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128 ARISTÓTELES
EOIPRO LIVRO IV
Na verdade, nem estão certos os que sustentam que todas
as coisas estão em repouso, nem os que defendem que todas as
coisas estão em movimento. Com efeito, se todas as coisas
25 estão em repouso, as mesmas coisas se manterão sempre ver-
dadeiras e falsas, quando [sabemos que] esse estado de coisas é
evidentemente sujeito à mudança; de fato, o próprio enuncia-
dor de uma asserção não existia num tempo e novamente virá
a não existir.163
E se todas as coisas estão em movimento, nada
será verdadeiro, ou seja, tudo será falso. Contudo, foi demons-
trado ser isso impossível; ademais, é necessário que o mutável
seja aquilo que é, uma vez que a mudança é de alguma coisa
para alguma coisa. Que se complemente que tampouco é ver-
30 dadeiro que todas as coisas estão em repouso ou em movimen-
to às vezes, mas nenhuma coisa continuamente, visto que há
algo que move continuamente o que é movído.l'" além do que
o primeiro motor
165
é ele mesmo não movido.
163. Isto é, estando submetido à geração e destruição, o indivíduo existe numa determinada e
restrita faixa de tempo, não existindo nem antes nem depois.
164. A referência de Aristóteles é à esfera dos astros fixos. Ver Livro XII, Capítulos 6 a 8.
165 .... nporrov KtVOUV... (próton kinoiini, conceito central da metafísica aristotélica. Ver Livro
XII, Capítulo 7.
METAF{SICA 129
LIVRO V EOIPRO
I LIVRO V I
1. Princípio166
significa [a] a parte de uma coisa a partir da
qual pode-se empreender o primeiro movimento. Por exemplo,
uma linha167
ou uma estrada168
tem um princípio em cada uma
das extremidades opostas; [b] o ponto a partir do qual é possí-
vel que cada coisa seja, do melhor modo, originada. Por exem-
plo, um processo de aprendizado deve, às vezes, ser principiado
não pelo que é elementar [no assunto] ou pelo ponto de partida
do assunto, mas a partir do ponto que mostra mais facilidade
para o aprendizado; [c] aquilo cuja presença determina em
primeira instância o surgimento de alguma coisa. Por exemplo,
a quilha de um navio e as fundações de uma casa, e, como
supõem alguns pensadores, no caso dos seres vivos, o cora-
ção; 169 [como pensam] outros, o cérebro.F'' e outros alguma
outra parte, seja qual for; [d] aquilo a partir de que, ainda que
não imanente à coisa, algo nasce!" e de que o movimento e a
transformação procedem primordialmente, como o filho pro-
vém do pai e da mãe, e a disputa provém do ultraje; [e] aquilo,
em conformidade com cuja escolha deliberada, o que é movido
é movido, e o que é transformado é transformado,' do 'que são
exemplos as magistraturas nas cidades, e os governos: oligar-
quias, monarquias e tiranias; [f] as artes também são chamadas
de princípios, sobretudo' as artes arquitetônicas; [g] aquilo a
partir de que uma coisa começa a ser compreensível também é
chamado de princípio da coisa, por exemplo as hipóteses das
demonstrações. (Causa pode apresentar uma quantidade seme-
lhante de distintos sentidos, já que todas as causas são princí-
pios.)
35
1013a1
5
10 
15
166. APXll (arkhê) engloba, na metafísica, os sentidos de origem, princípio e fundamento, não
tanto isoladamente, mas conjuntamente. Por outro lado, esse termo também significa auto-
ridade, poder e governo (especialmente na administração doméstica [oikonomia 1 e na po-
lítica).
167 ..... ~l1KouS ... (mekous), literalmente extensão.
!iS8. ...o8ou ... (odoü) pode significar estrada (caminho) e viagem. Tanto um conceito quanto o
outro ajusta-se igualmente à ilustração de Aristóteles.
169. De acordo com Da geração dos animais, o que supunha' o próprio Aristóteles.
170. Opinião de Platão expressa no Timeu.
171. Vem a ser, passa a existir.
130 A RISTÓTELES
EDlPRO LIVRO V
É, assim, comum a todos os princípios serem o primeiro
ponto a partir do qual uma coisa ou é, ou vem a ser ou torna-se
conhecida; além disso, alguns princípios são imanentes às coi-
sas, enquanto outros não são.172
Portanto, a natureza [de uma
20 coisa] é um princípio, o sendo também o elemento [de uma
coisa], bem como o entendimento e a escolha, a substância e a
causa final - pois o bom e o belo, em muitos casos, são o prin-
cípio do conhecimento e do movimento [de muitas coisas].
