3. O Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma
doença auto-imune, crônica, do tecido
conjuntivo, com acometimento sistêmico,
de etiologia desconhecida, que atinge
principalmente mulheres dos 15 aos 35
anos de idade, embora possa ocorrer em
qualquer faixa etária.
CONCEITO
4. Incidência: 3,7 a 5,5/100 mil- No Brasil (Natal-RN)
8,7/100.000
Idade: 15 a 35 anos
Distribuição: universal
Prevalência: 14,6 a 50,8 casos/100 mil
Raça: todas. 3 a 4 x maior em negras (USA)
Sexo: Ocorre mais frequentemente em mulheres
na proporção de 8:1 a 13:1 na população adulta
Epidemiologia
5. Etiologia desconhecida, multifatorial
Multifatorial: envolvendo predisposição genética e ambiente.
Agentes infecciosos: Epstein-Barr vírus.
Drogas: procainamida, hidralazina, hidrazida etc....
Radiação ultravioleta: luz solar
Fatores hormonais: Aumento da relação estrógeno/andrógeno.
Estresse emocional
A interação de predisposição genética e fatores hormonais, ambientais e
infecciosos parece levar à perda da tolerância imunológica.à perda da tolerância imunológica.
Etiologia
7. Ativação policlonal
de linfócitos B
Falha na regulação
imunológica
Redução na função das células T supressoras
Podendo haver alteração na apoptose
Produção de auto-anticorpos
9. Formação de complexo imune local ativa o complemento.O C5a se
liga ao receptor C5a no mastócitodegranulaçãoprocesso
inflamatóriolesão tecidual
10. Manifestações clínicas
O LES é uma doença crônica, que evolui com períodos
de atividade e períodos variados em que os pacientes
ficam assintomáticos, ou pouco sintomáticos.
O comprometimento de diversos órgãos ou sistemas
pode ocorrer de forma simultânea ou sequencial.
11. Sintomas gerais
As manifestações clínicas são muito variáveis.
As queixas gerais mais freqüentes são mal-estar, febre,
fadiga, emagrecimento e falta de apetite, as quais
podem anteceder outras alterações por semanas ou
meses.
Os pacientes já poderão estar sentindo dor articular ou
muscular leve e apresentando manchas vermelhas na
pele.
12. Comprometimento cutâneo
Há muitos tipos de lesão cutânea no LES. A mais conhecida é a
lesão em asa de borboleta que é um eritema elevado atingindo as
regiões malares e dorso do nariz. Manchas eritematosas planas
ou elevadas podem aparecer em qualquer parte do corpo.
14. Lupus subagudo e discóide
Lupus subagudo
Lupus discóide
Lúpus cutâneo subagudo-
lesões pápulo-escamosas e
anulares
Lúpus profundus
15. Muitos pacientes com LES têm sensibilidade ao sol (fotosensibilidade). Assim,
estas manchas podem ser proeminentes ou unicamente localizadas em áreas
expostas à luz solar. Outras vezes, as lesões são mais profundas e deixam
cicatriz (lúpus discóide).
fotosensibilidadeFotossensibilidade
16.
17.
18. O Lupus discóide começa com uma escamação sobre a mancha
eritematosa. Com o passar do tempo a zona central atrofia e a
pele perde a cor, ficando uma cicatriz que pode ser bastante
desagradável.Queda de cabelo é muito freqüente. Os fios caem
em chumaços e muitos são encontrados no travesseiro. É sinal
de doença ativa.
31. Comprometimento articular
Artrite de pequenas articulações das mãos, dos punhos e
joelhos,simétricas,caráter intermitente.
Há poucos casos em que aparecem lesões destrutivas que
podem ser bastante graves.
O uso de corticóide por longo tempo (que muitas vezes é
indispensável) pode provocar, em cerca de 5% dos pacientes,
necrose em extremidade de ossos longos, principalmente fêmur.
32. Lúpus crônico pode provocar deformidades nas mãos
que lembram artrite reumatóide.
35. Comprometimento Renal
O envolvimento renal é definido pelos critérios do American
College of Rheumatology (ACR),pela presença de
proteinúria persistente acima de 500 mg nas 24
horas e /ou presença de cilindros celulares no
sedimento urinário desde que outras causas de alterações
na urinálise estejam afastadas (infecções do trato urinário
e efeitos de drogas.
36. Classificação da nefrite lúpica-OMSClassificação da nefrite lúpica-OMS
Tipo I: normal (A)
Tipo II: glomerulonefrite mesangial: (B)
a) com depósito mesangial
b) com hipercelularidade mesangial
Tipo III: glomerulonefrite proliferativa focal e
segmentar (C)
Tipo IV: glomerulonefrite proliferativa difusa (D)
Tipo V: glomerulonefrite membranosa (E)
40. Comprometimento neurológico
Raízes nervosas periféricas e sistema nervoso central (SNC)
em conjunto estão comprometidos em mais da metade dos
pacientes com LES.
1-Neurite periférica (ardência, formigamento, queimação,
perda de força)
2-Distúrbios do comportamento como irritabilidade, choro
fácil, quadros mais graves de depressão e mesmo psicose.
3-Convulsões (pode ser a primeira manifestação em
crianças).
4-Coréia (movimentos involuntários e não coordenados de
membros superiores e inferiores), muito mais raro.
42. Pleurite
Pneumonite aguda lúpica: febre, dispnéia e tosse,
com ou sem cianose.RX:Infiltrado acinar difuso
predominantemente nas bases, acompanhado ou
não de derrame pleural.
