[1] O documento discute sintomas e exame físico do aparelho urinário, incluindo alterações na micção, cor da urina e aspecto da urina, bem como dores de origem no sistema urinário. [2] Detalha sintomas como febre, hematúria, oligúria e incontinência urinária e suas possíveis causas. [3] Apresenta exemplos de condições como bexigoma, prostatite e cálculos renais que podem causar dor.
3. SINTOMAS DO APARELHO URINÁRIO
SINTOMAS GERAIS:
ALTERAÇÕES DA MICÇÃO
ALTERAÇÕES DA COR DA URINA
ALTERAÇÕES NO ASPECTO DA URINA
DOR DE ORIGEM NO SISTEMA URINÁRIO
4. SINTOMAS DO APARELHO URINÁRIO
SINTOMAS GERAIS:
Febre de origem no aparelho urinário:
Habitualmente é alta, de início súbito, acompanhada de calafrios e
de tremores.
Em qualquer quadro febril de origem indeterminada ou naquele
com suspeita de infecção urinária recomenda-se coleta de urina
para exame antes de se iniciar o tratamento
Quando a gravidade do quadro clínico (sinais de sepsis) exige ação
imediata, com terapêutica empírica, a cultura de urina tem seu
valor a posteriori para adequação da medicação
A técnica de coleta de urina deve ser rigorosa para evitar
interpretação equivocada dos resultados.
5. SINTOMAS DO APARELHO URINÁRIO
SINTOMAS GERAIS:
Febre:
Deve receber atenção especial pelo risco imediato de bacteremia e
de choque ou pelo tardio, de cicatrizes renais (crianças).
Além da terapêutica empírica. quando associada a obstrução do
trato urinário, é uma situação em que se discute o alívio imediato da
obstrução (intervenção)
6. SINTOMAS DO APARELHO URINÁRIO:
Sintomas expressos pelas vias urinárias podem corresponder a alterações
extra-urinárias:
-poliúria do diabetes descompensado
-hematúria em discrasias sanguíneas).
Sintomas decorrentes de lesões renais de evolução lenta, podem surgir
apenas em fases avançadas, já com substancial deterioração das suas
funções.
Sintomas podem ser bem variáveis e inespecíficos (anemia, astenia,
náuseas, vômitos, emagrecimento).
Lembrar que um adulto normal: 800 a 2500 ml de diurese em 24 hs
7. ALTERAÇÕES NA MICÇÃO
(VOLUME E RITMO URINÁRIO)
Lembrar que um adulto normal: 800 a 2500 ml de diurese em 24 hs
Oligúria: diurese inferior a 400 ml/dia (ou < 20 ml/h).
-Por redução de fluxo sanguíneo renal (desidratação, hemorragia,
insuficiência cardíaca)
-Por lesão renal direta (glomerulonefrite aguda, necrose tubular aguda).
Anúria: quando diurese é inferior a 100 ml/dia.
- obstrução bilateral das artérias renais ou dos ureteres e na necrose
cortical bilateral renal.
Poliúria: quando o volume urinário é > 2500 ml/24 hs.
-DIURESE OSMÓTICA ( diabetes mellitus descompensado)
-INCAPACIDADE DE CONCENTRAÇÃO URINÁRIA [diabetes insipidus,
hipopotassemia, SIADH, SCPS (síndrome cerebral perdedora de sal)].
-FASE POLIÚRICA DA NECROSE TUBULAR AGUDA / I. RENAL CRONICA
8. ALTERAÇÕES NA MICÇÃO
(VOLUME E RITMO URINÁRIO)
Disúria: micção associada à sensação de dor, queimor ou desconforto (cistite, prostatite,
uretrite, trauma geniturinário, irritantes uretrais, reação alérgica).
Urgência e Polaciúria: a 1ª diz respeito a necessidade imperiosa de urinar [(alterações
neurológicas e certas condições psicológicas/fisiológicas (frio e ansiedade)]. Quando
repetida (intervalos < 02 hs) com volume urinário, menor que o habitual tem-se a
POLACIÚRIA (infecção, cálculo, obstrução).
Hesitação: jato urinário custa a parecer, necessitando esforço > que o habitual
(obstrução do trato de saída da bexiga).
Nictúria ou Noctúria: necessidade de urinar durante a noite 02 ou mais vezes. Traduz
perda da capacidade de concentração (fase inicial da I.R. Crônica),retenção hídrica
durante o dia (I. Cardíaca ou Hepática) ou incapacidade de esvaziar completamente a
bexiga.
9. ALTERAÇÕES NA MICÇÃO
(VOLUME E RITMO URINÁRIO)
Retenção Urinária:
INCAPACIDADE DE ESVAZIAR A BEXIGA .
AGUDA: paciente antes normal, sente a bexiga distendida e dolorosa;
CRÔNICA: a dilatação vesical é gradual, menos dor, presentes polaciúria, hesitação, gotejamento.