2. Causal73 significa [a] aquilo em função de cuja presença
25 alguma coisa vem a ser, [do que são] exemplos o bronze de
uma estátua e a prata de uma taça, bem como as classes [de
materiais] que os contêm; [b] a forma ou modelo, isto é, a fór-
mula da essência e as classes que a contêm, por exemplo a
proporção 2:1 e o número em geral são causas da oitava, e as
partes da fórmula; [c] aquilo de que procede o primeiro princí-
30 pio da mudança (transformação) ou do repouso, por exemplo o
homem que delibera é uma causa, e o pai uma causa do filho, e
em geral aquilo que produz é a causa daquilo que é produzido,
e aquilo que muda é a causa daquilo que é mudado; [d] a fina-
lidade, isto é, a causa final, [do que é] exemplo: a finalidade de
caminhar é a saúde, pois [à pergunta] "Por que alguém carni-
35 nha?" respondemos "Para ter saúde.", e ao respondê-lo julga-
mos ter fornecido a causa - e também todos os meios que in-
tervêm (e contribuem) anteriormente à finalidade, quando al-
1013b1 guma coisa adicional desencadeou o processo, por exemplo o
emagrecimento, o purgativo, os medicamentos e os instrumen-
tos que atuam antes da obtenção da saúde, já que todos eles
são em função da finalidade, ainda que sejam diferentes entre
si pelo fato de uns serem instrumentos, enquanto os outros são
ações.
Esses são, aproximadamente, todos os sentidos de causa.
5 Porém, uma vez que as causas são referidas com vários senti-
dos, conclui-se haver diversas causas (e isso não em caráter
acidental) da mesma coisa. Por exemplo, tanto a escultura
quanto o bronze são causas da estátua, não em conexão com
172. Isto é, transcendem a elas.
173. ...Al'tlov ... (aition).
META FíSICA 131
LIVRO V EOIPRO
qualquer outra coisa, mas enquanto estátua. 'Entretanto, não
são causas do mesmo modo, mas uma como matéria e a outra
10 como princípio de movimento. E as coisas podem ser causas
umas das outras, por exemplo o exercício do vigor físico, e este
do exercício - mas não de idêntico modo; mas um como uma
finalidade e o outro como uma fonte de movimento. Além dis-
so, por vezes a mesma coisa é a causa de contrários, porque
aquilo que devido à sua presença é a causa de algo em particu-
lar, às vezes acusamos de ser - devido à sua ausência - a causa
do contrário, quando dizemos, por exemplo, que a ausência do
piloto é a causa do naufrágio, ao passo que sua presença era a
15 causa da segurança. E em ambas, a presença e a privação, são
causas como fontes de movimento.F"
Todas as causas que acabamos de descrever classificam-se
muito claramente em quatro sentidos. Com efeito, os compo-
nentes das sílabas, l75 o material dos artigos manufaturados, o
20 fogo (a terra e todos os corpos desse tipo), as partes de um todo
e as .premissas da conclusão de um sílogtsmo!" são causas no
sentido material. Destas, algumas são causas como substratum
(por exemplo, as partes), outras como essência (o todo, a com-
posição e a forma). O sêmen, o médico, aquele que planeja ou
delibera e, em geral, aquilo que produz'" são' todos princípios
25 de mudança ou de repouso. Os restantes são causas como a
finalidade e o bem das outras [coisas], posto que a causa final
inclina-se a ser o bem supremo e a finalidade do restante. Con-
sideremos que é indiferente o classificarmos de bem ou bem
aparente.
Essas são, portanto, as quatro espécies de causas. Entretan-
30 to, as variedades de causas são muitas, ainda que uma vez
resumidas sejam também relativamente poucas.
De fato, fala-se de causas em muitos sentidos e mesmo entre
as que pertencem à mesma espécie, há as causas que o são
num sentido anterior, enquanto há outras que o são num senti-
do posterior. Por exemplo, o médico e o profissional especialis-
ta são, ambos, causas da saúde, bem como a proporção 2: 1 e o
174. Isto é, causas motrizes.
175. Isto é, as letras.
176. Ou literalmente: as hipóteses da conclusão.
177. A opção de W. D. Ross é mais consistente: aquele que age.
132 ARISTÓTéLES
EDIPRO LIVRO V
número são, ambos, causas da oitava; por outro lado, os uni-
versais que abrangem uma dada causa são causas de seus efei-
tos particulares. Além disso, uma coisa pode ser uma causa
acidental, [ou melhor) uma causa no sentido de um acidente, e
35 as classes que encerram os acidentes. Por exemplo, a causa de
uma estátua num sentido é Políclito, enquanto num outro sen-
1014a1 tido é o escultor, porque o escultor ser Políclito é um acidente.
