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MORTE E
LUTO
UM TEMPO
PARA
CHORAR...
PERSPECTIVA HISTÓRICA DA
MORTE
• A preocupação com a morte acompanhou a
Humanidade desde os seus primórdios.
• Nas sociedades anteriores, os mortos eram
presentes entre os vivos, eram enterrados em
igrejas e acreditava-se piamente na ressurreição.
• Já desde o Homem Neandertal que se verifica a
existência de sepulturas intencionais; de facto, a
maioria das manifestações artísticas e
monumentos deixados pelas populações ao longo
da história relacionam-se com os mortos, ou de
carácter funerário.
PERSPECTIVA HISTÓRICA DA
MORTE (cont.)
• Na Idade Média, arraigada a um catolicismo
ao pé da letra, acreditava-se cegamente que o
morto, ficaria na sepultura a aguardar o juízo
final, aquando seria julgado – simplificando a
relação com a morte, e isso, de certa forma,
banalizava a morte.
• Cerca de 50 pessoas, em cada 1000 morriam,
e durante as pestes ou desastres naturais a
taxa de mortalidade podia atingir os 40%.
PERSPECTIVA HISTÓRICA DA
MORTE (cont.)
• Até ao século XIX, a morte era um evento
normal, previsto, às vezes desejado como fim
tranquilo ao sofrimento. Cuidar de um familiar
doente em casa, era uma experiência comum
para adultos e crianças. Morrer era
considerado para as pessoas como uma parte
natural da vida. A morte era assim um
acontecimento “familiar” presenciado por
todos e por vezes logo de criança.
PERSPECTIVA HISTÓRICA DA
MORTE (cont.)
• Antes a “morte boa” era a morte avisada, e a
morte sem aviso era vista como vergonhosa;
ao contrário dos pensamentos dos nossos
dias em que a morte ideal é aquela que é
rápida e não causa sofrimento; mortes
repentinas eram desonrosas, pois não davam
tempo à pessoa de se prepara para morrer,
pedir perdão, fazer recomendações e
despedidas.
PERSPECTIVA HISTÓRICA DA
MORTE (cont.)
• Não havia medo de morrer mas de morrer só, se
a morte era vista como algo natural e familiar,
podemos pensar que era mais fácil enfrentá-la.
• Por esta altura surge em França o espiritismo,
com os estudos de Alan Kardec, surgem também
os muitos estudos de parapsicologia com
intenção não religiosa de descobrir o que
acontece quando morremos. Vê- se aí o desejo de
unir vivos e mortos com objectivo de aliviar a dor
causada pela separação.
PERSPECTIVA HISTÓRICA DA
MORTE (cont.)
• No decorrer do século XX até aos dias de hoje,
o que se vê é um desejo que a morte passe
despercebida, modificando o quotidiano o
menos possível. Hoje morre-se só, a morte
deixou de acontecer nas casas ao lado das
famílias e amigos, e foi para os hospitais e
unidades de cuidados intensivos, distanciando
as pessoas da morte. A morte é vista como algo
distante, como se pudesse ser inexistente.
Rituais de despedida quase não existem mais.
PERSPECTIVA HISTÓRICA DA
MORTE (cont.)
• Evitamos assim, falar da morte e quando a
vivenciamos, entramos em contacto com algo
que nos é pouco familiar.
• Os avanços na medicina e no saneamento
durante o século XX ocasionaram uma
“revolução na mortalidade”, nos países
industrializados as taxas de mortalidade anuais
caíram para menos de 9%.
PERSPECTIVA HISTÓRICA DA
MORTE (cont.)
• À medida que os avanços na saúde mantinham
as pessoas vivas por mais tempo, a morte –
mesmo de pessoas mais velhas – passou a ser
considerada como fracasso do tratamento médico
em vez de fim natural da vida.
• Actualmente, questão fundamental é a
valorização da vida biológica. No entanto uma
valorização individual em detrimento da
valorização da vida colectiva. Esse é o preço de
uma medicina que este elevando a média de vida
para os 80 anos.
CONCEITOS DE MORTE
• Morte literalmente entende-se por: cessação
definitiva da vida.
• André Malraux (1976), pensador francês,
escreveu que a morte é um processo biológico
natural e necessário. É condição indispensável
à sobrevivência da espécie e fundamental para
a “aventura humana na terra”. Através da
morte a vida alimenta-se e renova-se. Desta
forma a morte não seria a negação da vida,
mas sim um artifício da natureza para tornar
possível a manutenção da vida.
CONCEITOS DE MORTE (cont.)
• A partir do século XX, graças às novas tecnologias as
autoridades médicas pensaram a morte cerebral como a
definição biológica de morte. A suspensão dos
procedimentos médicos que mantêm o coração e os
pulmões em funcionamento por longos períodos diante
do diagnóstico de morte cerebral é problemática,
levantando importantes questões éticas.
• Assim podemos denominar de morte celular ou
absoluta quando se considera que o organismo
morrerá quando evidentemente morrem todas as
células.
CONCEITOS DE MORTE (cont.)

• No entanto não é necessário que morram todas
as células para que o organismo seja
considerado definitivamente morto. Basta que
tenham morrido aquelas partes do organismo
que são indispensáveis para que ele funcione
com as características essenciais do ser
humano, é o que se chama de morte relativa ou
cerebral.
CONCEITOS DE MORTE (cont.)
• Na morte intermédia há ainda resíduos de
actividade biológica mas que já não são suficientes
para unificar o organismo e fazê-lo viver como tal.
• Hoje em dia, fala-se também muito em “morte
clínica”, usa-se para nos referirmos à morte que se
pode verificar por testes médicos.
• A morte pode ser também classificada de natural e
de acidental ou violenta, conforme é originada por
alguma causa interna (doença, esgotamento ou
deterioração da informação genética, causada pelo
envelhecimento natural) ou externa (acidenta de
trânsito, afogamento, agressão, etc.).
CONCEITOS DE MORTE (cont.)