Hemorragia pulmonar
Hipertensão pulmonar
Comprometimento pulmonar
46. Comprometimento do sistema
digestório
Vasculite abdominal:Vasculite abdominal:
a) Pancreatitea) Pancreatite
b) Vasculite mesentérica ou isquemia intestinalb) Vasculite mesentérica ou isquemia intestinal
HepatomegaliaHepatomegalia
EsplenomegaliaEsplenomegalia
Peritonite aguda/crônicaPeritonite aguda/crônica
48. Diagnóstico
Critérios diagnósticos do LES
Na tabela a seguir estão os critérios do Colégio Americano de Reumatologia
de 1982 modificados em 1997.
1. Erupção malarErupção malar: Eritema fixo plano ou elevado sobre as regiões
malares e dorso do nariz.
2. LesãoLesão discóidediscóide:Placas eritematosas com escamação
aderente,comprometimento dos pelos e cicatrização com atrofia.
3. Foto-sensibilidadeFoto-sensibilidade:Erupção cutânea que aparece após exposição à
luz solar.
4.Úlceras oraisÚlceras orais: Ulceração de nasofaringe ou boca vista por médico.
5.ArtriteArtrite: Não erosiva comprometendo duas ou mais articulações
periféricas.
6. SerositeSerosite: Pleurite: Pleurite documentada por médico; pericardite
documentada por ECG ou médico.
49. 7. Desordem renalDesordem renal: Proteína na urina maior do que 500mg por dia ou +
++ em exame comum; cilindros de hemácias, granulosos, tubulares ou
mistos.
8.Desordem neurológicaDesordem neurológica: Convulsões ou psicose na ausência de outra
causa.
9.Desordens hematológicasDesordens hematológicas: Anemia hemolítica, menos de 4000
leucócitos/mm3 em 2 ou mais ocasiões, menos de 1500 linfócitos/mm3
em 2 ou mais ocasiões, menos de 100.000 plaquetas/mm3 na ausência
de outra causa.
10.Desordens imunológicasDesordens imunológicas:a)Anti-DNA positivo ou b)anti-Sm positivo
ou c) Anticorpo antifosfolípide (+) baseado em (I) Aumento sérico de
anticardiolipina IgG ou IgM II) Anticoagulante lúpico positivo ou III)falso
teste positivo para lues (sífilis) por mais de 6 meses com FTA-ABS
normal.
11.FAN positivoFAN positivo: Na ausência de uso das drogas que podem induzir
lúpus.
50. A presença de 4 ou mais critérios qualifica o
diagnóstico de Lúpus Eritematoso Sistêmico.
52. FANFAN (fator antinuclear(fator antinuclear) é o mais freqüente.
Anti-dsDNAAnti-dsDNA é sinal de doença ativa e geralmente
com doença renal.
Anti-SmAnti-Sm não é muito freqüente mas, quando
presente, confirma o diagnóstico.
AntinucleossomoAntinucleossomo apresenta boas correlações
com os níveis de anti-DNA e a atividade renal.
C3C3 e C4C4
AUTO-ANTICORPOSAUTO-ANTICORPOS
53. Anti Ro (SSA)Anti Ro (SSA):: Associação com síndrome de
Sjogren lupus subagudo e lupus neonatal
Anti La (SSB):Anti La (SSB): associação com Síndrome de
Sjogren
Anti-RNPAnti-RNP
Anti P ribossomalAnti P ribossomal::Associado a psicose
lúpica
Anti-histona: Associado a lupus induzido por
drogas
AUTO-ANTICORPOS
55. 1-Proteção solar1-Proteção solar
2-Dieta2-Dieta
3-Atividade física3-Atividade física
4-Tratamento adequado da Hipertensão4-Tratamento adequado da Hipertensão
arterialarterial
5-Tratamento de dislipidemia5-Tratamento de dislipidemia
Tratamento não farmacológico
56. Tratamento
Mesmo havendo protocolos internacionais para o tratamento de
doenças complexas como o LES, cada paciente tem a sua
história.
Sabemos qual o melhor medicamento para cerebrite, nefrite,
dermatite, mas os resultados são individuais. O tratamento do
lúpus não é um esquema pronto para ser executado e as
características de cada caso ditarão o que se deve fazer.
57. Os medicamentos utilizados podem provocar efeitos colateraisOs medicamentos utilizados podem provocar efeitos colaterais
importantes e devem ser manejados por profissionaisimportantes e devem ser manejados por profissionais
experientes.experientes.
Os pacientes devem estar alertas para os sintomas da doença eOs pacientes devem estar alertas para os sintomas da doença e
para as complicações que, embora raras, podem aparecer. Separa as complicações que, embora raras, podem aparecer. Se
forem prontamente manejadas é muito mais fácil solucioná-lasforem prontamente manejadas é muito mais fácil solucioná-las.
58. Tratamento Medicamentoso do Lúpus
Eritematoso Sistêmico:
Anti-inflamatórios não esteróides: Sintomáticos
Antimaláricos: Rashes, artrite
Corticosteroides: em crises severas e para tratamento de
manutenção (baixas doses)
Drogas imunossupressoras (azatioprina, methotrexate,
ciclofosfamida, etc):em crises severas (junto com
corticosteróides)
Tratamentos adicionais:
para hipertensão,infecção, lupus cerebral,trombose,desordens
hematológicas.