E [também) são causas os termos uníversaís-" que incluem os
acidentes. Por exemplo, a causa de uma estátua é um ser hu-
mano - ou em geral um ser vivo, já que Políclito é um ser hu-
mano e o ser humano é um ser vivo. E mesmo no que tange às
causas acidentais, há as que são mais remotas ou mais próxi-
5 mas do que outras. Por exemplo, seria possível dizer que a
causa da estátua é homem branco ou homem instruído, e não
apenas Políclito ou homem.
Mas além de todas essas variedades de causas, na qualidade
de próprias e acidentais, algumas são chamadas de causas num
sentido de potência, enquanto outras o são num sentido de ato.
Por exemplo, a causa da construção [da casa) é ou o construtor
10 ou o construtor ao construir. A mesma diversidade de significa-
dos que já indicamos é aplicável aos efeitos das causas, por
exemplo a esta estátua, ou a uma estátua, ou, em geral, a uma
imagem; também a este bronze, ou ao bronze ou ao material
em geral. Algo idêntico ocorre com os efeitos acidentais. Ade-
mais, as causas acidentais e as próprias podem ter um sentido
15 combinatório, como, por exemplo, a causa não é nem Políclito
nem um escultor, mas o escultor Políclito.
Entretanto, embora essas variedades de causas sejam em
número de seis, cada uma é empregada em dois sentidos. As
causas são particulares [1), genéricas [2), acidentais (3), generi-
camente acidentais (4), estas podendo ser enunciadas isolada-
mente (5) ou em combinação (6).179 E, ademais, todas são atuais
(em ato) ou potenciais (em potência).l80 E que se acresça que
20 há entre elas a diferença de que causas atuais e particulares
existem ou não existem simultaneamente aos seus efeitos, por
exemplo este homem particular administrando tratamento médi-
178. As classes.
179. Sentido 1.
J 80. Sentido 2.
METAFíSICA
133
LIVRO V EDIPRO
co a este homem particular que está recuperando a saúde, e este
construtor particular a este prédio particular que está sendo cons-
truído; entretanto, não é o que ocorre sempre com causas poten-
25 ciais, pois a casa não perece simultaneamente ao construtor.
3. Elemento181
significa [a) o componente imanente primor-
dial, numa coisa, o qual é indivisível como espécie em outras
espécies. Por exemplo, os elementos de um som são as partes
das quais esse som é composto e nas quais ele é divisível em
última instância, não sendo essas partes mais divisíveis em ou-
tros sons delas mesmas distintos como espécies; se forem divi-
30 didas, serão de idêntica espécie, como uma parte da água é
água, embora uma parte da sílaba não seja uma sílaba; [b) os
que se referem aos elementos dos corpos entendem semelhan-
temente [por elementos) as partes em que os corpos são, em
última instância, divisíveis, não o sendo mais em outras partes
diferentes em espécie. E quer discorram sobre um tal elemento
ou mais de um, é o que entendem por elemento; [c) os elemen-
35 tos das figuras geométricas e, geralmente, os elementos das
demonstrações, têm significados muito semelhantes, uma vez
1014b1 que as demonstrações primárias contidas em muitas outras
demonstrações são chamados de elementos das ..demonstra-v.
ções. Os silogismos primários que consistem de três termos, um
deles o termo médio, são desta natureza; [d) o termo elemento
é também empregado' metaforicamente a qualquer pequena
unidade que se presta a vários propósitos - e, em decorrência
5 disso, aquilo que é pequeno, ou simples, ou indivisível é classi-
ficado.corno um elemento; [e) daí [conclui-se) que as coisas
mais. universais são elementos, já que cada uma delas, por ser
uma unidade simples, está presente numa multiplicidade de
coisas, ou em todas ou em tantas quanto possível, devendo-se
acrescer a isso que, para alguns, a unidade e o ponto são pri-
meiros princípios; [f) e visto que os chamados gêneros são uni-
10 versais e indivisíveis (uma vez que não há fórmula deles), há
quem chame os gêneros de elementos, e eles de preferência às
diferenças, pela razão do gênero ser mais universal: com efeito,
onde a diferença está presente, acompanha-a o gênero, ao
passo que onde o gênero está pr~sente nem sempre a diferença
18J. ...~~OtxEtov ... (stoikheion).