• A seguir descreve-se o conceito de morte segundo a
visão de alguns filósofos dos séculos XVII e XVIII,
como forma de demonstrar a ambiguidade deste
conceito:
- O filósofo do século XVII, Descartes, disse que, em
relação a um ser humano, existir é pensar; e que, em
relação a um ser humano, não pensar é não existir.
- Segundo Epicuro, a morte caracteriza-se pela
ausência de sensações, pois o morto não sente.
Seguindo este raciocínio a morte não deve ser boa
nem ruim, na sensação. A morte é ausência das
sensações, e estas representam a fonte de todo o
prazer e de toda a dor, não pode haver nada de bom
nem de ruim, nem de prazer nem de dor.
Morte pode ser definida como sendo
o cessar irreversível de:
• Do funcionamento de todas as células, tecidos e
órgãos;
• Do fluxo espontâneo de todos os fluidos, incluindo
o ar (“último suspiro”) e o sangue;
• Do funcionamento do coração e dos pulmões;
• Do funcionamento espontâneo de coração e dos
pulmões;
Morte pode ser definida como sendo
o cessar irreversível de:
• Do funcionamento espontâneo de todo o cérebro,
incluindo o tronco cerebral (morte encefálica);
• Do funcionamento completo das porções
superiores do cérebro (neocórtex);
• Do funcionamento quase completo do neocórtex;
• Da capacidade corporal da consciência.
Comportamentos

am
ns
Pe

s
to
en

Perda de
um
ente
querido?

Sensações Físicas

Se
n

tim

en

to

s
Sentimentos comuns no processo de perda:
Tristeza
 Raiva
 Culpa

Ansiedade
 Solidão
 Choque
 Anseio
 Alívio
Sensações Físicas sentidas após a perda:
 Vazio no estômago
 Aperto no peito
 Nó na garganta
 Hipersensibilidade ao barulho
 Sensação de despersonalização
 Fraqueza
 Falta de energia
Pensamentos habituais após a perda:

 Descrença
 Confusão

Preocupação
Comportamentos manifestados após a perda:

 Distúrbios do sono
 Distúrbios do apetite
 Isolamento social
 Suspirar
 Chorar
 Guardar objectos que pertenciam à pessoa falecida
Como é que crianças e adolescentes enfrentam a perda

 Até aos 5 anos de idade, a morte é entendida
como sendo reversível.
 Nos primeiros anos de escolaridade as crianças
começam a entender a morte como um processo
externo e inevitável.
 Após os 10 anos, a morte é vista como um
processo interno que é permanente e universal.
É importante que a criança absorva aspectos como:

Universalidade – todos vamos morrer;
Irreversibilidade – quando morre, não volta a viver;
Causalidade – morreu porque aconteceu alguma coisa.
As crianças devem ou não participar em funerais?

O seu desejo deverá ser respeitado.
A participação neste ritual pode evitar ideias
distorcidas.
A criança necessita de alguém que a informe, escute e
compreenda para que a sua adaptação á perda se
elabore adequadamente.
No caso dos adolescentes, a morte não é uma
preocupação imediata nesta fase da vida, faz parte
de um futuro longínquo.

Para o ajudar a fazer o seu luto devemos ouvi-lo e
deixar que exteriorize os seus sentimentos, não
interessa se de culpa, raiva ou simplesmente tristeza.
PROCESSO DE LUTO
 Evitamos falar sobre a morte
 Não somos preparados para as perdas
 Na nossa sociedade continua a existir o
tabu da morte
 São várias as circunstâncias na vida que podem
ser causadoras do luto:
• perda física
• perda de posição social ou do estatuto
profissional.
• perda de objectos e animais com elevado valor
afectivo...
• perda causada pela morte
PERDA

atribuição de uma elevada importância efectiva
Luto é:
Uma experiência do nosso corpo do nosso espírito
no sentido de nos libertarmos, com suavidade, de
todos os laços de vinculação que mantínhamos com
quem amávamos e de retomar nosso espaço de
alegria e felicidade na vida; (…) é um período de
tempo que necessitamos de viver, após a perda de
uma pessoa que nos era muito querida, para que
todos os momentos belos que com ela partilhámos
se tornem em doces e suaves memórias.
(José Eduardo Rebelo)
Processo de luto é:
• processo de transição e inevitável
• adaptação à perda
• influencia os indivíduos que rodeiam o
sobrevivente
• em apenas uma morte ocorrem múltiplas
perdas
• não acontece de forma linear
• os episódios de “recaída” são comuns e
esperados
• é individual
O ritmo e o estilo de cada enlutado deve ser
respeitado e compreendido.
O processo de luto tem sido descrito
de acordo com diferentes modelos:
•Fases do luto
•Tarefas do luto
•Dimensões da perda
•Processo Duplo

A compreensão destes modelos ajudanos a entender o seu impacto na pessoa
enlutada.
1. Fases do luto
John Bowlby utilizou a perspectiva
Freudiana e teorizou que as
respostas ao sofrimento tinham raízes
no instinto biológico
primário de pertença.
Esta tendência divide-se em 3 estádios:
a)Torpor
• Choque
• O enlutado pode sentir-se como se estivesse
desligado da realidade
• A ausência da pessoa falecida é aparente em
tudo
• Negação emocional da perda
• O comportamento de procura é comum
• O desespero instala-se quando se compreende
que a pessoa perdida não regressará
• Desconcentração, raiva, culpa, irritabilidade,
ansiedade, inquietação e tristeza extrema
b) Desorganização emocional
• Sensação de que o mundo parece vazio e
desprovido de sentido
• O enlutado sente-se profundamente agitado
e desorientado
• Manifesta ansiedade e medo, tristeza,
agressividade
• O sobrevivente pode viver episódios
depressivos
• Torna-se introvertido, isola-se do mundo,
inclusivamente da família e dos amigos
b) Desorganização emocional (cont.)
• Acaba por ficar triste e amargurado
• Assimilação destas emoções
• Sentimento de libertação em relação à
perda
• O desespero cede progressivamente o
lugar à aceitação da perda
• Aceitação com serenidade a perda
resignando, com naturalidade os
vínculos outrora gerados.
c) Reorganização emocional
• Extinção da dor da perda

