O documento discute espondiloartrites, um grupo de desordens inflamatórias que afetam principalmente a coluna vertebral. Apresenta os conceitos, epidemiologia, manifestações clínicas e radiológicas de condições como espondiloartrite indiferenciada, espondilite anquilosante, síndrome de Reiter e artrite psoriática. Também discute a etiopatogenia, diagnóstico e tratamento destas condições musculoesqueléticas inflamatórias.
2. Conceito
Espondiloartrites compreendem um grupo de desordens
inflamatórias inter-relacionadas com manifestações clínicas
sobrepostas e marcadores genéticos compartilhados.
4. Conceito das Espondiloartrites
Epidemiológico
Mais comum em homens
<40 anos
Prevalencia de 0,5% a 1,9%
Genético
• HLA-B27+ em 90% dos casos de EA
• Pior prognóstico axial
• Maior risco de manifestações extraarticulares
Uveíte
Balanite circinada
• Caucasianos
• Concordância em gêmeos
monozigóticos: 50-70%
13. Conceito
Doença sistêmica inflamatória crônica que afeta primariamente o esqueleto axial e
possivelmente articulações periféricas como quadril e ombros.
14. Epidemiologia
Incidência: 7,3 para 100.000/ano
Prevalência:brancos norte-americanos: 197/100.000.Em
indivíduos HLA-B27 positivos: 1 a 2% com 10 a 30% entre
parentes de primeiro grau
90% de brancos com EA possui HLA-B27 enquanto a
doença e o antígeno estão praticamente ausentes em
negros da África e em japoneses
16. MANIFESTAÇÕES ESQUELÉTICAS
AXIAL:dor torácica (costo-esternais), lombalgia e rigidez
do tipo inflamatória,perda da amplitude de movimento da
região lombo-sacra.Retificação da lordose lombar,
aumento da cifose torácica e flexão da coluna cervical.
18. Manifestações extra-articulares
Uveíte anterior aguda
Cardiovascular: aortite ascendente,insuficiência
Cardiovascular
aórtica,distúrbios de condução,cardiomegalia e
pericardite
Doença pulmonar:fibrose apical-percebida 2 décadas
pulmonar
após o início da doença-aspergilose
23. Distância occipito-parede ou tragus-parede
Limitação da mobilidade cervical decorrente da fusão das
articulações interapofisárias. Observe-se que o paciente
não consegue encostar a cabeça na parede
30. Severa cifose da coluna cervical e dorsal em EA estágio final
Paciente não
consegue olhar para
cima
31. Articulações periféricas
Dor em pontos de entesites: tuberosidades isquiáticas,
entesites
grande trocanter, processo espinhoso, junções
manubrioesternais e costocondrais, cristas ilíacas, tendão
do calcâneo, fasceíte plantar.
36. Critérios de classificação da EA
1)Lombalgia inflamatória-3
meses
4)Sacroileíte bilateral grau 2 a 4
5)Sacroileíte unilateral grau 3 a 4
2)Limitação lombar frontal e
sagital
3)Diminuição da expansibilidade
torácica
EA definida: 4 ou 5 associado a qualquer critério clínico
Nova York modificado 1985
37. Graduação radiológica da SI
0=normal
3=sacroileite moderada
1=suspeita
4=anquilose óssea
2=sacroileite mínima
41. Alterações radiológicas
Quadratura dos corpos vertebrais
Coluna em bambu
sindesmófitos vertebrais
discite
osteítes
alterações das sacro-ileítes:borramento do osso
subcondral,pseudo-alargamento,erosões e esclerose
do osso adjacente
66. Artrite Reativa
Síndrome de Reiter
Artrite asséptica geralmente assimétrica e oligoarticular após
episódio de uretrite/cervicite ou diarréia.Pode apresentar
conjuntivite, irite ou lesões mucocutâneas.
Portanto é um quadro desencadeado por infecção microbiana em um
sítio distante, geralmente trato gastrintestinal ou gêniturinário em
uma pessoa geneticamente suscetível.
( o gene HLA-B27 é o principal fator de risco genético conhecido)
67. Chlamydia tra chomatis é o agente mais comum da
uretrite não gonocócica. Shigella, Salmonella,
Yersínia ou Campylobacter são os agentes mais
comuns das infecções entéricas.
A infecção desencadeante pode ser assintomática
O termo artrite reativa é frequentemente usado quando a
identidade do fator desencadeante é conhecida.
Síndrome de Reiter é uma conotação mais restrita que
consiste de oligoartrite e conjuntivite após um episódio de
uretrite/cervicite não gonocócica ou um episódio de
diarréia.
68. A herança do gene B27 aumenta o risco em 50
vezes
A doença é mais comumente vista em adultos
jovens sexualmente ativos, principalmente no sexo
masculino quando é desencadeada por
Chlamydia Trachomatis .
69. Achados Clínicos
1. Tríade clássica: artrite,conjuntivite e uretrite (pode
clássica
não ser a manifestação inicial).
2. Manifestações articulares :Artralgias, artrites
leves ou debilitantes, recurrentes,podendo desenvolver
forma crônica caracterizada por artrites recurrentes e
clínica de sacroileíte e espondilite.Os membros inferiores
são os preferenciais. Entesites, edema em salsicha e
fasceíte plantar.
3. Irite aguda.
4. Manifestações mucocutaneas :Ceratoderma
blenorrágico, Balanite circinada, Onicólise, eritema nodoso.
5.Lesões neurológicas ou cardíacas
77. Achados radiológicos
Edema de partes moles e osteoporose
Erosões ósseas , diminuição dos espaços
Esporões mal-definidos
A coluna em bambu não é usualmente um achado
78. Diagnóstico
Anamnese + Exame Físico
VHS e PCR aumentados
Leucocitose leve e anemia
Afastar artrite gonocócica
Pode ser feito o teste da fluorescencia direta de
um esfregaço de swab de algodão da uretra ou
do canal endocervical
80. Artrite psoriática
É uma artrite inflamatória associada com psoríase.
Formas:
a) Interfalangeanas distais
b) Oligoartrite assimétrica
c) Poliartrite simétrica
d) Artrtite mutilante
e) Espondilite
86. Artrite psoriática
Swelling and deformity of the
metacarpophalangeal and
distal interphalangeal joints
Psoriatic arthritis involving the distal
phalangeal joint
88. Diagnóstico
-Presença de alterações cutâneas ou ungueais
características de psoríase.
-Fator reumatóide negativo em 95% dos casos
-VHS aumentada
-Anemia
-Ácido úrico aumentado no sangue
-RX:edema, erosão leve até destruição articular
grave, fusão óssea em alguns casos.
91. Introdução
A artrite enteropática desenvolve-se em até 20% dos pacientes com
doenças inflamatórias intestinais ( Cronh e colite ulcerativa)
geralmente como uma sinovite periférica e às vezes como artrite
axial (sacro-ileíte isoladamente ou espondilite anquilosante típica).
O HLB-27 está presente em 50% dos brancos com espondilite
enteropática.
92. Artrite Enteropática-sub-tipos periféricos
Artrite periférica Tipo I:
Artrite periférica Tipo II
<5 articulações
>5 articulações
Assimétrico
Grandes e pequenas
articulações
MMII
Duração <10 semanas
Reativação DII
Pode ser erosiva e
persistente
Independe da atividade de
DII
Associado a uveíte