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Met.v. principio.causa

  • 1. 128 ARISTÓTELES EOIPRO LIVRO IV Na verdade, nem estão certos os que sustentam que todas as coisas estão em repouso, nem os que defendem que todas as coisas estão em movimento. Com efeito, se todas as coisas 25 estão em repouso, as mesmas coisas se manterão sempre ver- dadeiras e falsas, quando [sabemos que] esse estado de coisas é evidentemente sujeito à mudança; de fato, o próprio enuncia- dor de uma asserção não existia num tempo e novamente virá a não existir.163 E se todas as coisas estão em movimento, nada será verdadeiro, ou seja, tudo será falso. Contudo, foi demons- trado ser isso impossível; ademais, é necessário que o mutável seja aquilo que é, uma vez que a mudança é de alguma coisa para alguma coisa. Que se complemente que tampouco é ver- 30 dadeiro que todas as coisas estão em repouso ou em movimen- to às vezes, mas nenhuma coisa continuamente, visto que há algo que move continuamente o que é movído.l'" além do que o primeiro motor 165 é ele mesmo não movido. 163. Isto é, estando submetido à geração e destruição, o indivíduo existe numa determinada e restrita faixa de tempo, não existindo nem antes nem depois. 164. A referência de Aristóteles é à esfera dos astros fixos. Ver Livro XII, Capítulos 6 a 8. 165 .... nporrov KtVOUV... (próton kinoiini, conceito central da metafísica aristotélica. Ver Livro XII, Capítulo 7. METAF{SICA 129 LIVRO V EOIPRO I LIVRO V I 1. Princípio166 significa [a] a parte de uma coisa a partir da qual pode-se empreender o primeiro movimento. Por exemplo, uma linha167 ou uma estrada168 tem um princípio em cada uma das extremidades opostas; [b] o ponto a partir do qual é possí- vel que cada coisa seja, do melhor modo, originada. Por exem- plo, um processo de aprendizado deve, às vezes, ser principiado não pelo que é elementar [no assunto] ou pelo ponto de partida do assunto, mas a partir do ponto que mostra mais facilidade para o aprendizado; [c] aquilo cuja presença determina em primeira instância o surgimento de alguma coisa. Por exemplo, a quilha de um navio e as fundações de uma casa, e, como supõem alguns pensadores, no caso dos seres vivos, o cora- ção; 169 [como pensam] outros, o cérebro.F'' e outros alguma outra parte, seja qual for; [d] aquilo a partir de que, ainda que não imanente à coisa, algo nasce!" e de que o movimento e a transformação procedem primordialmente, como o filho pro- vém do pai e da mãe, e a disputa provém do ultraje; [e] aquilo, em conformidade com cuja escolha deliberada, o que é movido é movido, e o que é transformado é transformado,' do 'que são exemplos as magistraturas nas cidades, e os governos: oligar- quias, monarquias e tiranias; [f] as artes também são chamadas de princípios, sobretudo' as artes arquitetônicas; [g] aquilo a partir de que uma coisa começa a ser compreensível também é chamado de princípio da coisa, por exemplo as hipóteses das demonstrações. (Causa pode apresentar uma quantidade seme- lhante de distintos sentidos, já que todas as causas são princí- pios.) 35 1013a1 5 10 15 166. APXll (arkhê) engloba, na metafísica, os sentidos de origem, princípio e fundamento, não tanto isoladamente, mas conjuntamente. Por outro lado, esse termo também significa auto- ridade, poder e governo (especialmente na administração doméstica [oikonomia 1 e na po- lítica). 167 ..... ~l1KouS ... (mekous), literalmente extensão. !iS8. ...o8ou ... (odoü) pode significar estrada (caminho) e viagem. Tanto um conceito quanto o outro ajusta-se igualmente à ilustração de Aristóteles. 169. De acordo com Da geração dos animais, o que supunha' o próprio Aristóteles. 170. Opinião de Platão expressa no Timeu. 171. Vem a ser, passa a existir.