À palpação abdominal, tumoração suprapúbica (BEXIGOMA). (A bexiga pode ser visível)
COMPLETA (não elimina nem quantidades mínimas de urina)
Por obstrução de uretra ou colo vesical (estenose uretral, hipertrofia e neoplasias de próstata)
NCOMPLETA (bexiga c/ certa quantidade de urina após término de ato miccional).
Bexiga neurogênica (musculatura vesical não se contrai adequada mente por lesões neuronais).
Incontinência Urinária: ELIMINAÇÃO INVOLUNTÁRIA DE URINA.
Normal em crianças até 1 e ½ anos de idade.
Pode aparecer na bexiga neurogênica, nas cistites, aos esforços (lesões tocoginecológicas)
Em idosos a hipertrofia prostática pode provocar incontinência paradoxal (transbordo)
(o acúmulo de urina aumenta a pressão intravesical, vencendo a resistência da uretra prostática).
10. ALTERAÇÕES NO RITMO DA MICÇÃO
Paraurese: Incapacidade de urinar diante de pessoas ou em ambientes
estranhos
Enurese: Micção involuntária, inconsciente,
Não confundir com incontinência (que é perda e não micção)
Fisiológica até os 4 anos
Diurna ou noturna
Não há doença do trato urinário
Ligada a fatores psicogênicos
Ligada à hereditariedade - haveria atraso na mielinização das
fibras nervosas envolvidas no arco reflexo da micção
11. ALTERAÇÕES DA COR DA URINA
Normalmente varia do amarelo-claro ao amarelo-escuro (dependendo do grau de
concentração).
Hematúria: presença anormal de eritrócitos na urina (macro ou microscópica).
Distinguir se é TOTAL, INICIAL ou TERMINAL:
Total: urina com sangue durante toda ato miccional;
Indica sangramento renal ou ureteral ou da bexiga acima do colo vesical
Ex .: Renais (glomerulonefrite aguda, necrose tubular aguda, infarto renal, rim policístico,
neoplasias, divertículos)
Sistêmicas (anemia falciforme, malaria, leptospirose, uso de anticoagulantes,
CIVD, cálculos, corpo estranho) ;
Inicial: início da micção; lesões entre uretra distal e colo vesical
(prostatite ou hipertrofia prostática, pólipos ou estenose de uretra);
Terminal: identificada no final da micção; colo vesical ou uretra posterior (neoplasia).
IMPORTANTE: hematúria ocorre de 9 a l8% da população normal.
Na anamnese verificar sintomas que acompanham (febre, dor, etc)
Lembrar que entre as causas de hematúria indolor estão tuberculose e neoplasias
Afastar as alterações por corantes vermelhos ou medicamentos (rifampicina).
12. ALTERAÇÕES DA COR DA URINA
Presença de coágulos:
Sua forma pode sugerir a origem do sangramento:
Filiformes, acompanhados de dor lombar, apontam para
origem renal – foram moldados nos ureteres;
Grosseiros, sem dor lombar, sugerem origem vesical.
Não confundir hematúria com uretrorragia.
Na uretrorragia há sangramento uretral fora das micções.
O exame clínico ajuda.
16. ALTERAÇÕES DA COR DA URINA
Hemoglobinúria: Presença de hemoglobina livre na urina.
Acompanha situações de hemólise intravascular:
Malária, leptospirose, icterícia hemolítica, hemoglobinúria paroxística not.
Mioglobinúria: Por destruição muscular maciça:
Traumas e queimaduras
Após exercícios intensos e demorados (maratonas, crises convulsivas).
Porfirinúria: coloração vermelho-vinhosa da urina, pela eliminação de
porfirinas ou seus precursores (não confundir com a cor da urina após a
ingestão de beterraba ou alguns medicamentos-Ex: rifampicina).
Expostas aos raios ultravioleta as porfirinas emitem luz vermelho fluorescente
17. ALTERAÇÕES DA COR DA URINA
Urina muito concentrada (interpretação da cor pode ser difícil)
Urina azul – Infecções , antissépticos urináriosAlimentos (beterraba e
anilinas)
Urina laranja – carotenos, energéticos, vitamina B, nitrofurantoína
Urina avermelhada ou rósea –Medicamentos: ampicilina, rifampicina e
antissépticos urinários
Urina côr de coca-cola - Produtos do metabolismo normal (pigmentos
biliares)
18. ALTERAÇÕES NO ASPECTO DA URINA
Em condições normais, o aspecto da urina é límpido, cor amarelo citrino com
odor característico.
URINA TURVA: causas diversas:
Cristalúria (oxalato de cálcio, uratos , ácido úrico, carbonatos e fosfatos de
cálcio, fosfato amoníaco magnesiano);
Depósito esbranquiçado com mau odor (associado a infecção/leucócitos).
