2. Quando falamos em artista, logo pensamos em
sujeito excêntrico, um cantor de rock, um
pintor, um gênio maluco, etc... Mas quando é
que surgiu essa imagem que temos do artista?
3. Nas primeiras produções de arte feitas pelo ser humano,
não existia a figura do artista, nem a idéia de arte; o fazer
esculturas ou pinturas se vinculava à relação mágica do
homem com o mundo.
4. No Egito antigo, surge a figura do artesão, e boa parte
da produção artística está vinculada à religião.
5. É somente na Grécia clássica que os artesões começam a
expressar sua individualidade como Policleto, Fídias, Mirón.
6. Mas vai ser somente no Renascimento que vai surgir
a figura do artista.
7. Com a queda do Império romano e o crescimento
da igreja católica, surgem diversas ordens
monásticas (de monges).
8. Que se ocupam na Idade Média em produzirem
livros buscando a organização do conhecimento
espalhado pela Europa.
10. Inicialmente estes monges trabalhavam no
“scriptorium” (sala do mosteiro). Com o tempo
eles começam a viajar para orientar os novos
monges na produção dos manuscritos.
11. Para mergulhar neste universo, recomendo o livro
de Humberto Eco: “O Nome da Rosa” ou a sua
adaptação para o cinema.
12. Na Idade Média, buscando proteger-se dos bárbaros,
as pessoas passam a viver em feudos agrícolas
13. Depois das cruzadas, as cidades voltam a serem
povoadas e surge uma nova classe social
conhecida como burguesia.
14. Além da Igreja essa nova classe social passa a patrocinar
os artistas se transformando nos novos mecenas.
As cidades começam a fervilhar vida cultural.
15. Com o enriquecimento da Igreja, as construção de
igrejas e mosteiros na zona rural antecede a construção
das grandes catedrais góticas (ano 1000/1300),
onde as cidades disputavam pela arquitetura
mais bonita e grandiosa.
16. Pouco a pouco o
trabalho dos monges
é substituído por
outros artesões
comandados
por um arquiteto.
17. Eles se reuniam na “logia” (lugar ao lado da construção
para produzirem pinturas, esculturas e outros materiais
utilizados nas catedrais).
18. Alguns pintores começam a receber encomendas
fora das logias e começam a se organizarem nos
talheres (oficinas) de pintura ou escultura.
19. Buscando proteger os artesões em sua vida
profissional, surgem os grêmios que buscam garantir o
trabalho de seus associados.
20. Mas, se por um lado os artesões estão
protegidos pelos grêmios, por outro sua liberdade de
criação fica limitada aos temas religiosos ou mitológicos.
22. Alguns artesões se rebelam contra
os grêmios, reivindicando para si
o papel de artista criador e
independente.
23. Surgem então as primeiras “academias” que busca a
formação dos estudantes, bem como a sua participação
na realização de encomendas feitas por papas, reis e
mercadores.
24. Com o passar dos anos, as academias além de exigir uma
sólida formação, se prende à cópias de artistas consagrados,
limitando a criatividade.
25. No século XIX os artistas rompem com a arte
acadêmica e se proclamam gênios criadores
comprometidos apenas com sua própria expressão.
26. No século XX, alguns
artistas passam a
produzir a própria
imagem de gênio louco
e criativo.
Salvador Dali
27. E foi esse percurso que proporcionou o status de
“artista” para os artesões (pintores, escultores,
arquitetos), bem como a idéia de um “gênio criador”
e cuja imagem perdura até os dias atuais.