular
 
aula coluna lombar e cervical 2015 (1).pptx
aula coluna lombar e cervical 2015 (1).pptxaula coluna lombar e cervical 2015 (1).pptx
aula coluna lombar e cervical 2015 (1).pptx
 
1333460315dor_lombar.pdf
1333460315dor_lombar.pdf1333460315dor_lombar.pdf
1333460315dor_lombar.pdf
 
Sindrome PóS Laminectomia Failed Back Surgery Syndrome
Sindrome PóS Laminectomia   Failed Back Surgery SyndromeSindrome PóS Laminectomia   Failed Back Surgery Syndrome
Sindrome PóS Laminectomia Failed Back Surgery Syndrome
 
1 s2.Artigo efetividade do kinesio taping na dor e uncapacidade na sindrome d...
1 s2.Artigo efetividade do kinesio taping na dor e uncapacidade na sindrome d...1 s2.Artigo efetividade do kinesio taping na dor e uncapacidade na sindrome d...
1 s2.Artigo efetividade do kinesio taping na dor e uncapacidade na sindrome d...
 
lombalgia.pdf
lombalgia.pdflombalgia.pdf
lombalgia.pdf
 
dor viscerogenica ortopedia.pdf
dor viscerogenica ortopedia.pdfdor viscerogenica ortopedia.pdf
dor viscerogenica ortopedia.pdf
 
Lombalgia
LombalgiaLombalgia
Lombalgia
 
67665124-Tendinite-Da-Pata-de-Ganso.pdf
67665124-Tendinite-Da-Pata-de-Ganso.pdf67665124-Tendinite-Da-Pata-de-Ganso.pdf
67665124-Tendinite-Da-Pata-de-Ganso.pdf
 
Joelho
JoelhoJoelho
Joelho
 
Cotovelo
CotoveloCotovelo
Cotovelo
 
Quadril
QuadrilQuadril
Quadril
 
Dor lombar e dor irradiada para a perna
Dor lombar e dor irradiada para a pernaDor lombar e dor irradiada para a perna
Dor lombar e dor irradiada para a perna
 
Lombalgia aguda
Lombalgia agudaLombalgia aguda
Lombalgia aguda
 

Mehr von pauloalambert (20)

Dtp 16 21 sp
Dtp 16 21 spDtp 16 21 sp
Dtp 16 21 sp
 
Dtp 15 21 sp
Dtp 15 21 spDtp 15 21 sp
Dtp 15 21 sp
 
Dtp 14 21 sp
Dtp 14 21 spDtp 14 21 sp
Dtp 14 21 sp
 
Dtp 13 21 sp
Dtp 13 21 spDtp 13 21 sp
Dtp 13 21 sp
 
Dtp 12 21 sp
Dtp 12 21 spDtp 12 21 sp
Dtp 12 21 sp
 
Dtp 11 21 sp
Dtp 11 21 spDtp 11 21 sp
Dtp 11 21 sp
 
Dtp 10 21 sp
Dtp 10 21 spDtp 10 21 sp
Dtp 10 21 sp
 
Dtp 09 21 sp
Dtp 09 21 spDtp 09 21 sp
Dtp 09 21 sp
 
DTP 08 21 SP
DTP 08 21 SPDTP 08 21 SP
DTP 08 21 SP
 
DTP 07 21
DTP 07 21DTP 07 21
DTP 07 21
 
DTP 06 21 SP
DTP 06 21 SPDTP 06 21 SP
DTP 06 21 SP
 
DTP 05 21 sp
DTP 05 21 spDTP 05 21 sp
DTP 05 21 sp
 
DTP 0421
DTP 0421DTP 0421
DTP 0421
 
DTP0321 SP
DTP0321 SPDTP0321 SP
DTP0321 SP
 
DTP 0221
DTP 0221DTP 0221
DTP 0221
 
DTP 0221
DTP 0221DTP 0221
DTP 0221
 
DTP 0121 SP
DTP 0121 SPDTP 0121 SP
DTP 0121 SP
 
Folha Cornell
Folha CornellFolha Cornell
Folha Cornell
 
Sinais meningeos 20
Sinais meningeos 20Sinais meningeos 20
Sinais meningeos 20
 
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAISANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS
 