  • 2. 130 A RISTÓTELES EDlPRO LIVRO V É, assim, comum a todos os princípios serem o primeiro ponto a partir do qual uma coisa ou é, ou vem a ser ou torna-se conhecida; além disso, alguns princípios são imanentes às coi- sas, enquanto outros não são.172 Portanto, a natureza [de uma 20 coisa] é um princípio, o sendo também o elemento [de uma coisa], bem como o entendimento e a escolha, a substância e a causa final - pois o bom e o belo, em muitos casos, são o prin- cípio do conhecimento e do movimento [de muitas coisas]. 2. Causal73 significa [a] aquilo em função de cuja presença 25 alguma coisa vem a ser, [do que são] exemplos o bronze de uma estátua e a prata de uma taça, bem como as classes [de materiais] que os contêm; [b] a forma ou modelo, isto é, a fór- mula da essência e as classes que a contêm, por exemplo a proporção 2:1 e o número em geral são causas da oitava, e as partes da fórmula; [c] aquilo de que procede o primeiro princí- 30 pio da mudança (transformação) ou do repouso, por exemplo o homem que delibera é uma causa, e o pai uma causa do filho, e em geral aquilo que produz é a causa daquilo que é produzido, e aquilo que muda é a causa daquilo que é mudado; [d] a fina- lidade, isto é, a causa final, [do que é] exemplo: a finalidade de caminhar é a saúde, pois [à pergunta] "Por que alguém carni- 35 nha?" respondemos "Para ter saúde.", e ao respondê-lo julga- mos ter fornecido a causa - e também todos os meios que in- tervêm (e contribuem) anteriormente à finalidade, quando al- 1013b1 guma coisa adicional desencadeou o processo, por exemplo o emagrecimento, o purgativo, os medicamentos e os instrumen- tos que atuam antes da obtenção da saúde, já que todos eles são em função da finalidade, ainda que sejam diferentes entre si pelo fato de uns serem instrumentos, enquanto os outros são ações. Esses são, aproximadamente, todos os sentidos de causa. 5 Porém, uma vez que as causas são referidas com vários senti- dos, conclui-se haver diversas causas (e isso não em caráter acidental) da mesma coisa. Por exemplo, tanto a escultura quanto o bronze são causas da estátua, não em conexão com 172. Isto é, transcendem a elas. 173. ...Al'tlov ... (aition). META FíSICA 131 LIVRO V EOIPRO qualquer outra coisa, mas enquanto estátua. 'Entretanto, não são causas do mesmo modo, mas uma como matéria e a outra 10 como princípio de movimento. E as coisas podem ser causas umas das outras, por exemplo o exercício do vigor físico, e este do exercício - mas não de idêntico modo; mas um como uma finalidade e o outro como uma fonte de movimento. Além dis- so, por vezes a mesma coisa é a causa de contrários, porque aquilo que devido à sua presença é a causa de algo em particu- lar, às vezes acusamos de ser - devido à sua ausência - a causa do contrário, quando dizemos, por exemplo, que a ausência do piloto é a causa do naufrágio, ao passo que sua presença era a 15 causa da segurança. E em ambas, a presença e a privação, são causas como fontes de movimento.F" Todas as causas que acabamos de descrever classificam-se muito claramente em quatro sentidos. Com efeito, os compo- nentes das sílabas, l75 o material dos artigos manufaturados, o 20 fogo (a terra e todos os corpos desse tipo), as partes de um todo e as .premissas da conclusão de um sílogtsmo!" são causas no sentido material. Destas, algumas são causas como substratum (por exemplo, as partes), outras como essência (o todo, a com- posição e a forma). O sêmen, o médico, aquele que planeja ou delibera e, em geral, aquilo que produz'" são' todos princípios 25 de mudança ou de repouso. Os restantes são causas como a finalidade e o bem das outras [coisas], posto que a causa final inclina-se a ser o bem supremo e a finalidade do restante. Con- sideremos que é indiferente o classificarmos de bem ou bem aparente. Essas são, portanto, as quatro espécies de causas. Entretan- 30 to, as variedades de causas são muitas, ainda que uma vez resumidas sejam também relativamente poucas. De fato, fala-se de causas em muitos sentidos e mesmo entre as que pertencem à mesma espécie, há as causas que o são num sentido anterior, enquanto há outras que o são num senti- do posterior. Por exemplo, o médico e o profissional especialis- ta são, ambos, causas da saúde, bem como a proporção 2: 1 e o 174. Isto é, causas motrizes. 175. Isto é, as letras. 176. Ou literalmente: as hipóteses da conclusão. 177. A opção de W. D. Ross é mais consistente: aquele que age.