• Os antigos padrões de vida são
abandonados
• Adoptam-se novos padrões sem a
participação da pessoa falecida
• A pessoa em luto entra na fase de
resolução ou reorganização
c) Reorganização emocional (cont)
• Ocorre a identificação saudável com o
falecido
• Regresso a uma vida psicológica
normal
A sequência do processo de luto
apresentada, não é absoluta
2. Tarefas do luto
O luto também pode ser descrito como uma
série de tarefas que se sobrepõem, a serem
realizadas pela pessoa em luto
Este modelo confere mais ênfase aos
aspectos cognitivo, social e comportamental
do luto
A adaptação à perda envolve 4
tarefas básicas:
a) Aceitação da realidade da perda
• O comportamento de busca
• Negar a perda
b) Trabalho através da dor ou da mágoa
• Cortar com os sentimentos e negar que a dor está

presente

c) Adaptação ao ambiente sem a pessoa
falecida
• A estratégia de coping para redefinir a perda

• Colocar em causa crenças e valores fundamentais

d) Recolocação emocional da pessoa
falecida e prosseguir com a vida
• É essencial que o enlutado efectue estas tarefas
antes do processo de luto estar completo
3. Dimensões do luto
Este modelo centra-se na forma como o
luto afecta todas as dimensões da vida.
Ele salienta que a perda exige muitas
adaptações

a)Emocional
• As emoções intensas são vulgares
3. Dimensões do luto (cont.)
b) Social
• A perda é sentida no quadro de uma rede
social
• Pode provocar mudanças no estatuto e no
papel

c) Física
• Os sintomas físicos são vulgares

d) Estilo de vida
• A perda pode provocar mudanças importantes
no estilo de vida
3. Dimensões do luto (cont.)
e) Prática
• A perda pode afectar a capacidade de
adaptação aos aspectos práticos da vida
diária

f) Espiritual
• A perda pode afectar a identidade, a
auto-estima e o sentimento do valor
próprio
4. Processo duplo
A maioria das pessoas lida com o luto
oscilando entre enfrentar a dor e evitá-la
Luto antecipatório
• Luto antecipatório - é a condição em
que o indivíduo vive respostas à perda
real ou potencial de uma pessoa,
relação,
objecto
ou
capacidade
funcional antes da ocorrência dessa
perda.
• As pessoas que vivem o luto,
inicialmente negam a potencial perda.
Luto antecipatório (cont.)
• Ocorrem mudanças nos níveis de
actividade, sono e hábitos alimentares
• Estas manifestações são influenciadas
por diversos factores, tais como,
alteração dos processos familiares; o
compromisso das interacções
familiares; a rede de apoio, entre
outros.
LUTO PATOLÓGICO
Luto normal não necessita de tratamento
Se o individuo não fizer:
•Desinvestimento no objecto perdido
•Investimento em novos objectos
Quando o sujeito não realiza esta tarefa
produz um luto patológico
Luto patológico tem duas razões de ser:
• a relação não foi suficientemente vivida
• o indivíduo prefere viver num falso
pressuposto
O luto patológico ou complicado
pode apresentar:
Reacções tardias depois da negação
prolongada
• Hiperactividade sem sentimentos de
perda
• Sintomas delirantes hipocondríacos
iguais aos do paciente
• Ideias delirantes paranóides ou de
negação da morte do ser querido
• Patologia psicossomática
•
O luto patológico ou complicado
pode apresentar:
• Perda continuada das relações sociais
• Depressão severa com sintomas de
agitação
• Condutas auto destrutivas
• Outros
Algumas pessoas podem iniciar o
processo de luto mas permanecer no
mesmo, sem o resolver
O ENFERMEIRO PERANTE O LUTO
1. ACOMPANHAR A FAMÍLIA
É fundamental um trabalho de equipa, atento
e disponível.
O apoio no luto é acompanhar desde o
anúncio do diagnóstico até à morte.
O seguimento de luto corresponde às
intervenções que se oferece após a morte do
doente.
Como pode o enfermeiro ajudar a
família?
• Encorajar a que se digam palavras de amor
e de carinho, a perdoar, a partilhar…
• Fomentar a participação dos familiares e
próximos nos cuidados de conforto ao
doente.
• Saber sugerir a intervenção da assistente
social para resolver as situações precárias.
• Tomar a iniciativa de uma presença atenta
e discreta.
O Dia do Óbito
Quando a morte ocorre na ausência dos familiares,
deve-se informá-los das circunstâncias do óbito (hora,
pessoa presente, etc).
É preciso ter cuidado com a apresentação do corpo,
pode ser uma forma de ritual que ajude tanto os
próximos como os prestadores de cuidados.
Acolher a família e acompanhá-la até junto do defunto é
uma forma de atenuar a dureza do momento
O apoio é aceitar estar numa posição de testemunha.
É, afinal, dizer-lhes que se está ali se precisarem e
saber deixá-los sós sem os abandonar.
Finalmente, é importante para a equipa
prestadora de cuidados não deixar partir a
família sem lhe dizer adeus. É uma forma de
terminar a relação. Os contactos posteriores
tomarão uma outra forma.

