Este documento discute a controvérsia sobre os rodeios no Brasil. Ele afirma que um ofício de 1991 da USP sobre o assunto não era um laudo científico válido e que estudos posteriores da UNESP e da USP concluíram que o sedém não causa dor ou sofrimento nos animais. O documento também critica informes de ONGs que se opõem aos rodeios por falta de experiência no tema e oferece-se para discutir o assunto com base em evidências científicas.
1. CARTA ABERTA A “OS INDEPENDENTES” - BARRETOS, USP E UNESP
1991 – 2011- Vinte anos de silêncio e resignação. A outra face da moeda!
PROIBIDO O USO DESTE CONTEÚDO PARA FINS JUDICIAIS. Quem afirmar ter um laudo da
USP, sobre rodeio, datado de 1991, NÃO está falando a verdade. Trata-se, isto sim, de um
simples ofício, de número 355/FMVZ/290491/1991, contendo a logomarca USP em seu
cabeçalho. Foi assinado pelo então diretor daquela Instituição, Prof. Palermo, e subsidiado
pelo chamado Conselho de Ética ambos, sem qualquer vivência especifica de ordem
acadêmica, científica ou pericial, condição essa relevante para subscritores de laudos. O citado
ofício esgota o tema em apenas duas frases afirmando que o sedém provoca estimulo
doloroso. A polêmica gerada levou a Congregação da USP a deliberar em 1998, pelo não
reconhecimento do referido ofício, desqualificando-o. Alegou-se que tal decisão se devia à
inexistência, na literatura nacional e internacional, de publicações científicas que embasassem
seu conteúdo. Seus professores foram proibidos de falar sobre Rodeio em nome da USP.
Confirmavam-se, assim, minhas afirmações acima. No ano de 2000 ocorreu a primeira
publicação sobre o tema na revista Educação Continuada do CRMV-SP, periódico de circulação
internacional. Lastreada em dados experimentais, reconhecida pela direção da UNESP em suas
diversas instâncias acadêmicas, em vários ofícios, mormente o de nº 168/97-D, traz em seu
bojo sentença judicial elogiosa em resposta a uma ação civil pública de número 1050/98,
impetrada pela UIPA. Diz o Magistrado “a pesquisa foi realizada por profissionais
competentes cada um em sua área de especialização sendo oportuno fazer consignar que a
elaboração do Projeto Sedém foi de muita valia para fomentar o debate cientifico a respeito
da matéria o que é de utilidade inquestionável nos meios acadêmicos”. A título de
esclarecimento, devo mencionar que alguns dos autores são doutorados pela USP e UNESP e
outros pós-doutorados em Cambridge-Inglaterra e Pullman-EUA. Há rodeios e rodeios. Os fora
da lei e os que transcorrem dentro dela. Devo informar àqueles que agem,
indiscriminadamente, contra o rodeio (seja por questões ideológicas, emocionais ou quiçá
“interesses outros”...) que existe um laudo da USP (este sim, um laudo) solicitado pela
Promotoria do Meio Ambiente de Americana, Processo-943/97. Seu conteúdo, em mais de
uma dezena de laudas, apresenta resultados idênticos aos da UNESP, ou seja, sedém NÃO
causa qualquer dano ou dor ao animal. É assinado pelo Prof. Dr. Eduardo Birguel Jr. (USP)
docente credenciado, em termos acadêmicos, para emissão de laudos nessa área. Trata-se de
professor de Clinica de Grandes Animais habituado a avaliar, na sua rotina diária , os sinais e os
sintomas de dor porventura presentes nos animais. Em tempo, devo mencionar que a
alardeada dilatação da pupila nos animais de rodeio (alegada, pela Profª Irvênia Prada, como
conseqüência de estresse) trata-se, na verdade, de reflexo de fundo de olho em simples
decorrência de flash de máquina fotográfica, segundo apreciação de especialista em
oftalmologia veterinária, devidamente consultado. Um “informe publicitário” sobre Barretos
foi publicado na revista Clinica Veterinária, nº 76, ano 2008, subscrito, entre outras, pela
Médica-Veterinária Vânia Nunes juntamente com as ONGs WSPA e ITEC. Denota-se que as
subscritoras carecem de experiência no tema. Somando-se a isso o desregramento ortográfico
e gramatical, em mais de uma centena de situações, em apenas sete laudas, penso ser
temerário, em favor do rigor cientifico e do bom academismo, atribuir alguma credibilidade ao
mencionado “informativo”. Por fim, coloco-me à disposição (em qualquer instância acadêmica,
judiciária, legislativa ou executiva) para discussão do tema (excluindo-se o “achismo”,
questões emocionais, ideológicas ou mesmo de ordem religiosa). Sugerimos leitura sobre
Antropomorfismo e Esquizofrenia Moral nos livros Rain without Thunder ou Animal Rights de
Gary Francione ou de forma simplificada no Google. Meus respeitos à Instituição USP da qual
fui aluno de Mestrado e Doutorado. Prof. Tenório - CRMV-SP-2233