Dores musculoesqueléticas

  • 2. Caso clínico l Paciente do sexo feminino, 49 anos, 63 kg, 1,65 m, com queixa de dor lombar e abdominal há cinco anos, com piora há dois anos. Há nove meses havia sido submetida à cirurgia para tratamento de hérnia de disco lombar, com melhora discreta do quadro álgico
  • 3. Caso clínico l Na consulta inicial, queixava-se de dor lombar, com irradiação para a região inguinal esquerda, contínua, com intensidade da dor avaliada pela escala analógica visual (EAV) igual a 8. Em uso de fórmula por via oral, contendo fluoxetina, meloxicam e amitriptilina há aproximadamente um ano
  • 4. Caso clínico l Ao exame apresentava dor à palpação do músculo psoas e dor à rotação com flexão da coluna lombar; palpação de discos intervertebrais e facetas articulares, normais. Exame neurológico sem alterações.
  • 5. Manobra do Psoas Psoas – pede-se ao paciente que se deite sobre o lado não afetado e estenda sua outra perna contra a resistência da mão do examinador. Quando positivo (dor durante a manobra), sugere processo inflamatório adjacente ao músculo psoas.
  • 6. Caso clínico l A hipótese diagnóstica elaborada foi de síndrome dolorosa miofascial do psoas. Para confirmação diagnóstica foi indicada infiltração anestésica do músculo guiada por radioscopia.O procedimento foi realizado em centro cirúrgico, sob sedação com midazolam e fentanil, com técnica asséptica, guiada por radioscopia
  • 7. Caso clínico l Feito botão anestésico com lidocaína a 2% sem adrenalina, punção única com agulha 22G, ao nível do espaço entre a terceira e a quarta vértebras lombares. A medicação utilizada consistiu de ropivacaína a 0,2% (6 mL) e depomedrol (80 mg).
  • 8. Caso clínico l O procedimento transcorreu sem intercorrências. Imediatamente a paciente apresentou alivio completo da dor, recebendo alta hospitalar em duas horas. O diagnóstico de síndrome de dor miofascial do músculo psoas foi confirmado.
  • 9. l Caso clínico ll O.M.L. 43ª,sexo feminino,refere dor intensa em região periescapular esquerda com irradiação da dor pelo membro superior. Ao exame apresenta dor importante à palpação de uma área não superior a 5 mm de diâmetro no músculo supra espinhal. O local apresenta contratura muscular.A palpação provoca uma reação do paciente, de retirada, chamada de sinal do pulo (jump sign).A ultrassonografia do ombro sugere alterações do manguito rotador. Trigger-point
  • 10. Caso clínico lll K.L.P. 53 anos, masculino, refere intensa dor no processo xifóide do esterno, a dor à digitopressão do apêndice xifóide reproduz a dor, a qual é intermitente e costuma piorar com a alimentação volumosa, com levantamento de excesso de peso, com inclinação, curvatura ou movimento de rotação da coluna dorso- lombar.
  • 12. Conceito A síndrome miofascial é uma síndrome dolorosa regional caracterizada por dor muscular e tendínea,originada em um “ponto gatilho” (trigger-point) sendo a causa mais frequente de lombalgias, cefaleias tensionais e dor orofacial. Os pontos-gatilho são centrais e fundamentais para o diagnóstico da síndrome miofascial.Diversas interpretações e definições destes pontos-gatilhos tem dado origem a dificuldades diagnósticas, de tal forma que existe hoje um consenso das características que eles devem possuir:
  • 13. Características dos trigger-points 1-Dor importante à palpação de uma área não superior a 5 mm de diâmetro no músculo 2-O ponto palpável está em área de contratura muscular 3-O ponto-gatilho provoca uma contração ou fasciculação a distância quando palpado 4-A palpação altera a sensibilidade na zona de dor referida, seja por aumento ou diminuição da mesma. 5- A palpação provoca uma reação do paciente, quase que esterotipada,de retirada, defesa ou reconhecimento da dor, chamada de sinal do pulo (jump sign)
  • 14. Síndrome Miofascial-características Dor a palpação Melhora com agulhamento do ponto-gatilho Mudança na intensidade da dor localmente ou à distância Sintomas associados na palpação Otológicos Dor na zona referida Parestesias Dor surda constante Alterações funcionais Irradiação igual no mesmo gastrintestinais paciente e interpacientes Fatores contributórios Dermografismo