O Seguimento do Luto
Convidar a família a voltar posteriormente é
oferecer a oportunidade de retomar o contacto.
Não procurar consolar nem dar respostas, mas
validar o que ela pode fazer e dizer.
ACOMPANHAR OS OUTROS
DOENTES E AS SUAS FAMÍLIAS
Convém que cada serviço encontre o seu estilo de
ritual: bilhete na porta do quarto; bilhete num local
comum; anúncio quando estão todos reunidos; vela
acesa.
A partilha de sentimentos e de vivências com outras
famílias permite já um trabalho de pré-luto.
Pode ser ainda uma ocasião para se familiarizar com a
morte futura e para manifestar a sua solidariedade com
os que já estão enlutados.
Prever locais de encontro entre famílias e prestadores
de cuidados para momentos de convívio.
Pensar e organizar a presença, a actividade e o
enquadramento dos voluntários.
INTERVENÇÕES DE
ENFERMAGEM NO LUTO
As acções de suporte de enfermagem visam
reforçar as estratégias de adaptação e
apoiam-se nos seguintes modelos teóricos:
• Suporte social composto por quatro eixos
interdependentes: o suporte informativo, o
suporte emocional, o suporte de auto-estima
e o suporte organizacional;
• Coping, ou seja, o ajustamento ao stress;
• Conceito de saúde, incluído de facto na
natureza dos cuidados de enfermagem.
Trata-se particularmente de:
•Informar o doente ou os seus familiares. Deve-se
manter presente que a busca de informação deve
facilitar a procura de estratégias de adaptação.
•Suscitar e validar a expressão das emoções num
clima de escuta activa, de empatia para aliviar o
“fardo” daquele que sente a perda.
•Reconfortar, permitir uma partilha, dando à pessoa
ocasião de verbalizar o que está a sentir; de o
explicar aos outros membros da família, para desta
forma encorajar interacções, as forças positivas do
sistema familiar e o apoio mútuo.
• Acolher positivamente as visitas à unidade, os
pedidos de entrevista com os profissionais que
prestam cuidados, a presença de crianças, de
animais, as saídas ainda que breves… tudo o que
contribua para acrescentar vida e manter o contacto.
• Guiar a família na organização do seu novo papel
no seio da instituição ou da rede de cuidados.
Reflectir sobre a distribuição das diferentes tarefas
entre profissionais e próximos.
• Facilitar, no seio da instituição, trocas sociais
(entre famílias, entre doentes). Informar a pessoa
sobre os serviços e associações que podem ajudála.
• Reconhecer as perdas falando abertamente e
aceitando como algo natural e saudável a
expressão do sofrimento.
• Nunca tentar minimizar a importância da perda
através de uma tranquilização inadequada (evitar
frases triviais; não comparar tragédias).
• Explicar se necessário a normalidade das
reacções humanas de adaptação face ao luto.
• Criar um clima de disponibilidade e confiança e
organizar-se para tornar o meio segurizante e o
menos intimidante possível: caloroso e calmo.
•Não esperar reacções idênticas de luto em
pessoas diferentes.
•Explicar variações na expressão do luto nos
diferentes familiares.
•Explicar que se sentirão pior antes de melhorar.
•Facilitar a identificação de: sentimentos de
irritação, raiva e culpa; e a forma como lidaram com
outras perdas.
•Estimular actividades de auto-cuidado à pessoa
enlutada e ajudá-la a explorar o lado positivo de
criar novos laços sem sentir-se culpada.
•Mostrar respeito pela cultura, pelas crenças, pela
religião, etnia e valores do doente e dos seus
próximos.
• Encorajar a pessoa a reforçar e a utilizar da melhor
forma a sua rede de apoio (familiar, social,
profissional, associativa…).
• Utilizar a função educativa da informação. Ensinar
à família, por exemplo, como melhorar a
comunicação.
• Uma informação simples sobre o facto de surgir
ilusões de presença (visuais ou auditivas) pode
tranquilizar a pessoa, evitando que ela se feche num
sentimento de estranheza ou de impressão de estar
a ficar louca.
• O enfermeiro deve saber orientar a pessoa para
profissionais especializados (psicólogos, etc.) no
caso de luto patológico.
GRUPOS DE APOIO (Objectivos)
• Apoio à pessoa e família em luto, auxiliando a
todos os que viveram e vivem a perda de pessoas
amadas e aos que com eles se sentem solidários.
• Ajudar as pessoas em luto a entender a sua dor
incontornável, para que não se fechem em si
mesmas, envoltas na sua revolta e encontrem novos
estímulos na sua vida.
• Ajudar estas pessoas a sentirem que não sofrem
sozinhas, que não foram esquecidas nem são
diferentes dos outros, ajudando-as a reencontrar
alguma serenidade e a aprender a viver com uma
ferida que nunca sarará totalmente.
Os grupos de apoio oferecem às
pessoas em luto a oportunidade de se
encontrarem, de poderem falar e ajudarse, por:
• Permanência de acolhimento e de escuta;
• Cartas e conversas telefónicas;
• Grupos de entreajuda;
• Reuniões e jornadas de amizade;
• Paginas de Internet.
Exemplos de alguns grupos de apoio:
• APELO
• ANCORA
CONCLUSÃO
• Na nossa sociedade o tabu da morte
persiste, é grande o medo e silêncio que
existe quando se fala da morte ou do
sofrimento que esta causa a quem sobrevive.
• Na maioria das vezes, de forma a nos
defendermos, fugimos destes sentimentos e
somos, por vezes, piedosamente encorajados
a fazê-lo.
CONCLUSÃO
• Com este trabalho é possível
compreendermos a importância de deixar o
enlutado exprimir os seus sentimentos e a
importância de nós, enquanto futuros
enfermeiros, aceitarmos as necessidades do
enlutado, encorajá-lo na expressão destes,
compreender a sua dor e acima de tudo não o
julgar.
CONCLUSÃO
• Até mesmo os profissionais de saúde que
são os que mais contactam com a morte e o
luto não estão preparados para ajudar as
pessoas enlutadas. Somente há poucos anos
surgiu a necessidade de formação nesta área
devido à importância finalmente reconhecida
dos cuidados paliativos organizados.
CONCLUSÃO

• Assim sendo, há um despertar para as
reacções várias e sucessivas das pessoas
enlutadas e como o enfermeiro pode ajudarse a si para também superar o luto.