  • 3. 132 ARISTÓTéLES EDIPRO LIVRO V número são, ambos, causas da oitava; por outro lado, os uni- versais que abrangem uma dada causa são causas de seus efei- tos particulares. Além disso, uma coisa pode ser uma causa acidental, [ou melhor) uma causa no sentido de um acidente, e 35 as classes que encerram os acidentes. Por exemplo, a causa de uma estátua num sentido é Políclito, enquanto num outro sen- 1014a1 tido é o escultor, porque o escultor ser Políclito é um acidente. E [também) são causas os termos uníversaís-" que incluem os acidentes. Por exemplo, a causa de uma estátua é um ser hu- mano - ou em geral um ser vivo, já que Políclito é um ser hu- mano e o ser humano é um ser vivo. E mesmo no que tange às causas acidentais, há as que são mais remotas ou mais próxi- 5 mas do que outras. Por exemplo, seria possível dizer que a causa da estátua é homem branco ou homem instruído, e não apenas Políclito ou homem. Mas além de todas essas variedades de causas, na qualidade de próprias e acidentais, algumas são chamadas de causas num sentido de potência, enquanto outras o são num sentido de ato. Por exemplo, a causa da construção [da casa) é ou o construtor 10 ou o construtor ao construir. A mesma diversidade de significa- dos que já indicamos é aplicável aos efeitos das causas, por exemplo a esta estátua, ou a uma estátua, ou, em geral, a uma imagem; também a este bronze, ou ao bronze ou ao material em geral. Algo idêntico ocorre com os efeitos acidentais. Ade- mais, as causas acidentais e as próprias podem ter um sentido 15 combinatório, como, por exemplo, a causa não é nem Políclito nem um escultor, mas o escultor Políclito. Entretanto, embora essas variedades de causas sejam em número de seis, cada uma é empregada em dois sentidos. As causas são particulares [1), genéricas [2), acidentais (3), generi- camente acidentais (4), estas podendo ser enunciadas isolada- mente (5) ou em combinação (6).179 E, ademais, todas são atuais (em ato) ou potenciais (em potência).l80 E que se acresça que 20 há entre elas a diferença de que causas atuais e particulares existem ou não existem simultaneamente aos seus efeitos, por exemplo este homem particular administrando tratamento médi- 178. As classes. 179. Sentido 1. J 80. Sentido 2. METAFíSICA 133 LIVRO V EDIPRO co a este homem particular que está recuperando a saúde, e este construtor particular a este prédio particular que está sendo cons- truído; entretanto, não é o que ocorre sempre com causas poten- 25 ciais, pois a casa não perece simultaneamente ao construtor. 3. Elemento181 significa [a) o componente imanente primor- dial, numa coisa, o qual é indivisível como espécie em outras espécies. Por exemplo, os elementos de um som são as partes das quais esse som é composto e nas quais ele é divisível em última instância, não sendo essas partes mais divisíveis em ou- tros sons delas mesmas distintos como espécies; se forem divi- 30 didas, serão de idêntica espécie, como uma parte da água é água, embora uma parte da sílaba não seja uma sílaba; [b) os que se referem aos elementos dos corpos entendem semelhan- temente [por elementos) as partes em que os corpos são, em última instância, divisíveis, não o sendo mais em outras partes diferentes em espécie. E quer discorram sobre um tal elemento ou mais de um, é o que entendem por elemento; [c) os elemen- 35 tos das figuras geométricas e, geralmente, os elementos das demonstrações, têm significados muito semelhantes, uma vez 1014b1 que as demonstrações primárias contidas em muitas outras demonstrações são chamados de elementos das ..demonstra-v. ções. Os silogismos primários que consistem de três termos, um deles o termo médio, são desta natureza; [d) o termo elemento é também empregado' metaforicamente a qualquer pequena unidade que se presta a vários propósitos - e, em decorrência 5 disso, aquilo que é pequeno, ou simples, ou indivisível é classi- ficado.corno um elemento; [e) daí [conclui-se) que as coisas mais. universais são elementos, já que cada uma delas, por ser uma unidade simples, está presente numa multiplicidade de coisas, ou em todas ou em tantas quanto possível, devendo-se acrescer a isso que, para alguns, a unidade e o ponto são pri- meiros princípios; [f) e visto que os chamados gêneros são uni- 10 versais e indivisíveis (uma vez que não há fórmula deles), há quem chame os gêneros de elementos, e eles de preferência às diferenças, pela razão do gênero ser mais universal: com efeito, onde a diferença está presente, acompanha-a o gênero, ao passo que onde o gênero está pr~sente nem sempre a diferença 18J. ...~~OtxEtov ... (stoikheion).