  • 15. 1-Músculos da região cervical posterior 8-Músculos glúteos,tensor da fáscia lata e piriforme 2-Músculos esterno-cleido-mastoideo e escaleno 9-Retofemoral e vasto medial 3-Trapézio 10-Músculos extensores e flexores do ante-braço 4-Infraespinhoso 11-Músculos peitorais (maior e menor) 5-Supraespinhoso 12-Músculos do pé (interósseos) 6-Elevador da escápula,rombóide e musculatura paravertebral dorsal 13- Músculos da panturrilha 7-Musculatura paravertebral lombar e quadrado lombar
  • 16. Tratamento 1-Acupuntura 2-Massagem 3-Agentes tópicos 4-Agulhamento dos pontos-gatilho 5-Tratamento medicamentoso->antidepressivos, Anti- inflamatórios e analgésicos, relaxantes musculares e anticonvulsivantes. 6-Reabilitação 7-Suporte psicológico
  • 17. Um caso de dores difusas
  • 18. Relato do caso M.T.S, 23 anos, sexo feminino refere que há 4 anos iniciou quadro de dor musculoesquelética difusa em praticamente todo o corpo, que piora com temperaturas baixas, esforço físico e tensão emocional, acompanhada desde o início de fadiga esquecimentos e distúrbios do sono. Este, não reparador.
  • 20. O que é a Fibromialgia? É uma síndrome clínica de evolução crônica caracterizada por: DOR músculo-esquelética DIFUSA acompanhada de FADIGA , DISTÚRBIOS DO SONO e a presença de DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS (ansiedade, depressão, além de numerosas queixas somáticas)atribuída à amplificação da percepção da dor por sensibilização central. Há outros sintomas associados: • Intestino irritável • Alterações do humor • Pernas inquietas • Cefaléia
  • 22. O Papel da Sensibilização Central
  • 23. Qual a etiologia da fibromialgia?
  • 25. Fisiopatologia da Fibromialgia: Sensibilização do SNC Normal Fibromialgia redução do fluxo sanguíneo no tálamo e núcleo caudado
  • 26. Observação Muitos estudos tem demonstrado que pacientes com FIBROMIALGIA não detectam estímulos elétricos, de pressão ou térmicos abaixo dos níveis normais, mas o ponto em que estes estímulos passam a causar dor é muito baixo. (Arroyo & Cohen, 1993; Lautenbacher et al., 1994)
  • 28. Quadro clínico da Fibromialgia
  • 30. Comorbidades... Dor lombar crônica: 67% (12–33%) Síndrome do intestino irritável: 59% (15–20%) Distúrbio do humor: 29% (10–15%) Distúrbio de ATM: 24% (3.7–12%) Cefaléia tensional crônica: 23% (2–3%) Síndrome da fadiga crônica: 18% (1%)
  • 33. Critérios do American College of Rheumatology (ACR)
  • 34.
  • 35.
  • 38. Tratamento da Fibromialgia Educação Anticonvulsivantes Exercício aeróbico Antidepressivos Terapia cognitiva Analgésicos Educação do paciente Opióides fracos Alongamento e Outros fortalecimento muscular Hidroterapia
  • 39. Tratamento Atividade Física Modula a dor Aumenta serotonina,GH IGF1 Regulação sist.nervoso autonômico Hipotálamo-hipófise-adrenal
  • 40. Educação Explicar a fisiopatologia. Explicar o papel dos aspectos emocionais. Reassegurar a benignidade. Explicar os fatores perpetuantes Ser otimista.
  • 42. Princípios gerais do tratamento farmacológico Terapia individualizada Predisposição a efeitos colaterais Mais de uma medicação é a regra Foco do Tratamento Farmacológico: MELHORAR QUALIDADE DO SONO CONTROLE DA DOR E DOS SINTOMAS EQUILÍBRIO EMOCIONAL MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA
  • 43. FIBROMIALGIA: TRATAMENTO Antidepressivos tricíclicos: diminuem a recaptação de serotonina e noradrenalina. Pode também inibir os receptores NMDA (n-metil-d-aspartato). amitriptilina12,5-25mg ciclobenzaprina5-10mg. Neuromoduladores: gabapentina 600mg Pregabalina 150mg
  • 44. FIBROMIALGIA: TRATAMENTO Inibidores seletivos da recaptação da serotonina. Ex: fluoxetina 20-40mg. Utilizar principalmente quando houver depressão concomitante. Inibidores seletivos da recaptação da serotonina, norepinefrina. Ex: duloxetina 30-60mg. Antiparkinsoniano, pramipexol Síndrome das pernas inquietas
  • 45. Cuidado com este perfil de paciente….
  • 46. Cuidado para não ser um médico assim…