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Morte e luto

  • 2. PERSPECTIVA HISTÓRICA DA MORTE • A preocupação com a morte acompanhou a Humanidade desde os seus primórdios. • Nas sociedades anteriores, os mortos eram presentes entre os vivos, eram enterrados em igrejas e acreditava-se piamente na ressurreição. • Já desde o Homem Neandertal que se verifica a existência de sepulturas intencionais; de facto, a maioria das manifestações artísticas e monumentos deixados pelas populações ao longo da história relacionam-se com os mortos, ou de carácter funerário.
  • 3. PERSPECTIVA HISTÓRICA DA MORTE (cont.) • Na Idade Média, arraigada a um catolicismo ao pé da letra, acreditava-se cegamente que o morto, ficaria na sepultura a aguardar o juízo final, aquando seria julgado – simplificando a relação com a morte, e isso, de certa forma, banalizava a morte. • Cerca de 50 pessoas, em cada 1000 morriam, e durante as pestes ou desastres naturais a taxa de mortalidade podia atingir os 40%.
  • 4. PERSPECTIVA HISTÓRICA DA MORTE (cont.) • Até ao século XIX, a morte era um evento normal, previsto, às vezes desejado como fim tranquilo ao sofrimento. Cuidar de um familiar doente em casa, era uma experiência comum para adultos e crianças. Morrer era considerado para as pessoas como uma parte natural da vida. A morte era assim um acontecimento “familiar” presenciado por todos e por vezes logo de criança.
  • 5. PERSPECTIVA HISTÓRICA DA MORTE (cont.) • Antes a “morte boa” era a morte avisada, e a morte sem aviso era vista como vergonhosa; ao contrário dos pensamentos dos nossos dias em que a morte ideal é aquela que é rápida e não causa sofrimento; mortes repentinas eram desonrosas, pois não davam tempo à pessoa de se prepara para morrer, pedir perdão, fazer recomendações e despedidas.
  • 6. PERSPECTIVA HISTÓRICA DA MORTE (cont.) • Não havia medo de morrer mas de morrer só, se a morte era vista como algo natural e familiar, podemos pensar que era mais fácil enfrentá-la. • Por esta altura surge em França o espiritismo, com os estudos de Alan Kardec, surgem também os muitos estudos de parapsicologia com intenção não religiosa de descobrir o que acontece quando morremos. Vê- se aí o desejo de unir vivos e mortos com objectivo de aliviar a dor causada pela separação.
  • 7. PERSPECTIVA HISTÓRICA DA MORTE (cont.) • No decorrer do século XX até aos dias de hoje, o que se vê é um desejo que a morte passe despercebida, modificando o quotidiano o menos possível. Hoje morre-se só, a morte deixou de acontecer nas casas ao lado das famílias e amigos, e foi para os hospitais e unidades de cuidados intensivos, distanciando as pessoas da morte. A morte é vista como algo distante, como se pudesse ser inexistente. Rituais de despedida quase não existem mais.
  • 8. PERSPECTIVA HISTÓRICA DA MORTE (cont.) • Evitamos assim, falar da morte e quando a vivenciamos, entramos em contacto com algo que nos é pouco familiar. • Os avanços na medicina e no saneamento durante o século XX ocasionaram uma “revolução na mortalidade”, nos países industrializados as taxas de mortalidade anuais caíram para menos de 9%.
  • 9. PERSPECTIVA HISTÓRICA DA MORTE (cont.) • À medida que os avanços na saúde mantinham as pessoas vivas por mais tempo, a morte – mesmo de pessoas mais velhas – passou a ser considerada como fracasso do tratamento médico em vez de fim natural da vida. • Actualmente, questão fundamental é a valorização da vida biológica. No entanto uma valorização individual em detrimento da valorização da vida colectiva. Esse é o preço de uma medicina que este elevando a média de vida para os 80 anos.
  • 10. CONCEITOS DE MORTE • Morte literalmente entende-se por: cessação definitiva da vida. • André Malraux (1976), pensador francês, escreveu que a morte é um processo biológico natural e necessário. É condição indispensável à sobrevivência da espécie e fundamental para a “aventura humana na terra”. Através da morte a vida alimenta-se e renova-se. Desta forma a morte não seria a negação da vida, mas sim um artifício da natureza para tornar possível a manutenção da vida.
  • 11. CONCEITOS DE MORTE (cont.) • A partir do século XX, graças às novas tecnologias as autoridades médicas pensaram a morte cerebral como a definição biológica de morte. A suspensão dos procedimentos médicos que mantêm o coração e os pulmões em funcionamento por longos períodos diante do diagnóstico de morte cerebral é problemática, levantando importantes questões éticas. • Assim podemos denominar de morte celular ou absoluta quando se considera que o organismo morrerá quando evidentemente morrem todas as células.
  • 12. CONCEITOS DE MORTE (cont.) • No entanto não é necessário que morram todas as células para que o organismo seja considerado definitivamente morto. Basta que tenham morrido aquelas partes do organismo que são indispensáveis para que ele funcione com as características essenciais do ser humano, é o que se chama de morte relativa ou cerebral.
  • 13. CONCEITOS DE MORTE (cont.) • Na morte intermédia há ainda resíduos de actividade biológica mas que já não são suficientes para unificar o organismo e fazê-lo viver como tal. • Hoje em dia, fala-se também muito em “morte clínica”, usa-se para nos referirmos à morte que se pode verificar por testes médicos. • A morte pode ser também classificada de natural e de acidental ou violenta, conforme é originada por alguma causa interna (doença, esgotamento ou deterioração da informação genética, causada pelo envelhecimento natural) ou externa (acidenta de trânsito, afogamento, agressão, etc.).