Piúria: presença de quantidades anormais de leucócitos, conferindo aspecto
turvo à urina e mesmo, aspecto purulento.
Causa mais comum é infecção urinária.
Cilindros leucocitários no sedimento sugerem infecção dos rins e vias
urinárias altas.
Quilúria: situação rara, ocasionada por obstrução de ductos linfáticos, sendo
a linfa drenada para pelve renal.
19. ALTERAÇÕES NO ASPECTO DA URINA
URINA COM AUMENTO DE ESPUMA: eliminação de proteínas, de
forma aumentada (ex.: glomerulonefrites, nefropatia diabética,
nefrites intersticiais).
URINA COM MAU CHEIRO: o odor habitual decorre da liberação de
amônia.
- Odor fétido pode indicar infecção;
- Alguns medicamentos (vitaminas, antibióticos) também podem
alterar;
- Fecalúria: situação rara que indica fístula colo vesical.
20. DOR DE ORIGEM RENAL
O parênquima renal é insensível, sendo a distensão de sua cápsula a
responsável pela dor.
Quatro tipos principais de apresentação da dor:
DOR LOMBAR E NO FLANCO:
- Dor percebida na região lombar e flanco, profunda, com sensação de
peso, de intensidade variável, fixa e persistente, que piora com a posição
ereta. Geralmente sem náuseas e vômitos.
- Causas: Pielonefrite aguda, glomerulonefrite aguda, síndrome nefrótica,
nefrite intersticial, ruptura de cisto com infecção (em rins policísticos).
- Importante diagnóstico diferencial com dor de origem não renal:
(espasmo de musculatura lombar, espondiloartrose - palpar)
22. DOR DE ORIGEM NO SISTEMA URINÁRIO
DOR HIPOGÁSTRICA OU DOR VESICAL:
- Dor de origem no corpo da bexiga é sentida em região suprapúbica.
Quando originária da região do trígono e do colo vesical, irradia-se para uretra e
meato externo (sensação de queimação).
Retenção urinária completa aguda (bexigoma) produz dor intensa suprapúbica e
intensa vontade de urinar.
ESTRANGÚRIA OU TENESMO VESICAL:
Inflamação vesical intensa provocando emissão lenta e dolorosa de urina
decorrente de espasmo da musculatura do trígono e do colo vesical.
DOR PERINEAL:
Dor intensa referida no sacro ou no reto causada por infecção aguda de próstata
DOR TESTICULAR - Aumento no volume da bolsa testicular pode decorrer de
hidrocele, de varicocele, de orquiepididimite e de tumores
25. DOR DE ORIGEM EM CÁLCULOS NO SISTEMA URINÁRIO
“Cólica renal, cólica nefrética, crise renal”
Mais comum:
Dor lombar muito intensa, descontínua, recorrente, com irradiação para a genitália,
acompanhada de vômitos ou náuseas
O paciente relata episódios semelhantes anteriores
Dor obstrutiva ureteral tem caráter de “cólica” (descontínua e recorrente)
Dor originada no ureter aparece subitamente, geralmente secundária à obstrução, por
distensão aguda e aumento de sua peristalse.
Suspeita do nível de obstrução pode se dar pela localização da dor:
-De terço superior, pode mimetizar dor renal;
-De terço médio, pode ser referida no quadrante inferior do abdome, à direita no
ponto de McBurney (e sugerir apendicite) e à esquerda lembrando diverticulite
-Obstrução do terço distal produz sintomas de irritabilidade vesical; nos homens,
pode irradiar pela uretra até a glande e nas mulheres, para os grandes lábios
26. EXAME CLÍNICO UROLÓGICO
RINS:
-não são palpáveis na maioria dos adultos, atrás do gradeado costal e da
musculatura lombar
-Punho percussão lombar (manobra de Giordano)
-Excluir acometimento de raízes nervosas e osteomuscular
URETERES: impalpáveis
BEXIGA: - Necessita mais de 300 ml de urina para ser palpada
- Pode ser visível (bexigoma) e palpável
- A percussão permite identificar variações de volume da bexiga
- Palpação bimanual (retal e abdominal) pode ser necessária
27. EXAME CLÍNICO UROLÓGICO
PÊNIS:
-A maioria dos tumores estão no prepúcio ou na glande
-Verificar calibre e posição do meato uretral
-Epispádia, hipospádia, corda fibrosa ventral (chordee)
- Ulcerações/cálculos uretrais
BOLSA TESTICULAR E CONTEÚDO:
- atrofia testicular
- tumores
- plexo venoso pampiniforme dilatado e tortuoso (varicocele)
- evidenciada melhor com manobra de Valsalva
PRÓSTATA:
- Palpável por via retal
- Metade dos nódulos prostáticos palpáveis é maligno
- Dor importante (prostatite)
GENITAIS FEMININOS: seu exame faz parte do exame clínico urológico