  • 14. CONCEITOS DE MORTE (cont.) • A seguir descreve-se o conceito de morte segundo a visão de alguns filósofos dos séculos XVII e XVIII, como forma de demonstrar a ambiguidade deste conceito: - O filósofo do século XVII, Descartes, disse que, em relação a um ser humano, existir é pensar; e que, em relação a um ser humano, não pensar é não existir. - Segundo Epicuro, a morte caracteriza-se pela ausência de sensações, pois o morto não sente. Seguindo este raciocínio a morte não deve ser boa nem ruim, na sensação. A morte é ausência das sensações, e estas representam a fonte de todo o prazer e de toda a dor, não pode haver nada de bom nem de ruim, nem de prazer nem de dor.
  • 15. Morte pode ser definida como sendo o cessar irreversível de: • Do funcionamento de todas as células, tecidos e órgãos; • Do fluxo espontâneo de todos os fluidos, incluindo o ar (“último suspiro”) e o sangue; • Do funcionamento do coração e dos pulmões; • Do funcionamento espontâneo de coração e dos pulmões;
  • 16. Morte pode ser definida como sendo o cessar irreversível de: • Do funcionamento espontâneo de todo o cérebro, incluindo o tronco cerebral (morte encefálica); • Do funcionamento completo das porções superiores do cérebro (neocórtex); • Do funcionamento quase completo do neocórtex; • Da capacidade corporal da consciência.
  • 18. Sentimentos comuns no processo de perda: Tristeza  Raiva  Culpa  Ansiedade  Solidão  Choque  Anseio  Alívio
  • 19. Sensações Físicas sentidas após a perda:  Vazio no estômago  Aperto no peito  Nó na garganta  Hipersensibilidade ao barulho  Sensação de despersonalização  Fraqueza  Falta de energia
  • 20. Pensamentos habituais após a perda:  Descrença  Confusão  Preocupação
  • 21. Comportamentos manifestados após a perda:  Distúrbios do sono  Distúrbios do apetite  Isolamento social  Suspirar  Chorar  Guardar objectos que pertenciam à pessoa falecida
  • 22. Como é que crianças e adolescentes enfrentam a perda  Até aos 5 anos de idade, a morte é entendida como sendo reversível.  Nos primeiros anos de escolaridade as crianças começam a entender a morte como um processo externo e inevitável.  Após os 10 anos, a morte é vista como um processo interno que é permanente e universal.
  • 23. É importante que a criança absorva aspectos como: Universalidade – todos vamos morrer; Irreversibilidade – quando morre, não volta a viver; Causalidade – morreu porque aconteceu alguma coisa.
  • 24. As crianças devem ou não participar em funerais? O seu desejo deverá ser respeitado. A participação neste ritual pode evitar ideias distorcidas.
  • 25. A criança necessita de alguém que a informe, escute e compreenda para que a sua adaptação á perda se elabore adequadamente.
  • 26. No caso dos adolescentes, a morte não é uma preocupação imediata nesta fase da vida, faz parte de um futuro longínquo. Para o ajudar a fazer o seu luto devemos ouvi-lo e deixar que exteriorize os seus sentimentos, não interessa se de culpa, raiva ou simplesmente tristeza.
  • 27. PROCESSO DE LUTO  Evitamos falar sobre a morte  Não somos preparados para as perdas  Na nossa sociedade continua a existir o tabu da morte
  • 28.  São várias as circunstâncias na vida que podem ser causadoras do luto: • perda física • perda de posição social ou do estatuto profissional. • perda de objectos e animais com elevado valor afectivo... • perda causada pela morte PERDA atribuição de uma elevada importância efectiva
  • 29. Luto é: Uma experiência do nosso corpo do nosso espírito no sentido de nos libertarmos, com suavidade, de todos os laços de vinculação que mantínhamos com quem amávamos e de retomar nosso espaço de alegria e felicidade na vida; (…) é um período de tempo que necessitamos de viver, após a perda de uma pessoa que nos era muito querida, para que todos os momentos belos que com ela partilhámos se tornem em doces e suaves memórias. (José Eduardo Rebelo)
  • 30. Processo de luto é: • processo de transição e inevitável • adaptação à perda • influencia os indivíduos que rodeiam o sobrevivente • em apenas uma morte ocorrem múltiplas perdas • não acontece de forma linear • os episódios de “recaída” são comuns e esperados • é individual O ritmo e o estilo de cada enlutado deve ser respeitado e compreendido.
  • 31. O processo de luto tem sido descrito de acordo com diferentes modelos: •Fases do luto •Tarefas do luto •Dimensões da perda •Processo Duplo A compreensão destes modelos ajudanos a entender o seu impacto na pessoa enlutada.
  • 32. 1. Fases do luto John Bowlby utilizou a perspectiva Freudiana e teorizou que as respostas ao sofrimento tinham raízes no instinto biológico primário de pertença. Esta tendência divide-se em 3 estádios:
  • 33. a)Torpor • Choque • O enlutado pode sentir-se como se estivesse desligado da realidade • A ausência da pessoa falecida é aparente em tudo • Negação emocional da perda • O comportamento de procura é comum • O desespero instala-se quando se compreende que a pessoa perdida não regressará • Desconcentração, raiva, culpa, irritabilidade, ansiedade, inquietação e tristeza extrema
  • 34. b) Desorganização emocional • Sensação de que o mundo parece vazio e desprovido de sentido • O enlutado sente-se profundamente agitado e desorientado • Manifesta ansiedade e medo, tristeza, agressividade • O sobrevivente pode viver episódios depressivos • Torna-se introvertido, isola-se do mundo, inclusivamente da família e dos amigos
  • 35. b) Desorganização emocional (cont.) • Acaba por ficar triste e amargurado • Assimilação destas emoções • Sentimento de libertação em relação à perda • O desespero cede progressivamente o lugar à aceitação da perda • Aceitação com serenidade a perda resignando, com naturalidade os vínculos outrora gerados.
  • 36. c) Reorganização emocional • Extinção da dor da perda • Os antigos padrões de vida são abandonados • Adoptam-se novos padrões sem a participação da pessoa falecida • A pessoa em luto entra na fase de resolução ou reorganização
  • 37. c) Reorganização emocional (cont) • Ocorre a identificação saudável com o falecido • Regresso a uma vida psicológica normal A sequência do processo de luto apresentada, não é absoluta
  • 38. 2. Tarefas do luto O luto também pode ser descrito como uma série de tarefas que se sobrepõem, a serem realizadas pela pessoa em luto Este modelo confere mais ênfase aos aspectos cognitivo, social e comportamental do luto
  • 39. A adaptação à perda envolve 4 tarefas básicas: a) Aceitação da realidade da perda • O comportamento de busca • Negar a perda
  • 40. b) Trabalho através da dor ou da mágoa • Cortar com os sentimentos e negar que a dor está presente c) Adaptação ao ambiente sem a pessoa falecida • A estratégia de coping para redefinir a perda • Colocar em causa crenças e valores fundamentais d) Recolocação emocional da pessoa falecida e prosseguir com a vida • É essencial que o enlutado efectue estas tarefas antes do processo de luto estar completo
  • 41. 3. Dimensões do luto Este modelo centra-se na forma como o luto afecta todas as dimensões da vida. Ele salienta que a perda exige muitas adaptações a)Emocional • As emoções intensas são vulgares
  • 42. 3. Dimensões do luto (cont.) b) Social • A perda é sentida no quadro de uma rede social • Pode provocar mudanças no estatuto e no papel c) Física • Os sintomas físicos são vulgares d) Estilo de vida • A perda pode provocar mudanças importantes no estilo de vida
  • 43. 3. Dimensões do luto (cont.) e) Prática • A perda pode afectar a capacidade de adaptação aos aspectos práticos da vida diária f) Espiritual • A perda pode afectar a identidade, a auto-estima e o sentimento do valor próprio
  • 44. 4. Processo duplo A maioria das pessoas lida com o luto oscilando entre enfrentar a dor e evitá-la
  • 45. Luto antecipatório • Luto antecipatório - é a condição em que o indivíduo vive respostas à perda real ou potencial de uma pessoa, relação, objecto ou capacidade funcional antes da ocorrência dessa perda. • As pessoas que vivem o luto, inicialmente negam a potencial perda.
  • 46. Luto antecipatório (cont.) • Ocorrem mudanças nos níveis de actividade, sono e hábitos alimentares • Estas manifestações são influenciadas por diversos factores, tais como, alteração dos processos familiares; o compromisso das interacções familiares; a rede de apoio, entre outros.
  • 47. LUTO PATOLÓGICO Luto normal não necessita de tratamento Se o individuo não fizer: •Desinvestimento no objecto perdido •Investimento em novos objectos Quando o sujeito não realiza esta tarefa produz um luto patológico Luto patológico tem duas razões de ser: • a relação não foi suficientemente vivida • o indivíduo prefere viver num falso pressuposto
  • 48. O luto patológico ou complicado pode apresentar: Reacções tardias depois da negação prolongada • Hiperactividade sem sentimentos de perda • Sintomas delirantes hipocondríacos iguais aos do paciente • Ideias delirantes paranóides ou de negação da morte do ser querido • Patologia psicossomática •
  • 49. O luto patológico ou complicado pode apresentar: • Perda continuada das relações sociais • Depressão severa com sintomas de agitação • Condutas auto destrutivas • Outros Algumas pessoas podem iniciar o processo de luto mas permanecer no mesmo, sem o resolver
  • 50. O ENFERMEIRO PERANTE O LUTO 1. ACOMPANHAR A FAMÍLIA É fundamental um trabalho de equipa, atento e disponível. O apoio no luto é acompanhar desde o anúncio do diagnóstico até à morte. O seguimento de luto corresponde às intervenções que se oferece após a morte do doente.
  • 51. Como pode o enfermeiro ajudar a família? • Encorajar a que se digam palavras de amor e de carinho, a perdoar, a partilhar… • Fomentar a participação dos familiares e próximos nos cuidados de conforto ao doente. • Saber sugerir a intervenção da assistente social para resolver as situações precárias. • Tomar a iniciativa de uma presença atenta e discreta.
  • 52. O Dia do Óbito Quando a morte ocorre na ausência dos familiares, deve-se informá-los das circunstâncias do óbito (hora, pessoa presente, etc). É preciso ter cuidado com a apresentação do corpo, pode ser uma forma de ritual que ajude tanto os próximos como os prestadores de cuidados. Acolher a família e acompanhá-la até junto do defunto é uma forma de atenuar a dureza do momento O apoio é aceitar estar numa posição de testemunha. É, afinal, dizer-lhes que se está ali se precisarem e saber deixá-los sós sem os abandonar.
  • 53. Finalmente, é importante para a equipa prestadora de cuidados não deixar partir a família sem lhe dizer adeus. É uma forma de terminar a relação. Os contactos posteriores tomarão uma outra forma. O Seguimento do Luto Convidar a família a voltar posteriormente é oferecer a oportunidade de retomar o contacto. Não procurar consolar nem dar respostas, mas validar o que ela pode fazer e dizer.
  • 54. ACOMPANHAR OS OUTROS DOENTES E AS SUAS FAMÍLIAS Convém que cada serviço encontre o seu estilo de ritual: bilhete na porta do quarto; bilhete num local comum; anúncio quando estão todos reunidos; vela acesa. A partilha de sentimentos e de vivências com outras famílias permite já um trabalho de pré-luto. Pode ser ainda uma ocasião para se familiarizar com a morte futura e para manifestar a sua solidariedade com os que já estão enlutados. Prever locais de encontro entre famílias e prestadores de cuidados para momentos de convívio. Pensar e organizar a presença, a actividade e o enquadramento dos voluntários.
  • 55. INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NO LUTO As acções de suporte de enfermagem visam reforçar as estratégias de adaptação e apoiam-se nos seguintes modelos teóricos: • Suporte social composto por quatro eixos interdependentes: o suporte informativo, o suporte emocional, o suporte de auto-estima e o suporte organizacional; • Coping, ou seja, o ajustamento ao stress; • Conceito de saúde, incluído de facto na natureza dos cuidados de enfermagem.
  • 56. Trata-se particularmente de: •Informar o doente ou os seus familiares. Deve-se manter presente que a busca de informação deve facilitar a procura de estratégias de adaptação. •Suscitar e validar a expressão das emoções num clima de escuta activa, de empatia para aliviar o “fardo” daquele que sente a perda. •Reconfortar, permitir uma partilha, dando à pessoa ocasião de verbalizar o que está a sentir; de o explicar aos outros membros da família, para desta forma encorajar interacções, as forças positivas do sistema familiar e o apoio mútuo.
  • 57. • Acolher positivamente as visitas à unidade, os pedidos de entrevista com os profissionais que prestam cuidados, a presença de crianças, de animais, as saídas ainda que breves… tudo o que contribua para acrescentar vida e manter o contacto. • Guiar a família na organização do seu novo papel no seio da instituição ou da rede de cuidados. Reflectir sobre a distribuição das diferentes tarefas entre profissionais e próximos. • Facilitar, no seio da instituição, trocas sociais (entre famílias, entre doentes). Informar a pessoa sobre os serviços e associações que podem ajudála.
  • 58. • Reconhecer as perdas falando abertamente e aceitando como algo natural e saudável a expressão do sofrimento. • Nunca tentar minimizar a importância da perda através de uma tranquilização inadequada (evitar frases triviais; não comparar tragédias). • Explicar se necessário a normalidade das reacções humanas de adaptação face ao luto. • Criar um clima de disponibilidade e confiança e organizar-se para tornar o meio segurizante e o menos intimidante possível: caloroso e calmo.
  • 59. •Não esperar reacções idênticas de luto em pessoas diferentes. •Explicar variações na expressão do luto nos diferentes familiares. •Explicar que se sentirão pior antes de melhorar. •Facilitar a identificação de: sentimentos de irritação, raiva e culpa; e a forma como lidaram com outras perdas. •Estimular actividades de auto-cuidado à pessoa enlutada e ajudá-la a explorar o lado positivo de criar novos laços sem sentir-se culpada. •Mostrar respeito pela cultura, pelas crenças, pela religião, etnia e valores do doente e dos seus próximos.
  • 60. • Encorajar a pessoa a reforçar e a utilizar da melhor forma a sua rede de apoio (familiar, social, profissional, associativa…). • Utilizar a função educativa da informação. Ensinar à família, por exemplo, como melhorar a comunicação. • Uma informação simples sobre o facto de surgir ilusões de presença (visuais ou auditivas) pode tranquilizar a pessoa, evitando que ela se feche num sentimento de estranheza ou de impressão de estar a ficar louca. • O enfermeiro deve saber orientar a pessoa para profissionais especializados (psicólogos, etc.) no caso de luto patológico.
  • 61. GRUPOS DE APOIO (Objectivos) • Apoio à pessoa e família em luto, auxiliando a todos os que viveram e vivem a perda de pessoas amadas e aos que com eles se sentem solidários. • Ajudar as pessoas em luto a entender a sua dor incontornável, para que não se fechem em si mesmas, envoltas na sua revolta e encontrem novos estímulos na sua vida. • Ajudar estas pessoas a sentirem que não sofrem sozinhas, que não foram esquecidas nem são diferentes dos outros, ajudando-as a reencontrar alguma serenidade e a aprender a viver com uma ferida que nunca sarará totalmente.
  • 62. Os grupos de apoio oferecem às pessoas em luto a oportunidade de se encontrarem, de poderem falar e ajudarse, por: • Permanência de acolhimento e de escuta; • Cartas e conversas telefónicas; • Grupos de entreajuda; • Reuniões e jornadas de amizade; • Paginas de Internet.
  • 63. Exemplos de alguns grupos de apoio: • APELO • ANCORA
  • 64. CONCLUSÃO • Na nossa sociedade o tabu da morte persiste, é grande o medo e silêncio que existe quando se fala da morte ou do sofrimento que esta causa a quem sobrevive. • Na maioria das vezes, de forma a nos defendermos, fugimos destes sentimentos e somos, por vezes, piedosamente encorajados a fazê-lo.
  • 65. CONCLUSÃO • Com este trabalho é possível compreendermos a importância de deixar o enlutado exprimir os seus sentimentos e a importância de nós, enquanto futuros enfermeiros, aceitarmos as necessidades do enlutado, encorajá-lo na expressão destes, compreender a sua dor e acima de tudo não o julgar.
  • 66. CONCLUSÃO • Até mesmo os profissionais de saúde que são os que mais contactam com a morte e o luto não estão preparados para ajudar as pessoas enlutadas. Somente há poucos anos surgiu a necessidade de formação nesta área devido à importância finalmente reconhecida dos cuidados paliativos organizados.
  • 67. CONCLUSÃO • Assim sendo, há um despertar para as reacções várias e sucessivas das pessoas enlutadas e como o enfermeiro pode ajudarse a si para também superar o luto.